Aqui foi resumido o conteúdo do Capítulo I de Amor de Perdição, sensivelmente de parágrafo a parágrafo.
Capítulo I resumido.
Amor de Perdição - 11ºano.
1. LEITURA
Domingos José Correia Botelho de Mesquita Meneses casa em 1779 com D.Rita Teresa Maria Preciosa da Veiga
Caldeirão Castelo Branco (dama do paço, filha de um capitão de cavalos, neta de António de Azevedo Castelo
Branco Pereira da Silva).
Domingos queria fazer-se amar (fê-lo durante 10 anos) por D. Maria I. No entanto, era muito feio e «faltavam-lhe
bens de fortuna», e pelos seus «dotes de espírito não o recomendavam».
Domingos tinha uma vocação: «era um excelente flautista» (assim se sustentou durante 2 anos).
Domingos formou-se em 1767 e iniciava a carreira de magistratura. Fernão Botelho, pai de Domingos, terá estado
em perigo no decorrer da tentativa regicida em 1758.
Domingos, dizia-se, tirava a D. Maria I «o melhor do seu espírito». Ele frequentava o paço e recebia uma farta
pensão. Assim se esqueceu daquilo que aspirava: a carreira da magistrado.
Era na corte conhecido como «doutor bexiga». Apesar de se ter atrevido «aos amores do paço», foi em vão e terá
depois casado com D.Rita («era uma formosura» e a dama da rainha). Não tinha, ela, outro dote senão «uma série
de avoengos (=antepassados), uns bispos, outros generais».
D.Rita não feliz com Domingos. Tinha «saudades da corte, das pompas (=magnificência) das câmaras reais, e dos
amores de sua feição e molde, que imolou (=sacrificou) ao capricho da rainha». Contudo, tiveram cinco filhos:
Manuel (o mais velho), Simão (o segundo filho), Maria (a primeira filha) e Ana (a segunda) e Rita (a mais nova,
«tinha o nome de sua mãe, e alguns traços da sua beleza»).
Simão, o penúltimo filho, nasceu em 1784.
Os parentes e amigos de Domingos vêm visitar a sua família para descontentamento de D.Rita.
Domingos, esposa e filhos viviam na antiga casa de seu pai (Fernão Botelho). D. Rita queixou-se ao esposo que
«tinha medo de ser devorada das ratazanas; que aquela casa era um covil de feras», etc. ...
Com esta «estremecida» de D. Rita «começou a fábrica de um palacete» que culminou com a ajuda de «um
generoso subsídio» após ter escrito à rainha.
Domingos mandou ainda esculpir «em Lisboa a pedra de armas» deixando seu pai «orgulhoso de seu brasão». Mas
D. Rita, por excesso de despesas não teve a sua vontade cumprida de ter nessa escultura também as suas.
D. Rita tinha primos que invejam a sorte de Domingos em tê-la como esposa. Assim, Domingos tinha ciúmes e fazia
de tudo para «encher o coração se sua mulher».
Também o juíz, que se via «sinceramente feio» invejava a sorte de Domingos. Conseguiu ser provedor em Lamego.
Nestes sobressaltos se viveu durante «seis anos, ou mais seria».
«D. Rita aborrecia a comarca, e ameaçava o marido de ir com os seus cinco filhos para Lisboa, se ele não saísse
daquela intratável terra.»
Domingos, em 1801, é corregedor em Viseu. Manuel (com 22 anos) frequenta o «segundo ano jurídico». Simão
(com 15 anos) estuda humanidades em Coimbra. As três meninas «são o prazer e a vida toda do coração de sua
mãe».
Manuel escreve a seu pai «queixando-se de que não pode viver com seu irmão, temeroso do génio sanguinário
dele» (=que gosta de fazer sofrer, cruel), porque gasta o seu dinheiro em pistolas, convive «com os mais famosos
perturbadores da academia, e corre de noite as ruas insultando os habitantes e provocando-os à luta com assuadas
(=ajuntamento de pessoas que provocam delitos)». Domingos fica orgulhoso de Simão, admira a sua bravura. D.
Rita consternada ouve de Domingos que Simão é tal como o seu bisavô (Paulo Botelho Correia) «o mais valente
fidalgo».
Manuel, fruto do comportamento de Simão sai de Coimbra antes das férias e vai a Viseu queixar-se. Quer que o seu
pai lhe dê outro destino. D. Rita quer que Manuel seja «cadete de cavalaria» e deste modo, Manuel vai a Bragança
para ser cadete (=soldado).
Simão, com seus «exames feitos e aprovados» vem a Viseu. Domingos fica maravilhado com o talento do filho e por
isso desculpa-o pelos seus comportamentos (que Manuel denunciou). Porém, questiona-o acerca do «mau viver
com Manuel» ao que responde que Manuel quer forçá-lo a viver monasticamente (ou seja, como um monge, como
se vivesse num convento).
Simão, apesar de ter apenas 15 anos, aparenta ter 20. «É forte de compleição; belo homem com as feições de sua
mãe, e a corpulência dela; mas de todo avesso em génio» (= fisicamente é o modelo de homem da época, no
entanto, o seu carácter é completamente o oposto). Em Viseu, escolhe amigos plebeus o que indigna D. Rita -
«Simão zomba das genealogias». Domingos, que via as coisas pelos olhos da mulher começou também a alimentar
uma aversão a Simão. As irmãs temiam-no, exceto Rita com quem brincava naturalmente, sendo criança.
Já no final das férias, Domingos teve um «grande dissabor», que surgiu de um incidente (de um criado) ao que
Simão respondeu com grande pancadaria da qual ficaram muitos feridos.
Domingos mandou prender Simão, enquanto que D. Rita, igualmente irritada mandou dinheiro a Simão para que
fugisse para Coimbra e lá esperasse perdão do pai.
Domingos mandou capturarem o filho em Coimbra.
CAPÍTULO I (página 15-23)
AMOR DE PERDIÇÃO
MARIANA TRINDADE
2021/2022