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Um
O amplo refeitório sombreado por árvores do McKinley High School estava
movimentado com a empolgação dos alunos sobre o grande passeio de formatura para
o Red River Adventure Park, mas a mente de Wendy Christensen estava em outras
coisas. Ela era uma garota séria e serena, com longos cabelos castanhos ondulados que
caíam sobre seus olhos de uma maneira suave, a franja despenteada e uma
intensidade feroz era conduzida em seus grandes olhos escuros.
Ela era muito bonita, mas não parecia pensar duas vezes sobre isso. Ao
contrário de muitas de suas colegas, que pareciam desperdiçar suas horas acordadas
perdidas no feminismo. Angústia cósmica, obsessão com o peso, sutiãs maravilhosos, a
maquiagem e os tons que estavam em alta na estação e o mais importante, manter a
atenção dos meninos a todo custo. Wendy dava muito pouca atenção à sua aparência.
Seu corpo, usando uma roupa limpa e prática, era naturalmente magro, mas bem
tonificado e em forma, mas não porque ela era preocupada com a perfeição em
conformes com o padrão da TV, mas porque ela precisava dar uma caminhada toda
manhã, para ajudar a limpar sua mente e manter seu foco para o dia que viria. Seu
namorado, Jason Wise, muitas vezes brincava com ela sobre o fato dela levar as coisas
muito a sério. Bizarramente controladora, ele a chamava. Ela sabia que ele
provavelmente estava certo, mas ela realmente não via nada de errado em querer
tomar controle de sua vida. Muitas pessoas simplesmente vivem sem um sentido em
sua existência caótica, sem metas e sem planos, e de repente ficam tão chocadas
quando as coisas inevitáveis dão errado.
Além disso, Wendy sabia que, apesar de toda a provocação, Jason gostava
muito dela e da maneira certa. Na verdade, ele era um garotinho mal que realmente
precisava ser levado pela mão e ter alguém do lado para lhe dizer o que fazer. Viril e
bonito, com um rosto fácil e expressivo, Jason era um atleta popular e bem respeitado
que poderia ter pegado quem ele quisesse de McKinley, mas escolheu Wendy. Mesmo
sabendo que ela era virgem e pretendia continuar assim, ele tinha a cortejado durante
meses com um tipo de determinação assustadora até que ele finalmente conseguiu o
cargo. Ele dizia que a amava, e ela tinha certeza que também o amava muito, mas as
coisas estavam complicadas e ficando ainda mais a cada dia que se passava. Ela tinha
acabado de receber sua carta de aceitação da Yale. Jason tinha se esforçado e tinha
sido aceito para a Universidade de Nevada, Las Vegas, com uma bolsa de estudos
integral, por um histórico escolar de atleta. Tirando a distância física, as duas escolas
viviam e estavam em planetas diferentes. Wendy estava indo para uma faculdade
pesada, a concorrência era intensa e eventualmente, um grau de prestígio estava em
jogo. Jason estava indo para um lugar onde sobrava cerveja, pistolas de gelatina, e
vadias formadas em sexo oral. Wendy estava distante de acreditar que ele iria
permanecer fiel durante a longa separação, e ela sabia que ambos estariam ocupados
demais com suas aulas novas para se preocupar com o drama e as dificuldades de
manter um relacionamento à distância. A única maneira de manter o controle da
situação seria acabar com ela, mas sentada ali, ela apenas se aconchegou entre as
pernas longas e musculares de Jason em um banco de cimento no refeitório do colégio
McKinley. Wendy sentiu uma onda de calor, um amor melancólico por ele. Sentiu
quase uma nostalgia presciente, como se ela fosse visitar algum lugar de sua infância
que em breve iria fechar as suas portas para sempre. Ela só queria aproveitar o que
eles tinham enquanto durasse.
Encostada contra seu peito, ela espontaneamente decidiu que queria ir até o
fim. Ela sempre achou que seria melhor esperar, mas não tinha qualquer objetivo
específico em mente, como o casamento ou certa idade. Ela sempre tinha dito a si
mesma que só ela saberia quando estivesse pronta. Seria bom com ele e ela sabia
disso. Ela confiava nele, e confiança ela nunca tinha encontrado tão fácil. Levaria um
longo tempo para ela ser capaz de construir esse nível de confiança com alguém
novamente. Ela não queria ser uma virgem aos trinta. Além disso, seria quase um
crime deixar o corpo atlético dele ir embora. Enquanto muitas meninas perdiam a
virgindade num relacionamento que acreditavam que duraria para sempre, para
Wendy parecia ser a maneira perfeita de dizer adeus.
- No que você está pensando, Wednesday? - Jason perguntou.
Wendy inclinou a cabeça para trás e sorriu olhando para o rosto de Jason,
bonito e confuso.
- Sua mãe trabalha a noite hoje? - ela perguntou.
A mãe de Jason era solteira, uma enfermeira que muitas vezes trabalhava até
altas horas. Se ela trabalhasse a noite, Wendy e Jason poderiam ficar sozinhos até às
seis horas.
- Ela tem trabalhado a noite todos os dias dessa semana - respondeu Jason. –
Por quê?
Wendy se virou no banco até o encarar completamente, e olhou em seus olhos
confusos. Ela se inclinou e o beijou.
Ele respondeu imediatamente ao seu toque inesperado, puxando-a para perto
e beijando-a de volta com uma força urgente. Ela colocou a mão em seu peito quente
e o empurrou suavemente para trás.
- Depois do passeio esta noite, em Red River - ela disse, - Eu vou quebrar meu
toque de recolher, depois de sair do parque. Encontre-me na esquina e nós podemos ir
para sua casa.
- Wendy - disse Jason, com os olhos arregalados. - Você quer dizer...?
- Sim - disse ela sorrindo. - Você não se importa, não é?
- Se eu me importo? - Ele balançou a cabeça. - Você está brincando?
Seu rosto estava tão bonito e coberto de amor e desejo que ela se sentiu mal
por estar sendo tão casual sobre o fim de seu relacionamento.
Talvez ela estivesse errada. Talvez eles pudessem encontrar uma maneira de
fazer as coisas darem certo.
Ele a beijou novamente, desta vez mais profundamente, colocou as mãos nos
cabelos dela e estava quase pronto para começar ali mesmo.
- Hey, - ela disse suavemente, terminando o beijo de novo. - Calma tigrão.
Haverá tempo de sobra para isso e muito mais, hoje à noite.
Ele olhou ao redor, se abaixou e se ajustou com um olhar cômico de tormento.
- Nesse ritmo - disse ele - eu não sei se eu vou sobreviver tanto tempo.
-Tenha autocontrole Jason - Wendy respondeu com um sorriso. - É só ter
autocontrole.
Ele riu e em seguida seu rosto ficou subitamente sério.
- Eu te amo tanto Wendy - disse ele.
- Eu sei - disse Wendy. - Eu também te amo, Jay.
- Ouça - ele disse. - Talvez não seja tarde demais para eu ... – Ele fez uma pausa,
seus olhos buscaram algo -... Procurar algum lugar mais perto de Yale. Poderíamos
encontrar um lugar juntos, fora do campus ou algo do tipo.
Wendy colocou um dedo nos lábios dele.
- Não se preocupe com isso agora - disse ela.
Ele a beijou novamente.
- Cara! Universidade de Las Vegas! Cara!
Jason se separou de Wendy e ambos olharam para cima. O melhor amigo de
Jason, Kevin Fischer estava de pé em cima deles com a namorada Carrie Dreyer logo
atrás. Kevin usava uma camiseta de formatura com as mangas cortadas, revelando os
seus braços musculosos. Ele era tudo sobre atletas que Jason não era. Tudo que
Wendy não gostava: barulhento, arrogante, sempre fazendo piadas grosseiras e
comentários sujos. Jason dizia que ele não era assim o tempo todo, que ele era
realmente inteligente e atencioso se você o conhecesse, mas se isso fosse verdade, ele
escondia muito bem de Wendy. Ele parecia saber tudo na terra sobre filmes de ação
ruins, esportes e pornografia, e um pouco mais. Ele e Jason tinha sido melhores amigos
desde o ensino fundamental e tinham sua linguagem secreta e complexa formada de
referências de filmes de ação e rimas bizarras, piadas que não faziam sentido para
ninguém, a não ser eles. Wendy sempre odiava a maneira que Jason parecia regredir
ao nível de Kevin com barulhos estranhos, peidos e piadas sobre peitos sempre que se
juntavam. Kevin poderia ser um gênio em segredo, mas ela ainda não gostava de tê-lo
por perto.
Kevin ergueu uma mão e trocou um high five com Jason.
- Sim, cara - disse Jason. – Universidade de Las Vegas. Pode apostar.
- O que há com você, cara? - Kevin perguntou, franzindo a testa antes de Jason
pensar em responder. - Você não está puto comigo agora, não é?
Jason balançou a cabeça.
- De jeito nenhum cara.
- Escola de festas número um dos Estados Unidos - Kevin cantou. – Estou
falando de o dobro de tudo, ninjas voadores, Foxy Brown, festas poderosas, J-Dog!
Kevin fez uma série de movimentos cômicos de caratê faux, com alguns ruídos
e barulhos elevados que se comparavam a Bruce Lee ou uma galinha botando. Jason
lançou um olhar constrangido para Wendy.
- Tudo bem, K-dog -. Jason disse.
- Cara, eu mal posso esperar para chegar lá! - Kevin disse. - Eu queria ter me
inscrito para começar essa droga nas férias. Você já ouviu falar sobre essas festas
incríveis que eles dão naquelas baladas em iates no Lake Mead? Cara, imagine
‘Thunder in the Paradise’, mas tipo, com cerveja!
- Isso é o que você quer, Furacão - Jason disse calmamente, seu coração não
inteiramente na brincadeira. – Eu fico enjoado com o mar, mesmo sem a cerveja.
- Mas cara! – Kevin respondeu - será como pular tubarões com Carol Alt num
biquíni, multiplicado por nove milhões.
Carrie lançou um olhar dolorido pra Wendy enquanto seus namorados
continuavam trocando piadas infames. Carrie era uma ruiva fofa, mas Wendy sempre
achou que ela iria parecer muito mais fofa se não tentasse tão ser pop star e sexy o
tempo inteiro. Ela usava muita maquiagem, brilho labial um centímetro mais grosso
que o normal, e uma faísca roxa de sombra cobrindo seus grandes olhos azuis. Ela
estava vestida numa blusinha branca microscópica que não faziam nada pra esconder
seus peitos sem sutiã, e o cinto de seu shortinho rosa estava uns bons quinze
centímetros abaixo de seu umbigo com piercing.
Kevin eventualmente trotou no banco e puxou Carrie pra sentar-se em seu
joelho. Ela jogou um braço ao redor do pescoço dele.
- Então, nosso acordo ainda está de pé pra hoje a noite, não é? – Kevin
perguntou. – Você ainda vai pegar a gente?
Jason concordou.
- Sim, as seis no ponto - ele disse. – Nós vamos estar lá.
- Esse passeio vai ser foda - Kevin disse. – Nós vamos pegar o Red River Park
como Pelham Um Dois Três! Você e eu vamos andar no Devil’s Flight dez vezes em
seguida, J-Dog. Dez vezes.
- Até vomitarmos, cara! – Jason bateu na mão de Kevin novamente, mais
entusiasmado agora do que quando estavam falando de um tema sério como a
faculdade e sua eminente separação de Wendy.
Wendy rolou os olhos.
- Porque alguém iria fazer uma coisa que te faz vomitar? – ela perguntou.
Jason e Kevin trocaram um olhar manhoso e riram. Jason cutucou Wendy na
costela.
- Você vai.
Wendy se afastou dele.
- Eu não gosto de montanhas-russas - ela disse.
- Todo mundo diz isso antes de andar numa. - Kevin disse - Então eles querem ir
de novo e de novo. Assim como no meu pau.
Ele balançou Carrie pra cima e pra baixo em seu joelho como uma garotinha
num cavalo, e ela estapeou sua coxa, dando risadinhas.
- Bom, eu não gosto - Wendy repetiu, ignorando o comentário débil de Kevin.
- Ah, vamos lá Wendy - Jason disse. – Você precisa ir. Aí então eu posso
comprar a foto do seu rosto que eles tiram na última descida. Eu pagaria um bilhão de
dólares pra ver aquilo.
- Oh - Wendy disse. – Isso me lembra de algo. Eu tenho que de levar a câmera
então eu posso tirar algumas fotos a mais para o anuário.
- Achei que a data de entrega do anuário já tinha passado - Jason disse.
- Amu Hauer derrubou a bola novamente - Wendy respondeu. – Ela nunca
entregou as fotos do clube de teatro de “A Midsummer Night’s Dream”, então é claro,
eu tenho que rebolar o quadril e salvar o dia, como sempre. Se eles tivessem dado a
pra mim em primeiro lugar antes de confiar naquela cabeçuda maconheira não
haveriam problemas.
- Oh Wendy, - Jason resmungou - Você não pode deixar essa maldita câmera
em casa pelo menos essa vez? Toda vez que saímos, eu termino sentado metade do
tempo enquanto você tira fotos.
- Eu prometi ao Sr. Smith que faria. E eu não posso me esquivar agora. Eu não
serei melhor que a Amy. Por outro lado, você não gostaria de ter suas memórias do
colegial imortalizadas?
Jason balançou a cabeça e deu a ela um olhar forçado.
- Sim - ele disse. – Mas você fica tão ocupada em gravar as memórias alheias, e
pode acabar se esquecendo das suas.
- Nós vamos ter memórias de sobra - ela disse, dando a ele um sorrisinho
significante. – Eu prometo.
Ele ficou vermelho e sorriu.
Kevin ficou de pé repentinamente, arremessando Carrie pra frente com uma
força fácil, então a segurou enrolando as próprias pernas ao redor de seus finos
sapatos de salto alto. Ela deu risadinhas. Ela fazia aquilo muito.
- Tudo bem, passarinhos - ele disse. – Vamos decolar. Estamos atrasados em
matar a aula de Estudos Sociais do Sr. Lockler, mas vemos vocês as seis, okay?
- As seis - Jason disse. – Isso.
Eles tocaram os ossos dos dedos, e enquanto Kevin e Carrie se distanciavam, o
braço pesado de Kevin enrolou ao redor das costas de Carrie como uma Python
possessiva.
Jason virou de volta pra Wendy.
- Agora - ele disse, aproximando-se dela. - Onde estávamos?
- Atrasados pra aula - Wendy disse sorrindo e virando pra juntar seus livros.
- Oh, vamos lá Wednesday. Nada mais importa agora. Vamos matar, que nem
Kev e Carrie.
- Importa pra mim. E vamos ter tempo de sobra a noite inteira, não é?
- É - ele olhou pra baixo e pegou a mão dela. – Claro.
- Ei Wendy. Tira uma foto disso pro anuário.
Wendy virou. No banco traseiro do Expedition preto de Jason, Kevin estava
erguendo a camiseta de Carrie, expondo seu sutiã turquesa, simples e de lacinho. A
camiseta de Carrie era idêntica a que todos eles usavam; branca e barata, dizia “Eu
sobrevivi ao DEVIL’S FLIGHT! McKinley High School – Classe de 2005 – Noite de
Formatura.”
Wendy não podia fazer nada além de achar um pouquinho presunçoso usar
uma camiseta clamando ter sobrevivido a alguma coisa que eles ainda não tinham ido.
Mas a classe inteira tinha as camisetas, e ela não podia fazer nada além de sucumbir a
pressão geral de vestir, na certeza do fato de que ela mesma não tinha intenção de
subir naquela estúpida montanha-russa.
Carrie estava dando tapas na cabeça de Kevin e lutando pra se afastar.
- Kevin, pare! – Ela gritou. – Você é mais do que um cuzão.
Wendy rolou os olhos e distanciou-os da cena. Pelo menos Carrie estava
usando um sutiã essa noite.
- Bem maduro Kevin - Wendy disse.
Kevin recuou para o canto oposto do banco traseiro, desviando dos tapas de
Carrie, rindo e gritando.
- Aw, vamos lá! – Ele disse. – Você quer que as pessoas comprem o anuário,
não é? Você precisa colocar as coisas boas.
- Carrie? – Wendy perguntou. – Quando é seu aniversário?
- Dezoito de julho - Carrie disse. – Por quê?
- Porque - Wendy disse - a não ser que Kevin planeje pagar a fiança pra me tirar
da cadeia por tirar fotos sujas de uma menor de idade, acho melhor eu esperar até
dezoito de julho para fotografar seus peitos, se for tudo bem pra você.
- Ótimo, é uma data - Kevin disse. – Eu vou segurá-la em cima do bolo de
aniversário e vou te dar algo realmente interessante pra tirar fotos.
Jason riu.
- Cara, você é mais do que um pervertido - ele disse, mas ele não pareceu tão
louco. Ele sinalou para a esquerda e pegou a via rápida. Eles estavam no caminho para
o Red River Park. O sol gordo estava sangrando laranja em meio às nuvens do fim de
tarde.
- Vamos lá, J-Dog - Kevin disse. – Estou contando com você para a cena do
garganta profunda.
- Jesus - Wendy disse enjoada.
- Hey cara - Jason disse com os olhos arregalados, solenemente brincando. –
Estou aqui pra você. Tudo por um amigo.
Wendy atirou um olhar para Jason.
- Eu juro - ela disse - é só juntar vocês dois que vocês agem como idiotas. Eu me
arrepio só de pensar nas atrocidades contra a dignidade humana que vão acontecer
quando vocês dois pousarem na Universidade de Las Vegas, juntos por quatro anos.
- Nada de mal vai acontecer, bebê - Jason respondeu. – Nós só gostamos de nos
divertir, é tudo. Nós sabemos quando ser legais.
- Hey - Kevin disse - nós somos legais o tempo todo. Legais como o outro lado
do travesseiro.
- Exato - Jason disse. – Legais demais para a escola.
Eles trocaram um high five sobre os assentos.
- É disso que eu tenho medo. – Wendy disse.
Ela olhou pra Carrie, pronta para mudar o assunto. – Então - ela disse - falando
de escola, onde você vai fazer faculdade, Carrie?
- Eu - Carrie disse surpresa. – Eu... eu não vou.
- Sério? – Wendy ficou repentinamente envergonhada. Nunca ocorreu pra ela
que alguém que ela conhecesse não iria fazer faculdade. Carrie tinha ferrado com suas
notas? Ela era tão pobre assim? Wendy realmente não sabia muito sobre a garota.
Carrie ficava com Kevin há certo tempo, mas eles sempre iam pra essas horríveis festas
idiotas que Wendy recusava acompanhar Jason, então ela realmente nunca teve a
chance de conhecer a garota.
Kevin colocou um braço ao redor de Carrie.
- Carrie não precisa ir pra faculdade - ele disse. – Ela vai trabalhar no negócio da
família. Um dia ela será mais rica do que todos nós juntos.
- Oh sério? – Wendy disse, aliviada por ser capaz de escapar de seu estado de
vergonha. – O que seu pai faz?
- Ele instala piscinas de natação e spas - disse Carrie. – Não é grande coisa.
- Também é - Kevin disse. – Dreyer Pools tem colocado cada piscina e spa nessa
cidade. Eles tem um contrato com a Smithson Homes, e essas caras constroem cada
prédio no vale...
- Dreyer Pools instalam nossas piscinas - Wendy disse. – Wow, isso é legal.
- É - Carrie disse envergonhada. – Mas eu só vou ser a secretaria. Só encher
papéis e essas coisas...
- E um dia você vai decolar e ser a grande chefe - Kevin disse. Ele deu um
chacoalho nela. – Não fique se rebaixando tanto o tempo todo, docinho.
- Bom - ela disse - vocês vão pra faculdade.
- Sim, é - Kevin riu. – Eu e Jay, nós vamos pra Universidade de Las Vegas, tentar
conseguir um patrocínio da NFL, jogar um pouco de futebol semiprofissional se
tivermos sorte, vamos tentar não ser cortados da grande equipe e vamos acabar
vendendo seguros, pois nós desperdiçamos quatro anos festejando e sendo
reprovados em Negócios. Faculdade não é garantia Carrie, confie em mim. Você vai
fazer melhor do que nós dois.
Wendy olhou pra Kevin, surpresa. Ela nunca tinha o ouvido parecer tão cheio
de certezas, tão crescido. Talvez Jason estivesse certo sobre suas qualidades
escondidas. Ela nunca iria achar que ele tinha cérebro pra pensar sobre o dia de
amanhã, imagina então quatro anos.
Repentinamente, Kevin pulou pra frente em seu assento e apontou para a
janela da frente.
- Cara! Ali está, Red River. Eu posso até ver o Devil’s Flight daqui. Dez vezes, J-
Dog. - Ele socou Jason nas costas. – Dez vezes, nós dois. Até vomitarmos!
- Você sabe K-Dog - Jason disse. – Até vomitarmos.
Eles bateram as mãos novamente.
Wendy balançou a cabeça. Crescidos? O que ela estava pensando? Quem
poderia confundir esse Cro-Magnon com um pensador profundo? Deveria ser um erro.
Ela olhou pra frente.
Distante, no horizonte, Red River Park se ergueu na esquerda da rodovia.
Silhuetado no último brilho vermelho do por do sol, era tão vermelho quanto o nome.
Faróis num vermelho dolorido giravam nos suportes e telhados dos brinquedos e
pavilhões, cegando-a. Acima de todos, Devil’s Flight era o mais alto, a multi montanha-
russa cheia de loops era o passeio principal do parque. Parecia se contorcer como uma
cobra, prestes a dar o bote.
Wendy ficou arrepiada. Duas luzes vermelhas no topo pareciam olhos. E
pareciam estar olhando direto para ela.

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Final Destination 3: Uma novelização do filme de terror

  • 1.
  • 2. FINAL DESTINATION 3 Uma novelização por Christa Faust Baseado no filme. Escrito por Glen Morgan & James Wong Baseado nos personagens criados por Jeffrey Reddick Tradução por: Vinícius Camargo – www.restinpiecesbrasil.com
  • 3. Sorte pela terceira vez? A arrepiante série Final Destination continua com o incrível novo filme Final Destination 3. A jovem fotógrafa Wendy Christensen, tem uma visão horrível de um desastre num parque de diversões. Como resultado, ela escapa de um acidente antes do mesmo acontecer, matando seu namorado e sua melhor amiga. Mas o pesadelo está longe de acabar. Pra seu horror, ela descobre que as fotos que tirou na noite do acidente predizem as mortes dos outros que escaparam do desastre. Agora Morte quer recolher cada vítima na ordem em que deveriam ter morrido. Morte está de volta e é melhor você rezar pra não estar na lista dele...
  • 4. Obrigado a Chopper, VG, Charles, DJS e Blake.
  • 5. Um O amplo refeitório sombreado por árvores do McKinley High School estava movimentado com a empolgação dos alunos sobre o grande passeio de formatura para o Red River Adventure Park, mas a mente de Wendy Christensen estava em outras coisas. Ela era uma garota séria e serena, com longos cabelos castanhos ondulados que caíam sobre seus olhos de uma maneira suave, a franja despenteada e uma intensidade feroz era conduzida em seus grandes olhos escuros. Ela era muito bonita, mas não parecia pensar duas vezes sobre isso. Ao contrário de muitas de suas colegas, que pareciam desperdiçar suas horas acordadas perdidas no feminismo. Angústia cósmica, obsessão com o peso, sutiãs maravilhosos, a maquiagem e os tons que estavam em alta na estação e o mais importante, manter a atenção dos meninos a todo custo. Wendy dava muito pouca atenção à sua aparência. Seu corpo, usando uma roupa limpa e prática, era naturalmente magro, mas bem tonificado e em forma, mas não porque ela era preocupada com a perfeição em conformes com o padrão da TV, mas porque ela precisava dar uma caminhada toda manhã, para ajudar a limpar sua mente e manter seu foco para o dia que viria. Seu namorado, Jason Wise, muitas vezes brincava com ela sobre o fato dela levar as coisas muito a sério. Bizarramente controladora, ele a chamava. Ela sabia que ele provavelmente estava certo, mas ela realmente não via nada de errado em querer tomar controle de sua vida. Muitas pessoas simplesmente vivem sem um sentido em sua existência caótica, sem metas e sem planos, e de repente ficam tão chocadas quando as coisas inevitáveis dão errado. Além disso, Wendy sabia que, apesar de toda a provocação, Jason gostava muito dela e da maneira certa. Na verdade, ele era um garotinho mal que realmente precisava ser levado pela mão e ter alguém do lado para lhe dizer o que fazer. Viril e bonito, com um rosto fácil e expressivo, Jason era um atleta popular e bem respeitado que poderia ter pegado quem ele quisesse de McKinley, mas escolheu Wendy. Mesmo sabendo que ela era virgem e pretendia continuar assim, ele tinha a cortejado durante meses com um tipo de determinação assustadora até que ele finalmente conseguiu o cargo. Ele dizia que a amava, e ela tinha certeza que também o amava muito, mas as coisas estavam complicadas e ficando ainda mais a cada dia que se passava. Ela tinha acabado de receber sua carta de aceitação da Yale. Jason tinha se esforçado e tinha sido aceito para a Universidade de Nevada, Las Vegas, com uma bolsa de estudos integral, por um histórico escolar de atleta. Tirando a distância física, as duas escolas viviam e estavam em planetas diferentes. Wendy estava indo para uma faculdade pesada, a concorrência era intensa e eventualmente, um grau de prestígio estava em jogo. Jason estava indo para um lugar onde sobrava cerveja, pistolas de gelatina, e vadias formadas em sexo oral. Wendy estava distante de acreditar que ele iria permanecer fiel durante a longa separação, e ela sabia que ambos estariam ocupados demais com suas aulas novas para se preocupar com o drama e as dificuldades de manter um relacionamento à distância. A única maneira de manter o controle da situação seria acabar com ela, mas sentada ali, ela apenas se aconchegou entre as pernas longas e musculares de Jason em um banco de cimento no refeitório do colégio McKinley. Wendy sentiu uma onda de calor, um amor melancólico por ele. Sentiu quase uma nostalgia presciente, como se ela fosse visitar algum lugar de sua infância
  • 6. que em breve iria fechar as suas portas para sempre. Ela só queria aproveitar o que eles tinham enquanto durasse. Encostada contra seu peito, ela espontaneamente decidiu que queria ir até o fim. Ela sempre achou que seria melhor esperar, mas não tinha qualquer objetivo específico em mente, como o casamento ou certa idade. Ela sempre tinha dito a si mesma que só ela saberia quando estivesse pronta. Seria bom com ele e ela sabia disso. Ela confiava nele, e confiança ela nunca tinha encontrado tão fácil. Levaria um longo tempo para ela ser capaz de construir esse nível de confiança com alguém novamente. Ela não queria ser uma virgem aos trinta. Além disso, seria quase um crime deixar o corpo atlético dele ir embora. Enquanto muitas meninas perdiam a virgindade num relacionamento que acreditavam que duraria para sempre, para Wendy parecia ser a maneira perfeita de dizer adeus. - No que você está pensando, Wednesday? - Jason perguntou. Wendy inclinou a cabeça para trás e sorriu olhando para o rosto de Jason, bonito e confuso. - Sua mãe trabalha a noite hoje? - ela perguntou. A mãe de Jason era solteira, uma enfermeira que muitas vezes trabalhava até altas horas. Se ela trabalhasse a noite, Wendy e Jason poderiam ficar sozinhos até às seis horas. - Ela tem trabalhado a noite todos os dias dessa semana - respondeu Jason. – Por quê? Wendy se virou no banco até o encarar completamente, e olhou em seus olhos confusos. Ela se inclinou e o beijou. Ele respondeu imediatamente ao seu toque inesperado, puxando-a para perto e beijando-a de volta com uma força urgente. Ela colocou a mão em seu peito quente e o empurrou suavemente para trás. - Depois do passeio esta noite, em Red River - ela disse, - Eu vou quebrar meu toque de recolher, depois de sair do parque. Encontre-me na esquina e nós podemos ir para sua casa. - Wendy - disse Jason, com os olhos arregalados. - Você quer dizer...? - Sim - disse ela sorrindo. - Você não se importa, não é? - Se eu me importo? - Ele balançou a cabeça. - Você está brincando? Seu rosto estava tão bonito e coberto de amor e desejo que ela se sentiu mal por estar sendo tão casual sobre o fim de seu relacionamento. Talvez ela estivesse errada. Talvez eles pudessem encontrar uma maneira de fazer as coisas darem certo. Ele a beijou novamente, desta vez mais profundamente, colocou as mãos nos cabelos dela e estava quase pronto para começar ali mesmo. - Hey, - ela disse suavemente, terminando o beijo de novo. - Calma tigrão. Haverá tempo de sobra para isso e muito mais, hoje à noite. Ele olhou ao redor, se abaixou e se ajustou com um olhar cômico de tormento. - Nesse ritmo - disse ele - eu não sei se eu vou sobreviver tanto tempo. -Tenha autocontrole Jason - Wendy respondeu com um sorriso. - É só ter autocontrole. Ele riu e em seguida seu rosto ficou subitamente sério. - Eu te amo tanto Wendy - disse ele. - Eu sei - disse Wendy. - Eu também te amo, Jay.
  • 7. - Ouça - ele disse. - Talvez não seja tarde demais para eu ... – Ele fez uma pausa, seus olhos buscaram algo -... Procurar algum lugar mais perto de Yale. Poderíamos encontrar um lugar juntos, fora do campus ou algo do tipo. Wendy colocou um dedo nos lábios dele. - Não se preocupe com isso agora - disse ela. Ele a beijou novamente. - Cara! Universidade de Las Vegas! Cara! Jason se separou de Wendy e ambos olharam para cima. O melhor amigo de Jason, Kevin Fischer estava de pé em cima deles com a namorada Carrie Dreyer logo atrás. Kevin usava uma camiseta de formatura com as mangas cortadas, revelando os seus braços musculosos. Ele era tudo sobre atletas que Jason não era. Tudo que Wendy não gostava: barulhento, arrogante, sempre fazendo piadas grosseiras e comentários sujos. Jason dizia que ele não era assim o tempo todo, que ele era realmente inteligente e atencioso se você o conhecesse, mas se isso fosse verdade, ele escondia muito bem de Wendy. Ele parecia saber tudo na terra sobre filmes de ação ruins, esportes e pornografia, e um pouco mais. Ele e Jason tinha sido melhores amigos desde o ensino fundamental e tinham sua linguagem secreta e complexa formada de referências de filmes de ação e rimas bizarras, piadas que não faziam sentido para ninguém, a não ser eles. Wendy sempre odiava a maneira que Jason parecia regredir ao nível de Kevin com barulhos estranhos, peidos e piadas sobre peitos sempre que se juntavam. Kevin poderia ser um gênio em segredo, mas ela ainda não gostava de tê-lo por perto. Kevin ergueu uma mão e trocou um high five com Jason. - Sim, cara - disse Jason. – Universidade de Las Vegas. Pode apostar. - O que há com você, cara? - Kevin perguntou, franzindo a testa antes de Jason pensar em responder. - Você não está puto comigo agora, não é? Jason balançou a cabeça. - De jeito nenhum cara. - Escola de festas número um dos Estados Unidos - Kevin cantou. – Estou falando de o dobro de tudo, ninjas voadores, Foxy Brown, festas poderosas, J-Dog! Kevin fez uma série de movimentos cômicos de caratê faux, com alguns ruídos e barulhos elevados que se comparavam a Bruce Lee ou uma galinha botando. Jason lançou um olhar constrangido para Wendy. - Tudo bem, K-dog -. Jason disse. - Cara, eu mal posso esperar para chegar lá! - Kevin disse. - Eu queria ter me inscrito para começar essa droga nas férias. Você já ouviu falar sobre essas festas incríveis que eles dão naquelas baladas em iates no Lake Mead? Cara, imagine ‘Thunder in the Paradise’, mas tipo, com cerveja! - Isso é o que você quer, Furacão - Jason disse calmamente, seu coração não inteiramente na brincadeira. – Eu fico enjoado com o mar, mesmo sem a cerveja. - Mas cara! – Kevin respondeu - será como pular tubarões com Carol Alt num biquíni, multiplicado por nove milhões. Carrie lançou um olhar dolorido pra Wendy enquanto seus namorados continuavam trocando piadas infames. Carrie era uma ruiva fofa, mas Wendy sempre achou que ela iria parecer muito mais fofa se não tentasse tão ser pop star e sexy o tempo inteiro. Ela usava muita maquiagem, brilho labial um centímetro mais grosso que o normal, e uma faísca roxa de sombra cobrindo seus grandes olhos azuis. Ela
  • 8. estava vestida numa blusinha branca microscópica que não faziam nada pra esconder seus peitos sem sutiã, e o cinto de seu shortinho rosa estava uns bons quinze centímetros abaixo de seu umbigo com piercing. Kevin eventualmente trotou no banco e puxou Carrie pra sentar-se em seu joelho. Ela jogou um braço ao redor do pescoço dele. - Então, nosso acordo ainda está de pé pra hoje a noite, não é? – Kevin perguntou. – Você ainda vai pegar a gente? Jason concordou. - Sim, as seis no ponto - ele disse. – Nós vamos estar lá. - Esse passeio vai ser foda - Kevin disse. – Nós vamos pegar o Red River Park como Pelham Um Dois Três! Você e eu vamos andar no Devil’s Flight dez vezes em seguida, J-Dog. Dez vezes. - Até vomitarmos, cara! – Jason bateu na mão de Kevin novamente, mais entusiasmado agora do que quando estavam falando de um tema sério como a faculdade e sua eminente separação de Wendy. Wendy rolou os olhos. - Porque alguém iria fazer uma coisa que te faz vomitar? – ela perguntou. Jason e Kevin trocaram um olhar manhoso e riram. Jason cutucou Wendy na costela. - Você vai. Wendy se afastou dele. - Eu não gosto de montanhas-russas - ela disse. - Todo mundo diz isso antes de andar numa. - Kevin disse - Então eles querem ir de novo e de novo. Assim como no meu pau. Ele balançou Carrie pra cima e pra baixo em seu joelho como uma garotinha num cavalo, e ela estapeou sua coxa, dando risadinhas. - Bom, eu não gosto - Wendy repetiu, ignorando o comentário débil de Kevin. - Ah, vamos lá Wendy - Jason disse. – Você precisa ir. Aí então eu posso comprar a foto do seu rosto que eles tiram na última descida. Eu pagaria um bilhão de dólares pra ver aquilo. - Oh - Wendy disse. – Isso me lembra de algo. Eu tenho que de levar a câmera então eu posso tirar algumas fotos a mais para o anuário. - Achei que a data de entrega do anuário já tinha passado - Jason disse. - Amu Hauer derrubou a bola novamente - Wendy respondeu. – Ela nunca entregou as fotos do clube de teatro de “A Midsummer Night’s Dream”, então é claro, eu tenho que rebolar o quadril e salvar o dia, como sempre. Se eles tivessem dado a pra mim em primeiro lugar antes de confiar naquela cabeçuda maconheira não haveriam problemas. - Oh Wendy, - Jason resmungou - Você não pode deixar essa maldita câmera em casa pelo menos essa vez? Toda vez que saímos, eu termino sentado metade do tempo enquanto você tira fotos. - Eu prometi ao Sr. Smith que faria. E eu não posso me esquivar agora. Eu não serei melhor que a Amy. Por outro lado, você não gostaria de ter suas memórias do colegial imortalizadas? Jason balançou a cabeça e deu a ela um olhar forçado. - Sim - ele disse. – Mas você fica tão ocupada em gravar as memórias alheias, e pode acabar se esquecendo das suas.
  • 9. - Nós vamos ter memórias de sobra - ela disse, dando a ele um sorrisinho significante. – Eu prometo. Ele ficou vermelho e sorriu. Kevin ficou de pé repentinamente, arremessando Carrie pra frente com uma força fácil, então a segurou enrolando as próprias pernas ao redor de seus finos sapatos de salto alto. Ela deu risadinhas. Ela fazia aquilo muito. - Tudo bem, passarinhos - ele disse. – Vamos decolar. Estamos atrasados em matar a aula de Estudos Sociais do Sr. Lockler, mas vemos vocês as seis, okay? - As seis - Jason disse. – Isso. Eles tocaram os ossos dos dedos, e enquanto Kevin e Carrie se distanciavam, o braço pesado de Kevin enrolou ao redor das costas de Carrie como uma Python possessiva. Jason virou de volta pra Wendy. - Agora - ele disse, aproximando-se dela. - Onde estávamos? - Atrasados pra aula - Wendy disse sorrindo e virando pra juntar seus livros. - Oh, vamos lá Wednesday. Nada mais importa agora. Vamos matar, que nem Kev e Carrie. - Importa pra mim. E vamos ter tempo de sobra a noite inteira, não é? - É - ele olhou pra baixo e pegou a mão dela. – Claro. - Ei Wendy. Tira uma foto disso pro anuário. Wendy virou. No banco traseiro do Expedition preto de Jason, Kevin estava erguendo a camiseta de Carrie, expondo seu sutiã turquesa, simples e de lacinho. A camiseta de Carrie era idêntica a que todos eles usavam; branca e barata, dizia “Eu sobrevivi ao DEVIL’S FLIGHT! McKinley High School – Classe de 2005 – Noite de Formatura.” Wendy não podia fazer nada além de achar um pouquinho presunçoso usar uma camiseta clamando ter sobrevivido a alguma coisa que eles ainda não tinham ido. Mas a classe inteira tinha as camisetas, e ela não podia fazer nada além de sucumbir a pressão geral de vestir, na certeza do fato de que ela mesma não tinha intenção de subir naquela estúpida montanha-russa. Carrie estava dando tapas na cabeça de Kevin e lutando pra se afastar. - Kevin, pare! – Ela gritou. – Você é mais do que um cuzão. Wendy rolou os olhos e distanciou-os da cena. Pelo menos Carrie estava usando um sutiã essa noite. - Bem maduro Kevin - Wendy disse. Kevin recuou para o canto oposto do banco traseiro, desviando dos tapas de Carrie, rindo e gritando. - Aw, vamos lá! – Ele disse. – Você quer que as pessoas comprem o anuário, não é? Você precisa colocar as coisas boas. - Carrie? – Wendy perguntou. – Quando é seu aniversário? - Dezoito de julho - Carrie disse. – Por quê? - Porque - Wendy disse - a não ser que Kevin planeje pagar a fiança pra me tirar da cadeia por tirar fotos sujas de uma menor de idade, acho melhor eu esperar até dezoito de julho para fotografar seus peitos, se for tudo bem pra você. - Ótimo, é uma data - Kevin disse. – Eu vou segurá-la em cima do bolo de aniversário e vou te dar algo realmente interessante pra tirar fotos.
  • 10. Jason riu. - Cara, você é mais do que um pervertido - ele disse, mas ele não pareceu tão louco. Ele sinalou para a esquerda e pegou a via rápida. Eles estavam no caminho para o Red River Park. O sol gordo estava sangrando laranja em meio às nuvens do fim de tarde. - Vamos lá, J-Dog - Kevin disse. – Estou contando com você para a cena do garganta profunda. - Jesus - Wendy disse enjoada. - Hey cara - Jason disse com os olhos arregalados, solenemente brincando. – Estou aqui pra você. Tudo por um amigo. Wendy atirou um olhar para Jason. - Eu juro - ela disse - é só juntar vocês dois que vocês agem como idiotas. Eu me arrepio só de pensar nas atrocidades contra a dignidade humana que vão acontecer quando vocês dois pousarem na Universidade de Las Vegas, juntos por quatro anos. - Nada de mal vai acontecer, bebê - Jason respondeu. – Nós só gostamos de nos divertir, é tudo. Nós sabemos quando ser legais. - Hey - Kevin disse - nós somos legais o tempo todo. Legais como o outro lado do travesseiro. - Exato - Jason disse. – Legais demais para a escola. Eles trocaram um high five sobre os assentos. - É disso que eu tenho medo. – Wendy disse. Ela olhou pra Carrie, pronta para mudar o assunto. – Então - ela disse - falando de escola, onde você vai fazer faculdade, Carrie? - Eu - Carrie disse surpresa. – Eu... eu não vou. - Sério? – Wendy ficou repentinamente envergonhada. Nunca ocorreu pra ela que alguém que ela conhecesse não iria fazer faculdade. Carrie tinha ferrado com suas notas? Ela era tão pobre assim? Wendy realmente não sabia muito sobre a garota. Carrie ficava com Kevin há certo tempo, mas eles sempre iam pra essas horríveis festas idiotas que Wendy recusava acompanhar Jason, então ela realmente nunca teve a chance de conhecer a garota. Kevin colocou um braço ao redor de Carrie. - Carrie não precisa ir pra faculdade - ele disse. – Ela vai trabalhar no negócio da família. Um dia ela será mais rica do que todos nós juntos. - Oh sério? – Wendy disse, aliviada por ser capaz de escapar de seu estado de vergonha. – O que seu pai faz? - Ele instala piscinas de natação e spas - disse Carrie. – Não é grande coisa. - Também é - Kevin disse. – Dreyer Pools tem colocado cada piscina e spa nessa cidade. Eles tem um contrato com a Smithson Homes, e essas caras constroem cada prédio no vale... - Dreyer Pools instalam nossas piscinas - Wendy disse. – Wow, isso é legal. - É - Carrie disse envergonhada. – Mas eu só vou ser a secretaria. Só encher papéis e essas coisas... - E um dia você vai decolar e ser a grande chefe - Kevin disse. Ele deu um chacoalho nela. – Não fique se rebaixando tanto o tempo todo, docinho. - Bom - ela disse - vocês vão pra faculdade. - Sim, é - Kevin riu. – Eu e Jay, nós vamos pra Universidade de Las Vegas, tentar conseguir um patrocínio da NFL, jogar um pouco de futebol semiprofissional se
  • 11. tivermos sorte, vamos tentar não ser cortados da grande equipe e vamos acabar vendendo seguros, pois nós desperdiçamos quatro anos festejando e sendo reprovados em Negócios. Faculdade não é garantia Carrie, confie em mim. Você vai fazer melhor do que nós dois. Wendy olhou pra Kevin, surpresa. Ela nunca tinha o ouvido parecer tão cheio de certezas, tão crescido. Talvez Jason estivesse certo sobre suas qualidades escondidas. Ela nunca iria achar que ele tinha cérebro pra pensar sobre o dia de amanhã, imagina então quatro anos. Repentinamente, Kevin pulou pra frente em seu assento e apontou para a janela da frente. - Cara! Ali está, Red River. Eu posso até ver o Devil’s Flight daqui. Dez vezes, J- Dog. - Ele socou Jason nas costas. – Dez vezes, nós dois. Até vomitarmos! - Você sabe K-Dog - Jason disse. – Até vomitarmos. Eles bateram as mãos novamente. Wendy balançou a cabeça. Crescidos? O que ela estava pensando? Quem poderia confundir esse Cro-Magnon com um pensador profundo? Deveria ser um erro. Ela olhou pra frente. Distante, no horizonte, Red River Park se ergueu na esquerda da rodovia. Silhuetado no último brilho vermelho do por do sol, era tão vermelho quanto o nome. Faróis num vermelho dolorido giravam nos suportes e telhados dos brinquedos e pavilhões, cegando-a. Acima de todos, Devil’s Flight era o mais alto, a multi montanha- russa cheia de loops era o passeio principal do parque. Parecia se contorcer como uma cobra, prestes a dar o bote. Wendy ficou arrepiada. Duas luzes vermelhas no topo pareciam olhos. E pareciam estar olhando direto para ela.