O artigo discute cidades e povoados indígenas nos séculos XVI-XVII na América hispânica. Apesar da diversidade geográfica e cultural, os assentamentos indígenas serviam de base para a colonização espanhola. Heranças pré-hispânicas influenciaram o urbanismo, arquitetura, sociedade e cultura desses povoados. Documentos coloniais mostram a grande dispersão populacional, contrastando com a distinção ocidental entre urbano e rural.
1. O documento descreve as principais culturas indígenas pré-colombianas da América, sua localização e características. Aborda os povos do norte, como os esquimós no Canadá, e do sul, como os incas no Peru.
2. Destaca as avançadas civilizações asteca no México e maia na América Central, com ênfase na agricultura, governo, religião e cultura desses povos.
3. Fornece detalhes sobre a distribuição e modo de vida de diversos povos indígen
Some Globo coverage in 1990 from the trial of the Alves family members and associates charged with the assassination of Chico Mendes in December 1988, including an interview with Andrew Revkin, who'd just published The Burning Season, a book chronicling Mendes's life, death and legacy. More: http://bit.ly/revkinmendes
A implosão da_mentira_do_século_siegfried_ellwanger_castanELIAS OMEGA
- O documento apresenta trechos de um livro que questiona a narrativa oficial sobre o Holocausto.
- O autor afirma que a matemática desmente os números apresentados sobre a população judaica antes, durante e após a Segunda Guerra Mundial.
- Ele argumenta que a narrativa do "genocídio de 6 milhões de judeus" não se sustenta quando se analisam os dados populacionais.
O documento apresenta um resumo de um seminário realizado no Rio de Janeiro entre 23 e 26 de outubro de 2000 sobre a capital e a população escrava da cidade no século XIX. Apresenta também reflexões sobre o cotidiano dos escravos na cidade e as estratégias de poder e resistência desenvolvidas no contexto do sistema escravista tradicional.
O artigo analisa os processos de expulsão de imigrantes do Rio de Janeiro durante a Primeira República para estudar as formas de imposição da disciplina no espaço urbano. O autor apresenta o caso de um imigrante português expulso por ser considerado mendigo incorrigível, demonstrando como a prática de expulsão representou uma face da exclusão implantada pelo regime republicano, atingindo os estrangeiros pobres. A expulsão é vista como instrumento de controle social e disciplinamento da população imigrante na cidade.
O documento descreve o período literário do Quinhentismo no Brasil entre 1500-1600. Neste período, as obras eram escritas principalmente por viajantes e cronistas e tinham o objetivo de informar sobre a nova terra recém-descoberta.
O documento discute a censura sofrida pelo autor Aldo O. Mónaco quando tentou apresentar seu trabalho "A Festa da Vitória" em uma faculdade. O diretor da faculdade, professor Aurélio, apoia o autor e o convida a prefaciar a segunda edição do trabalho. O documento também reflete sobre os 50 anos desde o fim da Segunda Guerra Mundial e questiona se o conflito realmente trouxe paz e benefícios para a humanidade.
I - A invenção do arco e flecha e da locomotiva marcaram mudanças na organização social e na visão de espaço e tempo respectivamente. II - A televisão não provocou mudanças significativas na forma de conceber o mundo.
1. O documento descreve as principais culturas indígenas pré-colombianas da América, sua localização e características. Aborda os povos do norte, como os esquimós no Canadá, e do sul, como os incas no Peru.
2. Destaca as avançadas civilizações asteca no México e maia na América Central, com ênfase na agricultura, governo, religião e cultura desses povos.
3. Fornece detalhes sobre a distribuição e modo de vida de diversos povos indígen
Some Globo coverage in 1990 from the trial of the Alves family members and associates charged with the assassination of Chico Mendes in December 1988, including an interview with Andrew Revkin, who'd just published The Burning Season, a book chronicling Mendes's life, death and legacy. More: http://bit.ly/revkinmendes
A implosão da_mentira_do_século_siegfried_ellwanger_castanELIAS OMEGA
- O documento apresenta trechos de um livro que questiona a narrativa oficial sobre o Holocausto.
- O autor afirma que a matemática desmente os números apresentados sobre a população judaica antes, durante e após a Segunda Guerra Mundial.
- Ele argumenta que a narrativa do "genocídio de 6 milhões de judeus" não se sustenta quando se analisam os dados populacionais.
O documento apresenta um resumo de um seminário realizado no Rio de Janeiro entre 23 e 26 de outubro de 2000 sobre a capital e a população escrava da cidade no século XIX. Apresenta também reflexões sobre o cotidiano dos escravos na cidade e as estratégias de poder e resistência desenvolvidas no contexto do sistema escravista tradicional.
O artigo analisa os processos de expulsão de imigrantes do Rio de Janeiro durante a Primeira República para estudar as formas de imposição da disciplina no espaço urbano. O autor apresenta o caso de um imigrante português expulso por ser considerado mendigo incorrigível, demonstrando como a prática de expulsão representou uma face da exclusão implantada pelo regime republicano, atingindo os estrangeiros pobres. A expulsão é vista como instrumento de controle social e disciplinamento da população imigrante na cidade.
O documento descreve o período literário do Quinhentismo no Brasil entre 1500-1600. Neste período, as obras eram escritas principalmente por viajantes e cronistas e tinham o objetivo de informar sobre a nova terra recém-descoberta.
O documento discute a censura sofrida pelo autor Aldo O. Mónaco quando tentou apresentar seu trabalho "A Festa da Vitória" em uma faculdade. O diretor da faculdade, professor Aurélio, apoia o autor e o convida a prefaciar a segunda edição do trabalho. O documento também reflete sobre os 50 anos desde o fim da Segunda Guerra Mundial e questiona se o conflito realmente trouxe paz e benefícios para a humanidade.
I - A invenção do arco e flecha e da locomotiva marcaram mudanças na organização social e na visão de espaço e tempo respectivamente. II - A televisão não provocou mudanças significativas na forma de conceber o mundo.
Ana Maria Meira O passado no futuro da cidadeMyllena Azevedo
Este resumo em 3 frases:
1) O documento analisa as políticas públicas e participação cidadã na preservação do patrimônio cultural de Porto Alegre entre 1970-1990.
2) A publicação apresenta conceitos sobre preservação e patrimônio, além de traçar a trajetória histórica da preservação no Brasil e internacionalmente.
3) O estudo teve origem em uma dissertação de mestrado e objetiva avaliar as ações de preservação do patrimônio cultural realizadas no perí
O documento discute a emancipação dos escravos no Brasil. Em 3 frases:
1) Celebra a abolição da escravidão, mas critica a falta de proteção aos ex-escravos e o não cumprimento das promessas de educação.
2) Relata casos de avaliações fraudulentas de escravos para obter mais dinheiro e denuncia a indiferença do governo a tais abusos.
3) Defende que a emancipação deveria ter vindo com medidas para a inclusão social dos ex-escravos e sua preparação para
Apresentamos nesta mostra um conjunto de edições publicadas nos anos 1960 do século XX. Época de mudanças políticas, sociais e culturais, muitas das questões que ainda hoje se discutem no Brasil eram ali analisadas por intelectuais, técnicos e políticos.
Selecionamos publicações de editoras conhecidas como a Civilização Brasileira, cujo editor era Ênio Silveira e que atualmente pertence ao grupo Record, da editora José Olympio, e de outras que tiveram existência mais curta como Vitória e Fulgor. Uma edição do Ipes (Instituto de estudos e pesquisa sociais) faz o contraponto do pensamento mais conservador.
A editoração destes livros caracterizava-se pelo design agradável e prático dos pequenos formatos e pelo cuidado em tornar acessíveis temas políticos, sociais e econômicos, a fim de atingir um público mais amplo.
A Coleção Eichenberg, distingue-se, entre outros aspectos, pela diversidade de assuntos que abrange. Aqui vemos um recorte do que existe no acervo da Biblioteca Central na área que livremente chamamos de “temas brasileiros”.
1) As aulas de acompanhamento educativo (anteriormente designadas aulas de substituição) trouxeram novos desafios às escolas e professores.
2) Os professores observaram que a situação de trabalho na sala de aula é preferida para estas aulas, em que o professor não é da disciplina.
3) Os responsáveis por manuais escolares disponibilizaram fichas de trabalho para oito disciplinas para apoiar os professores nestas aulas.
O documento discute três pontos principais sobre história: 1) História é o estudo do passado para entender o presente, considerando o contexto social e como as sociedades se formaram; 2) Há diferentes abordagens para se estudar história e várias ciências auxiliares que ajudam nesse estudo; 3) A história é dividida em períodos para facilitar o entendimento cronológico dos acontecimentos.
O documento descreve a literatura produzida no Brasil colonial entre 1500-1600, dividida em duas partes: a primeira sobre relatos de viajantes como Pero Vaz de Caminha que descreviam a terra e os povos nativos para o rei; a segunda sobre obras de catequese dos jesuítas como Padre Anchieta para converter os índios.
Trabalho de literatura brasileira sobre a obra O Cortiço de Aluizio de Azevedo desenvolvido pelos alunos Gabriel, Matheus e Victor Afonso do 2º Az do Colégio Atenas.
1) Luiz Gama foi o primeiro grande abolicionista do Brasil e precursor do movimento abolicionista, morrendo em 1882 em São Paulo em meio a uma apoteose pública.
2) Sua vida começou de forma difícil, sendo vendido como escravo pelo próprio pai, mas ele ascendeu através de um esforço heróico para se tornar uma figura admirada e temida na capital paulista.
3) Apesar de ser frequentemente citado, poucos estudos sérios foram feitos sobre sua vida, com muitas inexactidões
1. O prefácio descreve o contexto no fim do século XIX e início do século XX, quando questões como a guerra, a paz e o militarismo provocaram muitos debates.
2. Apesar de alguns acreditarem que a era das grandes guerras havia acabado, na verdade a corrida armamentista entre as potências só aumentava, indicando tensões crescentes.
3. O livro "A Grande Ilusão" de Norman Angell, publicado nesse período, argumentava que a guerra entre nações desenvolvidas era economicamente inv
Caderno do Aluno História 2 ano vol 2 2014-2017Diogo Santos
Este documento apresenta informações sobre o material de apoio ao currículo de história do Ensino Médio do Estado de São Paulo. Contém o cumprimento de autoridades, descrição do conteúdo do caderno do aluno e orientações sobre como usar o material de forma a promover bons estudos.
Este documento discute a história da imigração espanhola no Brasil no século XIX e início do século XX. Apresenta os motivos que levaram os espanhóis a emigrarem para o Brasil, como crises econômicas e superpopulação, e destaca que inicialmente se instalaram principalmente no campo no sudeste do país. Também aborda as políticas de imigração implementadas pela Espanha e Brasil no período.
O documento discute o significado de revolução e como as revoluções modernas diferem das mudanças políticas da Antiguidade. Apesar de Aristóteles ter reconhecido a influência dos interesses econômicos nas lutas políticas, as revoltas antigas não interrompiam o curso da história. A sociedade americana pré-revolucionária, ao abolir a miséria, permitiu que a questão social desempenhasse um papel verdadeiramente revolucionário.
Este documento aborda diversos temas históricos em curtas notícias e artigos. Inclui reportagens sobre festas dos mortos no México, a independência do Brasil e a Revolução Francesa, além de entrevistas sobre história e modernismo brasileiro.
O documento discute o Realismo e o Naturalismo em Portugal e no Brasil. Apresenta o contexto histórico do surgimento desses movimentos na segunda metade do século XIX, destacando a Questão Coimbrã como marco inicial do Realismo em Portugal. Também aborda as principais características e obras de autores representativos como Eça de Queirós e Machado de Assis.
Este documento descreve o quadro sociocultural e histórico-literário de Portugal no século XVI. Discute como os Descobrimentos trouxeram uma era de ouro e orgulho nacional, transformando Lisboa em uma grande cidade renascentista. No entanto, Portugal ficou para trás em termos de desenvolvimento científico e industrial em comparação com outros países europeus, permanecendo como um mero entreposto comercial. O documento também enfatiza a importância do conhecimento experimental trazido pelos navegadores para derrubar mitos do pass
3 frases ou menos que fornecem as informações essenciais do documento:
O documento apresenta exercícios de caligrafia para crianças do ensino fundamental, com instruções para preencher traçados e desenhar animais. As atividades abordam letras, números e natureza.
Lemad dh usp_brasil uma historia dinamica_ilmar rohloff de mattos et alli_197...wsshist
Este documento discute a importância da história e como ela pode ser estudada. Aprendemos que a história se interessa por todas as atividades humanas e que objetos, vestígios e cultura podem ser usados para entender o passado antes da escrita. A escrita é vista como um importante arquivo do homem e fonte histórica.
Este documento é um boletim escolar de um aluno do 4o ano da Escola Municipal Guarujá. Contém informações sobre as notas do aluno nas diferentes áreas do conhecimento como Língua Portuguesa, Artes, Inglês, Matemática, Ciências, História, Geografia e Relações Humanas. Também inclui atividades e exercícios propostos para cada matéria.
Apresentação do ciclo de charla & caipirinha raízes afro 16 03_2012casadobrasil
Apresentação do Ciclo de Charla & Caipirinha Raízes Afro - 2012. Temática: "Desdobramentos da escravidão: resistência cultural e marginalização social”. Ministrante: Prof. Fábio Oliveira.
Ana Maria Meira O passado no futuro da cidadeMyllena Azevedo
Este resumo em 3 frases:
1) O documento analisa as políticas públicas e participação cidadã na preservação do patrimônio cultural de Porto Alegre entre 1970-1990.
2) A publicação apresenta conceitos sobre preservação e patrimônio, além de traçar a trajetória histórica da preservação no Brasil e internacionalmente.
3) O estudo teve origem em uma dissertação de mestrado e objetiva avaliar as ações de preservação do patrimônio cultural realizadas no perí
O documento discute a emancipação dos escravos no Brasil. Em 3 frases:
1) Celebra a abolição da escravidão, mas critica a falta de proteção aos ex-escravos e o não cumprimento das promessas de educação.
2) Relata casos de avaliações fraudulentas de escravos para obter mais dinheiro e denuncia a indiferença do governo a tais abusos.
3) Defende que a emancipação deveria ter vindo com medidas para a inclusão social dos ex-escravos e sua preparação para
Apresentamos nesta mostra um conjunto de edições publicadas nos anos 1960 do século XX. Época de mudanças políticas, sociais e culturais, muitas das questões que ainda hoje se discutem no Brasil eram ali analisadas por intelectuais, técnicos e políticos.
Selecionamos publicações de editoras conhecidas como a Civilização Brasileira, cujo editor era Ênio Silveira e que atualmente pertence ao grupo Record, da editora José Olympio, e de outras que tiveram existência mais curta como Vitória e Fulgor. Uma edição do Ipes (Instituto de estudos e pesquisa sociais) faz o contraponto do pensamento mais conservador.
A editoração destes livros caracterizava-se pelo design agradável e prático dos pequenos formatos e pelo cuidado em tornar acessíveis temas políticos, sociais e econômicos, a fim de atingir um público mais amplo.
A Coleção Eichenberg, distingue-se, entre outros aspectos, pela diversidade de assuntos que abrange. Aqui vemos um recorte do que existe no acervo da Biblioteca Central na área que livremente chamamos de “temas brasileiros”.
1) As aulas de acompanhamento educativo (anteriormente designadas aulas de substituição) trouxeram novos desafios às escolas e professores.
2) Os professores observaram que a situação de trabalho na sala de aula é preferida para estas aulas, em que o professor não é da disciplina.
3) Os responsáveis por manuais escolares disponibilizaram fichas de trabalho para oito disciplinas para apoiar os professores nestas aulas.
O documento discute três pontos principais sobre história: 1) História é o estudo do passado para entender o presente, considerando o contexto social e como as sociedades se formaram; 2) Há diferentes abordagens para se estudar história e várias ciências auxiliares que ajudam nesse estudo; 3) A história é dividida em períodos para facilitar o entendimento cronológico dos acontecimentos.
O documento descreve a literatura produzida no Brasil colonial entre 1500-1600, dividida em duas partes: a primeira sobre relatos de viajantes como Pero Vaz de Caminha que descreviam a terra e os povos nativos para o rei; a segunda sobre obras de catequese dos jesuítas como Padre Anchieta para converter os índios.
Trabalho de literatura brasileira sobre a obra O Cortiço de Aluizio de Azevedo desenvolvido pelos alunos Gabriel, Matheus e Victor Afonso do 2º Az do Colégio Atenas.
1) Luiz Gama foi o primeiro grande abolicionista do Brasil e precursor do movimento abolicionista, morrendo em 1882 em São Paulo em meio a uma apoteose pública.
2) Sua vida começou de forma difícil, sendo vendido como escravo pelo próprio pai, mas ele ascendeu através de um esforço heróico para se tornar uma figura admirada e temida na capital paulista.
3) Apesar de ser frequentemente citado, poucos estudos sérios foram feitos sobre sua vida, com muitas inexactidões
1. O prefácio descreve o contexto no fim do século XIX e início do século XX, quando questões como a guerra, a paz e o militarismo provocaram muitos debates.
2. Apesar de alguns acreditarem que a era das grandes guerras havia acabado, na verdade a corrida armamentista entre as potências só aumentava, indicando tensões crescentes.
3. O livro "A Grande Ilusão" de Norman Angell, publicado nesse período, argumentava que a guerra entre nações desenvolvidas era economicamente inv
Caderno do Aluno História 2 ano vol 2 2014-2017Diogo Santos
Este documento apresenta informações sobre o material de apoio ao currículo de história do Ensino Médio do Estado de São Paulo. Contém o cumprimento de autoridades, descrição do conteúdo do caderno do aluno e orientações sobre como usar o material de forma a promover bons estudos.
Este documento discute a história da imigração espanhola no Brasil no século XIX e início do século XX. Apresenta os motivos que levaram os espanhóis a emigrarem para o Brasil, como crises econômicas e superpopulação, e destaca que inicialmente se instalaram principalmente no campo no sudeste do país. Também aborda as políticas de imigração implementadas pela Espanha e Brasil no período.
O documento discute o significado de revolução e como as revoluções modernas diferem das mudanças políticas da Antiguidade. Apesar de Aristóteles ter reconhecido a influência dos interesses econômicos nas lutas políticas, as revoltas antigas não interrompiam o curso da história. A sociedade americana pré-revolucionária, ao abolir a miséria, permitiu que a questão social desempenhasse um papel verdadeiramente revolucionário.
Este documento aborda diversos temas históricos em curtas notícias e artigos. Inclui reportagens sobre festas dos mortos no México, a independência do Brasil e a Revolução Francesa, além de entrevistas sobre história e modernismo brasileiro.
O documento discute o Realismo e o Naturalismo em Portugal e no Brasil. Apresenta o contexto histórico do surgimento desses movimentos na segunda metade do século XIX, destacando a Questão Coimbrã como marco inicial do Realismo em Portugal. Também aborda as principais características e obras de autores representativos como Eça de Queirós e Machado de Assis.
Este documento descreve o quadro sociocultural e histórico-literário de Portugal no século XVI. Discute como os Descobrimentos trouxeram uma era de ouro e orgulho nacional, transformando Lisboa em uma grande cidade renascentista. No entanto, Portugal ficou para trás em termos de desenvolvimento científico e industrial em comparação com outros países europeus, permanecendo como um mero entreposto comercial. O documento também enfatiza a importância do conhecimento experimental trazido pelos navegadores para derrubar mitos do pass
3 frases ou menos que fornecem as informações essenciais do documento:
O documento apresenta exercícios de caligrafia para crianças do ensino fundamental, com instruções para preencher traçados e desenhar animais. As atividades abordam letras, números e natureza.
Lemad dh usp_brasil uma historia dinamica_ilmar rohloff de mattos et alli_197...wsshist
Este documento discute a importância da história e como ela pode ser estudada. Aprendemos que a história se interessa por todas as atividades humanas e que objetos, vestígios e cultura podem ser usados para entender o passado antes da escrita. A escrita é vista como um importante arquivo do homem e fonte histórica.
Este documento é um boletim escolar de um aluno do 4o ano da Escola Municipal Guarujá. Contém informações sobre as notas do aluno nas diferentes áreas do conhecimento como Língua Portuguesa, Artes, Inglês, Matemática, Ciências, História, Geografia e Relações Humanas. Também inclui atividades e exercícios propostos para cada matéria.
Apresentação do ciclo de charla & caipirinha raízes afro 16 03_2012casadobrasil
Apresentação do Ciclo de Charla & Caipirinha Raízes Afro - 2012. Temática: "Desdobramentos da escravidão: resistência cultural e marginalização social”. Ministrante: Prof. Fábio Oliveira.
Semelhante a CALVO_Thomas._Cidades_e_povoados_de_ndios_XVI-XVIII.pdf (20)
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, Lições Bíblicas, 2º Trimestre de 2024, adultos, Tema, A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA, O CAMINHO DA SALVAÇÃO, SANTIDADE E PERSEVERANÇA PARA CHEGAR AO CÉU, Coment Osiel Gomes, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, de Almeida Silva, tel-What, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique, https://ebdnatv.blogspot.com/
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - AlfabetinhoMateusTavares54
Quer aprender inglês e espanhol de um jeito divertido? Aqui você encontra atividades legais para imprimir e usar. É só imprimir e começar a brincar enquanto aprende!
3. -
Cidades e povoados de
indios (seculos xvr-xvn)*
Thomas Calvo
() tcma deste artigo,esumarflente ainbidoso, levando.se ern conta qu,e
11110 traqamoslimites espa.ciais (Nova Espanhao·u Petu):trata•se domes-
lll O Ouido "hispanico" que circula por toda a geografia- fnstit:Udonal,
po:J[t ico, cultural-tcr.iando int.eraqoes similares ou diferentes conforme
o::i' mt!ios. Portanto; devemos estar atentos tanto aforma com0 reagetn
,IS entidades indf:genas (urbanas OU nao.)1 quanta as adaptaqoes do.s
preceitos c:;olonitadores: duas preocupas:oes em vez de uma. Por outro
IJI)O, nao r:ms lJn)it¥mos ao ~e.culo XVI, aquele do trauma inhcial, per-
mite, na longue dtttee; perce:bet tj_lelhor ~ mudans:a transcendental que
t::igniftcbu para o universo do fn.d;io p~sar de unlversos ~relativamente
fecbadose autonomos para a.sua localiza9ab1.10 rpodelo oeidentalizado.
Aqui tambem exfstem tempos e-geografias: as realidades e os attranjo:s
nndinosnao pode.m ser medidos da mesma fo,rma que n;a.NovaEspanha,
sem duvida mais lntegrada ao Imperio Esp;nibol
Aoima de.tudo, o nosso objeto de. obser:vac;:ao nao egilalquer
um: cidades e povoados de fndios sao,: simplesmente, a base soEm~ a
qual descansa a colonizac;:ao espanhola, ale_
m das 320 tidade_s-e vi)as
espanholas, segundo Diez. de la Calle1
Capud Berthe-e: Calvo, 2011,
p. 393), que constituem a rede predadora no ano 1650 em todo o
espa90 hisp<'INO-antericano.. Se as cidades indigenas "genuinas" eram
• 'rradu~ao: Juan.Ca-rlos Garcia de Bias
~ 0 aqto.r te-
rla.esl;flto, pe)o arrg c.l.e-1640,.qne havia 1:60 ddades :pa:ra a Nov.a E$pal)}!a e 1-60 para
o Ret·u: obviamente a vontade·de eq!llpar3.t: merece suspeita,.mas o total ~· verossfmiL
15
4. l6 •·CRiade;l dd Novo Mundo
pouco numetOS·?lS em 1700 (sendo Tlaxcala,_Choiula e _
Patzcuaro as
mais evidentes n;a Nova EspanhaJ, as "mistas" era.m <:) granqe mai1
oria"
tanto antigas Cidades (n.dias -.de Oaxaca-Anteq~J.era: e Mexico a Cuzco
e La Plata, d.,inda qlJ.e·com suas dtferen~as - 1 qLJ.a:nto fundac;:oes espa-
nhola,s l_
igadas amao de obra i.ndigen-a, q:>U:J;o Potosi o·u Puebla de l.os
Angeles. No tenit6rto da atual .republicamexicana,.ern 1800, havia 55
cidades e vllas; com governo indigena (Ca~tro; 2010;p. 20).
Quanto ao termo "pov0ados cj.e Indios", ttata-se .simp.lesme.nte
de urn pleonasmo,, pois nos tempos coloniais nao existiram o.utros.
Segundo o prindp'io da s·epata¢ao das duas republicas, os espanhQis
deViam viver n<lls lugares, vi.las ott cidades. Estamos entao .falando da
quase totalidade do·s a_
ssentamentos humanos dispers0s ~traves da.s
fndias de Castela, PJ.io hthneto, pelo ano de 1572, Lope.~: d.e Velas<:e
avalia entre 8.'000 e 9.000, e que hoje:sao a base dn art;a_
bouqo urbano
de todo o contmente hispano-americano (Lopez de Velasczo)-1971)/
0 desafio cotrfplica~se. .ainda mais se levarmos em conta que ~.sses
elementos sao atr:avessado-
s tanto p.ela dive:r,sidade geo.grafica eon-
tinertt<:~.J, de urn tt6pico para outro, das terras dJJdas para as frias,
quanto pelas v3,r1antes. do desenv.olvimento sodoQ.Iltutal de_
stas:co-
wuniclades ao Iongo dos se.culos; a partir da diversidade de heran~as
pre-hispanicas que rec~ber<;~.m.. Prossem!ndo com o devir das pq·
plila~o:es ind(genas depois da conqui,sta, desaparecendo em regioes
int.eiras (Caribe)regioeslitoranea:s), sof:rrendo extermfnios nos altipla-
rtos; particularmente na Nova Espanha, 90% da pDpula~ao 'i.ndfgena
desapareceu.entre 152'0 e 1630. Certamente a opressa'o hispanica
tamhem variou segundo o tjpo de economia (mineira,.~grQpeculh'taJ
e com a .maior O.tJ. 1;11eno_r p'rox:imtda'de entre os povoados hispanims e
indigenas·. Pode~;emos a:tender ac.omplexidade d'este caleid9SC6pi6?
2 Po.oerfam~;Js re'tbmal'a sfntese que.J;qj1e:1l de.Vela·s~o·apresenta na abe.l'tUf.a da sua o:bra Gepgraj(a
y d~cr;pct6n ·untvgr.sal de las Jndias: "en. todo lo desci/bierto y poblcido hasta e/ ·afio de setenta y
euatro (•.) :habra dosctentasp!i_e'b}gs de espaflo/es, ciudadesyvil/as, ton aigunos asten·tos.de mtiJas
en for:ma de puelllos, y ~n e}fosy i?h ia, es.tqricf.a!i es ganada y otras.
granjer(as, c.e.rca de trelnt;a y
dgs mti cqsas de.vecinos espat1oles (•.); y och,o o lfuevemtl po.blaciones.de Indios que nose pueden
bitm sumar, par q!-Le iti.mayorparte esta por redu_
ctr. a puebtqs, en··los.qri({ {...] hdy mtll6hy medto de
indios trlfJu.tarjoS!' (197l..lJ,·
i·n
.OD}I[iE
S~PO.VOAD(j)S;Qe INDIO~ • 17
As heran~as pri!~hispanicas.
Essas ne·raf19as tdGCltJ): todo~ os arnbitos que aqui nos il!lteressam:
U
IJ'banlsticos, arquitetonicos, ~ociai.s e ~llltu:tais. Para a:lgurrs destes
,, arqueolog!a po,de se_r .de grande a:juda e:, ai:ndaj a. antropologia de-
<
llguns povos atu.ais.Mas·com.Iimita~oes: a G!ntropologia interessa-se
pelos grt!l:J)OS mais marg(na:lfzado.s, .ea.arqlleologia ten;t t:n~no.:~ acesso
<lOS locais de "contato" do que as civ'iliZac;:oes muitb anteriot~sJ em lo~
cais isolados (Teotihuacan, cidades rnaias}. 0 qu.e nos intere?~a G!quJ
sP.Io as ctdades e povoados ind1genas por volta de 1500.
No·ssos principais guias ser:ao os docume.ntos p:t:oduzidos hneclia-
r·~lmente ap6s o "contato"1 no tran.scurso da c.onquista. Podetn ser de
rJa:t:q_re_
za vartada, mas predominam as crcinicas e relatos; ou seja,.o
.t"scdto que pe,rn)ite ·des~c.ar alguns fatos.
Por urn lado, tP.~G! ~: aten~ao a grande di~Jilers-ao da popula~.al'l,
mestno nos seus asSe_
p_
tatl)entos ut:banos. Os testemunhos sao inume-
I'QS1 <il"esde o inicio da conquista e lie toda parte. Cito somente o de um
~ncomendeifl de Michoacan dp ·secqlo XVI:
[...].sabe q1.1e las' pbblaciones rie Ja provincia de Mechoacan estdn may
derr(lmadus pot d}ch_as partes e no os'tmJte que es.tdn ansi s'iempre se
nombrqry de un pueb'lo esi es pt~guntado de donde son. dicen que.son de
Ia cabezera principal e d'este arte esta ansi mismo derramaaa ia dicha
Ciudad e este testig'O no sabe que tanto s.
e estiende no por donde van
-/'os limites de dicha dudad.a esto es lo que .desta preguntci sabe. (qpifd
L6PEZ, ;woe, p, zts)• · ·
Esta frqse no:~ permite notal' que a distinc;:aro (oposir;aoJ oddental
tir.bano·nrral :r;l~o se evidenda com a ·mesma enfase nro·mundo pre-
·.hispanitO, onde a n~twez;a e o a.ssentamento humano estao mars
estr~iwmente r:elaoionados e os.limites sao ma'is ·indefinidos.
:S N.'h:-encornlenda ou repaPtlmleilto foi 1
ima iilstltiil~a.o )Jjiposta ptHa Qoroa para' a' Mh_ra:nca de
trihtitos, em que· a popula~ao irtdfgel).a' -~ .sell territ6rio eram :subrnetld.Q
s ·aum encomendero,.
qu~· o.rga~av;~ attVjda'des agrlcOlas, tex):eis ou de ex_
tra9ao de meta•
is oferecend.o "em trbta" a
edu-
oa,ao r_eljgtbs_
a cr_ista. Aencomtenda nae era here.ditaria.
4 Nas,fontes de epo:ca se conservara a grafia di!.transcriQa.e.
5. 18. • Cidades do Nova Murfdo
Sea dispers-
ao esta em toda parte, e"RrciVavel que fbsse m_
ais acen-
tuada nas zonas .tropicais timid~ (mundo maia); onde o peso: .dave-
getac;ao e mais opressor; e.n~ regtoes·com fraC.o controle do Estado,
como no terrJt6.rio dom,i.n_
ado pela TripleAlianzct mexicana e>mais ao
norte,_nas zona~ de fronteita. Pot is.so, essa !!lispersao par.ece menos
notavel no Altip1q.no audino, ~om vegetac;ao baixa .e sob a domfni0
tenso dos in~a-~. No cora~ao cteste imperio, na regiao do Lago Titicaca,
Cieza d_e Leon (1062) ~bserva, pelo ano de 1550: "los pueblos tjen(jn
los naturalesjuill:osi pegadas1as cas.as unas con .otras, no muygrandes,
tocfas hechas de pi~dra,, y par cobertura paja'' (p. 254}. E atrescenta
que, em outros tempos, "hubo grandes.pueblp$todosjuntos. A1rederlor
de los Cl).ales tienen las indios sus .semettteras, donde siembriail s1.1s :oar
midas'' (Cieza de Leon, 1962; p. 254).Nov~ente nos deparamos,com
a iinbrica9ao entre natureza e edific~~~o.
Por outro lado, deve-se levar em conta .a gta:nde.dtve,rsidade das.
configurac;oes, mas CC!lm dqas modalid.ades p_
rindpais:o ·universo dos
''povoados dos ch~fes'~, e,m getal petifeticb. (Darien; Novo Reino de
Granada, nos seus li;mites com Quito, norte.do Peru), situado no tro·
pical umido, com irrrplantac;oes estl:veis1embora com constru~oes 'etn
materiais v:egetais, terra, de·formas arredondadas e de uso cpletivo.
Novqmente, aqui', urn dos melhor.es. O'bservadores foi Cieza de Leon,
na $Ua Cr6nica del Peru:
Sus casq.s soh grandes y redondas, hechas de. grandes var-asy vigas,.que
empiezan iiesde q.,bajo y :ruben arrib.a h.asta que, hecho en lo alto de Ia
casa un pequeno area redondoJenesce el enmaderamiento; Ia cobertura
es de pafa. D.entro ·destas casa.s hay muchos apartados·entoldados con
ester(ls; ti!men muchosmoradores.(Cieza DeLeon, ).962, p. 75)
Outva cc:rracterfstita e a hnporta'ncia que rev:este, sempre neste
meio, a casa do dl.efe:
Los senoresy:principal'es tienen muy gmndes cas:as, redtmdas,_muy al~
tas; viven en elias cf,(ez o q·L/th_
ce mor.adores, yen algunas-menos, como es
Ia cas:a. A las p·ue-rtas dellas hay grdrir/.es palizadas.y jortalezas hechas
cie Ias cafiasgord.as. (C:ieza de Leon, 1962, p.80)
ODADES EPOV.OADOS .DE fNDIOS: • 1.9
Outto .elet:nento Q._isti,ntivo das casas dos dominantes ea ca'.rnirer[a
(hmno do .ctonista) que colocam avista, na entrada, !) a Ia pu:
erta
.t.I11Jlas pu•
estas unas cafias gordas qe las destas partes, que parecen
pnquefias vigasi e
'n.
cima dellas t_ien¢n puestas. muc'has cabezas de sus
•twmtgos" (Cieza de Leon, 1%2, p. 67l Est.a:~ caracterfsticas.gerais se
t't'rn·.oduzem em boa parte do f!Spar;:o, at~ o noroeste de Mesoamerica,
JHlr exemJ!>lo, em Michoacan, como o re:ve}qi:D C!.S pfnturas da Relaai6n
rlr~ Mlchoacant cronica escrita par volta de 1539 e U]lstrada por maos.
T
nd(genas, e1 portanto, muito pr6xima atealidade pre·hisp~nica: pa-
lh<
l e .outras vegetars,, misturados coni barro, nm:n conte~to lacustre,
J:ol'ma.m o tnateria1 de casas e templ'os. Estas sao de tamanho e forma
V<~ r;iada, ina$ algumas.com tra~ado notadamente atredondado (Al.ca-
1
{1, 2008, p. 123, 12:7).
Essa.s pinturas c).e Michoacan real~am o valor do elemento aqua-
leu, essend~ para esses II)..lhdos ind(genas, em particular na de-
Lermina~ao da localizac;ao e no d~senvolvimento dos assentamentos
humanos. Novarne·nte, creza de Leon ebam observador, sobretudo
quando percorre o Peru o.otdental, ·onde~- chuva k po.uco frequente e,
portanto, agest-ao d·a agua etao essencial. as.sirn, el.e descreve que, no
vale de lea:
[...]pasa por elu.n rio, el cual en a[gunps m(:!ses del.aflo, al tiernpo que en
Ia serranfa esverano, lte;
la tqri pow agua que ·
slentenfalta della los ma-
radores deste vat;~. En e~ ~iempo que estaban en su prospe.rida.cJ, antes
que fuesetz subjeta.dos par los espafioles, cuando go~a.ban del gobierno
de /~s ingas, detn.ris. de las acequi'as con que·rega!)an el vane, ten!ail. !pia
m·uy mayor·que todas, ttafda con gran arden de fo alto qe lq_
s sierras, de
tal manera que pasaban .s.in echar menas el rfo. Agor.q. en este ti.empo~
t11ando tiemm falta y el acequia ,grande.estd desec:ha, pbr e'l misrno:lfo
hacen grandes po:za~ a trechos,y el agua queda en elias, de que bebeny
ll.'evan ace.quiasp.equetf!1s par.a: ri¢go de sus sementeras.[Cieza de·Le6!l;
1962, p. 2'10)
Confissao involunhria de urn .c_onqujstq.dpr ltldd!), tnas tambem
realid:ade hist6rica: ainda que os espanhots Viessem de urn mundo
meqitetr~neo onde·a 'irrigac;ao eimprescjrtd!vel, :n.a~;~ domi;IJ.aV(liD a hi-
6. _.
2!) • C
j dadeso
.
oJ)lovo Mundo
drografia. pe:cuhar .das .geografi~ ameriOanas. 0 caso mais .dta.
t.r:ultjco
foi sem duvida o da bad:a do Lagq 'renocht;i.tlan, com uru si~tema ece-
l6gico Cllterado depois da conqui.sta e com u ret0rno das erkhentes <
t
partir dos anos 1560 '(M1J.,Sset; 1990).
A esses povoados·dos chefesJ O<;l.S zonas mais inqspitas e t:o·msuas
"ca;sQs a modo de ramadas largas de muchos esta1}tes': Cieza de Leon
contrapoe .a urbanizMao e a arquitetura dos pqvos ·do altiplano, com
tom de admirac;~b:
Est6n estos aposentos de Caranqua·en una plaza :
peqq:eiia; dentr.o. deflos
b(ly zm estanque.hecho de .piedra muy prima, Y' los palacios y n;wrada
de los iniJ.as estdn as[ mismo hechqs.de grandes piedras gcilanqsy muy
sut{lmente asentadas, sin·mezela, fJ'l!ff no .es poco de ver. (Cieza de Le6n,.
1962, p. 123)
Cuzco epartitul<!.rroente ceiebrada: "tuvo gran·m(:lnera y calidad;
debi6 ser fundada por g~mte de g,ran ser. .Hab.fa grandes calles;.salvo
q.ue eran angostas,y las casas-hechasde piedra purg". Ouas' circunstan-
cias ressaltan:t ~amMm na.de:scri~ao do cnmista. A. primeiral "desta
plaza [de Co..zco] salfd_n cuatro c:amih@$ ref!l'es"; dendta uma capHal
estabelecida. Em seguida, "Teja, /adrillo ni cal no vemos reliquia. della"
(Cieza, de Le6il1 1962; p. 242), revelando que as te.cni.cas e mat~jiais
de const.rw;:ao sao notadamente dife:rentes da,quelas dos espanh(>is, e.,
por tanto, u.tna das primeiras ex:ig~ncia.s: u:rbaoas dos recem-che~ados
sera a de formar novos arte:saos para atender assuas pr6pri~s neces,-
sidades.s·
Se houve uma cidad{:l pn~-hisp~nica que despertasse a -admira~ao1
certamente foi Tenochtjtlan, ein.1519, que foi cmnpqrada: a Ror:na, Ve-
ne:z:a ou Constantinopla. Basmm-nos·as palavras do seu conquistador:
Es tangrande.la.ciudad como Sev.illay C6rdoba. Stm las:calles qellq, digo
.fas principales, muy anchpsy m.uy der~chaS; [...]. Tiene esta cf~.;dad mu-
chas plazas, dOnde hay ctmtinilos tnercado~y .tratode compntry vencjer:
S Q processo de formas:ao 'f0i breve, .Os irr9.lgenas, pb r ~xertiplo. assimi{aram rapidame.nte a.
fabrfca,ao de t!)llias e.seu .us.o..ta'nt'o que. por.vezes; este produto fot.agregado ao sell tribtito, ct
lirilser (2009, p. 9'1).Sbore o·carater ''t~voll!cionario"'dos tetos de telha nesses antJitos,¥e:r Calvo
:
(2009, jl. 74-15 e 2 62}.
~IOACiES: E'POVOADOS·OE li>J[)I0S • 21
Tiel1e otra pfaza tan grande·como dos veci?s la ciudad de Salamanca,
mda ·cercada de.portales a.lriededar, donde hay ·ao.tidiarramente.arriba.
:tesesentamil animas comprand..o y vendiendo.:(Cerb~s, 1945, p.
.185)
Poi·tant!q, alg0 q].le se assemelhe a!JllJ. f:ormigueiro, 'isto e, multfdao
r Mdem.
~~·~~un~~:ot,(l4.1•"=-
.Hf.S!f~~~~~~~~
Oustra~ilo 1 •Tenocbtitlan cir.ca 1520 (Plano de Cort~).
f/l!l.nte; wWw.colliiubJa..
ec(u;oujspanls)Ja·31-9;intrnciucoton/1 mag~s/ma)laS_teno.-1524.)pg
As cir cunst<1,nciaJ; da copqUista pe T.enochtitlan nos petmitem dis-
DOl' da unica repr~senta~ao contemporapea e.
reqlista ·de .urn assenta-
ri1ento :pre-hispahico, alnda .que no sel.). m:ontento dertarl.eiro. Trata-se
do plan o chamado "de Corte$'', dese~had(') entre 1519 e 1;?20 por
L!m dos soldados do con·quistador e depeis gratrqdo et:n Nuremberg
no ano 1524 (Ilustra~ao 1..) (Gresle-Pol.tlignY, 1999). Apenas desta-
caremos alguns elementos que permi.tem tonf:irmar ou ainpliar a:s
caracterfsticas ja assinaladas dessas cidade.s-capi:tais pre.-hisp§nicas:
a importanda da: agua e a centralidade.que se.revela. No casQ, a cen-
.tralidade de T'enoohtitlan como capital do "imperio,; da Triple. AlianZQ
atnda m:uito jovem.e a centraliidade da Jilra~a .e do Templo Maior ne.sta
ei"~a~e. P¢1' firn, ressalta a.divtsao do espa~o urbano, binaria, a qui em
7. .....-
22 • Gdades do Novp Mundo
quatro partes, gerada ·a partir da uoiao das duas ~idades prindpais
no final do $eculo·XV, Tenoclltitlan, no centro e sp..l, e Tlatelolco, no
norte. Eb esquema que encontramos por todp.s as lndias;ai.nda mais
no Peru, com as parcialidades• hurin (abaix_
o) e hanan (alto),. e que
se conservara com 0s espanh6is. Sao estas mesmas quatro parciali~
dqdes, duas por cada cidade, que Cortes enconQ"a na sua chegada a
Tla.xcala e que perduram ate o fi.nal (l_
a ¢poca dos vic;e-reis.
0 modelo hispanico
As regr_
as e as mo.delos impastos pelos dominadores vao ser de-
terrninan_
:tes·corn 0 passar do tempo, mas de.for ma vactada, conforme·
os preceitos, os espa~os, os tempos.
Em primeiro luga_
r, ha circunst~ncias e postJ.tiados. Os espanh6is
(e outros europeus) procedem de uma hisl6tia na qual a cidade e,
simultaneainente, urn instrumento de expailsao e de domina<;ao. .E
por meio das cidades, cri~mdo-as ou refundando-as, que o Imperio
Romano e a Europa, desde 0 seculo XI, .se estendem e perduram rtas
suas·margens. Ea clda(le que, desde os tempos da Grecia, tonstitui
o motor da policia7
ou da "ciVili'zas;ao.,~8 Observemos as rafzes dos
termos.A expans~o americana esta em continuidade: em 15-
52, Fran-
cisco L6pez de G6mara cunha afrase "quien no poblate hQ hard b!lena
conquista",[L6pez de G6rnara, 1552, f. 23v).
Com '<!. chegada desse imperialismo urbano aAmerica, duas regras
serao dom.ii:lantes.Asepara~ao das republicas de indios e de espanh6is
e a primeira, uma vez que dela nascem e.ssas entidades; <:~.parentemente
an_tagonicas, que sao as cidades.e vilas de espanh6is e as cidades e p.o-
voados de indios, Quem instiga essa politica sao os·religiosos, que que-
rem preservar os ne6fitos da opress~o dos espimh6is e da contamin~
c;:ao pelos mestic;:os que vao nasGendo: Mesmo os pr6prios encomende-
ros esfao proibidos de residir permanentemente em suas enco.mi,en_
das.
6 N:T.: parcialldades·etam os agrupamentos em que se divldiaJ.n o_
s pbV
oados priJnltivos,
7 "Tertnlno .c/udadana.y cQrtesan_
o", escreve em 1611 sebastian de·covarrul:11as, no seu Tes.oro de
Ia. lengua coste/lana., signlftcando, entiio, ptlrtado~a de ordem, a.cordo e conviv.~ncla urbana~:
)lrbanidade, no seu senttdo mais ample.
8 0 termo co.m esse seotid.o edo secuJo XVI-
II.
CIDADES EPOVOADOS DE fN_DIOS • 23
Nilli[,U
.em que nao fosse indigena podia permal)ep~r- mais de tres dias
H
Jri novoados de indios. Euma politica que a Coro~ promove (Mor.ner,
1)10) para atingir varios alvos: bnpedir as rebelioes nas cidades e evi-
l .~t· uma explorac;:ao exce.ssiva d0 univ:erso indfgena.
N ::~ realidade, esse processo se torna pronta.mente mais elastica.
II!WttS ~rqibic;:oes nao incluem as cidades fndias, e mesmo- a orgul,ho-
1'l'laxqala sera progressivamente assediada; apesar da resistentia
dn I'C{publica indfgena, que deseja tr.ansformar a provfricia em "terri-
ltk io indio", a partir de 15.39, o proprio vice-rei faz algumas merces
dt: c:stancias a espa11h6is·
. Proxima de Tlaxcala e.fundada a cidade
•:H
panhola de·Puebla, no and 1532, o que dificulta essa postura de
d1• lesa. Uma defesa cada vez mais di.ficil: ern15S.O, o cabildo de Tlax-
:
citlu mantem-se firtne: "aquf en Tlaxcala s.e edifica la ciudad y na de-
IMI estar los espatioles, po.rq·ue noes pueblo de espafiolesi lo que aquf
,'t' constit~:~ye es pue.blo exclusivamente de nosozyo,s lo$ tlaxcalteca".
N() entanto, quando em 1556 urn esparihol pede amunicipalidade
de recebe-lo como vizinho, esta deve ac.eitar, com a condi~ao de que
!w ''en a/go provoca molestias {...} se le d.ema·ndara ante la ju.sti'cia
pC!ra que se vaya .donde el coraz6n ie.dtcte" (Aetas de cab·i/do de Tla-
xuala, 1985, p.. 309, 360-361; Martinez, 2000, p. 362). Finalmente,
o fato de que, em 16:S9, um mesti~o consiga chegar ao cora~.ao do
dispositivo, o pr6pti_
o cabildo d.e Tlaxcala, e.em 1663 seja nomeado
r~overnador "fndio" da provincia significa a derrubada definitiva
desse preceito.
lsso vale para as. cidades. Mas o~ povoados de fndios se preservam
melhor? Emuito duvidoso (Castro, 2001): suas terras e mao de obra
sao atrativas, assh:n como algumas da~ suas infraestruturas, que pre-
cisamente estao de.stinadas apassagem dos nao indfgenas, como as
hospedarias e.outros tambos'(no caso peruano). NIJ,.ina daJ;a tao remota
tomo 15.67, pergunta-se aos fndios de Juli (Peru) se os espanh6is "tie-
nen. tomadasy ocupadas algunos chacaras o tterras o casas oganqijos";
e eles respondem: ''en a/gunas casas del tambo publico han vivido y vi-
ven c(e asiento (1./gunq'S espafio1es" (Lienhard, 1992, p. '17.9} 0 caso mais
emblematic:;o e,sem duvida, o de Queretaro,fundado Gomo pov.oado
de indios entre 1531 e 1549, que em 1655 se transmuta.em aictade de
8. .24 •·odades clo·N(1vo ('lund.o
espanh6is: a p:rata (que ed<:1d4. ao rei) seraa "pedra filosof'al".
0:·segundo.ptec:eito ~ ·a tongregayao (Nova EspanhaJ ou redm;ao
(Peru) destes tnq_ios esp!'llhados e q!le se devem '"redut:ir a policia'~.
Ainda mais quq.l;l_
do existe uma queda na populaQao que a£entu~
a dispers3:o. Trotar - r.eligi.osamen.te, politic-amente, rnilitaJtl)en-
te - seus as~¢htamento,s por outros mais bern control'ados e menos·
nurnero:sos e uma neces:sidade que surge muito c;edo. Qqeretaro,
,
fundada pelo fndio Conln so:bre o caminho do Mex:tco.para o norte,
fo.i um.a funda~ao dessa natureza, em tempos mujto preco.oes. Sobre
:esse corilier:idG 'f:enomeno '(Gutierrez, 19'9~, p. 1.1-'62.) .citaremos urn
docm.mento de. 1550, no qual o franqiscattq Motolinj:a pede a.o Re.i que
o.s·indios
[...] sejuntarene.TJ pueblos·como estifn en Espa_
iiq, y.mrseria p.oco prove-
cho para fa d.octrinay Ja policfa ·humana, porque como agora estan mu-
ch€Is cf.e ellas mas·viven como salvajes que como hom'bres,y no sabemQs
como de otrq mcmera pued,a_n se·r ins.truidos e .informados en la~ G~.sas
de Dios; ni·se que inc;ovvenientes hay l!?n juntarlos·que pesan 1nas que el'
provecho que se les sigue, (;ipud Salazar, 2008; p. 169)
Os epis6dios: da redu~ao foram variados: no Caribe, as prtineiras
terttativas sao do lnJcio do seculo XVI; n_
a Guatemala, eome~m em
1539.: no norte da Nova Espanha, entre os an0s 1580 e 1600; final-
mente, no Peru, o seu gr-ande promotor foi o vtce-r'ei Toledo .(1569-
1581). Este ·governante tentou racionalizar o pro-qesso: dentre os
sete povoados de reduc;:ao que triou <).O re.dor de .cuzco, um deles era
formado por marceneitos e outro pot ou.rives (Maiaga, 1993, p. 303).
Mas no infdo do seclDo XVU o fracasso dessas medidas e
.daro, tnas
mesmo assim rnocl'if:itaram radtcahnente a geografia.e a fisionomia d~
boa parte dos povoados de indios.
Exi;
ste ain4a urn modelo que vai .alem do simples c:onte:J:{to u:rba-
nfstico e .que reflete .a ;ideia da ordem e da policfa qu;e se qu,er impor
aos habitaQtes dos povoad0s. Ea quadrftmla, tao estendida n_o urti-
verso hispan.o-<ameti~·ano. Ha urn debate soore sua.s. origen.s e lnflu-
ertcias, sabre os significado.s ideol6gico e pragmirtjco que envolvem
este plano tra.;;ado ''a .regua e compasso":.Nao enec.essario voltar a
CIDAO!;S'EPOVOADOS DE INDIOS • 45
I<~ (cf. Woodr.ow Borah, 1974), b<!.sta agreciar sua..rrtaterializa<;ao, a
mais arttiga conservada em arquiv0, o plano da funda9~0 de Mendoza
.(1561'-1562) (Ilustra~;ao 2J. Em (!!Ue medida este rn:oQ.e.to se imp,os
nos povo~9Qs eddadesde indios?
.. Q,'vD .. ~" .,
. 'fj"'lj
't
.U · H·f -
,......._,
<.
EE.
·{'!='
Ilustnu;ao 2 - Plano d~ Mendoza.em 1562
·Fonte: A.rclil'<o ~gneral ge Ia:Na~i6rt [Mexl;co)
9. 26 • Gdades.da Novo 'M"linilo
Mexico no ano 1550, sfrgJ.mdo o testem'unho visual do'plano cha-
mado de Uppsala (llustra~~o 3), obta de. cart6grafo desconhecido,
:p>rovavelmente urn indigena bastante aculturado, ja mlo emais T~l1t>
chtitlfm.. Mas seu tta~ado pre-h:is·panico, v.lsfvel atraves de a1gumas.
das suas pra~as (Sa;ntiago de TlateJoko}, de suas valas e calfagas .que
nao respe'itam a qu.adric:;·uta. reveia o quao difidl foi o.esfor9o dos es-
pan:h6is quan4o .qqisez;am fa:z;er tabula rasa de sua c;apttal. De forma
progre:~siv~ vai..se hl0delando a nova cidade, como n;~.ostra o mapa de-
Gomez de Trasmonte de 1628 (llustra~ao 4).
Il~ll'as:ao 3- Mapa de Mex:lco conliecido como Mapa Uppsala (15:50)
Foufe:,Bjbliotw~ da Univel'Sidade de Uppsala (Suecia)
CIDADES EPOVOAOOS DE INDIElS • 27'
llu,strat;.iio 4- Mapa de Mexico (1628') de G6me:z..de Trasrnonte
Fonte: Mlis'eo.de I~ Cil!da.d.de M
_
e;xlcQ
No entanto, existe um clara contraste entre o tra~tado espanhol, em
.hew parte realizado a "compasso", e a falta d:e.ordenamento dos bairrbs
indfgenas qrcundantes. Se isso ac0ntece na Ceipital, nao se deve e!>"pe~
r<
J.r alga melhor nas ·regioes afastadas, como revela o mapa de San Luis
de Potosi de ;1594 (flust:Fa~o 5), a mina real.ao norte da Nova Espanha.
Este simples esoogo .opoe 0 assent:amento hispanico, reticular, ao casa-
rio dos·indfgenas ao. redl;lr. De novo, e
,pteci'so anotar a .impnrtan:cia da
;;gua, ainda mriis em s.e ttatMdo de i..lrn_
a regiffio Seltliarida. As parciali-
dades e outr0.s ba1rros -tndfgenas das periff~rias urb~?~ l:iispalii'cas nao
ti:nham amesma vitalidade efor~a de identidade dos povoado·s (menas
a:inda de uma cidade como Tlaxcala). onde poderemos n0tar diferen9as
notav~is; mas. com maior aceita¢ao da quadrict.tla•
Pela concisao e pela precisao da descri9ao. vale:retomar o que se
es·qre-veu em 1605 sabre o povoado de Charapoto, na provind.a de
Pueblo Viejo (Guayaquil):
10. 28 • Odades do NGvo Mundo·
El pueblo estq en llano con: una plqz_a:
[}randey 4 cailes en Iaforma de
los pueblos de espa.fioles con:sus calles cercadas. !In estos 4 c.uadros tii.~ne
55 casas de madeta cubiertas de pdja, cada pardalidad en su cuadro
de por si; una iglesia de San ESteban cas'a de cabildo y carcel. (Ponce,
1994, p. 4.'5)
Essa ~ra en~*o a fisionomia dominante, amplamente hispaniza.da,
mas com ·~eu toque ex6tito.e tr.opkal.
..-
~~
'1"
r:
...
' -
1
.,,
-~~f ; I •
I -~
v -.
.... '"- - ~=- .
..-
, 1
.. ~---=------ ..
<'C' '>( . 1.
~" -· ~J
-G:.
~, .--~-~
-------......~~~
r::JGJdw
oc!GJJ::;-r
t +~Lo:J
J
'-"
_..,
~...,~-bd · o-
Or:'!f.J'tf.J•
crr=n:n:-3
Ilustra~o 5·-A .m.lna:real deS~ J.uj~ de Potosi em 1594
Fonte:Archivo·General de Ia Nacl6n (M ~xico)
Transfel'enda de institui~oes
A integra~ao em .urn espa~o remodeladb e mudado sob normas Ws-
panicas nao era o ess~ncial. Constituir-Se numa verdade.ira republica
de fndi.os impunha outras exigendas. Ser uma comunidade reconhe-
cida implicava enquaqrar-se numa hierarquia e rede de republi'c:;as.
Novamente reitera""se a meSUila pergunta: como combinar ~· beraJl.~as
.locais coil). .CJS .exigencias prbtedentes dos conquistadores? A resposta
CIDADES EeDVDADOS DE li'(DIOS • 2'9
011 similar as demais: tratou-se de ada,ptar e aaeiUH1-se a continuidade
lJ; I medida em que nao fosse c_
ontraria -
aos interesses do dcn:ninadpr.
Pol ;)ssim que a.divisao do territ6rio dos senhorios (agora prpVindas),
.nwilo que no mundo nahua do Mexico chamava-se de altepelt (";igua-
·lll!lrro")1se manteve entre a caheceira e os povoados submetidos. E
.linda com uma forte id~ntificac;:ao entre o territ6rio e sua comunidade:
nun.tradm;:a0 do nahuq~J:, '";:gua-morro'~ remete ao espac;:o, com sua du-
pl~l missao, vital e protet;ora (Fernandez e Garda, 2.00, p. 577). Era uma
"lltatria", como escreve·ria muitp :depois, em outro contexto, o historia-
rlor mexic:an.o Ltiis Gonzalez. Dll!l sistem<J que, finalmente, tinha urn
l'quivalente na Espanha, em todps os seus aspeatos. No entanto, a rea-
lldade concreta foi-se modificando: por causa da Conquista e dos trau-
mas.acontecidos, as rela~oes de poder entre as capitais e qs povoados
111bmetidos foram evoluindo; muitos destes (as vezes apoiados pelos
J:-opanh6is residentes) tentaram emancipar-s.e das velhas cabeceitas.
l::~tes c:;onflitos aparecem desd.e o inlcio, por exempio, entre a cabeceira
'f'epeaca e sel.) submetido Acatzingo, que lutaram pela instala~ao de urn
1nercado (tii1nguis) a partir do .ano 1540.
Como sempre, TJaxcala eurn caso a parte. Aqui1 desde tempos
rerrtotos havia quatto cabeceiras, que dominavam quatro morros
pn6ximos, na parte cen:tro-sudoeste do senhori.o. Em 1528, os espa-
nh6is obrigaram os indigenas? d.escer e se juntar em umapfankie
proxima; em 15:36, o convento de Sao Frandsco etransferido de local,
para uma pra~a que logo receb~u todos os sim.bolos da pe/icta urba-
na, ou seja, pelourinho e chafatiz (Martin~z, 2000, p. 138-139). Mas.
as quatro cabeceiras continu_aram dominando urn amplo conjunto
de povoados submetidos. Seu carater.d.
e provincia fndia permitiu-lh~
manter certa. coesao, que se foi desmo.r:onando ·com o:pq_ssar d.o t~m
po. N;a metade do stkulo XVII, varios subjugados trataram de cobnrr a
sua liberdade, entre ele.s:
[...] los natarales de Santa Cruz y los de su paroialidi1tl; que pot todos
son .diet ermitas suje-tas de .fa dicha ciudad, no han querido ni quteren
acudir a cosa alguna de las que e$tan obligados ~omo sujetos de la dicha·
cabecera, nl aun of)edecer a los fJrincipal~s.Y ojiclates de republica"res-
11. 30 •.Ci.dad~s do No_vo Mundo
pecto' de ·hab~rles hecho .entender M}guel Ruiz de par.ada.y Luis Garcia,
espaiioles [...] :
que no debiqn rectmocimiento ni servicid alguno a otra
persona que a ellos. (Martinez, :
woo, p. 342)
0 t~rrit6rio eo urbanisma norrrralizado sao o envolt6rio da republi-
ca, falta J.nna alnia. Esta edada pelo govemo da comunidade. Em outros
tempos foi o senhor natural. A figut9. persiste, mas os espanh6is tentam
desvirtu;hla, criando institu'i¢oes a
.·espanboJa, como o cabildo. No en-
tanto, em alguns lugares, ~ linhagens regias de origem pre-hisparuca
logram se manter,. pervert;el)do o.sistema municipal impasto, camp foi
o caso,,rro seculo XVI, d.a.provincia de Tepeaca, na Nova Espanh~ (Me-
negus, 2004). No entan~o, o controle da monarquia sabr-e essas c9-sas
senhoria>is e tangfve.L 0 caso de Pedro Moctezuma, filho do il:npera,dor
mexico morto no ana 1570; e taractenstico.: parte ~ssencial dasua ren-
da, 3.000 pesos artuais,lhe e dada pela Co.roa (Garritz, 1993).
Dessa manei,ra sere} o infcio da municipaliza~ao. Nas instrus:oes
dadas em 1530 para a segunda audiencta de Mexico, menciona-se:
Aca ha parecido que parq que los indios·rwturale~ de aquena.provincia
comen.zdsen a entender nuestrq. manera de vivir, asi en sl! gober:naci-
6n como la.poliefa y casas c(e.republica, se.ria ptovechoso que hl!biese
personas de elias que jUiitqmente con los regidores espari.o1es que estdn
proveidos entrasen en etregtmien·ta.y tuviesen v.oto.en ti/,y tisimisma·:que
huoi.ese en cada pi.Jeblo un alguaci/ de enos. (Jimenez, 2008, p. 78-79)
A medida nap.prosperoli,.mas no ano 1549 um.a Real Cedula .ou-
torgava a cria~~o em todos os pov:oados>
[...] regidores cadcifieros,y los mismos indios que los·eligiesen eTlos: los
cuales tuvieran cargo de prbcurar (Jl bien c.omunyse ptov.eyesen a:simis-
mo .alguacilesy OttosJiscales necesarios como se_ 'hlz.o y acastum:bra em
Ia provincia de Tlaxcala y otras partes. (Jimenez, 2008, p. 78-79)
No ano de 1570 a maioria dos cabildos indfg!'!nas estao funcion.an-
do, pelo menoS'na Nova Espanha Qim.enez, 2008, p. 78-7'9).
Os atributos e mLssoes·do cabildo espanl:wl foraril trans.feridos
para p universo ilidfgena, com .seus ofit.iais, com seus pr6prios -
CIDADES ~ POVOADOS DE INDIOS • 3T
'';l't':J.s, ppssessoes diversas, rendas das· parcelas comuns (pq,ra b
I ol"ar d e QueretarO, cf. Jitnenez, 2008) e CaSa de CQbi/cfo, que, no CaSQ
~hr Nova Espanlw, recebeu o nome de .tecpan. Esse.nome nahuatl
flt'ilfOnstra a .continwidade entre ~s duas epocas·
. Alguns·desse.s pre-
IJ
os foram tambem de constrUt;:ao p:recoce, como o d.e Metztitlan
(r·xl.ado de Hidalgo, Mexico), que data dosano:
s entre 15a7 e 1540,
1om sua imponente coliUnata renasc;entista e ~isppno-~rabe. T.al
tnonumento, nesse ambito tao afastado, poderia nos su.rpr~ender:
1'1
': ressalta sobretudo a importanda da institlii~ao que devia abr.i-
I~D r, assim como o grau de hispaniza~ao (Artigas, 1996, p..67-73) do
ontverso indfgena. A institui~ao do cabi/do indigena foi urn elemen-
W posi.tivo de coesao e perpetua~ao da ide.ntidade dos povoados e
~·idaaes indfgenas.
Puderam, ate m.esmo, ser constitufdo:s, quase e.spontaneamente,
nnmicipiqs indfgena.s, como notificava ao rei urn alcalde de Merida
[Y
ucatan) em 1563:
Cerr;a de esta ciudad,y en los ejidos della,y junto aIa villa de Vallad.olid
y de San Francisco de Canpeche, se han juntado cantidad de ·ir:
ujios na-
vorias vdgabun'dos,.y que por n.o tributor se han salido de .sus pueblos,
y otros que an .venido de Me:xico y de otras par.tes, y an hechb allf s_
us
c.asas,.y tienen pueblosform ados, y eligen a.Icaldesy :r:egidores en cada
qn alia, y tienen toda puliwy concierto de republica. (Cartas de lndias,
1970,.p. 388-389)
Mobilidade e mud-an~as vao juntas; as indlgenas entehoiam per-
feitamente que a nova ordem era irreversfvel e que a suq, ado9ao po-
deria ser par-a eles uma coura~a nesses tempos ainda agi.tados. Neste
caso, o cabUdo <;onstitufdo podia ser uma arma tanto diante da o:pres-
sao da cidade espanhola quanto das solicita~oes e tutela demasi.ado
e~igentes dos franciscq.hos.
No entanto, o governo Lndigena teve alguns trac;:os prdprios: foi
intr'0duzidi1 uma figuta original, o "governador de indios'~ principal
personagertl da munlcipalidade,. eleito ou nqmeado em geral par
urn ou dois ;mos e,.inidaltnemte, procedente das velhas familias de
senhores. Este ultimo pdnto foi atem.iado no centro do Mexico, mas
12. ~2 • Gdades.do Novo·Mundo
permaneceu em omtras regioes, como Oaxaca (Calvo, 2010 p. 113J
Ptovavelment.e, a nobreza andina mostrou mais firmeza que a meJd·
cana. Por outro lado, no sistema munic,ipal in(iio,!nao·s·e observou a
venalidade dos .
cargos, o que signifi.ca que·os cabildos inclfgenas fo-
.ram eleitos anualmente ao Iongo da domina~ao esparthola..Isso nao
significa que fosse·uma democrac;ia perfeita. Urn grupo de anciaos1
.
formado pelos princi.:pais e mais antigos membros do cabilda, mais
ou mEmos extenso (em Tlaxcala eram 220), instalou"se com as elei-
r;oes - uma democracia ari.sto.cratiea, com licenc;a do oximoro. Afnda
assim era urn regime t:nuito mais ·aberto, dinamico e, portanto, mai·s
conflit~te do que seu equivalente hispanico do seculo XVII e .
P<iite
do XVIfl (cf. ealvo, 2010). Por fim, houve uma estreita vigiHincia por
parte das autoridades espanholas, do vice-rei ate o Ultimo corre-
gidor, que a cada ano reconheciam a validade das eleis;oes, conce-
dendo os· bastoes de comando e as vezes intervindo diretam.ente,
nomeando o governador indio. Em resposta, isso podia provocar
tumultos e gritarias por parte dos i.ndigenas, qu.e sabiam perfeita-
mente manobrar e desgastar de rrulltipl;is fbrmas as· autoridades
hisp~nicas.
Acultura~ao e outra~ mod_
alidades
0 tem_
a etao vasto que e"
xistem muitos terl)los, as vezes diffceis;de
definir e explosives, que gitam em tomo da interpenetrar;ao de vcirios
universos. lntegrar;ao,. acultura~ao, sincretismo sao.os mais notados.
0 termo antropo16gico transcultura~ao tenta se sobrepo.r e fazer es-
quecer o inevitavel eurocentrismo dos anteriores.9
Quanto aos indios,
muitos adjetivos lhes sao a,pllcados: de guetr~, de paz, gentil, cristao.,
ladino, labotio (nq.boria),yanaconaJ cholo... Ah~m disso, as etnias nao
desapatecem, ·e as lfngilas se marW!m, algumas com a extensao das
lingua~ francas, ~omo o nahautl e u quechua. Se nos tempos pte-
·hJ.spankos podiam e~.istir varios caciques num mesmo povoado,
relacionados c0.m diferentes grupos dominantesjdom.lnados, agora
ha os alcqldes etnicos, encarregados unicatnente de um g-
rupo dentro
9 P~ra nlio falar de .ocldentaliza~ao, latinizas;ao, hispanlzas;ao e ate tndlantzas:~ o ...
<;IDADES £POVOADOS D.E INOlO~ • 3·3
IHl'rrtn u niclacle: em Queretaro, ho:u.ve urn alcalde. dos chichim.ecas
llttlunez, 2008, p. 114). Epossfvel que estas distins;oes fossem mais
mlHit:<Jd'c:ls no contexto do Peru:
l.'oda uno·de los naturales destas provincias [de_/ Peru]y todos los mcis
llnajes de gentes que habitan en aquellas partes tienen una sefja/ muy
dt'.rt:a.Y usada, por Ia cual en todas ,partes son conocidps. }Istamjoyq en
1"1 Cuzco entraban de muchas part~s £jent:es, y los otros c&fias y los otros
mllas, y·Jos otros guancas y otros cafiares y otros Chachapoyas. (Cieza
de Le6n, 1962, p. 148)
lsso indica n~o somente a pen;nanenda dasidentidades, mas tam-
IJ(•t1l a grande circulacao dos indigenas, al.em de mundos mais abertos
d11 que podemo-s pensar hoje.
Permanencias dentro de uma fonna trai'ismitida e plastic_
a, assirn
pt~rcebemos esses povoados e cidades de {ndios, uma vez passado o
pl'imeiro catadismo, o .cl.a Conquista.. Essaplasticidade e essa bene-
volenda tern .Seus limites tanto de urn !ado como do ou.tro. Exemplos
contundentec
s nos sao dados pe.la Relaci6n de Tlaxcala, escrita em
l580 e acompanhada de variq.s·Hustrayoes. Nurna delas, obs_
erva-se
nm caciqu·e em atitude de adoras;ao perante uma gruta, preparando·
-se para sacrificar uma ave. No mesmo desenho at>atece o cacique
pendurado na forcai urn franciscano dita a sente.nc;a com amao en-
quilnto os nobres aplaudem.Vemos a resistencia obstina.da do senhor
tlaxcalteca, a intole.rancia teimosa do frandscano e os sentimentos
·i.lmbfguos do resto dos presente.s (Munoz, 1999).
1
'
A Relaci6n de Tlaxcala eparte das pesquisas geogrMicas orde-
nadas por Felipe II para as indias e~tre 1576 e 1585, docuin.entbs
cxcepcionais sobre a realidade dos povoados e cidades.Soment.e nos
deteremos diante da pil).t,ura que acompanha o relata do povoado de
Texupa, na Mixteca (bispado de Oaxaca) em 1579. Em primeiro Iugar,
trata,..se de uma obta genub:ta de' urn tlacuilo (pintor indigena), que
conserva boa parte da sua gra.roatica pict6rica original. Dessa manei-
10 'l't;lta-se dq .quadro•12 das· Refactonesg·eograflca.~ de 7'/axca/.
a::"justi_c!(l qu~-5~ hiziJ d_
e un cacique
de J'laxcala porqtie ha/)(a pejn,c{did6 en ser tdolatra, habtendQ,s!do. cliristlano, se hdbfa ido iF unas
cuevas aldplatrar'' (Mu&oz, ;1.9-
99);
13. 34 ..;Gid~des ilo N0V0 Mundo
ra"cada morro no entorno do v~e tem sqa legenda; ·o mais visfvel e
pr6xiino do povoal!to eaq.uele ·que lh.e dci. o neme (pedra azul),,coto-
ado pelo .sfmbolo do chac;hihuitl.(a pedra prec.iosa azulada) e teudo a
s.eus pes 0 simbolo de 9al./i (casa). Mas o tratamento do. e'Spa~o, c0IJ;i
a per.spectiva ·ampla ~ com descri~ao do relevo, e-mai's ocidenta..L A
localiza~ao no vale (parece que os fndios foram congre~~do~ desde Q
morro-cidadela q]le apare.,e em um canto), a quadrkGJ?.retilfnea am"'
da que imperfeita, sem prar;a e com o convento-greja de-
slocado. par
:.a:
os limites e :com sua horta irrigada sao a maJ:'Ca c~ara d.a itnp.osi~ao
dos modelos hispanicos..
Entretanto Te~pa e, sohretudo,.itnputtante por outra razao.:
eposs)vel que entre 1550 e 1564 o mesmo tl.acqil_
d. fosse o .autor·
qe outr:o do.cumento essentiaL se quisermos entender os proce.s-
sos de ac·ulturas;ao e a vida ·cotidJq.na cle um povo, o C6dice Sierra
(Le6n, 1982). Este eurn Uv-z-·o de contabilidade. mutilado, de va-
pel europeu e que combina gljfos pte,hispanicos, Hngua nauhq.tl,
.cifras em gHfos mexicas e arabes.e,.porfim, escritura latina. .Set:t
conteudo, do qual temos alguns·.exemplos,.einstrutiv@ ~· respeitQ
dos mecanismos de acultura~ao. Veja~se a ilustrac;ao 6: em 1:551,~
a chegada do vigario cciiilc1de com a compra, no MexicQ, d.e oito
trombet~ que custatam 12,0 pesos, incluindo a comida. dos que.
foram bu~c~-las.. Ou .seja, viagens para a grande cidade, c{)mpr.a
de jnst;rumentQs ocidentais e o desembolso de 120 pesos, proce-
dentes da odctentalizac;·ao rla economi~, sao elementos lnsidioso.s,
et:n maior ou tnenor grau, das tra:nsf(fr.IJilac;oes que o:oorrem no po-
vo;ido e qu_
e Pe:tdemo.s .associa:r nesse tnQ:rfi.ent.o ao~ elerigo Alonso
Maldonado.
(;IQADES'E PDVOADO~ DE I
_
NDIOS • 35
'JG:'1.~,.,_,~~;f~H-): ;c.~·•Wt:f' ,. . .. . .1u~ ·'" ,If•
'tf. .. ~.l_. - - .. - ·..'': 'S•S ; ~. ?}.~ f"'~~~·~;~(1~~~'":{~."~"'-:~"-f"-~-""'-
·
Jr~-- •'''1.,"".' ~;,;,:od'.;..-~e., .:<1!"~L>-((1~1.
~:j~ -:~·v.-z:~!'· .u''''--~~(~·" 1'1. ~n.~.tl'~~~~,~ ~ ('
~t:'w~C ..~~-~-~-j·.!'..'~ es~-~ ~fu-~..-~..r
~~-~(j::.j,
~ ·:
1i:u~.,.-,·,_~f1i(;-.~~.;,;:·-c~.IP'i~~HJ~
..."';
'~$i·"(.;.~.~~~0,1'-'C_e-!,.~-~ w<.lo.'l Gfi·;;~~C.j;~~~~
t-<p:"(,'? !#;a·':',...,_ J'"iJ~.ty~<.~W(r~""
.t)"'-'1_,,.,4t~,'21_~-...,~·...r:J•iV":~I"~~!'t.~-~
~-tA......c~" ...'."'C.(;W.,.,<fA. ~cc ·~':,_.....·~~
ti'''"'i'ilP/if~ff· ''. -. .
')-<'~'Y."M•!t.~~·~~-"'<lit-'"'"'~f?'Jil8 ~
r~.1i''."'i.,if...;"'!-t ""'~'·'~tl<~-»~#1"~~
:1-1,_~.~~~~'-i· .c·A·%-~~~""M~· ;~~~-uu~.e
011?,{...~~·· c~~.iCA·.~~~)..c sa~);d
·t~r~-~"r..!X"'':.u;~ ~.~~:'-~~~,A((J._,.
~""'""~!~!_ t-~r:c-•p.o:r:r••«i!!Jftife'; ?14"'-"'~J,_
-;nt Z(9"J'.?:""~Ee,5!!-":¢""~i"' "'-Cti)•!•
"·".' ~
. .· «'1
_:nlixl
_· :~..;;fa''.~<'·~~!t
yw.-n. l'.lft."~i~; {tli-~-~1!1,
.. .;rl'<).•t!·~""
~( ,()1-'<><!'·l·~"·~~ ..,q
•.._ ( ' I ;p-:- ·;-~ ~
cA': {l,!>~.. - . . - .
-
.---
----
•
1' fl~~ ,y..(._t:rJX-t.i!€•"""""'!'!~···
?:.":. ·~.,~-(."''l)itt· ~<"~B'*'~~~co:
li:t,I«-C ~PJI>( ~JJ:""'" """d(;~<)' >"]!
P.O'fi.C·~p~.m:-.1 Ci.:' "-:C._";t<i-'t~!.-. .dl,:a-
~.
Ilustp~~o 6 - (:odice Sierra (1551)
Fonte·: ·http://bd'mx.m.xjmauu.scritos_sJer~.php
J'-'2..<'
Folhe~do o caderno, aparecetn ou:tros personagens e cin::;uilstan-
cia,s.que aco:mpa:nham as mudarts:a~ transcendentais qJ,l.e esse pov·oa-
~lo r;;onheceu trinta anos ap6s a Conqm~UJ.: o corregidor1 o interprete;
o esctivao, as ficg1deiras de seda, a compra de c~es para cutdar das·
cahras; a feitura de ilnagens de santas, a, c_oloc_a~ab da pia batismal...
Vemos artes.aos itiner~tes que oferecem sefis. setvi~os de povoado
em povoado; em 1558, paga-se a Simon de B.uenaventuraJ. fabdcante
de sinos, a nodvel soma de 740 pesos e quatro reais por "una. cam-
pana que se hizo e:
tz este pueblo". Ness·e mesmo ano :comprou--se de
14. 36 · Cldade.s d6 Novo Mundo
Ji:I_
an Benito~ sem duvida urn espanhol - 2.0'00 cafneira.s ·por 812
pesos e quatro reais (Ilustra·9ao 7). P,..Iem da intrus~o .de elemento:s
hi:spanic0s, a partir de horiz_
ontes e prop6sltos tnuito diferendados,
e.stes dados colocarn per!Nntas muito conctet.as e e_
ssenciais: essa
comunidade enttol) afqr0J na e¢onorrua de merc.a.do, com urn poten~
dal nada des:p,rezfVel. l'rata"se d~s contas do caixa da comunidade: a
coletividade como t~l tinha uma capacidade econ·omica comsideravel
para con.seguir it~ns t:otalmente novos para ela, como mobiliario ciq_
devb.~ao cri_stit sericultura e crlar;;ao de.gado, para citar algu_
ns.
HJ ~
. ... :.- .. ;:t.:. -.b·j.~:fv6'"""'-«.c~· x<v"'~>..•~·
·~~f~) ~_~e_:~:".l'•"'l~1'~'""""r•·._..,., 1~
~~ ~.?,,..,_::...
· ~-
~--'-----
;;<citll.llle.~;lillf'v"'·1
e..,.,.~GJ;""
J......:?~r~~- -1-~ ,~~"~-~~~··
.
.
...totloz:r""' ""·":'1'0~-..~ - "
··
. -·.- ~")~"'""'·'"">Ld6•_ r~~cr ')(L••til;fMi
<V I><to~-.:..6, - ~
·""': "ft • ,J.J · · '
..,._ .., - r-K··"'-
" "'"' .
~,.x;~c ~""'·t;..,.._-· _
~;;,Jt,
-f<r<-iL.,r""a ""•:y---
~ ' y.,.;e;. ~~.....,.,.,.,. 1-e.i-·
wfYYJ-M
_
.;; V;'v,.~-fi.~ 'f ?--2 r'
~""'clf'~"'~r4<' ,.."_
;;d'"""~d"'=-J<M-"' ~""P'
-YM{(~iii
_· · l"l"Aff<
_
, '·'t,'J<~J:<>~aMA
~ ' •"C!.qr._t.J';l,a.-rijl.~~"
11...: ;tl:'~;? l!CU,..,V~>(A."-<
<7''" f>'-;p:fH -
211
Hustra~ao 7 ~ Codke Sierra ·(1_55~)
Fbnt'e: http://bdmx.mxfmanuscrlto~sle~7<J: p_h,p
31.;;
·l+
t i(} ~
CIDAOESEPOVOADOS DE 'fNDIOS • 37
Foto 1- 'Capel_
I}Aberta de-CoixtahuaCa.-Fotogra:fia do autc)r
/1. jJintU:ra rle Texupa, d:e 1579, como muitas outras das R.elcrciones
!Jf'OJJ.r6ftcas, coloca em evid~1;u:;ia a impor:tanda do predio da igteja.
FoJ o pr:e.dio princ;tpal .dos pGvoados, nas condi~oes e loeafs·m_
als dj-
VL'rsos; uma simples cbnstru9ao qe p:ta¢eira inicialmen:te, de<pois de
l.ilpa e.de pedra;,coberta de palha,madeiF~, telha ou com ab6boda de
!Jl'.clra. 0 investimento em .rhao de obra e em II:l<J~eriais que-0 projeto
du.cobrir todo urn continente com sua roupagem de templos custou
il>i colossal Portanto, procuFa:ram-se respostas Grigi.J.Jais. Uma delas
J.'ui a celebra~ao ao ar livre, com capelas abert:;3.s de rnenor-·c;;u~to que
(lepois fotatn re.cuperadas para outros fins, como os portais ·4e ton-
vento (Foto 1). Os .arcos e as ab6bodas, nas regiQes .que ignoravam
t~Stes e]effiel).tOS <J,:tqUitetonicos, permitiam ainda est.abeleter Wl).a
rupMa ·com os te:mplos p?gaos, ainda que, em alguns casas, muitas
igrejas tenham tido ccn:no b;;l.Se lugares sagrados pre-hispanicos; em
Cholul-a a grande piramide -
serve de-base para o santuario dos Los
Remedias. Epossivel .q~e esta ·SO'lJ.l~ac::~ fosse mais empregada nn
Peru, ond_
e a religiao p.re-htspanica foi 1).1enos cruent:a. Dutra soius:ao
original, ainda que nao to.
talrnerite indf~ena mas de grande relevan-
tia, foi a realfza~ao de grandes espa~os cercados na frente da.igreja,
os adros, que estendiam a sacr;;~lldade, pais eram ao.mestno tempo
15. 38 •
. Odades 'do Nova.Muri~b
~rtriteri0, 1ugarr de. prodssaq e lembran~a·clo Templo de Salomao (Es-
calante; 200.1}.
Certamente, naO' ~ pessfvel men.donar a Igreja nas cidades e.pqvo-·
ados de indigenas sem lembrar selis santos, s.uas devo(;oes, otJ, .seja,,
suas festas e, ·com el.as, suas ide-ntidades (todo habitante pqrtava va_-
rias), sua ,sooiabj_li.dad«:! e su<:l hterarquiza~ao eclesiastf<;q_. Eurn tema.
extenso, imposs{v:el de. ser tratado aqui, a nao ser·atraves de uma
clrcun,st:anda pechliar: ademoli~ao da igreja de UI:i):a comunidade de
(!q.irro, pbr variadas r azoes, signlficava o transl_g.do das irnagens san-
l<i!.~, a pel'da de algumas festas e o enfraqllecit!.tento·do grupo, ate seu
desapare<;'iUlento .(Alvarez,.2010, p. 322-325).
Para Ullla tipologia das cidades·e dos povoados d.eindios
Sabre tal espa~o e·ap6s dois sectilos carre,gados qe b.ist6ria, uma
tipologi~ .e~ dfflcil e caitlbiante. Mais do que a dive;rsidade geografi-
ca, por mais real que..seja, o que nos·preocuiJg.. co111o h!stotiadores-
eo fluxo do tempo sabre as.entidades. PoQ.emos tratat de <~valiar os·
cortes mais es,sen~:iais. Os anos de 1521 ~te 1_
570 sao pdmordi.ais em
todas as partes, pois estendem·se 0s· diversos inodelo.s hispanicos
j:<Unenclonados de cidades ~ pov0ac!os. .No seculo seguinte, ate os
anos ;1680-1690, edificil a exist~nci:a par-a os po~o.ados: a demografia:
alCan~a seus pontos mais b<(ixos, mu.itos deles·desapareeem e as con-
grega~oes contribu·ell). para isso. A velh_
a nobreza tende a desapare-
cer,,recem-chegados se estab~le(:.etil no peder, provocando uma setie
de tensoes. lsso q.pa_
rece beni dorumentado para o caso de Tlqx€ala
desde a segUJ.:tda metade do s~culo XVI. Em 1553- queixa-se •0 e!lbildQ:
Dentro de cfn'CO, d.ir;z. o ma_
s aflos;;•.acaso de esta manerct .terminaran
las tierras de cu.lti'vo de las_ oqsas sefloria[cs? iAc.aso.se van a convertir
en macehuales[indios del comun)los Cflle estrin en las ·casas sefiorla{es?
iAcasp ya. .seran pipiltin [tUfb1es] los matehuales que van c.omprando
tierras de C!.!.ltivo? U:wudMart'inez, 2000, p..t83; cf: EaJv:o, 200.1)
0 assedio por parte dos espailhQis ecada vez mais opressor, g.. tg..l
ponto qu·e algumas ,das republitas alteram sua ·essencia - c:i.e fndias
CllllADES EP0VOAD0SDE INDIOS • 39
.fli'll'~t espanholas -, ~;omo v.eremo$. No final do seculo :xvn ouwas
lrludan~as intervem na,conji:thtQ.ra, com a apoio da £oFO<t, .e se far~-~
•.I(JIIt:fr no se«mlo xvm, fortalecendo a nob:reza. Esta .ecada ve.z mais
! I.W:•tlpd~ - assim consegue sobreviV'!'!i'- e afastada :das pessoas
W .lliWlS. Mas, ao mesmo tempo, os· cabildos indigenas, s.e:m a tara da
V
•·11alidade ja quase secular dos espan}i_
6is, sao.o p~1rtto de apoio de
IT! relative.rena·sdmento das republi'cas indigen.as .num mundo cada
Vt."'l, mais confllttJoSo (cf. Menegus e A_gttirre; 2006; N:ra a cidade de
'I'I,1xc~ll.a, ef. Mattinez, 2000', p. 413J.
Sobte estas bases foram s.endo criados e evo!Wrain v<1_rios m0de-
.lo!':, 0 das cldades mi$ta_
s·.
e, :sem duvida1 o mais releva.nte -e impnrtan-
lc•, nao pelo ntlinero., mas porque tange a.quase todas as capitais em_
ellversos ·graus. Poleas dela~ escapam a este tipo no firial do setulo
· VII, q_uando a misC.igena~ao esta 1)0' auge .e a plebe esta se crista-
li·;.ando. Ate 'tlaxcal.a, a oidade indigena pC!l.r excetlencia, nao pode
l'osstir ao assedio e apenetra~o dos nM ind!genas. ·oexemplo incUs
not:avel, pais trata-se de uma intbrica~ao profip1da ocorrida nos pri-
rnciros tempos, .
eLa Plata-Chuli}uisaGa. .No sec~o XVII existem duas
pitr6qufas-bairras de indios com et:hia.s segregad~s, onde os Indir
os
IN!=<ti'S yampa-pas possuem casas na pta9.a c.:·~ntral - caso inedito para
uma grande ci.dade - e existe um conjun'to de caseores indigenas
por ttas da ca.tedral (Mesa e Gi~shert, 1985, -p.48}. Guzco deriva cada
vez mais para ~ste destino com toda a sua nobrez.a inca. 0 <tesenho
realizado em- 1611 por Felipe Guaman Poma de Ayala da cidade q-q.tJ
conhe.ce.u bem (llustta~~o S) ecaracterfstico dessa inter-r:ela~ao, em-
bora o:s elementos de- .origem pre"hispanica ainda estejarn d~;>mjn_an
tlo, pelo me.nos na vis.ao do <>ronista_(cf. Kagan, 2003).
Mexico, construida sabre as ruing..S da extinta Tenochtitlan, eu,m
caso m.ais particular, p0is desde o irifcto .~stabeleceu-se C! separa¢ao
ffsica das duas republicas. Mas c.:om o tempo e~sa estanqueidade fo'i~
-.se Folnpe.ndo, e no dia 8 de junho de·l692 -data do "Grande Motim"
ql.!.e destruiu o centro da capital em qlies.tao de horas ·- os espanh6is
da cida,qe de_s~obriram que vivlam no meio de uma pqpula~ao mistu-
rada com fndi'Os. Ate uma cidade genuinamente esparthola ·como Pue-
bla tornou,-se mista, cetcando-se de bairros ih:.dicJs., a tp.l potlto que
16. 40 •Cidades do N.ovo Mundo
criou ·estrutur:as institutionctis p;;trq. melhor controla-1os: o primeim
a]calde fndio enomeado em 156S, e em 1601 os bairros se organizam
em republica de fndios (Gomez, 2010, p. Hn).
:1a-l'f: -
c-o;
'l·
' -
Dlistra~o 8·- Cnzco segundo Guam~Poma (1615 f.I051 [10'59])
No entanto, subsistem alitentic;:as cidades fndias, como Tl~cala
e, em certa .medfda, Cholula, apesar de sua proximidade de Pueo1a,
a espanhola,. e de sua urbaniza~ao notadamente quadr;itular. Ma,s -
a.
mi·scigena~ao esta c::ada vez mais presente e, .como escreve Norma
(!DADE~ EPOVOlDOS.Dt INDIOS • 41_
1 .nl.llla (2008)! da lugar a "una .scraiedae/. mestiza.en c;iUdad (y pro.vin-
ml hrc
lias" (p. 57). Em termos C.ontretos, isso signifiGa.qu·e no ano
1?ilCl 11 popula~ao india esta deslocada do centro, emandade;~ para o·s
ivtlf't•
os do entorno e torna-.se·minoritaria. Patzcuar.o, lutando por sua
r ir TI1,~1t1encia como capital contra Valladolid de Mlchoacan, dqrante
r ri>~ IJi de um s1.kulo, possui uma identidad.e arralgada, mas os espa-
r!lt6l1J npoderqm-se progressi:Vamente do controle do p.odet:
II variedade de povoados indfgenas eextensa com c.erte~a. Ha ca-
!1'1 (((te podem servir de exemplo ou que sao excepcionais. No ano de
l f,fl-2, o rei; premi'do pela falta de recursos, decide.vender tltulos de ll-
l;ttl e cidades as comunidades di.sJ}ostas a pagar. Nao e unicamente uma
O
lt;<
llda honoxifica: os espanh6is do povoado !ie Queretaro aproveitam
,, (l('IOrtunidade para obter, junto com o titulo da ddade, urn cabildo
fH'6prio e de.sta forma deslocar a republica Jn.digena lnfelizmente, nao
•·otllcmos como reagiu {ou nao) a coinunidade fndia. Outros souberam
ntl'lnobrar melhor e impedir o golpe de seu.s vizinhos espanb6is. Fcti
!l cls.o de Tequila ou o de Tlaxcala,.que bloquearam as aspira~oes de
1
11.1 subjugado Huamantla, conduzido pelos espanh6is do seu entorno.
Sct~UJtdo suas pr6prias circunstancias, que.deveriarfl ser ~alisadas ·de-
f.tlhadamente, tada republica deu uma resposta diferente (cf. Martinez,
..(J(JO, p. '354-360; Ferru.sca, 2004; Gutierrez Lorenzo, 2009).
0 caso dos "ind.ios-mulatos'', como sao chamados pelo je.sufta Je.,
rl}uimo Pallas em 1616, e bern conheddo gra~as a pintura extraordi-
naria reali.zada na epl'.)ca e que hoje est<i exposta no Museu das Ame-
ricas de 'Mad.ti. Escreye PaHas, a prop6sito dos.povoados de zambos
(rncsti~os de Indios tom negros) na costa do atua'l Equador,
[.,.] viven con a/gun modo de repq..bUcayanse dividido:en parcialidades,
y de/los alg[{nos son christianos sujetos a1os dor::trineros de los dis.tritos
del eontomo,geviemlinse pot capitanejos o caziques a quien obedecen y
resp~tan fidelissimamente: Algunos hay que.saben hablar en 'lengua es-
panola por:que:van j'vienen a Ia ciudad de Q
'u)Co, que dista potas leg·uas.
(Pallas, 2·006, p. 163)u
11 Sabre cabl/dos.de naolones de negros no Nl'lV.o Reln.o d~ Granada. vet Gutl~rrez Sierra (2011).
17. ,42·.• C[dad~~ do Nov.a Mundo
.Ate }itos·limite!{ do universo h.ispanico Gl.fegam. novos ares .que se:
hq;rtnonJzam.. Par exemplo,. urn barco de escFavos il~gros naufraga,
c)ando orlgem a uma na9ao compatavel com muit.as outras, que s.
e
insere nos interdimbi.os que va!) ·construindo o tecido de·urn imperio
de :tepublicas, entre elas·as de Jmd_ios.
Aproveita:ndo a voz do padre Pallas, vem(i)s a descd~ao de ontta
realidade nos confins da costa setenttronal do Peru, uma .acultura~;ag
quase as.sombrosa .no ~0 llle 16.1'6:
El vestido destos M'ante~~s" e~ compuesto de( espafiolydel suyo tmtiguo;
ccuni~as de lien~o cottada'S.a s'U modo, cal~ones de Castilla)':
unas almil-
1as o jaquetas, que ·elias texen de algod6n y lana labrados de cvlQres
difeT:entes, ha./;Jlan Ia /e_ngua Castellana olvid~qos msi de 1a nat1,1ral, ·son
ladinosy bueilds christJanos.. (Pallas, 20iJ6~ p. 168)
Mas tudo tern seus limites: as casas; os materia:is e as.bknicas de
constr.u9ao, por serern d.ir¢tamente dependentes do entorno, seguem
os modelos antigos. A.ssim, estes fndios Ci}Ue esquecerarn spa: lfngua
constroem suas ca,sq.·s eig'refas' oomo.seus antepassadO!i.: "las pq.rede_s
de cafia sabre cu:blertas con una capa de barrd' (Pallas, 2006, p. 1'68-
169.).
D~ certa forma, se a seeulo XVI hispano-a:z:nerka:no foi o de uma
traged.fa sem igua1, o seculo XVII foi o da eqlilidistancla ,para os povos:
e!ilt_re um passado em parteaniquHado, emp<rrte soorevfv;ido.e um fu-
t!lro difuso, mas inexoravel (Cf. Yanl:lq.l@lcis, 2012). Nao eram somente
tempos rwvbs; mas tamMm bm.:nehs :novos, 'fndios ladinos ou cholos
nas cidq,des, indios laborfos e.yanaconas nas hadendas;ll os de obraje
ila comunidade.e os indios-m.ulatos no litoraJ. Continuava-se fa:lando
de republicas de indios, e ela_
s contjnua:Varh sen.do assim. A posse da
terra, cada vez mais privada, .co:h.tinQava constituindo o e!ement0 tel;l-
tral: por quanto.t~rnpo? 1$so.te·z com que as rupturas:do sectc~lo XVII
pudessem :
ser eontidas~ Haveria.que se.esP'erarate o seculo XVIII para
que as convulsoes, anunciadas nos'anos 1690, se rnanifestassem.
12 Habltantes:de Ma,n,~..
13 N:T.:hacii!Tida eo nome generlc<'l pal'i! ~' ITfl1ql(de JiFQdu,tiV;J. ru.:al dll<'l te.rr.eno·era- uma·con,:e~s.ao
perm<~nente.
( !GlADEs EPOVOADOSDE INDIOS • 43
·f('rfutdas.
,h lrts de cabildo de Tlaxcaia_, 1547-1567, Mexico: Archivo General de la Na-
·,rr - lnstituto Tlaxc;:alt~ca de Cultura; Centro ae·Irw;estjgpciones y 'Estudies
d~p~·l'[OFes ~.n An!:f.opo.Io.gia Sod a!, 1fj8S.
L!.;fLA,.)er6nimo Q.e.Relaci6n d?·Michvacan. Z9-rilor.q.: EJ CoJegib.de Mi'<iho-
ll(;ln, 2008.
I.VAimZ:SQZA LONG.ORJ.i, M<J,ria Teresa. Las i.r.uii'os y l.a~ ciudades de Nueva
ll•
..pi.d1~1. La secularization de docttin~rs de indios en Ia :ci.tdad de Mexico. In:
•tH
TRO, Felipe (co·ord.J, Los indiosy las ciudades de Nueva.Bs{}afia~ Mexicm:
llir!versldad Autp_
noroa .de Mei:Uco, Instituto de Invesfigacicmes Hist6ricas,
'WIo.(Serie HistoriaNovohis~ana, 84.)
1HTIGAS, ]IJ·ai). Eieruto.Metttitlan; Hidnlgo. Ar.quftectura del slgfo·XVJ.. Mexico:
Il ulv~rsid'ad Na.cional Autonoma d.e.Mexico, 1996.
HHH'l'HE, J~an-Pif:lrre; CALVO, Thomas. Adrriinrstracitm e imperio. 5I peso.de.
lit 1rwnar.quia hispana en sus India.s (163:H64B). Michoad._
n: EI C:Oleglo de
Mlchoacc'm, 2011..
)I(•
JHAH, Woodrow. La inf/uenaia J;u'ltural eu·ropea en la crea.oi6n de,Jos·centros
vrlmnos hispan·aam~ricah.os. Ensq.yos f!Obre eJ. ae_sarrollo ur.bano de Mexico.
MP'xico: Sepsetentas,.19'14.
t;ALNO, Thomas. Vivre da·ns)a sierra zappteque du Mexique, 1-674-1707. Paris~
l.'llilrmattan, 20'09,
-·· Veneer la· derreta. Vlvtr .en la sierra zapbteca: de Mexico:(1674-17lJ7).
Mlthoacan: El Colegio de Michoacan/C.entro de Estudios 'Mexica_
nos y Cen-
tromnericanos/Centro d~ Investigaciones y Estud_l9s Superiqres en Ant'ropo-
lngta .Social, 2010.
_ _ . Gra.
nde machine qu e ceUe d.es InQ.e,s. In: ACERRA, Martine et a!. Les
vtfles e:
t le monde. Du Moyen Age·au XX~ steele. }{ennes~ Presses UniversJtaive.s
h.: Rennes, 2011.
CAMARGO, Diego Munoz. Relaciones geograficas de Tlaxcala. San Lu1s Poto:si:
E! Cole.gio de.San .Luis-Go.oierno del EstaQ.o de T!aRca)a, 1999,
Cattas de lndias, t.I. Guadalajara: Avilla Levy.1970 [1877].
CASTTLLO, Nqtm.a.SfJcie&Ii!'mestiZa ~n tiudadindia. Un analisis de las consecuen-
cias dem@grajfca.s, econ6rnicasy sodales del meslftaje en t~na ciudad.novohisp,ana.
(1 (i49-1 796);.Mexir;a: Univ{!rsidad Nat_io~alAutpnor.n.ade Mexic;o, 2008.
CASTRO, Felipe.'Los indios y la ciudad. Panorama y perspectivas de investiga-
aion. ln: CASTRO, Felipe (cootd.). Los indjo~ y Ia.s eiL{da_
deS de:Nueva Espana.
18. 44 • dtiadesdo.Noyo Mundj)
MeXico: Universidad National Aatonoma de .Mexico,2010.
__. lD;deseaoi'es e indispensables: fos vecinos espafi'oies, ~estizos y mula~
tO's en los pueblos de il;ldios de Mohoacan. J!s.ttldios de.·histotia novahispart~,
n, zs,p;59-80, juL/dez. 2001.
CIEZA DE UE.ON, P.edrq. Lq cron}cq del Pen;~. Madrid: Espasa-Calpe, 1962.
CQftrE:S; He·rnan. Cartasy ·re.lacione.s. Buenos Aires: Emece, 1945.
ESCALANTE GONZALBO, Pa·blo, Tula y JertJ_
salem: ·imaginarto indigena e
ini~ginarlo Cristiano. Tn: GARCIA, Clara; RAMOS, Manuel. Ciudad~s mes(izas.:
.intercamblos y co·ntitwidade_s en la expcmsii5Tl. occidentql. Slglos XV! aXIX. Me-
xico: Condum!')x, 2'001,
FERNANDEZ CHRISTLIEB) Fede.rJco; GAR.CIA ZAMBRANO, Angel JtiUan (co.-
ord.J. TerritoriaUdad y paisaje en el altepetl del .siglo Xl/.f, MeXi'eo: Fd.ndo de.
Cultura Econ6mica, _
200:q.
FERRUSCA BELTRA.:N, Rita. Queretaro:d'e pwibltJ aciudad, 165$-1 733..Disposf,-
ciones.jurtdico-admin.is_tra~ivas. Q1:1eretaro;!).rc.hivo Hist6rico,.20'04.
FRASER, Valeri.e. The archite.cture of Conquest Building .in the :
Viceroyalty of
Peru, 1535~1635. Cambriq15e: Ci:imbrid!5e University Press, 1990,
GARRITZ, AJ:Q<,~y<,~. Ejec1:1toria, afavor de D. Diego Luis Moctezuma. Testa:rnento.
del prfncipe Pedro Moctezum~, _H(st6ricas; Boletin.del Instituto de lnvestdga.cio·
nes Hist6ricas,.n. 3,.7, p. 28-.50, enero-abril1993.
G6MEZ GARCIA, Lidia E. 'Las fisca.l.fas en ·Ia ciuda_
d de los;Angeles (s.iglo XVII).
fn:CASTRO, Felipe (coord,). Los indldsy tas ciudades.aeNueva, Espaiiq1Mexico:
Uni.Vel'sidad Autp,n:o~,na de Mexico/lnstttuto d.e lnve:stigacic.mes· Hist6riGa~,
2010. (Serie Historia Novohispana, 84.)
GRESLE-POULIGNY, D01;ninique~ Un plan pour -Mexic.o-Ten.oclititlan; le'S repre-
sentations de Ia cite et timagitl(iire europeen XVIe-XVllle Siedr:s. Par:Ls; L'Har-
mattan, 1999·
.
GUTIERREZ, Ramon. Las reduaciones· indfgenas :en el urbanisme. r;:oJonial.
1htegraci6n culrn_ral y persistencias:- In: 6UTIERREZ, Ra:tn6n (c0ot d.). Puelilos
rlt:: indios, Otro.urbrmismo en la regi6n anditw:Quito:~byP-Yala, 1.993,
GUTIERREZ LORENZO, Maria Pilar. B1 fallido intento d.e .Crear un cabildo e!)
un pueblo indfgena de.Tequila (1!)56-1662). In: GA.RCIA: BE.RNAL, Manuela
Ct:i:Stii.la; OLIVERO GUIDOBONO, Sandra. El municipio·tndlanb.o re.laciones int~
retnli:as, econ6tnicasy sociajes.Seviila: U(llversida.d de S:evjJla. zoo:g.
G.U'FLERREZ SIERRA, Ec.!gar Jose. Los cabildos .de rregr0s en Cartagena_de I:il-
dias. In: AVfLA DOMINGUEZ,,Freddy; PEREZ MONTFORT, Ricardo; IUNAUDO,
CIDADE5.EPOVOADOS"DE IN.l51
0S.· • 45
C
hristian (cootd~). Cirtulacfones cult!l.t ales, La afrocaribefio entre .Cqrtqgena,
Veracruz y La Haba,na. Mexico,: Centro de Investigaciones,y .Estudios Supe-
rio.res e.n Antropologia Social/.l.nstitute de Reche.rche pourle Developpement,
2011,
JIMENEZ GO.M;EZ, J.ual) 'Ricardo. La repUblica de:indios en Ql).eretaro. 1_5£Q-
J8_2(). Gobierno, eleccianes y bienes de comr
midad. Me,xieo: M,igueLAngel Por-
n'fa, 2008.
K
AGAN, Richard. Entre·.dos mundos; Ia ciudad enla "Nueva Crohka" de·Gua-
man Poma de,Ayala. ln: GONZALEZ, Carlos .Alberto; VILA VILAR, Enriqueta.
G
raffas·del -~m_afjinario. .Rep.r:esenta.clones cultura}es en Espafia:y America [si-
.iJLOs-XVI·XVlll). Mexico: FonO.o de c;:ultura Emnom1ca,,2003.
LEON, ~icolas (ed.)..C6dice.Sierra. Mexico; Innovaci6n, 1982 [1906).
LIENHARD, Martin (ed.). Tes'tirnonios, cartasy manijie'Stos hzdfgenas (Desde
lu ebl')quistd ·
hasta .tomletzzos de} siglo XX). Caracas: Biblioteca Ayacucho.
l992.
L6PEZ DE GOMARA, Francis·co. Historia Gen(;!ral de las lndias. ZaragoZa1·s.n.,
LSSS.
t.O!JE:Z DE VELASCO,. Juan. Geog,r:cxfia y descripci6n umversdl de las lndias.
Madrid: Bibliote.ca de,Autore~· Esp~fiole~, 1971.
LOPEZ NUNEZ, Maria .delCarmen. Las priml:)r;as i:nc-i.u'steiJeS espafi6las enter-
rltoriotarasco..El aprovec;hamienfo pe los recurs0.s y la apropiacja_
n del tettl-
tor.io en.el sur Q.e la laguna de Cuitzeo e.n.el si,gloXVI. In:AZEVEDO SALOMAO,
Eugenia Marfa. 'Del ·territorio a la arqu'iteotura en el bbtspado de Michoacan.
Mbrelta: Universidad Mi_
choacana, ZOOS:
MALAGA MEDINA .Alejancko. Las reQ.ucciones toledanas en el Per(!. In:
C.UTIER~EZ, .Rawon..Pueblos de'indios, Otro urbanismo en -
la·regi(m andina.
([uit!)•Abya-Yala, 199.3.
I4ARTiNEZ BARACS, Andrea. Un gobierno de. indioS,: 'flaxcalaJ 1519-17SO.
M
exico: Fonda de Cultura Econ6miQ
a; 2000.
MENEGUS BORNEMANN, Margarita. El gobie_
rno de los inqjos·
.. Sefiores o
tabildo.ln: FLORBSCA:NO, Enrique; GARCIA ACOSTA, Virginia. Me.stiza}eS: tec-
noJ6gicoS,y oambios cultura)es ~n Mexico. Mexico.: Centro de Investiga"
ciol)es y
E!-!tudios SuperiOre:s en Antro.pologia ·So~::.ial Miguei Angel Port~ua, 1.004.
_ _ ; AGUIRRE, Saiv?cl..or. Los indtos, el sacerdoclo y la 1,miwrsidad en.Nueva
!Tspaiia,sig1osXVT-XVIll.t.-lexit:m Unlversidaa Naciortal Autohd"rna d.e Mexico,
'W06.
I
1"1
I'·
19. 46 , Cldadesdo Novo Mun·do
MESA; Jose de; (iiSB,ERT, Te.resa. Las tiud;Ides de Char:c;as y .sus barrios de
indios. In: La eiudad ibererjmericanq. Actll$ _
df!l Seminariio·8Uer.ios Aires 1985:
M'adrid! Centno de Estudios Hist6rkos de Ob:ras Pui!Jiicas y< .Urbanismo, 1:9$7,
MORNER, Magnus. La coroniJ. espaiioia y losJaraneos en los pueblos de indios
d;e /i.merir;(l,Es.tocolmo: Almquist & Wiksefl, 11970.
MUSSET, Alain. De·l'ea.u vive {} l'eau morte. Enjeulf. t~clmiq}-4eS. et cu.Zture.fs dctns
Ia v.qliee de Mexico (XV!e~x!Xe si'et/es). Paris: Recherche sur Ies CivilJsations,
1990.
l'/I.LLAS, Geronymo. Misl6n a las lndias. Madrid: Consejo ~uperi·or;de lnve_sti~
gadones,Cientiflcas, 2.006.
PONCE LEIVA, Pilar 0~-d.). Relaciones htst6rico-geOBnijiCa_
s ~e-la Audiencla de
Quito (sig.lo XVI-X!!X]. Q(Jjto1M
'arkajAbya-¥ala, t..Il, 1994.
SALAZAR GONZALEZ, Guadalupe; Ordenatniento espacial del territori'o en el
antiguo obispado .de Mfch0acan. lh: AZEVEDO SALOMAO, Eugenia Mar1a. Dei
tetritbr/o a la a_rqt~itectura en ·e/ antiguo obtspado qe Michdac~n. ly!ichoacan;
VnLversidad Mitb0acana de San Ni<;olas de Hldal~ojConsejo Nacional pap<! Y
a
Cienciay Ia Tecnologfa, 2008.
YA:NNAKAKIS, Yanna, El arte de estar. en medio. ltztermediarios indfqenasJ
i(ientidad india y -r8gimen local en Ia Oaxaca Colonial. Oaxaca: El Colegio de
.Mlchoac:;anj.rJniver!iiidad -A.uto.noma.Benito Juarez de Oaxaca, 201.2.
Segrega9ao residencial
na cidade latina--americana no
passado: resgate e discussao
Roberto Lobato 'Correa
r:J presente texto resgata e d~seute o tema dasegrega~ao residendal:ria
Idade l_aruu~-amerkana no passado..Trata-se de analisar se.us padr'Oes
l!ljJ~lc.iais.e suadin~ica entre p f!ficio do seculo XVI eo final do s~culo
.~lX, quando uma H:mgaestab:ilidade foi rompida a partir de 1850, den.o-
L
,II)do mudan~as ecbnomicas, polftk<5 e soGi:ai~. 0 resgate.e adiscussao
·w )ostificam porque trazem atoila qu·estoes Vincu_laQ.as as mudan~as,
.•s freran~as eao parpeJ do espa~o na sociedade. Por'out:to lado, aceita-
ll.tl a tese de que eimportante analisar·a reali'cl:ade na pe·rspe~tiva da
r'lm·ticularidade, colocando em plano secundario as singular_i~ades
fl!'eS~l!ltes na. r.ealidade (Lukacs, 1978).
A bi)Jfiografi~ sabre a cidade !atino·americana e.arnpla, inc!uindo
t<~xtos que abordam a ·sua dimensao espa€ial, na quai a segrega~aci>
resid(!nciaJ ap(ltece com destaque. Este texto, contudo~ esta :centrado
1ta ptopos·is;ao de Yuj'novsky ~1971), que c0nsiste em uma periodiza-
~:()o dos pad-roes esp(!cii:l,is da 'segr~ga():aO lila cidade-labno·americana.
Sua proposi~ao econsisterite e par isso sugere alguns pontos para
discussao, EJe se inicia com uma breve dtscussao sobr.e periodiza~ao
e segrega~ao resideneial; segulndo.-sJOi o resgate ~o terna e finalizando
com uma discussao de questoes.sugeridas.
Periodita-;:ao e se:grega~ij.o residencial
A grande cidade latino-am.ericana c<mtemporfurea, criada ante-
riormente ao se;cu)o XX. cara.cteriza-se -
por aprese.ntar uma complexa
47