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CONSEtHO ED.I'f10RIAL
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CriStova7J1 B,uarque
)gnacySaehs
}urandir F:r~ire Costq.
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Cidades .
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ovo Mundo
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ao e:historia
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Ram6n Gutierrez
Renata Mal:cher de Araujo
Roberto Lobato Correa
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Thomas·Ca:lvo
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Edirora_fiio E/etrqn.ica
Estudiq.Garat;!ond / Luiz Oliveira
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Estu¢6.Garamond I AndersonLeal
Sbbte Mapa de Mexico (162!!) de G6mez de Trasmonte.
Muse·o de 1a Ciuaad de.Mexico
Este llVJ:o so pode-sp- pu):ilit.:do grac;as ao apoio da Faperj.
CIP•BRASIL. aAT<1-LOGA.c;AO·NA-FON'rE
DO ,$1,NDICATO NACIQNAL DQS ED!TORES DE UVROS; R].
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Cidades'do D<l.VO mand§ I grganizai'Oo 'Fania·Fri&ruw. -I 0 ea.,·
J:U.Qd~j11,lleiro :
Ga:ramond, 2013.
)80 p.: il. r-
2·1em.
In,Iui,bibliogrilia
IS.BN 97.8.8~76172956
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Amotica latina. 4..A:mefica Latina -Geogr:dia hist_
6rica. l. Fridman, .F'-.ni.a.
13-Q2097 CDD:.980
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Todos·os direiJqs re~e!'VadQs. Areprodt19ao J:i%;o ~utotizada·desta
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Yiolafi;!I.Q:da.Loi n"·9.6JQ/98. -
Apresenta~ao
Fa:niaFridman, 7
Cidades e povo.ados de (ndios (s~tutos xvr~xvn).
Thomas Calvo, 15'
Sumario
S~grega~ao reside:ncial na cidade latrtno~am.~ricana
no passaqo: resgate e discussad
Roberto tobato Correa, 47
Refl~xOes ·em torna ct·a experit~ncia.francesa de criac;:ao
decidades.no Novo Mundo (secu!os xvr"xvrn)
Laurent Vidal, ·59
Geografias descritas: cidades, vilas e povoac;:oes
nos relatos, rote}rds e corogtaficts do
final d:Qse.ctDo XVIII 'e infdo do XIX
Renata Ma1cher:
de Araujo, 91 .
Percursos topograficos e afetivos pe1a cidade.de Sao PaUlo.
MemoriaHstas, viajantes, moradores,.literatos-e poetas
Ma~ia:Stella Brescian.i, 107
Reflexoes.sohre o urba_
nistrio do seculo.xrx
Ram6n Gutierrez, 139
-
Cidades e povoados de
indios (seculos xvr-xvn)*
Thomas Calvo
() tcma deste artigo,esumarflente ainbidoso, levando.se ern conta qu,e
11110 traqamoslimites espa.ciais (Nova Espanhao·u Petu):trata•se domes-
lll O Ouido "hispanico" que circula por toda a geografia- fnstit:Udonal,
po:J[t ico, cultural-tcr.iando int.eraqoes similares ou diferentes conforme
o::i' mt!ios. Portanto; devemos estar atentos tanto aforma com0 reagetn
,IS entidades indf:genas (urbanas OU nao.)1 quanta as adaptaqoes do.s
preceitos c:;olonitadores: duas preocupas:oes em vez de uma. Por outro
IJI)O, nao r:ms lJn)it¥mos ao ~e.culo XVI, aquele do trauma inhcial, per-
mite, na longue dtttee; perce:bet tj_lelhor ~ mudans:a transcendental que
t::igniftcbu para o universo do fn.d;io p~sar de unlversos ~relativamente
fecbadose autonomos para a.sua localiza9ab1.10 rpodelo oeidentalizado.
Aqui tambem exfstem tempos e-geografias: as realidades e os attranjo:s
nndinosnao pode.m ser medidos da mesma fo,rma que n;a.NovaEspanha,
sem duvida mais lntegrada ao Imperio Esp;nibol
Aoima de.tudo, o nosso objeto de. obser:vac;:ao nao egilalquer
um: cidades e povoados de fndios sao,: simplesmente, a base soEm~ a
qual descansa a colonizac;:ao espanhola, ale_
m das 320 tidade_s-e vi)as
espanholas, segundo Diez. de la Calle1
Capud Berthe-e: Calvo, 2011,
p. 393), que constituem a rede predadora no ano 1650 em todo o
espa90 hisp<'INO-antericano.. Se as cidades indigenas "genuinas" eram
• 'rradu~ao: Juan.Ca-rlos Garcia de Bias
~ 0 aqto.r te-
rla.esl;flto, pe)o arrg c.l.e-1640,.qne havia 1:60 ddades :pa:ra a Nov.a E$pal)}!a e 1-60 para
o Ret·u: obviamente a vontade·de eq!llpar3.t: merece suspeita,.mas o total ~· verossfmiL
15
l6 •·CRiade;l dd Novo Mundo
pouco numetOS·?lS em 1700 (sendo Tlaxcala,_Choiula e _
Patzcuaro as
mais evidentes n;a Nova EspanhaJ, as "mistas" era.m <:) granqe mai1
oria"
tanto antigas Cidades (n.dias -.de Oaxaca-Anteq~J.era: e Mexico a Cuzco
e La Plata, d.,inda qlJ.e·com suas dtferen~as - 1 qLJ.a:nto fundac;:oes espa-
nhola,s l_
igadas amao de obra i.ndigen-a, q:>U:J;o Potosi o·u Puebla de l.os
Angeles. No tenit6rto da atual .republicamexicana,.ern 1800, havia 55
cidades e vllas; com governo indigena (Ca~tro; 2010;p. 20).
Quanto ao termo "pov0ados cj.e Indios", ttata-se .simp.lesme.nte
de urn pleonasmo,, pois nos tempos coloniais nao existiram o.utros.
Segundo o prindp'io da s·epata¢ao das duas republicas, os espanhQis
deViam viver n<lls lugares, vi.las ott cidades. Estamos entao .falando da
quase totalidade do·s a_
ssentamentos humanos dispers0s ~traves da.s
fndias de Castela, PJ.io hthneto, pelo ano de 1572, Lope.~: d.e Velas<:e
avalia entre 8.'000 e 9.000, e que hoje:sao a base dn art;a_
bouqo urbano
de todo o contmente hispano-americano (Lopez de Velasczo)-1971)/
0 desafio cotrfplica~se. .ainda mais se levarmos em conta que ~.sses
elementos sao atr:avessado-
s tanto p.ela dive:r,sidade geo.grafica eon-
tinertt<:~.J, de urn tt6pico para outro, das terras dJJdas para as frias,
quanto pelas v3,r1antes. do desenv.olvimento sodoQ.Iltutal de_
stas:co-
wuniclades ao Iongo dos se.culos; a partir da diversidade de heran~as
pre-hispanicas que rec~ber<;~.m.. Prossem!ndo com o devir das pq·
plila~o:es ind(genas depois da conqui,sta, desaparecendo em regioes
int.eiras (Caribe)regioeslitoranea:s), sof:rrendo extermfnios nos altipla-
rtos; particularmente na Nova Espanha, 90% da pDpula~ao 'i.ndfgena
desapareceu.entre 152'0 e 1630. Certamente a opressa'o hispanica
tamhem variou segundo o tjpo de economia (mineira,.~grQpeculh'taJ
e com a .maior O.tJ. 1;11eno_r p'rox:imtda'de entre os povoados hispanims e
indigenas·. Pode~;emos a:tender ac.omplexidade d'este caleid9SC6pi6?
2 Po.oerfam~;Js re'tbmal'a sfntese que.J;qj1e:1l de.Vela·s~o·apresenta na abe.l'tUf.a da sua o:bra Gepgraj(a
y d~cr;pct6n ·untvgr.sal de las Jndias: "en. todo lo desci/bierto y poblcido hasta e/ ·afio de setenta y
euatro (•.) :habra dosctentasp!i_e'b}gs de espaflo/es, ciudadesyvil/as, ton aigunos asten·tos.de mtiJas
en for:ma de puelllos, y ~n e}fosy i?h ia, es.tqricf.a!i es ganada y otras.
granjer(as, c.e.rca de trelnt;a y
dgs mti cqsas de.vecinos espat1oles (•.); y och,o o lfuevemtl po.blaciones.de Indios que nose pueden
bitm sumar, par q!-Le iti.mayorparte esta por redu_
ctr. a puebtqs, en··los.qri({ {...] hdy mtll6hy medto de
indios trlfJu.tarjoS!' (197l..lJ,·
i·n
.OD}I[iE
S~PO.VOAD(j)S;Qe INDIO~ • 17
As heran~as pri!~hispanicas.
Essas ne·raf19as tdGCltJ): todo~ os arnbitos que aqui nos il!lteressam:
U
IJ'banlsticos, arquitetonicos, ~ociai.s e ~llltu:tais. Para a:lgurrs destes
,, arqueolog!a po,de se_r .de grande a:juda e:, ai:ndaj a. antropologia de-
<
llguns povos atu.ais.Mas·com.Iimita~oes: a G!ntropologia interessa-se
pelos grt!l:J)OS mais marg(na:lfzado.s, .ea.arqlleologia ten;t t:n~no.:~ acesso
<lOS locais de "contato" do que as civ'iliZac;:oes muitb anteriot~sJ em lo~
cais isolados (Teotihuacan, cidades rnaias}. 0 qu.e nos intere?~a G!quJ
sP.Io as ctdades e povoados ind1genas por volta de 1500.
No·ssos principais guias ser:ao os docume.ntos p:t:oduzidos hneclia-
r·~lmente ap6s o "contato"1 no tran.scurso da c.onquista. Podetn ser de
rJa:t:q_re_
za vartada, mas predominam as crcinicas e relatos; ou seja,.o
.t"scdto que pe,rn)ite ·des~c.ar alguns fatos.
Por urn lado, tP.~G! ~: aten~ao a grande di~Jilers-ao da popula~.al'l,
mestno nos seus asSe_
p_
tatl)entos ut:banos. Os testemunhos sao inume-
I'QS1 <il"esde o inicio da conquista e lie toda parte. Cito somente o de um
~ncomendeifl de Michoacan dp ·secqlo XVI:
[...].sabe q1.1e las' pbblaciones rie Ja provincia de Mechoacan estdn may
derr(lmadus pot d}ch_as partes e no os'tmJte que es.tdn ansi s'iempre se
nombrqry de un pueb'lo esi es pt~guntado de donde son. dicen que.son de
Ia cabezera principal e d'este arte esta ansi mismo derramaaa ia dicha
Ciudad e este testig'O no sabe que tanto s.
e estiende no por donde van
-/'os limites de dicha dudad.a esto es lo que .desta preguntci sabe. (qpifd
L6PEZ, ;woe, p, zts)• · ·
Esta frqse no:~ permite notal' que a distinc;:aro (oposir;aoJ oddental
tir.bano·nrral :r;l~o se evidenda com a ·mesma enfase nro·mundo pre-
·.hispanitO, onde a n~twez;a e o a.ssentamento humano estao mars
estr~iwmente r:elaoionados e os.limites sao ma'is ·indefinidos.
:S N.'h:-encornlenda ou repaPtlmleilto foi 1
ima iilstltiil~a.o )Jjiposta ptHa Qoroa para' a' Mh_ra:nca de
trihtitos, em que· a popula~ao irtdfgel).a' -~ .sell territ6rio eram :subrnetld.Q
s ·aum encomendero,.
qu~· o.rga~av;~ attVjda'des agrlcOlas, tex):eis ou de ex_
tra9ao de meta•
is oferecend.o "em trbta" a
edu-
oa,ao r_eljgtbs_
a cr_ista. Aencomtenda nae era here.ditaria.
4 Nas,fontes de epo:ca se conservara a grafia di!.transcriQa.e.
18. • Cidades do Nova Murfdo
Sea dispers-
ao esta em toda parte, e"RrciVavel que fbsse m_
ais acen-
tuada nas zonas .tropicais timid~ (mundo maia); onde o peso: .dave-
getac;ao e mais opressor; e.n~ regtoes·com fraC.o controle do Estado,
como no terrJt6.rio dom,i.n_
ado pela TripleAlianzct mexicana e>mais ao
norte,_nas zona~ de fronteita. Pot is.so, essa !!lispersao par.ece menos
notavel no Altip1q.no audino, ~om vegetac;ao baixa .e sob a domfni0
tenso dos in~a-~. No cora~ao cteste imperio, na regiao do Lago Titicaca,
Cieza d_e Leon (1062) ~bserva, pelo ano de 1550: "los pueblos tjen(jn
los naturalesjuill:osi pegadas1as cas.as unas con .otras, no muygrandes,
tocfas hechas de pi~dra,, y par cobertura paja'' (p. 254}. E atrescenta
que, em outros tempos, "hubo grandes.pueblp$todosjuntos. A1rederlor
de los Cl).ales tienen las indios sus .semettteras, donde siembriail s1.1s :oar
midas'' (Cieza de Leon, 1962; p. 254).Nov~ente nos deparamos,com
a iinbrica9ao entre natureza e edific~~~o.
Por outro lado, deve-se levar em conta .a gta:nde.dtve,rsidade das.
configurac;oes, mas CC!lm dqas modalid.ades p_
rindpais:o ·universo dos
''povoados dos ch~fes'~, e,m getal petifeticb. (Darien; Novo Reino de
Granada, nos seus li;mites com Quito, norte.do Peru), situado no tro·
pical umido, com irrrplantac;oes estl:veis1embora com constru~oes 'etn
materiais v:egetais, terra, de·formas arredondadas e de uso cpletivo.
Novqmente, aqui', urn dos melhor.es. O'bservadores foi Cieza de Leon,
na $Ua Cr6nica del Peru:
Sus casq.s soh grandes y redondas, hechas de. grandes var-asy vigas,.que
empiezan iiesde q.,bajo y :ruben arrib.a h.asta que, hecho en lo alto de Ia
casa un pequeno area redondoJenesce el enmaderamiento; Ia cobertura
es de pafa. D.entro ·destas casa.s hay muchos apartados·entoldados con
ester(ls; ti!men muchosmoradores.(Cieza DeLeon, ).962, p. 75)
Outva cc:rracterfstita e a hnporta'ncia que rev:este, sempre neste
meio, a casa do dl.efe:
Los senoresy:principal'es tienen muy gmndes cas:as, redtmdas,_muy al~
tas; viven en elias cf,(ez o q·L/th_
ce mor.adores, yen algunas-menos, como es
Ia cas:a. A las p·ue-rtas dellas hay grdrir/.es palizadas.y jortalezas hechas
cie Ias cafiasgord.as. (C:ieza de Leon, 1962, p.80)
ODADES EPOV.OADOS .DE fNDIOS: • 1.9
Outto .elet:nento Q._isti,ntivo das casas dos dominantes ea ca'.rnirer[a
(hmno do .ctonista) que colocam avista, na entrada, !) a Ia pu:
erta
.t.I11Jlas pu•
estas unas cafias gordas qe las destas partes, que parecen
pnquefias vigasi e
'n.
cima dellas t_ien¢n puestas. muc'has cabezas de sus
•twmtgos" (Cieza de Leon, 1%2, p. 67l Est.a:~ caracterfsticas.gerais se
t't'rn·.oduzem em boa parte do f!Spar;:o, at~ o noroeste de Mesoamerica,
JHlr exemJ!>lo, em Michoacan, como o re:ve}qi:D C!.S pfnturas da Relaai6n
rlr~ Mlchoacant cronica escrita par volta de 1539 e U]lstrada por maos.
T
nd(genas, e1 portanto, muito pr6xima atealidade pre·hisp~nica: pa-
lh<
l e .outras vegetars,, misturados coni barro, nm:n conte~to lacustre,
J:ol'ma.m o tnateria1 de casas e templ'os. Estas sao de tamanho e forma
V<~ r;iada, ina$ algumas.com tra~ado notadamente atredondado (Al.ca-
1
{1, 2008, p. 123, 12:7).
Essa.s pinturas c).e Michoacan real~am o valor do elemento aqua-
leu, essend~ para esses II)..lhdos ind(genas, em particular na de-
Lermina~ao da localizac;ao e no d~senvolvimento dos assentamentos
humanos. Novarne·nte, creza de Leon ebam observador, sobretudo
quando percorre o Peru o.otdental, ·onde~- chuva k po.uco frequente e,
portanto, agest-ao d·a agua etao essencial. as.sirn, el.e descreve que, no
vale de lea:
[...]pasa por elu.n rio, el cual en a[gunps m(:!ses del.aflo, al tiernpo que en
Ia serranfa esverano, lte;
la tqri pow agua que ·
slentenfalta della los ma-
radores deste vat;~. En e~ ~iempo que estaban en su prospe.rida.cJ, antes
que fuesetz subjeta.dos par los espafioles, cuando go~a.ban del gobierno
de /~s ingas, detn.ris. de las acequi'as con que·rega!)an el vane, ten!ail. !pia
m·uy mayor·que todas, ttafda con gran arden de fo alto qe lq_
s sierras, de
tal manera que pasaban .s.in echar menas el rfo. Agor.q. en este ti.empo~
t11ando tiemm falta y el acequia ,grande.estd desec:ha, pbr e'l misrno:lfo
hacen grandes po:za~ a trechos,y el agua queda en elias, de que bebeny
ll.'evan ace.quiasp.equetf!1s par.a: ri¢go de sus sementeras.[Cieza de·Le6!l;
1962, p. 2'10)
Confissao involunhria de urn .c_onqujstq.dpr ltldd!), tnas tambem
realid:ade hist6rica: ainda que os espanhots Viessem de urn mundo
meqitetr~neo onde·a 'irrigac;ao eimprescjrtd!vel, :n.a~;~ domi;IJ.aV(liD a hi-
_.
2!) • C
j dadeso
.
oJ)lovo Mundo
drografia. pe:cuhar .das .geografi~ ameriOanas. 0 caso mais .dta.
t.r:ultjco
foi sem duvida o da bad:a do Lagq 'renocht;i.tlan, com uru si~tema ece-
l6gico Cllterado depois da conqui.sta e com u ret0rno das erkhentes <
t
partir dos anos 1560 '(M1J.,Sset; 1990).
A esses povoados·dos chefesJ O<;l.S zonas mais inqspitas e t:o·msuas
"ca;sQs a modo de ramadas largas de muchos esta1}tes': Cieza de Leon
contrapoe .a urbanizMao e a arquitetura dos pqvos ·do altiplano, com
tom de admirac;~b:
Est6n estos aposentos de Caranqua·en una plaza :
peqq:eiia; dentr.o. deflos
b(ly zm estanque.hecho de .piedra muy prima, Y' los palacios y n;wrada
de los iniJ.as estdn as[ mismo hechqs.de grandes piedras gcilanqsy muy
sut{lmente asentadas, sin·mezela, fJ'l!ff no .es poco de ver. (Cieza de Le6n,.
1962, p. 123)
Cuzco epartitul<!.rroente ceiebrada: "tuvo gran·m(:lnera y calidad;
debi6 ser fundada por g~mte de g,ran ser. .Hab.fa grandes calles;.salvo
q.ue eran angostas,y las casas-hechasde piedra purg". Ouas' circunstan-
cias ressaltan:t ~amMm na.de:scri~ao do cnmista. A. primeiral "desta
plaza [de Co..zco] salfd_n cuatro c:amih@$ ref!l'es"; dendta uma capHal
estabelecida. Em seguida, "Teja, /adrillo ni cal no vemos reliquia. della"
(Cieza, de Le6il1 1962; p. 242), revelando que as te.cni.cas e mat~jiais
de const.rw;:ao sao notadamente dife:rentes da,quelas dos espanh(>is, e.,
por tanto, u.tna das primeiras ex:ig~ncia.s: u:rbaoas dos recem-che~ados
sera a de formar novos arte:saos para atender assuas pr6pri~s neces,-
sidades.s·
Se houve uma cidad{:l pn~-hisp~nica que despertasse a -admira~ao1
certamente foi Tenochtjtlan, ein.1519, que foi cmnpqrada: a Ror:na, Ve-
ne:z:a ou Constantinopla. Basmm-nos·as palavras do seu conquistador:
Es tangrande.la.ciudad como Sev.illay C6rdoba. Stm las:calles qellq, digo
.fas principales, muy anchpsy m.uy der~chaS; [...]. Tiene esta cf~.;dad mu-
chas plazas, dOnde hay ctmtinilos tnercado~y .tratode compntry vencjer:
S Q processo de formas:ao 'f0i breve, .Os irr9.lgenas, pb r ~xertiplo. assimi{aram rapidame.nte a.
fabrfca,ao de t!)llias e.seu .us.o..ta'nt'o que. por.vezes; este produto fot.agregado ao sell tribtito, ct
lirilser (2009, p. 9'1).Sbore o·carater ''t~voll!cionario"'dos tetos de telha nesses antJitos,¥e:r Calvo
:
(2009, jl. 74-15 e 2 62}.
~IOACiES: E'POVOADOS·OE li>J[)I0S • 21
Tiel1e otra pfaza tan grande·como dos veci?s la ciudad de Salamanca,
mda ·cercada de.portales a.lriededar, donde hay ·ao.tidiarramente.arriba.
:tesesentamil animas comprand..o y vendiendo.:(Cerb~s, 1945, p.
.185)
Poi·tant!q, alg0 q].le se assemelhe a!JllJ. f:ormigueiro, 'isto e, multfdao
r Mdem.
~~·~~un~~:ot,(l4.1•"=-
.Hf.S!f~~~~~~~~
Oustra~ilo 1 •Tenocbtitlan cir.ca 1520 (Plano de Cort~).
f/l!l.nte; wWw.colliiubJa..
ec(u;oujspanls)Ja·31-9;intrnciucoton/1 mag~s/ma)laS_teno.-1524.)pg
As cir cunst<1,nciaJ; da copqUista pe T.enochtitlan nos petmitem dis-
DOl' da unica repr~senta~ao contemporapea e.
reqlista ·de .urn assenta-
ri1ento :pre-hispahico, alnda .que no sel.). m:ontento dertarl.eiro. Trata-se
do plan o chamado "de Corte$'', dese~had(') entre 1519 e 1;?20 por
L!m dos soldados do con·quistador e depeis gratrqdo et:n Nuremberg
no ano 1524 (Ilustra~ao 1..) (Gresle-Pol.tlignY, 1999). Apenas desta-
caremos alguns elementos que permi.tem tonf:irmar ou ainpliar a:s
caracterfsticas ja assinaladas dessas cidade.s-capi:tais pre.-hisp§nicas:
a importanda da: agua e a centralidade.que se.revela. No casQ, a cen-
.tralidade de T'enoohtitlan como capital do "imperio,; da Triple. AlianZQ
atnda m:uito jovem.e a centraliidade da Jilra~a .e do Templo Maior ne.sta
ei"~a~e. P¢1' firn, ressalta a.divtsao do espa~o urbano, binaria, a qui em
.....-
22 • Gdades do Novp Mundo
quatro partes, gerada ·a partir da uoiao das duas ~idades prindpais
no final do $eculo·XV, Tenoclltitlan, no centro e sp..l, e Tlatelolco, no
norte. Eb esquema que encontramos por todp.s as lndias;ai.nda mais
no Peru, com as parcialidades• hurin (abaix_
o) e hanan (alto),. e que
se conservara com 0s espanh6is. Sao estas mesmas quatro parciali~
dqdes, duas por cada cidade, que Cortes enconQ"a na sua chegada a
Tla.xcala e que perduram ate o fi.nal (l_
a ¢poca dos vic;e-reis.
0 modelo hispanico
As regr_
as e as mo.delos impastos pelos dominadores vao ser de-
terrninan_
:tes·corn 0 passar do tempo, mas de.for ma vactada, conforme·
os preceitos, os espa~os, os tempos.
Em primeiro luga_
r, ha circunst~ncias e postJ.tiados. Os espanh6is
(e outros europeus) procedem de uma hisl6tia na qual a cidade e,
simultaneainente, urn instrumento de expailsao e de domina<;ao. .E
por meio das cidades, cri~mdo-as ou refundando-as, que o Imperio
Romano e a Europa, desde 0 seculo XI, .se estendem e perduram rtas
suas·margens. Ea clda(le que, desde os tempos da Grecia, tonstitui
o motor da policia7
ou da "ciVili'zas;ao.,~8 Observemos as rafzes dos
termos.A expans~o americana esta em continuidade: em 15-
52, Fran-
cisco L6pez de G6mara cunha afrase "quien no poblate hQ hard b!lena
conquista",[L6pez de G6rnara, 1552, f. 23v).
Com '<!. chegada desse imperialismo urbano aAmerica, duas regras
serao dom.ii:lantes.Asepara~ao das republicas de indios e de espanh6is
e a primeira, uma vez que dela nascem e.ssas entidades; <:~.parentemente
an_tagonicas, que sao as cidades.e vilas de espanh6is e as cidades e p.o-
voados de indios, Quem instiga essa politica sao os·religiosos, que que-
rem preservar os ne6fitos da opress~o dos espimh6is e da contamin~­
c;:ao pelos mestic;:os que vao nasGendo: Mesmo os pr6prios encomende-
ros esfao proibidos de residir permanentemente em suas enco.mi,en_
das.
6 N:T.: parcialldades·etam os agrupamentos em que se divldiaJ.n o_
s pbV
oados priJnltivos,
7 "Tertnlno .c/udadana.y cQrtesan_
o", escreve em 1611 sebastian de·covarrul:11as, no seu Tes.oro de
Ia. lengua coste/lana., signlftcando, entiio, ptlrtado~a de ordem, a.cordo e conviv.~ncla urbana~:
)lrbanidade, no seu senttdo mais ample.
8 0 termo co.m esse seotid.o edo secuJo XVI-
II.
CIDADES EPOVOADOS DE fN_DIOS • 23
Nilli[,U
.em que nao fosse indigena podia permal)ep~r- mais de tres dias
H
Jri novoados de indios. Euma politica que a Coro~ promove (Mor.ner,
1)10) para atingir varios alvos: bnpedir as rebelioes nas cidades e evi-
l .~t· uma explorac;:ao exce.ssiva d0 univ:erso indfgena.
N ::~ realidade, esse processo se torna pronta.mente mais elastica.
II!WttS ~rqibic;:oes nao incluem as cidades fndias, e mesmo- a orgul,ho-
1'l'laxqala sera progressivamente assediada; apesar da resistentia
dn I'C{publica indfgena, que deseja tr.ansformar a provfricia em "terri-
ltk io indio", a partir de 15.39, o proprio vice-rei faz algumas merces
dt: c:stancias a espa11h6is·
. Proxima de Tlaxcala e.fundada a cidade
•:H
panhola de·Puebla, no and 1532, o que dificulta essa postura de
d1• lesa. Uma defesa cada vez mais di.ficil: ern15S.O, o cabildo de Tlax-
:
citlu mantem-se firtne: "aquf en Tlaxcala s.e edifica la ciudad y na de-
IMI estar los espatioles, po.rq·ue noes pueblo de espafiolesi lo que aquf
,'t' constit~:~ye es pue.blo exclusivamente de nosozyo,s lo$ tlaxcalteca".
N() entanto, quando em 1556 urn esparihol pede amunicipalidade
de recebe-lo como vizinho, esta deve ac.eitar, com a condi~ao de que
!w ''en a/go provoca molestias {...} se le d.ema·ndara ante la ju.sti'cia
pC!ra que se vaya .donde el coraz6n ie.dtcte" (Aetas de cab·i/do de Tla-
xuala, 1985, p.. 309, 360-361; Martinez, 2000, p. 362). Finalmente,
o fato de que, em 16:S9, um mesti~o consiga chegar ao cora~.ao do
dispositivo, o pr6pti_
o cabildo d.e Tlaxcala, e.em 1663 seja nomeado
r~overnador "fndio" da provincia significa a derrubada definitiva
desse preceito.
lsso vale para as. cidades. Mas o~ povoados de fndios se preservam
melhor? Emuito duvidoso (Castro, 2001): suas terras e mao de obra
sao atrativas, assh:n como algumas da~ suas infraestruturas, que pre-
cisamente estao de.stinadas apassagem dos nao indfgenas, como as
hospedarias e.outros tambos'(no caso peruano). NIJ,.ina daJ;a tao remota
tomo 15.67, pergunta-se aos fndios de Juli (Peru) se os espanh6is "tie-
nen. tomadasy ocupadas algunos chacaras o tterras o casas oganqijos";
e eles respondem: ''en a/gunas casas del tambo publico han vivido y vi-
ven c(e asiento (1./gunq'S espafio1es" (Lienhard, 1992, p. '17.9} 0 caso mais
emblematic:;o e,sem duvida, o de Queretaro,fundado Gomo pov.oado
de indios entre 1531 e 1549, que em 1655 se transmuta.em aictade de
.24 •·odades clo·N(1vo ('lund.o
espanh6is: a p:rata (que ed<:1d4. ao rei) seraa "pedra filosof'al".
0:·segundo.ptec:eito ~ ·a tongregayao (Nova EspanhaJ ou redm;ao
(Peru) destes tnq_ios esp!'llhados e q!le se devem '"redut:ir a policia'~.
Ainda mais quq.l;l_
do existe uma queda na populaQao que a£entu~
a dispers3:o. Trotar - r.eligi.osamen.te, politic-amente, rnilitaJtl)en-
te - seus as~¢htamento,s por outros mais bern control'ados e menos·
nurnero:sos e uma neces:sidade que surge muito c;edo. Qqeretaro,
,
fundada pelo fndio Conln so:bre o caminho do Mex:tco.para o norte,
fo.i um.a funda~ao dessa natureza, em tempos mujto preco.oes. Sobre
:esse corilier:idG 'f:enomeno '(Gutierrez, 19'9~, p. 1.1-'62.) .citaremos urn
docm.mento de. 1550, no qual o franqiscattq Motolinj:a pede a.o Re.i que
o.s·indios
[...] sejuntarene.TJ pueblos·como estifn en Espa_
iiq, y.mrseria p.oco prove-
cho para fa d.octrinay Ja policfa ·humana, porque como agora estan mu-
ch€Is cf.e ellas mas·viven como salvajes que como hom'bres,y no sabemQs
como de otrq mcmera pued,a_n se·r ins.truidos e .informados en la~ G~.sas
de Dios; ni·se que inc;ovvenientes hay l!?n juntarlos·que pesan 1nas que el'
provecho que se les sigue, (;ipud Salazar, 2008; p. 169)
Os epis6dios: da redu~ao foram variados: no Caribe, as prtineiras
terttativas sao do lnJcio do seculo XVI; n_
a Guatemala, eome~m em
1539.: no norte da Nova Espanha, entre os an0s 1580 e 1600; final-
mente, no Peru, o seu gr-ande promotor foi o vtce-r'ei Toledo .(1569-
1581). Este ·governante tentou racionalizar o pro-qesso: dentre os
sete povoados de reduc;:ao que triou <).O re.dor de .cuzco, um deles era
formado por marceneitos e outro pot ou.rives (Maiaga, 1993, p. 303).
Mas no infdo do seclDo XVU o fracasso dessas medidas e
.daro, tnas
mesmo assim rnocl'if:itaram radtcahnente a geografia.e a fisionomia d~
boa parte dos povoados de indios.
Exi;
ste ain4a urn modelo que vai .alem do simples c:onte:J:{to u:rba-
nfstico e .que reflete .a ;ideia da ordem e da policfa qu;e se qu,er impor
aos habitaQtes dos povoad0s. Ea quadrftmla, tao estendida n_o urti-
verso hispan.o-<ameti~·ano. Ha urn debate soore sua.s. origen.s e lnflu-
ertcias, sabre os significado.s ideol6gico e pragmirtjco que envolvem
este plano tra.;;ado ''a .regua e compasso":.Nao enec.essario voltar a
CIDAO!;S'EPOVOADOS DE INDIOS • 45
I<~ (cf. Woodr.ow Borah, 1974), b<!.sta agreciar sua..rrtaterializa<;ao, a
mais arttiga conservada em arquiv0, o plano da funda9~0 de Mendoza
.(1561'-1562) (Ilustra~;ao 2J. Em (!!Ue medida este rn:oQ.e.to se imp,os
nos povo~9Qs eddadesde indios?
.. Q,'vD .. ~" .,
. 'fj"'lj
't
.U · H·f -
,......._,
<.
EE.
·{'!='
Ilustnu;ao 2 - Plano d~ Mendoza.em 1562
·Fonte: A.rclil'<o ~gneral ge Ia:Na~i6rt [Mexl;co)
26 • Gdades.da Novo 'M"linilo
Mexico no ano 1550, sfrgJ.mdo o testem'unho visual do'plano cha-
mado de Uppsala (llustra~~o 3), obta de. cart6grafo desconhecido,
:p>rovavelmente urn indigena bastante aculturado, ja mlo emais T~l1t>­
chtitlfm.. Mas seu tta~ado pre-h:is·panico, v.lsfvel atraves de a1gumas.
das suas pra~as (Sa;ntiago de TlateJoko}, de suas valas e calfagas .que
nao respe'itam a qu.adric:;·uta. reveia o quao difidl foi o.esfor9o dos es-
pan:h6is quan4o .qqisez;am fa:z;er tabula rasa de sua c;apttal. De forma
progre:~siv~ vai..se hl0delando a nova cidade, como n;~.ostra o mapa de-
Gomez de Trasmonte de 1628 (llustra~ao 4).
Il~ll'as:ao 3- Mapa de Mex:lco conliecido como Mapa Uppsala (15:50)
Foufe:,Bjbliotw~ da Univel'Sidade de Uppsala (Suecia)
CIDADES EPOVOAOOS DE INDIElS • 27'
llu,strat;.iio 4- Mapa de Mexico (1628') de G6me:z..de Trasrnonte
Fonte: Mlis'eo.de I~ Cil!da.d.de M
_
e;xlcQ
No entanto, existe um clara contraste entre o tra~tado espanhol, em
.hew parte realizado a "compasso", e a falta d:e.ordenamento dos bairrbs
indfgenas qrcundantes. Se isso ac0ntece na Ceipital, nao se deve e!>"pe~
r<
J.r alga melhor nas ·regioes afastadas, como revela o mapa de San Luis
de Potosi de ;1594 (flust:Fa~o 5), a mina real.ao norte da Nova Espanha.
Este simples esoogo .opoe 0 assent:amento hispanico, reticular, ao casa-
rio dos·indfgenas ao. redl;lr. De novo, e
,pteci'so anotar a .impnrtan:cia da
;;gua, ainda mriis em s.e ttatMdo de i..lrn_
a regiffio Seltliarida. As parciali-
dades e outr0.s ba1rros -tndfgenas das periff~rias urb~?~ l:iispalii'cas nao
ti:nham amesma vitalidade efor~a de identidade dos povoado·s (menas
a:inda de uma cidade como Tlaxcala). onde poderemos n0tar diferen9as
notav~is; mas. com maior aceita¢ao da quadrict.tla•
Pela concisao e pela precisao da descri9ao. vale:retomar o que se
es·qre-veu em 1605 sabre o povoado de Charapoto, na provind.a de
Pueblo Viejo (Guayaquil):
28 • Odades do NGvo Mundo·
El pueblo estq en llano con: una plqz_a:
[}randey 4 cailes en Iaforma de
los pueblos de espa.fioles con:sus calles cercadas. !In estos 4 c.uadros tii.~ne
55 casas de madeta cubiertas de pdja, cada pardalidad en su cuadro
de por si; una iglesia de San ESteban cas'a de cabildo y carcel. (Ponce,
1994, p. 4.'5)
Essa ~ra en~*o a fisionomia dominante, amplamente hispaniza.da,
mas com ·~eu toque ex6tito.e tr.opkal.
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Or:'!f.J'tf.J•
crr=n:n:-3
Ilustra~o 5·-A .m.lna:real deS~ J.uj~ de Potosi em 1594
Fonte:Archivo·General de Ia Nacl6n (M ~xico)
Transfel'enda de institui~oes
A integra~ao em .urn espa~o remodeladb e mudado sob normas Ws-
panicas nao era o ess~ncial. Constituir-Se numa verdade.ira republica
de fndi.os impunha outras exigendas. Ser uma comunidade reconhe-
cida implicava enquaqrar-se numa hierarquia e rede de republi'c:;as.
Novamente reitera""se a meSUila pergunta: como combinar ~· beraJl.~as
.locais coil). .CJS .exigencias prbtedentes dos conquistadores? A resposta
CIDADES EeDVDADOS DE li'(DIOS • 2'9
011 similar as demais: tratou-se de ada,ptar e aaeiUH1-se a continuidade
lJ; I medida em que nao fosse c_
ontraria -
aos interesses do dcn:ninadpr.
Pol ;)ssim que a.divisao do territ6rio dos senhorios (agora prpVindas),
.nwilo que no mundo nahua do Mexico chamava-se de altepelt (";igua-
·lll!lrro")1se manteve entre a caheceira e os povoados submetidos. E
.linda com uma forte id~ntificac;:ao entre o territ6rio e sua comunidade:
nun.tradm;:a0 do nahuq~J:, '";:gua-morro'~ remete ao espac;:o, com sua du-
pl~l missao, vital e protet;ora (Fernandez e Garda, 2.00, p. 577). Era uma
"lltatria", como escreve·ria muitp :depois, em outro contexto, o historia-
rlor mexic:an.o Ltiis Gonzalez. Dll!l sistem<J que, finalmente, tinha urn
l'quivalente na Espanha, em todps os seus aspeatos. No entanto, a rea-
lldade concreta foi-se modificando: por causa da Conquista e dos trau-
mas.acontecidos, as rela~oes de poder entre as capitais e qs povoados
111bmetidos foram evoluindo; muitos destes (as vezes apoiados pelos
J:-opanh6is residentes) tentaram emancipar-s.e das velhas cabeceitas.
l::~tes c:;onflitos aparecem desd.e o inlcio, por exempio, entre a cabeceira
'f'epeaca e sel.) submetido Acatzingo, que lutaram pela instala~ao de urn
1nercado (tii1nguis) a partir do .ano 1540.
Como sempre, TJaxcala eurn caso a parte. Aqui1 desde tempos
rerrtotos havia quatto cabeceiras, que dominavam quatro morros
pn6ximos, na parte cen:tro-sudoeste do senhori.o. Em 1528, os espa-
nh6is obrigaram os indigenas? d.escer e se juntar em umapfankie
proxima; em 15:36, o convento de Sao Frandsco etransferido de local,
para uma pra~a que logo receb~u todos os sim.bolos da pe/icta urba-
na, ou seja, pelourinho e chafatiz (Martin~z, 2000, p. 138-139). Mas.
as quatro cabeceiras continu_aram dominando urn amplo conjunto
de povoados submetidos. Seu carater.d.
e provincia fndia permitiu-lh~
manter certa. coesao, que se foi desmo.r:onando ·com o:pq_ssar d.o t~m­
po. N;a metade do stkulo XVII, varios subjugados trataram de cobnrr a
sua liberdade, entre ele.s:
[...] los natarales de Santa Cruz y los de su paroialidi1tl; que pot todos
son .diet ermitas suje-tas de .fa dicha ciudad, no han querido ni quteren
acudir a cosa alguna de las que e$tan obligados ~omo sujetos de la dicha·
cabecera, nl aun of)edecer a los fJrincipal~s.Y ojiclates de republica"res-
30 •.Ci.dad~s do No_vo Mundo
pecto' de ·hab~rles hecho .entender M}guel Ruiz de par.ada.y Luis Garcia,
espaiioles [...] :
que no debiqn rectmocimiento ni servicid alguno a otra
persona que a ellos. (Martinez, :
woo, p. 342)
0 t~rrit6rio eo urbanisma norrrralizado sao o envolt6rio da republi-
ca, falta J.nna alnia. Esta edada pelo govemo da comunidade. Em outros
tempos foi o senhor natural. A figut9. persiste, mas os espanh6is tentam
desvirtu;hla, criando institu'i¢oes a
.·espanboJa, como o cabildo. No en-
tanto, em alguns lugares, ~ linhagens regias de origem pre-hisparuca
logram se manter,. pervert;el)do o.sistema municipal impasto, camp foi
o caso,,rro seculo XVI, d.a.provincia de Tepeaca, na Nova Espanh~ (Me-
negus, 2004). No entan~o, o controle da monarquia sabr-e essas c9-sas
senhoria>is e tangfve.L 0 caso de Pedro Moctezuma, filho do il:npera,dor
mexico morto no ana 1570; e taractenstico.: parte ~ssencial dasua ren-
da, 3.000 pesos artuais,lhe e dada pela Co.roa (Garritz, 1993).
Dessa manei,ra sere} o infcio da municipaliza~ao. Nas instrus:oes
dadas em 1530 para a segunda audiencta de Mexico, menciona-se:
Aca ha parecido que parq que los indios·rwturale~ de aquena.provincia
comen.zdsen a entender nuestrq. manera de vivir, asi en sl! gober:naci-
6n como la.poliefa y casas c(e.republica, se.ria ptovechoso que hl!biese
personas de elias que jUiitqmente con los regidores espari.o1es que estdn
proveidos entrasen en etregtmien·ta.y tuviesen v.oto.en ti/,y tisimisma·:que
huoi.ese en cada pi.Jeblo un alguaci/ de enos. (Jimenez, 2008, p. 78-79)
A medida nap.prosperoli,.mas no ano 1549 um.a Real Cedula .ou-
torgava a cria~~o em todos os pov:oados>
[...] regidores cadcifieros,y los mismos indios que los·eligiesen eTlos: los
cuales tuvieran cargo de prbcurar (Jl bien c.omunyse ptov.eyesen a:simis-
mo .alguacilesy OttosJiscales necesarios como se_ 'hlz.o y acastum:bra em
Ia provincia de Tlaxcala y otras partes. (Jimenez, 2008, p. 78-79)
No ano de 1570 a maioria dos cabildos indfg!'!nas estao funcion.an-
do, pelo menoS'na Nova Espanha Qim.enez, 2008, p. 78-7'9).
Os atributos e mLssoes·do cabildo espanl:wl foraril trans.feridos
para p universo ilidfgena, com .seus ofit.iais, com seus pr6prios -
CIDADES ~ POVOADOS DE INDIOS • 3T
'';l't':J.s, ppssessoes diversas, rendas das· parcelas comuns (pq,ra b
I ol"ar d e QueretarO, cf. Jitnenez, 2008) e CaSa de CQbi/cfo, que, no CaSQ
~hr Nova Espanlw, recebeu o nome de .tecpan. Esse.nome nahuatl
flt'ilfOnstra a .continwidade entre ~s duas epocas·
. Alguns·desse.s pre-
IJ
os foram tambem de constrUt;:ao p:recoce, como o d.e Metztitlan
(r·xl.ado de Hidalgo, Mexico), que data dosano:
s entre 15a7 e 1540,
1om sua imponente coliUnata renasc;entista e ~isppno-~rabe. T.al
tnonumento, nesse ambito tao afastado, poderia nos su.rpr~ender:
1'1
': ressalta sobretudo a importanda da institlii~ao que devia abr.i-
I~D r, assim como o grau de hispaniza~ao (Artigas, 1996, p..67-73) do
ontverso indfgena. A institui~ao do cabi/do indigena foi urn elemen-
W posi.tivo de coesao e perpetua~ao da ide.ntidade dos povoados e
~·idaaes indfgenas.
Puderam, ate m.esmo, ser constitufdo:s, quase e.spontaneamente,
nnmicipiqs indfgena.s, como notificava ao rei urn alcalde de Merida
[Y
ucatan) em 1563:
Cerr;a de esta ciudad,y en los ejidos della,y junto aIa villa de Vallad.olid
y de San Francisco de Canpeche, se han juntado cantidad de ·ir:
ujios na-
vorias vdgabun'dos,.y que por n.o tributor se han salido de .sus pueblos,
y otros que an .venido de Me:xico y de otras par.tes, y an hechb allf s_
us
c.asas,.y tienen pueblosform ados, y eligen a.Icaldesy :r:egidores en cada
qn alia, y tienen toda puliwy concierto de republica. (Cartas de lndias,
1970,.p. 388-389)
Mobilidade e mud-an~as vao juntas; as indlgenas entehoiam per-
feitamente que a nova ordem era irreversfvel e que a suq, ado9ao po-
deria ser par-a eles uma coura~a nesses tempos ainda agi.tados. Neste
caso, o cabUdo <;onstitufdo podia ser uma arma tanto diante da o:pres-
sao da cidade espanhola quanto das solicita~oes e tutela demasi.ado
e~igentes dos franciscq.hos.
No entanto, o governo Lndigena teve alguns trac;:os prdprios: foi
intr'0duzidi1 uma figuta original, o "governador de indios'~ principal
personagertl da munlcipalidade,. eleito ou nqmeado em geral par
urn ou dois ;mos e,.inidaltnemte, procedente das velhas familias de
senhores. Este ultimo pdnto foi atem.iado no centro do Mexico, mas
~2 • Gdades.do Novo·Mundo
permaneceu em omtras regioes, como Oaxaca (Calvo, 2010 p. 113J
Ptovavelment.e, a nobreza andina mostrou mais firmeza que a meJd·
cana. Por outro lado, no sistema munic,ipal in(iio,!nao·s·e observou a
venalidade dos .
cargos, o que signifi.ca que·os cabildos inclfgenas fo-
.ram eleitos anualmente ao Iongo da domina~ao esparthola..Isso nao
significa que fosse·uma democrac;ia perfeita. Urn grupo de anciaos1
.
formado pelos princi.:pais e mais antigos membros do cabilda, mais
ou mEmos extenso (em Tlaxcala eram 220), instalou"se com as elei-
r;oes - uma democracia ari.sto.cratiea, com licenc;a do oximoro. Afnda
assim era urn regime t:nuito mais ·aberto, dinamico e, portanto, mai·s
conflit~te do que seu equivalente hispanico do seculo XVII e .
P<iite
do XVIfl (cf. ealvo, 2010). Por fim, houve uma estreita vigiHincia por
parte das autoridades espanholas, do vice-rei ate o Ultimo corre-
gidor, que a cada ano reconheciam a validade das eleis;oes, conce-
dendo os· bastoes de comando e as vezes intervindo diretam.ente,
nomeando o governador indio. Em resposta, isso podia provocar
tumultos e gritarias por parte dos i.ndigenas, qu.e sabiam perfeita-
mente manobrar e desgastar de rrulltipl;is fbrmas as· autoridades
hisp~nicas.
Acultura~ao e outra~ mod_
alidades
0 tem_
a etao vasto que e"
xistem muitos terl)los, as vezes diffceis;de
definir e explosives, que gitam em tomo da interpenetrar;ao de vcirios
universos. lntegrar;ao,. acultura~ao, sincretismo sao.os mais notados.
0 termo antropo16gico transcultura~ao tenta se sobrepo.r e fazer es-
quecer o inevitavel eurocentrismo dos anteriores.9
Quanto aos indios,
muitos adjetivos lhes sao a,pllcados: de guetr~, de paz, gentil, cristao.,
ladino, labotio (nq.boria),yanaconaJ cholo... Ah~m disso, as etnias nao
desapatecem, ·e as lfngilas se marW!m, algumas com a extensao das
lingua~ francas, ~omo o nahautl e u quechua. Se nos tempos pte-
·hJ.spankos podiam e~.istir varios caciques num mesmo povoado,
relacionados c0.m diferentes grupos dominantesjdom.lnados, agora
ha os alcqldes etnicos, encarregados unicatnente de um g-
rupo dentro
9 P~ra nlio falar de .ocldentaliza~ao, latinizas;ao, hispanlzas;ao e ate tndlantzas:~ o ...
<;IDADES £POVOADOS D.E INOlO~ • 3·3
IHl'rrtn u niclacle: em Queretaro, ho:u.ve urn alcalde. dos chichim.ecas
llttlunez, 2008, p. 114). Epossfvel que estas distins;oes fossem mais
mlHit:<Jd'c:ls no contexto do Peru:
l.'oda uno·de los naturales destas provincias [de_/ Peru]y todos los mcis
llnajes de gentes que habitan en aquellas partes tienen una sefja/ muy
dt'.rt:a.Y usada, por Ia cual en todas ,partes son conocidps. }Istamjoyq en
1"1 Cuzco entraban de muchas part~s £jent:es, y los otros c&fias y los otros
mllas, y·Jos otros guancas y otros cafiares y otros Chachapoyas. (Cieza
de Le6n, 1962, p. 148)
lsso indica n~o somente a pen;nanenda dasidentidades, mas tam-
IJ(•t1l a grande circulacao dos indigenas, al.em de mundos mais abertos
d11 que podemo-s pensar hoje.
Permanencias dentro de uma fonna trai'ismitida e plastic_
a, assirn
pt~rcebemos esses povoados e cidades de {ndios, uma vez passado o
pl'imeiro catadismo, o .cl.a Conquista.. Essaplasticidade e essa bene-
volenda tern .Seus limites tanto de urn !ado como do ou.tro. Exemplos
contundentec
s nos sao dados pe.la Relaci6n de Tlaxcala, escrita em
l580 e acompanhada de variq.s·Hustrayoes. Nurna delas, obs_
erva-se
nm caciqu·e em atitude de adoras;ao perante uma gruta, preparando·
-se para sacrificar uma ave. No mesmo desenho at>atece o cacique
pendurado na forcai urn franciscano dita a sente.nc;a com amao en-
quilnto os nobres aplaudem.Vemos a resistencia obstina.da do senhor
tlaxcalteca, a intole.rancia teimosa do frandscano e os sentimentos
·i.lmbfguos do resto dos presente.s (Munoz, 1999).
1
'
A Relaci6n de Tlaxcala eparte das pesquisas geogrMicas orde-
nadas por Felipe II para as indias e~tre 1576 e 1585, docuin.entbs
cxcepcionais sobre a realidade dos povoados e cidades.Soment.e nos
deteremos diante da pil).t,ura que acompanha o relata do povoado de
Texupa, na Mixteca (bispado de Oaxaca) em 1579. Em primeiro Iugar,
trata,..se de uma obta genub:ta de' urn tlacuilo (pintor indigena), que
conserva boa parte da sua gra.roatica pict6rica original. Dessa manei-
10 'l't;lta-se dq .quadro•12 das· Refactonesg·eograflca.~ de 7'/axca/.
a::"justi_c!(l qu~-5~ hiziJ d_
e un cacique
de J'laxcala porqtie ha/)(a pejn,c{did6 en ser tdolatra, habtendQ,s!do. cliristlano, se hdbfa ido iF unas
cuevas aldplatrar'' (Mu&oz, ;1.9-
99);
34 ..;Gid~des ilo N0V0 Mundo
ra"cada morro no entorno do v~e tem sqa legenda; ·o mais visfvel e
pr6xiino do povoal!to eaq.uele ·que lh.e dci. o neme (pedra azul),,coto-
ado pelo .sfmbolo do chac;hihuitl.(a pedra prec.iosa azulada) e teudo a
s.eus pes 0 simbolo de 9al./i (casa). Mas o tratamento do. e'Spa~o, c0IJ;i
a per.spectiva ·ampla ~ com descri~ao do relevo, e-mai's ocidenta..L A
localiza~ao no vale (parece que os fndios foram congre~~do~ desde Q
morro-cidadela q]le apare.,e em um canto), a quadrkGJ?.retilfnea am"'
da que imperfeita, sem prar;a e com o convento-greja de-
slocado. par
:.a:
os limites e :com sua horta irrigada sao a maJ:'Ca c~ara d.a itnp.osi~ao
dos modelos hispanicos..
Entretanto Te~pa e, sohretudo,.itnputtante por outra razao.:
eposs)vel que entre 1550 e 1564 o mesmo tl.acqil_
d. fosse o .autor·
qe outr:o do.cumento essentiaL se quisermos entender os proce.s-
sos de ac·ulturas;ao e a vida ·cotidJq.na cle um povo, o C6dice Sierra
(Le6n, 1982). Este eurn Uv-z-·o de contabilidade. mutilado, de va-
pel europeu e que combina gljfos pte,hispanicos, Hngua nauhq.tl,
.cifras em gHfos mexicas e arabes.e,.porfim, escritura latina. .Set:t
conteudo, do qual temos alguns·.exemplos,.einstrutiv@ ~· respeitQ
dos mecanismos de acultura~ao. Veja~se a ilustrac;ao 6: em 1:551,~
a chegada do vigario cciiilc1de com a compra, no MexicQ, d.e oito
trombet~ que custatam 12,0 pesos, incluindo a comida. dos que.
foram bu~c~-las.. Ou .seja, viagens para a grande cidade, c{)mpr.a
de jnst;rumentQs ocidentais e o desembolso de 120 pesos, proce-
dentes da odctentalizac;·ao rla economi~, sao elementos lnsidioso.s,
et:n maior ou tnenor grau, das tra:nsf(fr.IJilac;oes que o:oorrem no po-
vo;ido e qu_
e Pe:tdemo.s .associa:r nesse tnQ:rfi.ent.o ao~ elerigo Alonso
Maldonado.
(;IQADES'E PDVOADO~ DE I
_
NDIOS • 35
'JG:'1.~,.,_,~~;f~H-): ;c.~·•Wt:f' ,. . .. . .1u~ ·'" ,If•
'tf. .. ~.l_. - - .. - ·..'': 'S•S ; ~. ?}.~ f"'~~~·~;~(1~~~'":{~."~"'-:~"-f"-~-""'-
·
Jr~-- •'''1.,"".' ~;,;,:od'.;..-~e., .:<1!"~L>-((1~1.
~:j~ -:~·v.-z:~!'· .u''''--~~(~·" 1'1. ~n.~.tl'~~~~,~ ~ ('
~t:'w~C ..~~-~-~-j·.!'..'~ es~-~ ~fu-~..-~..r
~~-~(j::.j,
~ ·:
1i:u~.,.-,·,_~f1i(;-.~~.;,;:·-c~.IP'i~~HJ~
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'~$i·"(.;.~.~~~0,1'-'C_e-!,.~-~ w<.lo.'l Gfi·;;~~C.j;~~~~
t-<p:"(,'? !#;a·':',...,_ J'"iJ~.ty~<.~W(r~""
.t)"'-'1_,,.,4t~,'21_~-...,~·...r:J•iV":~I"~~!'t.~-~
~-tA......c~" ...'."'C.(;W.,.,<fA. ~cc ·~':,_.....·~~
ti'''"'i'ilP/if~ff· ''. -. .
')-<'~'Y."M•!t.~~·~~-"'<lit-'"'"'~f?'Jil8 ~­
r~.1i''."'i.,if...;"'!-t ""'~'·'~tl<~-»~#1"~~
:1-1,_~.~~~~'-i· .c·A·%-~~~""M~· ;~~~-uu~.e
011?,{...~~·· c~~.iCA·.~~~)..c sa~);d
·t~r~-~"r..!X"'':.u;~ ~.~~:'-~~~,A((J._,.
~""'""~!~!_ t-~r:c-•p.o:r:r••«i!!Jftife'; ?14"'-"'~J,_
-;nt Z(9"J'.?:""~Ee,5!!-":¢""~i"' "'-Cti)•!•
"·".' ~
. .· «'1
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_· :~..;;fa''.~<'·~~!t
yw.-n. l'.lft."~i~; {tli-~-~1!1,
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~( ,()1-'<><!'·l·~"·~~ ..,q
•.._ ( ' I ;p-:- ·;-~ ~
cA': {l,!>~.. - . . - .
-
.---
----
•
1' fl~~ ,y..(._t:rJX-t.i!€•"""""'!'!~···
?:.":. ·~.,~-(."''l)itt· ~<"~B'*'~~~co:
li:t,I«-C ~PJI>( ~JJ:""'" """d(;~<)' >"]!
P.O'fi.C·~p~.m:-.1 Ci.:' "-:C._";t<i-'t~!.-. .dl,:a-
~.
Ilustp~~o 6 - (:odice Sierra (1551)
Fonte·: ·http://bd'mx.m.xjmauu.scritos_sJer~.php
J'-'2..<'
Folhe~do o caderno, aparecetn ou:tros personagens e cin::;uilstan-
cia,s.que aco:mpa:nham as mudarts:a~ transcendentais qJ,l.e esse pov·oa-
~lo r;;onheceu trinta anos ap6s a Conqm~UJ.: o corregidor1 o interprete;
o esctivao, as ficg1deiras de seda, a compra de c~es para cutdar das·
cahras; a feitura de ilnagens de santas, a, c_oloc_a~ab da pia batismal...
Vemos artes.aos itiner~tes que oferecem sefis. setvi~os de povoado
em povoado; em 1558, paga-se a Simon de B.uenaventuraJ. fabdcante
de sinos, a nodvel soma de 740 pesos e quatro reais por "una. cam-
pana que se hizo e:
tz este pueblo". Ness·e mesmo ano :comprou--se de
36 · Cldade.s d6 Novo Mundo
Ji:I_
an Benito~ sem duvida urn espanhol - 2.0'00 cafneira.s ·por 812
pesos e quatro reais (Ilustra·9ao 7). P,..Iem da intrus~o .de elemento:s
hi:spanic0s, a partir de horiz_
ontes e prop6sltos tnuito diferendados,
e.stes dados colocarn per!Nntas muito conctet.as e e_
ssenciais: essa
comunidade enttol) afqr0J na e¢onorrua de merc.a.do, com urn poten~
dal nada des:p,rezfVel. l'rata"se d~s contas do caixa da comunidade: a
coletividade como t~l tinha uma capacidade econ·omica comsideravel
para con.seguir it~ns t:otalmente novos para ela, como mobiliario ciq_
devb.~ao cri_stit sericultura e crlar;;ao de.gado, para citar algu_
ns.
HJ ~
. ... :.- .. ;:t.:. -.b·j.~:fv6'"""'-«.c~· x<v"'~>..•~·
·~~f~) ~_~e_:~:".l'•"'l~1'~'""""r•·._..,., 1~
~~ ~.?,,..,_::...
· ~-
~--'-----
;;<citll.llle.~;lillf'v"'·1
e..,.,.~GJ;""
J......:?~r~~- -1-~ ,~~"~-~~~··
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~,.x;~c ~""'·t;..,.._-· _
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~ ' y.,.;e;. ~~.....,.,.,.,. 1-e.i-·
wfYYJ-M
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.;; V;'v,.~-fi.~ 'f ?--2 r'
~""'clf'~"'~r4<' ,.."_
;;d'"""~d"'=-J<M-"' ~""P'
-YM{(~iii
_· · l"l"Aff<
_
, '·'t,'J<~J:<>~aMA
~ ' •"C!.qr._t.J';l,a.-rijl.~~"
11...: ;tl:'~;? l!CU,..,V~>(A."-<
<7''" f>'-;p:fH -
211
Hustra~ao 7 ~ Codke Sierra ·(1_55~)
Fbnt'e: http://bdmx.mxfmanuscrlto~sle~7<J: p_h,p
31.;;
·l+
t i(} ~
CIDAOESEPOVOADOS DE 'fNDIOS • 37
Foto 1- 'Capel_
I}Aberta de-CoixtahuaCa.-Fotogra:fia do autc)r
/1. jJintU:ra rle Texupa, d:e 1579, como muitas outras das R.elcrciones
!Jf'OJJ.r6ftcas, coloca em evid~1;u:;ia a impor:tanda do predio da igteja.
FoJ o pr:e.dio princ;tpal .dos pGvoados, nas condi~oes e loeafs·m_
als dj-
VL'rsos; uma simples cbnstru9ao qe p:ta¢eira inicialmen:te, de<pois de
l.ilpa e.de pedra;,coberta de palha,madeiF~, telha ou com ab6boda de
!Jl'.clra. 0 investimento em .rhao de obra e em II:l<J~eriais que-0 projeto
du.cobrir todo urn continente com sua roupagem de templos custou
il>i colossal Portanto, procuFa:ram-se respostas Grigi.J.Jais. Uma delas
J.'ui a celebra~ao ao ar livre, com capelas abert:;3.s de rnenor-·c;;u~to que
(lepois fotatn re.cuperadas para outros fins, como os portais ·4e ton-
vento (Foto 1). Os .arcos e as ab6bodas, nas regiQes .que ignoravam
t~Stes e]effiel).tOS <J,:tqUitetonicos, permitiam ainda est.abeleter Wl).a
rupMa ·com os te:mplos p?gaos, ainda que, em alguns casas, muitas
igrejas tenham tido ccn:no b;;l.Se lugares sagrados pre-hispanicos; em
Cholul-a a grande piramide -
serve de-base para o santuario dos Los
Remedias. Epossivel .q~e esta ·SO'lJ.l~ac::~ fosse mais empregada nn
Peru, ond_
e a religiao p.re-htspanica foi 1).1enos cruent:a. Dutra soius:ao
original, ainda que nao to.
talrnerite indf~ena mas de grande relevan-
tia, foi a realfza~ao de grandes espa~os cercados na frente da.igreja,
os adros, que estendiam a sacr;;~lldade, pais eram ao.mestno tempo
38 •
. Odades 'do Nova.Muri~b
~rtriteri0, 1ugarr de. prodssaq e lembran~a·clo Templo de Salomao (Es-
calante; 200.1}.
Certamente, naO' ~ pessfvel men.donar a Igreja nas cidades e.pqvo-·
ados de indigenas sem lembrar selis santos, s.uas devo(;oes, otJ, .seja,,
suas festas e, ·com el.as, suas ide-ntidades (todo habitante pqrtava va_-
rias), sua ,sooiabj_li.dad«:! e su<:l hterarquiza~ao eclesiastf<;q_. Eurn tema.
extenso, imposs{v:el de. ser tratado aqui, a nao ser·atraves de uma
clrcun,st:anda pechliar: ademoli~ao da igreja de UI:i):a comunidade de
(!q.irro, pbr variadas r azoes, signlficava o transl_g.do das irnagens san-
l<i!.~, a pel'da de algumas festas e o enfraqllecit!.tento·do grupo, ate seu
desapare<;'iUlento .(Alvarez,.2010, p. 322-325).
Para Ullla tipologia das cidades·e dos povoados d.eindios
Sabre tal espa~o e·ap6s dois sectilos carre,gados qe b.ist6ria, uma
tipologi~ .e~ dfflcil e caitlbiante. Mais do que a dive;rsidade geografi-
ca, por mais real que..seja, o que nos·preocuiJg.. co111o h!stotiadores-
eo fluxo do tempo sabre as.entidades. PoQ.emos tratat de <~valiar os·
cortes mais es,sen~:iais. Os anos de 1521 ~te 1_
570 sao pdmordi.ais em
todas as partes, pois estendem·se 0s· diversos inodelo.s hispanicos
j:<Unenclonados de cidades ~ pov0ac!os. .No seculo seguinte, ate os
anos ;1680-1690, edificil a exist~nci:a par-a os po~o.ados: a demografia:
alCan~a seus pontos mais b<(ixos, mu.itos deles·desapareeem e as con-
grega~oes contribu·ell). para isso. A velh_
a nobreza tende a desapare-
cer,,recem-chegados se estab~le(:.etil no peder, provocando uma setie
de tensoes. lsso q.pa_
rece beni dorumentado para o caso de Tlqx€ala
desde a segUJ.:tda metade do s~culo XVI. Em 1553- queixa-se •0 e!lbildQ:
Dentro de cfn'CO, d.ir;z. o ma_
s aflos;;•.acaso de esta manerct .terminaran
las tierras de cu.lti'vo de las_ oqsas sefloria[cs? iAc.aso.se van a convertir
en macehuales[indios del comun)los Cflle estrin en las ·casas sefiorla{es?
iAcasp ya. .seran pipiltin [tUfb1es] los matehuales que van c.omprando
tierras de C!.!.ltivo? U:wudMart'inez, 2000, p..t83; cf: EaJv:o, 200.1)
0 assedio por parte dos espailhQis ecada vez mais opressor, g.. tg..l
ponto qu·e algumas ,das republitas alteram sua ·essencia - c:i.e fndias
CllllADES EP0VOAD0SDE INDIOS • 39
.fli'll'~t espanholas -, ~;omo v.eremo$. No final do seculo :xvn ouwas
lrludan~as intervem na,conji:thtQ.ra, com a apoio da £oFO<t, .e se far~-~
•.I(JIIt:fr no se«mlo xvm, fortalecendo a nob:reza. Esta .ecada ve.z mais
! I.W:•tlpd~ - assim consegue sobreviV'!'!i'- e afastada :das pessoas
W .lliWlS. Mas, ao mesmo tempo, os· cabildos indigenas, s.e:m a tara da
V
•·11alidade ja quase secular dos espan}i_
6is, sao.o p~1rtto de apoio de
IT! relative.rena·sdmento das republi'cas indigen.as .num mundo cada
Vt."'l, mais confllttJoSo (cf. Menegus e A_gttirre; 2006; N:ra a cidade de
'I'I,1xc~ll.a, ef. Mattinez, 2000', p. 413J.
Sobte estas bases foram s.endo criados e evo!Wrain v<1_rios m0de-
.lo!':, 0 das cldades mi$ta_
s·.
e, :sem duvida1 o mais releva.nte -e impnrtan-
lc•, nao pelo ntlinero., mas porque tange a.quase todas as capitais em_
ellversos ·graus. Poleas dela~ escapam a este tipo no firial do setulo
· VII, q_uando a misC.igena~ao esta 1)0' auge .e a plebe esta se crista-
li·;.ando. Ate 'tlaxcal.a, a oidade indigena pC!l.r excetlencia, nao pode
l'osstir ao assedio e apenetra~o dos nM ind!genas. ·oexemplo incUs
not:avel, pais trata-se de uma intbrica~ao profip1da ocorrida nos pri-
rnciros tempos, .
eLa Plata-Chuli}uisaGa. .No sec~o XVII existem duas
pitr6qufas-bairras de indios com et:hia.s segregad~s, onde os Indir
os
IN!=<ti'S yampa-pas possuem casas na pta9.a c.:·~ntral - caso inedito para
uma grande ci.dade - e existe um conjun'to de caseores indigenas
por ttas da ca.tedral (Mesa e Gi~shert, 1985, -p.48}. Guzco deriva cada
vez mais para ~ste destino com toda a sua nobrez.a inca. 0 <tesenho
realizado em- 1611 por Felipe Guaman Poma de Ayala da cidade q-q.tJ
conhe.ce.u bem (llustta~~o S) ecaracterfstico dessa inter-r:ela~ao, em-
bora o:s elementos de- .origem pre"hispanica ainda estejarn d~;>mjn_an­
tlo, pelo me.nos na vis.ao do <>ronista_(cf. Kagan, 2003).
Mexico, construida sabre as ruing..S da extinta Tenochtitlan, eu,m
caso m.ais particular, p0is desde o irifcto .~stabeleceu-se C! separa¢ao
ffsica das duas republicas. Mas c.:om o tempo e~sa estanqueidade fo'i~
-.se Folnpe.ndo, e no dia 8 de junho de·l692 -data do "Grande Motim"
ql.!.e destruiu o centro da capital em qlies.tao de horas ·- os espanh6is
da cida,qe de_s~obriram que vivlam no meio de uma pqpula~ao mistu-
rada com fndi'Os. Ate uma cidade genuinamente esparthola ·como Pue-
bla tornou,-se mista, cetcando-se de bairros ih:.dicJs., a tp.l potlto que
40 •Cidades do N.ovo Mundo
criou ·estrutur:as institutionctis p;;trq. melhor controla-1os: o primeim
a]calde fndio enomeado em 156S, e em 1601 os bairros se organizam
em republica de fndios (Gomez, 2010, p. Hn).
:1a-l'f: -
c-o;
'l·
' -
Dlistra~o 8·- Cnzco segundo Guam~Poma (1615 f.I051 [10'59])
No entanto, subsistem alitentic;:as cidades fndias, como Tl~cala
e, em certa .medfda, Cholula, apesar de sua proximidade de Pueo1a,
a espanhola,. e de sua urbaniza~ao notadamente quadr;itular. Ma,s -
a.
mi·scigena~ao esta c::ada vez mais presente e, .como escreve Norma
(!DADE~ EPOVOlDOS.Dt INDIOS • 41_
1 .nl.llla (2008)! da lugar a "una .scraiedae/. mestiza.en c;iUdad (y pro.vin-
ml hrc
lias" (p. 57). Em termos C.ontretos, isso signifiGa.qu·e no ano
1?ilCl 11 popula~ao india esta deslocada do centro, emandade;~ para o·s
ivtlf't•
os do entorno e torna-.se·minoritaria. Patzcuar.o, lutando por sua
r ir TI1,~1t1encia como capital contra Valladolid de Mlchoacan, dqrante
r ri>~ IJi de um s1.kulo, possui uma identidad.e arralgada, mas os espa-
r!lt6l1J npoderqm-se progressi:Vamente do controle do p.odet:
II variedade de povoados indfgenas eextensa com c.erte~a. Ha ca-
!1'1 (((te podem servir de exemplo ou que sao excepcionais. No ano de
l f,fl-2, o rei; premi'do pela falta de recursos, decide.vender tltulos de ll-
l;ttl e cidades as comunidades di.sJ}ostas a pagar. Nao e unicamente uma
O
lt;<
llda honoxifica: os espanh6is do povoado !ie Queretaro aproveitam
,, (l('IOrtunidade para obter, junto com o titulo da ddade, urn cabildo
fH'6prio e de.sta forma deslocar a republica Jn.digena lnfelizmente, nao
•·otllcmos como reagiu {ou nao) a coinunidade fndia. Outros souberam
ntl'lnobrar melhor e impedir o golpe de seu.s vizinhos espanb6is. Fcti
!l cls.o de Tequila ou o de Tlaxcala,.que bloquearam as aspira~oes de
1
11.1 subjugado Huamantla, conduzido pelos espanh6is do seu entorno.
Sct~UJtdo suas pr6prias circunstancias, que.deveriarfl ser ~alisadas ·de-
f.tlhadamente, tada republica deu uma resposta diferente (cf. Martinez,
..(J(JO, p. '354-360; Ferru.sca, 2004; Gutierrez Lorenzo, 2009).
0 caso dos "ind.ios-mulatos'', como sao chamados pelo je.sufta Je.,
rl}uimo Pallas em 1616, e bern conheddo gra~as a pintura extraordi-
naria reali.zada na epl'.)ca e que hoje est<i exposta no Museu das Ame-
ricas de 'Mad.ti. Escreye PaHas, a prop6sito dos.povoados de zambos
(rncsti~os de Indios tom negros) na costa do atua'l Equador,
[.,.] viven con a/gun modo de repq..bUcayanse dividido:en parcialidades,
y de/los alg[{nos son christianos sujetos a1os dor::trineros de los dis.tritos
del eontomo,geviemlinse pot capitanejos o caziques a quien obedecen y
resp~tan fidelissimamente: Algunos hay que.saben hablar en 'lengua es-
panola por:que:van j'vienen a Ia ciudad de Q
'u)Co, que dista potas leg·uas.
(Pallas, 2·006, p. 163)u
11 Sabre cabl/dos.de naolones de negros no Nl'lV.o Reln.o d~ Granada. vet Gutl~rrez Sierra (2011).
,42·.• C[dad~~ do Nov.a Mundo
.Ate }itos·limite!{ do universo h.ispanico Gl.fegam. novos ares .que se:
hq;rtnonJzam.. Par exemplo,. urn barco de escFavos il~gros naufraga,
c)ando orlgem a uma na9ao compatavel com muit.as outras, que s.
e
insere nos interdimbi.os que va!) ·construindo o tecido de·urn imperio
de :tepublicas, entre elas·as de Jmd_ios.
Aproveita:ndo a voz do padre Pallas, vem(i)s a descd~ao de ontta
realidade nos confins da costa setenttronal do Peru, uma .acultura~;ag
quase as.sombrosa .no ~0 llle 16.1'6:
El vestido destos M'ante~~s" e~ compuesto de( espafiolydel suyo tmtiguo;
ccuni~as de lien~o cottada'S.a s'U modo, cal~ones de Castilla)':
unas almil-
1as o jaquetas, que ·elias texen de algod6n y lana labrados de cvlQres
difeT:entes, ha./;Jlan Ia /e_ngua Castellana olvid~qos msi de 1a nat1,1ral, ·son
ladinosy bueilds christJanos.. (Pallas, 20iJ6~ p. 168)
Mas tudo tern seus limites: as casas; os materia:is e as.bknicas de
constr.u9ao, por serern d.ir¢tamente dependentes do entorno, seguem
os modelos antigos. A.ssim, estes fndios Ci}Ue esquecerarn spa: lfngua
constroem suas ca,sq.·s eig'refas' oomo.seus antepassadO!i.: "las pq.rede_s
de cafia sabre cu:blertas con una capa de barrd' (Pallas, 2006, p. 1'68-
169.).
D~ certa forma, se a seeulo XVI hispano-a:z:nerka:no foi o de uma
traged.fa sem igua1, o seculo XVII foi o da eqlilidistancla ,para os povos:
e!ilt_re um passado em parteaniquHado, emp<rrte soorevfv;ido.e um fu-
t!lro difuso, mas inexoravel (Cf. Yanl:lq.l@lcis, 2012). Nao eram somente
tempos rwvbs; mas tamMm bm.:nehs :novos, 'fndios ladinos ou cholos
nas cidq,des, indios laborfos e.yanaconas nas hadendas;ll os de obraje
ila comunidade.e os indios-m.ulatos no litoraJ. Continuava-se fa:lando
de republicas de indios, e ela_
s contjnua:Varh sen.do assim. A posse da
terra, cada vez mais privada, .co:h.tinQava constituindo o e!ement0 tel;l-
tral: por quanto.t~rnpo? 1$so.te·z com que as rupturas:do sectc~lo XVII
pudessem :
ser eontidas~ Haveria.que se.esP'erarate o seculo XVIII para
que as convulsoes, anunciadas nos'anos 1690, se rnanifestassem.
12 Habltantes:de Ma,n,~..
13 N:T.:hacii!Tida eo nome generlc<'l pal'i! ~' ITfl1ql(de JiFQdu,tiV;J. ru.:al dll<'l te.rr.eno·era- uma·con,:e~s.ao
perm<~nente.
( !GlADEs EPOVOADOSDE INDIOS • 43
·f('rfutdas.
,h lrts de cabildo de Tlaxcaia_, 1547-1567, Mexico: Archivo General de la Na-
·,rr - lnstituto Tlaxc;:alt~ca de Cultura; Centro ae·Irw;estjgpciones y 'Estudies
d~p~·l'[OFes ~.n An!:f.opo.Io.gia Sod a!, 1fj8S.
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.Mlchoac:;anj.rJniver!iiidad -A.uto.noma.Benito Juarez de Oaxaca, 201.2.
Segrega9ao residencial
na cidade latina--americana no
passado: resgate e discussao
Roberto Lobato 'Correa
r:J presente texto resgata e d~seute o tema dasegrega~ao residendal:ria
Idade l_aruu~-amerkana no passado..Trata-se de analisar se.us padr'Oes
l!ljJ~lc.iais.e suadin~ica entre p f!ficio do seculo XVI eo final do s~culo
.~lX, quando uma H:mgaestab:ilidade foi rompida a partir de 1850, den.o-
L
,II)do mudan~as ecbnomicas, polftk<5 e soGi:ai~. 0 resgate.e adiscussao
·w )ostificam porque trazem atoila qu·estoes Vincu_laQ.as as mudan~as,
.•s freran~as eao parpeJ do espa~o na sociedade. Por'out:to lado, aceita-
ll.tl a tese de que eimportante analisar·a reali'cl:ade na pe·rspe~tiva da
r'lm·ticularidade, colocando em plano secundario as singular_i~ades
fl!'eS~l!ltes na. r.ealidade (Lukacs, 1978).
A bi)Jfiografi~ sabre a cidade !atino·americana e.arnpla, inc!uindo
t<~xtos que abordam a ·sua dimensao espa€ial, na quai a segrega~aci>
resid(!nciaJ ap(ltece com destaque. Este texto, contudo~ esta :centrado
1ta ptopos·is;ao de Yuj'novsky ~1971), que c0nsiste em uma periodiza-
~:()o dos pad-roes esp(!cii:l,is da 'segr~ga():aO lila cidade-labno·americana.
Sua proposi~ao econsisterite e par isso sugere alguns pontos para
discussao, EJe se inicia com uma breve dtscussao sobr.e periodiza~ao
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  • 1. z •&ti!ii.m:n• 1 ·u N 1~ E R • 1 r A' 1r1 ~ I CONSEtHO ED.I'f10RIAL BetthaK. Becker CandidriJ Menii_es CriStova7J1 B,uarque )gnacySaehs }urandir F:r~ire Costq. Ladislau !Jowbor PierreSQ.larn~a . Cidades . do,N· ovo Mundo Ensaios .de urbanizac;· ao e:historia F:ania Fridman (org.) Laurent Vidal Maria Lais Pereira da Silva Maria Stella B'resciani Ram6n Gutierrez Renata Mal:cher de Araujo Roberto Lobato Correa Rogerio Haesbaert Thomas·Ca:lvo IGaramondl 1l/ •!((? ~if"( 1' ·4>r.t. ovl "'r ~
  • 2. Comigllt © 2013, ~k•s' aur9r~.s. Di.rei~os·ct.!(j.idOs'pllr<! e!;ta edi~_ao a Edito.ra Gacamond Ltda.. Rua Qndido de Ol,iveita:; 43 - !iio Comprido Cep:20.26Lll5- Rio do Janeiro, RJ Tel¢fax: (21) 2504,_ 9211 E"[llall: editora@garamond.com.br Revlsiio Carmem Cacciacarro Edirora_fiio E/etrqn.ica Estudiq.Garat;!ond / Luiz Oliveira Gtpa Estu¢6.Garamond I AndersonLeal Sbbte Mapa de Mexico (162!!) de G6mez de Trasmonte. Muse·o de 1a Ciuaad de.Mexico Este llVJ:o so pode-sp- pu):ilit.:do grac;as ao apoio da Faperj. CIP•BRASIL. aAT<1-LOGA.c;AO·NA-FON'rE DO ,$1,NDICATO NACIQNAL DQS ED!TORES DE UVROS; R]. .C5! Cidades'do D<l.VO mand§ I grganizai'Oo 'Fania·Fri&ruw. -I 0 ea.,· J:U.Qd~j11,lleiro : Ga:ramond, 2013. )80 p.: il. r- 2·1em. In,Iui,bibliogrilia IS.BN 97.8.8~76172956 ! , America Uiina • Geogrilfiil. 2,_Am#ica latina -Hisroiia,. 3. G.eogr>lio ur!?ana - Amotica latina. 4..A:mefica Latina -Geogr:dia hist_ 6rica. l. Fridman, .F'-.ni.a. 13-Q2097 CDD:.980 CDJ: 9{(8) Todos·os direiJqs re~e!'VadQs. Areprodt19ao J:i%;o ~utotizada·desta publicayao, por qua,lquer meio, seja.total ou parciaf, ·coJfsthui Yiolafi;!I.Q:da.Loi n"·9.6JQ/98. - Apresenta~ao Fa:niaFridman, 7 Cidades e povo.ados de (ndios (s~tutos xvr~xvn). Thomas Calvo, 15' Sumario S~grega~ao reside:ncial na cidade latrtno~am.~ricana no passaqo: resgate e discussad Roberto tobato Correa, 47 Refl~xOes ·em torna ct·a experit~ncia.francesa de criac;:ao decidades.no Novo Mundo (secu!os xvr"xvrn) Laurent Vidal, ·59 Geografias descritas: cidades, vilas e povoac;:oes nos relatos, rote}rds e corogtaficts do final d:Qse.ctDo XVIII 'e infdo do XIX Renata Ma1cher: de Araujo, 91 . Percursos topograficos e afetivos pe1a cidade.de Sao PaUlo. MemoriaHstas, viajantes, moradores,.literatos-e poetas Ma~ia:Stella Brescian.i, 107 Reflexoes.sohre o urba_ nistrio do seculo.xrx Ram6n Gutierrez, 139
  • 3. - Cidades e povoados de indios (seculos xvr-xvn)* Thomas Calvo () tcma deste artigo,esumarflente ainbidoso, levando.se ern conta qu,e 11110 traqamoslimites espa.ciais (Nova Espanhao·u Petu):trata•se domes- lll O Ouido "hispanico" que circula por toda a geografia- fnstit:Udonal, po:J[t ico, cultural-tcr.iando int.eraqoes similares ou diferentes conforme o::i' mt!ios. Portanto; devemos estar atentos tanto aforma com0 reagetn ,IS entidades indf:genas (urbanas OU nao.)1 quanta as adaptaqoes do.s preceitos c:;olonitadores: duas preocupas:oes em vez de uma. Por outro IJI)O, nao r:ms lJn)it¥mos ao ~e.culo XVI, aquele do trauma inhcial, per- mite, na longue dtttee; perce:bet tj_lelhor ~ mudans:a transcendental que t::igniftcbu para o universo do fn.d;io p~sar de unlversos ~relativamente fecbadose autonomos para a.sua localiza9ab1.10 rpodelo oeidentalizado. Aqui tambem exfstem tempos e-geografias: as realidades e os attranjo:s nndinosnao pode.m ser medidos da mesma fo,rma que n;a.NovaEspanha, sem duvida mais lntegrada ao Imperio Esp;nibol Aoima de.tudo, o nosso objeto de. obser:vac;:ao nao egilalquer um: cidades e povoados de fndios sao,: simplesmente, a base soEm~ a qual descansa a colonizac;:ao espanhola, ale_ m das 320 tidade_s-e vi)as espanholas, segundo Diez. de la Calle1 Capud Berthe-e: Calvo, 2011, p. 393), que constituem a rede predadora no ano 1650 em todo o espa90 hisp<'INO-antericano.. Se as cidades indigenas "genuinas" eram • 'rradu~ao: Juan.Ca-rlos Garcia de Bias ~ 0 aqto.r te- rla.esl;flto, pe)o arrg c.l.e-1640,.qne havia 1:60 ddades :pa:ra a Nov.a E$pal)}!a e 1-60 para o Ret·u: obviamente a vontade·de eq!llpar3.t: merece suspeita,.mas o total ~· verossfmiL 15
  • 4. l6 •·CRiade;l dd Novo Mundo pouco numetOS·?lS em 1700 (sendo Tlaxcala,_Choiula e _ Patzcuaro as mais evidentes n;a Nova EspanhaJ, as "mistas" era.m <:) granqe mai1 oria" tanto antigas Cidades (n.dias -.de Oaxaca-Anteq~J.era: e Mexico a Cuzco e La Plata, d.,inda qlJ.e·com suas dtferen~as - 1 qLJ.a:nto fundac;:oes espa- nhola,s l_ igadas amao de obra i.ndigen-a, q:>U:J;o Potosi o·u Puebla de l.os Angeles. No tenit6rto da atual .republicamexicana,.ern 1800, havia 55 cidades e vllas; com governo indigena (Ca~tro; 2010;p. 20). Quanto ao termo "pov0ados cj.e Indios", ttata-se .simp.lesme.nte de urn pleonasmo,, pois nos tempos coloniais nao existiram o.utros. Segundo o prindp'io da s·epata¢ao das duas republicas, os espanhQis deViam viver n<lls lugares, vi.las ott cidades. Estamos entao .falando da quase totalidade do·s a_ ssentamentos humanos dispers0s ~traves da.s fndias de Castela, PJ.io hthneto, pelo ano de 1572, Lope.~: d.e Velas<:e avalia entre 8.'000 e 9.000, e que hoje:sao a base dn art;a_ bouqo urbano de todo o contmente hispano-americano (Lopez de Velasczo)-1971)/ 0 desafio cotrfplica~se. .ainda mais se levarmos em conta que ~.sses elementos sao atr:avessado- s tanto p.ela dive:r,sidade geo.grafica eon- tinertt<:~.J, de urn tt6pico para outro, das terras dJJdas para as frias, quanto pelas v3,r1antes. do desenv.olvimento sodoQ.Iltutal de_ stas:co- wuniclades ao Iongo dos se.culos; a partir da diversidade de heran~as pre-hispanicas que rec~ber<;~.m.. Prossem!ndo com o devir das pq· plila~o:es ind(genas depois da conqui,sta, desaparecendo em regioes int.eiras (Caribe)regioeslitoranea:s), sof:rrendo extermfnios nos altipla- rtos; particularmente na Nova Espanha, 90% da pDpula~ao 'i.ndfgena desapareceu.entre 152'0 e 1630. Certamente a opressa'o hispanica tamhem variou segundo o tjpo de economia (mineira,.~grQpeculh'taJ e com a .maior O.tJ. 1;11eno_r p'rox:imtda'de entre os povoados hispanims e indigenas·. Pode~;emos a:tender ac.omplexidade d'este caleid9SC6pi6? 2 Po.oerfam~;Js re'tbmal'a sfntese que.J;qj1e:1l de.Vela·s~o·apresenta na abe.l'tUf.a da sua o:bra Gepgraj(a y d~cr;pct6n ·untvgr.sal de las Jndias: "en. todo lo desci/bierto y poblcido hasta e/ ·afio de setenta y euatro (•.) :habra dosctentasp!i_e'b}gs de espaflo/es, ciudadesyvil/as, ton aigunos asten·tos.de mtiJas en for:ma de puelllos, y ~n e}fosy i?h ia, es.tqricf.a!i es ganada y otras. granjer(as, c.e.rca de trelnt;a y dgs mti cqsas de.vecinos espat1oles (•.); y och,o o lfuevemtl po.blaciones.de Indios que nose pueden bitm sumar, par q!-Le iti.mayorparte esta por redu_ ctr. a puebtqs, en··los.qri({ {...] hdy mtll6hy medto de indios trlfJu.tarjoS!' (197l..lJ,· i·n .OD}I[iE S~PO.VOAD(j)S;Qe INDIO~ • 17 As heran~as pri!~hispanicas. Essas ne·raf19as tdGCltJ): todo~ os arnbitos que aqui nos il!lteressam: U IJ'banlsticos, arquitetonicos, ~ociai.s e ~llltu:tais. Para a:lgurrs destes ,, arqueolog!a po,de se_r .de grande a:juda e:, ai:ndaj a. antropologia de- < llguns povos atu.ais.Mas·com.Iimita~oes: a G!ntropologia interessa-se pelos grt!l:J)OS mais marg(na:lfzado.s, .ea.arqlleologia ten;t t:n~no.:~ acesso <lOS locais de "contato" do que as civ'iliZac;:oes muitb anteriot~sJ em lo~ cais isolados (Teotihuacan, cidades rnaias}. 0 qu.e nos intere?~a G!quJ sP.Io as ctdades e povoados ind1genas por volta de 1500. No·ssos principais guias ser:ao os docume.ntos p:t:oduzidos hneclia- r·~lmente ap6s o "contato"1 no tran.scurso da c.onquista. Podetn ser de rJa:t:q_re_ za vartada, mas predominam as crcinicas e relatos; ou seja,.o .t"scdto que pe,rn)ite ·des~c.ar alguns fatos. Por urn lado, tP.~G! ~: aten~ao a grande di~Jilers-ao da popula~.al'l, mestno nos seus asSe_ p_ tatl)entos ut:banos. Os testemunhos sao inume- I'QS1 <il"esde o inicio da conquista e lie toda parte. Cito somente o de um ~ncomendeifl de Michoacan dp ·secqlo XVI: [...].sabe q1.1e las' pbblaciones rie Ja provincia de Mechoacan estdn may derr(lmadus pot d}ch_as partes e no os'tmJte que es.tdn ansi s'iempre se nombrqry de un pueb'lo esi es pt~guntado de donde son. dicen que.son de Ia cabezera principal e d'este arte esta ansi mismo derramaaa ia dicha Ciudad e este testig'O no sabe que tanto s. e estiende no por donde van -/'os limites de dicha dudad.a esto es lo que .desta preguntci sabe. (qpifd L6PEZ, ;woe, p, zts)• · · Esta frqse no:~ permite notal' que a distinc;:aro (oposir;aoJ oddental tir.bano·nrral :r;l~o se evidenda com a ·mesma enfase nro·mundo pre- ·.hispanitO, onde a n~twez;a e o a.ssentamento humano estao mars estr~iwmente r:elaoionados e os.limites sao ma'is ·indefinidos. :S N.'h:-encornlenda ou repaPtlmleilto foi 1 ima iilstltiil~a.o )Jjiposta ptHa Qoroa para' a' Mh_ra:nca de trihtitos, em que· a popula~ao irtdfgel).a' -~ .sell territ6rio eram :subrnetld.Q s ·aum encomendero,. qu~· o.rga~av;~ attVjda'des agrlcOlas, tex):eis ou de ex_ tra9ao de meta• is oferecend.o "em trbta" a edu- oa,ao r_eljgtbs_ a cr_ista. Aencomtenda nae era here.ditaria. 4 Nas,fontes de epo:ca se conservara a grafia di!.transcriQa.e.
  • 5. 18. • Cidades do Nova Murfdo Sea dispers- ao esta em toda parte, e"RrciVavel que fbsse m_ ais acen- tuada nas zonas .tropicais timid~ (mundo maia); onde o peso: .dave- getac;ao e mais opressor; e.n~ regtoes·com fraC.o controle do Estado, como no terrJt6.rio dom,i.n_ ado pela TripleAlianzct mexicana e>mais ao norte,_nas zona~ de fronteita. Pot is.so, essa !!lispersao par.ece menos notavel no Altip1q.no audino, ~om vegetac;ao baixa .e sob a domfni0 tenso dos in~a-~. No cora~ao cteste imperio, na regiao do Lago Titicaca, Cieza d_e Leon (1062) ~bserva, pelo ano de 1550: "los pueblos tjen(jn los naturalesjuill:osi pegadas1as cas.as unas con .otras, no muygrandes, tocfas hechas de pi~dra,, y par cobertura paja'' (p. 254}. E atrescenta que, em outros tempos, "hubo grandes.pueblp$todosjuntos. A1rederlor de los Cl).ales tienen las indios sus .semettteras, donde siembriail s1.1s :oar midas'' (Cieza de Leon, 1962; p. 254).Nov~ente nos deparamos,com a iinbrica9ao entre natureza e edific~~~o. Por outro lado, deve-se levar em conta .a gta:nde.dtve,rsidade das. configurac;oes, mas CC!lm dqas modalid.ades p_ rindpais:o ·universo dos ''povoados dos ch~fes'~, e,m getal petifeticb. (Darien; Novo Reino de Granada, nos seus li;mites com Quito, norte.do Peru), situado no tro· pical umido, com irrrplantac;oes estl:veis1embora com constru~oes 'etn materiais v:egetais, terra, de·formas arredondadas e de uso cpletivo. Novqmente, aqui', urn dos melhor.es. O'bservadores foi Cieza de Leon, na $Ua Cr6nica del Peru: Sus casq.s soh grandes y redondas, hechas de. grandes var-asy vigas,.que empiezan iiesde q.,bajo y :ruben arrib.a h.asta que, hecho en lo alto de Ia casa un pequeno area redondoJenesce el enmaderamiento; Ia cobertura es de pafa. D.entro ·destas casa.s hay muchos apartados·entoldados con ester(ls; ti!men muchosmoradores.(Cieza DeLeon, ).962, p. 75) Outva cc:rracterfstita e a hnporta'ncia que rev:este, sempre neste meio, a casa do dl.efe: Los senoresy:principal'es tienen muy gmndes cas:as, redtmdas,_muy al~ tas; viven en elias cf,(ez o q·L/th_ ce mor.adores, yen algunas-menos, como es Ia cas:a. A las p·ue-rtas dellas hay grdrir/.es palizadas.y jortalezas hechas cie Ias cafiasgord.as. (C:ieza de Leon, 1962, p.80) ODADES EPOV.OADOS .DE fNDIOS: • 1.9 Outto .elet:nento Q._isti,ntivo das casas dos dominantes ea ca'.rnirer[a (hmno do .ctonista) que colocam avista, na entrada, !) a Ia pu: erta .t.I11Jlas pu• estas unas cafias gordas qe las destas partes, que parecen pnquefias vigasi e 'n. cima dellas t_ien¢n puestas. muc'has cabezas de sus •twmtgos" (Cieza de Leon, 1%2, p. 67l Est.a:~ caracterfsticas.gerais se t't'rn·.oduzem em boa parte do f!Spar;:o, at~ o noroeste de Mesoamerica, JHlr exemJ!>lo, em Michoacan, como o re:ve}qi:D C!.S pfnturas da Relaai6n rlr~ Mlchoacant cronica escrita par volta de 1539 e U]lstrada por maos. T nd(genas, e1 portanto, muito pr6xima atealidade pre·hisp~nica: pa- lh< l e .outras vegetars,, misturados coni barro, nm:n conte~to lacustre, J:ol'ma.m o tnateria1 de casas e templ'os. Estas sao de tamanho e forma V<~ r;iada, ina$ algumas.com tra~ado notadamente atredondado (Al.ca- 1 {1, 2008, p. 123, 12:7). Essa.s pinturas c).e Michoacan real~am o valor do elemento aqua- leu, essend~ para esses II)..lhdos ind(genas, em particular na de- Lermina~ao da localizac;ao e no d~senvolvimento dos assentamentos humanos. Novarne·nte, creza de Leon ebam observador, sobretudo quando percorre o Peru o.otdental, ·onde~- chuva k po.uco frequente e, portanto, agest-ao d·a agua etao essencial. as.sirn, el.e descreve que, no vale de lea: [...]pasa por elu.n rio, el cual en a[gunps m(:!ses del.aflo, al tiernpo que en Ia serranfa esverano, lte; la tqri pow agua que · slentenfalta della los ma- radores deste vat;~. En e~ ~iempo que estaban en su prospe.rida.cJ, antes que fuesetz subjeta.dos par los espafioles, cuando go~a.ban del gobierno de /~s ingas, detn.ris. de las acequi'as con que·rega!)an el vane, ten!ail. !pia m·uy mayor·que todas, ttafda con gran arden de fo alto qe lq_ s sierras, de tal manera que pasaban .s.in echar menas el rfo. Agor.q. en este ti.empo~ t11ando tiemm falta y el acequia ,grande.estd desec:ha, pbr e'l misrno:lfo hacen grandes po:za~ a trechos,y el agua queda en elias, de que bebeny ll.'evan ace.quiasp.equetf!1s par.a: ri¢go de sus sementeras.[Cieza de·Le6!l; 1962, p. 2'10) Confissao involunhria de urn .c_onqujstq.dpr ltldd!), tnas tambem realid:ade hist6rica: ainda que os espanhots Viessem de urn mundo meqitetr~neo onde·a 'irrigac;ao eimprescjrtd!vel, :n.a~;~ domi;IJ.aV(liD a hi-
  • 6. _. 2!) • C j dadeso . oJ)lovo Mundo drografia. pe:cuhar .das .geografi~ ameriOanas. 0 caso mais .dta. t.r:ultjco foi sem duvida o da bad:a do Lagq 'renocht;i.tlan, com uru si~tema ece- l6gico Cllterado depois da conqui.sta e com u ret0rno das erkhentes < t partir dos anos 1560 '(M1J.,Sset; 1990). A esses povoados·dos chefesJ O<;l.S zonas mais inqspitas e t:o·msuas "ca;sQs a modo de ramadas largas de muchos esta1}tes': Cieza de Leon contrapoe .a urbanizMao e a arquitetura dos pqvos ·do altiplano, com tom de admirac;~b: Est6n estos aposentos de Caranqua·en una plaza : peqq:eiia; dentr.o. deflos b(ly zm estanque.hecho de .piedra muy prima, Y' los palacios y n;wrada de los iniJ.as estdn as[ mismo hechqs.de grandes piedras gcilanqsy muy sut{lmente asentadas, sin·mezela, fJ'l!ff no .es poco de ver. (Cieza de Le6n,. 1962, p. 123) Cuzco epartitul<!.rroente ceiebrada: "tuvo gran·m(:lnera y calidad; debi6 ser fundada por g~mte de g,ran ser. .Hab.fa grandes calles;.salvo q.ue eran angostas,y las casas-hechasde piedra purg". Ouas' circunstan- cias ressaltan:t ~amMm na.de:scri~ao do cnmista. A. primeiral "desta plaza [de Co..zco] salfd_n cuatro c:amih@$ ref!l'es"; dendta uma capHal estabelecida. Em seguida, "Teja, /adrillo ni cal no vemos reliquia. della" (Cieza, de Le6il1 1962; p. 242), revelando que as te.cni.cas e mat~jiais de const.rw;:ao sao notadamente dife:rentes da,quelas dos espanh(>is, e., por tanto, u.tna das primeiras ex:ig~ncia.s: u:rbaoas dos recem-che~ados sera a de formar novos arte:saos para atender assuas pr6pri~s neces,- sidades.s· Se houve uma cidad{:l pn~-hisp~nica que despertasse a -admira~ao1 certamente foi Tenochtjtlan, ein.1519, que foi cmnpqrada: a Ror:na, Ve- ne:z:a ou Constantinopla. Basmm-nos·as palavras do seu conquistador: Es tangrande.la.ciudad como Sev.illay C6rdoba. Stm las:calles qellq, digo .fas principales, muy anchpsy m.uy der~chaS; [...]. Tiene esta cf~.;dad mu- chas plazas, dOnde hay ctmtinilos tnercado~y .tratode compntry vencjer: S Q processo de formas:ao 'f0i breve, .Os irr9.lgenas, pb r ~xertiplo. assimi{aram rapidame.nte a. fabrfca,ao de t!)llias e.seu .us.o..ta'nt'o que. por.vezes; este produto fot.agregado ao sell tribtito, ct lirilser (2009, p. 9'1).Sbore o·carater ''t~voll!cionario"'dos tetos de telha nesses antJitos,¥e:r Calvo : (2009, jl. 74-15 e 2 62}. ~IOACiES: E'POVOADOS·OE li>J[)I0S • 21 Tiel1e otra pfaza tan grande·como dos veci?s la ciudad de Salamanca, mda ·cercada de.portales a.lriededar, donde hay ·ao.tidiarramente.arriba. :tesesentamil animas comprand..o y vendiendo.:(Cerb~s, 1945, p. .185) Poi·tant!q, alg0 q].le se assemelhe a!JllJ. f:ormigueiro, 'isto e, multfdao r Mdem. ~~·~~un~~:ot,(l4.1•"=- .Hf.S!f~~~~~~~~ Oustra~ilo 1 •Tenocbtitlan cir.ca 1520 (Plano de Cort~). f/l!l.nte; wWw.colliiubJa.. ec(u;oujspanls)Ja·31-9;intrnciucoton/1 mag~s/ma)laS_teno.-1524.)pg As cir cunst<1,nciaJ; da copqUista pe T.enochtitlan nos petmitem dis- DOl' da unica repr~senta~ao contemporapea e. reqlista ·de .urn assenta- ri1ento :pre-hispahico, alnda .que no sel.). m:ontento dertarl.eiro. Trata-se do plan o chamado "de Corte$'', dese~had(') entre 1519 e 1;?20 por L!m dos soldados do con·quistador e depeis gratrqdo et:n Nuremberg no ano 1524 (Ilustra~ao 1..) (Gresle-Pol.tlignY, 1999). Apenas desta- caremos alguns elementos que permi.tem tonf:irmar ou ainpliar a:s caracterfsticas ja assinaladas dessas cidade.s-capi:tais pre.-hisp§nicas: a importanda da: agua e a centralidade.que se.revela. No casQ, a cen- .tralidade de T'enoohtitlan como capital do "imperio,; da Triple. AlianZQ atnda m:uito jovem.e a centraliidade da Jilra~a .e do Templo Maior ne.sta ei"~a~e. P¢1' firn, ressalta a.divtsao do espa~o urbano, binaria, a qui em
  • 7. .....- 22 • Gdades do Novp Mundo quatro partes, gerada ·a partir da uoiao das duas ~idades prindpais no final do $eculo·XV, Tenoclltitlan, no centro e sp..l, e Tlatelolco, no norte. Eb esquema que encontramos por todp.s as lndias;ai.nda mais no Peru, com as parcialidades• hurin (abaix_ o) e hanan (alto),. e que se conservara com 0s espanh6is. Sao estas mesmas quatro parciali~ dqdes, duas por cada cidade, que Cortes enconQ"a na sua chegada a Tla.xcala e que perduram ate o fi.nal (l_ a ¢poca dos vic;e-reis. 0 modelo hispanico As regr_ as e as mo.delos impastos pelos dominadores vao ser de- terrninan_ :tes·corn 0 passar do tempo, mas de.for ma vactada, conforme· os preceitos, os espa~os, os tempos. Em primeiro luga_ r, ha circunst~ncias e postJ.tiados. Os espanh6is (e outros europeus) procedem de uma hisl6tia na qual a cidade e, simultaneainente, urn instrumento de expailsao e de domina<;ao. .E por meio das cidades, cri~mdo-as ou refundando-as, que o Imperio Romano e a Europa, desde 0 seculo XI, .se estendem e perduram rtas suas·margens. Ea clda(le que, desde os tempos da Grecia, tonstitui o motor da policia7 ou da "ciVili'zas;ao.,~8 Observemos as rafzes dos termos.A expans~o americana esta em continuidade: em 15- 52, Fran- cisco L6pez de G6mara cunha afrase "quien no poblate hQ hard b!lena conquista",[L6pez de G6rnara, 1552, f. 23v). Com '<!. chegada desse imperialismo urbano aAmerica, duas regras serao dom.ii:lantes.Asepara~ao das republicas de indios e de espanh6is e a primeira, uma vez que dela nascem e.ssas entidades; <:~.parentemente an_tagonicas, que sao as cidades.e vilas de espanh6is e as cidades e p.o- voados de indios, Quem instiga essa politica sao os·religiosos, que que- rem preservar os ne6fitos da opress~o dos espimh6is e da contamin~­ c;:ao pelos mestic;:os que vao nasGendo: Mesmo os pr6prios encomende- ros esfao proibidos de residir permanentemente em suas enco.mi,en_ das. 6 N:T.: parcialldades·etam os agrupamentos em que se divldiaJ.n o_ s pbV oados priJnltivos, 7 "Tertnlno .c/udadana.y cQrtesan_ o", escreve em 1611 sebastian de·covarrul:11as, no seu Tes.oro de Ia. lengua coste/lana., signlftcando, entiio, ptlrtado~a de ordem, a.cordo e conviv.~ncla urbana~: )lrbanidade, no seu senttdo mais ample. 8 0 termo co.m esse seotid.o edo secuJo XVI- II. CIDADES EPOVOADOS DE fN_DIOS • 23 Nilli[,U .em que nao fosse indigena podia permal)ep~r- mais de tres dias H Jri novoados de indios. Euma politica que a Coro~ promove (Mor.ner, 1)10) para atingir varios alvos: bnpedir as rebelioes nas cidades e evi- l .~t· uma explorac;:ao exce.ssiva d0 univ:erso indfgena. N ::~ realidade, esse processo se torna pronta.mente mais elastica. II!WttS ~rqibic;:oes nao incluem as cidades fndias, e mesmo- a orgul,ho- 1'l'laxqala sera progressivamente assediada; apesar da resistentia dn I'C{publica indfgena, que deseja tr.ansformar a provfricia em "terri- ltk io indio", a partir de 15.39, o proprio vice-rei faz algumas merces dt: c:stancias a espa11h6is· . Proxima de Tlaxcala e.fundada a cidade •:H panhola de·Puebla, no and 1532, o que dificulta essa postura de d1• lesa. Uma defesa cada vez mais di.ficil: ern15S.O, o cabildo de Tlax- : citlu mantem-se firtne: "aquf en Tlaxcala s.e edifica la ciudad y na de- IMI estar los espatioles, po.rq·ue noes pueblo de espafiolesi lo que aquf ,'t' constit~:~ye es pue.blo exclusivamente de nosozyo,s lo$ tlaxcalteca". N() entanto, quando em 1556 urn esparihol pede amunicipalidade de recebe-lo como vizinho, esta deve ac.eitar, com a condi~ao de que !w ''en a/go provoca molestias {...} se le d.ema·ndara ante la ju.sti'cia pC!ra que se vaya .donde el coraz6n ie.dtcte" (Aetas de cab·i/do de Tla- xuala, 1985, p.. 309, 360-361; Martinez, 2000, p. 362). Finalmente, o fato de que, em 16:S9, um mesti~o consiga chegar ao cora~.ao do dispositivo, o pr6pti_ o cabildo d.e Tlaxcala, e.em 1663 seja nomeado r~overnador "fndio" da provincia significa a derrubada definitiva desse preceito. lsso vale para as. cidades. Mas o~ povoados de fndios se preservam melhor? Emuito duvidoso (Castro, 2001): suas terras e mao de obra sao atrativas, assh:n como algumas da~ suas infraestruturas, que pre- cisamente estao de.stinadas apassagem dos nao indfgenas, como as hospedarias e.outros tambos'(no caso peruano). NIJ,.ina daJ;a tao remota tomo 15.67, pergunta-se aos fndios de Juli (Peru) se os espanh6is "tie- nen. tomadasy ocupadas algunos chacaras o tterras o casas oganqijos"; e eles respondem: ''en a/gunas casas del tambo publico han vivido y vi- ven c(e asiento (1./gunq'S espafio1es" (Lienhard, 1992, p. '17.9} 0 caso mais emblematic:;o e,sem duvida, o de Queretaro,fundado Gomo pov.oado de indios entre 1531 e 1549, que em 1655 se transmuta.em aictade de
  • 8. .24 •·odades clo·N(1vo ('lund.o espanh6is: a p:rata (que ed<:1d4. ao rei) seraa "pedra filosof'al". 0:·segundo.ptec:eito ~ ·a tongregayao (Nova EspanhaJ ou redm;ao (Peru) destes tnq_ios esp!'llhados e q!le se devem '"redut:ir a policia'~. Ainda mais quq.l;l_ do existe uma queda na populaQao que a£entu~ a dispers3:o. Trotar - r.eligi.osamen.te, politic-amente, rnilitaJtl)en- te - seus as~¢htamento,s por outros mais bern control'ados e menos· nurnero:sos e uma neces:sidade que surge muito c;edo. Qqeretaro, , fundada pelo fndio Conln so:bre o caminho do Mex:tco.para o norte, fo.i um.a funda~ao dessa natureza, em tempos mujto preco.oes. Sobre :esse corilier:idG 'f:enomeno '(Gutierrez, 19'9~, p. 1.1-'62.) .citaremos urn docm.mento de. 1550, no qual o franqiscattq Motolinj:a pede a.o Re.i que o.s·indios [...] sejuntarene.TJ pueblos·como estifn en Espa_ iiq, y.mrseria p.oco prove- cho para fa d.octrinay Ja policfa ·humana, porque como agora estan mu- ch€Is cf.e ellas mas·viven como salvajes que como hom'bres,y no sabemQs como de otrq mcmera pued,a_n se·r ins.truidos e .informados en la~ G~.sas de Dios; ni·se que inc;ovvenientes hay l!?n juntarlos·que pesan 1nas que el' provecho que se les sigue, (;ipud Salazar, 2008; p. 169) Os epis6dios: da redu~ao foram variados: no Caribe, as prtineiras terttativas sao do lnJcio do seculo XVI; n_ a Guatemala, eome~m em 1539.: no norte da Nova Espanha, entre os an0s 1580 e 1600; final- mente, no Peru, o seu gr-ande promotor foi o vtce-r'ei Toledo .(1569- 1581). Este ·governante tentou racionalizar o pro-qesso: dentre os sete povoados de reduc;:ao que triou <).O re.dor de .cuzco, um deles era formado por marceneitos e outro pot ou.rives (Maiaga, 1993, p. 303). Mas no infdo do seclDo XVU o fracasso dessas medidas e .daro, tnas mesmo assim rnocl'if:itaram radtcahnente a geografia.e a fisionomia d~ boa parte dos povoados de indios. Exi; ste ain4a urn modelo que vai .alem do simples c:onte:J:{to u:rba- nfstico e .que reflete .a ;ideia da ordem e da policfa qu;e se qu,er impor aos habitaQtes dos povoad0s. Ea quadrftmla, tao estendida n_o urti- verso hispan.o-<ameti~·ano. Ha urn debate soore sua.s. origen.s e lnflu- ertcias, sabre os significado.s ideol6gico e pragmirtjco que envolvem este plano tra.;;ado ''a .regua e compasso":.Nao enec.essario voltar a CIDAO!;S'EPOVOADOS DE INDIOS • 45 I<~ (cf. Woodr.ow Borah, 1974), b<!.sta agreciar sua..rrtaterializa<;ao, a mais arttiga conservada em arquiv0, o plano da funda9~0 de Mendoza .(1561'-1562) (Ilustra~;ao 2J. Em (!!Ue medida este rn:oQ.e.to se imp,os nos povo~9Qs eddadesde indios? .. Q,'vD .. ~" ., . 'fj"'lj 't .U · H·f - ,......._, <. EE. ·{'!=' Ilustnu;ao 2 - Plano d~ Mendoza.em 1562 ·Fonte: A.rclil'<o ~gneral ge Ia:Na~i6rt [Mexl;co)
  • 9. 26 • Gdades.da Novo 'M"linilo Mexico no ano 1550, sfrgJ.mdo o testem'unho visual do'plano cha- mado de Uppsala (llustra~~o 3), obta de. cart6grafo desconhecido, :p>rovavelmente urn indigena bastante aculturado, ja mlo emais T~l1t>­ chtitlfm.. Mas seu tta~ado pre-h:is·panico, v.lsfvel atraves de a1gumas. das suas pra~as (Sa;ntiago de TlateJoko}, de suas valas e calfagas .que nao respe'itam a qu.adric:;·uta. reveia o quao difidl foi o.esfor9o dos es- pan:h6is quan4o .qqisez;am fa:z;er tabula rasa de sua c;apttal. De forma progre:~siv~ vai..se hl0delando a nova cidade, como n;~.ostra o mapa de- Gomez de Trasmonte de 1628 (llustra~ao 4). Il~ll'as:ao 3- Mapa de Mex:lco conliecido como Mapa Uppsala (15:50) Foufe:,Bjbliotw~ da Univel'Sidade de Uppsala (Suecia) CIDADES EPOVOAOOS DE INDIElS • 27' llu,strat;.iio 4- Mapa de Mexico (1628') de G6me:z..de Trasrnonte Fonte: Mlis'eo.de I~ Cil!da.d.de M _ e;xlcQ No entanto, existe um clara contraste entre o tra~tado espanhol, em .hew parte realizado a "compasso", e a falta d:e.ordenamento dos bairrbs indfgenas qrcundantes. Se isso ac0ntece na Ceipital, nao se deve e!>"pe~ r< J.r alga melhor nas ·regioes afastadas, como revela o mapa de San Luis de Potosi de ;1594 (flust:Fa~o 5), a mina real.ao norte da Nova Espanha. Este simples esoogo .opoe 0 assent:amento hispanico, reticular, ao casa- rio dos·indfgenas ao. redl;lr. De novo, e ,pteci'so anotar a .impnrtan:cia da ;;gua, ainda mriis em s.e ttatMdo de i..lrn_ a regiffio Seltliarida. As parciali- dades e outr0.s ba1rros -tndfgenas das periff~rias urb~?~ l:iispalii'cas nao ti:nham amesma vitalidade efor~a de identidade dos povoado·s (menas a:inda de uma cidade como Tlaxcala). onde poderemos n0tar diferen9as notav~is; mas. com maior aceita¢ao da quadrict.tla• Pela concisao e pela precisao da descri9ao. vale:retomar o que se es·qre-veu em 1605 sabre o povoado de Charapoto, na provind.a de Pueblo Viejo (Guayaquil):
  • 10. 28 • Odades do NGvo Mundo· El pueblo estq en llano con: una plqz_a: [}randey 4 cailes en Iaforma de los pueblos de espa.fioles con:sus calles cercadas. !In estos 4 c.uadros tii.~ne 55 casas de madeta cubiertas de pdja, cada pardalidad en su cuadro de por si; una iglesia de San ESteban cas'a de cabildo y carcel. (Ponce, 1994, p. 4.'5) Essa ~ra en~*o a fisionomia dominante, amplamente hispaniza.da, mas com ·~eu toque ex6tito.e tr.opkal. ..- ~~ '1" r: ... ' - 1 .,, -~~f ; I • I -~ v -. .... '"- - ~=- . ..- , 1 .. ~---=------ .. <'C' '>( . 1. ~" -· ~J -G:. ~, .--~-~ -------......~~~ r::JGJdw oc!GJJ::;-r t +~Lo:J J '-" _.., ~...,~-bd · o- Or:'!f.J'tf.J• crr=n:n:-3 Ilustra~o 5·-A .m.lna:real deS~ J.uj~ de Potosi em 1594 Fonte:Archivo·General de Ia Nacl6n (M ~xico) Transfel'enda de institui~oes A integra~ao em .urn espa~o remodeladb e mudado sob normas Ws- panicas nao era o ess~ncial. Constituir-Se numa verdade.ira republica de fndi.os impunha outras exigendas. Ser uma comunidade reconhe- cida implicava enquaqrar-se numa hierarquia e rede de republi'c:;as. Novamente reitera""se a meSUila pergunta: como combinar ~· beraJl.~as .locais coil). .CJS .exigencias prbtedentes dos conquistadores? A resposta CIDADES EeDVDADOS DE li'(DIOS • 2'9 011 similar as demais: tratou-se de ada,ptar e aaeiUH1-se a continuidade lJ; I medida em que nao fosse c_ ontraria - aos interesses do dcn:ninadpr. Pol ;)ssim que a.divisao do territ6rio dos senhorios (agora prpVindas), .nwilo que no mundo nahua do Mexico chamava-se de altepelt (";igua- ·lll!lrro")1se manteve entre a caheceira e os povoados submetidos. E .linda com uma forte id~ntificac;:ao entre o territ6rio e sua comunidade: nun.tradm;:a0 do nahuq~J:, '";:gua-morro'~ remete ao espac;:o, com sua du- pl~l missao, vital e protet;ora (Fernandez e Garda, 2.00, p. 577). Era uma "lltatria", como escreve·ria muitp :depois, em outro contexto, o historia- rlor mexic:an.o Ltiis Gonzalez. Dll!l sistem<J que, finalmente, tinha urn l'quivalente na Espanha, em todps os seus aspeatos. No entanto, a rea- lldade concreta foi-se modificando: por causa da Conquista e dos trau- mas.acontecidos, as rela~oes de poder entre as capitais e qs povoados 111bmetidos foram evoluindo; muitos destes (as vezes apoiados pelos J:-opanh6is residentes) tentaram emancipar-s.e das velhas cabeceitas. l::~tes c:;onflitos aparecem desd.e o inlcio, por exempio, entre a cabeceira 'f'epeaca e sel.) submetido Acatzingo, que lutaram pela instala~ao de urn 1nercado (tii1nguis) a partir do .ano 1540. Como sempre, TJaxcala eurn caso a parte. Aqui1 desde tempos rerrtotos havia quatto cabeceiras, que dominavam quatro morros pn6ximos, na parte cen:tro-sudoeste do senhori.o. Em 1528, os espa- nh6is obrigaram os indigenas? d.escer e se juntar em umapfankie proxima; em 15:36, o convento de Sao Frandsco etransferido de local, para uma pra~a que logo receb~u todos os sim.bolos da pe/icta urba- na, ou seja, pelourinho e chafatiz (Martin~z, 2000, p. 138-139). Mas. as quatro cabeceiras continu_aram dominando urn amplo conjunto de povoados submetidos. Seu carater.d. e provincia fndia permitiu-lh~ manter certa. coesao, que se foi desmo.r:onando ·com o:pq_ssar d.o t~m­ po. N;a metade do stkulo XVII, varios subjugados trataram de cobnrr a sua liberdade, entre ele.s: [...] los natarales de Santa Cruz y los de su paroialidi1tl; que pot todos son .diet ermitas suje-tas de .fa dicha ciudad, no han querido ni quteren acudir a cosa alguna de las que e$tan obligados ~omo sujetos de la dicha· cabecera, nl aun of)edecer a los fJrincipal~s.Y ojiclates de republica"res-
  • 11. 30 •.Ci.dad~s do No_vo Mundo pecto' de ·hab~rles hecho .entender M}guel Ruiz de par.ada.y Luis Garcia, espaiioles [...] : que no debiqn rectmocimiento ni servicid alguno a otra persona que a ellos. (Martinez, : woo, p. 342) 0 t~rrit6rio eo urbanisma norrrralizado sao o envolt6rio da republi- ca, falta J.nna alnia. Esta edada pelo govemo da comunidade. Em outros tempos foi o senhor natural. A figut9. persiste, mas os espanh6is tentam desvirtu;hla, criando institu'i¢oes a .·espanboJa, como o cabildo. No en- tanto, em alguns lugares, ~ linhagens regias de origem pre-hisparuca logram se manter,. pervert;el)do o.sistema municipal impasto, camp foi o caso,,rro seculo XVI, d.a.provincia de Tepeaca, na Nova Espanh~ (Me- negus, 2004). No entan~o, o controle da monarquia sabr-e essas c9-sas senhoria>is e tangfve.L 0 caso de Pedro Moctezuma, filho do il:npera,dor mexico morto no ana 1570; e taractenstico.: parte ~ssencial dasua ren- da, 3.000 pesos artuais,lhe e dada pela Co.roa (Garritz, 1993). Dessa manei,ra sere} o infcio da municipaliza~ao. Nas instrus:oes dadas em 1530 para a segunda audiencta de Mexico, menciona-se: Aca ha parecido que parq que los indios·rwturale~ de aquena.provincia comen.zdsen a entender nuestrq. manera de vivir, asi en sl! gober:naci- 6n como la.poliefa y casas c(e.republica, se.ria ptovechoso que hl!biese personas de elias que jUiitqmente con los regidores espari.o1es que estdn proveidos entrasen en etregtmien·ta.y tuviesen v.oto.en ti/,y tisimisma·:que huoi.ese en cada pi.Jeblo un alguaci/ de enos. (Jimenez, 2008, p. 78-79) A medida nap.prosperoli,.mas no ano 1549 um.a Real Cedula .ou- torgava a cria~~o em todos os pov:oados> [...] regidores cadcifieros,y los mismos indios que los·eligiesen eTlos: los cuales tuvieran cargo de prbcurar (Jl bien c.omunyse ptov.eyesen a:simis- mo .alguacilesy OttosJiscales necesarios como se_ 'hlz.o y acastum:bra em Ia provincia de Tlaxcala y otras partes. (Jimenez, 2008, p. 78-79) No ano de 1570 a maioria dos cabildos indfg!'!nas estao funcion.an- do, pelo menoS'na Nova Espanha Qim.enez, 2008, p. 78-7'9). Os atributos e mLssoes·do cabildo espanl:wl foraril trans.feridos para p universo ilidfgena, com .seus ofit.iais, com seus pr6prios - CIDADES ~ POVOADOS DE INDIOS • 3T '';l't':J.s, ppssessoes diversas, rendas das· parcelas comuns (pq,ra b I ol"ar d e QueretarO, cf. Jitnenez, 2008) e CaSa de CQbi/cfo, que, no CaSQ ~hr Nova Espanlw, recebeu o nome de .tecpan. Esse.nome nahuatl flt'ilfOnstra a .continwidade entre ~s duas epocas· . Alguns·desse.s pre- IJ os foram tambem de constrUt;:ao p:recoce, como o d.e Metztitlan (r·xl.ado de Hidalgo, Mexico), que data dosano: s entre 15a7 e 1540, 1om sua imponente coliUnata renasc;entista e ~isppno-~rabe. T.al tnonumento, nesse ambito tao afastado, poderia nos su.rpr~ender: 1'1 ': ressalta sobretudo a importanda da institlii~ao que devia abr.i- I~D r, assim como o grau de hispaniza~ao (Artigas, 1996, p..67-73) do ontverso indfgena. A institui~ao do cabi/do indigena foi urn elemen- W posi.tivo de coesao e perpetua~ao da ide.ntidade dos povoados e ~·idaaes indfgenas. Puderam, ate m.esmo, ser constitufdo:s, quase e.spontaneamente, nnmicipiqs indfgena.s, como notificava ao rei urn alcalde de Merida [Y ucatan) em 1563: Cerr;a de esta ciudad,y en los ejidos della,y junto aIa villa de Vallad.olid y de San Francisco de Canpeche, se han juntado cantidad de ·ir: ujios na- vorias vdgabun'dos,.y que por n.o tributor se han salido de .sus pueblos, y otros que an .venido de Me:xico y de otras par.tes, y an hechb allf s_ us c.asas,.y tienen pueblosform ados, y eligen a.Icaldesy :r:egidores en cada qn alia, y tienen toda puliwy concierto de republica. (Cartas de lndias, 1970,.p. 388-389) Mobilidade e mud-an~as vao juntas; as indlgenas entehoiam per- feitamente que a nova ordem era irreversfvel e que a suq, ado9ao po- deria ser par-a eles uma coura~a nesses tempos ainda agi.tados. Neste caso, o cabUdo <;onstitufdo podia ser uma arma tanto diante da o:pres- sao da cidade espanhola quanto das solicita~oes e tutela demasi.ado e~igentes dos franciscq.hos. No entanto, o governo Lndigena teve alguns trac;:os prdprios: foi intr'0duzidi1 uma figuta original, o "governador de indios'~ principal personagertl da munlcipalidade,. eleito ou nqmeado em geral par urn ou dois ;mos e,.inidaltnemte, procedente das velhas familias de senhores. Este ultimo pdnto foi atem.iado no centro do Mexico, mas
  • 12. ~2 • Gdades.do Novo·Mundo permaneceu em omtras regioes, como Oaxaca (Calvo, 2010 p. 113J Ptovavelment.e, a nobreza andina mostrou mais firmeza que a meJd· cana. Por outro lado, no sistema munic,ipal in(iio,!nao·s·e observou a venalidade dos . cargos, o que signifi.ca que·os cabildos inclfgenas fo- .ram eleitos anualmente ao Iongo da domina~ao esparthola..Isso nao significa que fosse·uma democrac;ia perfeita. Urn grupo de anciaos1 . formado pelos princi.:pais e mais antigos membros do cabilda, mais ou mEmos extenso (em Tlaxcala eram 220), instalou"se com as elei- r;oes - uma democracia ari.sto.cratiea, com licenc;a do oximoro. Afnda assim era urn regime t:nuito mais ·aberto, dinamico e, portanto, mai·s conflit~te do que seu equivalente hispanico do seculo XVII e . P<iite do XVIfl (cf. ealvo, 2010). Por fim, houve uma estreita vigiHincia por parte das autoridades espanholas, do vice-rei ate o Ultimo corre- gidor, que a cada ano reconheciam a validade das eleis;oes, conce- dendo os· bastoes de comando e as vezes intervindo diretam.ente, nomeando o governador indio. Em resposta, isso podia provocar tumultos e gritarias por parte dos i.ndigenas, qu.e sabiam perfeita- mente manobrar e desgastar de rrulltipl;is fbrmas as· autoridades hisp~nicas. Acultura~ao e outra~ mod_ alidades 0 tem_ a etao vasto que e" xistem muitos terl)los, as vezes diffceis;de definir e explosives, que gitam em tomo da interpenetrar;ao de vcirios universos. lntegrar;ao,. acultura~ao, sincretismo sao.os mais notados. 0 termo antropo16gico transcultura~ao tenta se sobrepo.r e fazer es- quecer o inevitavel eurocentrismo dos anteriores.9 Quanto aos indios, muitos adjetivos lhes sao a,pllcados: de guetr~, de paz, gentil, cristao., ladino, labotio (nq.boria),yanaconaJ cholo... Ah~m disso, as etnias nao desapatecem, ·e as lfngilas se marW!m, algumas com a extensao das lingua~ francas, ~omo o nahautl e u quechua. Se nos tempos pte- ·hJ.spankos podiam e~.istir varios caciques num mesmo povoado, relacionados c0.m diferentes grupos dominantesjdom.lnados, agora ha os alcqldes etnicos, encarregados unicatnente de um g- rupo dentro 9 P~ra nlio falar de .ocldentaliza~ao, latinizas;ao, hispanlzas;ao e ate tndlantzas:~ o ... <;IDADES £POVOADOS D.E INOlO~ • 3·3 IHl'rrtn u niclacle: em Queretaro, ho:u.ve urn alcalde. dos chichim.ecas llttlunez, 2008, p. 114). Epossfvel que estas distins;oes fossem mais mlHit:<Jd'c:ls no contexto do Peru: l.'oda uno·de los naturales destas provincias [de_/ Peru]y todos los mcis llnajes de gentes que habitan en aquellas partes tienen una sefja/ muy dt'.rt:a.Y usada, por Ia cual en todas ,partes son conocidps. }Istamjoyq en 1"1 Cuzco entraban de muchas part~s £jent:es, y los otros c&fias y los otros mllas, y·Jos otros guancas y otros cafiares y otros Chachapoyas. (Cieza de Le6n, 1962, p. 148) lsso indica n~o somente a pen;nanenda dasidentidades, mas tam- IJ(•t1l a grande circulacao dos indigenas, al.em de mundos mais abertos d11 que podemo-s pensar hoje. Permanencias dentro de uma fonna trai'ismitida e plastic_ a, assirn pt~rcebemos esses povoados e cidades de {ndios, uma vez passado o pl'imeiro catadismo, o .cl.a Conquista.. Essaplasticidade e essa bene- volenda tern .Seus limites tanto de urn !ado como do ou.tro. Exemplos contundentec s nos sao dados pe.la Relaci6n de Tlaxcala, escrita em l580 e acompanhada de variq.s·Hustrayoes. Nurna delas, obs_ erva-se nm caciqu·e em atitude de adoras;ao perante uma gruta, preparando· -se para sacrificar uma ave. No mesmo desenho at>atece o cacique pendurado na forcai urn franciscano dita a sente.nc;a com amao en- quilnto os nobres aplaudem.Vemos a resistencia obstina.da do senhor tlaxcalteca, a intole.rancia teimosa do frandscano e os sentimentos ·i.lmbfguos do resto dos presente.s (Munoz, 1999). 1 ' A Relaci6n de Tlaxcala eparte das pesquisas geogrMicas orde- nadas por Felipe II para as indias e~tre 1576 e 1585, docuin.entbs cxcepcionais sobre a realidade dos povoados e cidades.Soment.e nos deteremos diante da pil).t,ura que acompanha o relata do povoado de Texupa, na Mixteca (bispado de Oaxaca) em 1579. Em primeiro Iugar, trata,..se de uma obta genub:ta de' urn tlacuilo (pintor indigena), que conserva boa parte da sua gra.roatica pict6rica original. Dessa manei- 10 'l't;lta-se dq .quadro•12 das· Refactonesg·eograflca.~ de 7'/axca/. a::"justi_c!(l qu~-5~ hiziJ d_ e un cacique de J'laxcala porqtie ha/)(a pejn,c{did6 en ser tdolatra, habtendQ,s!do. cliristlano, se hdbfa ido iF unas cuevas aldplatrar'' (Mu&oz, ;1.9- 99);
  • 13. 34 ..;Gid~des ilo N0V0 Mundo ra"cada morro no entorno do v~e tem sqa legenda; ·o mais visfvel e pr6xiino do povoal!to eaq.uele ·que lh.e dci. o neme (pedra azul),,coto- ado pelo .sfmbolo do chac;hihuitl.(a pedra prec.iosa azulada) e teudo a s.eus pes 0 simbolo de 9al./i (casa). Mas o tratamento do. e'Spa~o, c0IJ;i a per.spectiva ·ampla ~ com descri~ao do relevo, e-mai's ocidenta..L A localiza~ao no vale (parece que os fndios foram congre~~do~ desde Q morro-cidadela q]le apare.,e em um canto), a quadrkGJ?.retilfnea am"' da que imperfeita, sem prar;a e com o convento-greja de- slocado. par :.a: os limites e :com sua horta irrigada sao a maJ:'Ca c~ara d.a itnp.osi~ao dos modelos hispanicos.. Entretanto Te~pa e, sohretudo,.itnputtante por outra razao.: eposs)vel que entre 1550 e 1564 o mesmo tl.acqil_ d. fosse o .autor· qe outr:o do.cumento essentiaL se quisermos entender os proce.s- sos de ac·ulturas;ao e a vida ·cotidJq.na cle um povo, o C6dice Sierra (Le6n, 1982). Este eurn Uv-z-·o de contabilidade. mutilado, de va- pel europeu e que combina gljfos pte,hispanicos, Hngua nauhq.tl, .cifras em gHfos mexicas e arabes.e,.porfim, escritura latina. .Set:t conteudo, do qual temos alguns·.exemplos,.einstrutiv@ ~· respeitQ dos mecanismos de acultura~ao. Veja~se a ilustrac;ao 6: em 1:551,~ a chegada do vigario cciiilc1de com a compra, no MexicQ, d.e oito trombet~ que custatam 12,0 pesos, incluindo a comida. dos que. foram bu~c~-las.. Ou .seja, viagens para a grande cidade, c{)mpr.a de jnst;rumentQs ocidentais e o desembolso de 120 pesos, proce- dentes da odctentalizac;·ao rla economi~, sao elementos lnsidioso.s, et:n maior ou tnenor grau, das tra:nsf(fr.IJilac;oes que o:oorrem no po- vo;ido e qu_ e Pe:tdemo.s .associa:r nesse tnQ:rfi.ent.o ao~ elerigo Alonso Maldonado. (;IQADES'E PDVOADO~ DE I _ NDIOS • 35 'JG:'1.~,.,_,~~;f~H-): ;c.~·•Wt:f' ,. . .. . .1u~ ·'" ,If• 'tf. .. ~.l_. - - .. - ·..'': 'S•S ; ~. ?}.~ f"'~~~·~;~(1~~~'":{~."~"'-:~"-f"-~-""'- · Jr~-- •'''1.,"".' ~;,;,:od'.;..-~e., .:<1!"~L>-((1~1. ~:j~ -:~·v.-z:~!'· .u''''--~~(~·" 1'1. ~n.~.tl'~~~~,~ ~ (' ~t:'w~C ..~~-~-~-j·.!'..'~ es~-~ ~fu-~..-~..r ~~-~(j::.j, ~ ·: 1i:u~.,.-,·,_~f1i(;-.~~.;,;:·-c~.IP'i~~HJ~ ..."'; '~$i·"(.;.~.~~~0,1'-'C_e-!,.~-~ w<.lo.'l Gfi·;;~~C.j;~~~~ t-<p:"(,'? !#;a·':',...,_ J'"iJ~.ty~<.~W(r~"" .t)"'-'1_,,.,4t~,'21_~-...,~·...r:J•iV":~I"~~!'t.~-~ ~-tA......c~" ...'."'C.(;W.,.,<fA. ~cc ·~':,_.....·~~ ti'''"'i'ilP/if~ff· ''. -. . ')-<'~'Y."M•!t.~~·~~-"'<lit-'"'"'~f?'Jil8 ~­ r~.1i''."'i.,if...;"'!-t ""'~'·'~tl<~-»~#1"~~ :1-1,_~.~~~~'-i· .c·A·%-~~~""M~· ;~~~-uu~.e 011?,{...~~·· c~~.iCA·.~~~)..c sa~);d ·t~r~-~"r..!X"'':.u;~ ~.~~:'-~~~,A((J._,. ~""'""~!~!_ t-~r:c-•p.o:r:r••«i!!Jftife'; ?14"'-"'~J,_ -;nt Z(9"J'.?:""~Ee,5!!-":¢""~i"' "'-Cti)•!• "·".' ~ . .· «'1 _:nlixl _· :~..;;fa''.~<'·~~!t yw.-n. l'.lft."~i~; {tli-~-~1!1, .. .;rl'<).•t!·~"" ~( ,()1-'<><!'·l·~"·~~ ..,q •.._ ( ' I ;p-:- ·;-~ ~ cA': {l,!>~.. - . . - . - .--- ---- • 1' fl~~ ,y..(._t:rJX-t.i!€•"""""'!'!~··· ?:.":. ·~.,~-(."''l)itt· ~<"~B'*'~~~co: li:t,I«-C ~PJI>( ~JJ:""'" """d(;~<)' >"]! P.O'fi.C·~p~.m:-.1 Ci.:' "-:C._";t<i-'t~!.-. .dl,:a- ~. Ilustp~~o 6 - (:odice Sierra (1551) Fonte·: ·http://bd'mx.m.xjmauu.scritos_sJer~.php J'-'2..<' Folhe~do o caderno, aparecetn ou:tros personagens e cin::;uilstan- cia,s.que aco:mpa:nham as mudarts:a~ transcendentais qJ,l.e esse pov·oa- ~lo r;;onheceu trinta anos ap6s a Conqm~UJ.: o corregidor1 o interprete; o esctivao, as ficg1deiras de seda, a compra de c~es para cutdar das· cahras; a feitura de ilnagens de santas, a, c_oloc_a~ab da pia batismal... Vemos artes.aos itiner~tes que oferecem sefis. setvi~os de povoado em povoado; em 1558, paga-se a Simon de B.uenaventuraJ. fabdcante de sinos, a nodvel soma de 740 pesos e quatro reais por "una. cam- pana que se hizo e: tz este pueblo". Ness·e mesmo ano :comprou--se de
  • 14. 36 · Cldade.s d6 Novo Mundo Ji:I_ an Benito~ sem duvida urn espanhol - 2.0'00 cafneira.s ·por 812 pesos e quatro reais (Ilustra·9ao 7). P,..Iem da intrus~o .de elemento:s hi:spanic0s, a partir de horiz_ ontes e prop6sltos tnuito diferendados, e.stes dados colocarn per!Nntas muito conctet.as e e_ ssenciais: essa comunidade enttol) afqr0J na e¢onorrua de merc.a.do, com urn poten~ dal nada des:p,rezfVel. l'rata"se d~s contas do caixa da comunidade: a coletividade como t~l tinha uma capacidade econ·omica comsideravel para con.seguir it~ns t:otalmente novos para ela, como mobiliario ciq_ devb.~ao cri_stit sericultura e crlar;;ao de.gado, para citar algu_ ns. HJ ~ . ... :.- .. ;:t.:. -.b·j.~:fv6'"""'-«.c~· x<v"'~>..•~· ·~~f~) ~_~e_:~:".l'•"'l~1'~'""""r•·._..,., 1~ ~~ ~.?,,..,_::... · ~- ~--'----- ;;<citll.llle.~;lillf'v"'·1 e..,.,.~GJ;"" J......:?~r~~- -1-~ ,~~"~-~~~·· . . ...totloz:r""' ""·":'1'0~-..~ - " ·· . -·.- ~")~"'""'·'"">Ld6•_ r~~cr ')(L••til;fMi <V I><to~-.:..6, - ~ ·""': "ft • ,J.J · · ' ..,._ .., - r-K··"'- " "'"' . ~,.x;~c ~""'·t;..,.._-· _ ~;;,Jt, -f<r<-iL.,r""a ""•:y--- ~ ' y.,.;e;. ~~.....,.,.,.,. 1-e.i-· wfYYJ-M _ .;; V;'v,.~-fi.~ 'f ?--2 r' ~""'clf'~"'~r4<' ,.."_ ;;d'"""~d"'=-J<M-"' ~""P' -YM{(~iii _· · l"l"Aff< _ , '·'t,'J<~J:<>~aMA ~ ' •"C!.qr._t.J';l,a.-rijl.~~" 11...: ;tl:'~;? l!CU,..,V~>(A."-< <7''" f>'-;p:fH - 211 Hustra~ao 7 ~ Codke Sierra ·(1_55~) Fbnt'e: http://bdmx.mxfmanuscrlto~sle~7<J: p_h,p 31.;; ·l+ t i(} ~ CIDAOESEPOVOADOS DE 'fNDIOS • 37 Foto 1- 'Capel_ I}Aberta de-CoixtahuaCa.-Fotogra:fia do autc)r /1. jJintU:ra rle Texupa, d:e 1579, como muitas outras das R.elcrciones !Jf'OJJ.r6ftcas, coloca em evid~1;u:;ia a impor:tanda do predio da igteja. FoJ o pr:e.dio princ;tpal .dos pGvoados, nas condi~oes e loeafs·m_ als dj- VL'rsos; uma simples cbnstru9ao qe p:ta¢eira inicialmen:te, de<pois de l.ilpa e.de pedra;,coberta de palha,madeiF~, telha ou com ab6boda de !Jl'.clra. 0 investimento em .rhao de obra e em II:l<J~eriais que-0 projeto du.cobrir todo urn continente com sua roupagem de templos custou il>i colossal Portanto, procuFa:ram-se respostas Grigi.J.Jais. Uma delas J.'ui a celebra~ao ao ar livre, com capelas abert:;3.s de rnenor-·c;;u~to que (lepois fotatn re.cuperadas para outros fins, como os portais ·4e ton- vento (Foto 1). Os .arcos e as ab6bodas, nas regiQes .que ignoravam t~Stes e]effiel).tOS <J,:tqUitetonicos, permitiam ainda est.abeleter Wl).a rupMa ·com os te:mplos p?gaos, ainda que, em alguns casas, muitas igrejas tenham tido ccn:no b;;l.Se lugares sagrados pre-hispanicos; em Cholul-a a grande piramide - serve de-base para o santuario dos Los Remedias. Epossivel .q~e esta ·SO'lJ.l~ac::~ fosse mais empregada nn Peru, ond_ e a religiao p.re-htspanica foi 1).1enos cruent:a. Dutra soius:ao original, ainda que nao to. talrnerite indf~ena mas de grande relevan- tia, foi a realfza~ao de grandes espa~os cercados na frente da.igreja, os adros, que estendiam a sacr;;~lldade, pais eram ao.mestno tempo
  • 15. 38 • . Odades 'do Nova.Muri~b ~rtriteri0, 1ugarr de. prodssaq e lembran~a·clo Templo de Salomao (Es- calante; 200.1}. Certamente, naO' ~ pessfvel men.donar a Igreja nas cidades e.pqvo-· ados de indigenas sem lembrar selis santos, s.uas devo(;oes, otJ, .seja,, suas festas e, ·com el.as, suas ide-ntidades (todo habitante pqrtava va_- rias), sua ,sooiabj_li.dad«:! e su<:l hterarquiza~ao eclesiastf<;q_. Eurn tema. extenso, imposs{v:el de. ser tratado aqui, a nao ser·atraves de uma clrcun,st:anda pechliar: ademoli~ao da igreja de UI:i):a comunidade de (!q.irro, pbr variadas r azoes, signlficava o transl_g.do das irnagens san- l<i!.~, a pel'da de algumas festas e o enfraqllecit!.tento·do grupo, ate seu desapare<;'iUlento .(Alvarez,.2010, p. 322-325). Para Ullla tipologia das cidades·e dos povoados d.eindios Sabre tal espa~o e·ap6s dois sectilos carre,gados qe b.ist6ria, uma tipologi~ .e~ dfflcil e caitlbiante. Mais do que a dive;rsidade geografi- ca, por mais real que..seja, o que nos·preocuiJg.. co111o h!stotiadores- eo fluxo do tempo sabre as.entidades. PoQ.emos tratat de <~valiar os· cortes mais es,sen~:iais. Os anos de 1521 ~te 1_ 570 sao pdmordi.ais em todas as partes, pois estendem·se 0s· diversos inodelo.s hispanicos j:<Unenclonados de cidades ~ pov0ac!os. .No seculo seguinte, ate os anos ;1680-1690, edificil a exist~nci:a par-a os po~o.ados: a demografia: alCan~a seus pontos mais b<(ixos, mu.itos deles·desapareeem e as con- grega~oes contribu·ell). para isso. A velh_ a nobreza tende a desapare- cer,,recem-chegados se estab~le(:.etil no peder, provocando uma setie de tensoes. lsso q.pa_ rece beni dorumentado para o caso de Tlqx€ala desde a segUJ.:tda metade do s~culo XVI. Em 1553- queixa-se •0 e!lbildQ: Dentro de cfn'CO, d.ir;z. o ma_ s aflos;;•.acaso de esta manerct .terminaran las tierras de cu.lti'vo de las_ oqsas sefloria[cs? iAc.aso.se van a convertir en macehuales[indios del comun)los Cflle estrin en las ·casas sefiorla{es? iAcasp ya. .seran pipiltin [tUfb1es] los matehuales que van c.omprando tierras de C!.!.ltivo? U:wudMart'inez, 2000, p..t83; cf: EaJv:o, 200.1) 0 assedio por parte dos espailhQis ecada vez mais opressor, g.. tg..l ponto qu·e algumas ,das republitas alteram sua ·essencia - c:i.e fndias CllllADES EP0VOAD0SDE INDIOS • 39 .fli'll'~t espanholas -, ~;omo v.eremo$. No final do seculo :xvn ouwas lrludan~as intervem na,conji:thtQ.ra, com a apoio da £oFO<t, .e se far~-~ •.I(JIIt:fr no se«mlo xvm, fortalecendo a nob:reza. Esta .ecada ve.z mais ! I.W:•tlpd~ - assim consegue sobreviV'!'!i'- e afastada :das pessoas W .lliWlS. Mas, ao mesmo tempo, os· cabildos indigenas, s.e:m a tara da V •·11alidade ja quase secular dos espan}i_ 6is, sao.o p~1rtto de apoio de IT! relative.rena·sdmento das republi'cas indigen.as .num mundo cada Vt."'l, mais confllttJoSo (cf. Menegus e A_gttirre; 2006; N:ra a cidade de 'I'I,1xc~ll.a, ef. Mattinez, 2000', p. 413J. Sobte estas bases foram s.endo criados e evo!Wrain v<1_rios m0de- .lo!':, 0 das cldades mi$ta_ s·. e, :sem duvida1 o mais releva.nte -e impnrtan- lc•, nao pelo ntlinero., mas porque tange a.quase todas as capitais em_ ellversos ·graus. Poleas dela~ escapam a este tipo no firial do setulo · VII, q_uando a misC.igena~ao esta 1)0' auge .e a plebe esta se crista- li·;.ando. Ate 'tlaxcal.a, a oidade indigena pC!l.r excetlencia, nao pode l'osstir ao assedio e apenetra~o dos nM ind!genas. ·oexemplo incUs not:avel, pais trata-se de uma intbrica~ao profip1da ocorrida nos pri- rnciros tempos, . eLa Plata-Chuli}uisaGa. .No sec~o XVII existem duas pitr6qufas-bairras de indios com et:hia.s segregad~s, onde os Indir os IN!=<ti'S yampa-pas possuem casas na pta9.a c.:·~ntral - caso inedito para uma grande ci.dade - e existe um conjun'to de caseores indigenas por ttas da ca.tedral (Mesa e Gi~shert, 1985, -p.48}. Guzco deriva cada vez mais para ~ste destino com toda a sua nobrez.a inca. 0 <tesenho realizado em- 1611 por Felipe Guaman Poma de Ayala da cidade q-q.tJ conhe.ce.u bem (llustta~~o S) ecaracterfstico dessa inter-r:ela~ao, em- bora o:s elementos de- .origem pre"hispanica ainda estejarn d~;>mjn_an­ tlo, pelo me.nos na vis.ao do <>ronista_(cf. Kagan, 2003). Mexico, construida sabre as ruing..S da extinta Tenochtitlan, eu,m caso m.ais particular, p0is desde o irifcto .~stabeleceu-se C! separa¢ao ffsica das duas republicas. Mas c.:om o tempo e~sa estanqueidade fo'i~ -.se Folnpe.ndo, e no dia 8 de junho de·l692 -data do "Grande Motim" ql.!.e destruiu o centro da capital em qlies.tao de horas ·- os espanh6is da cida,qe de_s~obriram que vivlam no meio de uma pqpula~ao mistu- rada com fndi'Os. Ate uma cidade genuinamente esparthola ·como Pue- bla tornou,-se mista, cetcando-se de bairros ih:.dicJs., a tp.l potlto que
  • 16. 40 •Cidades do N.ovo Mundo criou ·estrutur:as institutionctis p;;trq. melhor controla-1os: o primeim a]calde fndio enomeado em 156S, e em 1601 os bairros se organizam em republica de fndios (Gomez, 2010, p. Hn). :1a-l'f: - c-o; 'l· ' - Dlistra~o 8·- Cnzco segundo Guam~Poma (1615 f.I051 [10'59]) No entanto, subsistem alitentic;:as cidades fndias, como Tl~cala e, em certa .medfda, Cholula, apesar de sua proximidade de Pueo1a, a espanhola,. e de sua urbaniza~ao notadamente quadr;itular. Ma,s - a. mi·scigena~ao esta c::ada vez mais presente e, .como escreve Norma (!DADE~ EPOVOlDOS.Dt INDIOS • 41_ 1 .nl.llla (2008)! da lugar a "una .scraiedae/. mestiza.en c;iUdad (y pro.vin- ml hrc lias" (p. 57). Em termos C.ontretos, isso signifiGa.qu·e no ano 1?ilCl 11 popula~ao india esta deslocada do centro, emandade;~ para o·s ivtlf't• os do entorno e torna-.se·minoritaria. Patzcuar.o, lutando por sua r ir TI1,~1t1encia como capital contra Valladolid de Mlchoacan, dqrante r ri>~ IJi de um s1.kulo, possui uma identidad.e arralgada, mas os espa- r!lt6l1J npoderqm-se progressi:Vamente do controle do p.odet: II variedade de povoados indfgenas eextensa com c.erte~a. Ha ca- !1'1 (((te podem servir de exemplo ou que sao excepcionais. No ano de l f,fl-2, o rei; premi'do pela falta de recursos, decide.vender tltulos de ll- l;ttl e cidades as comunidades di.sJ}ostas a pagar. Nao e unicamente uma O lt;< llda honoxifica: os espanh6is do povoado !ie Queretaro aproveitam ,, (l('IOrtunidade para obter, junto com o titulo da ddade, urn cabildo fH'6prio e de.sta forma deslocar a republica Jn.digena lnfelizmente, nao •·otllcmos como reagiu {ou nao) a coinunidade fndia. Outros souberam ntl'lnobrar melhor e impedir o golpe de seu.s vizinhos espanb6is. Fcti !l cls.o de Tequila ou o de Tlaxcala,.que bloquearam as aspira~oes de 1 11.1 subjugado Huamantla, conduzido pelos espanh6is do seu entorno. Sct~UJtdo suas pr6prias circunstancias, que.deveriarfl ser ~alisadas ·de- f.tlhadamente, tada republica deu uma resposta diferente (cf. Martinez, ..(J(JO, p. '354-360; Ferru.sca, 2004; Gutierrez Lorenzo, 2009). 0 caso dos "ind.ios-mulatos'', como sao chamados pelo je.sufta Je., rl}uimo Pallas em 1616, e bern conheddo gra~as a pintura extraordi- naria reali.zada na epl'.)ca e que hoje est<i exposta no Museu das Ame- ricas de 'Mad.ti. Escreye PaHas, a prop6sito dos.povoados de zambos (rncsti~os de Indios tom negros) na costa do atua'l Equador, [.,.] viven con a/gun modo de repq..bUcayanse dividido:en parcialidades, y de/los alg[{nos son christianos sujetos a1os dor::trineros de los dis.tritos del eontomo,geviemlinse pot capitanejos o caziques a quien obedecen y resp~tan fidelissimamente: Algunos hay que.saben hablar en 'lengua es- panola por:que:van j'vienen a Ia ciudad de Q 'u)Co, que dista potas leg·uas. (Pallas, 2·006, p. 163)u 11 Sabre cabl/dos.de naolones de negros no Nl'lV.o Reln.o d~ Granada. vet Gutl~rrez Sierra (2011).
  • 17. ,42·.• C[dad~~ do Nov.a Mundo .Ate }itos·limite!{ do universo h.ispanico Gl.fegam. novos ares .que se: hq;rtnonJzam.. Par exemplo,. urn barco de escFavos il~gros naufraga, c)ando orlgem a uma na9ao compatavel com muit.as outras, que s. e insere nos interdimbi.os que va!) ·construindo o tecido de·urn imperio de :tepublicas, entre elas·as de Jmd_ios. Aproveita:ndo a voz do padre Pallas, vem(i)s a descd~ao de ontta realidade nos confins da costa setenttronal do Peru, uma .acultura~;ag quase as.sombrosa .no ~0 llle 16.1'6: El vestido destos M'ante~~s" e~ compuesto de( espafiolydel suyo tmtiguo; ccuni~as de lien~o cottada'S.a s'U modo, cal~ones de Castilla)': unas almil- 1as o jaquetas, que ·elias texen de algod6n y lana labrados de cvlQres difeT:entes, ha./;Jlan Ia /e_ngua Castellana olvid~qos msi de 1a nat1,1ral, ·son ladinosy bueilds christJanos.. (Pallas, 20iJ6~ p. 168) Mas tudo tern seus limites: as casas; os materia:is e as.bknicas de constr.u9ao, por serern d.ir¢tamente dependentes do entorno, seguem os modelos antigos. A.ssim, estes fndios Ci}Ue esquecerarn spa: lfngua constroem suas ca,sq.·s eig'refas' oomo.seus antepassadO!i.: "las pq.rede_s de cafia sabre cu:blertas con una capa de barrd' (Pallas, 2006, p. 1'68- 169.). D~ certa forma, se a seeulo XVI hispano-a:z:nerka:no foi o de uma traged.fa sem igua1, o seculo XVII foi o da eqlilidistancla ,para os povos: e!ilt_re um passado em parteaniquHado, emp<rrte soorevfv;ido.e um fu- t!lro difuso, mas inexoravel (Cf. Yanl:lq.l@lcis, 2012). Nao eram somente tempos rwvbs; mas tamMm bm.:nehs :novos, 'fndios ladinos ou cholos nas cidq,des, indios laborfos e.yanaconas nas hadendas;ll os de obraje ila comunidade.e os indios-m.ulatos no litoraJ. Continuava-se fa:lando de republicas de indios, e ela_ s contjnua:Varh sen.do assim. A posse da terra, cada vez mais privada, .co:h.tinQava constituindo o e!ement0 tel;l- tral: por quanto.t~rnpo? 1$so.te·z com que as rupturas:do sectc~lo XVII pudessem : ser eontidas~ Haveria.que se.esP'erarate o seculo XVIII para que as convulsoes, anunciadas nos'anos 1690, se rnanifestassem. 12 Habltantes:de Ma,n,~.. 13 N:T.:hacii!Tida eo nome generlc<'l pal'i! ~' ITfl1ql(de JiFQdu,tiV;J. ru.:al dll<'l te.rr.eno·era- uma·con,:e~s.ao perm<~nente. ( !GlADEs EPOVOADOSDE INDIOS • 43 ·f('rfutdas. ,h lrts de cabildo de Tlaxcaia_, 1547-1567, Mexico: Archivo General de la Na- ·,rr - lnstituto Tlaxc;:alt~ca de Cultura; Centro ae·Irw;estjgpciones y 'Estudies d~p~·l'[OFes ~.n An!:f.opo.Io.gia Sod a!, 1fj8S. L!.;fLA,.)er6nimo Q.e.Relaci6n d?·Michvacan. Z9-rilor.q.: EJ CoJegib.de Mi'<iho- ll(;ln, 2008. I.VAimZ:SQZA LONG.ORJ.i, M<J,ria Teresa. Las i.r.uii'os y l.a~ ciudades de Nueva ll• ..pi.d1~1. La secularization de docttin~rs de indios en Ia :ci.tdad de Mexico. In: •tH TRO, Felipe (co·ord.J, Los indiosy las ciudades de Nueva.Bs{}afia~ Mexicm: llir!versldad Autp_ noroa .de Mei:Uco, Instituto de Invesfigacicmes Hist6ricas, 'WIo.(Serie HistoriaNovohis~ana, 84.) 1HTIGAS, ]IJ·ai). Eieruto.Metttitlan; Hidnlgo. Ar.quftectura del slgfo·XVJ.. Mexico: Il ulv~rsid'ad Na.cional Autonoma d.e.Mexico, 1996. HHH'l'HE, J~an-Pif:lrre; CALVO, Thomas. Adrriinrstracitm e imperio. 5I peso.de. lit 1rwnar.quia hispana en sus India.s (163:H64B). Michoad._ n: EI C:Oleglo de Mlchoacc'm, 2011.. )I(• JHAH, Woodrow. La inf/uenaia J;u'ltural eu·ropea en la crea.oi6n de,Jos·centros vrlmnos hispan·aam~ricah.os. Ensq.yos f!Obre eJ. ae_sarrollo ur.bano de Mexico. MP'xico: Sepsetentas,.19'14. t;ALNO, Thomas. Vivre da·ns)a sierra zappteque du Mexique, 1-674-1707. Paris~ l.'llilrmattan, 20'09, -·· Veneer la· derreta. Vlvtr .en la sierra zapbteca: de Mexico:(1674-17lJ7). Mlthoacan: El Colegio de Michoacan/C.entro de Estudios 'Mexica_ nos y Cen- tromnericanos/Centro d~ Investigaciones y Estud_l9s Superiqres en Ant'ropo- lngta .Social, 2010. _ _ . Gra. nde machine qu e ceUe d.es InQ.e,s. In: ACERRA, Martine et a!. Les vtfles e: t le monde. Du Moyen Age·au XX~ steele. }{ennes~ Presses UniversJtaive.s h.: Rennes, 2011. CAMARGO, Diego Munoz. Relaciones geograficas de Tlaxcala. San Lu1s Poto:si: E! Cole.gio de.San .Luis-Go.oierno del EstaQ.o de T!aRca)a, 1999, Cattas de lndias, t.I. Guadalajara: Avilla Levy.1970 [1877]. CASTTLLO, Nqtm.a.SfJcie&Ii!'mestiZa ~n tiudadindia. Un analisis de las consecuen- cias dem@grajfca.s, econ6rnicasy sodales del meslftaje en t~na ciudad.novohisp,ana. (1 (i49-1 796);.Mexir;a: Univ{!rsidad Nat_io~alAutpnor.n.ade Mexic;o, 2008. CASTRO, Felipe.'Los indios y la ciudad. Panorama y perspectivas de investiga- aion. ln: CASTRO, Felipe (cootd.). Los indjo~ y Ia.s eiL{da_ deS de:Nueva Espana.
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