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Belém/PA 
2014 
CADERNO 
DE 
RESUMOS 
Simpósio GEPEM/UFPA: 
Mulheres, Gênero, Histórias e 
Saberes em 20 anos 
24, 25 e 26 de Setembro de 2014 
Universidade Federal do Pará 
ISSN 2358-7113
GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS «ENEIDA DE MORAES» 
SOBRE MULHER E RELAÇÕES DE GÊNERO 
CADERNO 
DE 
RESUMOS 
Simpósio GEPEM/UFPA: Mulheres, 
Gênero, Histórias e Saberes em 20 
anos 
24, 25 e 26 de Setembro de 2014 
UFPA 
Belém/PA
1 
SUMÁRIO 
ARTIGOS 
IDENTIDADE DE GÊNERO: MANDINGAS, MALÍCIAS E O JOGO DE PODER NAS RODAS DE CAPOEIRA PARAENSE ...................................................... 8 
MARIA ZENEIDE GOMES DA SILVA 
MULHERES BENZEDEIRAS EM BELÉM (PA): RELAÇÕES DE GÊNERO E TRAJETÓRIA RELIGIOSA..................................................................................8 
IRACEMA SILVA COSTA 
PINTANDO GÊNERO NA BUCHA: O STATUS DA MULHER NO PROCESSO CRIATIVO DOS BRINQUEDOS DE MIRITI DE ABAETETUBA/PA....................9 
LARISSA TUANE LIMA DE NASCIMENTO 
AMARILDO FERREIRA JÚNIOR 
AS MARIAZINHAS: UM ENCONTRO DAS MEMÓRIAS DE UMA PESQUISADORA COM AS PERCEPÇÕES DE MENINAS INTERLOCUTORAS DE SUA PESQUISA SOBRE A EXPLORAÇÃO DO 
TRABALHO DOMÉSTICO INFANTIL FEMININO.............................................10 
MARIA DO SOCORRO RAYOL AMORAS SANCHES 
MULHERES DO CÁRCERE: UMA ABORDAGEM ACERCA DA IDENTIDADE E CULTURA RETRATADOS NO CONTEXTO DO SISTEMA PRISIONAL........................................................................................................10 
LANA CLAUDIA MACEDO DA SILVA 
SUZIANNE SILVA DE OLIVEIRA 
VALÉRIA DE LIMA VALOIS 
HIP HOP FEMININO E O FEMINISMO COMO RESISTÊNCIA DA JUVENTUDE EM BELÉM..................................................................................11 
LEILA LEITE 
DENISE MACHADO CARDOSO 
MULHERES NEGRAS EM MOVIMENTO: TRAJETÓRIA DE VIDA, ATUAÇÃO POLÍTICA E CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE................................................12 
ANTÔNIA LENILMA MENESES DE ANDRADE 
LUIZ AUGUSTO PINHEIRO LEAL
2 
MULHERES INDÍGENAS SATERÉ MAWÉ: UMA DISCUSSÃO ACERCA DA LUTA FEMININA PELO ACESSO A EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO DE PARINTINS – PA...............................................................................................12 
ALESSANDRA MAIA CERDEIRA COSTA 
FRANCIVALDA RODRIGUES DA SILVA 
MARIA DO PERPÉTUO SOCORRO GARCIA HATA 
THAÍS PONTES MAIA 
“SOU LIVRE”: NARRATIVAS E REPRESENTAÇÕES SOBRE MULHERES EM BELÉM DO PARÁ (SÉCULOS XIX E XX).........................................................13 
FRANCIANE GAMA LACERDA 
MITOS: PILARES QUE SUSTENTAM O PATRIARCADO, NA PERSPECTIVA DE SIMONE DE BEAUVOIR.............................................................................14 
IVONETE PINHEIRO 
MARIA LUZIA MIRANDA ÁLVARES 
O FEMININO NA FORMAÇÃO INTELECTUAL NEGRA AMAZÔNICA...........15. 
LUIZ AUGUSTO PINHEIRO LEAL 
CONTRIBUIÇÕES TEÓRICAS SOBRE O GÊNERO E SEXUALIDADE..........15 
JENNIFER SALES 
REPRESENTAÇÃO SOCIAL DO GÊNERO MASCULINO E SUAS IMPLICAÇÕES NA SEXUALIDADE DE PACIENTES COM PARAPLEGIA....................................................................................................16. 
BRENA MAUÉS DE SOUZA SANTOS 
ANA MARIA VANCONCELOS SILVA 
TODO DIA ELA DIZ PRA EU NÃO ME AFASTAR: RELACIONAMENTOS EM DINÂMICAS DE DESLOCAMENTO..................................................................17 
AUDREI ALENCAR 
HOMENS FIÉIS? UM ESTUDO SOBRE SEXUALIDADE E AFETIVIDADE...................................................................................................17 
CARLA FIGUEIREDO MARINHO SALDANHA
3 
PARTICIPAR É LUTAR: O MOVIMENTO ARTICULAÇÃO PARINTINS CIDADÃ NA CIDADE DE PARINTINS-AM.......................................................................20 
CASSIA KARIMI VIEIRA CATIVO 
AMANDA CRISTIE CALDAS DOS SANTOS 
BEATRIZ BORGES VIANA 
ROSANE FERREIRA DE LIMA 
O PERFIL SOCIAL DA ELITE FEMININA NO ESTADO DO PARÁ (2007- 2010)................................................................................................................. 21 
GERSON CARLOS MIRANDA ÁLVARES 
JOÃO SANTIAGO LISBOA 
CARTAS AO INTERVENTOR: UMA FORMA DE COMPREENDER AS MULHERES EM BELÉM (1930-1932)...............................................................21 
MARCELO DE SOUZA FERREIRA 
MULHERES NO PODER: ENTRE OS ESPAÇOS PRIVADOS DE CONVIVÊNCIA E A ARENA PÚBLICA E POLÍTICA.............................................................22 
NILSON ALMEIDA DE SOUSA FILHO 
COMPETIÇÃO ELEITORAL E O PROCESSO DE REPRESENTAÇÃO FEMININA NO BRASIL: CANDIDATURA E VOTOS NAS ELEIÇÕES PROPORCIONAIS DE 2010........................................................................................................22 
MARIA LUZIA MIRANDA ÁLVARES 
FRANCIELCIO FERREIRA BELUCIO 
TRABALHO FEMININO E RELAÇÕES DE GÊNERO NA FEIRA DO AÇAÍ BELÉM- PA............................................................................................................................25 
MAYARA GONÇALVEZ LIMA 
CARMEM IZABEL RODRIGUES 
RELAÇÕES DE GÊNERO E TRABALHO: PERCEPÇÃO DAS MALVICULTORAS DA ILHA DO VALHA-ME DEUS – JURUTI/PA..............................................25 
MAYARA VIANA DE LIMA 
SANDRA HELENA DA SILVA 
NADMA OLIVEIRA DE AZEVÊDO 
A INVISIBILIDADE DO TRABALHO DA MULHER RIBEIRINHA NA AMAZÔNIA: UM ESTUDO COM AS MULHERES DA COMUNIDADE FREGUESIA DO RIO ANDIRÁ/BARREIRINHA-AM......................................................................26
4 
SANDRA DAMASCENO DA ROCHA 
CARMEN DE SOUZA 
VANESSA RODRIGUES DE SOUSA 
AS MULHERES E O TRABALHO NA PESCA: O CASO DAS PESCADORAS DE SÃO FRANCISCO DO BOIA, RDS MAMIRAUÁ, AM..................................27 
GÉSSICA DA SILVA MIRANDA 
EDNA F. ALENCAR 
ISABEL SOUSA 
AÇÃO DE MULHERES: “MULHERES EM AÇÃO” O PROTAGONISMO DAS PESCADORAS DA COLÔNIA DE PESCADORES Z-32 DE MARAÃ, ESTADO DO AMAZONAS.......................................................................................................29 
EDNA F. ALENCAR 
ISABEL SOARES DE SOUSA 
SANDRA PEREIRA PALHETA 
MULHERES MERCANTES: GÊNERO E GERAÇÃO.......................................30 
GEISA COSTA COÊLHO 
DENISE MACHADO CARDOSO 
AS “BALDEIRAS” DO AREIÃO: MULHERES QUE TRABALHAM, VIVEM E CONTAM SUAS HISTÓRIAS NAS FESTAS DE APARELHAGENS................30 
HELIANA RODRIGUES DE BITENCOURT 
A TRANSVERSALIDADE DE GÊNERO NAS POLÍTICAS PÚBLICAS.............31 
TAINÃ DE SÁ PORTO 
A SAÚDE DA MULHER TRABALHADORA ACOLHIDA NO CENTRO DE REFERÊNCIA ESTADUAL – CEREST/PARÁ: ELEMENTOS PARA REFLEXÕES.....................................................................................................32 
NELCELI SILVA MELO 
VERA LÚCIA BATISTA GOMES 
CARLA CAROLINE BARISÃO DE SOUZA
5 
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL EM COMUNIDADE NA AMAZÔNIA: PAPEL DOS GÊNEROS NA ALIMENTAÇÃO..............................33 
SILVANA RODRIGUES GOUVEIA DO CARMO 
REMÉDIOS DA TERRA E DO MATO”: MULHERES QUE CURAM NA AMAZÔNIA TOCANTINA..................................................................................34 
TATIANE DO SOCORRO CORREA TEIXEIRA 
MULHERES E O PERFIL DOS CATADORES DE RESÍDUOS SÓLIDOS RECICLÁVEIS DE UMA COOPERATIVA, EM BELÉM, PARÁ.........................35 
GEISE SANTA ROSA DE OLIVEIRA 
MARIA CRISTINA MORAES 
CLÁUDIO LUIS AMARO DE OLIVEIRA 
A REPRESENTAÇÃO FEMININA NOS ANÚNCIOS DOS JORNAIS “A PALAVRA” E “FOLHA DO NORTE” (1939- - 1945)...........................................37 
FLAVIANA MORAES PANTOJA 
DIREITOS HUMANOS NEGADOS: RELAÇÕES ENTRE A SAÚDE DA MULHER NEGRA E O RACISMO INSTITUCIONAL.........................................39 
CAMILA SILVA SOUZA 
TAINARA LÚCIA PINHEIRO 
ZÉLIA AMADOR DE DEUS 
ATENDIMENTO HUMANIZADO ÀS MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA: A PERCEPÇÃO DAS MULHERES ATENDIDAS NA DELEGACIA ESPECIALIZADA DE PARINTINS/AM..............................................................39 
GISELE TAVARES 
MICHELE RODRIGUES 
NAYARA VIEIRA 
VANESSA RODRIGUES 
OS DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS COMO MODO DE DESCONSTRUÇÃO DA CULTURA DO ESTUPRO.........................................40 
EVELYN LIMA DE ANDRADE 
PRÁTICAS DE CURA EM BELÉM: GÊNERO E SAÚDE CIRCUNSCRITOS NO UNIVERSO DA CURA NOS PRIMEIROS ANOS DE SÉCULO XX..................41 
ELAINNE CRISTINA MESQUITA
6 
DESIGUALDADE DE GENERO E VIOLENCIA: A SITUAÇÃO DA MULHER AS MARGENS DOS RIOS E FLORESTAS DO MUNICÍPIO DE BREVES/MARAJÓ............................................................................................42 
SOLANGE PEREIRA DA SILVA 
A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER IDOSA....................................................43 
LARISSA LESSA BARATA GUARANY 
ALMYR CARLOS DE MORAIS FAVACHO 
O ABUSO SEXUAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DO GÊNERO FEMININO E OS MEIOS JURÍDICOS DE ENFRENTAMENTO A ESSA PRÁTICA..........................................................................................................43 
ERIKA SOUZA PAMPLONA 
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, QUEM METE A COLHER?”: TRAJETÓRIA DE LUTAS DAS MULHERES DA VILA DA BARCA, BELÉM (PA)...................44 
SIMONE NONATO MIRANDA
GT 1 
GÊNERO, IDENTIDADE E 
CULTURA 
COORDENADORAS: 
MARIA ANGELICA MOTTA-MAUÉS (PPGSA) 
TELMA AMARAL GONÇALVES (FACS)
8 
GT1 - GÊNERO, IDENTIDADE E CULTURA Coordenadoras: Profa. Maria Angelica Motta-Maués Profa. Telma Amaral Gonçalves DIA 24.09 (QUARTA): 14H- 16H15 SESSÃO 1 – Gênero, mulheres e identidades IDENTIDADE DE GÊNERO: MANDINGAS, MALÍCIAS E O JOGO DE PODER NAS RODAS DE CAPOEIRA PARAENSE MARIA ZENEIDE GOMES DA SILVA Resumo A presente comunicação trata sobre o contexto de resistência que permeia a pratica da capoeira, expressão cultural fruto da diáspora africana no Brasil, tendo em vista, que é no Estado do Pará que até o presente consta o primeiro registro de inserção da mulher na historiografia da capoeiragem. O foco de pesquisa é a participação da mulher paraense na roda de capoeira, mundo marcado e entendido como eminentemente masculino. Assim, a partir de pesquisa bibliográfica e de campo, bem como, de nosso engajamento enquanto educadora e capoeirista refletiremos sobre questões que desafiam o campo teórico no que tange a discussão das identidades de gênero e diversidade étnico racial. A origem da capoeira tem suas raízes fincadas em sociedades paternalista mas ao mesmo tempo centrada na mulher, característica marcante nas manifestações culturais candomblé e capoeira, fato este que tem proporcionado a guarda de saberes e valores materiais e imateriais. Os resultados apresentados, nos permitem compreender a relação desigual entre gêneros na pratica da capoeira, bem como, o papel significativo da roda de capoeira como uma manifestação cultural afro brasileira que acolhe e promove identidades sociais, crenças e valores e dando acesso a um campo de possibilidades de análises sobre identidade e gênero. Palavras-Chave: Capoeira. Mulher Capoeirista. Identidade. Diversidade Etnicorracial MULHERES BENZEDEIRAS EM BELÉM (PA): RELAÇÕES DE GÊNERO E TRAJETÓRIA RELIGIOSA IRACEMA SILVA COSTA Resumo A comunicação focaliza como tema a prática da benzeção; existente na cidade de Belém, capital do Estado do Pará, exercida por mulheres especialistas identificadas por seus clientes como “benzedeiras”. Uma prática
9 
ligada a medicina popular de caráter mágico religioso, que compõe uma das manifestações do catolicismo popular. Nesse contexto, a presente investigação sobre o tema é um estudo etnográfico de três mulheres benzedeiras em Belém. Espalhadas pelos bairros da cidade, essas agentes da cura, guardiãs da fé e do cuidado, executam a sua prática, se assemelhando a outros profissionais de cura como pajés, pais e mães de santo, e que ao longo do seu aprendizado vão traçando um percurso que vai lhes qualificando na arte de promover a cura, configurando sua carreira de forma distinta e autônoma, agregando conteúdos religiosos e mágicos capaz de emitir respostas ou soluções que correspondem as necessidades de uma clientela a qual lhes legitimam. Nesse sentido, ao problematizar sobre tal contexto passo a compreendê-las, por elas mesmas, por suas trajetórias femininas e suas trajetórias na “carreira” de benzedeiras. Nesta comunicação apresento dados atuais acerca dessas agentes de cura, articulando variáveis como gênero, religião e cultura no atual campo religioso da metrópole paraense. Entre os dados discutidos, concluo que as benzedeiras além de desenvolverem a sua prática desligadas de instituições religiosas, trazem em sua trajetória de vida questões que dizem respeito às concepções sobre os espaços sociais que ocupam e também representações e percepções em relação a seu oficio e sobre si mesma. Palavras- chave: benzeção; benzedeiras; gênero; trajetória; religiosidade. PINTANDO GÊNERO NA BUCHA: O STATUS DA MULHER NO PROCESSO CRIATIVO DOS BRINQUEDOS DE MIRITI DE ABAETETUBA/PA LARISSA TUANE LIMA DE NASCIMENTO; AMARILDO FERREIRA JÚNIOR Este trabalho realiza considerações incipientes sobre a inserção e os papeis atribuídos às mulheres no processo criativo dos Brinquedos de Miriti de Abaetetuba – atividade artístico-cultural desse município que se torna símbolo dominante de suas expressões culturais –, ao analisar as relações entre a construção de gênero, a condição feminina e a divisão sexual do trabalho em suas diversas fases. Pretende-se iniciar uma discussão sobre o modo que o trabalho das mulheres é visto e valorado por elas mesmas e por seus companheiros e/ou familiares na produção e comercialização desses brinquedos, e compreender as questões de gênero consideradas na divisão das tarefas, utilizando-se de aproximação com a noção de divisão sexual do trabalho, oriunda de teorias feministas que propõem análises sócio-históricas e culturais do status da mulher no mundo do trabalho, sob a restrição de dados coletados por entrevistas e observações junto às artesãs e os artesãos de miriti de Abaetetuba. Constatou-se, portanto, que apesar da pretensa maioria dos homens nessa atividade, há uma intensa participação feminina em diversas etapas, sobretudo na pintura e na comercialização das peças, e o status atribuído à mulher é justificado com base no discurso da tradição e das qualidades próprias e inerentes à condição feminina. Ademais, as posições de destaque e de direcionamento das atividades e o espaço público de representação que a constituição de uma associação dessas artesãs e
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artesãos permitiu se apresentam como domínios masculinos, enquanto às mulheres designam-se atividades de apoio restritas e demarcadas pelo domínio doméstico. Palavras-Chave: Divisão Sexual do Trabalho. Relações de Gênero. Artesanato. Brinquedos de Miriti. AS MARIAZINHAS: UM ENCONTRO DAS MEMÓRIAS DE UMA PESQUISADORA COM AS PERCEPÇÕES DE MENINAS INTERLOCUTORAS DE SUA PESQUISA SOBRE A EXPLORAÇÃO DO TRABALHO DOMÉSTICO INFANTIL FEMININO MARIA DO SOCORRO RAYOL AMORAS SANCHES Resumo Esta discussão é parte integrante de uma pesquisa de doutorado em Antropologia que versa sobre o significado do trabalho na perspectiva das crianças da Comunidade Quilombola do Abacatal-PA e teve como objetivo problematizar a categoria trabalho infantil e sua justificativa atrelada à ideia de exploração. Na construção desse objeto de estudo e na tessitura da ideia desta investigação, foi fundamental expor as minhas impressões sobre o tema, ou seja, o modo como vi implicada. Assim compreendido,por meio de alguns fios de memória da infância desta pesquisadora recorri, mais especificamente, à lembrança de duas meninas: As Mariazinhas. Não são meninas abacataenses e nem viveram o tempo e o espaço presente das crianças de Abacatal, contudo, compareceram no tempo e no espaço da escrita do texto da tese. O objetivo, portanto, deste artigo é narrar essas memórias e, a partir da análise de dados etnográficos, colocar em cena essas duas meninas e mostrar o modo como alinhavam uma trama histórica que faz eco nas percepções de meninas abacataenses sobre a exploração do trabalho infantil e feminino, sendo possível identificar imagens e representações das relações de poder culturalmente estabelecidas no sistema patriarcal dominante. Palavras-Chave: criança. meninas. trabalho. trabalho infantil. trabalho doméstico. MULHERES DO CÁRCERE: UMA ABORDAGEM ACERCA DA IDENTIDADE E CULTURA RETRATADOS NO CONTEXTO DO SISTEMA PRISIONAL. LANA CLAUDIA MACEDO DA SILVA; SUZIANNE SILVA DE OLIVEIRA ;VALÉRIA DE LIMA VALOIS Resumo O estudo do gênero, no âmbito do sistema penal, enquanto questão pública, política e social, constitui uma investigação acerca das relações sociais estabelecidas pela vivência anterior ao cárcere e, uma vez inserida neste contexto como a mulher reage frente à cultura prisional configurada neste sistema. Na investigação referente ao estudo do gênero, Scott (1995) aborda
11 
as relações sociais, construídas de forma desigual, subjugando a mulher ao domínio do homem. No que tange ao contexto prisional, é possível compreender segundo as narrativas de vida das mulheres em situação de cárcere, o reflexo desta forma desigual entre as relações de poder estabelecidas pelo contexto social, haja vista que, a maioria destas mulheres foram vítimas de violência sexual e doméstica, preconceito, exclusão, abandono, etc. Marcadores sociais que configuram o atual cenário Brasileiro. O momento da prisão constitui um fator determinante para que estas mulheres influenciadas pela cultura prisional possam sugerir novos arranjos sociais (superando o momento do crime e/ou embarcando no universo da violência). Neste sentido, a pesquisa objetiva analisar a identidade que estas mulheres constroem no âmbito da vivencia em cárcere, marcada por cenas de violência, repressão, abandono, exclusão. Fatores estes que determinam a cultura prisional, realidade circunscrita no interior dos presídios no Brasil. Para tanto, a abordagem da pesquisa é qualitativa, visto que, foi realizado um estudo de caso com um universo de 12 mulheres do único presídio feminino do estado do Pará (CRF), a fim de compreender as diferentes concepções relacionadas à educação como ferramenta de ressocialização social. A coleta de dados foi realizada através de questionário e entrevista estruturada, sendo efetivada posteriormente a análise de conteúdo. A pesquisa revela que apesar da forte influência da cultura prisional, a educação é fundamental para ressignificar o ambiente carcerário, resultando em novos arranjos sociais pela superação e combate ao crime. Palavras-chave: Gênero. Identidade. Cultura Prisional. Mulheres Encarceradas. Educação Carcerária. DIA 24.09 (QUARTA): 16H30- 18H SESSÃO 2 – FACES DO FEMININO HIP HOP FEMININO E O FEMINISMO COMO RESISTÊNCIA DA JUVENTUDE EM BELÉM LEILA LEITE; DENISE MACHADO CARDOSO Resumo O objetivo desse artigo é discutir a participação e organização feminina e feminista do Movimento Hip Hop Feminino (H2F) em Belém como uma manifestação exclusiva de meninas que produzem e discutem o hip hop como uma maneira de mostrar suas ideias e seu posicionamento político dentro da sociedade. O Movimento Hip Hop no geral é formado por uma maioria de homens que estão divididos em seus elementos, ou seja, são grafiteiros, Djs, B’Boys, Mcs, o que faz com que a presença feminina se torne quase apagada, mas ela existe e o Movimento Hip Hop Feminino (H2F), liderado por Mana Josy, é um exemplo disso. Então, a problemática aqui é: De que maneira o feminismo pode ser uma importante forma de resistência dessas meninas que produzem e pensam o hip hop em Belém. Essa pesquisa foi realizada a partir
12 
de conversas e perguntas com as meninas que fazem parte desse movimento, em especial a Mana Josy, que é Mc e a Cely, que é grafiteira. E o feminismo é visto como algo necessário para que consigam permanecer na rua e resistindo com a produção de sua arte. Palavras-Chave: Hip Hop Feminino. Feminismo. Resistência MULHERES NEGRAS EM MOVIMENTO: TRAJETÓRIA DE VIDA, ATUAÇÃO POLÍTICA E CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE ANTÔNIA LENILMA MENESES DE ANDRADE; LUIZ AUGUSTO PINHEIRO LEAL Resumo A proposta deste artigo é resultante de parte da monografia de especialização em História Afro – Brasileira e Indígena, da Universidade Federal do Pará, Campus Cametá/Baixo Tocantins, que teve como título “Saberes e Práticas Culturais Cotidianas na Comunidade do Cravo. concluído em 2013. Assim, o objetivo do presente trabalho é analisar as relações sociais da comunidade remanescente de quilombolas do Cravo e seus aspectos identitários de resistência a partir da suas relações cotidianas, tendo como foco a questão de gênero. A argumentação deste artigo é apresentar algumas reflexões sobre a organização da comunidade quilombola do Cravo e seus aspectos identitários de luta, delineados pela força das mulheres, vislumbrando como se dá a construção da territorialidade no quilombo e da importância feminina nessa construção. A metodologia aplicada na pesquisa seguiu uma abordagem qualitativa, esse modo de fazer pesquisa pressupõe um sujeito-observador, imerso no contexto, como parte integrante do processo de construção do conhecimento. Foram analisados os fatores que podem ser apontados como determinantes para a tomada de consciência de gênero, nas trajetórias pessoais e política dessas mulheres. Assim é possível apontar que as mulheres que são lideranças no Cravo têm seu movimento de vida marcada pela luta para saírem da invisibilidade e se constituírem como sujeitos da sua própria história, pois são as mulheres que através de suas lutas, memórias e saberes, mantém viva a história de seus ancestrais. Palavras-Chave: Identidade, Mulher, Resistência, Quilombo MULHERES INDÍGENAS SATERÉ MAWÉ: UMA DISCUSSÃO ACERCA DA LUTA FEMININA PELO ACESSO A EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO DE PARINTINS - PA ALESSANDRA MAIA CERDEIRA COSTA; FRANCIVALDA RODRIGUES DA SILVA; MARIA DO PERPÉTUO SOCORRO GARCIA HATA; THAÍS PONTES MAIA
13 
Resumo 
Este estudo apresenta uma análise acerca da luta feminina da etnia Sateré 
Mawé pelo acesso a educação e baseia-se nas discussões sobre as relações 
de gênero oriundas na disciplina Gênero e Família no Brasil,do curso de 
Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas, campus 
Parintins.Analisar o acesso à educação escolar indígena pelas mulheres da 
etnia Sateré Mawé no município de Parintins-AM, é objetivo deste trabalho. 
Para tanto, se fizeram necessárias pesquisas bibliográficas: com obras de 
autores que discutem o tema e que nos proporcionou um embasamento teórico 
mais aprimorado e legitimado com o objetivo proposto; além de uma pesquisa 
de campo sob o aporte da abordagem qualitativa junto a determinadas 
mulheres da etnia Sateré Mawé e algumas entidades e instituições ligadas 
diretamente aos povos indígenas da referida etnia, aos quais foi aplicada uma 
entrevista semiestruturada nos dias23, 24 e 25 de janeiro de 2014.O trabalho 
está dividido em quatro categorias: 1) Recorte histórico sobre a etnia Sateré 
Mawé; 2) A educação escolar indígena no Brasil; 3) A luta das mulheres 
indígenas pelo acesso a educação no Amazonas; 4) O acesso à educação 
escolar pelas mulheres Sateré Mawé no município de Parintins. Baseado nessa 
pesquisa evidenciou-se que o acesso à educação pelas mulheres Sateré Mawé 
é cercado de inúmeros desafios e barreiras, e o que mais influencia nas 
relações de gênero é principalmente o processo cultural onde ainda está 
impregnado o modelo patriarcal, onde a mulher deve ficar em casa criando e 
educando a prole, enquanto o homem tem que trabalhar para manter o 
sustento de todos, além disso, outro embate que se dá é devido às precárias 
condições na estrutura físicae no processo de educação continuada nas 
comunidades indígenas. 
Palavras-Chave: Relações de Gênero. Mulheres Sateré Mawé. Educação. 
DIA 25.09 (QUINTA FEIRA): 14H-16H 
SESSÃO 1 – GÊNERO, IDEIAS E IMAGENS 
“SOU LIVRE”: NARRATIVAS E REPRESENTAÇÕES SOBRE MULHERES 
EM BELÉM DO PARÁ (SÉCULOS XIX E XX) 
FRANCIANE GAMA LACERDA 
Resumo 
A comunicação objetiva discutir a construção de algumas narrativas e 
representações acerca de mulheres que viveram em Belém do Pará entre os 
séculos XIX e XX e que em momentos e por motivos diversos tiveram
14 
registradas em textos escritos as suas experiências cotidianas. Tais registros 
revelam significados dados a temas como beleza, fidelidade, casamento, 
família, liberdade. A pesquisa se baseia na investigação de textos de variada 
natureza publicados nos séculos XIX e XX, cujo teor traz à tona variadas 
compreensões acerca da vida cotidiana de mulheres que viveram em Belém do 
Pará. Utilizam-se fontes como jornais, relatos de viajantes e de observadores 
da região, dentre outros. Como categorias de análise destacamos em especial 
Gênero (SCOTT, 1992) representação (CHARTIER, 2002) e memória ((LE 
GOFF, 1990). Para além do próprio relato interessou-me entender a construção 
de tais narrativas, e os significados sugeridos por tais textos acerca de 
variadas práticas femininas experimentadas no Pará do período estudado. A 
investigação em torno dessas fontes permitiu entender o fato de que se de um 
lado tais textos, escritos por homens, revelam um olhar masculino acerca das 
práticas femininas, de outro lado estes mesmos registros também permitem 
entender muito do que as mulheres estudadas pensavam de si mesmo e o 
sentidos que deram a sua própria vida. 
Palavras-Chave: Memórias. Gênero. Pará. Século XIX e XX. 
MITOS: PILARES QUE SUSTENTAM O PATRIARCADO, NA PERSPECTIVA 
DE SIMONE DE BEAUVOIR 
IVONETE PINHEIRO 
MARIA LUZIA MIRANDA ÁLVARES 
Resumo 
Este estudo se alinha ao exposto por Simone de Beauvoir (O Segundo Sexo) 
tendo como principal objetivo identificar os mitos que estruturam e fomentam 
até nossos dias as bases do patriarcado, colaborando para construir a 
representação das mulheres como sujeito social secundário nos vários âmbitos 
da sociedade. A autora identifica o motivo pelos quais os homens julgaram útil 
estabelecer seus códigos e suas leis sobre este gênero, mantendo-o sob sua 
dependência. Evidencia-se ainda o modo como os mitos justificam as 
desigualdades entre os sexos e como se fundamentam para manter o modelo 
patriarcal dinâmico, se utilizando do imaginário social para se afirmar como 
categoria dominante. Os mitos sobrevivem ao tempo e se perpetuam sofrendo 
lentas modificações e através deles e de forma sutil os homens estabeleceram 
suas leis e costumes criando imagens que se insinuam em cada consciência. 
Este trabalho trata-se de uma análise dos dois volumes da obra “O segundo 
sexo”, trazendo à tona sua importância para os estudos de gênero; após 
publicação da obra o feminismo garantiu muitas conquistas para as mulheres, 
entretanto muito do que Beauvoir escreveu permanece vivo. 
Palavras-chave: Gênero, Simone de Beauvoir, Mitos, Mulher, Patriarcado.
15 
O FEMININO NA FORMAÇÃO INTELECTUAL NEGRA AMAZÔNICA 
LUIZ AUGUSTO PINHEIRO LEAL 
Resumo 
O despertar do engajamento intelectual negro, em 1937, por ocasião 
das políticas de repressão aos terreiros afro-religiosos, acarretou em debates e 
atitudes que integraram diferentes pensadores e artistas da Amazônia. Bruno 
de Menezes, Nunes Pereira e Dalcídio Jurandir estavam entre os assinantes do 
manifesto intelectual de 1938. O primeiro, ao lado de Levihall e de outros, 
participou diretamente no debate sobre a liberdade religiosa pela imprensa. O 
segundo estabeleceu laços de solidariedade com a pesquisa e o movimento 
negro brasileiro. O terceiro, ausente das situações anteriores, acompanhou os 
dois primeiros no envolvimento com a política de esquerda e o conhecimento 
relacionado à história e cultura negra na Amazônia. Além do engajamento pela 
liberdade de culto, o que também havia em comum, entre os citados 
intelectuais, era o fato de todos serem negros e apresentarem uma referência 
feminina no despertar de sua identidade ou interesse pela questão racial. 
Bruno de Menezes faz isso através de uma dedicatória a sua mãe Balbina; 
Nunes Pereira, citando sua mãe biológica (Felicidade) e sua mãe espiritual 
(Andresa) em seus livros e entrevistas; e Dalcídio Jurandir traduzindo sua mãe 
Margarida na personagem Amélia, presente em parte de suas obras literárias. 
Em cada uma destas, diferentes elementos de identidade cultural aparecem e 
associam os autores a um mundo lúdico ou religioso de origem negra. Desse 
modo, esse trabalho, através da produção intelectual escrita de três intelectuais 
negros amazônidas, pretende discutir a influência feminina na produção de 
conhecimento paraense e na definição identitária e racial de seus respectivos 
produtores. 
Palavras-chave: Inteletual, feminino, Amazônia, literatura 
CONTRIBUIÇÕES TEÓRICAS SOBRE O GÊNERO E SEXUALIDADE 
JENNIFER SALES 
Resumo 
O estudo em questão, tem por objetivo discutir teorias que enredam os debates 
acerca da construção de gênero e sexualidade, considerando suas 
complexidades e a necessidade de serem discutidas e entendidas, o processo 
em que se dá o desenvolvimento de gêneros e sexualidades, a sociedade e 
seu tempo histórico, bem como a cultura, a política, a economia e o aspecto 
social, a participação de mecanismos como a medicina, a religião, a escola, a 
família, para construir padrões e estabelecer parâmetros. Todos esses 
aspectos são edificados nesse processo e tecidos numa trama complexa de 
desejos, vontades, anseios, do que esperado, do que é almejado, do que é 
proibido.
16 
Palavras-chave: Gênero, Sexualidade, Teoria 
DIA 25.09 (QUINTA): 16H15-18H 
SESSÃO 2 – GÊNERO, AFETIVIDADES E SEXUALIDADES 
REPRESENTAÇÃO SOCIAL DO GÊNERO MASCULINO E SUAS 
IMPLICAÇÕES NA SEXUALIDADE DE PACIENTES COM PARAPLEGIA 
BRENA MAUÉS DE SOUZA SANTOS; 
ANA MARIA VANCONCELOS SILVA 
. 
Resumo 
A partir da compreensão do significado dado pelo homem ao pênis, entende-se 
o que o diagnóstico de paraplegia representa para os mesmos. Pois na 
paraplegia existe um comprometimento biológico da sexualidade sendo estas a 
ereção, a ejaculação, o orgasmo e a fertilidade, acaba por se tornar uma tarefa 
difícil ser homem nestas circunstâncias, devido à sobrecarga social e psíquica 
que acarreta determinada falta. Diante disso os objetivos deste estudo 
consistiam em investigar a representação social do gênero masculino de 
pacientes com paraplegia, conceituar representação social, caracterizar gênero 
masculino e identidade masculina, investigar a vivencia da sexualidade antes 
da paraplegia, verificar a repercussão da paraplegia na vivencia da 
sexualidade. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa descritiva de análise 
qualitativa, segundo a metodologia de Lefévre e Lefévre (2003), seguindo a 
abordagem do discurso do sujeito coletivo. Participaram 3 homens, na faixa 
etária de 20 a 30 anos, com o diagnóstico de paraplegia adquirida que estavam 
sendo acompanhados na clínica-escola de fisioterapia de uma Universidade 
particular. Conclusão: Verificou-se que estes sujeitos têm como valores e 
significados referentes ao gênero masculino, como oposto ao feminino, como 
figura ativa e forte, como o provedor da família e o que deve possuir 
comportamento de iniciativa e confiança naquilo que faz. E que estas 
representações influenciam direta e indiretamente na forma como estes, lidam 
com sua sexualidade, antes da paraplegia e na paraplegia. Pois a 
compreendem apenas como, relação sexual entre homem/mulher e prevenção 
sexual. 
Palavras-Chave: Representação Social. Gênero Masculino. Sexualidade. 
Paraplegia.
17 
TODO DIA ELA DIZ PRA EU NÃO ME AFASTAR: RELACIONAMENTOS EM 
DINÂMICAS DE DESLOCAMENTO 
AUDREI ALENCAR 
Resumo 
Esta pesquisa objetiva compreender as dinâmicas dos casamentos em 
contextos de deslocamento de um dos seus membros, em virtude da 
necessidade de estudar em outro município que não aquele no qual o casal 
reside. Como se desenrola o casamento quando um dos membros precisa 
passar vários períodos – que variam de fins de semana alternados a dois 
meses e meio – fora da cidade onde reside o casal? De que formas tais 
deslocamentos interferem nas relações? Como as concepções e identidades 
de gênero atuam nestes contextos? A ideia de pesquisar este tema surgiu 
quando comecei a ministrar disciplinas da universidade em municípios do 
interior e passei a conviver com esta realidade, presente nas vidas da maioria 
dos alunos. Na pesquisa de campo, realizei observação e entrevistas semi-estruturadas, 
durante os anos de 2012 a 2014, nos locais em que os 
interlocutores estudam – municípios do Nordeste Paraense, do Baixo 
Tocantins, do Norte e do Sul do Estado. Até o presente momento, foi possível 
perceber que as dinâmicas de deslocamento trazem uma carga significativa de 
sofrimento para a maioria dos entrevistados, no que tange a ciúme, cobranças, 
brigas e mal-estar em relação aos julgamentos expressos não só pelo outro 
membro do cônjuge, como por demais pessoas próximas, tais como amigos, 
parentes, vizinhos; tal carga se mostra mais frequente nas rotinas das 
mulheres. Outro condicionante presente na grande maioria dos casos é a 
liberdade, experimentada pelos entrevistados quando na condição de 
residentes temporários de outra cidade, o que também pode envolver 
relacionamentos afetivos extraconjugais; tal liberdade inclui o alívio das 
pressões dos serviços domésticos, também marcadamente em relação às 
mulheres. Em certas situações minoritárias, alguns casais conseguiram 
trabalhar as dificuldades evidenciadas pelos deslocamentos e ao longo do 
tempo conseguiram melhorias significativas nos casamentos; outros acabaram 
por vivenciar rupturas no relacionamento. 
Palavras-chave: Deslocamentos. Casamentos.Liberdade. Mudança. 
HOMENS FIÉIS? UM ESTUDO SOBRE SEXUALIDADE E AFETIVIDADE 
CARLA FIGUEIREDO MARINHO SALDANHA 
Resumo 
Pretende-se neste trabalho discutir a fidelidade sexual e afetiva partindo do 
pressuposto que o desejo mútuo entre um casal afasta a possibilidade de 
traição. A abordagem do problema seguiu a perspectiva de gênero uma vez 
que sexualidade implica em considerações sobre construções culturais acerca 
do masculino e feminino. A metodologia utilizada baseou-se na pesquisa 
bibliográfica e etnográfica. A ênfase na etnografia justifica-se por considerar os 
atos de olhar e de ouvir como funções de um modo de observação em que o
18 
pesquisador busca compreender a lógica do "outro". As análises interpretativas 
foram realizadas a partir de entrevistas informais com homens na faixa etária 
de 25 a 30 anos não casados. Esta opção pelo universo masculino justifica-se 
pelo fato de que a infidelidade masculina seria mais tolerada socialmente que a 
feminina, e que a maioria dos homens não expressam socialmente seus 
anseios e angústias referentes aos relacionamentos afetivos, pois para estes o 
amor romântico entraria em conflito com as regras da sedução. A busca do 
entendimento dos relacionamentos entre casais heterossexuais permite 
ultrapassar, a partir da perspectiva de gênero, a visão estereotipada de que "as 
mulheres querem amor e homens querem sexo". 
Palavras-chave: Gênero, fidelidade, traição e sexualidade.
GT 2 
MULHER E 
PARTICIPAÇÃO POLÍTICA 
COORDENADORAS: 
MARIA LUZIA MIRANDA ÁLVARES (FACS) 
JOSINETE LIMA (UEPA)
20 
GT 2 - MULHER E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA Coordenadoras: Profa. Maria Luzia Miranda Álvares Profa. Josinete Lima DIA 24/09/ 2014: 14:00- 18:00 SESSÃO 1 – Mulheres na Política, mulheres no poder nos cenários amazônicos PARTICIPAR É LUTAR: O MOVIMENTO ARTICULAÇÃO PARINTINS CIDADÃ NA CIDADE DE PARINTINS-AM CASSIA KARIMI VIEIRA CATIVO AMANDA CRISTIE CALDAS DOS SANTOS BEATRIZ BORGES VIANA ROSANE FERREIRA DE LIMA Resumo A trajetória de vida de muitas mulheres estará entrelaçada pela submissão, descaso, preconceitos, e o olhar pejorativo em relação à conquista de seu espaço na sociedade. São sujeitas que após longos períodos de silencio resolveram lutar e mostrar sua cara ao mundo. O município de Parintins localizado no Estado do Amazonas, e assim como as demais localidades do estado, tem sua história marcada pelo pensamento dominador e opressor contra a classe feminina. Por meio da teologia da Libertação, muitos religiosos passaram a questionar seu papel diante das massas, articulando através de clube de mãe, associações, pastorais a ideia de emancipação popular. Por intermédio das ações desenvolvidas pela igreja, é incutido na mentalidade dessas sujeitas o pensamento de emancipação, de sua valorização como cidadãs que deveriam lutar por uma sociedade justa e igualitária. Assim, este artigo versa sobre a trajetória de luta do movimento “Movimento Articulação Parintins Cidadã”, criando nos anos de 1980, por mulheres vitimas de violência domestica, abuso sexuais e que lutavam pelo seu espaço no mercado de trabalho. A abordagem metodológica abarcou pesquisa bibliográfica a partir de autores que discutem a temática, e pesquisa de campo de natureza e qualitativa com o uso entrevista com as mulheres participantes deste grupo, além da observação sistemática. Deste modo, o movimento ao longo dos anos vem se consolidando como importante meio de expressão das mulheres da cidade, as quais conseguiram importantes conquistas como a LEI Ana Vitória, a criação da Delegacia da mulher, agilidade nos casos de agressão e abuso
21 
sexuais contra mulheres e outras conquistas significativas que refletem na 
consolidação destas sujeitas no espaço social desta cidade. 
Palavras chaves: Movimento de Mulheres. Emancipação. Cidadania. 
O PERFIL SOCIAL DA ELITE FEMININA NO ESTADO DO PARÁ (2007- 
2010). 
GERSON CARLOS MIRANDA ÁLVARES 
JOÃO SANTIAGO LISBOA 
Resumo 
O presente trabalho tem como objetivo trazer contribuições no que tange a 
identificar as mulheres que estão a frente dos cargos do setor público estadual 
no período que perpassa 2007 a 2010, período em que Ana Júlia Carepa 
esteve a frente do governo do estado do Pará. A problemática do estudo se 
propõe a analisar as instâncias de relação entre a lógica 
profissional/ocupacional de cada secretaria em seu respectivo cenário de 
ocupação. O trabalho insere-se no âmbito da participação política de mulheres 
na gestão pública. Foi utilizado uma vasta literatura sobre a temática, além de 
clássicos da teoria política contemplando o tema em foco. A fonte de dados 
consistiu em plataformas eletrônicas de informações produzidas ao longo dos 
quatro anos de governo, produzidos pela referida gestão, incluindo a base de 
dados do Diário Oficial do Estado do Pará, TSE e TRE. Os resultados 
procuraram identificar quem são as mulheres que ocuparam os cargos do 
secretariado estadual. 
Palavras-chave: Elite política. Gestão pública. Participação Política. Relações 
de Gênero. 
CARTAS AO INTERVENTOR: UMA FORMA DE COMPREENDER AS 
MULHERES EM BELÉM (1930-1932) 
MARCELO DE SOUZA FERREIRA 
Resumo 
A revolução de 30 no Pará surge como uma proposta política inovadora, 
rompendo com o tradicionalismo das oligarquias que governavam o estado. 
Dentre as propostas encontram-se medidas assistencialistas voltadas ao povo, 
proporcionando uma aproximação entre o governo e a população. Tendo em 
vista que as mulheres também tornam-se participantes ativas desse processo, 
propomos este trabalho com o objetivo de analisar a participação política 
feminina nos três anos iniciais da intendência do Major Magalhães Barata. Para 
isso foram realizadas uma pesquisa bibliográfica, onde consultamos autores 
como: BURKER (1997), COIMBRA (1981), DEL PRIORE (2001,2006),
22 
GONÇALVES (2006), OLIVEIRA (2012), PERROT (2012), NOGUEIRA FILHO 
(2012), FERREIRA (1990); e uma documental onde foram analisadas cartas 
enviadas a interventoria do estado do Pará no período de 1930 a 1932, 
disponíveis no Arquivo Público do Estado do Pará (APEP), por meio das quais 
pudemos comprovar essa participação feminina e a existência de um pacto 
Governo-Mulheres nos anos em questão. 
PALAVRAS-CHAVE: Revolução de 30. Magalhães Barata. Populismo. 
Mulheres. Cartas. 
MULHERES NO PODER: ENTRE OS ESPAÇOS PRIVADOS DE 
CONVIVÊNCIA E A ARENA PÚBLICA E POLÍTICA 
NILSON ALMEIDA DE SOUSA FILHO 
Resumo 
Neste artigo, são evidenciados aspectos sobre empoderamento, participação, 
competição e representação feminina nas eleições municipais de 2008, no 
Estado do Pará. Nesta intenção, foram extraídas informações coletadas 
durante a pesquisa “Mulheres na Política: histórias de percursos e de práticas 
(2010-2012)”. Para as análises e conclusões, considerou-se a teoria 
democrática contemporânea relativamente às questões de espaço social e de 
gênero, na arena política. 
Palavras-chave: mulheres, política, empoderamento, práticas, gênero. 
COMPETIÇÃO ELEITORAL E O PROCESSO DE REPRESENTAÇÃO 
FEMININA NO BRASIL: CANDIDATURA E VOTOS NAS ELEIÇÕES 
PROPORCIONAIS DE 2010 
MARIA LUZIA MIRANDA ÁLVARES 
FRANCIELCIO FERREIRA BELUCIO 
Resumo 
Considerando o processo de lutas e conquistas aplicadas na ruptura à 
sub-representação das mulheres, constatado em nível mundial, a proposta 
deste estudo é avaliar a distribuição do número de candidaturas femininas nas 
27 unidades da Federação e do DF, nas eleições proporcionais de 2010, 
incorporando outras variáveis: o número de votos recebidos pelas candidatas; 
número de eleitas; comparativo do número de votos pelas unidades 
federativas, com base na distribuição geográfica no país. Espera-se construir 
um mapa temático a partir de um estudo estatístico enfatizando as correlações 
entre as caracteristicas adscritas (sexo e idade) e adquiridas (escolaridade e 
ocupação) vis-à-vis o número de votos recebidos, para avaliar o ordenamento 
das características pessoais contributivas para a elegibilidade das mulheres. O 
artigo seguirá a metodologia da análise institucional objetivando testar, com 
modelos estatísticos adequados, a hipótese da elegibilidade das mulheres
23 
como função das características pessoais da candidata. Outra hipótese 
avaliará a eficácia das mudanças advindas com a Lei 12.034/2009, pela 
substituição do termo “reservar” para “preencher”, ênfase no caráter obrigatório 
da distribuição de vagas de candidaturas partidárias. 
Palavras-chave: Democracia; eleições; sub-representação feminina; 
candidaturas; cidadania.
GT 3 
MULHER, RELAÇÕES DE 
TRABALHO, MEIO AMBIENTE E 
DESENVOLVIMENTO 
COORDENADORAS: 
CRISTINA MANESCHY (PPGSA) 
DENISE CARDOSO (PPGSA)
25 
GT3 - MULHER, RELAÇÕES DE TRABALHO, MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO Coordenadoras: Profa. Maria Cristina Maneschy Profa. Denise Cardoso DIA 24.09 (QUARTA): 14H- 16H15 Sessão 01 – Trabalho, práticas tradicionais rurais e ribeirinhas TRABALHO FEMININO E RELAÇÕES DE GÊNERO NA FEIRA DO AÇAÍ BELÉM-PA MAYARA GONÇALVEZ LIMA; CARMEM IZABEL RODRIGUES Resumo Esta pesquisa apresenta reflexões sobre relações de gênero na Feira do Açaí, pertencente ao complexo do Ver-O-Peso uma das mais importantes feiras da América Latina. O espaço de trabalho está marcado por números superiores de homens em relação às mulheres, buscou-se analisar o trabalho feminino no contexto das relações de gênero, divisão sexual do trabalho e informalidade. Considerando a predominância masculina nas atividades desenvolvidas, investigou-se dados sobre a participação feminina no ambiente da feira a partir de observações participantes e relatos de histórias de vida que constataram a presença de mulheres especialmente ligadas a funções relacionadas a vendas de alimentos. O estudo mostra que as funções realizadas pelas trabalhadoras da feira estão ligadas aos serviços de cunho domésticos; as perspectivas de gênero questionam a naturalização construída socialmente de que o trabalho da mulher é inerente ao ambiente doméstico. Segunda a prefeitura de Belém apenas no mês de abril a feira faturou 16 milhões de reais rendimento concentrado entre os homens. Confirmando que as mulheres estão vinculadas quase exclusivamente nos serviços reprodutivos e pela tradição do local menos valorizado. Os estudos de gênero se preocupam em mostrar que os papeis masculinos e femininos não são fruto do „destino biológico‟, os processos são oriundos das relações sociais, históricas e culturais. Relações de gênero. Divisão sexual do trabalho. Informalidade. RELAÇÕES DE GÊNERO E TRABALHO: PERCEPÇÃO DAS MALVICULTORAS DA ILHA DO VALHA-ME DEUS – JURUTI/PA
26 
MAYARA VIANA DE LIMA; SANDRA HELENA DA SILVA; NADMA OLIVEIRA DE AZEVÊDO Resumo Este trabalho teve por objetivo revelar as percepções das mulheres trabalhadoras no processo produtivo da fibra vegetal de malva sobre as relações de gênero e trabalho dessa produção realizada na localidade Ilha do Valha-me Deus – Juruti/PA. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre o processo histórico da produção das fibras no contexto brasileiro, particularmente na região amazônica, e sobre os temas de: gênero, ser mulher, divisão sexual do trabalho. Como abordagem metodológica foi utilizado o método qualitativo, a partir do qual foram realizadas entrevistas com roteiro de perguntas com cinco (05) cultivadoras de malva da localidade estudada no período de agosto de 2012 a junho 2013. Os dados foram analisados com base no referencial teórico da pesquisa, sendo os principais autores utilizados acerca do processo de produção das fibras: Homma (2010), Noda (2010), Pinto (2010) e Witkoski (2010); quanto às temáticas gênero e trabalho das mulheres rurais os principais autores referência foram: Torres (2005), Silvan (2011), Rossini e Calió (2011), Hernández (2009), Silva e Schneider (2003). Como resultados da pesquisa, identificamos as condições socioeconômicas e culturais das mulheres pesquisadas, apontamos as suas relações de trabalho no contexto do processo produtivo da malva e observamos a ocorrência de uma divisão sexual do trabalho no âmbito familiar que se estende à produção das fibras na medida em que se tem a dualidade entre atividades consideradas “leves” atribuídas às mulheres e “pesadas” destinadas aos homens. Constatamos ainda o papel relevante das mulheres no processo produtivo da fibra de malva que ocorre no âmbito da agricultura familiar. O trabalho delas contribui fundamentalmente em toda produção da fibra, o que justifica a necessidade de dar apoio e visibilidade ao trabalho da mulher na agricultura familiar, e por extensão, em todos os setores sociais e econômicos. Palavras-Chaves: Relações de trabalho. Gênero. Ma A INVISIBILIDADE DO TRABALHO DA MULHER RIBEIRINHA NA AMAZÔNIA: UM ESTUDO COM AS MULHERES DA COMUNIDADE FREGUESIA DO RIO ANDIRÁ/BARREIRINHA-AM SANDRA DAMASCENO DA ROCHA; CARMEN DE SOUZA; VANESSA RODRIGUES DE SOUSA Resumo
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O presente artigo objetiva apresentar a realidade do trabalho da mulher ribeirinha da Comunidade Freguesia do Rio Andirá/Barreirinha-AM. O estudo é produto de ações de extensão da Universidade Federal do Amazonas - Campus Parintins - Projeto Mulher N‟ativa - com a parceria do MEC/SESU realizado no ano de 2012/2013. O Projeto visou fortalecer a organização sociopolítica das mulheres ribeirinhas desta Comunidade, contribuindo com instrumentais teóricos e práticos que estimulem a autonomia econômica e autogestão sustentável de suas atividades econômicas, de modo a estimular o empoderamento socioeconômico das comunitárias envolvidas. Como recursos metodológicos utilizamos a observação participante para uma aproximação com a realidade vivenciadas por essas mulheres, e também a realização de “oficinas” para intervir na realidade das mesmas, as temáticas da oficinas foram relacionadas a gênero, desigualdade e organização comunitária das mulheres; e oficinas de capacitação técnica de Corte e Costura e artesanato (fuxico). Diante das atividades realizadas com as mulheres, percebe-se que a situação vivenciada por elas reflete a realidade de grandes parcelas das mulheres ribeirinhas amazônicas caracterizadas pelo alto grau de dependência em relação aos seus parceiros e da falta de alternativas de atividades produtivas, gerando formas graves de desigualdades nas relações de gênero nas famílias. Por meio do trabalho de intervenção realizado, vislumbramos um despertar das mesmas, no sentido da organização e participação coletiva para o desenvolvimento de atividades produtivas e para o seu auto reconhecimento como sujeito de direitos, despertando formas inovadoras de participação política em suas comunidades. Palavras- Chave: Gênero. Amazônia. Mulher Ribeirinha. AS MULHERES E O TRABALHO NA PESCA: O CASO DAS PESCADORAS DE SÃO FRANCISCO DO BOIA, RDS MAMIRAUÁ, AM GÉSSICA DA SILVA MIRANDA; EDNA F. ALENCAR; ISABEL SOUSA Resumo O presente trabalho analisa a participação das mulheres da comunidade de São Francisco do Boia, localizada na RDS Mamirauá, estado do Amazonas, em atividades de pesca, destacando alguns aspectos do trabalho e modo de vida. O estudo é parte de uma pesquisa maior cujo objetivo é caracterizar o trabalho e elaborar o perfil sociodemográfico das mulheres que participam de projetos de manejo de recursos pesqueiros na RDS Mamirauá. O estudo usou metodologias qualitativas e quantitativas, e técnicas da pesquisa etnográfica como a observação participante, com realização de entrevistas e contato prolongado com o grupo alvo, além de registros fotográficos. Foi
28 
realizado um diagnóstico sociodemográfico com informações sobre associativismo, número de filhos, escolaridade, renda, acesso a políticas públicas, recebimento de bolsas de programas sociais, dentre outros. Foram entrevistadas 15 mulheres e 1 homem visando para conhecer as atividades de pesca nas quais elas estão envolvidas (se consumo familiar ou venda), os tipos de pescarias, os locais, suas rotinas diárias, as dificuldades que encontram no trabalho da pesca e as perspectivas de superá-las. A participação na pesca manejada do pirarucu ocorre em parceria com os homens e além de contribuir para a conservação de recursos pesqueiros, também garante uma renda para o sustento da família. O protagonismo das mulheres na vida política da comunidade contribui para dar visibilidade ao seu trabalho, e visa buscar melhorias nas condições de vida da família. .Palavras-chave: Gênero. Trabalho. Pesca. Ambiente. Recursos Naturais
29 
DIA 24.09 (QUARTA): 16H30- 18H Sessão 02 – Participação e Protagonismo AÇÃO DE MULHERES: “MULHERES EM AÇÃO” O PROTAGONISMO DAS PESCADORAS DA COLÔNIA DE PESCADORES Z-32 DE MARAÃ, ESTADO DO AMAZONAS EDNA F. ALENCAR; ISABEL SOARES DE SOUSA; SANDRA PEREIRA PALHETA Resumo Este trabalho analisa as estratégias utilizadas pelas mulheres pescadoras filiadas à Colônia Z32 de Maraã, AM, para ocupar um espaço politico, estimular a organização dos pescadores/as e sua inclusão na cadeia produtiva da pesca. Os dados analisados são de entrevista realizada com três lideranças femininas da Colônia, e fazem parte de uma pesquisa cujo objetivo é caracterizar o trabalho e elaborar o perfil sociodemográfico das mulheres que participam de projetos de manejo de recursos pesqueiros nas RDS Mamirauá e Amanã, AM. A análise dos dados, apoiada na teoria sobre gênero e participação politica, permite refletir sobre as relações de gênero no contexto da Z-32, e como as mulheres se articulam politicamente para defender seus direitos e da categoria como um todo; transpondo as barreiras de gênero, historicamente impostas. Nos últimos dez anos as mulheres tem exercido um papel atuante no contexto da Z-32, ocupando cargos na organização política da entidade, participando de atividades de pesca e no projeto de manejo de recursos pesqueiros. As lideranças fizeram um breve histórico de suas lutas pelo reconhecimento perante a comunidade, e na negociação com agencias do Estado visando melhorias coletivas da categoria. Seu protagonismo resultou na criação do Grupo de Mulheres em Ação, que é uma força política e mobilizadora importante dentro da Colônia; buscando atender os anseios do coletivo, como a candidatura de uma mulher à presidência da entidade. A análise ainda é de caráter exploratório, uma vez que a pesquisa ainda está iniciando. Palavras Chaves: Gênero. Participação. Política. Manejo de Pesca.
30 
MULHERES MERCANTES: GÊNERO E GERAÇÃO 
GEISA COSTA COÊLHO ; 
DENISE MACHADO CARDOSO 
Resumo 
O estudo teve como objetivo examinar as relações de gênero a partir da 
participação das mulheres em ambiente eminentemente masculino. A pesquisa 
foi focada a partir de relatos das embarcadas; mulheres mercantes que 
desenvolveram sua formação em escolas militares e o inicio de sua vida 
profissional em navios. Por esta situação elas circulam entre suas casas “em 
terra” e os navios, em períodos de embarques e desembarques. A pesquisa 
deu-se a através analise qualitativa, considerando os relatos das próprias 
mulheres mercantes sobre o cotidiano dentro e fora do navio. O referencial 
teórico desenvolve-se em estudos da Antropologia da Educação e aos Estudos 
de Gênero e Trabalho; abordando Juarez Dayrell, Mary Douglas, Simone de 
Beauvoir, Joan Scott, Marx. Foram utilizadas entrevistas semiestruturadas, 
conversas pessoais e através de internet; sendo possível conhecer suas 
percepções, motivações e expectativas, desde o momento da formação nas 
escolas até o embarque, abordando as mudanças entre as gerações desde a 
primeira turma de mulheres na escola. Podemos concluir que suas escolhas e 
opiniões envolvem a análise da relação entre a vida familiar e os altos salários 
da área; a valorização do profissionalismo e o trabalho remunerado, 
acreditando que podem organizar a vida familiar com o marido mesmo estando 
“embarcada”, mas que isso é improvável no caso da maternidade, onde 
acreditam no ideal de trabalhar na vida naval mas “em terra”, “desembarcadas”. 
A legislação para a maternidade na marinha mercante ainda há de ser 
construída; as mulheres entraram nesse ramo acreditando em sua capacidade, 
porém não acreditam totalmente na equidade de gênero nesse ambiente; 
buscam uma “adequação” dos papéis entre homens e mulheres para um 
satisfatório desenvolvimento da relação maternidade e trabalho. 
Palavras chave: gênero, trabalho, navio, marinha mercante. 
AS “BALDEIRAS” DO AREIÃO: MULHERES QUE TRABALHAM, VIVEM E 
CONTAM SUAS HISTÓRIAS NAS FESTAS DE APARELHAGENS. 
HELIANA RODRIGUES DE BITENCOURT 
Resumo 
O presente trabalho é um recorte de minha pesquisa intitulada “O Areião: Lugar 
de Sociabilidade e Pertencimento na Ilha de Outeiro”, no qual analiso o 
trabalho desenvolvido pelas “baldeiras”, mulheres que vendem cervejas em 
baldes dentro da casa de show: o Areião, na Ilha de Caratateua, popularmente 
chamada de Ilha do Outeiro, localizada aproximadamente a 27 Km de Belém. A
31 
pesquisa se pauta em entrevistas com tais mulheres e observações efetuadas 
dentro da referida casa de show durante seu funcionamento aos domingos e 
segundas-feiras. As festas de Aparelhagem ocorrem há mais de 48 anos na 
Ilha e representam uma expressão de cultura local que se atrela ao próprio 
desenvolvimento econômico-cultural da Ilha. É neste contexto que as 
“baldeiras” exercem suas funções de trabalho, sociabilidade e lazer. Carregam 
seus baldes pesados no interior das festas e mesmo assim, continuam sendo: 
mulheres, mães, avós que constroem e resignificam suas histórias no interior 
das festas de Aparelhagens. 
Palavras-chave: Baldeiras. Areião. Ilha de Outeiro 
A TRANSVERSALIDADE DE GÊNERO NAS POLÍTICAS PÚBLICAS 
TAINÃ DE SÁ PORTO 
Resumo 
O presente trabalho aborda a incorporação da transversalidade de gênero nas 
políticas públicas brasileiras, evidenciando as indicações de reconhecimento das 
diferenças de gênero, bem como as contribuições para a redução das 
desigualdades entre homens e mulheres. Este trabalho apresenta como objetivo 
refletir sobre a inclusão da dimensão de gênero na formulação e implementação 
das políticas públicas no país. Como procedimento metodológico, utilizou-se 
informações disponíveis em sites oficiais do governo e para a interpretação dos 
dados divulgados foi realizada pesquisa bibliográfica concernente ao tema. Os 
resultados deste trabalho confirmam que a intervenção estatal nas questões 
relacionadas ao gênero e a mulher concentra-se na implementação de políticas 
públicas para mulheres, desconsiderando o aspecto relacional entre os sexos e 
seus antagonismos. Constatou-se que a incorporação da perspectiva igualitária de 
gênero via políticas públicas ainda é insuficiente. 
PALAVRAS-CHAVE: Gênero. Políticas públicas. Política de gênero. Políticas para 
as mulheres.
32 
DIA 25.09 (QUINTA FEIRA): 14H-16H 
Sessão 01 – Trabalho e Saúde 
A SAÚDE DA MULHER TRABALHADORA ACOLHIDA NO CENTRO DE 
REFERÊNCIA ESTADUAL – CEREST/PARÁ: ELEMENTOS PARA 
REFLEXÕES 
NELCELI SILVA MELO; 
VERA LÚCIA BATISTA GOMES; 
CARLA CAROLINE BARISÃO DE SOUZA 
Resumo 
Este artigo resulta de estudos sobre as mudanças que vem ocorrendo no 
mundo do trabalho nas últimas décadas, com repercussões na saúde dos/as 
trabalhadores/as. Mesmo que certas doenças do trabalho tenham sido 
investigadas antes do capitalismo industrial, com a consolidação deste modo 
de produção, as formas de adoecer/morrer pelo trabalho se intensificaram, 
chamando a atenção de empresários, devido a queda da produtividade e do 
movimento social que se organizou para lutar por mudanças no trabalho. No 
Brasil, com a promulgação da Constituição, em 1988, instituíram mudanças 
nesse quadro, ao se conceber a saúde como decorrente de vários fatores, 
inclusive o trabalho. Apesar das mulheres terem várias conquistas voltadas 
para a proteção do trabalho (creche, licença maternidade, etc.), expressas em 
leis, constata-se que na política de saúde ainda não se tem a atenção 
necessária, ao considerar a sua expressão na divisão social e técnica do 
trabalho. Este artigo objetiva contribuir para o debate e reflexões sobre a 
realidade da mulher vitimada por acidentes de trabalho/doenças ocupacionais 
atendida no serviço de acolhimento do CEREST-Pará, pois a discussão sobre 
a saúde do trabalhador no Pará, ainda ocorre de forma generalista e os 
serviços de saúde oferecidos não têm enfatizado a questão de gênero. Baseia-se 
em dados secundários cujas fontes são as 340 fichas de acolhimentos, do 
período de 2008 a 2013, e em relatórios do monitoramento deste serviço. As 
mulheres representam 32,65% (111) dos acolhimentos, sendo que a maioria 
trabalha no setor público, possui entre 31 a 50 anos de idade; nível médio e 
superior completo. Foram contratadas para desenvolver atividades 
tradicionalmente femininas, a exemplo de professora e técnica de enfermagem 
e, apresentam agravos na saúde decorrentes de acidente de trabalho e 
assédio moral.
33 
PALAVRAS-CHAVES: Trabalho. Saúde do Trabalhador. Mulher Trabalhadora. 
Adoecimento pelo Trabalho. 
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL EM COMUNIDADE NA 
AMAZÔNIA: PAPEL DOS GÊNEROS NA ALIMENTAÇÃO 
SILVANA RODRIGUES GOUVEIA DO CARMO 
Resumo 
A promoção da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) é 
imprescindível ao direito à vida, por isto, coloca-se à mesa o debate dos papéis 
dos gêneros envolvidos. Objetivo: estudar as estratégias de SAN, 
desenvolvidas pela Comunidade Nova Vida em Barcarena/PA, após 
vivenciarem dois processos de deslocamentos compulsórios. Metodologia: a 
pesquisa é do tipo qualitativa, amostra intencional de pessoas que passaram 
pelos dois deslocamentos. Os instrumentos de pesquisa foram entrevista 
semiestruturada e observação direta. Conclusões: Os deslocamentos foram 
determinantes para o processo de transição nutricional, na ressignificação das 
práticas alimentares bem como, influenciou nos modos de vida da comunidade, 
antes ribeirinha, para um cotidiano mais urbanizado, onde a divisão de tarefas 
adquire novos arranjos. As práticas de agricultura, coleta de frutos, cultivo de 
plantas em quintal eram exercidas com frequência pelas mulheres, haja vista 
que, era de praxe o homem passar meses longe de casa, “fora” em atividades 
pesqueiras. Atualmente, a mulher desenvolve atividades domésticas, cuida das 
plantações, costura e profissionalizam-se em pedagogia e técnico de 
enfermagem. Enquanto que os homens passaram a se ocupar de atividades 
como a produção agrícola, vínculo empregatício em empresas de mineração ou 
em prestadoras de serviços. Infere-se que, o caso pode representar uma forma 
de resistência política e social que privilegiou a solidariedade e a união familiar 
para garantir a SAN, mas que não está alheia às transformações culturais, 
sociais e econômicas, uma vez que, percebe-se processo de transição 
nutricional que perpassam o cotidiano de comunidades locais, provocados 
pelos impactos de reestruturação produtiva em curso na Amazônia. 
Palavras-chave: Segurança alimentar. Gêneros. Comunidade. Deslocamentos.
34 
REMÉDIOS DA TERRA E DO MATO”: MULHERES QUE CURAM NA 
AMAZÔNIA TOCANTINA 
TATIANE DO SOCORRO CORREA TEIXEIRA 
Resumo 
O presente estudo tem como objetivo analisar o fenômeno das práticas de 
curas com plantas medicinais com mulheres na região do baixo Tocantins em 
especial em Igarapé-Miri e Cametá, focalizando como nas cidades as práticas 
de curas tem se constituído como um prolongamento das práticas realizadas 
nos rios e matas da Amazônia tocantina, estando entre elas conectadas, 
trazendo para a cidade esses saberes e práticas herdadas de seus 
antepassados. Assim, através da pesquisa observou-se como se estabelecem 
os saberes dessas mulheres sobre as plantas, além disso verificou-se como é 
realizado a coleta, a manipulação, o uso adequado e o valor medicinal dessas 
plantas. Para tanto, utilizou-se como apoio teórico e metodológico os estudos 
de autores que tratam desta questão, dentre os quais destaco: PINTO (2010), 
MAUÉS (2009), WAWZYNIAK (2008) LANPLATINE (1998). Além, de fontes 
escritas, imagéticas e orais, mediante a observação participante e entrevistas e 
conversas informais com “as mulheres que curam” podemos afirmar que a 
maioria das pessoas utilizam plantas e ervas na preparação de remédios, 
benzeções, massagens e no cuidado de mulheres nos momentos que 
antecedem o parto e no pós-parto. Tal metodologia auxiliou no conhecimento, 
tanto do uso das plantas medicinais, quanto as diferentes práticas 
desenvolvidas por mulheres que são procuradas constantemente por aqueles 
que necessitam de sua ajuda e que por isso tornam-se respeitadas e 
valorizadas, sendo vislumbradas como “mulheres que curam” por meios dos 
seus remédios da terra e do mato. 
Palavras Chave: Prática de Cura. Mulheres. Amazônia Tocantina.
35 
MULHERES E O PERFIL DOS CATADORES DE RESÍDUOS SÓLIDOS 
RECICLÁVEIS DE UMA COOPERATIVA, EM BELÉM, PARÁ 
GEISE SANTA ROSA DE OLIVEIRA; 
MARIA CRISTINA MORAES; 
CLÁUDIO LUIS AMARO DE OLIVEIRA 
Resumo 
O consumo excessivo de bens descartáveis tem gerado uma grande 
quantidade de resíduos sólidos. Nesse contexto, a coleta desses materiais 
surge como uma estratégia de sobrevivência para muitos indivíduos excluídos 
do mercado formal de trabalho. Como fonte primária foram aplicados 30 
questionários, com os trabalhadores da Cooperativa de Catadores de Materiais 
Recicláveis da Terra Firme - CONCAVES, localizada no bairro Montese, 
município de Belém, Estado do Pará que objetivaram a coleta de variáveis 
referentes ao perfil socioeconômico dos indivíduos amostrados. Os dados 
secundários tiveram como principal fonte a literatura referente ao objeto 
abordado, bem como as leis referentes à política relacionada a esse assunto.A 
criação de Políticas públicas voltadas à questão dos resíduos sólidos e à 
valorização dos catadores desses materiais tem sido um passo decisivo 
no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e 
econômicos ocasionados pelo manejo inadequado desses resíduos, bem 
como ao incluir os catadores de materiais recicláveis, eles sentem-se mais 
valorizados por ter a oportunidade de obter a melhoria das condições de 
trabalho, ampliação das oportunidades, da inclusão social e econômica e 
expansão da coleta seletiva de resíduos sólidos. 
Palavras-chave: Resíduos sólidos. Perfil dos catadores. Gênero.
GT 4 
GÊNERO, 
ARTE/COMUNICAÇÃO, 
LITERATURA 
COORDENADORAS: 
EUNICE SANTOS (ICED) 
IZABEL MARIA DA SILVA (ILC)
37 
GT 4 - GÊNERO, ARTE/COMUNICAÇÃO, LITERATURA A REPRESENTAÇÃO FEMININA NOS ANÚNCIOS DOS JORNAIS “A PALAVRA” E “FOLHA DO NORTE” (1939- - 1945) FLAVIANA MORAES PANTOJA Resumo O objetivo deste trabalho é analisar alguns anúncios e propagandas voltados para o público feminino que circulavam em dois dos principais jornais de Belém do Pará em pleno período da Segunda Guerra Mundial: o diário A Folha do Norte e o católico A Palavra. Além disso, a partir das características distintas dos jornais escolhidos para esta pesquisa, buscamos refletir sobre as representações de práticas cotidianas das mulheres a partir de anúncios, bem como artigos e noticias em que a figura feminina é protagonista, visando pensar acerca de um perfil aproximado do ―ser mulher durante a década de 40 do século XX, publicados em dois jornais paraenses Folha do Norte e A Palavra no período da Segunda Guerra Mundial. Para que esta pesquisa pudesse ter sido realizada, a leitura minuciosa artigos, anúncios e propagandas que estamparam as páginas dos jornais A Folha do Norte e A Palavra, teve que ser feita levando em conta as características e históricos dos próprios periódicos que serviram com fonte principal para esta produção. Deste modo, a leitura de catálogos e trabalhos sobre o uso de jornais como fontes foram essenciais para a conclusão do mesmo. Além disso, importantes obras sobre o estudo das relações de gênero, como as de Mary Del Priori para a historiografia e de Dulcília Helena Buitoni para a comunicação, deram grande suporte teórico e metodológico para que este estudo pudesse ser concluído. Cabe ressaltar que, embora este não seja um trabalho que se proponha à uma leitura técnica sobre propagandas e anúncios, tomou-se como importante a análise da representação da figura feminina nas propagandas apresentadas nele. Com podemos obter como conclusão que os anúncios e propagandas direcionados ao público feminino presentes nos jornais A Palavra e A Folha do Norte muito nos mostram mudança no pensamento a respeito da vida pública e íntima das mulheres. Além disso, notamos que a própria imprensa também se mostrava preocupada com o comportamento da mulher. Seja a mulher do lar e da família, exaltada pela A Palavra, ou mesmo a “Nova Mulher” enaltecida e encorajada pelas páginas do Folha do Norte. >>RODA DE CONVERSA SOBRE O TEMA DA LINHA DE PESQUISA<<
GT 5 
GÊNERO, SAÚDE E 
VIOLÊNCIA 
COORDENADORAS: 
EUNICE GUEDES (FAPSI) 
MARIA LÚCIA LIMA (ICED)
39 
GT 5 - Gênero, saúde e violência 
Coordenadoras 
Profª. Maria Eunice Figueiredo Guedes 
Profª. Maria Lucia Lima 
Dia 24/09/2014 
14:00 às 16:15 horas: 
Sessão 01 - Gênero e práticas em saúde 
DIREITOS HUMANOS NEGADOS: RELAÇÕES ENTRE A SAÚDE DA 
MULHER NEGRA E O RACISMO INSTITUCIONAL 
CAMILA SILVA SOUZA; 
TAINARA LÚCIA PINHEIRO; 
ZÉLIA AMADOR DE DEUS 
Resumo 
Na saúde, o racismo vincula-se as maiores taxas de adoecimento e mortes por 
causas evitáveis, a maior carga dessas doenças se deve a dificuldade em 
acessar as ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde. Nesse 
contexto, o conceito de racismo institucional aponta para as formas como o 
racismo participa das ações coletivas e como as instituições públicas e 
privadas se organizam para responder aos interesses do grupo social 
dominante em detrimento de outros segmentos sociais. No caso das mulheres 
negras, além do racismo, cada uma vivencia vantagens e/ou desvantagens 
sobre as diferentes identidades que trazem em si. O estudo pretende abordar 
estas relações. A metodologia utilizada para a construção deste artigo 
compreende dois momentos, leitura e análise bibliográfica. 
Palavras-chaves: Saúde. Racismo. Mulher Negra. Gênero. 
ATENDIMENTO HUMANIZADO ÀS MULHERES EM SITUAÇÃO DE 
VIOLÊNCIA: A PERCEPÇÃO DAS MULHERES ATENDIDAS NA DELEGACIA 
ESPECIALIZADA DE PARINTINS/AM 
GISELE TAVARES; 
MICHELE RODRIGUES; 
NAYARA VIEIRA; 
VANESSA RODRIGUES 
Resumo
40 
O presente artigo buscou analisar o atendimento prestado pela Delegacia Especializada de Parintins às mulheres em situação de violência a partir da percepção dessas mulheres sobre os serviços. Para a obtenção dos dados, foi realizada a pesquisa de campo em janeiro de 2014, objetivando aplicar um roteiro de entrevistas semiestruturadas com dois profissionais da delegacia – a assistente social e o escrivão, e com 05 mulheres atendidas pela instituição. A pesquisa evidenciou, na fala das mulheres, a fragilidade na estrutura da delegacia e no atendimento as mulheres, haja vista que a delegacia é o único serviço especializado existente no município, no entanto, não possui uma equipe multidisciplinar, como o psicólogo, mas somente uma assistente social. Ao observar o atendimento recebido pelas mulheres na delegacia de Parintins, notou-se que na maioria das vezes as mulheres ao registrar a ocorrência contra o agressor sofrem descaso por parte dos atendentes na DEAMs, tornando-se um empecilho para as mulheres na continuidade do processo. Um dos elementos que contribuem para essas práticas é resultante da falta de uma estrutura física para a Delegacia Especializada, haja vista que a instituição divide o mesmo espaço da Delegacia Civil do município, e muitos dos atendentes não possuem um conhecimento profundo sobre as questões de gênero em se tratando da violência contra a mulher. Partindo do princípio de que a delegacia é a porta de entrada no qual as mulheres realizam a denúncia, fica evidente a importância de um atendimento humanizado à mulher, pois é a partir do atendimento humanizado que será garantido os direitos das mulheres. Palavras-chave: Violência. Mulher em situação de violência. Delegacia Especializada. Atendimento humanizado. OS DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS COMO MODO DE DESCONSTRUÇÃO DA CULTURA DO ESTUPRO EVELYN LIMA DE ANDRADE Resumo A culpabilização da vítima, a mídia que objetifica o corpo da mulher, comportamentos machistas passados de geração em geração são apenas alguns tipos do modus operandi da cultura do estupro. A partir de um estudo da cultura do estupro será possível desconstruí-la, através da efetivação dos direitos sexuais e reprodutivos no seio da sociedade. Mas como começar? O objetivo deste trabalho é organizar princípios das áreas de Direito e Saúde sobre sexualidade e reprodução para que sejam voltados à desconstrução da cultura do estupro. Desta forma, utilizando-se de bibliografia específica, será possível concluir que a cultura do estupro está intimamente ligada ao padrão
41 
machista e patriarcal de nossa sociedade, e, então, começar a se delinear maneiras para a quebra de tal paradigma. Os direitos sexuais e reprodutivos deverão explicar e oferecer soluções para que casos de violência física, sexual, moral e verbal possam ser desmantelados, refazendo uma sociedade mais igualitária e justa para mulheres e homens. A Convenção Interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher (Convenção de Belém do Pará, de 1994) foi um importante passo no aprofundamento destes direitos e o início de possíveis soluções para essa cultura opressora e ameaçadora às mulheres. A autonomia de decidir sobre a prole, momento, oportunidade e desejo de se ter ou não filhos (direitos reprodutivos) e de sua liberdade sexual, com integridade, não discriminação, privacidade, prazer e respeito (direitos sexuais) são elementos ensejadores de uma política desconstrutora da cultura do estupro. Palavras-chave: cultura do estupro, direitos sexuais, direitos reprodutivos, violência contra a mulher, saúde sexual e reprodutiva. PRÁTICAS DE CURA EM BELÉM: GÊNERO E SAÚDE CIRCUNSCRITOS NO UNIVERSO DA CURA NOS PRIMEIROS ANOS DE SÉCULO XX. ELAINNE CRISTINA MESQUITA Resumo O presente texto consiste em análises pontuais sobre as práticas de cura médicas aplicadas a mulheres em Belém-PA nos primeiros anos do século XX. Para ampliação do debate foram utilizados como fontes primárias artigos publicados na revista científica Pará-Médico, em inícios do século XX. Observou-se que as transformações dos saberes médicos sobre os corpos e as doenças que atingiam as mulheres trouxeram novos significados para as práticas de cura, métodos foram implementados, medicamentos administrados e exames modernos foram experimentados para adentrar com mais profundidade na seara das doenças femininas, tencionando os campos éticos, morais, dos saberes populares e cientificistas. Curar mulheres e seus males também consistiu em lidar com práticas curativas específicas, por vezes insipientes e experimentais que minadas de relações de poder circunscreveram determinadas práticas e medicamentos nos campos das tensões relacionais do gênero.
42 
Palavras-Chaves: Práticas de cura. Saúde. Medicina. Gênero. DIA 24/09/2014 16h30- 18:00 Sessão 02 - Diversas formas de violência de gênero DESIGUALDADE DE GENERO E VIOLENCIA: A SITUAÇÃO DA MULHER AS MARGENS DOS RIOS E FLORESTAS DO MUNICÍPIO DE BREVES/MARAJÓ. SOLANGE PEREIRA DA SILVA RESUMO O presente artigo intitulado como “Desigualdade de Gênero, Trabalho e Violência: A situação da mulher as margens dos rios e florestas do município de Breves/Marajó”, tem como finalidade apresentar os resultados do Projeto de Extensão, “Mulheres vivas das matas do Marajó: rompendo com as desigualdades, gerando autonomia e igualdade no campo, na floresta e nos rios”. Aprovado pela Proex no ano de 2012 pela Universidade Federal do Pará – e aplicado pelo Campus de Breves/Marajó, na Comunidade Santa Izabel do Rio Jupatituba no período de 12 meses, teve como objetivo, realizar atividades socioeducativas com grupo de mulheres da sobre a violação de seus direitos; identificar as formas violação dos direitos contra as mulheres; discutir com o grupo de que forma a relação de gênero está atrelada a violência contra mulher; promover discussões com relação às políticas que estão em defesa dos direitos das mulheres; O grupo de mulheres era composto vinte mulheres com faixa etária de 18 a 60 anos, vítimas da violação dos seus direitos em suas próprias famílias, principalmente a violência física, sexual e psicológica. O projeto contou com duas bolsistas, acadêmicas do curso Pedagogia e Serviço Social e foi realizado com a colaboração de acadêmicos da UFPA – Campus de Breves/Marajó, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e Secretaria de Assistência Social. Palavras Chaves: Gênero – Patriarcado – Violência contra mulheres – Violação dos direitos das mulheres – Extensão Universitária.
43 
A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER IDOSA LARISSA LESSA BARATA GUARANY; ALMYR CARLOS DE MORAIS FAVACHO Resumo Dados da Promotoria de Justiça de Defesa da Pessoa com Deficiência e do Idoso do Ministério Público do Estado do Pará (PJDI-MP/PA) revelam que a cada três idosos atendidos pela promotoria no ano de 2013, dois eram do sexo feminino, sendo assim, diante deste fato alarmante, o objetivo deste artigo é identificar quais as causas deste fenômeno, da feminização da violência, bem como os agressores, os locais de violações e suas formas de manifestação. Para tanto utilizamos como metodologia o levantamento de dados estatísticos junto aos livros de registros da PJDI-MP/PA e da pesquisa bibliográfica para melhor interpreta-los, além de entrevistas com a assistente social da referida promotoria. Concluímos que o principal agressor é o filho, com idade entre 41 e 50 anos e que as dificuldades econômico/financeiras, stress por parte dos cuidadores, além da falta de assistência do estado a família e ao idoso são alguns dos principais fatores que propiciam a violência. As violências acontecem principalmente dentro dos lares, no seio familiar, por pessoas com as quais o idoso mantinha uma relação de confiança. Suas formas de manifestação podem ser: psicológica, física, sexual, financeira, abandono, negligência, dentre outras. O ABUSO SEXUAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DO GÊNERO FEMININO E OS MEIOS JURÍDICOS DE ENFRENTAMENTO A ESSA PRÁTICA ERIKA SOUZA PAMPLONA Resumo A proposta do artigo é discutir o abuso sexual de crianças e adolescentes, em especial no gênero feminino, a partir da proteção jurídica e de uma abordagem intrafamiliar do problema, a fim de que se compreenda a importância de uma intervenção jurídica social de uma forma coesa em todos os membros da família, uma vez que estes também são vítimas da agressão, fazendo-se necessária a intervenção de diversos profissionais no intuito de minimizar os danos sofridos, e na orientação para prevenção social e familiar e não somente a sanção jurídica. Por meio da literatura médica e jurídica expor os conceitos de abuso sexual e violência doméstica, os quais muitas vezes são deturpados, dificultando com isso maior entendimento sobre a temática e o combate à violência em questão, além das consequências e a importância da tutela judicial no intuito de coibir essa violência e orientar profissionais e a população em geral. Através de dados do Ministério da Saúde e da Secretária de Direitos Humanos da Presidência, o trabalho propõe-se a demonstrar a incidência
44 
maior de abuso sexual em crianças e adolescentes do gênero feminino e quais os seus maiores agressores, e quais os dispositivos jurídicos à disposição da sociedade que combatem essa prática que degrada o âmbito físico, psíquico e moral, do segmento mais vulnerável da sociedade. Com o objetivo de direcionar políticas públicas de maior proteção e enfrentamento da violência que atinge esse grupo de risco. Palavras-chave: Abuso Sexual. Gênero Feminino. Consequências. Proteção Jurídica. VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, QUEM METE A COLHER?”: TRAJETÓRIA DE LUTAS DAS MULHERES DA VILA DA BARCA, BELÉM (PA) SIMONE NONATO MIRANDA Resumo A violência contra a mulher, fenômeno historicamente silenciado pela ideologia patriarcal a partir do sistema de dominação - exploração passa a ser denunciado pelo movimento feminista na década de setenta enquanto questão pública, política e social. Nesse sentido, o estudo objetiva analisar como as Mulheres Provedoras da Família compreendem o papel da Educação na Prevenção e Combate a Violência contra a Mulher na Vila da Barca. A abordagem da pesquisa é qualitativa, realizou-se um estudo de caso com mulheres moradoras que viveram ou vivem em situação de violência. A coleta de dados foi realizada através da entrevista estruturada, sendo realizada a análise de conteúdo segundo Bardin (1979). A pesquisa revela que a prática da violência contra mulheres é um fenômeno perverso produto das desigualdades entre os gêneros. As trajetórias das mulheres da barca demonstram as singularidades envolvidas nessas relações conflituosas, embora por vezes as mesmas se vejam sem saída para romper com o ciclo de violências, elas lutam, resistem e revidam. Os preconceitos associados às mulheres em situação de violência como a dependência econômica, o alcoolismo, a baixa escolaridade são estilhaçados pelas trajetórias de Alice, Bela e Lilian que se reconhecem como sujeitos ativos no processo de enfrentamento à violência, recusando a posição de vítimas. Consideramos que em relação ao papel da Educação na prevenção e combate à violência contra a mulher, às entrevistadas pontuam como fundamental, nas relações sociais entre os gêneros, por promover o diálogo e respeito. A educação deve fomentar a transformação social, homens e mulheres não devem ser socializados como desiguais, mas como sujeitos históricos, sociais e políticos com autonomia e liberdade. As relações sociais construídas e o processo de educação dos gêneros precisam incluir o respeito mútuo, a defesa da vida e a igualdade nas relações sociais como alicerces no enfrentamento a violência. Palavras-chave: Gênero. Violência Contra a Mulher. Educação.

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Caderno de resumos issn 2358 7113

  • 1. Belém/PA 2014 CADERNO DE RESUMOS Simpósio GEPEM/UFPA: Mulheres, Gênero, Histórias e Saberes em 20 anos 24, 25 e 26 de Setembro de 2014 Universidade Federal do Pará ISSN 2358-7113
  • 2. GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS «ENEIDA DE MORAES» SOBRE MULHER E RELAÇÕES DE GÊNERO CADERNO DE RESUMOS Simpósio GEPEM/UFPA: Mulheres, Gênero, Histórias e Saberes em 20 anos 24, 25 e 26 de Setembro de 2014 UFPA Belém/PA
  • 3. 1 SUMÁRIO ARTIGOS IDENTIDADE DE GÊNERO: MANDINGAS, MALÍCIAS E O JOGO DE PODER NAS RODAS DE CAPOEIRA PARAENSE ...................................................... 8 MARIA ZENEIDE GOMES DA SILVA MULHERES BENZEDEIRAS EM BELÉM (PA): RELAÇÕES DE GÊNERO E TRAJETÓRIA RELIGIOSA..................................................................................8 IRACEMA SILVA COSTA PINTANDO GÊNERO NA BUCHA: O STATUS DA MULHER NO PROCESSO CRIATIVO DOS BRINQUEDOS DE MIRITI DE ABAETETUBA/PA....................9 LARISSA TUANE LIMA DE NASCIMENTO AMARILDO FERREIRA JÚNIOR AS MARIAZINHAS: UM ENCONTRO DAS MEMÓRIAS DE UMA PESQUISADORA COM AS PERCEPÇÕES DE MENINAS INTERLOCUTORAS DE SUA PESQUISA SOBRE A EXPLORAÇÃO DO TRABALHO DOMÉSTICO INFANTIL FEMININO.............................................10 MARIA DO SOCORRO RAYOL AMORAS SANCHES MULHERES DO CÁRCERE: UMA ABORDAGEM ACERCA DA IDENTIDADE E CULTURA RETRATADOS NO CONTEXTO DO SISTEMA PRISIONAL........................................................................................................10 LANA CLAUDIA MACEDO DA SILVA SUZIANNE SILVA DE OLIVEIRA VALÉRIA DE LIMA VALOIS HIP HOP FEMININO E O FEMINISMO COMO RESISTÊNCIA DA JUVENTUDE EM BELÉM..................................................................................11 LEILA LEITE DENISE MACHADO CARDOSO MULHERES NEGRAS EM MOVIMENTO: TRAJETÓRIA DE VIDA, ATUAÇÃO POLÍTICA E CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE................................................12 ANTÔNIA LENILMA MENESES DE ANDRADE LUIZ AUGUSTO PINHEIRO LEAL
  • 4. 2 MULHERES INDÍGENAS SATERÉ MAWÉ: UMA DISCUSSÃO ACERCA DA LUTA FEMININA PELO ACESSO A EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO DE PARINTINS – PA...............................................................................................12 ALESSANDRA MAIA CERDEIRA COSTA FRANCIVALDA RODRIGUES DA SILVA MARIA DO PERPÉTUO SOCORRO GARCIA HATA THAÍS PONTES MAIA “SOU LIVRE”: NARRATIVAS E REPRESENTAÇÕES SOBRE MULHERES EM BELÉM DO PARÁ (SÉCULOS XIX E XX).........................................................13 FRANCIANE GAMA LACERDA MITOS: PILARES QUE SUSTENTAM O PATRIARCADO, NA PERSPECTIVA DE SIMONE DE BEAUVOIR.............................................................................14 IVONETE PINHEIRO MARIA LUZIA MIRANDA ÁLVARES O FEMININO NA FORMAÇÃO INTELECTUAL NEGRA AMAZÔNICA...........15. LUIZ AUGUSTO PINHEIRO LEAL CONTRIBUIÇÕES TEÓRICAS SOBRE O GÊNERO E SEXUALIDADE..........15 JENNIFER SALES REPRESENTAÇÃO SOCIAL DO GÊNERO MASCULINO E SUAS IMPLICAÇÕES NA SEXUALIDADE DE PACIENTES COM PARAPLEGIA....................................................................................................16. BRENA MAUÉS DE SOUZA SANTOS ANA MARIA VANCONCELOS SILVA TODO DIA ELA DIZ PRA EU NÃO ME AFASTAR: RELACIONAMENTOS EM DINÂMICAS DE DESLOCAMENTO..................................................................17 AUDREI ALENCAR HOMENS FIÉIS? UM ESTUDO SOBRE SEXUALIDADE E AFETIVIDADE...................................................................................................17 CARLA FIGUEIREDO MARINHO SALDANHA
  • 5. 3 PARTICIPAR É LUTAR: O MOVIMENTO ARTICULAÇÃO PARINTINS CIDADÃ NA CIDADE DE PARINTINS-AM.......................................................................20 CASSIA KARIMI VIEIRA CATIVO AMANDA CRISTIE CALDAS DOS SANTOS BEATRIZ BORGES VIANA ROSANE FERREIRA DE LIMA O PERFIL SOCIAL DA ELITE FEMININA NO ESTADO DO PARÁ (2007- 2010)................................................................................................................. 21 GERSON CARLOS MIRANDA ÁLVARES JOÃO SANTIAGO LISBOA CARTAS AO INTERVENTOR: UMA FORMA DE COMPREENDER AS MULHERES EM BELÉM (1930-1932)...............................................................21 MARCELO DE SOUZA FERREIRA MULHERES NO PODER: ENTRE OS ESPAÇOS PRIVADOS DE CONVIVÊNCIA E A ARENA PÚBLICA E POLÍTICA.............................................................22 NILSON ALMEIDA DE SOUSA FILHO COMPETIÇÃO ELEITORAL E O PROCESSO DE REPRESENTAÇÃO FEMININA NO BRASIL: CANDIDATURA E VOTOS NAS ELEIÇÕES PROPORCIONAIS DE 2010........................................................................................................22 MARIA LUZIA MIRANDA ÁLVARES FRANCIELCIO FERREIRA BELUCIO TRABALHO FEMININO E RELAÇÕES DE GÊNERO NA FEIRA DO AÇAÍ BELÉM- PA............................................................................................................................25 MAYARA GONÇALVEZ LIMA CARMEM IZABEL RODRIGUES RELAÇÕES DE GÊNERO E TRABALHO: PERCEPÇÃO DAS MALVICULTORAS DA ILHA DO VALHA-ME DEUS – JURUTI/PA..............................................25 MAYARA VIANA DE LIMA SANDRA HELENA DA SILVA NADMA OLIVEIRA DE AZEVÊDO A INVISIBILIDADE DO TRABALHO DA MULHER RIBEIRINHA NA AMAZÔNIA: UM ESTUDO COM AS MULHERES DA COMUNIDADE FREGUESIA DO RIO ANDIRÁ/BARREIRINHA-AM......................................................................26
  • 6. 4 SANDRA DAMASCENO DA ROCHA CARMEN DE SOUZA VANESSA RODRIGUES DE SOUSA AS MULHERES E O TRABALHO NA PESCA: O CASO DAS PESCADORAS DE SÃO FRANCISCO DO BOIA, RDS MAMIRAUÁ, AM..................................27 GÉSSICA DA SILVA MIRANDA EDNA F. ALENCAR ISABEL SOUSA AÇÃO DE MULHERES: “MULHERES EM AÇÃO” O PROTAGONISMO DAS PESCADORAS DA COLÔNIA DE PESCADORES Z-32 DE MARAÃ, ESTADO DO AMAZONAS.......................................................................................................29 EDNA F. ALENCAR ISABEL SOARES DE SOUSA SANDRA PEREIRA PALHETA MULHERES MERCANTES: GÊNERO E GERAÇÃO.......................................30 GEISA COSTA COÊLHO DENISE MACHADO CARDOSO AS “BALDEIRAS” DO AREIÃO: MULHERES QUE TRABALHAM, VIVEM E CONTAM SUAS HISTÓRIAS NAS FESTAS DE APARELHAGENS................30 HELIANA RODRIGUES DE BITENCOURT A TRANSVERSALIDADE DE GÊNERO NAS POLÍTICAS PÚBLICAS.............31 TAINÃ DE SÁ PORTO A SAÚDE DA MULHER TRABALHADORA ACOLHIDA NO CENTRO DE REFERÊNCIA ESTADUAL – CEREST/PARÁ: ELEMENTOS PARA REFLEXÕES.....................................................................................................32 NELCELI SILVA MELO VERA LÚCIA BATISTA GOMES CARLA CAROLINE BARISÃO DE SOUZA
  • 7. 5 SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL EM COMUNIDADE NA AMAZÔNIA: PAPEL DOS GÊNEROS NA ALIMENTAÇÃO..............................33 SILVANA RODRIGUES GOUVEIA DO CARMO REMÉDIOS DA TERRA E DO MATO”: MULHERES QUE CURAM NA AMAZÔNIA TOCANTINA..................................................................................34 TATIANE DO SOCORRO CORREA TEIXEIRA MULHERES E O PERFIL DOS CATADORES DE RESÍDUOS SÓLIDOS RECICLÁVEIS DE UMA COOPERATIVA, EM BELÉM, PARÁ.........................35 GEISE SANTA ROSA DE OLIVEIRA MARIA CRISTINA MORAES CLÁUDIO LUIS AMARO DE OLIVEIRA A REPRESENTAÇÃO FEMININA NOS ANÚNCIOS DOS JORNAIS “A PALAVRA” E “FOLHA DO NORTE” (1939- - 1945)...........................................37 FLAVIANA MORAES PANTOJA DIREITOS HUMANOS NEGADOS: RELAÇÕES ENTRE A SAÚDE DA MULHER NEGRA E O RACISMO INSTITUCIONAL.........................................39 CAMILA SILVA SOUZA TAINARA LÚCIA PINHEIRO ZÉLIA AMADOR DE DEUS ATENDIMENTO HUMANIZADO ÀS MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA: A PERCEPÇÃO DAS MULHERES ATENDIDAS NA DELEGACIA ESPECIALIZADA DE PARINTINS/AM..............................................................39 GISELE TAVARES MICHELE RODRIGUES NAYARA VIEIRA VANESSA RODRIGUES OS DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS COMO MODO DE DESCONSTRUÇÃO DA CULTURA DO ESTUPRO.........................................40 EVELYN LIMA DE ANDRADE PRÁTICAS DE CURA EM BELÉM: GÊNERO E SAÚDE CIRCUNSCRITOS NO UNIVERSO DA CURA NOS PRIMEIROS ANOS DE SÉCULO XX..................41 ELAINNE CRISTINA MESQUITA
  • 8. 6 DESIGUALDADE DE GENERO E VIOLENCIA: A SITUAÇÃO DA MULHER AS MARGENS DOS RIOS E FLORESTAS DO MUNICÍPIO DE BREVES/MARAJÓ............................................................................................42 SOLANGE PEREIRA DA SILVA A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER IDOSA....................................................43 LARISSA LESSA BARATA GUARANY ALMYR CARLOS DE MORAIS FAVACHO O ABUSO SEXUAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DO GÊNERO FEMININO E OS MEIOS JURÍDICOS DE ENFRENTAMENTO A ESSA PRÁTICA..........................................................................................................43 ERIKA SOUZA PAMPLONA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, QUEM METE A COLHER?”: TRAJETÓRIA DE LUTAS DAS MULHERES DA VILA DA BARCA, BELÉM (PA)...................44 SIMONE NONATO MIRANDA
  • 9. GT 1 GÊNERO, IDENTIDADE E CULTURA COORDENADORAS: MARIA ANGELICA MOTTA-MAUÉS (PPGSA) TELMA AMARAL GONÇALVES (FACS)
  • 10. 8 GT1 - GÊNERO, IDENTIDADE E CULTURA Coordenadoras: Profa. Maria Angelica Motta-Maués Profa. Telma Amaral Gonçalves DIA 24.09 (QUARTA): 14H- 16H15 SESSÃO 1 – Gênero, mulheres e identidades IDENTIDADE DE GÊNERO: MANDINGAS, MALÍCIAS E O JOGO DE PODER NAS RODAS DE CAPOEIRA PARAENSE MARIA ZENEIDE GOMES DA SILVA Resumo A presente comunicação trata sobre o contexto de resistência que permeia a pratica da capoeira, expressão cultural fruto da diáspora africana no Brasil, tendo em vista, que é no Estado do Pará que até o presente consta o primeiro registro de inserção da mulher na historiografia da capoeiragem. O foco de pesquisa é a participação da mulher paraense na roda de capoeira, mundo marcado e entendido como eminentemente masculino. Assim, a partir de pesquisa bibliográfica e de campo, bem como, de nosso engajamento enquanto educadora e capoeirista refletiremos sobre questões que desafiam o campo teórico no que tange a discussão das identidades de gênero e diversidade étnico racial. A origem da capoeira tem suas raízes fincadas em sociedades paternalista mas ao mesmo tempo centrada na mulher, característica marcante nas manifestações culturais candomblé e capoeira, fato este que tem proporcionado a guarda de saberes e valores materiais e imateriais. Os resultados apresentados, nos permitem compreender a relação desigual entre gêneros na pratica da capoeira, bem como, o papel significativo da roda de capoeira como uma manifestação cultural afro brasileira que acolhe e promove identidades sociais, crenças e valores e dando acesso a um campo de possibilidades de análises sobre identidade e gênero. Palavras-Chave: Capoeira. Mulher Capoeirista. Identidade. Diversidade Etnicorracial MULHERES BENZEDEIRAS EM BELÉM (PA): RELAÇÕES DE GÊNERO E TRAJETÓRIA RELIGIOSA IRACEMA SILVA COSTA Resumo A comunicação focaliza como tema a prática da benzeção; existente na cidade de Belém, capital do Estado do Pará, exercida por mulheres especialistas identificadas por seus clientes como “benzedeiras”. Uma prática
  • 11. 9 ligada a medicina popular de caráter mágico religioso, que compõe uma das manifestações do catolicismo popular. Nesse contexto, a presente investigação sobre o tema é um estudo etnográfico de três mulheres benzedeiras em Belém. Espalhadas pelos bairros da cidade, essas agentes da cura, guardiãs da fé e do cuidado, executam a sua prática, se assemelhando a outros profissionais de cura como pajés, pais e mães de santo, e que ao longo do seu aprendizado vão traçando um percurso que vai lhes qualificando na arte de promover a cura, configurando sua carreira de forma distinta e autônoma, agregando conteúdos religiosos e mágicos capaz de emitir respostas ou soluções que correspondem as necessidades de uma clientela a qual lhes legitimam. Nesse sentido, ao problematizar sobre tal contexto passo a compreendê-las, por elas mesmas, por suas trajetórias femininas e suas trajetórias na “carreira” de benzedeiras. Nesta comunicação apresento dados atuais acerca dessas agentes de cura, articulando variáveis como gênero, religião e cultura no atual campo religioso da metrópole paraense. Entre os dados discutidos, concluo que as benzedeiras além de desenvolverem a sua prática desligadas de instituições religiosas, trazem em sua trajetória de vida questões que dizem respeito às concepções sobre os espaços sociais que ocupam e também representações e percepções em relação a seu oficio e sobre si mesma. Palavras- chave: benzeção; benzedeiras; gênero; trajetória; religiosidade. PINTANDO GÊNERO NA BUCHA: O STATUS DA MULHER NO PROCESSO CRIATIVO DOS BRINQUEDOS DE MIRITI DE ABAETETUBA/PA LARISSA TUANE LIMA DE NASCIMENTO; AMARILDO FERREIRA JÚNIOR Este trabalho realiza considerações incipientes sobre a inserção e os papeis atribuídos às mulheres no processo criativo dos Brinquedos de Miriti de Abaetetuba – atividade artístico-cultural desse município que se torna símbolo dominante de suas expressões culturais –, ao analisar as relações entre a construção de gênero, a condição feminina e a divisão sexual do trabalho em suas diversas fases. Pretende-se iniciar uma discussão sobre o modo que o trabalho das mulheres é visto e valorado por elas mesmas e por seus companheiros e/ou familiares na produção e comercialização desses brinquedos, e compreender as questões de gênero consideradas na divisão das tarefas, utilizando-se de aproximação com a noção de divisão sexual do trabalho, oriunda de teorias feministas que propõem análises sócio-históricas e culturais do status da mulher no mundo do trabalho, sob a restrição de dados coletados por entrevistas e observações junto às artesãs e os artesãos de miriti de Abaetetuba. Constatou-se, portanto, que apesar da pretensa maioria dos homens nessa atividade, há uma intensa participação feminina em diversas etapas, sobretudo na pintura e na comercialização das peças, e o status atribuído à mulher é justificado com base no discurso da tradição e das qualidades próprias e inerentes à condição feminina. Ademais, as posições de destaque e de direcionamento das atividades e o espaço público de representação que a constituição de uma associação dessas artesãs e
  • 12. 10 artesãos permitiu se apresentam como domínios masculinos, enquanto às mulheres designam-se atividades de apoio restritas e demarcadas pelo domínio doméstico. Palavras-Chave: Divisão Sexual do Trabalho. Relações de Gênero. Artesanato. Brinquedos de Miriti. AS MARIAZINHAS: UM ENCONTRO DAS MEMÓRIAS DE UMA PESQUISADORA COM AS PERCEPÇÕES DE MENINAS INTERLOCUTORAS DE SUA PESQUISA SOBRE A EXPLORAÇÃO DO TRABALHO DOMÉSTICO INFANTIL FEMININO MARIA DO SOCORRO RAYOL AMORAS SANCHES Resumo Esta discussão é parte integrante de uma pesquisa de doutorado em Antropologia que versa sobre o significado do trabalho na perspectiva das crianças da Comunidade Quilombola do Abacatal-PA e teve como objetivo problematizar a categoria trabalho infantil e sua justificativa atrelada à ideia de exploração. Na construção desse objeto de estudo e na tessitura da ideia desta investigação, foi fundamental expor as minhas impressões sobre o tema, ou seja, o modo como vi implicada. Assim compreendido,por meio de alguns fios de memória da infância desta pesquisadora recorri, mais especificamente, à lembrança de duas meninas: As Mariazinhas. Não são meninas abacataenses e nem viveram o tempo e o espaço presente das crianças de Abacatal, contudo, compareceram no tempo e no espaço da escrita do texto da tese. O objetivo, portanto, deste artigo é narrar essas memórias e, a partir da análise de dados etnográficos, colocar em cena essas duas meninas e mostrar o modo como alinhavam uma trama histórica que faz eco nas percepções de meninas abacataenses sobre a exploração do trabalho infantil e feminino, sendo possível identificar imagens e representações das relações de poder culturalmente estabelecidas no sistema patriarcal dominante. Palavras-Chave: criança. meninas. trabalho. trabalho infantil. trabalho doméstico. MULHERES DO CÁRCERE: UMA ABORDAGEM ACERCA DA IDENTIDADE E CULTURA RETRATADOS NO CONTEXTO DO SISTEMA PRISIONAL. LANA CLAUDIA MACEDO DA SILVA; SUZIANNE SILVA DE OLIVEIRA ;VALÉRIA DE LIMA VALOIS Resumo O estudo do gênero, no âmbito do sistema penal, enquanto questão pública, política e social, constitui uma investigação acerca das relações sociais estabelecidas pela vivência anterior ao cárcere e, uma vez inserida neste contexto como a mulher reage frente à cultura prisional configurada neste sistema. Na investigação referente ao estudo do gênero, Scott (1995) aborda
  • 13. 11 as relações sociais, construídas de forma desigual, subjugando a mulher ao domínio do homem. No que tange ao contexto prisional, é possível compreender segundo as narrativas de vida das mulheres em situação de cárcere, o reflexo desta forma desigual entre as relações de poder estabelecidas pelo contexto social, haja vista que, a maioria destas mulheres foram vítimas de violência sexual e doméstica, preconceito, exclusão, abandono, etc. Marcadores sociais que configuram o atual cenário Brasileiro. O momento da prisão constitui um fator determinante para que estas mulheres influenciadas pela cultura prisional possam sugerir novos arranjos sociais (superando o momento do crime e/ou embarcando no universo da violência). Neste sentido, a pesquisa objetiva analisar a identidade que estas mulheres constroem no âmbito da vivencia em cárcere, marcada por cenas de violência, repressão, abandono, exclusão. Fatores estes que determinam a cultura prisional, realidade circunscrita no interior dos presídios no Brasil. Para tanto, a abordagem da pesquisa é qualitativa, visto que, foi realizado um estudo de caso com um universo de 12 mulheres do único presídio feminino do estado do Pará (CRF), a fim de compreender as diferentes concepções relacionadas à educação como ferramenta de ressocialização social. A coleta de dados foi realizada através de questionário e entrevista estruturada, sendo efetivada posteriormente a análise de conteúdo. A pesquisa revela que apesar da forte influência da cultura prisional, a educação é fundamental para ressignificar o ambiente carcerário, resultando em novos arranjos sociais pela superação e combate ao crime. Palavras-chave: Gênero. Identidade. Cultura Prisional. Mulheres Encarceradas. Educação Carcerária. DIA 24.09 (QUARTA): 16H30- 18H SESSÃO 2 – FACES DO FEMININO HIP HOP FEMININO E O FEMINISMO COMO RESISTÊNCIA DA JUVENTUDE EM BELÉM LEILA LEITE; DENISE MACHADO CARDOSO Resumo O objetivo desse artigo é discutir a participação e organização feminina e feminista do Movimento Hip Hop Feminino (H2F) em Belém como uma manifestação exclusiva de meninas que produzem e discutem o hip hop como uma maneira de mostrar suas ideias e seu posicionamento político dentro da sociedade. O Movimento Hip Hop no geral é formado por uma maioria de homens que estão divididos em seus elementos, ou seja, são grafiteiros, Djs, B’Boys, Mcs, o que faz com que a presença feminina se torne quase apagada, mas ela existe e o Movimento Hip Hop Feminino (H2F), liderado por Mana Josy, é um exemplo disso. Então, a problemática aqui é: De que maneira o feminismo pode ser uma importante forma de resistência dessas meninas que produzem e pensam o hip hop em Belém. Essa pesquisa foi realizada a partir
  • 14. 12 de conversas e perguntas com as meninas que fazem parte desse movimento, em especial a Mana Josy, que é Mc e a Cely, que é grafiteira. E o feminismo é visto como algo necessário para que consigam permanecer na rua e resistindo com a produção de sua arte. Palavras-Chave: Hip Hop Feminino. Feminismo. Resistência MULHERES NEGRAS EM MOVIMENTO: TRAJETÓRIA DE VIDA, ATUAÇÃO POLÍTICA E CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE ANTÔNIA LENILMA MENESES DE ANDRADE; LUIZ AUGUSTO PINHEIRO LEAL Resumo A proposta deste artigo é resultante de parte da monografia de especialização em História Afro – Brasileira e Indígena, da Universidade Federal do Pará, Campus Cametá/Baixo Tocantins, que teve como título “Saberes e Práticas Culturais Cotidianas na Comunidade do Cravo. concluído em 2013. Assim, o objetivo do presente trabalho é analisar as relações sociais da comunidade remanescente de quilombolas do Cravo e seus aspectos identitários de resistência a partir da suas relações cotidianas, tendo como foco a questão de gênero. A argumentação deste artigo é apresentar algumas reflexões sobre a organização da comunidade quilombola do Cravo e seus aspectos identitários de luta, delineados pela força das mulheres, vislumbrando como se dá a construção da territorialidade no quilombo e da importância feminina nessa construção. A metodologia aplicada na pesquisa seguiu uma abordagem qualitativa, esse modo de fazer pesquisa pressupõe um sujeito-observador, imerso no contexto, como parte integrante do processo de construção do conhecimento. Foram analisados os fatores que podem ser apontados como determinantes para a tomada de consciência de gênero, nas trajetórias pessoais e política dessas mulheres. Assim é possível apontar que as mulheres que são lideranças no Cravo têm seu movimento de vida marcada pela luta para saírem da invisibilidade e se constituírem como sujeitos da sua própria história, pois são as mulheres que através de suas lutas, memórias e saberes, mantém viva a história de seus ancestrais. Palavras-Chave: Identidade, Mulher, Resistência, Quilombo MULHERES INDÍGENAS SATERÉ MAWÉ: UMA DISCUSSÃO ACERCA DA LUTA FEMININA PELO ACESSO A EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO DE PARINTINS - PA ALESSANDRA MAIA CERDEIRA COSTA; FRANCIVALDA RODRIGUES DA SILVA; MARIA DO PERPÉTUO SOCORRO GARCIA HATA; THAÍS PONTES MAIA
  • 15. 13 Resumo Este estudo apresenta uma análise acerca da luta feminina da etnia Sateré Mawé pelo acesso a educação e baseia-se nas discussões sobre as relações de gênero oriundas na disciplina Gênero e Família no Brasil,do curso de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas, campus Parintins.Analisar o acesso à educação escolar indígena pelas mulheres da etnia Sateré Mawé no município de Parintins-AM, é objetivo deste trabalho. Para tanto, se fizeram necessárias pesquisas bibliográficas: com obras de autores que discutem o tema e que nos proporcionou um embasamento teórico mais aprimorado e legitimado com o objetivo proposto; além de uma pesquisa de campo sob o aporte da abordagem qualitativa junto a determinadas mulheres da etnia Sateré Mawé e algumas entidades e instituições ligadas diretamente aos povos indígenas da referida etnia, aos quais foi aplicada uma entrevista semiestruturada nos dias23, 24 e 25 de janeiro de 2014.O trabalho está dividido em quatro categorias: 1) Recorte histórico sobre a etnia Sateré Mawé; 2) A educação escolar indígena no Brasil; 3) A luta das mulheres indígenas pelo acesso a educação no Amazonas; 4) O acesso à educação escolar pelas mulheres Sateré Mawé no município de Parintins. Baseado nessa pesquisa evidenciou-se que o acesso à educação pelas mulheres Sateré Mawé é cercado de inúmeros desafios e barreiras, e o que mais influencia nas relações de gênero é principalmente o processo cultural onde ainda está impregnado o modelo patriarcal, onde a mulher deve ficar em casa criando e educando a prole, enquanto o homem tem que trabalhar para manter o sustento de todos, além disso, outro embate que se dá é devido às precárias condições na estrutura físicae no processo de educação continuada nas comunidades indígenas. Palavras-Chave: Relações de Gênero. Mulheres Sateré Mawé. Educação. DIA 25.09 (QUINTA FEIRA): 14H-16H SESSÃO 1 – GÊNERO, IDEIAS E IMAGENS “SOU LIVRE”: NARRATIVAS E REPRESENTAÇÕES SOBRE MULHERES EM BELÉM DO PARÁ (SÉCULOS XIX E XX) FRANCIANE GAMA LACERDA Resumo A comunicação objetiva discutir a construção de algumas narrativas e representações acerca de mulheres que viveram em Belém do Pará entre os séculos XIX e XX e que em momentos e por motivos diversos tiveram
  • 16. 14 registradas em textos escritos as suas experiências cotidianas. Tais registros revelam significados dados a temas como beleza, fidelidade, casamento, família, liberdade. A pesquisa se baseia na investigação de textos de variada natureza publicados nos séculos XIX e XX, cujo teor traz à tona variadas compreensões acerca da vida cotidiana de mulheres que viveram em Belém do Pará. Utilizam-se fontes como jornais, relatos de viajantes e de observadores da região, dentre outros. Como categorias de análise destacamos em especial Gênero (SCOTT, 1992) representação (CHARTIER, 2002) e memória ((LE GOFF, 1990). Para além do próprio relato interessou-me entender a construção de tais narrativas, e os significados sugeridos por tais textos acerca de variadas práticas femininas experimentadas no Pará do período estudado. A investigação em torno dessas fontes permitiu entender o fato de que se de um lado tais textos, escritos por homens, revelam um olhar masculino acerca das práticas femininas, de outro lado estes mesmos registros também permitem entender muito do que as mulheres estudadas pensavam de si mesmo e o sentidos que deram a sua própria vida. Palavras-Chave: Memórias. Gênero. Pará. Século XIX e XX. MITOS: PILARES QUE SUSTENTAM O PATRIARCADO, NA PERSPECTIVA DE SIMONE DE BEAUVOIR IVONETE PINHEIRO MARIA LUZIA MIRANDA ÁLVARES Resumo Este estudo se alinha ao exposto por Simone de Beauvoir (O Segundo Sexo) tendo como principal objetivo identificar os mitos que estruturam e fomentam até nossos dias as bases do patriarcado, colaborando para construir a representação das mulheres como sujeito social secundário nos vários âmbitos da sociedade. A autora identifica o motivo pelos quais os homens julgaram útil estabelecer seus códigos e suas leis sobre este gênero, mantendo-o sob sua dependência. Evidencia-se ainda o modo como os mitos justificam as desigualdades entre os sexos e como se fundamentam para manter o modelo patriarcal dinâmico, se utilizando do imaginário social para se afirmar como categoria dominante. Os mitos sobrevivem ao tempo e se perpetuam sofrendo lentas modificações e através deles e de forma sutil os homens estabeleceram suas leis e costumes criando imagens que se insinuam em cada consciência. Este trabalho trata-se de uma análise dos dois volumes da obra “O segundo sexo”, trazendo à tona sua importância para os estudos de gênero; após publicação da obra o feminismo garantiu muitas conquistas para as mulheres, entretanto muito do que Beauvoir escreveu permanece vivo. Palavras-chave: Gênero, Simone de Beauvoir, Mitos, Mulher, Patriarcado.
  • 17. 15 O FEMININO NA FORMAÇÃO INTELECTUAL NEGRA AMAZÔNICA LUIZ AUGUSTO PINHEIRO LEAL Resumo O despertar do engajamento intelectual negro, em 1937, por ocasião das políticas de repressão aos terreiros afro-religiosos, acarretou em debates e atitudes que integraram diferentes pensadores e artistas da Amazônia. Bruno de Menezes, Nunes Pereira e Dalcídio Jurandir estavam entre os assinantes do manifesto intelectual de 1938. O primeiro, ao lado de Levihall e de outros, participou diretamente no debate sobre a liberdade religiosa pela imprensa. O segundo estabeleceu laços de solidariedade com a pesquisa e o movimento negro brasileiro. O terceiro, ausente das situações anteriores, acompanhou os dois primeiros no envolvimento com a política de esquerda e o conhecimento relacionado à história e cultura negra na Amazônia. Além do engajamento pela liberdade de culto, o que também havia em comum, entre os citados intelectuais, era o fato de todos serem negros e apresentarem uma referência feminina no despertar de sua identidade ou interesse pela questão racial. Bruno de Menezes faz isso através de uma dedicatória a sua mãe Balbina; Nunes Pereira, citando sua mãe biológica (Felicidade) e sua mãe espiritual (Andresa) em seus livros e entrevistas; e Dalcídio Jurandir traduzindo sua mãe Margarida na personagem Amélia, presente em parte de suas obras literárias. Em cada uma destas, diferentes elementos de identidade cultural aparecem e associam os autores a um mundo lúdico ou religioso de origem negra. Desse modo, esse trabalho, através da produção intelectual escrita de três intelectuais negros amazônidas, pretende discutir a influência feminina na produção de conhecimento paraense e na definição identitária e racial de seus respectivos produtores. Palavras-chave: Inteletual, feminino, Amazônia, literatura CONTRIBUIÇÕES TEÓRICAS SOBRE O GÊNERO E SEXUALIDADE JENNIFER SALES Resumo O estudo em questão, tem por objetivo discutir teorias que enredam os debates acerca da construção de gênero e sexualidade, considerando suas complexidades e a necessidade de serem discutidas e entendidas, o processo em que se dá o desenvolvimento de gêneros e sexualidades, a sociedade e seu tempo histórico, bem como a cultura, a política, a economia e o aspecto social, a participação de mecanismos como a medicina, a religião, a escola, a família, para construir padrões e estabelecer parâmetros. Todos esses aspectos são edificados nesse processo e tecidos numa trama complexa de desejos, vontades, anseios, do que esperado, do que é almejado, do que é proibido.
  • 18. 16 Palavras-chave: Gênero, Sexualidade, Teoria DIA 25.09 (QUINTA): 16H15-18H SESSÃO 2 – GÊNERO, AFETIVIDADES E SEXUALIDADES REPRESENTAÇÃO SOCIAL DO GÊNERO MASCULINO E SUAS IMPLICAÇÕES NA SEXUALIDADE DE PACIENTES COM PARAPLEGIA BRENA MAUÉS DE SOUZA SANTOS; ANA MARIA VANCONCELOS SILVA . Resumo A partir da compreensão do significado dado pelo homem ao pênis, entende-se o que o diagnóstico de paraplegia representa para os mesmos. Pois na paraplegia existe um comprometimento biológico da sexualidade sendo estas a ereção, a ejaculação, o orgasmo e a fertilidade, acaba por se tornar uma tarefa difícil ser homem nestas circunstâncias, devido à sobrecarga social e psíquica que acarreta determinada falta. Diante disso os objetivos deste estudo consistiam em investigar a representação social do gênero masculino de pacientes com paraplegia, conceituar representação social, caracterizar gênero masculino e identidade masculina, investigar a vivencia da sexualidade antes da paraplegia, verificar a repercussão da paraplegia na vivencia da sexualidade. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa descritiva de análise qualitativa, segundo a metodologia de Lefévre e Lefévre (2003), seguindo a abordagem do discurso do sujeito coletivo. Participaram 3 homens, na faixa etária de 20 a 30 anos, com o diagnóstico de paraplegia adquirida que estavam sendo acompanhados na clínica-escola de fisioterapia de uma Universidade particular. Conclusão: Verificou-se que estes sujeitos têm como valores e significados referentes ao gênero masculino, como oposto ao feminino, como figura ativa e forte, como o provedor da família e o que deve possuir comportamento de iniciativa e confiança naquilo que faz. E que estas representações influenciam direta e indiretamente na forma como estes, lidam com sua sexualidade, antes da paraplegia e na paraplegia. Pois a compreendem apenas como, relação sexual entre homem/mulher e prevenção sexual. Palavras-Chave: Representação Social. Gênero Masculino. Sexualidade. Paraplegia.
  • 19. 17 TODO DIA ELA DIZ PRA EU NÃO ME AFASTAR: RELACIONAMENTOS EM DINÂMICAS DE DESLOCAMENTO AUDREI ALENCAR Resumo Esta pesquisa objetiva compreender as dinâmicas dos casamentos em contextos de deslocamento de um dos seus membros, em virtude da necessidade de estudar em outro município que não aquele no qual o casal reside. Como se desenrola o casamento quando um dos membros precisa passar vários períodos – que variam de fins de semana alternados a dois meses e meio – fora da cidade onde reside o casal? De que formas tais deslocamentos interferem nas relações? Como as concepções e identidades de gênero atuam nestes contextos? A ideia de pesquisar este tema surgiu quando comecei a ministrar disciplinas da universidade em municípios do interior e passei a conviver com esta realidade, presente nas vidas da maioria dos alunos. Na pesquisa de campo, realizei observação e entrevistas semi-estruturadas, durante os anos de 2012 a 2014, nos locais em que os interlocutores estudam – municípios do Nordeste Paraense, do Baixo Tocantins, do Norte e do Sul do Estado. Até o presente momento, foi possível perceber que as dinâmicas de deslocamento trazem uma carga significativa de sofrimento para a maioria dos entrevistados, no que tange a ciúme, cobranças, brigas e mal-estar em relação aos julgamentos expressos não só pelo outro membro do cônjuge, como por demais pessoas próximas, tais como amigos, parentes, vizinhos; tal carga se mostra mais frequente nas rotinas das mulheres. Outro condicionante presente na grande maioria dos casos é a liberdade, experimentada pelos entrevistados quando na condição de residentes temporários de outra cidade, o que também pode envolver relacionamentos afetivos extraconjugais; tal liberdade inclui o alívio das pressões dos serviços domésticos, também marcadamente em relação às mulheres. Em certas situações minoritárias, alguns casais conseguiram trabalhar as dificuldades evidenciadas pelos deslocamentos e ao longo do tempo conseguiram melhorias significativas nos casamentos; outros acabaram por vivenciar rupturas no relacionamento. Palavras-chave: Deslocamentos. Casamentos.Liberdade. Mudança. HOMENS FIÉIS? UM ESTUDO SOBRE SEXUALIDADE E AFETIVIDADE CARLA FIGUEIREDO MARINHO SALDANHA Resumo Pretende-se neste trabalho discutir a fidelidade sexual e afetiva partindo do pressuposto que o desejo mútuo entre um casal afasta a possibilidade de traição. A abordagem do problema seguiu a perspectiva de gênero uma vez que sexualidade implica em considerações sobre construções culturais acerca do masculino e feminino. A metodologia utilizada baseou-se na pesquisa bibliográfica e etnográfica. A ênfase na etnografia justifica-se por considerar os atos de olhar e de ouvir como funções de um modo de observação em que o
  • 20. 18 pesquisador busca compreender a lógica do "outro". As análises interpretativas foram realizadas a partir de entrevistas informais com homens na faixa etária de 25 a 30 anos não casados. Esta opção pelo universo masculino justifica-se pelo fato de que a infidelidade masculina seria mais tolerada socialmente que a feminina, e que a maioria dos homens não expressam socialmente seus anseios e angústias referentes aos relacionamentos afetivos, pois para estes o amor romântico entraria em conflito com as regras da sedução. A busca do entendimento dos relacionamentos entre casais heterossexuais permite ultrapassar, a partir da perspectiva de gênero, a visão estereotipada de que "as mulheres querem amor e homens querem sexo". Palavras-chave: Gênero, fidelidade, traição e sexualidade.
  • 21. GT 2 MULHER E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA COORDENADORAS: MARIA LUZIA MIRANDA ÁLVARES (FACS) JOSINETE LIMA (UEPA)
  • 22. 20 GT 2 - MULHER E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA Coordenadoras: Profa. Maria Luzia Miranda Álvares Profa. Josinete Lima DIA 24/09/ 2014: 14:00- 18:00 SESSÃO 1 – Mulheres na Política, mulheres no poder nos cenários amazônicos PARTICIPAR É LUTAR: O MOVIMENTO ARTICULAÇÃO PARINTINS CIDADÃ NA CIDADE DE PARINTINS-AM CASSIA KARIMI VIEIRA CATIVO AMANDA CRISTIE CALDAS DOS SANTOS BEATRIZ BORGES VIANA ROSANE FERREIRA DE LIMA Resumo A trajetória de vida de muitas mulheres estará entrelaçada pela submissão, descaso, preconceitos, e o olhar pejorativo em relação à conquista de seu espaço na sociedade. São sujeitas que após longos períodos de silencio resolveram lutar e mostrar sua cara ao mundo. O município de Parintins localizado no Estado do Amazonas, e assim como as demais localidades do estado, tem sua história marcada pelo pensamento dominador e opressor contra a classe feminina. Por meio da teologia da Libertação, muitos religiosos passaram a questionar seu papel diante das massas, articulando através de clube de mãe, associações, pastorais a ideia de emancipação popular. Por intermédio das ações desenvolvidas pela igreja, é incutido na mentalidade dessas sujeitas o pensamento de emancipação, de sua valorização como cidadãs que deveriam lutar por uma sociedade justa e igualitária. Assim, este artigo versa sobre a trajetória de luta do movimento “Movimento Articulação Parintins Cidadã”, criando nos anos de 1980, por mulheres vitimas de violência domestica, abuso sexuais e que lutavam pelo seu espaço no mercado de trabalho. A abordagem metodológica abarcou pesquisa bibliográfica a partir de autores que discutem a temática, e pesquisa de campo de natureza e qualitativa com o uso entrevista com as mulheres participantes deste grupo, além da observação sistemática. Deste modo, o movimento ao longo dos anos vem se consolidando como importante meio de expressão das mulheres da cidade, as quais conseguiram importantes conquistas como a LEI Ana Vitória, a criação da Delegacia da mulher, agilidade nos casos de agressão e abuso
  • 23. 21 sexuais contra mulheres e outras conquistas significativas que refletem na consolidação destas sujeitas no espaço social desta cidade. Palavras chaves: Movimento de Mulheres. Emancipação. Cidadania. O PERFIL SOCIAL DA ELITE FEMININA NO ESTADO DO PARÁ (2007- 2010). GERSON CARLOS MIRANDA ÁLVARES JOÃO SANTIAGO LISBOA Resumo O presente trabalho tem como objetivo trazer contribuições no que tange a identificar as mulheres que estão a frente dos cargos do setor público estadual no período que perpassa 2007 a 2010, período em que Ana Júlia Carepa esteve a frente do governo do estado do Pará. A problemática do estudo se propõe a analisar as instâncias de relação entre a lógica profissional/ocupacional de cada secretaria em seu respectivo cenário de ocupação. O trabalho insere-se no âmbito da participação política de mulheres na gestão pública. Foi utilizado uma vasta literatura sobre a temática, além de clássicos da teoria política contemplando o tema em foco. A fonte de dados consistiu em plataformas eletrônicas de informações produzidas ao longo dos quatro anos de governo, produzidos pela referida gestão, incluindo a base de dados do Diário Oficial do Estado do Pará, TSE e TRE. Os resultados procuraram identificar quem são as mulheres que ocuparam os cargos do secretariado estadual. Palavras-chave: Elite política. Gestão pública. Participação Política. Relações de Gênero. CARTAS AO INTERVENTOR: UMA FORMA DE COMPREENDER AS MULHERES EM BELÉM (1930-1932) MARCELO DE SOUZA FERREIRA Resumo A revolução de 30 no Pará surge como uma proposta política inovadora, rompendo com o tradicionalismo das oligarquias que governavam o estado. Dentre as propostas encontram-se medidas assistencialistas voltadas ao povo, proporcionando uma aproximação entre o governo e a população. Tendo em vista que as mulheres também tornam-se participantes ativas desse processo, propomos este trabalho com o objetivo de analisar a participação política feminina nos três anos iniciais da intendência do Major Magalhães Barata. Para isso foram realizadas uma pesquisa bibliográfica, onde consultamos autores como: BURKER (1997), COIMBRA (1981), DEL PRIORE (2001,2006),
  • 24. 22 GONÇALVES (2006), OLIVEIRA (2012), PERROT (2012), NOGUEIRA FILHO (2012), FERREIRA (1990); e uma documental onde foram analisadas cartas enviadas a interventoria do estado do Pará no período de 1930 a 1932, disponíveis no Arquivo Público do Estado do Pará (APEP), por meio das quais pudemos comprovar essa participação feminina e a existência de um pacto Governo-Mulheres nos anos em questão. PALAVRAS-CHAVE: Revolução de 30. Magalhães Barata. Populismo. Mulheres. Cartas. MULHERES NO PODER: ENTRE OS ESPAÇOS PRIVADOS DE CONVIVÊNCIA E A ARENA PÚBLICA E POLÍTICA NILSON ALMEIDA DE SOUSA FILHO Resumo Neste artigo, são evidenciados aspectos sobre empoderamento, participação, competição e representação feminina nas eleições municipais de 2008, no Estado do Pará. Nesta intenção, foram extraídas informações coletadas durante a pesquisa “Mulheres na Política: histórias de percursos e de práticas (2010-2012)”. Para as análises e conclusões, considerou-se a teoria democrática contemporânea relativamente às questões de espaço social e de gênero, na arena política. Palavras-chave: mulheres, política, empoderamento, práticas, gênero. COMPETIÇÃO ELEITORAL E O PROCESSO DE REPRESENTAÇÃO FEMININA NO BRASIL: CANDIDATURA E VOTOS NAS ELEIÇÕES PROPORCIONAIS DE 2010 MARIA LUZIA MIRANDA ÁLVARES FRANCIELCIO FERREIRA BELUCIO Resumo Considerando o processo de lutas e conquistas aplicadas na ruptura à sub-representação das mulheres, constatado em nível mundial, a proposta deste estudo é avaliar a distribuição do número de candidaturas femininas nas 27 unidades da Federação e do DF, nas eleições proporcionais de 2010, incorporando outras variáveis: o número de votos recebidos pelas candidatas; número de eleitas; comparativo do número de votos pelas unidades federativas, com base na distribuição geográfica no país. Espera-se construir um mapa temático a partir de um estudo estatístico enfatizando as correlações entre as caracteristicas adscritas (sexo e idade) e adquiridas (escolaridade e ocupação) vis-à-vis o número de votos recebidos, para avaliar o ordenamento das características pessoais contributivas para a elegibilidade das mulheres. O artigo seguirá a metodologia da análise institucional objetivando testar, com modelos estatísticos adequados, a hipótese da elegibilidade das mulheres
  • 25. 23 como função das características pessoais da candidata. Outra hipótese avaliará a eficácia das mudanças advindas com a Lei 12.034/2009, pela substituição do termo “reservar” para “preencher”, ênfase no caráter obrigatório da distribuição de vagas de candidaturas partidárias. Palavras-chave: Democracia; eleições; sub-representação feminina; candidaturas; cidadania.
  • 26. GT 3 MULHER, RELAÇÕES DE TRABALHO, MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO COORDENADORAS: CRISTINA MANESCHY (PPGSA) DENISE CARDOSO (PPGSA)
  • 27. 25 GT3 - MULHER, RELAÇÕES DE TRABALHO, MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO Coordenadoras: Profa. Maria Cristina Maneschy Profa. Denise Cardoso DIA 24.09 (QUARTA): 14H- 16H15 Sessão 01 – Trabalho, práticas tradicionais rurais e ribeirinhas TRABALHO FEMININO E RELAÇÕES DE GÊNERO NA FEIRA DO AÇAÍ BELÉM-PA MAYARA GONÇALVEZ LIMA; CARMEM IZABEL RODRIGUES Resumo Esta pesquisa apresenta reflexões sobre relações de gênero na Feira do Açaí, pertencente ao complexo do Ver-O-Peso uma das mais importantes feiras da América Latina. O espaço de trabalho está marcado por números superiores de homens em relação às mulheres, buscou-se analisar o trabalho feminino no contexto das relações de gênero, divisão sexual do trabalho e informalidade. Considerando a predominância masculina nas atividades desenvolvidas, investigou-se dados sobre a participação feminina no ambiente da feira a partir de observações participantes e relatos de histórias de vida que constataram a presença de mulheres especialmente ligadas a funções relacionadas a vendas de alimentos. O estudo mostra que as funções realizadas pelas trabalhadoras da feira estão ligadas aos serviços de cunho domésticos; as perspectivas de gênero questionam a naturalização construída socialmente de que o trabalho da mulher é inerente ao ambiente doméstico. Segunda a prefeitura de Belém apenas no mês de abril a feira faturou 16 milhões de reais rendimento concentrado entre os homens. Confirmando que as mulheres estão vinculadas quase exclusivamente nos serviços reprodutivos e pela tradição do local menos valorizado. Os estudos de gênero se preocupam em mostrar que os papeis masculinos e femininos não são fruto do „destino biológico‟, os processos são oriundos das relações sociais, históricas e culturais. Relações de gênero. Divisão sexual do trabalho. Informalidade. RELAÇÕES DE GÊNERO E TRABALHO: PERCEPÇÃO DAS MALVICULTORAS DA ILHA DO VALHA-ME DEUS – JURUTI/PA
  • 28. 26 MAYARA VIANA DE LIMA; SANDRA HELENA DA SILVA; NADMA OLIVEIRA DE AZEVÊDO Resumo Este trabalho teve por objetivo revelar as percepções das mulheres trabalhadoras no processo produtivo da fibra vegetal de malva sobre as relações de gênero e trabalho dessa produção realizada na localidade Ilha do Valha-me Deus – Juruti/PA. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre o processo histórico da produção das fibras no contexto brasileiro, particularmente na região amazônica, e sobre os temas de: gênero, ser mulher, divisão sexual do trabalho. Como abordagem metodológica foi utilizado o método qualitativo, a partir do qual foram realizadas entrevistas com roteiro de perguntas com cinco (05) cultivadoras de malva da localidade estudada no período de agosto de 2012 a junho 2013. Os dados foram analisados com base no referencial teórico da pesquisa, sendo os principais autores utilizados acerca do processo de produção das fibras: Homma (2010), Noda (2010), Pinto (2010) e Witkoski (2010); quanto às temáticas gênero e trabalho das mulheres rurais os principais autores referência foram: Torres (2005), Silvan (2011), Rossini e Calió (2011), Hernández (2009), Silva e Schneider (2003). Como resultados da pesquisa, identificamos as condições socioeconômicas e culturais das mulheres pesquisadas, apontamos as suas relações de trabalho no contexto do processo produtivo da malva e observamos a ocorrência de uma divisão sexual do trabalho no âmbito familiar que se estende à produção das fibras na medida em que se tem a dualidade entre atividades consideradas “leves” atribuídas às mulheres e “pesadas” destinadas aos homens. Constatamos ainda o papel relevante das mulheres no processo produtivo da fibra de malva que ocorre no âmbito da agricultura familiar. O trabalho delas contribui fundamentalmente em toda produção da fibra, o que justifica a necessidade de dar apoio e visibilidade ao trabalho da mulher na agricultura familiar, e por extensão, em todos os setores sociais e econômicos. Palavras-Chaves: Relações de trabalho. Gênero. Ma A INVISIBILIDADE DO TRABALHO DA MULHER RIBEIRINHA NA AMAZÔNIA: UM ESTUDO COM AS MULHERES DA COMUNIDADE FREGUESIA DO RIO ANDIRÁ/BARREIRINHA-AM SANDRA DAMASCENO DA ROCHA; CARMEN DE SOUZA; VANESSA RODRIGUES DE SOUSA Resumo
  • 29. 27 O presente artigo objetiva apresentar a realidade do trabalho da mulher ribeirinha da Comunidade Freguesia do Rio Andirá/Barreirinha-AM. O estudo é produto de ações de extensão da Universidade Federal do Amazonas - Campus Parintins - Projeto Mulher N‟ativa - com a parceria do MEC/SESU realizado no ano de 2012/2013. O Projeto visou fortalecer a organização sociopolítica das mulheres ribeirinhas desta Comunidade, contribuindo com instrumentais teóricos e práticos que estimulem a autonomia econômica e autogestão sustentável de suas atividades econômicas, de modo a estimular o empoderamento socioeconômico das comunitárias envolvidas. Como recursos metodológicos utilizamos a observação participante para uma aproximação com a realidade vivenciadas por essas mulheres, e também a realização de “oficinas” para intervir na realidade das mesmas, as temáticas da oficinas foram relacionadas a gênero, desigualdade e organização comunitária das mulheres; e oficinas de capacitação técnica de Corte e Costura e artesanato (fuxico). Diante das atividades realizadas com as mulheres, percebe-se que a situação vivenciada por elas reflete a realidade de grandes parcelas das mulheres ribeirinhas amazônicas caracterizadas pelo alto grau de dependência em relação aos seus parceiros e da falta de alternativas de atividades produtivas, gerando formas graves de desigualdades nas relações de gênero nas famílias. Por meio do trabalho de intervenção realizado, vislumbramos um despertar das mesmas, no sentido da organização e participação coletiva para o desenvolvimento de atividades produtivas e para o seu auto reconhecimento como sujeito de direitos, despertando formas inovadoras de participação política em suas comunidades. Palavras- Chave: Gênero. Amazônia. Mulher Ribeirinha. AS MULHERES E O TRABALHO NA PESCA: O CASO DAS PESCADORAS DE SÃO FRANCISCO DO BOIA, RDS MAMIRAUÁ, AM GÉSSICA DA SILVA MIRANDA; EDNA F. ALENCAR; ISABEL SOUSA Resumo O presente trabalho analisa a participação das mulheres da comunidade de São Francisco do Boia, localizada na RDS Mamirauá, estado do Amazonas, em atividades de pesca, destacando alguns aspectos do trabalho e modo de vida. O estudo é parte de uma pesquisa maior cujo objetivo é caracterizar o trabalho e elaborar o perfil sociodemográfico das mulheres que participam de projetos de manejo de recursos pesqueiros na RDS Mamirauá. O estudo usou metodologias qualitativas e quantitativas, e técnicas da pesquisa etnográfica como a observação participante, com realização de entrevistas e contato prolongado com o grupo alvo, além de registros fotográficos. Foi
  • 30. 28 realizado um diagnóstico sociodemográfico com informações sobre associativismo, número de filhos, escolaridade, renda, acesso a políticas públicas, recebimento de bolsas de programas sociais, dentre outros. Foram entrevistadas 15 mulheres e 1 homem visando para conhecer as atividades de pesca nas quais elas estão envolvidas (se consumo familiar ou venda), os tipos de pescarias, os locais, suas rotinas diárias, as dificuldades que encontram no trabalho da pesca e as perspectivas de superá-las. A participação na pesca manejada do pirarucu ocorre em parceria com os homens e além de contribuir para a conservação de recursos pesqueiros, também garante uma renda para o sustento da família. O protagonismo das mulheres na vida política da comunidade contribui para dar visibilidade ao seu trabalho, e visa buscar melhorias nas condições de vida da família. .Palavras-chave: Gênero. Trabalho. Pesca. Ambiente. Recursos Naturais
  • 31. 29 DIA 24.09 (QUARTA): 16H30- 18H Sessão 02 – Participação e Protagonismo AÇÃO DE MULHERES: “MULHERES EM AÇÃO” O PROTAGONISMO DAS PESCADORAS DA COLÔNIA DE PESCADORES Z-32 DE MARAÃ, ESTADO DO AMAZONAS EDNA F. ALENCAR; ISABEL SOARES DE SOUSA; SANDRA PEREIRA PALHETA Resumo Este trabalho analisa as estratégias utilizadas pelas mulheres pescadoras filiadas à Colônia Z32 de Maraã, AM, para ocupar um espaço politico, estimular a organização dos pescadores/as e sua inclusão na cadeia produtiva da pesca. Os dados analisados são de entrevista realizada com três lideranças femininas da Colônia, e fazem parte de uma pesquisa cujo objetivo é caracterizar o trabalho e elaborar o perfil sociodemográfico das mulheres que participam de projetos de manejo de recursos pesqueiros nas RDS Mamirauá e Amanã, AM. A análise dos dados, apoiada na teoria sobre gênero e participação politica, permite refletir sobre as relações de gênero no contexto da Z-32, e como as mulheres se articulam politicamente para defender seus direitos e da categoria como um todo; transpondo as barreiras de gênero, historicamente impostas. Nos últimos dez anos as mulheres tem exercido um papel atuante no contexto da Z-32, ocupando cargos na organização política da entidade, participando de atividades de pesca e no projeto de manejo de recursos pesqueiros. As lideranças fizeram um breve histórico de suas lutas pelo reconhecimento perante a comunidade, e na negociação com agencias do Estado visando melhorias coletivas da categoria. Seu protagonismo resultou na criação do Grupo de Mulheres em Ação, que é uma força política e mobilizadora importante dentro da Colônia; buscando atender os anseios do coletivo, como a candidatura de uma mulher à presidência da entidade. A análise ainda é de caráter exploratório, uma vez que a pesquisa ainda está iniciando. Palavras Chaves: Gênero. Participação. Política. Manejo de Pesca.
  • 32. 30 MULHERES MERCANTES: GÊNERO E GERAÇÃO GEISA COSTA COÊLHO ; DENISE MACHADO CARDOSO Resumo O estudo teve como objetivo examinar as relações de gênero a partir da participação das mulheres em ambiente eminentemente masculino. A pesquisa foi focada a partir de relatos das embarcadas; mulheres mercantes que desenvolveram sua formação em escolas militares e o inicio de sua vida profissional em navios. Por esta situação elas circulam entre suas casas “em terra” e os navios, em períodos de embarques e desembarques. A pesquisa deu-se a através analise qualitativa, considerando os relatos das próprias mulheres mercantes sobre o cotidiano dentro e fora do navio. O referencial teórico desenvolve-se em estudos da Antropologia da Educação e aos Estudos de Gênero e Trabalho; abordando Juarez Dayrell, Mary Douglas, Simone de Beauvoir, Joan Scott, Marx. Foram utilizadas entrevistas semiestruturadas, conversas pessoais e através de internet; sendo possível conhecer suas percepções, motivações e expectativas, desde o momento da formação nas escolas até o embarque, abordando as mudanças entre as gerações desde a primeira turma de mulheres na escola. Podemos concluir que suas escolhas e opiniões envolvem a análise da relação entre a vida familiar e os altos salários da área; a valorização do profissionalismo e o trabalho remunerado, acreditando que podem organizar a vida familiar com o marido mesmo estando “embarcada”, mas que isso é improvável no caso da maternidade, onde acreditam no ideal de trabalhar na vida naval mas “em terra”, “desembarcadas”. A legislação para a maternidade na marinha mercante ainda há de ser construída; as mulheres entraram nesse ramo acreditando em sua capacidade, porém não acreditam totalmente na equidade de gênero nesse ambiente; buscam uma “adequação” dos papéis entre homens e mulheres para um satisfatório desenvolvimento da relação maternidade e trabalho. Palavras chave: gênero, trabalho, navio, marinha mercante. AS “BALDEIRAS” DO AREIÃO: MULHERES QUE TRABALHAM, VIVEM E CONTAM SUAS HISTÓRIAS NAS FESTAS DE APARELHAGENS. HELIANA RODRIGUES DE BITENCOURT Resumo O presente trabalho é um recorte de minha pesquisa intitulada “O Areião: Lugar de Sociabilidade e Pertencimento na Ilha de Outeiro”, no qual analiso o trabalho desenvolvido pelas “baldeiras”, mulheres que vendem cervejas em baldes dentro da casa de show: o Areião, na Ilha de Caratateua, popularmente chamada de Ilha do Outeiro, localizada aproximadamente a 27 Km de Belém. A
  • 33. 31 pesquisa se pauta em entrevistas com tais mulheres e observações efetuadas dentro da referida casa de show durante seu funcionamento aos domingos e segundas-feiras. As festas de Aparelhagem ocorrem há mais de 48 anos na Ilha e representam uma expressão de cultura local que se atrela ao próprio desenvolvimento econômico-cultural da Ilha. É neste contexto que as “baldeiras” exercem suas funções de trabalho, sociabilidade e lazer. Carregam seus baldes pesados no interior das festas e mesmo assim, continuam sendo: mulheres, mães, avós que constroem e resignificam suas histórias no interior das festas de Aparelhagens. Palavras-chave: Baldeiras. Areião. Ilha de Outeiro A TRANSVERSALIDADE DE GÊNERO NAS POLÍTICAS PÚBLICAS TAINÃ DE SÁ PORTO Resumo O presente trabalho aborda a incorporação da transversalidade de gênero nas políticas públicas brasileiras, evidenciando as indicações de reconhecimento das diferenças de gênero, bem como as contribuições para a redução das desigualdades entre homens e mulheres. Este trabalho apresenta como objetivo refletir sobre a inclusão da dimensão de gênero na formulação e implementação das políticas públicas no país. Como procedimento metodológico, utilizou-se informações disponíveis em sites oficiais do governo e para a interpretação dos dados divulgados foi realizada pesquisa bibliográfica concernente ao tema. Os resultados deste trabalho confirmam que a intervenção estatal nas questões relacionadas ao gênero e a mulher concentra-se na implementação de políticas públicas para mulheres, desconsiderando o aspecto relacional entre os sexos e seus antagonismos. Constatou-se que a incorporação da perspectiva igualitária de gênero via políticas públicas ainda é insuficiente. PALAVRAS-CHAVE: Gênero. Políticas públicas. Política de gênero. Políticas para as mulheres.
  • 34. 32 DIA 25.09 (QUINTA FEIRA): 14H-16H Sessão 01 – Trabalho e Saúde A SAÚDE DA MULHER TRABALHADORA ACOLHIDA NO CENTRO DE REFERÊNCIA ESTADUAL – CEREST/PARÁ: ELEMENTOS PARA REFLEXÕES NELCELI SILVA MELO; VERA LÚCIA BATISTA GOMES; CARLA CAROLINE BARISÃO DE SOUZA Resumo Este artigo resulta de estudos sobre as mudanças que vem ocorrendo no mundo do trabalho nas últimas décadas, com repercussões na saúde dos/as trabalhadores/as. Mesmo que certas doenças do trabalho tenham sido investigadas antes do capitalismo industrial, com a consolidação deste modo de produção, as formas de adoecer/morrer pelo trabalho se intensificaram, chamando a atenção de empresários, devido a queda da produtividade e do movimento social que se organizou para lutar por mudanças no trabalho. No Brasil, com a promulgação da Constituição, em 1988, instituíram mudanças nesse quadro, ao se conceber a saúde como decorrente de vários fatores, inclusive o trabalho. Apesar das mulheres terem várias conquistas voltadas para a proteção do trabalho (creche, licença maternidade, etc.), expressas em leis, constata-se que na política de saúde ainda não se tem a atenção necessária, ao considerar a sua expressão na divisão social e técnica do trabalho. Este artigo objetiva contribuir para o debate e reflexões sobre a realidade da mulher vitimada por acidentes de trabalho/doenças ocupacionais atendida no serviço de acolhimento do CEREST-Pará, pois a discussão sobre a saúde do trabalhador no Pará, ainda ocorre de forma generalista e os serviços de saúde oferecidos não têm enfatizado a questão de gênero. Baseia-se em dados secundários cujas fontes são as 340 fichas de acolhimentos, do período de 2008 a 2013, e em relatórios do monitoramento deste serviço. As mulheres representam 32,65% (111) dos acolhimentos, sendo que a maioria trabalha no setor público, possui entre 31 a 50 anos de idade; nível médio e superior completo. Foram contratadas para desenvolver atividades tradicionalmente femininas, a exemplo de professora e técnica de enfermagem e, apresentam agravos na saúde decorrentes de acidente de trabalho e assédio moral.
  • 35. 33 PALAVRAS-CHAVES: Trabalho. Saúde do Trabalhador. Mulher Trabalhadora. Adoecimento pelo Trabalho. SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL EM COMUNIDADE NA AMAZÔNIA: PAPEL DOS GÊNEROS NA ALIMENTAÇÃO SILVANA RODRIGUES GOUVEIA DO CARMO Resumo A promoção da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) é imprescindível ao direito à vida, por isto, coloca-se à mesa o debate dos papéis dos gêneros envolvidos. Objetivo: estudar as estratégias de SAN, desenvolvidas pela Comunidade Nova Vida em Barcarena/PA, após vivenciarem dois processos de deslocamentos compulsórios. Metodologia: a pesquisa é do tipo qualitativa, amostra intencional de pessoas que passaram pelos dois deslocamentos. Os instrumentos de pesquisa foram entrevista semiestruturada e observação direta. Conclusões: Os deslocamentos foram determinantes para o processo de transição nutricional, na ressignificação das práticas alimentares bem como, influenciou nos modos de vida da comunidade, antes ribeirinha, para um cotidiano mais urbanizado, onde a divisão de tarefas adquire novos arranjos. As práticas de agricultura, coleta de frutos, cultivo de plantas em quintal eram exercidas com frequência pelas mulheres, haja vista que, era de praxe o homem passar meses longe de casa, “fora” em atividades pesqueiras. Atualmente, a mulher desenvolve atividades domésticas, cuida das plantações, costura e profissionalizam-se em pedagogia e técnico de enfermagem. Enquanto que os homens passaram a se ocupar de atividades como a produção agrícola, vínculo empregatício em empresas de mineração ou em prestadoras de serviços. Infere-se que, o caso pode representar uma forma de resistência política e social que privilegiou a solidariedade e a união familiar para garantir a SAN, mas que não está alheia às transformações culturais, sociais e econômicas, uma vez que, percebe-se processo de transição nutricional que perpassam o cotidiano de comunidades locais, provocados pelos impactos de reestruturação produtiva em curso na Amazônia. Palavras-chave: Segurança alimentar. Gêneros. Comunidade. Deslocamentos.
  • 36. 34 REMÉDIOS DA TERRA E DO MATO”: MULHERES QUE CURAM NA AMAZÔNIA TOCANTINA TATIANE DO SOCORRO CORREA TEIXEIRA Resumo O presente estudo tem como objetivo analisar o fenômeno das práticas de curas com plantas medicinais com mulheres na região do baixo Tocantins em especial em Igarapé-Miri e Cametá, focalizando como nas cidades as práticas de curas tem se constituído como um prolongamento das práticas realizadas nos rios e matas da Amazônia tocantina, estando entre elas conectadas, trazendo para a cidade esses saberes e práticas herdadas de seus antepassados. Assim, através da pesquisa observou-se como se estabelecem os saberes dessas mulheres sobre as plantas, além disso verificou-se como é realizado a coleta, a manipulação, o uso adequado e o valor medicinal dessas plantas. Para tanto, utilizou-se como apoio teórico e metodológico os estudos de autores que tratam desta questão, dentre os quais destaco: PINTO (2010), MAUÉS (2009), WAWZYNIAK (2008) LANPLATINE (1998). Além, de fontes escritas, imagéticas e orais, mediante a observação participante e entrevistas e conversas informais com “as mulheres que curam” podemos afirmar que a maioria das pessoas utilizam plantas e ervas na preparação de remédios, benzeções, massagens e no cuidado de mulheres nos momentos que antecedem o parto e no pós-parto. Tal metodologia auxiliou no conhecimento, tanto do uso das plantas medicinais, quanto as diferentes práticas desenvolvidas por mulheres que são procuradas constantemente por aqueles que necessitam de sua ajuda e que por isso tornam-se respeitadas e valorizadas, sendo vislumbradas como “mulheres que curam” por meios dos seus remédios da terra e do mato. Palavras Chave: Prática de Cura. Mulheres. Amazônia Tocantina.
  • 37. 35 MULHERES E O PERFIL DOS CATADORES DE RESÍDUOS SÓLIDOS RECICLÁVEIS DE UMA COOPERATIVA, EM BELÉM, PARÁ GEISE SANTA ROSA DE OLIVEIRA; MARIA CRISTINA MORAES; CLÁUDIO LUIS AMARO DE OLIVEIRA Resumo O consumo excessivo de bens descartáveis tem gerado uma grande quantidade de resíduos sólidos. Nesse contexto, a coleta desses materiais surge como uma estratégia de sobrevivência para muitos indivíduos excluídos do mercado formal de trabalho. Como fonte primária foram aplicados 30 questionários, com os trabalhadores da Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis da Terra Firme - CONCAVES, localizada no bairro Montese, município de Belém, Estado do Pará que objetivaram a coleta de variáveis referentes ao perfil socioeconômico dos indivíduos amostrados. Os dados secundários tiveram como principal fonte a literatura referente ao objeto abordado, bem como as leis referentes à política relacionada a esse assunto.A criação de Políticas públicas voltadas à questão dos resíduos sólidos e à valorização dos catadores desses materiais tem sido um passo decisivo no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos ocasionados pelo manejo inadequado desses resíduos, bem como ao incluir os catadores de materiais recicláveis, eles sentem-se mais valorizados por ter a oportunidade de obter a melhoria das condições de trabalho, ampliação das oportunidades, da inclusão social e econômica e expansão da coleta seletiva de resíduos sólidos. Palavras-chave: Resíduos sólidos. Perfil dos catadores. Gênero.
  • 38. GT 4 GÊNERO, ARTE/COMUNICAÇÃO, LITERATURA COORDENADORAS: EUNICE SANTOS (ICED) IZABEL MARIA DA SILVA (ILC)
  • 39. 37 GT 4 - GÊNERO, ARTE/COMUNICAÇÃO, LITERATURA A REPRESENTAÇÃO FEMININA NOS ANÚNCIOS DOS JORNAIS “A PALAVRA” E “FOLHA DO NORTE” (1939- - 1945) FLAVIANA MORAES PANTOJA Resumo O objetivo deste trabalho é analisar alguns anúncios e propagandas voltados para o público feminino que circulavam em dois dos principais jornais de Belém do Pará em pleno período da Segunda Guerra Mundial: o diário A Folha do Norte e o católico A Palavra. Além disso, a partir das características distintas dos jornais escolhidos para esta pesquisa, buscamos refletir sobre as representações de práticas cotidianas das mulheres a partir de anúncios, bem como artigos e noticias em que a figura feminina é protagonista, visando pensar acerca de um perfil aproximado do ―ser mulher durante a década de 40 do século XX, publicados em dois jornais paraenses Folha do Norte e A Palavra no período da Segunda Guerra Mundial. Para que esta pesquisa pudesse ter sido realizada, a leitura minuciosa artigos, anúncios e propagandas que estamparam as páginas dos jornais A Folha do Norte e A Palavra, teve que ser feita levando em conta as características e históricos dos próprios periódicos que serviram com fonte principal para esta produção. Deste modo, a leitura de catálogos e trabalhos sobre o uso de jornais como fontes foram essenciais para a conclusão do mesmo. Além disso, importantes obras sobre o estudo das relações de gênero, como as de Mary Del Priori para a historiografia e de Dulcília Helena Buitoni para a comunicação, deram grande suporte teórico e metodológico para que este estudo pudesse ser concluído. Cabe ressaltar que, embora este não seja um trabalho que se proponha à uma leitura técnica sobre propagandas e anúncios, tomou-se como importante a análise da representação da figura feminina nas propagandas apresentadas nele. Com podemos obter como conclusão que os anúncios e propagandas direcionados ao público feminino presentes nos jornais A Palavra e A Folha do Norte muito nos mostram mudança no pensamento a respeito da vida pública e íntima das mulheres. Além disso, notamos que a própria imprensa também se mostrava preocupada com o comportamento da mulher. Seja a mulher do lar e da família, exaltada pela A Palavra, ou mesmo a “Nova Mulher” enaltecida e encorajada pelas páginas do Folha do Norte. >>RODA DE CONVERSA SOBRE O TEMA DA LINHA DE PESQUISA<<
  • 40. GT 5 GÊNERO, SAÚDE E VIOLÊNCIA COORDENADORAS: EUNICE GUEDES (FAPSI) MARIA LÚCIA LIMA (ICED)
  • 41. 39 GT 5 - Gênero, saúde e violência Coordenadoras Profª. Maria Eunice Figueiredo Guedes Profª. Maria Lucia Lima Dia 24/09/2014 14:00 às 16:15 horas: Sessão 01 - Gênero e práticas em saúde DIREITOS HUMANOS NEGADOS: RELAÇÕES ENTRE A SAÚDE DA MULHER NEGRA E O RACISMO INSTITUCIONAL CAMILA SILVA SOUZA; TAINARA LÚCIA PINHEIRO; ZÉLIA AMADOR DE DEUS Resumo Na saúde, o racismo vincula-se as maiores taxas de adoecimento e mortes por causas evitáveis, a maior carga dessas doenças se deve a dificuldade em acessar as ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde. Nesse contexto, o conceito de racismo institucional aponta para as formas como o racismo participa das ações coletivas e como as instituições públicas e privadas se organizam para responder aos interesses do grupo social dominante em detrimento de outros segmentos sociais. No caso das mulheres negras, além do racismo, cada uma vivencia vantagens e/ou desvantagens sobre as diferentes identidades que trazem em si. O estudo pretende abordar estas relações. A metodologia utilizada para a construção deste artigo compreende dois momentos, leitura e análise bibliográfica. Palavras-chaves: Saúde. Racismo. Mulher Negra. Gênero. ATENDIMENTO HUMANIZADO ÀS MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA: A PERCEPÇÃO DAS MULHERES ATENDIDAS NA DELEGACIA ESPECIALIZADA DE PARINTINS/AM GISELE TAVARES; MICHELE RODRIGUES; NAYARA VIEIRA; VANESSA RODRIGUES Resumo
  • 42. 40 O presente artigo buscou analisar o atendimento prestado pela Delegacia Especializada de Parintins às mulheres em situação de violência a partir da percepção dessas mulheres sobre os serviços. Para a obtenção dos dados, foi realizada a pesquisa de campo em janeiro de 2014, objetivando aplicar um roteiro de entrevistas semiestruturadas com dois profissionais da delegacia – a assistente social e o escrivão, e com 05 mulheres atendidas pela instituição. A pesquisa evidenciou, na fala das mulheres, a fragilidade na estrutura da delegacia e no atendimento as mulheres, haja vista que a delegacia é o único serviço especializado existente no município, no entanto, não possui uma equipe multidisciplinar, como o psicólogo, mas somente uma assistente social. Ao observar o atendimento recebido pelas mulheres na delegacia de Parintins, notou-se que na maioria das vezes as mulheres ao registrar a ocorrência contra o agressor sofrem descaso por parte dos atendentes na DEAMs, tornando-se um empecilho para as mulheres na continuidade do processo. Um dos elementos que contribuem para essas práticas é resultante da falta de uma estrutura física para a Delegacia Especializada, haja vista que a instituição divide o mesmo espaço da Delegacia Civil do município, e muitos dos atendentes não possuem um conhecimento profundo sobre as questões de gênero em se tratando da violência contra a mulher. Partindo do princípio de que a delegacia é a porta de entrada no qual as mulheres realizam a denúncia, fica evidente a importância de um atendimento humanizado à mulher, pois é a partir do atendimento humanizado que será garantido os direitos das mulheres. Palavras-chave: Violência. Mulher em situação de violência. Delegacia Especializada. Atendimento humanizado. OS DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS COMO MODO DE DESCONSTRUÇÃO DA CULTURA DO ESTUPRO EVELYN LIMA DE ANDRADE Resumo A culpabilização da vítima, a mídia que objetifica o corpo da mulher, comportamentos machistas passados de geração em geração são apenas alguns tipos do modus operandi da cultura do estupro. A partir de um estudo da cultura do estupro será possível desconstruí-la, através da efetivação dos direitos sexuais e reprodutivos no seio da sociedade. Mas como começar? O objetivo deste trabalho é organizar princípios das áreas de Direito e Saúde sobre sexualidade e reprodução para que sejam voltados à desconstrução da cultura do estupro. Desta forma, utilizando-se de bibliografia específica, será possível concluir que a cultura do estupro está intimamente ligada ao padrão
  • 43. 41 machista e patriarcal de nossa sociedade, e, então, começar a se delinear maneiras para a quebra de tal paradigma. Os direitos sexuais e reprodutivos deverão explicar e oferecer soluções para que casos de violência física, sexual, moral e verbal possam ser desmantelados, refazendo uma sociedade mais igualitária e justa para mulheres e homens. A Convenção Interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher (Convenção de Belém do Pará, de 1994) foi um importante passo no aprofundamento destes direitos e o início de possíveis soluções para essa cultura opressora e ameaçadora às mulheres. A autonomia de decidir sobre a prole, momento, oportunidade e desejo de se ter ou não filhos (direitos reprodutivos) e de sua liberdade sexual, com integridade, não discriminação, privacidade, prazer e respeito (direitos sexuais) são elementos ensejadores de uma política desconstrutora da cultura do estupro. Palavras-chave: cultura do estupro, direitos sexuais, direitos reprodutivos, violência contra a mulher, saúde sexual e reprodutiva. PRÁTICAS DE CURA EM BELÉM: GÊNERO E SAÚDE CIRCUNSCRITOS NO UNIVERSO DA CURA NOS PRIMEIROS ANOS DE SÉCULO XX. ELAINNE CRISTINA MESQUITA Resumo O presente texto consiste em análises pontuais sobre as práticas de cura médicas aplicadas a mulheres em Belém-PA nos primeiros anos do século XX. Para ampliação do debate foram utilizados como fontes primárias artigos publicados na revista científica Pará-Médico, em inícios do século XX. Observou-se que as transformações dos saberes médicos sobre os corpos e as doenças que atingiam as mulheres trouxeram novos significados para as práticas de cura, métodos foram implementados, medicamentos administrados e exames modernos foram experimentados para adentrar com mais profundidade na seara das doenças femininas, tencionando os campos éticos, morais, dos saberes populares e cientificistas. Curar mulheres e seus males também consistiu em lidar com práticas curativas específicas, por vezes insipientes e experimentais que minadas de relações de poder circunscreveram determinadas práticas e medicamentos nos campos das tensões relacionais do gênero.
  • 44. 42 Palavras-Chaves: Práticas de cura. Saúde. Medicina. Gênero. DIA 24/09/2014 16h30- 18:00 Sessão 02 - Diversas formas de violência de gênero DESIGUALDADE DE GENERO E VIOLENCIA: A SITUAÇÃO DA MULHER AS MARGENS DOS RIOS E FLORESTAS DO MUNICÍPIO DE BREVES/MARAJÓ. SOLANGE PEREIRA DA SILVA RESUMO O presente artigo intitulado como “Desigualdade de Gênero, Trabalho e Violência: A situação da mulher as margens dos rios e florestas do município de Breves/Marajó”, tem como finalidade apresentar os resultados do Projeto de Extensão, “Mulheres vivas das matas do Marajó: rompendo com as desigualdades, gerando autonomia e igualdade no campo, na floresta e nos rios”. Aprovado pela Proex no ano de 2012 pela Universidade Federal do Pará – e aplicado pelo Campus de Breves/Marajó, na Comunidade Santa Izabel do Rio Jupatituba no período de 12 meses, teve como objetivo, realizar atividades socioeducativas com grupo de mulheres da sobre a violação de seus direitos; identificar as formas violação dos direitos contra as mulheres; discutir com o grupo de que forma a relação de gênero está atrelada a violência contra mulher; promover discussões com relação às políticas que estão em defesa dos direitos das mulheres; O grupo de mulheres era composto vinte mulheres com faixa etária de 18 a 60 anos, vítimas da violação dos seus direitos em suas próprias famílias, principalmente a violência física, sexual e psicológica. O projeto contou com duas bolsistas, acadêmicas do curso Pedagogia e Serviço Social e foi realizado com a colaboração de acadêmicos da UFPA – Campus de Breves/Marajó, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e Secretaria de Assistência Social. Palavras Chaves: Gênero – Patriarcado – Violência contra mulheres – Violação dos direitos das mulheres – Extensão Universitária.
  • 45. 43 A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER IDOSA LARISSA LESSA BARATA GUARANY; ALMYR CARLOS DE MORAIS FAVACHO Resumo Dados da Promotoria de Justiça de Defesa da Pessoa com Deficiência e do Idoso do Ministério Público do Estado do Pará (PJDI-MP/PA) revelam que a cada três idosos atendidos pela promotoria no ano de 2013, dois eram do sexo feminino, sendo assim, diante deste fato alarmante, o objetivo deste artigo é identificar quais as causas deste fenômeno, da feminização da violência, bem como os agressores, os locais de violações e suas formas de manifestação. Para tanto utilizamos como metodologia o levantamento de dados estatísticos junto aos livros de registros da PJDI-MP/PA e da pesquisa bibliográfica para melhor interpreta-los, além de entrevistas com a assistente social da referida promotoria. Concluímos que o principal agressor é o filho, com idade entre 41 e 50 anos e que as dificuldades econômico/financeiras, stress por parte dos cuidadores, além da falta de assistência do estado a família e ao idoso são alguns dos principais fatores que propiciam a violência. As violências acontecem principalmente dentro dos lares, no seio familiar, por pessoas com as quais o idoso mantinha uma relação de confiança. Suas formas de manifestação podem ser: psicológica, física, sexual, financeira, abandono, negligência, dentre outras. O ABUSO SEXUAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DO GÊNERO FEMININO E OS MEIOS JURÍDICOS DE ENFRENTAMENTO A ESSA PRÁTICA ERIKA SOUZA PAMPLONA Resumo A proposta do artigo é discutir o abuso sexual de crianças e adolescentes, em especial no gênero feminino, a partir da proteção jurídica e de uma abordagem intrafamiliar do problema, a fim de que se compreenda a importância de uma intervenção jurídica social de uma forma coesa em todos os membros da família, uma vez que estes também são vítimas da agressão, fazendo-se necessária a intervenção de diversos profissionais no intuito de minimizar os danos sofridos, e na orientação para prevenção social e familiar e não somente a sanção jurídica. Por meio da literatura médica e jurídica expor os conceitos de abuso sexual e violência doméstica, os quais muitas vezes são deturpados, dificultando com isso maior entendimento sobre a temática e o combate à violência em questão, além das consequências e a importância da tutela judicial no intuito de coibir essa violência e orientar profissionais e a população em geral. Através de dados do Ministério da Saúde e da Secretária de Direitos Humanos da Presidência, o trabalho propõe-se a demonstrar a incidência
  • 46. 44 maior de abuso sexual em crianças e adolescentes do gênero feminino e quais os seus maiores agressores, e quais os dispositivos jurídicos à disposição da sociedade que combatem essa prática que degrada o âmbito físico, psíquico e moral, do segmento mais vulnerável da sociedade. Com o objetivo de direcionar políticas públicas de maior proteção e enfrentamento da violência que atinge esse grupo de risco. Palavras-chave: Abuso Sexual. Gênero Feminino. Consequências. Proteção Jurídica. VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, QUEM METE A COLHER?”: TRAJETÓRIA DE LUTAS DAS MULHERES DA VILA DA BARCA, BELÉM (PA) SIMONE NONATO MIRANDA Resumo A violência contra a mulher, fenômeno historicamente silenciado pela ideologia patriarcal a partir do sistema de dominação - exploração passa a ser denunciado pelo movimento feminista na década de setenta enquanto questão pública, política e social. Nesse sentido, o estudo objetiva analisar como as Mulheres Provedoras da Família compreendem o papel da Educação na Prevenção e Combate a Violência contra a Mulher na Vila da Barca. A abordagem da pesquisa é qualitativa, realizou-se um estudo de caso com mulheres moradoras que viveram ou vivem em situação de violência. A coleta de dados foi realizada através da entrevista estruturada, sendo realizada a análise de conteúdo segundo Bardin (1979). A pesquisa revela que a prática da violência contra mulheres é um fenômeno perverso produto das desigualdades entre os gêneros. As trajetórias das mulheres da barca demonstram as singularidades envolvidas nessas relações conflituosas, embora por vezes as mesmas se vejam sem saída para romper com o ciclo de violências, elas lutam, resistem e revidam. Os preconceitos associados às mulheres em situação de violência como a dependência econômica, o alcoolismo, a baixa escolaridade são estilhaçados pelas trajetórias de Alice, Bela e Lilian que se reconhecem como sujeitos ativos no processo de enfrentamento à violência, recusando a posição de vítimas. Consideramos que em relação ao papel da Educação na prevenção e combate à violência contra a mulher, às entrevistadas pontuam como fundamental, nas relações sociais entre os gêneros, por promover o diálogo e respeito. A educação deve fomentar a transformação social, homens e mulheres não devem ser socializados como desiguais, mas como sujeitos históricos, sociais e políticos com autonomia e liberdade. As relações sociais construídas e o processo de educação dos gêneros precisam incluir o respeito mútuo, a defesa da vida e a igualdade nas relações sociais como alicerces no enfrentamento a violência. Palavras-chave: Gênero. Violência Contra a Mulher. Educação.