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Superintendência Estadual do Meio Ambiente
Princípios para Boas
Práticas de Manejo (BPM)
na Engorda de Camarão
Marinho no Estado
do Ceará.
Princípios para Boas Práticas de
Manejo (BPM) na Engorda de
Camarão Marinho no Estado do
Ceará.
Governo do Estado do Ceará
SOMA - Secretaria da Ouvidoria Geral e do Meio Ambiente
SEMACE - Superintendência Estadual do Meio Ambiente
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR)
Fortaleza - Ceará
Março - 2005
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO
Alberto J.P. Nunes, Ph.D.
Professor Adjunto – Labomar/UFC
Tereza Cristina Vasconcelos Gesteira, Ph.D.
Coordenadora do CEDECAM – Labomar/UFC
Glauber Gomes de Oliveira, Eng. de Pesca
Engenheiro de Pesca – Labomar/UFC
Ricardo Cunha Lima, M.Sc.
Presidente da ACCC – DFA-CE – Labomar/UFC
Paulo de Tarso de Castro Miranda, M.Sc.
Engenheiro de Pesca – SEMACE-CE
Raul Malvino Madrid, Dr.
Analista Ambiental – IBAMA/CE – Labomar/UFC
Elaboração
Publicação
Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Ministério da Educação
Apoio e Suporte Técnico
Governo do Estado do Ceará
SEMACE - Superintendência Estadual do Meio Ambiente Ceará
Secretaria da Ouvidoria Geral e do Meio Ambiente
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO
© 2005
Elaborado e publicado pelo
COMO CITAR ESTA PUBLICAÇÃO
Nunes, A.J.P., Gesteira, T.C.V., Oliveira, G.G., Lima, R.C., Miranda, P.T.C. e Madrid, R.M. 2005.
Princípios para Boas Práticas de Manejo na Engorda de Camarão Marinho no Estado do Ceará.
Instituto de Ciências do Mar (Labomar/UFC). Programa de Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE)
do Estado do Ceará, Fortaleza, Ceará. 109 p.
PARA OBTER CÓPIAS DESTA PUBLICAÇÃO:
Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Avenida da Abolição, 3207, Meireles
60.165-081, Fortaleza, Ceará
Telefone: 85-32426422
Fax: 85-32428355
labomar@labomar.ufc.br
www.labomar.ufc.br
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem aos proprietários das fazendas listadas abaixo que gentilmente participaram
das entrevistas e permitiram visitas as suas instalações de cultivo.
1. AMILCAR MONTEIRO COSTA LIMA
2. AQUAMAR
3. AQUAPLAN EXPORTAÇÃO LTDA.
4. ARGENBRAS
5. ARTEMISA AQÜICULTURA S.A.
6. ARTUR AQÜICULTURA
7. ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES DE REQUENGUELA
8. ATLÂNTICO MARICULTURA LTDA.
9. BIOTEK MARINE E COMÉRCIO
10. CAJUCÔCO AQUACULTURA E AGROPECUÁRIA LTDA.
11. CAMACEL
12. CAMARÃO DA ILHA
13. CAMARISCO CAMOCIM M. LTDA.
14. CEAQUA CEARÁ AQUACULTURA LTDA.
15. CELM AQÜICULTURA
16. CINA COMPANHIA NORDESTE DE AQÜICULTURA E ALIMENTAÇÃO
17. COMPESCAL COMÉRCIO DE PESCADO ARACATIENSE
18. COPES AQÜICULTURA E EXPORTAÇÃO LTDA.
19. CRISTAL AGROPECUÁRIA LTDA. (FAZENDA I)
20. CRISTAL AGROPECUÁRIA LTDA. (FAZENDA II)
21. DACE DALLAS AQÜICULTURA COMÉRCIO E EXPORTAÇÃO
22. FAZENDA CORREIA
23. FAZENDA SÃO JOSÉ
24. GOLD SHRIMP CARCINICULTURA
25. IMA PRODUÇÕES LTDA.
26. JOLI AQÜICULTURA
27. LAIS CARCINICULTURA
28. LIBRA PESCADOS LTDA.
29. LUCRI AQÜICULTURA LTDA.
30. MANOR MARICULTURA DO NORDESTE LTDA.
31. MARICULTURA ACARAÚ PESCA
32. PEQUENO PRODUTOR EM CRUZ, CEARÁ
33. PMC PRODUÇÃO DE MARISCOS E CAMARÕES LTDA.
34. PROCAM PRODUTORA DE CAMARÃO LTDA.
35. REVESA ADMINISTRAÇÃO PARTICIP.E IMPORTAÇÃO LTDA.
36. RIVERS MARINES AQÜICULTURA LTDA.
37. SAMARISCO SAMBURÁ CAMARONEIRA LTDA.
38. SANTA BÁRBARA AQÜICULTURA
39. SÃO BENTO AQÜICULTURA
40. SEAFARM CRIAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS AQUÁTICOS LTDA.
41. SITIO PEDRINHAS I E II
42. VIP CAMARÕES
43. ZUMBI AQÜICULTURA LTDA.
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO
PREFÁCIO
A carcinicultura marinha ou o cultivo de camarão marinho em cativeiro é uma das atividades do
agronegócio brasileiro mais representativas na Região Nordeste. Desde o início desta década que o
setor cresce de forma acelerada, em particular no Estado do Ceará, um dos maiores produtores
nacionais. Apesar dos seus benefícios sócio-ecônomicos, existe uma preocupação cada vez maior
quanto aos possíveis impactos da atividade sobre o meio ambiente.
Efeitos ambientais adversos advindos da carcinicultura marinha possuem uma estreita relação com a
engenharia, a construção e a operacionalização da fazenda de cultivo. Aspectos como a proteção
dada aos taludes e diques, tipo de material utilizado na compactação, posicionamento de aeradores
e profundidade dos viveiros podem reduzir drasticamente o potencial erosivo no sistema de produção,
melhorando a qualidade dos efluentes gerados. A captação de água, sua distribuição aos viveiros e
os métodos de drenagem adotados durante a renovação e a despesca também exercem forte influência
sobre a qualidade da água e o meio ambiente.
As BPM (Boas Práticas de Manejo, do inglês “Better Management Practices, BMPs”) compõem um
sistema de princípios técnicos que objetivam oferecer referências a uma determinada atividade produtiva
e a seus órgãos reguladores, recomendando procedimentos operacionais que mantenham a harmonia
e o equilíbrio ambiental capazes de perpetuar a atividade em questão. O objetivo das BPM não é
impor normas ou regras, mas sugerir procedimentos que pela experiência prática demonstram ser
mais eficazes e rentáveis do ponto de vista ambiental e econômico. Na carcinicultura marinha, as
BPM da Global Aquaculture Alliance (Boyd, 1999), da Australian Shrimp Prawns Association (Donavan,
2001 e da Asociación Nacional de Acuicultores de Honduras (Haws et al., 2001) foram as precursoras
de códigos de conduta locais, como o da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC,
2001) e mais recentemente do Estatuto e Código de Conduta da Associação Cearense de Criadores
de Camarão (ACCC, 2004).
Os Princípios para Boas Práticas de Manejo apresenta o resultado de um estudo sobre o perfil técnico
e operacional de 43 empreendimentos de engorda de camarão marinho do Estado do Ceará. Os
resultados demonstram que apesar de existirem distinções operacionais como tamanho da fazenda,
aporte de mão-de-obra, insumos e tecnologia, a maioria das operações de engorda de camarão no
Estado adotam procedimentos de cultivo relativamente padronizados. As BPM apresentadas nesta
publicação é a compilação de práticas encontradas na literatura, bem como resultantes da experiência
e de trabalhos realizados em laboratório e em campo pelos autores. As BPM sugerem adoção de
medidas proativas por parte dos produtores e abrangem desde aspectos relacionados à construção
da fazenda, avaliação de áreas propícias ao cultivo, engenharia e construção de viveiros até o uso de
rações, agentes terapêuticos, manejo de doenças e outras rotinas do dia-dia.
Os autores.
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO
Lista de Figuras........................................................................................................................... Pg
01 - Raio de Cobertura do Presente Estudo ................................................................................... xii
02 - Localização das fazendas abrangidas no presente estudo (pontos vermelhos) ........................xiii
03 - Camarões estocados sob densidade de 12animais/m2 em tanque de cultivo........................ 18
04 - Canaletas de drenagem de água em um viveiro de engorda de camarão ............................. 29
05 - Canal de descarga de água de uma fazenda de engorda de camarão ................................. 30
06 - Fases do ciclo de muda de um camarão marinho e os principais sinais para identificação ... 52
07 - Gaiola telada para estimar a mortalidade de camarões em viveiros de engorda após o
povoamento ........................................................................................................................ 54
08 - Aeradores de pás em funcionamento em um viveiro de engorda de camarão ....................... 63
09 - Esquema de distribuição de ração em viveiros de engorda, após o povoamento com PL2
ou superior ........................................................................................................................... 69
10 - Disposição apropriada para o armazenamento de ração ...................................................... 72
11 - Funcionário preparado para distribuição de calcário em viveiro de engorda de camarão ..... 79
12 - O uso de máscara é essencial para manipulação do metabisulfito ....................................... 99
13 - Tanques berçários em uma fazenda de engorda de camarão .............................................. 105
14 - Camarão em estágio avançado de necrose cuticular .......................................................... 107
Lista de Tabelas
01 - Medidas de tratamento adotadas nos afluentes e efluentes ................................................... 56
02 - Medidas de tratamento adotadas para os riscos de contaminação........................................ 57
03 - Taxa de aeração mecânica recomendada(cv/ha) em função da densidade de camarões estocados,
peso médio populacional e sobrevivência estimada .............................................................. 64
04 - Número de refeições diárias e densidade de bandejas de alimentação em função da densidade
de estocagem de camarões e fase de cultivo ...................................................... 70
05 - Tipos de rações utilizadas nas diferentes fases de desenvolvimento dos camarões................. 72
06 - Parâmetros aceitáveis e preferíveis nas rações....................................................................... 74
07 - Corretivos comumente utilizados para o tratamento do solo de viveiros de camarão ............ 79
08 - Quantidade de corretivo (kg/ha) recomendado em função do pH do solo de viverios de camarão
com vistas a neutralização da acidez .................................................................................... 82
09 - Grau de pureza ou eficiência (%) do calcário em funcção de sua granulometria................... 82
10 - Níveis ideais de qualidade de água de viveiros de camarão e frequência recomendada para
monitoramento ..................................................................................................................... 86
11 - Esquema de troca d´água observado nas fazendas de camarão ........................................... 88
Lista de Gráficos
001 - Tempo de Funcionamento das Fazendas ............................................................................. 16
002 - Número de Viveiros na Fazenda ......................................................................................... 17
003 - Área Média de cada viveiro ................................................................................................ 17
004 - Profundidade dos viveiros ................................................................................................... 17
005 - Densidade de Estocagem .................................................................................................... 18
006 - Número de ciclos ao ano ................................................................................................... 19
007 - Tempo do ciclo de engorda ................................................................................................ 19
008 - Peso dos camarões na despesca ......................................................................................... 20
009 - Média de sobrevivência ...................................................................................................... 20
ILUSTRAÇÕES
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO
010 - Fator de conversão alimentar.............................................................................................. 20
011 - Produtividade de camarões ................................................................................................. 20
012 - Produção de camarão em 2003 ......................................................................................... 21
013 - Mudanças ocorridas na produção 2002 - 2003 ................................................................. 21
014 - Mudanças previstas na produção 2003 - 2004 .................................................................. 21
015 - Mudanças previstas na produção 2004 - 2006 .................................................................. 21
016 - Critérios adotados na seleção de área................................................................................ 24
017 - Conflito com outras atividades............................................................................................ 24
018 - Concetração de fazendas de camarão ................................................................................ 25
019 - Proximidade da fazenda com área urbana .......................................................................... 25
020 - Análises para correção química do solo ............................................................................. 26
021 - Análise de solo em laboratório especializado...................................................................... 26
021 - Configuração dos viveiros .................................................................................................. 27
022 - Proteção de diques e taludes .............................................................................................. 28
023 - Tipo de proteção de diques e taludes.................................................................................. 28
024 - Alcança drenagem total da água dos viveiros ..................................................................... 29
025 - Canais individuais de adução e drenagem ......................................................................... 30
026 - Regime de Cultivo............................................................................................................... 31
027 - Disponibilidade de tanques e berçario ................................................................................ 34
028 - Configuração de tanques e berçario ................................................................................... 35
029 - Revestimento interno dos berçarios ..................................................................................... 35
030 - Sistema de aeração predominante ...................................................................................... 36
031 - Sistema de gerador para berçário ....................................................................................... 36
032 - Área de localizaçõo do berçários........................................................................................ 37
033 - Acesso a berçários .............................................................................................................. 37
034 - Origem da água de abastecimento..................................................................................... 38
035 - Água do berçário submetida ............................................................................................... 38
036 - Sifonagem de água do berçário.......................................................................................... 39
037 - Destino da água de drenagem/sifonagem .......................................................................... 39
038 - Teste de avaliação de pós-larvas......................................................................................... 42
039 - Teste conduzidos de estresse ............................................................................................... 42
040 - Método de ccontagem de pós-larvas .................................................................................. 43
041 - Critérios exigidos ao laboratório ......................................................................................... 43
042 - Providências na recepção de pós-larvas.............................................................................. 44
043 - Densidade e estocagem no berçário ................................................................................... 44
044 - Tempo de cultivo no berçário .............................................................................................. 45
045 - Alimento utilizado na fase de berçário ................................................................................ 45
046 - Frequência alimentar na fase de berçário ........................................................................... 45
047 - Horários de transferência/povoamento de PL’s em viveiros.................................................. 46
048 - Acondicionamento de PL’s durante transferência para viveiros ............................................ 46
049 - Medidas tomadas diante de diferenças na qualidade de água ............................................ 46
050 - Densidade de estocagem no tanque de transferência.......................................................... 47
051 - Desinfecção e limpeza das caixas de transferência de PL’s ................................................. 47
052 - Frequência de biometrias na fazenda .................................................................................. 50
053 - Estágio de realização da primeira biometria ....................................................................... 50
054 - Exames realizados na biometria .......................................................................................... 50
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO
055 - Monitoramento e estoque em outras circunstâncias ............................................................ 51
056 - Outras situações de monitoramento do estoque ................................................................. 51
057 - Períodos de avaliação do estágio de muda da população .................................................. 52
058 - Métodos de avaliação do estágio de muda......................................................................... 53
059 - Método adotado pora estimar a sobrevivência.................................................................... 54
060 - Tratamento de afluentes e efluentes .................................................................................... 56
061 - Riscos de contaminação da água por esgotos domésticos e industriais ............................... 57
062 - Nível de influência na água de captação dos efluentes de fazendas vizinhas ...................... 58
063 - Permanência da água de captação no canal de adução ..................................................... 58
064 - Drenagem total e limpeza do canal de adução ................................................................... 58
065 - Tratamento de esgotos e resíduos sólidos............................................................................ 59
066 - Destino de esgotos e resíduos sólidos ................................................................................. 59
067 - Emprego de aeração mecânica .......................................................................................... 62
068 - Objetivos da aeração mecânica ......................................................................................... 62
069 - Horário e tempo de funcionamento dos aeradores ............................................................. 63
070 - Critérios para definir a potência de aeradores por área de cultivada .................................. 64
071 - Momento de introdução de aeradores nos viveiros ............................................................. 64
072 - Forma de Posicionamento dos aeradores ............................................................................ 65
073 - Distância dos aeradores em relação ao taludes .................................................................. 65
074 - Método predominante de distribuição de ração .................................................................. 68
075 - Distribuição de ração em bandejas ..................................................................................... 68
076 - Base para ajuste das refeições ofertadas ........................................................................... 68
077 - Frequência nos ajustes de refeição...................................................................................... 69
078 - Número diário de refeições ministradas .............................................................................. 70
079 - Número de bandejas por área cultivada ............................................................................. 70
080 - Forma de armazenamento da ração ................................................................................... 71
081 - Armazenamento próximo ao viveiro .................................................................................... 71
082 - Rotatividade de cargas de ração na fazenda ....................................................................... 71
083 - Tipos de ração empregadas no berçário de engorda .......................................................... 72
084 - Marcas de ração empregadas noberçário de engorda ........................................................ 73
085 - Critérios para aquisição de ração ....................................................................................... 73
086 - Realização testes de qualidade física .................................................................................. 74
087 - Frequência de testes físicos ................................................................................................. 74
088 - Parâmetros utilizados para avaliar o desempenho da ração ................................................ 75
089 - Utilização de área de bioensaios para testes de qualidade nutricional ................................ 76
090 - Uso do terreno anterior a constução da fazenda................................................................. 78
091 - Textura predominate do solo nos viveiros ............................................................................ 78
092 - Tratamento do solo ............................................................................................................. 79
093 - Forma de revirada do solo .................................................................................................. 80
094 - Limpeza e desinfecção de trator .......................................................................................... 80
095 - Objetivos da calagem......................................................................................................... 81
096 - Frequência da calagem ...................................................................................................... 81
097 - Número e pontos de coleta de solo no viveiro .................................................................... 81
098 - Parâmetros analisados de qualidade de água ..................................................................... 84
099 - Finalidade das análises de qualidade de água .................................................................... 84
100 - Método de realização de análises ....................................................................................... 85
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO
101 - Limpeza e calibração do equipamento de qualidade de água............................................. 85
102 - Disponibilidade de laboratório de qualidade de água na fazenda ...................................... 85
103 - Disponibilidade de cerca ou outro tipo de proteção no ponto de captação ........................ 87
104 - Tipos de bombas empregadas ............................................................................................ 87
105 - Influência da água de descarga da própria fazenda no ponto captação ............................. 87
106 - Taxa diária de renovação de água ...................................................................................... 88
107 - Fatores considerados no momento do bombeamento ......................................................... 88
108 - Emprego de filtragem da água por telas na comporta de abastecimento ............................ 90
109 - Objetivo da filtragem da água por telas na comporta de abastecimento............................. 90
110- Substâncias químicas empregadas no cultivo ....................................................................... 92
111 - Objetivos do uso dos produtos químicos............................................................................. 92
112 - Base para cálculo de dosagens de químicos ....................................................................... 94
113 - Forma de aplicação dos químicos....................................................................................... 94
114 - Critérios para definir o momento da despesca .................................................................... 96
115 - Horários regularmente empregado para despesca .............................................................. 96
116 - Preparativos essenciais para despesca ................................................................................ 96
117 - Equipamentos e insumos para despesca ............................................................................. 97
118 - Empréstimo de material de despesca de outras fazendas .................................................... 98
119 - Desinfecção de equipamentos e utensílios empregados na despesca .................................. 98
120 - Formas de descarte da mistura de gelo e metabisulfito ....................................................... 99
121 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI´s utilizados durante a manipulação do metabisulfito
100
122 - Padrões sanitários das instalações .................................................................................... 102
123 - Compatibilidade das instalações sanitárias com o número de funcionários ....................... 102
124 - Controle no fluxo de visitantes e fornecedores a fazenda .................................................. 103
125 - Disponibilidade de cerca de proteção ............................................................................... 103
126 - Sistemas de desinfecção utilizados .................................................................................... 104
127 - Exigência do uso de luvas, botas e aventais pelos funcionários e (ou) visitantes ................ 104
128 - Adoção do manejo “All in All out”........................................................................................ 105
129 - Doenças já observadas na fazenda ................................................................................... 106
130 - Procedimentos utilizados no caso da presença de enfermidades ....................................... 106
131 - Forma de descarte de camarões encontrados mortos.............................................. 106 e 108
132 - Destino dados ao camarões após as biometrias................................................................ 108
133 - Tipo de licença para construção de diques, canais e viveiros ............................................ 110
134 - Distância mínima em média da área dos diques para Áreas de Preservação Permanente .. 110
135 - Ecossistemas permanentes no entorno da fazenda ............................................................ 112
136 - Áreas legalmente protegidas na propriedade .................................................................... 112
137 - Execução de reflorestamento para compensação de passivo ambiental ............................ 112
138 - Instalações disponíveis na fazenda .................................................................................... 116
139 - Funcionários atendidos pelas instalações .......................................................................... 116
140 - Número de funcionários que fazem parte da comunidade local ........................................ 117
141 - Grau de escolaridade dos funcionários............................................................................. 117
142 - Tipo de apoio social ao funcionário ou sua família ........................................................... 118
143 - Adoção do sistema de premiação por resultado alcançado .............................................. 118
144 - Regime de trabalho dos funcionários ................................................................................ 119
145 - Equipe de despesca .......................................................................................................... 119
146 - Número de funcionários equipados e protegidos .............................................................. 120
147 - Número de funcionários por área de atuação na fazenda ................................................ 120
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO
SUMÁRIO
Prefácio ........................................................................................................................................ v
Universo Pesquisado, Localização e Metodologia........................................................................xiii
Agradecimentos ........................................................................................................................... iv
1. Aspectos Operacionais ...........................................................................................................15
1.1 Tempo de Funcionamento .................................................................................................. 16
1.2 Viveiros de Engorda ........................................................................................................... 17
1.3 Densidade de Estocagem................................................................................................... 18
1.4 Duração do Cultivo ........................................................................................................... 19
1.5 Parâmetros de Desempenho Zootécnico ............................................................................ 20
1.6 Produção de Camarões ..................................................................................................... 21
2. Construção da Fazenda..........................................................................................................23
2.1 Critérios para Seleção de Área .......................................................................................... 24
2.2 Localização da Fazenda..................................................................................................... 25
2.3 Análises do Solo ................................................................................................................ 26
2.4 Configuração dos Viveiros ................................................................................................. 27
2.5 Proteção de Diques e Taludes ............................................................................................ 28
2.6 Drenagem de Água dos Viveiros ........................................................................................ 29
2.7 Canais Individuais de Adução e Drenagem de Água.......................................................... 30
2.8 Regime de Cultivo ............................................................................................................. 31
3. Unidade de Berçário ..............................................................................................................33
3.1 Sistema de Tanques Berçários ............................................................................................ 34
3.2 Configuração dos Berçários............................................................................................... 35
3.3 Aeradores e Geradores...................................................................................................... 36
3.4 Localização e Acesso ......................................................................................................... 37
3.5 Água de Abastecimento ..................................................................................................... 38
3.6 Manejo da Água................................................................................................................ 39
4. Recepção e Povoamento de Pós Larvas - PL’s ..........................................................................41
4.1 Testes de Avaliação de Pós Larvas - PLs ............................................................................. 42
4.2 Transporte e Contagem ..................................................................................................... 43
4.3 Recepção de Pós Larvas - PLs ............................................................................................ 44
4.4 Manejo Alimentar .............................................................................................................. 45
4.5 Transferência e Povoamento .............................................................................................. 46
4.6 Manejo das Caixas de Transferência .................................................................................. 47
5. Monitoramento do Estoque cultivado ......................................................................................49
5.1 Biometria Populacional ...................................................................................................... 50
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO
5.2 Monitoramento do Estoque ................................................................................................ 51
5.3 Determinação da Muda ..................................................................................................... 52
5.4 Estimativa de Sobrevivência ............................................................................................... 53
6. Afluentes, Efluentes e Resíduos Sólidos ...................................................................................55
6.1 Tratamento de Efluentes e Afluentes ................................................................................... 56
6.2 Riscos da Contaminação da Água de Captação ................................................................ 57
6.3 Manejo do Canal de Adução............................................................................................. 58
6.4 Esgotos e Resíduos Sólidos ................................................................................................ 59
7. Aeração Mecânica .................................................................................................................61
7.1 Objetivos da Aeração Mecânica ........................................................................................ 62
7.2 Horário e Tempo de Aeração ............................................................................................. 63
7.3 Taxa de Aeração ................................................................................................................ 64
7.4 Posicionamento e Alinhamento dos Aeradores ................................................................... 65
8. Ração e Alimentação..............................................................................................................67
8.1 Métodos de Distribuição de Ração..................................................................................... 68
8.2 Ajuste das Refeições Ofertadas .......................................................................................... 69
8.3 Número de Refeições e Densidade de Bandejas................................................................. 70
8.4 Armazenamento de Ração ................................................................................................. 71
8.5 Número de Rações Empregadas ........................................................................................ 72
8.6 Critérios Utilizados para Seleção de Ração ........................................................................ 73
8.7 Inspeção e Testes de Qualidade da Ração ......................................................................... 74
8.8 Parâmetros para Avaliar o Desempenho de Rações............................................................ 75
9. Manejo do Solo......................................................................................................................77
9.1 Tipo e Uso Anterior do Solo ............................................................................................... 78
9.2 Tratamentos do Solo .......................................................................................................... 79
9.3 Revirada do Solo ............................................................................................................... 80
9.4 Calagem ........................................................................................................................... 81
10. Qualidade de Água..............................................................................................................83
10.1 Parâmetros de Qualidade de Água .................................................................................. 84
10.2 Análise dos Parâmetros de Qualidade de Água ............................................................... 85
10.3 Bombeamento de Água ................................................................................................... 86
10.4 Renovação de Água ........................................................................................................ 87
10.5 Filtragem de Água ........................................................................................................... 88
11. Substâncias Químicas ..........................................................................................................91
11.1 Químicos e seus Objetivos .............................................................................................. 92
11.2 Dosagens e Formas de Aplicação .................................................................................... 94
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO
12. Despesca .............................................................................................................................95
12.1 Preparação para Despesca .............................................................................................. 96
12.2 Equipamentos e Insumos ................................................................................................. 97
12.3 Higienização de Veículos, Equipamentos e Pessoal .......................................................... 95
12.4 Manipulação do Metabisulfito ......................................................................................... 99
13. Sanidade e Biossegurança..................................................................................................101
13.1 Instalações Sanitárias .................................................................................................... 102
13.2 Acesso a Fazenda .......................................................................................................... 103
13.3 Barreiras Sanitárias........................................................................................................ 104
13.4 Manejo "All-In-All-Out" .................................................................................................. 105
13.5 Enfermidades ................................................................................................................. 106
13.6 Descarte de Camarões Mortos....................................................................................... 107
14. Aspectos Ambientais ........................................................................................................ 109
14.1 Licenciamento Ambiental ......................................................................................... 110
14.2 Áreas Especialmente Protegidas ............................................................................... 112
15. Relação com os Funcionários .............................................................................................115
15.1 Infra-estrutura de Apoio................................................................................................. 116
15.2 Comunidade e Escolaridade dos Funcionários ............................................................... 117
15.3 Apoio Social e Premiação .............................................................................................. 118
15.4 Regime de Trabalho ....................................................................................................... 119
15.5 Equipamentos de Proteção Individual - EPIs e Áreas de Atuação .................................... 120
Bibliografia Consultada ............................................................................................................121
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO
UNIVERSO PESQUISADO, LOCALIZAÇÃO E METODOLOGIA
aplicação foi feita através de visitas às unidades de produção, quando o pesquisador entrevistou o
técnico responsável ou o seu proprietário. Na ocasião foram também obtidos registros fotográficos.
Para cada tópico abordado, são apresentados os resultados em forma de gráficos ou tabelas. No
caso de gráficos é indicada a participação relativa das respostas para cada pergunta (gráfico tipo
pizza) ou sua freqüência relativa (gráfico em barras), sendo também informado o número (n) de
respostas obtidas. Anexo aos resultados encontra-se comentários sobre a pergunta em questão e as
recomendações de BPM.
A investigação foi realizada no
período de 12 a 30 de julho de
2004 e de 30 de agosto a 10 de
setembro de 2004. Inicialmente
foram selecionadas cinco Regiões
Hidrográficas do Estado do Ceará,
de acordo com a classificação do
IPLANCE (1997), assim
distribuídas: Acaraú, Baixo
Jaguaribe, Coreaú, Litoral e
Metropolitana. Considerando o
número total de 185 fazendas de
cultivo de camarão em
funcionamento no Estado do
Ceará, em cada uma dessas
Regiões, foram definidos os
números amostrais como se
seguem: Acaraú, 6; Baixo
Jaguaribe, 19; Coreaú, 11; Litoral,
3, e; Metropolitana, 4. Também
foram levados em consideração os
tamanhos das empresas existentes
nas Regiões: 7 grandes (> 50 ha),
27 médias ( > 10 ha e < 50 ha) e
9 pequenas (< 10 ha). Em uma
etapa subseqüente, foram
elaborados questionários tipo
checklist com 171 perguntas,
aplicados em cada unidade
visitada. Os questionários
abrangeram os seguintes itens:
identificação, operacional,
berçário, pós-larvas, estoque,
engorda, qualidade da água,
aeradores, efluentes, solo, ração,
químicos, despesca, sanidade,
funcionários e preservação. Sua
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO
1. Aspectos Operacionais
1.1. Tempo de Funcionamento
1.2. Viveiros de Engorda
1.3. Densidade de Estocagem
1.4. Duração do Cultivo
1.5. Parâmetros de Desempenho Zootécnico
1.6. Produção de Camarões
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 17
1. TEMPO DE FUNCIONAMENTO
O tempo de funcionamento das
empresas visitadas é relativamente
recente, verificando-se que apenas
4,7% têm mais de 15 anos e 58,1 %
estão na faixa de 2 a 5 anos. Vale
salientar que a atividade de
carcinicultura marinha, no Estado do
Ceará, teve início na década de 70 do
século passado e só atingiu um melhor
desempenho a partir da metade da
década de 90, observando-se uma
maior expansão nos últimos cinco anos.
Hoje o Ceará conta com um total de
185 fazendas de carcinicultura, sendo
12 grandes, 46 médias e 127
pequenas, perfazendo um total de
3.376 ha de área cultivada.
O crescimento da carcinicultura no Estado trouxe uma série de benefícios econômicos e sociais,
gerando divisas através das exportações e criando empregos diretos e indiretos. Entre o período de
1999 a 2003, a exportação de camarão cultivado no Estado do Ceará evoluiu de US$ 6.228.900
para US$ 80.944.384, representando um aumento de valores da ordem de 1.199,5%. No que diz
respeito à geração de empregos, a carcinicultura pode gerar cerca de 3,75 empregos diretos e indiretos
por hectare, o que significa que este agronegócio trouxe em torno de 12.660 empregos. Por outro
lado, devido à melhoria do poder aquisitivo desse contingente, o comércio nas localidades onde a
atividade se estabelece, tende a crescer e conseqüentemente criar novas oportunidades de trabalho e
trazer mais progresso através da aplicação dos impostos arrecadados.
PRÁTICAS RECOMENDADAS
1. Monitorar a expansão da atividade de cultivo de camarões de forma criteriosa, a fim de evitar um
aumento desordenado e garantir sua sustentabilidade econômica, ambiental e social.
2. Não exceder a capacidade de carga de áreas exploradas pela carcinicultura, regulando a qualidade
dos efluentes em bacias hidrográficas com grandes concentrações de fazendas. Capacidade de
carga é a máxima produção de camarão e de outras atividades geradoras de resíduos líquidos que
pode ser suportada pela massa d’água receptora, sem comprometer a sua qualidade original.
3. Planejar e ordenar a construção de novas operações de cultivo considerando o Zoneamento
Econômico e Ecológico (ZEE) da região.
4. Delimitar distâncias mínimas entre fazendas de cultivo e plantas processadoras de camarão para
evitar o risco de entrada e disseminação de enfermidades por esta rota.
Tempo de Funcionamento
30,2%
58,1%
7,0%
4,7%
< 2 anos
2 - 5 anos
6 - 10 anos
11 - 15 anos
> 15 anos
n = 43
Gráfico 1 - Tempo de Funcionamento das Fazendas
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 18
1.2. VIVEIROS DE ENGORDA
A variedade observada no número de
viveiros (5 a 100) está relacionada com
o tamanho das empresas visitadas,
verificando-se o menor número nas
pequenas empresas. Os primeiros
projetos de fazendas de carcinicultura,
instalados no Ceará, se caracterizaram
pela construção de viveiros de grande
porte, chegando até 50,0 ha. Com a
continuidade, observou-se a dificuldade
do controle do ambiente de cultivo em
grandes áreas, sendo as unidades
subdivididas, dando origem a viveiros
menores. Assim, os novos
empreendimentos buscaram a
modernização, modificando seu lay out,
passando a predominar a construção de
viveiros com áreas entre 1,0 ha e 5,0
ha e profundidades entre 0,75 m e 1,75
m. Com a intensificação dos cultivos e
o uso de aeradores mecânicos, as
operações de cultivo passaram a
construir viveiros mais profundos,
oferecendo um maior volume de água
por ha cultivado, conseqüentemente
proporcionando condições ambientais
mais estáveis e confortáveis para os
camarões cultivados.
PRÁTICAS RECOMENDADAS
1. Fazendas com um espelho d'água
inferior a 50 ha, que operam sob
uma condição intensiva de engorda,
devem adotar áreas individuais de
cultivo menores que 2,0 ha.
2. Evitar a construção de viveiros com
áreas superiores a 5,0 ha, exceto
quando se opera sob condições
semi-intensivas (densidade de
estocagem inferior a 35 camarões/
m2
).
3. Evitar a construção de viveiros com
profundidades inferiores a 0,75 m.
Viveiros rasos podem sofrer com um
rápido aquecimento da água, uma
alta turbidez inorgânica e uma baixa
produtividade biológica, podendo
favorecer ainda o crescimento de
algas bênticas.
Número de Viveiros na Fazenda
27,9%
34,9%
14,0%
20,9%
2,3%
< 5 viveiros
5-10 viveiros
11-20 viveiros
21-50 viveiros
51-100 viveiros
101-200 viveiros
> 200 viveiros
n = 43
Área Média de Cada Viveiro
2,3%
20,9%
76,7%
< 0,5 ha
0,5-1 ha
1,1-5 ha
5,1-10 ha
10,1-15 ha
15,1-20 ha
Mais de 20 ha
n = 43
Profundidade dos Viveiros
14,0%
25,6%
20,9%
14,0%
25,6%
< 0,75 m
0,75 - 1 m
1,1 - 1,25 m
1,26 - 1,5 m
1,51 - 1,75 m
> 1,75 m
n = 43
Gráfico 2 - Número de Viveiros na Fazenda
Gráfico 3 - Área Média de cada viveiro
Gráfico 4 - Profundidade dos viveiros
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 19
4. Adotar profundidades entre 1,2 m e 1,8 m. Viveiros mais profundos possuem uma maior quantidade
de água para produção biológica, são menos susceptíveis a flutuações bruscas nas variáveis
ambientais, contudo demandam o uso de aeradores mecânicos para evitar zonas de estratificação.
1.3 DENSIDADE DE ESTOCAGEM
A densidade de estocagem de camarões
reflete os níveis de intensificação
adotados. Enquanto no início do cultivo
de camarão no Brasil era comum à
adoção de densidades de um indivíduo/
m², um maior aporte tecnológico
permitiu um incremento considerável
nas densidades de estocagem. A
densidade de estocagem tem uma
relação direta com a produção dos
viveiros. Sob o ponto de vista
econômico, as baixas densidades de
estocagem são desvantajosas, contudo
à proporção que se incrementa o
número de indivíduos por m²,
aumentam os riscos de transmissão de
enfermidades. De um modo geral deve-
se ter o cuidado quanto à escolha da
densidade, principalmente em áreas com
grande concentração de viveiros e em
fazendas pouco tecnificadas.
PRÁTICAS RECOMENDADAS
1.Somente incrementar as densidades de
estocagem de camarão na engorda
quando prevalecerem condições
ambientais favoráveis.
2.Fornecer um devido aporte
tecnológico na medida em que as
densidades de estocagem forem
incrementadas. Sistemas mais
intensivos requerem uma capacitação
técnica de pessoal, maiores taxas de
aeração mecânica, intensificação das
Densidade de Estocagem
18,6%
4,7%
39,5%
34,9%
2,3%
< 5 cam./m2
5-10 cam./m2
11-15 cam./m2
16-20 cam./m2
21-30 cam./m2
31-50 cam./m2
51-100 cam./m2
> 100 cam./m2
n = 43
Gráfico 5 - Densidade de Estocagem
Figura 3 - Camarões estocados sob densidade de 120 animais/m2
em
tanque de cultivo
medidas de tratamento do solo entre os ciclos de produção, monitoramento rotineiro dos parâmetros
de qualidade de água e do estoque cultivado.
3. Evitar densidades de estocagem demasiadamente baixas (< 5 camarões/m2) ou excessivamente
elevadas (> 80 camarões/m2), pois ambas podem levar a perdas econômicas e (ou) ambientais.
4. Em fazendas nas quais as enfermidades virais já se manifestaram sem uma evidente perda de
produção, deve-se reduzir ou manter constante as densidades de estocagem de camarão.
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 20
1.4 DURAÇÃO DO CULTIVO
A duração do cultivo é um fator de
extrema importância para viabilidade
econômica do empreendimento e sua
rentabilidade. Este parâmetro varia de
acordo com a idade ou o tamanho do
camarão no povoamento, as
densidades de estocagem empregadas
e as metas desejáveis de produção em
relação ao peso do camarão no
momento da despesca. Enquanto em
outras regiões do país, o número de
ciclos alcançados ao ano tem uma
estreita relação com a temperatura
anual da água, na Região Nordeste,
este fator não sofre grandes oscilações.
Portanto, o número de ciclos de engorda
alcançados durante o ano varia
conforme a duração da engorda e os
intervalos adotados para descanso e
tratamento do fundo dos viveiros. Em
média, quando se adota sistemas
bifásicos de produção (engorda
realizada em duas fases, incluindo a de
berçários) é possível alcançar 2,5 safras
anuais, considerando períodos de
engorda de 115 dias e dois intervalos
de 10 dias entre as despescas. Por outro
lado, na medida em que se elevam as
densidades de estocagem, a tendência
é alcançar períodos de engorda mais
prolongados.
PRÁTICAS RECOMENDADAS
1. Iniciar a engorda com camarões com idade ou peso mais elevado possível, de forma a reduzir a
duração do ciclo de engorda e assim aumentar a rotatividade dos cultivos.
2.Trabalhar com densidades de estocagem de camarão que não gerem aumentos substanciais na
duração do ciclo de engorda.
3. Considerar criteriosamente o peso do camarão para despesca. O cultivo de camarões acima de
12 g é mais difícil, pois prolonga a engorda, demanda um maior aporte de insumos e mobilização
de capital. Contudo, dependendo da época do ano, seus preços mais elevados podem compensar
os riscos e os maiores custos operacionais.
Número de Ciclos ao Ano
26,8%
19,5% 4,9%
48,8%
1 ciclo
2 ciclos
2,5 ciclos
3 ciclos
4 ciclos
n = 43
Tempo do Ciclo de Engorda
2,4%
14,6%
17,1%
2,4%
51,2%
12,2%
< 90 dias
90-110 dias
111-120 dias
121-130 dias
131-140 dias
141-150 dias
> 150 dias
n = 43
Gráfico 6 - Número de ciclos ao ano
Gráfico 7 - Tempo do ciclo de engorda
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 21
1.5 PARÂMETROS DE DESEMPENHO ZOOTÉCNICO
As operações de cultivo no Brasil se caracterizam
por produzir camarões de tamanhos médios como
forma de reduzir os riscos econômicos e minimizar
a mobilização de capital necessária para
desenvolver o cultivo. A produção de camarão
dentro de uma única faixa de peso restringe os
nichos de mercado que poderiam ser atendidos,
inibindo a diversificação e a agregação de valor
do produto final. Isto é em parte resultado da
ineficácia das poucas políticas de concessão de
crédito para custeio da carcinicultura disponíveis
no país. A engorda de camarão no Estado do Ceará
sempre se caracterizou por aportar um nível
tecnológico mais elevado nos cultivos e uma mão-
de-obra mais qualificada, resultando em
produtividades recordes. Mais recentemente,
devido ao surgimento de novas patologias nos
cultivos e sua disseminação entre áreas, observou-
se uma queda na sobrevivência final de camarões
e na produtividade, além de uma elevação do fator
de conversão alimentar (FCA). Enquanto uma série
de fatores pode influenciar o FCA, como condições
ambientais, manejo alimentar e qualidade da
ração, neste caso, o aumento do FCA teve como
causa a mortalidade de camarões já numa
avançada fase de crescimento.
PRÁTICAS RECOMENDADAS
1.Manter um ambiente de cultivo saudável dentro
dos padrões de segurança, evitando, ao
máximo, situações de estresse para a população
estocada, com vistas a reduzir perdas na
produção.
2.Certificar-se quanto ao estado sanitário dos
indivíduos estocados, evitando o povoamento
com camarões debilitados ou com sinais clínicos
de enfermidades.
3.Em face de um incremento na mortalidade de
camarões durante o ciclo de engorda,
considerar uma despesca emergencial, quando
os camarões já apresentarem peso aceitável de
comercialização
Peso dos Camarões na Despesca
90,2%
9,8%
< 10 g
10 - 15 g
16 - 20 g
21 - 25 g
26 - 30 g
> 30 g
n = 43
Média de Sobrevivência
17,1%
26,8%
9,8%
36,6%
7,3%
2,4%
< 20%
21-30%
31-40%
41-50%
51-60%
61-70%
71-80%
> 80%
n = 43
Fator de Conversão Alimentar
7,3%
29,3%
9,8%
29,3%
24,4% < 1
1-1,25
1,26-1,5
1,51-1,75
1,76-2
2,1-2,25
> 2,25
n = 43
Produtividade de Camarões
46,3%
7,3%
9,8%
7,3% 2,4%
22,0%
2,4%
2,4%
< 500 kg/ha/ciclo
500-1.000 kg/ha/ciclo
1.001-2.000 kg/ha/ciclo
2.001-3.000 kg/ha/ciclo
3.001-5.000 kg/ha/ciclo
5.001-7.000 kg/ha/ciclo
7.001-10.000 kg/ha/ciclo
10.001-15.000 kg/ha/ciclo
> 15.000 kg/ha/ciclo
n = 43
Gráfico 8 - Peso dos camarões na despesca
Gráfico 9 - Média de sobrevivência
Gráfico 10 - Fator de conversão alimentar
Gráfico 11 - Produtividade de camarões
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 22
A produção anual de camarão nas fazendas
entrevistadas varia de menos de 10 toneladas a
mais de 5.000 toneladas, com uma maior
representatividade entre 10 e 500 toneladas.
Estabelecendo-se comparações entre as produções
dos anos de 2002 e 2003, a maioria (57,6%)
declarou que houve uma redução em maior ou
menor grau, apenas 27,0% logrou aumento e
15,6% manteve-se estável. Quando indagados
sobre a produção esperada em 2004, 77,4%
esperam uma queda variando de menos de 25,0%
a 50,0%, em relação a 2003. Com respeito à
expectativa de crescimento para o ano de 2006
em relação a 2004, os dados foram otimistas,
tendo 62,5% declarado esperar um incremento
entre menos de 25,0 e 50,0%. A queda da
produção que se manifestou de forma mais
acentuada no ano de 2003 ocorreu devido ao
surgimento da Mionecrose Infecciosa (IMN), sendo
um vírus seu agente etiológico. Este fato, trouxe
um sinal de alerta sobre a necessidade de
implantação de medidas de biossegurança nas
fazendas e da melhoria das práticas de manejo,
como forma de reduzir o estresse aos indivíduos
cultivados.
PRÁTICAS RECOMENDADAS
1.Adotar medidas para reduzir ao máximo a
entrada do agente infeccioso através de
potenciais vetores, como água de transporte de
pós-larvas, veículos de despesca, água de
captação, entre outros.
2.Praticar a higienização de equipamentos e
utensílios empregados no cultivo, evitando-se o
empréstimo de material de fazendas vizinhas.
3.Intensificar os tratamentos de solo entre os ciclos
de produção, realizando a desinfecção de fundo
quando for observado um aumento de
mortalidade de camarões ou um acúmulo de
matéria orgânica.
4.Adotar uma parada sanitária na operação de
cultivo, quando a fazenda se apresenta
extremamente impactada por doenças e sem
prévios sinais de recuperação.
1.6 PRODUÇÃO DE CAMARÕES
Produção de Camarão em 2003
33,3%
17,9%
2,6%
30,8%
2,6%
12,8%
< de 10 tons
10-100 tons
101-500 tons
501-1000 tons
1001-5000 tons
> 5000 tons
n = 43
Mudanças Ocorridas na Produção
2002-2003
15,2%
3,0%39,4%
3,0%
18,2%
15,2% 6,1%
Reduziu >50%
Reduziu 25-50%
Reduziu <25%
Não houve alteração
Aumentou <25%
Aumentou 25-50%
Aumentou >50%
n = 43
Mudanças Previstas na Produção
2004-2003
10,3%
33,3%
2,6%
30,8%
7,7%
15,4%
Reduzir >50%
Reduzir 25-50%
Reduzir <25%
Nenhuma alteração
Aumentar <25%
Aumentar 25-50%
Aumentar >50%
n = 43
Mudanças Previstas na Produção
2004-2006
5,0%
37,5%
7,5%
25,0%
2,5%
22,5%
Reduzir >50%
Reduzir 25-50%
Reduzir <25%
Nenhuma alteração
Aumentar <25%
Aumentar 25-50%
Aumentar >50%
n = 43
Gráfico 12 - Produção de camarão em 2003
Gráfico 13 - Mudanças ocorridas na produção 2002 - 2003
Gráfico 14 - Mudanças previstas na produção 2003 - 2004
Gráfico 15 - Mudanças previstas na produção 2004 - 2006
2. Construção da Fazenda
2.1 Critérios para seleção de área
2.2 Localização da fazenda
2.3 Análises do solo
2.4 Configuração dos viveiros
2.5 Proteção de diques e taludes
2.6 Drenagem de água dos viveiros
2.7 Canais individuais de adução e drenagem de água
2.8 Regime de cultivo
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 25
A seleção de área para implantação da
fazenda de engorda é um aspecto
bastante considerado, pois dele
depende a sustentação técnica,
econômica e ambiental do
empreendimento de cultivo. Áreas
ecologicamente sensíveis podem
apresentar restrições legais, enquanto
regiões com crescimento demográfico
elevado e com outras atividades
econômicas em ascensão são
propensas a limitações de caráter
técnico. A qualidade de água é sem
dúvida o principal obstáculo para
identificação de áreas propícias ao
cultivo de camarão. Águas, mesmo
distantes de grandes centros urbanos,
podem apresentar contaminação
química e (ou) biológica. Sob tais
condições, o desempenho zootécnico e
a qualidade sanitária dos camarões
podem ser comprometidos. Uma vez
identificada a área, prospecções são
iniciadas para determinar sua
viabilidade técnica e legal. Terrenos que
possam gerar conflitos com
comunidades locais ou impor desafios
técnicos à viabilidade econômica do
empreendimento não devem ser
ocupados.
PRÁTICAS RECOMENDADAS
Não selecionar áreas:
1.Ecologicamente sensíveis, como manguezais ou outros ecossistemas protegidos pela legislação
brasileira.
2.Com impedimentos em órgãos ambientais ou com problemas de litígio de posse.
3.Em conflito com outras atividades produtivas, como a agricultura ou a pesca.
4.Com grande concentração de fazendas de cultivo de camarão.
5.Com topografia acidentada, com restrições topográficas ou requerendo grandes investimentos na
limpeza ou correção do terreno.
6.Destinada previamente a atividades que faziam o uso de inseticidas ou herbicidas.
7.Fisicamente limitadas, que não atendem as metas de expansão do empreendimento de cultivo.
8.Com solos arenosos ou notadamente argilosos, com característica ácida (pH < 5) ou com grande
quantidade de matéria orgânica (> 5%).
9.Com a fonte d'água eutrofizada (transparência d'água < 25 cm), com excesso de partículas em
suspensão ou apresentando salinidade superior a 45 ppt e inferior a 0,5 ppt.
10.Sujeitas à captação de águas de drenagem de fazendas circunvizinhas.
2.1 CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE ÁREA
Critérios Adotados na Seleção de Área
90,7%
88,4%
76,7%
93,0%
95,3%
90,7%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Disponibilidade de terra
Acesso a vias de
transporte
Preço do terreno
Qualidade da água
Qualidade do solo
Fora de áreas de
proteção ambiental
n = 43
Conflito com Outras Atividades
7,0%
9,3%
83,7%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Agricultura
Pesca
Pecuária
Turismo
Navegação
Outros
Não existe conflito
n = 43
Gráfico 16 - Critérios adotados na seleção de área
Gráfico 17 - Conflito com outras atividades
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 26
Selecionar áreas:
1. Com disponibilidade de energia elétrica, telefonia, mão-de-obra, serviços básicos, gelo, pós-
larva, ração, estradas, com transporte e acesso durante todo ano.
2. Distantes em pelo menos 5 km da operação de cultivo mais próxima.
3. Livre de enchentes nos últimos 10 anos.
4. Com fácil acesso a água de boa qualidade.
5. Livre de poluição hídrica, de caráter químico e microbiológico.
6. Com topografia plana e inclinação inferior a 3%.
Como resultado do crescimento da
atividade de cultivo de camarão
marinho no Brasil, muitas microrregiões
passaram a ser ocupadas por múltiplos
empreendimentos. Em áreas com alta
concentração de fazendas, os riscos
com a propagação de enfermidades são
mais elevados, caso não sejam
adotadas medidas de biossegurança e
tratamento de efluentes. Da mesma
forma, fazendas próximas a centros
urbanos são mais vulneráveis a
contaminação biológica por esgotos
domésticos e industriais, necessitando
que sejam implementadas medidas para
o tratamento das águas de captação.
PRÁTICAS RECOMENDADAS
1.As fazendas devem manter distancias
representativas de outros
empreendimentos de cultivo e de
centros urbanos por questões de
biossegurança.
2.As fazendas já implementadas que
mantêm distancias inferiores a 5 km
a outras operações de cultivo ou
centro urbanos, devem adotar
medidas para o tratamento
biológico, químico e físico das águas
de captação e descarga (consultar
seção 6).
2.2 LOCALIZAÇÃO DA FAZENDA
Concentração de Fazendas de Camarão
95,3%
2,3%
2,3%
No entorno (< 5 km)
5-10 km
> 10 km
n = 43
Proximidade da Fazenda com Área Urbana
74,4%
23,3%
2,3% No entorno (< 5 km)
5-10 km
> 10 km
n = 43
Gráfico 18 - Concetração de fazendas de camarão
Gráfico 19 - Proximidade da fazenda com área urbana
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 27
Os solos devem ser avaliados durante
a seleção de área e a operacionalização
da fazenda. Devido aos procedimentos
de calagem, alimentação, fertilização e
renovação de água, o solo dos viveiros
sofre alterações na sua composição
química. Mesmo em viveiros novos, ao
longo de um curto espaço de tempo,
(dentro de 4-5 despescas) a quantidade
de matéria orgânica alcança uma
concentração onde a taxa de
decomposição anual torna-se igual à
adição de matéria orgânica através do
arraçoamento e fertilização. A partir
deste ponto, as densidades de
estocagem de camarão e os aportes de
fertilizantes e ração, precisam se manter
equilibrados para viabilizar a
decomposição da matéria orgânica
acumulada, através da ação dos
microorganismos existentes no viveiro.
PRÁTICAS RECOMENDADAS
Durante a avaliação do terreno para
construção da fazenda, realizar as
análises indicadas abaixo em
laboratório especializado.
1.Composição textural: classificação do
solo em relação a sua granulometria.
2.Índice de plasticidade: propriedade
do solo para se deixar moldar
quando submetido a uma pressão,
permanecendo na nova forma ao ser cessada a ação da força.
3.Taxa de permeabilidade: capacidade do solo de deixar transpassar água ou ar em uma maior ou
menor intensidade.
4.Características químicas: pH, carbono total, nitrogênio total, fósforo total, matéria orgânica, cálcio,
potássio, magnésio, sódio, ferro, manganês, zinco, cobre e alumínio.
2.3 ANÁLISES DO SOLO
Análises para Correção
Química do Solo
63,4%
2,4% 2,4%
92,7%
26,8% 29,3%
43,9%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
pH
Matéria orgânica
Nutrientes
Carbonatos e bicarbonatos
Bacteriológica
Nenhuma
Outras
n = 41
Análise de Solo em Laboratório Especializado
44,2%
55,8%
Sim Não
n = 43
uma vez a cada 4,5
meses
Gráfico 20 - Análises para correção química do solo
Gráfico 21 - Análise de solo em laboratório especializado
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 28
A configuração dos viveiros reflete a
evolução dos projetos de engenharia e
lay outs das fazendas de engorda ao
longo dos anos e os vários níveis de
intensificação encontrados na atividade.
No Brasil, viveiros com configuração
bem definida e uniforme, apresentam
formato retangular e são mais comuns
em fazendas construídas a partir de
meados dos anos 90. Viveiros que
acompanham o contorno ou topografia
do terreno derivam de projetos mais
antigos, onde se priorizava a ocupação
integral da área para construção de
viveiros e se operava sob condições
extensivas de cultivo. Viveiros que
seguem a topografia do terreno podem apresentar áreas mortas ou de baixa circulação de água,
zonas não ocupadas por camarão, maior grau de erosão dos taludes, além de uma drenagem de
água incompleta. Os viveiros quadrados são úteis para sistemas que adotam uma drenagem central
de água, visando o acúmulo e a coleta de material mineral e orgânico e uma otimização dos processos
de circulação de água e aeração mecânica no ambiente de cultivo.
PRÁTICAS RECOMENDADAS
1.Adotar configurações que possam sobrepor as limitações físicas do terreno e otimizar o uso do
terreno disponível, mas que não venham a comprometer as características hidráulicas do viveiro.
2.Construir viveiros com uma configuração mais uniforme possível visando flexibilizar e otimizar os
processos de troca d'água, aeração mecânica e despesca.
3.Evitar a construção de viveiros quadrados ou circulares, exceto para operacionalização de sistemas
intensivos de engorda, com drenagem central de água.
4.Identificar e eliminar áreas mortas ou de baixa circulação de água em viveiros com configuração
indefinida, com o uso de aeração mecânica localizada, mas moderada.
5.Em viveiros com configuração indefinida, contabilizar as possíveis zonas rasas ou não ocupadas
por camarões, através de tarrafadas em pontos previamente definidos de modo a não superestimar
a área de cultivo disponível durante o povoamento de camarões.
6.Construir viveiros com o eixo mais longo paralelo a direção predominante do vento, de forma a
facilitar o movimento de água gerado pela ação dos ventos, favorecendo o aumento nos níveis de
oxigênio e as diferenças térmicas na área de cultivo.
2.4 CONFIGURAÇÃO DOS VIVEIROS
Configuração dos Viveiros
27,9%
72,1%
32,6%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Retangular Quadrado Topografia
do terreno
Outro
n = 43
Gráfico 21 - Configuração dos viveiros
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 29
Os viveiros de engorda são escavados
em terra e envoltos por paredes
denominadas de taludes para
contenção da água de cultivo. Os
diques servem para delimitar o
perímetro da fazenda, funcionando
também contra proteção a enchentes.
Ambos podem ser ou não trafegáveis
por veículos, dependendo das
necessidades da fazenda. Diques e
taludes são construídos com material
proveniente da escavação lateral dos
próprios viveiros, e em certos casos,
transportados de áreas circunvizinhas a
fazenda. A proteção dos diques e
taludes visa reduzir a ação erosiva da
água de cultivo e de chuvas sobre suas
estruturas, prolongando a vida útil,
diminuindo a presença de materiais em
suspensão durante as drenagens,
minimizando a infiltração, a perda de
profundidade e de área cultivável.
PRÁTICAS RECOMENDADAS
1.Construir diques e taludes que
previnam a erosão e permitam uma
baixa manutenção.
2.Evitar o uso de solos ácido sulfatados
ou altamente permeáveis (arenosos)
durante a moldagem dos diques e
taludes, sempre empregando
material de boa compactação, com
5% a 10% de argila. Evitar o uso de solos com mais de 20% de matéria orgânica e muito compactos.
3.No uso de solo de baixa compactação, executar o envelopamento e o revestimento dos taludes e
diques com material impermeável.
4.Proteger integralmente todos os taludes, quando o nível de intensificação a ser adotado requerer o
uso de aeração mecânica intensa.
5.Enroncar diques e taludes nos lados que não se apresentam paralelos ao sentido dos ventos
predominantes ou que sofrem maior ação da água de cultivo.
6. No caso do uso de lonas ou mantas de PVC, fixa-las de forma a evitar a penetração de água e
sua soltura durante o cultivo.
7.No caso do uso de vegetação, escolher plantas nativas da região com crescimento rápido, resistentes
às condições adversas de temperaturas e salinidade.
8.Não adotar inclinações íngremes nos taludes, pois são mais sujeitas a uma maior erosão. Usar
inclinações com uma razão largura e altura de 1,5-2,0:1,0.
2.5 PROTEÇÃO DE DIQUES E TALUDES
Proteção de Diques e Taludes
28,6%
21,4% 19,0%
35,7%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Total em
ambos
Parcial em
ambos
Só no canal
de adução
Só no canal
de drenagem
Nenhuma
proteção
n = 42
Tipo de Proteção
39,5%
2,3%
7,0%
2,3%
81,4%
2,3%
27,9%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Pedras
Lonas
Vegetação
Manta asfáltica
Alvenaria
Argila
Sacos
Outro
n = 35
Gráfico 22 - Proteção de diques e taludes
Gráfico 23 - Tipo de proteção de diques e taludes
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 30
Viveiros de engorda devem ser capazes
de alcançar um escoamento completo
de água após a despesca. Viveiros com
uma drenagem ineficaz prolongam o
tempo requerido para despesca e podem
levar a perda de camarão e
comprometer a qualidade final do
produto. Para auxiliar nos processos de
drenagem de água, em particular de
viveiros com áreas superiores a 2 ha,
valas conhecidas como canaletas são
construídas diagonal e paralelamente
aos taludes. Estas estruturas, além de
possibilitarem uma melhor circulação de
água e coleta de resíduos sólidos,
funcionam como refúgio para os
camarões durante dias muito quentes.
Das fazendas entrevistadas, 58,1% (n =
43) possuem viveiros com canaletas
internas.
PRÁTICAS RECOMENDADAS
1.Construir nos viveiros de engorda
canaletas internas com 5-10 m de
largura e 30-50 cm de profundidade.
2.Uma das canaletas deve ser
construída ligando diretamente as
comportas de abastecimento e
drenagem de água, diagonal ou
paralelamente aos taludes.
3.As canaletas laterais aos taludes
devem ser posicionadas distantes de
forma a evitar uma velocidade
excessiva das correntes d'água e
erosão sobre sua estrutura.
4.Submeter as canaletas a limpeza a
cada ciclo para remover excesso de
partículas minerais e material
orgânico acumulados.
2.6 DRENAGEM DE ÁGUA DOS VIVEIROS
Alcança Drenagem Total da Àgua dos
Viveiros
78,6%
19,0%
2,4%
Em todos
Em nenhum
Somente em alguns
Na maioria
n = 43
Gráfico 24 - Alcança drenagem total da água dos viveiros
Figura 4 - Canaletas de drenagem de água em um viveiro de engorda de
camarão
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 31
As fazendas devem contemplar canais
de adução e drenagem de água
individuais visando permitir uma
exposição dos camarões a bons níveis
de qualidade de água ao longo de todo
ciclo de engorda, além de uma maior
flexibilidade nos processos de troca
d'água e despesca. Contudo, os canais
devem ser fisicamente interligados, para
viabilizar o reuso parcial ou integral dos
efluentes gerados pela troca d'água e
despesca, após seu devido tratamento.
De 42 fazendas entrevistadas, apenas
5,4% dispunham de uma interligação
entre os dois canais.
PRÁTICAS RECOMENDADAS
1.Construir canais individuais de
adução e drenagem de água para
toda fazenda ou para núcleos
distintos da fazenda.
2.Conceber o projeto de engenharia de
forma a garantir a interligação entre
os canais de adução e drenagem de
água, por meio de bacias ou lagoas
de sedimentação.
3.Reutilizar a água de drenagem
somente após seu devido tratamento,
respeitando os níveis ideais para a
espécie cultivada.
4.Quando a água de captação ou
drenagem apresentar-se eutrofizada,
com excesso de partículas em
suspensão ou com suspeita da
presença de organismos
2.7 CANAIS INDIVIDUAIS DE ADUÇÃO E DRENAGEM DE ÁGUA
Canais Individuais de Adução e Drenagem
11,9%
4,8%
83,3%
Sim, toda fazenda
Somente parte dela
Não
n = 42
Gráfico 25 - Canais individuais de adução e drenagem
Figura 5 - Canal de descarga de água de uma fazenda de engorda de camarão
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 32
As fazendas de engorda de camarão
podem operar sob três regimes de
cultivo: (1) monofásico, cultivo realizado
em uma única etapa com o povoamento
de camarões na fase de pós-larva 11
(PL11, pós-larva com 11 dias de vida)
diretamente em viveiros de engorda; (2)
bifásico, cultivo em duas etapas, de
PL11 até PL25 em tanques circulares de
alvenaria denominados de berçário,
sendo os animais posteriormente
transferidos para viveiros de engorda;
(3) trifásico, cultivo em três etapas, com
uma fase adicional de pré-engorda
realizada após a despesca do berçário,
compreendendo o cultivo de pós-larvas
(PLs) com 20 a 25 dias de vida até juvenis com 0,8 a 1,5 g. Os regimes de cultivo bifásico e trifásico
objetivam, entre outros aspectos, otimizar a eficiência da engorda, reduzindo os custos operacionais
e o tempo de cultivo nos viveiros de produção.
PRÁTICAS RECOMENDADAS
Operar a fazenda sob um regime de cultivo que permita:
1.Aclimatar os camarões às condições ambientais da fazenda precedendo o início da engorda.
2.Manter um inventário e avaliar a qualidade dos estoques de PLs adquiridas.
3.Reduzir o risco de exposição de camarões muito jovens a potenciais patógenos e predadores.
4.Detectar precocemente problemas e enfermidades, antecipando a aplicação de medidas profiláticas
e (ou) curativas.
5.Implementar programas mais agressivos de nutrição e alimentação de PLs logo após sua chegada
a fazenda.
6.Padronizar as características zootécnicas dos camarões a serem utilizados na engorda.
7.Formar estoques reguladores de PLs na fazenda em períodos de escassez de PL.
8.Estabelecer projeções mais confiáveis referentes à produção dos viveiros de engorda com base na
contagem de camarões no momento do povoamento.
2.8 REGIME DE CULTIVO
Regime de Cultivo
41,9%
55,8%
2,3%
Monofásico
Bifásico
Trifásico
n = 43
Gráfico 26 - Regime de Cultivo
3. Unidade de Berçário
3.1 Sistema de Tanques Berçários
3.2 Configuração dos Berçários
3.3 Aeradores e Geradores
3.4 Localização e Acesso
3.5 Água de Abastecimento
3.6 Manejo da Água
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 35
Algumas fazendas de engorda possuem
uma unidade formada pelo complexo
de berçários intensivos. Esta unidade
ocupa uma pequena área do
empreendimento, entre 100 m2 e 0,5
ha, variando de acordo com as
necessidades de fluxo de pós-larvas. Os
tanques berçários intensivos circulares
se constituem uma etapa adicional de
cultivo conduzida em um ambiente
independente dos viveiros de produção,
uma fase intermediária entre a
larvicultura e a engorda. Os berçários
são particulares aos sistemas bifásicos
de engorda (cultivo em duas fases) e
abrangem o estágio de crescimento do
camarão entre as idades de PL10 e PL30, sendo considerados uma extensão da larvicultura. Os
tanques berçários intensivos são uma importante ferramenta para otimizar a logística de produção,
regularizando o fluxo de recebimento de PLs dos laboratórios e o povoamento de viveiros recém
preparados. Começar a engorda com juvenis ou PLs em um estágio mais avançado de desenvolvimento,
além de reduzir os riscos financeiros, diminui o tempo de permanência dos camarões nos viveiros,
aumentando a rotatividade dos ciclos de engorda e a produtividade anual do empreendimento.
PRÁTICAS RECOMENDADAS
Empregar os tanques berçários com os seguintes objetivos:
1.Reservatório temporário para o armazenamento de PLs.
2.Aclimatar camarões as condições ambientais da fazenda.
3.Manter um inventário de PLs e avaliar a qualidade dos estoques adquiridos.
4.Reduzir o risco de exposição de camarões muito jovens a potenciais patógenos e predadores.
5.Detectar precocemente problemas e enfermidades, antecipando a aplicação de medidas profiláticas
e (ou) curativas.
6.Homogeneizar as características zootécnicas dos camarões a serem utilizados na engorda.
7.Diminuir a freqüência de viveiros com baixas taxas de sobrevivência.
8.Formar estoques reguladores de PLs.
9.Elaborar projeções mais confiáveis referentes à engorda.
3.1 SISTEMA DE TANQUES BERÇÁRIOS
Dispõe de Tanques Berçários
58,1%
41,9%
Não Sim
n = 43
Gráfico 27 - Disponibilidade de tanques e berçario
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 36
Os tanques berçários intensivos podem
ter um formato quadrado, retangular ou
circular. Os tanques circulares são os
mais utilizados no Brasil e apresentam
algumas vantagens operacionais em
relação às outras configurações. São
mais fáceis de limpar, pois não possuem
cantos e, portanto, não tendem a
acumular restos de ração, algas,
sedimento ou outros resíduos. Devido
ao seu formato, propicia uma melhor
circulação de água e uma renovação
mais homogênea. No fundo, os tanques
berçários apresentam uma geometria
parcialmente cônica, ou seja, o piso
possui uma leve declividade de 0,5% a
1% em direção ao centro do tanque
onde é montado o sistema de
drenagem. Os tanques podem ser
construídos de fibra de vidro, de
materiais metálicos galvanizados
resistentes a corrosão ou de alvenaria,
sendo este último mais comum.
PRÁTICAS RECOMENDADAS
1.Utilizar tanques berçários com
configuração circular.
2.Com exceção dos tanques de fibra de
vidro, revestir internamente os
tanques berçários com tinta epoxi ou
metalatex preta, azul ou branca, ou
ainda revestidos com uma manta
PEAD (Membrana de Polietileno de
Alta Densidade).
3.Não empregar tanques berçários sem revestimento interno. Asperezas nas paredes internas podem
causar danos às PLs, por atrito, e também levar a colonização das paredes por bactérias indesejáveis,
devido ao acúmulo de toxinas na superfície porosa.
3.2 CONFIGURAÇÃO DOS BERÇÁRIOS
Configuração de Tanques Berçários
100,0%
Retangular
Quadrado
Circular
Outro
n = 25
Revestimento Interno dos Berçários
48,0%
36,0%
8,0%
4,0%
4,0%
Nenhum, no cimento
Tinta epóxi
Manta de PVC
Fibra de vidro
Terra
n = 25
Gráfico 28 - Configuração de tanques e berçario
Gráfico 29 - Revestimento interno dos berçarios
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 37
Para um suprimento regular de oxigênio
nos tanques berçários são empregados
sopradores de ar com motor elétrico
dotado de uma potência variando entre
5 cv e 10 cv. Os sistemas de provimento
de ar, empregado para oxigenação e
circulação de água são independentes,
contudo interconectados a uma única
válvula operacional para regular a
pressão e o fluxo de ar. O sistema de
oxigenação da água dos berçários pode
ser aéreo ou submerso. O sistema aéreo
de oxigenação utiliza mangueiras
flexíveis, preferivelmente de silicone,
conectadas a pedras porosas com poros
entre 20-40 micras de diâmetro,
dispostas sobre toda área cultivada. As
pedras são suspensas com o auxílio de
cordas fixadas perpendicularmente
sobre o tanque, formando uma teia em
toda sua extensão. Os sistemas
submersos são construídos com canos
de PVC interconectados e fixados no
piso do tanque. A configuração dos
canos varia, podendo ser dispostos
paralelamente ou numa conformação
circular. Os canos devem ser perfurados
com microfuros para gerar pequenas
bolhas de ar (quanto menor maior a
eficácia da oxigenação).
3.3 AERADORES E GERADORES
Sistema de Aeração Predominante
12,0%
48,0%
40,0%
Aéreo
Submerso
Utiliza ambos
n = 25
Sistema de Gerador para Berçários
8,0%
92,0%
Sim Não
n = 25
Gráfico 30 - Sistema de aeração predominante
Gráfico 31 - Sistema de gerador para berçário
Tanto o sistema aéreo como o submerso
são amplamente utilizados, e
aparentemente não divergem em relação ao nível de eficiência de oxigenação da água e os resultados
zootécnicos obtidos. A escolha entre os dois sistemas geralmente recai sobre a facilidade de montagem,
manutenção e limpeza. O sistema aéreo requer a troca rotineira de mangueiras que geralmente
enrijecem e de pedras porosas que entopem ou quebram. Contudo, ainda é um sistema que apresenta
maior facilidade de manutenção e limpeza (realizada com imersão em uma solução de ácido muriático)
em relação ao sistema submerso. O sistema submerso tende a acumular resíduos no fundo, é mais
susceptível a aderência de algas, dificultando os processos de limpeza entre ciclos. Contudo, auxilia
na ressuspensão e concentração de material particulado.
PRÁTICAS RECOMENDADAS
1.Dotar os sopradores dos berçários com um grupo gerador de igual potência a diesel ou a gasolina
para eventuais quedas de energia elétrica ou falhas de equipamento. Nunca permitir quedas nas
concentrações de OD. Sempre dispor de soprador de reserva.
2.Equipar o grupo gerador com uma chave automática de ignição para uma recuperação rápida dos
processos artificiais de oxigenação da água.
3.Dispor de pequenos compressores à bateria (12 V) para unidade de berçário a fim de oxigenar a
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 38
Os tanques são geralmente dispostos
um ao lado do outro em áreas abertas,
propositadamente expostas a elementos
naturais, como chuva, sol, ventos, ciclos
lunares, etc. Os tanques podem ser
escavados em terra ou edificados sobre
uma área com topografia plana. Em
ambos os casos, a área deve ser livre
de vegetação, com boa circulação de
ar e facilidade de acesso.
PRÁTICAS RECOMENDADAS
1.Edificar os tanques berçários em uma
área totalmente aberta, localizada
em uma região central da operação
a fim de flexibilizar e agilizar os
processos de transferência de PLs
para os viveiros de engorda.
2.Instalar os berçários em um local que
viabilize a captação de água dos
canais de adução, de preferência nos
pontos de melhor qualidade de
água.
3.Manter a área de berçários isolada,
limitando o fluxo de pessoas que não
estejam diretamente ligadas às
atividades de manutenção e
operacionalização.
4.Proibir o acesso de visitantes ou
pessoas externas a fazenda. Os
funcionários devem estar calçados
3.4 LOCALIZAÇÃO E ACESSO
Área de Localização de Berçários
96,0%
4,0%
Em área totalmente aberta
Em área totalmente coberta
Em área parcialmente coberta
n = 25
Acesso a Berçários
24,0%
28,0%
16,0%
64,0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
É restrita a equipe técnica
Não existe restrição
Possui isolamento
Não dispõe de nenhum tipo de
isolamento
n = 25
com botas de borracha ao adentrar a área de berçários.
Gráfico 32 - Área de localizaçõo do berçários
Gráfico 33 - Acesso a berçários
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 39
A água de abastecimento da unidade
de berçário deve apresentar
características físico-químicas mais
próximas daquelas dos viveiros de
produção. Os berçários são abastecidos
mecanicamente com água provinda dos
canais de adução dos viveiros,
utilizando-se uma bomba elétrica
centrífuga de 1-2 cv. O abastecimento
mecânico é utilizado, pois se faz
necessário uma filtragem preliminar da
água, feita por meio do uso de filtros
de bolsa fabricados com uma malha de
300 micras. Na captação, é construído
um sistema de filtro simples utilizando
tubulações de PVC. Imerso no canal de
adução, deve ser instalado um cano de
PVC com 6" de diâmetro (bitola) por 1,5
m de comprimento, lacrado com um
cap em uma de suas extremidades e
possuindo ao longo de toda sua
extensão, perfurações com 2 cm de
diâmetro. No seu interior, é fixado um
tubo de PVC de 110 mm de diâmetro
corrugado e perfurado. O cano deve
ser revestido com uma bolsa feita com
uma malha de 1.000 micras. Esta
estrutura tem como objetivo reduzir a
incidência de pequenas pedras,
gravetos ou de materiais finos, como
areia, nos sistema de abastecimento.
Estes materiais podem vir a danificar a
bomba ou entupir as tubulações. No ponto de captação, o filtro deve manter-se completamente imerso
na água, posicionado horizontalmente e distante cerca de 10-15 cm do fundo do canal de adução.
PRÁTICAS RECOMENDADAS
1.Equipar cada tanque berçário com um sistema independente de abastecimento e drenagem de
água.
2.Filtrar mecanicamente toda água de abastecimento dos berçários utilizando filtros de areia, tanques
de decantação e (ou) filtros de bolsa feitos com malha fina.
3.Instalar filtros de bolsa em dois pontos, no local de sucção de água e na torneira de abastecimento
do tanque berçário.
4.Submeter a água de abastecimento a uma desinfecção somente quando prevalecer incidência de
enfermidades na fazenda.
5.Fixar na torneira de abastecimento de água do berçário, uma manga de filtragem com
aproximadamente 20 cm de comprimento, feita com malha de 300 micras.
6.No bombeamento de água, selecionar pontos de captação que não apresentam riscos de refluxo
ou contaminação pela água de drenagem dos viveiros e que permitam um bombeamento de água
a qualquer hora do dia.
7.Evitar selecionar pontos de captação muito rasos nos canais de adução, sujeitos a uma maior
elevação térmica e (ou) estagnação da água.
3.5 ÁGUA DE ABASTECIMENTO
Origem da Água de Abastecimento
4,0%
8,0%
88,0%
Diretamente do canal de
abastecimento
Da gamboa
De poço
Outro (do rio)
n = 25
Água do Berçário Submetida
88,0%
4,0%
0,0%
4,0%
28,0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Filtragem mecânica
Filtragem com manga de proteção
Desinfecção
Nenhum dos itens acima
Outro
n = 25
Gráfico 34 - Origem da água de abastecimento
Gráfico 35 - Água do berçário submetida
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 40
O sistema de drenagem de água dos
tanques berçários consiste de uma
tubulação de escoamento, montada
abaixo e no interior da estrutura do
berçário. Em todo sistema, pode ser
empregada tubulação de PVC com 6"
de diâmetro, de forma a permitir uma
vazão suficiente durante a renovação de
água e a despesca. No caso da
necessidade de integração do sistema
de drenagem de vários tanques, o canos
de PVC deverão ser ligados a uma
tubulação central de esgoto com um
maior diâmetro interno. O sistema de
escoamento se prolonga desde o dreno
central, localizado no centro do tanque,
até a caixa de despesca. No orifício
central de escoamento de água do
tanque, é fixado um cano de PVC com
um comprimento superior em 20-30 cm
em relação a cota máxima de água
empregada. Este cano deve possuir
orifícios com 20 cm de diâmetro,
distribuídos ao longo de toda sua
superfície ou restritos a área do cano
que permanece acima da lâmina
d'água. Os canos com orifícios
distribuídos ao longo de toda sua
extensão permitem uma renovação mais
uniforme na coluna d'água, facilitando
a remoção de dejetos. Para evitar o
escape de PLs, a área do cano com
3.6 MANEJO DA ÁGUA
Sifonagem de Água do Berçário
64,0%
24,0%
16,0%
28,0%
Não realizada
1 vez por dia
2-3 vezes por dia
1 vez a cada 2 dias
n = 25
Destino da Água de Drenagem/Sifonagem
12,0%
56,0%
12,0%
8,0%
12,0%
Gamboa
Canal de abastecimento
Viveiros
Canal de drenagem
Bacia de sedimentação
Outro (rio, mar, salgado)
n = 25
Gráfico 36 - Sifonagem de água do berçário
orifícios é revestida com uma camisa feita com malha de 300 micras. O cano deve ser mantido numa
posição vertical, por meio de enroscamento no dreno central, visando sua remoção durante a despesca
e procedimento de limpeza. A caixa de despesca das PLs é escavada em terra e construída de alvenaria.
Esta estrutura deve ser situada anexa aos tanques berçários, rebaixada a uma altura que viabilize a
completa drenagem de água dos tanques. Pode ser projetada de forma a integrar a canalização de
drenagem de dois ou mais tanques berçários.
PRÁTICAS RECOMENDADAS
1.Edificar os berçários de forma que possam ser drenados por completo, a cada ciclo de produção
para eficiente limpeza e esterilização.
2.Restringir a taxa diária de renovação de água nos primeiros três dias de cultivo visando manter
florações de fitoplâncton, e em especial as diatomácias.
3.A partir do quarto dia de cultivo, intensificar o sifonamento de água do fundo do tanque a fim de
remover resíduos de fezes, restos de ração não consumida, sedimento e excesso de microalgas.
4.Destinar toda água de drenagem ou sifonamento ao sistema de tratamento de efluentes do
empreendimento de cultivo (canais, bacia de sedimentação, etc.).
Gráfico 37 - Destino da água de drenagem/sifonagem
4. Recepção e Povoamento de Pós-
Larvas - PL’s
4.1 Testes de Avaliação de PL’s
4.2 Transporte e Contagem
4.3 Recepção de PL’s
4.4 Manejo Alimentar
4.5 Transferência e Povoamento
4.6 Manejo das Caixas de Transferência
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 43
A qualidade das pós-larvas é
indispensável para obter resultados
zootécnicos favoráveis na engorda. PL’s
de boa qualidade conseguem tolerar as
mais adversas condições de despesca,
transporte e contagem, além de
facilmente se adaptar em uma
variedade de condições de qualidade
de água na fazenda. As PL’s devem ser
adquiridas de laboratórios idôneos, com
licença ambiental e com um bom
histórico no mercado. Os testes de
estresse visam fornecer um critério
subjetivo de qualidade dos camarões e
devem ser feitos em combinação com
avaliações da aparência morfológica e
comportamental dos animais.
PRÁTICAS RECOMENDADAS
1.Conduzir testes de estresse com PLs
ainda no laboratório, antes do seu
empacotamento e embarque.
2.Submeter cerca de 200 PL’s a um
choque de salinidade (imersão em
água doce por 30 minutos) ou
temperatura (queda na temperatura
da água para 22-24oC por 5-10
minutos). Os animais devem
apresentar uma sobrevivência
superior a 85%.
Observar as seguintes condições:
3.As PL’s devem apresentar tamanho e
peso compatíveis com sua idade
cronológica.
4.A variação de peso ou tamanho das PLs
no lote adquirido deve ser o menor
possível. O coeficiente de variação
(desvio padrão dividido pela média)
nunca deve ser superior a 15%.
5.Os padrões de movimento das antenas
das PLs deve ter formato em V.
6.A cutícula (casca) deve ser suave e
limpa, sem a presença de necroses, algas ou protozoários.
7.O leque caudal deve ser bem aberto durante o nado do animal.
8.O rostro (chifre) e os apêndices devem estar presentes, íntegros e normais no formato.
9.A cauda deve apresentar-se translúcida, não opaca, esbranquiçada ou com a presença de sujeiras.
10.O intestino deve estar preenchido com alimento assemelhando-se a uma linha de cor amarronzada,
ao longo de toda parte superior do abdômen.
11.As PLs devem reagir quando perturbadas, geralmente pulando para superfície sólida.
4.1 TESTES DE AVALIAÇÃO DE PLS
Testes de Avaliação de PL
11,6%
44,2%
2,3% 41,9%
Na chegada da PL na fazenda
No laboratório de origem
Em ambos
Em nenhum
n = 43
Testes Conduzidos de Estresse
93,0%
74,4%
62,8%
67,4%
46,5%
72,1%
44,2%
79,1%
90,7%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
n = 43
93,0%74,4%62,8%67,4%46,5%
72,1%
44,2%
90,7%
0%
20%40%
60%80%100%
Estresse a temperatura
Estresse a salinidade
Distribuição na água
Atividade natatória
Presença de lipídeos no hepatopâncreas
Preenchimento do trato digestivo
Coloração de musculatura
Aparência do exoesqueleto (carapaça)
Sistema branquial
Gráfico 38 - Teste de avaliação de pós-larvas
Gráfico 39 - Teste conduzidos de estresse
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 44
100,0%
93,0%90,7%90,7%7,0%
88,4%
74,4%81,4%
97,7%
0%20%40%60%80%100%
Dados de temperatura
Dados de salinidade
Presença de alimento nos sacos de transporte
Transporte em embalagens com isolamento térmico
Densidade de PLs no transporte
Idade da PL
Uniformidade
Atestado de sanidade
Outros (pH da água)
12.As brânquias devem possuir todos os seus arcos braquiais em pelo menos 80% das PLs.
13.Os túbulos do hepatopâncreas devem estar completamente preenchidos com lipídeos.
14.As PL’s devem exibir natação ativa e bentônica. Não devem apresentar-se letárgicas ou com nado
em zig-zag ou em espiral.
15.Todo o músculo abdominal deve apresentar-se revestido pela cutícula, desde o final do cefalotórax
até o leque caudal.
As pós-larvas são geralmente
transportadas por vias rodoviárias,
acondicionadas em sacos plásticos
contendo água e oxigênio, protegidos
em caixas de isopor ou papelão. Para
se obter êxito neste procedimento, é
necessário manipular a temperatura da
água de transporte e a densidade de
PL’s conforme a distância a ser
percorrida. O método de contagem de
PLs predominantemente utilizado no
Brasil é o volumétrico com água. A água
contida em um tanque com PL’s é
agitada para uniformizar a distribuição
dos animais. Cerca de seis ou mais
amostras são coletadas com um becker
de volume entre 0,1-1,0 L para
contagem do número total de PL’s
contidas no recipiente. Calcula-se a
média das contagens, cujo resultado é
multiplicado pelo volume total de água
contida no tanque e por fim dividido
pelo volume de água do becker.
PRÁTICAS RECOMENDADAS
1.Durante amostragem de PL’s para
contagem, sempre agitar a água do
tanque de coleta, efetuando coletas
rápidas.
2.Coletar amostras de PL’s sempre da
superfície da água, não submergindo
o becker ou o empurrando na coluna
d'água. Quando totalmente ou
parcialmente submerso, o becker cria
correntes na água dificultando a
captura de PL’s.
3.Visitar o laboratório para conhecer as
condições sanitárias e de manejo.
4.Não adquirir PL’s expostas a drogas
durante o processo de larvicultura.
O uso de químicos reduz as respostas
naturais de defesa do animal.
4.2 TRANSPORTE E CONTAGEM
Método de Contagem de PLs
2,3%
9,3%
88,4%
Método volumétrico com água
Método volumétrico sem água
Pesagem
Outro
n = 43
Critérios Exigidos ao Laboratório
93,0%
90,7%
90,7%
7,0%
100,0%
97,7%
81,4%
74,4%
88,4%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
n = 43
Gráfico 40 - Método de ccontagem de pós-larvas
Gráfico 41 - Critérios exigidos ao laboratório
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 45
5.Acompanhar todo processo de contagem, empacotamento e transporte das PL’s.
6.Solicitar previamente a larvicultura, aclimatação das PL’s a salinidade da água da fazenda.
7.Os sacos de transporte devem apresentar uma relação de água:oxigênio de 1:1 ou de 1:2.
8.Empregar densidades iguais ou inferiores a 1.000 PL’s por litro nos sacos de transporte, diminuindo
progressivamente com um aumento das distâncias a serem percorridas.
9.Minimizar o tempo de transporte de PL’s entre a larvicultura e a fazenda. Evitar transportes superiores
a 20 horas.
10.Resfriar a água de transporte para 22-24oC, quando o tempo a ser percorrido excede 3 horas.
11.Sempre que possível, transportar os animais com um cilindro de oxigênio para situações de
emergência.
12.Quando o transporte de PLs ocorrer em sacos de polietileno, acondiciona-los em caixas de papelão
como forma de minimizar a ação térmica. As embalagens devem ser transportadas em horários
amenos do dia, protegidas do sol, de preferência em caminhão baú. Evitar o uso de caixas de
isopor por questões de biossegurança.
Previamente a aquisição das pós-larvas,
a fazenda deve tomar providências no
que diz respeito à preparação das
estruturas de aclimatação e de berçário.
Antes da estocagem nos berçários, os
mesmos já devem ter sido esterilizados,
cheios com água, fertilizados e
inoculados com diatomáceas. No caso
da estocagem direta em viveiros, é
necessário que todos os procedimentos
relativos a preparação dos mesmos
tenha também sido obedecida, no que
diz respeito a secagem e a calagem do
solo, e ao seu enchimento e fertilização
da água.
PRÁTICAS RECOMENDADAS
1.Os tanques berçários devem ser
submetidos à escovação,
desinfecção com solução de
hipoclorito de sódio a 20 ppm,
lavagem com água corrente e
secagem ao sol por 24 horas.
2.Empregar densidades de no máximo
30 PL’s/L nos tanques berçários, não
excedendo duas semanas de cultivo,
exceto em densidades inferiores a 10
PL/L.
3.Sempre conduzir aclimatação de PLs,
acondicionamento ao pH (uma
unidade/hora), salinidade (2-3 ppt/
hora) e temperatura (4oC/hora) da
água de cultivo em caixas de aclimatação adotando uma densidade de 1.000 PL/L.
4.No uso de berçário cercado em viveiros, instalar em área com boa profundidade e circulação de
água, preferivelmente de fácil acesso para alimentação. Remover, lavar e desinfetar telas após
soltura dos animais no viveiro.
4.3 RECEPÇÃO DE PL’s
Providências na Recepção de PLs
88,4%
55,8%
11,6%
81,4%
65,1%
67,4%
95,3%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Esterilização
Fertilização
Aclimatação
Inoculação de alimento
natural
Análise de água
Análise de solo
Outro
n = 43
Densidade de Estocagem no Berçário
25,6%
58,1%
11,6%
4,7%
Até 15 PL´s/Litro
De 15 a 30 PL´s/Litro
Mais de 30 PL´s/Litro
Não sabe
n = 43
Gráfico 42 - Providências na recepção de pós-larvas
Gráfico 43 - Densidade e estocagem no berçário
ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 46
5.Somente efetuar a transferência ou
povoamento de PLs em viveiros de
engorda quando forem constatados
níveis favoráveis de oxigênio
dissolvido, temperatura, salinidade,
pH e transparência da água.
Tempo de Cultivo no Berçário
7,5%
70,0%
22,5%
< 10 dias
11-20 dias
> 21 dias
n = 43
A fase de berçário representa uma boa
oportunidade de munir as pós-larvas
com um aporte adequado de nutrientes
e assim fortifica-las para início da
engorda em viveiros. Nesta fase de
cultivo, é importante que o alimento
atenda a todas as exigências
nutricionais e ao metabolismo mais
acelerado do animal. Para isto é
necessário empregar um alimento
balanceado de boa qualidade, sendo
ministrado todos os dias com um maior
número de vezes possível.
PRÁTICAS RECOMENDADAS
1.Durante a fase de berçário, empregar
alimentos balanceados de alta
qualidade nutricional, com nível
protéico igual ou superior a 40%.
2.Utilizar uma granulometria do
alimento artificial compatível com o
tamanho do animal. Todo alimento
deve possuir granulometria inferior a
800 micras. Evitar realizar a moagem
de ração peletizada para
fornecimento às PLs.
3.Sempre alimentar o maior número de
vezes possível, preferivelmente em
intervalos contínuos de uma ou duas
horas durante períodos de 24 horas.
4.Reduzir a quantidade de alimento
ofertado quando forem observadas
sobras, empregando duas ou três
bandejas de alimentação por
berçário como indicadores de
consumo.
4.4 MANEJO ALIMENTAR
Alimento Utilizado na Fase de Berçário94,9%
0,0%
2,6%
17,9%
5,1%
79,5%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Artemia
Ração fina/moída
Molusco triturado
Dietas comerciais líquidas para larvas ou
PLs
Dietas comerciais secas para larvas ou PLs
Outros
n = 43
Freqüência Alimentar na Fase de Berçário
7,7%
12,8%
74,4%
2,6%
2,6%
Até 4 vezes ao dia
4-6 vezes ao dia
De hora em hora em períodos
contínuos de 24 hrs
A cada 2 horas em períodos
contínuos de 24 hrs
Outro
n = 39
Gráfico 44 - Tempo de cultivo no berçário
Gráfico 45 - Alimento utilizado na fase de berçário
Gráfico 46 - Frequência alimentar na fase de berçário
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  • 1. Superintendência Estadual do Meio Ambiente Princípios para Boas Práticas de Manejo (BPM) na Engorda de Camarão Marinho no Estado do Ceará.
  • 2. Princípios para Boas Práticas de Manejo (BPM) na Engorda de Camarão Marinho no Estado do Ceará. Governo do Estado do Ceará SOMA - Secretaria da Ouvidoria Geral e do Meio Ambiente SEMACE - Superintendência Estadual do Meio Ambiente Universidade Federal do Ceará (UFC) Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) Fortaleza - Ceará Março - 2005
  • 3. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO Alberto J.P. Nunes, Ph.D. Professor Adjunto – Labomar/UFC Tereza Cristina Vasconcelos Gesteira, Ph.D. Coordenadora do CEDECAM – Labomar/UFC Glauber Gomes de Oliveira, Eng. de Pesca Engenheiro de Pesca – Labomar/UFC Ricardo Cunha Lima, M.Sc. Presidente da ACCC – DFA-CE – Labomar/UFC Paulo de Tarso de Castro Miranda, M.Sc. Engenheiro de Pesca – SEMACE-CE Raul Malvino Madrid, Dr. Analista Ambiental – IBAMA/CE – Labomar/UFC Elaboração Publicação Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) Universidade Federal do Ceará (UFC) Ministério da Educação Apoio e Suporte Técnico Governo do Estado do Ceará SEMACE - Superintendência Estadual do Meio Ambiente Ceará Secretaria da Ouvidoria Geral e do Meio Ambiente
  • 4. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO © 2005 Elaborado e publicado pelo COMO CITAR ESTA PUBLICAÇÃO Nunes, A.J.P., Gesteira, T.C.V., Oliveira, G.G., Lima, R.C., Miranda, P.T.C. e Madrid, R.M. 2005. Princípios para Boas Práticas de Manejo na Engorda de Camarão Marinho no Estado do Ceará. Instituto de Ciências do Mar (Labomar/UFC). Programa de Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) do Estado do Ceará, Fortaleza, Ceará. 109 p. PARA OBTER CÓPIAS DESTA PUBLICAÇÃO: Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) Universidade Federal do Ceará (UFC) Avenida da Abolição, 3207, Meireles 60.165-081, Fortaleza, Ceará Telefone: 85-32426422 Fax: 85-32428355 labomar@labomar.ufc.br www.labomar.ufc.br
  • 5. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO AGRADECIMENTOS Os autores agradecem aos proprietários das fazendas listadas abaixo que gentilmente participaram das entrevistas e permitiram visitas as suas instalações de cultivo. 1. AMILCAR MONTEIRO COSTA LIMA 2. AQUAMAR 3. AQUAPLAN EXPORTAÇÃO LTDA. 4. ARGENBRAS 5. ARTEMISA AQÜICULTURA S.A. 6. ARTUR AQÜICULTURA 7. ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES DE REQUENGUELA 8. ATLÂNTICO MARICULTURA LTDA. 9. BIOTEK MARINE E COMÉRCIO 10. CAJUCÔCO AQUACULTURA E AGROPECUÁRIA LTDA. 11. CAMACEL 12. CAMARÃO DA ILHA 13. CAMARISCO CAMOCIM M. LTDA. 14. CEAQUA CEARÁ AQUACULTURA LTDA. 15. CELM AQÜICULTURA 16. CINA COMPANHIA NORDESTE DE AQÜICULTURA E ALIMENTAÇÃO 17. COMPESCAL COMÉRCIO DE PESCADO ARACATIENSE 18. COPES AQÜICULTURA E EXPORTAÇÃO LTDA. 19. CRISTAL AGROPECUÁRIA LTDA. (FAZENDA I) 20. CRISTAL AGROPECUÁRIA LTDA. (FAZENDA II) 21. DACE DALLAS AQÜICULTURA COMÉRCIO E EXPORTAÇÃO 22. FAZENDA CORREIA 23. FAZENDA SÃO JOSÉ 24. GOLD SHRIMP CARCINICULTURA 25. IMA PRODUÇÕES LTDA. 26. JOLI AQÜICULTURA 27. LAIS CARCINICULTURA 28. LIBRA PESCADOS LTDA. 29. LUCRI AQÜICULTURA LTDA. 30. MANOR MARICULTURA DO NORDESTE LTDA. 31. MARICULTURA ACARAÚ PESCA 32. PEQUENO PRODUTOR EM CRUZ, CEARÁ 33. PMC PRODUÇÃO DE MARISCOS E CAMARÕES LTDA. 34. PROCAM PRODUTORA DE CAMARÃO LTDA. 35. REVESA ADMINISTRAÇÃO PARTICIP.E IMPORTAÇÃO LTDA. 36. RIVERS MARINES AQÜICULTURA LTDA. 37. SAMARISCO SAMBURÁ CAMARONEIRA LTDA. 38. SANTA BÁRBARA AQÜICULTURA 39. SÃO BENTO AQÜICULTURA 40. SEAFARM CRIAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS AQUÁTICOS LTDA. 41. SITIO PEDRINHAS I E II 42. VIP CAMARÕES 43. ZUMBI AQÜICULTURA LTDA.
  • 6. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO PREFÁCIO A carcinicultura marinha ou o cultivo de camarão marinho em cativeiro é uma das atividades do agronegócio brasileiro mais representativas na Região Nordeste. Desde o início desta década que o setor cresce de forma acelerada, em particular no Estado do Ceará, um dos maiores produtores nacionais. Apesar dos seus benefícios sócio-ecônomicos, existe uma preocupação cada vez maior quanto aos possíveis impactos da atividade sobre o meio ambiente. Efeitos ambientais adversos advindos da carcinicultura marinha possuem uma estreita relação com a engenharia, a construção e a operacionalização da fazenda de cultivo. Aspectos como a proteção dada aos taludes e diques, tipo de material utilizado na compactação, posicionamento de aeradores e profundidade dos viveiros podem reduzir drasticamente o potencial erosivo no sistema de produção, melhorando a qualidade dos efluentes gerados. A captação de água, sua distribuição aos viveiros e os métodos de drenagem adotados durante a renovação e a despesca também exercem forte influência sobre a qualidade da água e o meio ambiente. As BPM (Boas Práticas de Manejo, do inglês “Better Management Practices, BMPs”) compõem um sistema de princípios técnicos que objetivam oferecer referências a uma determinada atividade produtiva e a seus órgãos reguladores, recomendando procedimentos operacionais que mantenham a harmonia e o equilíbrio ambiental capazes de perpetuar a atividade em questão. O objetivo das BPM não é impor normas ou regras, mas sugerir procedimentos que pela experiência prática demonstram ser mais eficazes e rentáveis do ponto de vista ambiental e econômico. Na carcinicultura marinha, as BPM da Global Aquaculture Alliance (Boyd, 1999), da Australian Shrimp Prawns Association (Donavan, 2001 e da Asociación Nacional de Acuicultores de Honduras (Haws et al., 2001) foram as precursoras de códigos de conduta locais, como o da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC, 2001) e mais recentemente do Estatuto e Código de Conduta da Associação Cearense de Criadores de Camarão (ACCC, 2004). Os Princípios para Boas Práticas de Manejo apresenta o resultado de um estudo sobre o perfil técnico e operacional de 43 empreendimentos de engorda de camarão marinho do Estado do Ceará. Os resultados demonstram que apesar de existirem distinções operacionais como tamanho da fazenda, aporte de mão-de-obra, insumos e tecnologia, a maioria das operações de engorda de camarão no Estado adotam procedimentos de cultivo relativamente padronizados. As BPM apresentadas nesta publicação é a compilação de práticas encontradas na literatura, bem como resultantes da experiência e de trabalhos realizados em laboratório e em campo pelos autores. As BPM sugerem adoção de medidas proativas por parte dos produtores e abrangem desde aspectos relacionados à construção da fazenda, avaliação de áreas propícias ao cultivo, engenharia e construção de viveiros até o uso de rações, agentes terapêuticos, manejo de doenças e outras rotinas do dia-dia. Os autores.
  • 7. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO Lista de Figuras........................................................................................................................... Pg 01 - Raio de Cobertura do Presente Estudo ................................................................................... xii 02 - Localização das fazendas abrangidas no presente estudo (pontos vermelhos) ........................xiii 03 - Camarões estocados sob densidade de 12animais/m2 em tanque de cultivo........................ 18 04 - Canaletas de drenagem de água em um viveiro de engorda de camarão ............................. 29 05 - Canal de descarga de água de uma fazenda de engorda de camarão ................................. 30 06 - Fases do ciclo de muda de um camarão marinho e os principais sinais para identificação ... 52 07 - Gaiola telada para estimar a mortalidade de camarões em viveiros de engorda após o povoamento ........................................................................................................................ 54 08 - Aeradores de pás em funcionamento em um viveiro de engorda de camarão ....................... 63 09 - Esquema de distribuição de ração em viveiros de engorda, após o povoamento com PL2 ou superior ........................................................................................................................... 69 10 - Disposição apropriada para o armazenamento de ração ...................................................... 72 11 - Funcionário preparado para distribuição de calcário em viveiro de engorda de camarão ..... 79 12 - O uso de máscara é essencial para manipulação do metabisulfito ....................................... 99 13 - Tanques berçários em uma fazenda de engorda de camarão .............................................. 105 14 - Camarão em estágio avançado de necrose cuticular .......................................................... 107 Lista de Tabelas 01 - Medidas de tratamento adotadas nos afluentes e efluentes ................................................... 56 02 - Medidas de tratamento adotadas para os riscos de contaminação........................................ 57 03 - Taxa de aeração mecânica recomendada(cv/ha) em função da densidade de camarões estocados, peso médio populacional e sobrevivência estimada .............................................................. 64 04 - Número de refeições diárias e densidade de bandejas de alimentação em função da densidade de estocagem de camarões e fase de cultivo ...................................................... 70 05 - Tipos de rações utilizadas nas diferentes fases de desenvolvimento dos camarões................. 72 06 - Parâmetros aceitáveis e preferíveis nas rações....................................................................... 74 07 - Corretivos comumente utilizados para o tratamento do solo de viveiros de camarão ............ 79 08 - Quantidade de corretivo (kg/ha) recomendado em função do pH do solo de viverios de camarão com vistas a neutralização da acidez .................................................................................... 82 09 - Grau de pureza ou eficiência (%) do calcário em funcção de sua granulometria................... 82 10 - Níveis ideais de qualidade de água de viveiros de camarão e frequência recomendada para monitoramento ..................................................................................................................... 86 11 - Esquema de troca d´água observado nas fazendas de camarão ........................................... 88 Lista de Gráficos 001 - Tempo de Funcionamento das Fazendas ............................................................................. 16 002 - Número de Viveiros na Fazenda ......................................................................................... 17 003 - Área Média de cada viveiro ................................................................................................ 17 004 - Profundidade dos viveiros ................................................................................................... 17 005 - Densidade de Estocagem .................................................................................................... 18 006 - Número de ciclos ao ano ................................................................................................... 19 007 - Tempo do ciclo de engorda ................................................................................................ 19 008 - Peso dos camarões na despesca ......................................................................................... 20 009 - Média de sobrevivência ...................................................................................................... 20 ILUSTRAÇÕES
  • 8. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 010 - Fator de conversão alimentar.............................................................................................. 20 011 - Produtividade de camarões ................................................................................................. 20 012 - Produção de camarão em 2003 ......................................................................................... 21 013 - Mudanças ocorridas na produção 2002 - 2003 ................................................................. 21 014 - Mudanças previstas na produção 2003 - 2004 .................................................................. 21 015 - Mudanças previstas na produção 2004 - 2006 .................................................................. 21 016 - Critérios adotados na seleção de área................................................................................ 24 017 - Conflito com outras atividades............................................................................................ 24 018 - Concetração de fazendas de camarão ................................................................................ 25 019 - Proximidade da fazenda com área urbana .......................................................................... 25 020 - Análises para correção química do solo ............................................................................. 26 021 - Análise de solo em laboratório especializado...................................................................... 26 021 - Configuração dos viveiros .................................................................................................. 27 022 - Proteção de diques e taludes .............................................................................................. 28 023 - Tipo de proteção de diques e taludes.................................................................................. 28 024 - Alcança drenagem total da água dos viveiros ..................................................................... 29 025 - Canais individuais de adução e drenagem ......................................................................... 30 026 - Regime de Cultivo............................................................................................................... 31 027 - Disponibilidade de tanques e berçario ................................................................................ 34 028 - Configuração de tanques e berçario ................................................................................... 35 029 - Revestimento interno dos berçarios ..................................................................................... 35 030 - Sistema de aeração predominante ...................................................................................... 36 031 - Sistema de gerador para berçário ....................................................................................... 36 032 - Área de localizaçõo do berçários........................................................................................ 37 033 - Acesso a berçários .............................................................................................................. 37 034 - Origem da água de abastecimento..................................................................................... 38 035 - Água do berçário submetida ............................................................................................... 38 036 - Sifonagem de água do berçário.......................................................................................... 39 037 - Destino da água de drenagem/sifonagem .......................................................................... 39 038 - Teste de avaliação de pós-larvas......................................................................................... 42 039 - Teste conduzidos de estresse ............................................................................................... 42 040 - Método de ccontagem de pós-larvas .................................................................................. 43 041 - Critérios exigidos ao laboratório ......................................................................................... 43 042 - Providências na recepção de pós-larvas.............................................................................. 44 043 - Densidade e estocagem no berçário ................................................................................... 44 044 - Tempo de cultivo no berçário .............................................................................................. 45 045 - Alimento utilizado na fase de berçário ................................................................................ 45 046 - Frequência alimentar na fase de berçário ........................................................................... 45 047 - Horários de transferência/povoamento de PL’s em viveiros.................................................. 46 048 - Acondicionamento de PL’s durante transferência para viveiros ............................................ 46 049 - Medidas tomadas diante de diferenças na qualidade de água ............................................ 46 050 - Densidade de estocagem no tanque de transferência.......................................................... 47 051 - Desinfecção e limpeza das caixas de transferência de PL’s ................................................. 47 052 - Frequência de biometrias na fazenda .................................................................................. 50 053 - Estágio de realização da primeira biometria ....................................................................... 50 054 - Exames realizados na biometria .......................................................................................... 50
  • 9. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 055 - Monitoramento e estoque em outras circunstâncias ............................................................ 51 056 - Outras situações de monitoramento do estoque ................................................................. 51 057 - Períodos de avaliação do estágio de muda da população .................................................. 52 058 - Métodos de avaliação do estágio de muda......................................................................... 53 059 - Método adotado pora estimar a sobrevivência.................................................................... 54 060 - Tratamento de afluentes e efluentes .................................................................................... 56 061 - Riscos de contaminação da água por esgotos domésticos e industriais ............................... 57 062 - Nível de influência na água de captação dos efluentes de fazendas vizinhas ...................... 58 063 - Permanência da água de captação no canal de adução ..................................................... 58 064 - Drenagem total e limpeza do canal de adução ................................................................... 58 065 - Tratamento de esgotos e resíduos sólidos............................................................................ 59 066 - Destino de esgotos e resíduos sólidos ................................................................................. 59 067 - Emprego de aeração mecânica .......................................................................................... 62 068 - Objetivos da aeração mecânica ......................................................................................... 62 069 - Horário e tempo de funcionamento dos aeradores ............................................................. 63 070 - Critérios para definir a potência de aeradores por área de cultivada .................................. 64 071 - Momento de introdução de aeradores nos viveiros ............................................................. 64 072 - Forma de Posicionamento dos aeradores ............................................................................ 65 073 - Distância dos aeradores em relação ao taludes .................................................................. 65 074 - Método predominante de distribuição de ração .................................................................. 68 075 - Distribuição de ração em bandejas ..................................................................................... 68 076 - Base para ajuste das refeições ofertadas ........................................................................... 68 077 - Frequência nos ajustes de refeição...................................................................................... 69 078 - Número diário de refeições ministradas .............................................................................. 70 079 - Número de bandejas por área cultivada ............................................................................. 70 080 - Forma de armazenamento da ração ................................................................................... 71 081 - Armazenamento próximo ao viveiro .................................................................................... 71 082 - Rotatividade de cargas de ração na fazenda ....................................................................... 71 083 - Tipos de ração empregadas no berçário de engorda .......................................................... 72 084 - Marcas de ração empregadas noberçário de engorda ........................................................ 73 085 - Critérios para aquisição de ração ....................................................................................... 73 086 - Realização testes de qualidade física .................................................................................. 74 087 - Frequência de testes físicos ................................................................................................. 74 088 - Parâmetros utilizados para avaliar o desempenho da ração ................................................ 75 089 - Utilização de área de bioensaios para testes de qualidade nutricional ................................ 76 090 - Uso do terreno anterior a constução da fazenda................................................................. 78 091 - Textura predominate do solo nos viveiros ............................................................................ 78 092 - Tratamento do solo ............................................................................................................. 79 093 - Forma de revirada do solo .................................................................................................. 80 094 - Limpeza e desinfecção de trator .......................................................................................... 80 095 - Objetivos da calagem......................................................................................................... 81 096 - Frequência da calagem ...................................................................................................... 81 097 - Número e pontos de coleta de solo no viveiro .................................................................... 81 098 - Parâmetros analisados de qualidade de água ..................................................................... 84 099 - Finalidade das análises de qualidade de água .................................................................... 84 100 - Método de realização de análises ....................................................................................... 85
  • 10. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 101 - Limpeza e calibração do equipamento de qualidade de água............................................. 85 102 - Disponibilidade de laboratório de qualidade de água na fazenda ...................................... 85 103 - Disponibilidade de cerca ou outro tipo de proteção no ponto de captação ........................ 87 104 - Tipos de bombas empregadas ............................................................................................ 87 105 - Influência da água de descarga da própria fazenda no ponto captação ............................. 87 106 - Taxa diária de renovação de água ...................................................................................... 88 107 - Fatores considerados no momento do bombeamento ......................................................... 88 108 - Emprego de filtragem da água por telas na comporta de abastecimento ............................ 90 109 - Objetivo da filtragem da água por telas na comporta de abastecimento............................. 90 110- Substâncias químicas empregadas no cultivo ....................................................................... 92 111 - Objetivos do uso dos produtos químicos............................................................................. 92 112 - Base para cálculo de dosagens de químicos ....................................................................... 94 113 - Forma de aplicação dos químicos....................................................................................... 94 114 - Critérios para definir o momento da despesca .................................................................... 96 115 - Horários regularmente empregado para despesca .............................................................. 96 116 - Preparativos essenciais para despesca ................................................................................ 96 117 - Equipamentos e insumos para despesca ............................................................................. 97 118 - Empréstimo de material de despesca de outras fazendas .................................................... 98 119 - Desinfecção de equipamentos e utensílios empregados na despesca .................................. 98 120 - Formas de descarte da mistura de gelo e metabisulfito ....................................................... 99 121 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI´s utilizados durante a manipulação do metabisulfito 100 122 - Padrões sanitários das instalações .................................................................................... 102 123 - Compatibilidade das instalações sanitárias com o número de funcionários ....................... 102 124 - Controle no fluxo de visitantes e fornecedores a fazenda .................................................. 103 125 - Disponibilidade de cerca de proteção ............................................................................... 103 126 - Sistemas de desinfecção utilizados .................................................................................... 104 127 - Exigência do uso de luvas, botas e aventais pelos funcionários e (ou) visitantes ................ 104 128 - Adoção do manejo “All in All out”........................................................................................ 105 129 - Doenças já observadas na fazenda ................................................................................... 106 130 - Procedimentos utilizados no caso da presença de enfermidades ....................................... 106 131 - Forma de descarte de camarões encontrados mortos.............................................. 106 e 108 132 - Destino dados ao camarões após as biometrias................................................................ 108 133 - Tipo de licença para construção de diques, canais e viveiros ............................................ 110 134 - Distância mínima em média da área dos diques para Áreas de Preservação Permanente .. 110 135 - Ecossistemas permanentes no entorno da fazenda ............................................................ 112 136 - Áreas legalmente protegidas na propriedade .................................................................... 112 137 - Execução de reflorestamento para compensação de passivo ambiental ............................ 112 138 - Instalações disponíveis na fazenda .................................................................................... 116 139 - Funcionários atendidos pelas instalações .......................................................................... 116 140 - Número de funcionários que fazem parte da comunidade local ........................................ 117 141 - Grau de escolaridade dos funcionários............................................................................. 117 142 - Tipo de apoio social ao funcionário ou sua família ........................................................... 118 143 - Adoção do sistema de premiação por resultado alcançado .............................................. 118 144 - Regime de trabalho dos funcionários ................................................................................ 119 145 - Equipe de despesca .......................................................................................................... 119 146 - Número de funcionários equipados e protegidos .............................................................. 120 147 - Número de funcionários por área de atuação na fazenda ................................................ 120
  • 11. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO SUMÁRIO Prefácio ........................................................................................................................................ v Universo Pesquisado, Localização e Metodologia........................................................................xiii Agradecimentos ........................................................................................................................... iv 1. Aspectos Operacionais ...........................................................................................................15 1.1 Tempo de Funcionamento .................................................................................................. 16 1.2 Viveiros de Engorda ........................................................................................................... 17 1.3 Densidade de Estocagem................................................................................................... 18 1.4 Duração do Cultivo ........................................................................................................... 19 1.5 Parâmetros de Desempenho Zootécnico ............................................................................ 20 1.6 Produção de Camarões ..................................................................................................... 21 2. Construção da Fazenda..........................................................................................................23 2.1 Critérios para Seleção de Área .......................................................................................... 24 2.2 Localização da Fazenda..................................................................................................... 25 2.3 Análises do Solo ................................................................................................................ 26 2.4 Configuração dos Viveiros ................................................................................................. 27 2.5 Proteção de Diques e Taludes ............................................................................................ 28 2.6 Drenagem de Água dos Viveiros ........................................................................................ 29 2.7 Canais Individuais de Adução e Drenagem de Água.......................................................... 30 2.8 Regime de Cultivo ............................................................................................................. 31 3. Unidade de Berçário ..............................................................................................................33 3.1 Sistema de Tanques Berçários ............................................................................................ 34 3.2 Configuração dos Berçários............................................................................................... 35 3.3 Aeradores e Geradores...................................................................................................... 36 3.4 Localização e Acesso ......................................................................................................... 37 3.5 Água de Abastecimento ..................................................................................................... 38 3.6 Manejo da Água................................................................................................................ 39 4. Recepção e Povoamento de Pós Larvas - PL’s ..........................................................................41 4.1 Testes de Avaliação de Pós Larvas - PLs ............................................................................. 42 4.2 Transporte e Contagem ..................................................................................................... 43 4.3 Recepção de Pós Larvas - PLs ............................................................................................ 44 4.4 Manejo Alimentar .............................................................................................................. 45 4.5 Transferência e Povoamento .............................................................................................. 46 4.6 Manejo das Caixas de Transferência .................................................................................. 47 5. Monitoramento do Estoque cultivado ......................................................................................49 5.1 Biometria Populacional ...................................................................................................... 50
  • 12. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 5.2 Monitoramento do Estoque ................................................................................................ 51 5.3 Determinação da Muda ..................................................................................................... 52 5.4 Estimativa de Sobrevivência ............................................................................................... 53 6. Afluentes, Efluentes e Resíduos Sólidos ...................................................................................55 6.1 Tratamento de Efluentes e Afluentes ................................................................................... 56 6.2 Riscos da Contaminação da Água de Captação ................................................................ 57 6.3 Manejo do Canal de Adução............................................................................................. 58 6.4 Esgotos e Resíduos Sólidos ................................................................................................ 59 7. Aeração Mecânica .................................................................................................................61 7.1 Objetivos da Aeração Mecânica ........................................................................................ 62 7.2 Horário e Tempo de Aeração ............................................................................................. 63 7.3 Taxa de Aeração ................................................................................................................ 64 7.4 Posicionamento e Alinhamento dos Aeradores ................................................................... 65 8. Ração e Alimentação..............................................................................................................67 8.1 Métodos de Distribuição de Ração..................................................................................... 68 8.2 Ajuste das Refeições Ofertadas .......................................................................................... 69 8.3 Número de Refeições e Densidade de Bandejas................................................................. 70 8.4 Armazenamento de Ração ................................................................................................. 71 8.5 Número de Rações Empregadas ........................................................................................ 72 8.6 Critérios Utilizados para Seleção de Ração ........................................................................ 73 8.7 Inspeção e Testes de Qualidade da Ração ......................................................................... 74 8.8 Parâmetros para Avaliar o Desempenho de Rações............................................................ 75 9. Manejo do Solo......................................................................................................................77 9.1 Tipo e Uso Anterior do Solo ............................................................................................... 78 9.2 Tratamentos do Solo .......................................................................................................... 79 9.3 Revirada do Solo ............................................................................................................... 80 9.4 Calagem ........................................................................................................................... 81 10. Qualidade de Água..............................................................................................................83 10.1 Parâmetros de Qualidade de Água .................................................................................. 84 10.2 Análise dos Parâmetros de Qualidade de Água ............................................................... 85 10.3 Bombeamento de Água ................................................................................................... 86 10.4 Renovação de Água ........................................................................................................ 87 10.5 Filtragem de Água ........................................................................................................... 88 11. Substâncias Químicas ..........................................................................................................91 11.1 Químicos e seus Objetivos .............................................................................................. 92 11.2 Dosagens e Formas de Aplicação .................................................................................... 94
  • 13. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 12. Despesca .............................................................................................................................95 12.1 Preparação para Despesca .............................................................................................. 96 12.2 Equipamentos e Insumos ................................................................................................. 97 12.3 Higienização de Veículos, Equipamentos e Pessoal .......................................................... 95 12.4 Manipulação do Metabisulfito ......................................................................................... 99 13. Sanidade e Biossegurança..................................................................................................101 13.1 Instalações Sanitárias .................................................................................................... 102 13.2 Acesso a Fazenda .......................................................................................................... 103 13.3 Barreiras Sanitárias........................................................................................................ 104 13.4 Manejo "All-In-All-Out" .................................................................................................. 105 13.5 Enfermidades ................................................................................................................. 106 13.6 Descarte de Camarões Mortos....................................................................................... 107 14. Aspectos Ambientais ........................................................................................................ 109 14.1 Licenciamento Ambiental ......................................................................................... 110 14.2 Áreas Especialmente Protegidas ............................................................................... 112 15. Relação com os Funcionários .............................................................................................115 15.1 Infra-estrutura de Apoio................................................................................................. 116 15.2 Comunidade e Escolaridade dos Funcionários ............................................................... 117 15.3 Apoio Social e Premiação .............................................................................................. 118 15.4 Regime de Trabalho ....................................................................................................... 119 15.5 Equipamentos de Proteção Individual - EPIs e Áreas de Atuação .................................... 120 Bibliografia Consultada ............................................................................................................121
  • 14. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO UNIVERSO PESQUISADO, LOCALIZAÇÃO E METODOLOGIA aplicação foi feita através de visitas às unidades de produção, quando o pesquisador entrevistou o técnico responsável ou o seu proprietário. Na ocasião foram também obtidos registros fotográficos. Para cada tópico abordado, são apresentados os resultados em forma de gráficos ou tabelas. No caso de gráficos é indicada a participação relativa das respostas para cada pergunta (gráfico tipo pizza) ou sua freqüência relativa (gráfico em barras), sendo também informado o número (n) de respostas obtidas. Anexo aos resultados encontra-se comentários sobre a pergunta em questão e as recomendações de BPM. A investigação foi realizada no período de 12 a 30 de julho de 2004 e de 30 de agosto a 10 de setembro de 2004. Inicialmente foram selecionadas cinco Regiões Hidrográficas do Estado do Ceará, de acordo com a classificação do IPLANCE (1997), assim distribuídas: Acaraú, Baixo Jaguaribe, Coreaú, Litoral e Metropolitana. Considerando o número total de 185 fazendas de cultivo de camarão em funcionamento no Estado do Ceará, em cada uma dessas Regiões, foram definidos os números amostrais como se seguem: Acaraú, 6; Baixo Jaguaribe, 19; Coreaú, 11; Litoral, 3, e; Metropolitana, 4. Também foram levados em consideração os tamanhos das empresas existentes nas Regiões: 7 grandes (> 50 ha), 27 médias ( > 10 ha e < 50 ha) e 9 pequenas (< 10 ha). Em uma etapa subseqüente, foram elaborados questionários tipo checklist com 171 perguntas, aplicados em cada unidade visitada. Os questionários abrangeram os seguintes itens: identificação, operacional, berçário, pós-larvas, estoque, engorda, qualidade da água, aeradores, efluentes, solo, ração, químicos, despesca, sanidade, funcionários e preservação. Sua
  • 15. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO
  • 16. 1. Aspectos Operacionais 1.1. Tempo de Funcionamento 1.2. Viveiros de Engorda 1.3. Densidade de Estocagem 1.4. Duração do Cultivo 1.5. Parâmetros de Desempenho Zootécnico 1.6. Produção de Camarões
  • 17. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 17 1. TEMPO DE FUNCIONAMENTO O tempo de funcionamento das empresas visitadas é relativamente recente, verificando-se que apenas 4,7% têm mais de 15 anos e 58,1 % estão na faixa de 2 a 5 anos. Vale salientar que a atividade de carcinicultura marinha, no Estado do Ceará, teve início na década de 70 do século passado e só atingiu um melhor desempenho a partir da metade da década de 90, observando-se uma maior expansão nos últimos cinco anos. Hoje o Ceará conta com um total de 185 fazendas de carcinicultura, sendo 12 grandes, 46 médias e 127 pequenas, perfazendo um total de 3.376 ha de área cultivada. O crescimento da carcinicultura no Estado trouxe uma série de benefícios econômicos e sociais, gerando divisas através das exportações e criando empregos diretos e indiretos. Entre o período de 1999 a 2003, a exportação de camarão cultivado no Estado do Ceará evoluiu de US$ 6.228.900 para US$ 80.944.384, representando um aumento de valores da ordem de 1.199,5%. No que diz respeito à geração de empregos, a carcinicultura pode gerar cerca de 3,75 empregos diretos e indiretos por hectare, o que significa que este agronegócio trouxe em torno de 12.660 empregos. Por outro lado, devido à melhoria do poder aquisitivo desse contingente, o comércio nas localidades onde a atividade se estabelece, tende a crescer e conseqüentemente criar novas oportunidades de trabalho e trazer mais progresso através da aplicação dos impostos arrecadados. PRÁTICAS RECOMENDADAS 1. Monitorar a expansão da atividade de cultivo de camarões de forma criteriosa, a fim de evitar um aumento desordenado e garantir sua sustentabilidade econômica, ambiental e social. 2. Não exceder a capacidade de carga de áreas exploradas pela carcinicultura, regulando a qualidade dos efluentes em bacias hidrográficas com grandes concentrações de fazendas. Capacidade de carga é a máxima produção de camarão e de outras atividades geradoras de resíduos líquidos que pode ser suportada pela massa d’água receptora, sem comprometer a sua qualidade original. 3. Planejar e ordenar a construção de novas operações de cultivo considerando o Zoneamento Econômico e Ecológico (ZEE) da região. 4. Delimitar distâncias mínimas entre fazendas de cultivo e plantas processadoras de camarão para evitar o risco de entrada e disseminação de enfermidades por esta rota. Tempo de Funcionamento 30,2% 58,1% 7,0% 4,7% < 2 anos 2 - 5 anos 6 - 10 anos 11 - 15 anos > 15 anos n = 43 Gráfico 1 - Tempo de Funcionamento das Fazendas
  • 18. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 18 1.2. VIVEIROS DE ENGORDA A variedade observada no número de viveiros (5 a 100) está relacionada com o tamanho das empresas visitadas, verificando-se o menor número nas pequenas empresas. Os primeiros projetos de fazendas de carcinicultura, instalados no Ceará, se caracterizaram pela construção de viveiros de grande porte, chegando até 50,0 ha. Com a continuidade, observou-se a dificuldade do controle do ambiente de cultivo em grandes áreas, sendo as unidades subdivididas, dando origem a viveiros menores. Assim, os novos empreendimentos buscaram a modernização, modificando seu lay out, passando a predominar a construção de viveiros com áreas entre 1,0 ha e 5,0 ha e profundidades entre 0,75 m e 1,75 m. Com a intensificação dos cultivos e o uso de aeradores mecânicos, as operações de cultivo passaram a construir viveiros mais profundos, oferecendo um maior volume de água por ha cultivado, conseqüentemente proporcionando condições ambientais mais estáveis e confortáveis para os camarões cultivados. PRÁTICAS RECOMENDADAS 1. Fazendas com um espelho d'água inferior a 50 ha, que operam sob uma condição intensiva de engorda, devem adotar áreas individuais de cultivo menores que 2,0 ha. 2. Evitar a construção de viveiros com áreas superiores a 5,0 ha, exceto quando se opera sob condições semi-intensivas (densidade de estocagem inferior a 35 camarões/ m2 ). 3. Evitar a construção de viveiros com profundidades inferiores a 0,75 m. Viveiros rasos podem sofrer com um rápido aquecimento da água, uma alta turbidez inorgânica e uma baixa produtividade biológica, podendo favorecer ainda o crescimento de algas bênticas. Número de Viveiros na Fazenda 27,9% 34,9% 14,0% 20,9% 2,3% < 5 viveiros 5-10 viveiros 11-20 viveiros 21-50 viveiros 51-100 viveiros 101-200 viveiros > 200 viveiros n = 43 Área Média de Cada Viveiro 2,3% 20,9% 76,7% < 0,5 ha 0,5-1 ha 1,1-5 ha 5,1-10 ha 10,1-15 ha 15,1-20 ha Mais de 20 ha n = 43 Profundidade dos Viveiros 14,0% 25,6% 20,9% 14,0% 25,6% < 0,75 m 0,75 - 1 m 1,1 - 1,25 m 1,26 - 1,5 m 1,51 - 1,75 m > 1,75 m n = 43 Gráfico 2 - Número de Viveiros na Fazenda Gráfico 3 - Área Média de cada viveiro Gráfico 4 - Profundidade dos viveiros
  • 19. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 19 4. Adotar profundidades entre 1,2 m e 1,8 m. Viveiros mais profundos possuem uma maior quantidade de água para produção biológica, são menos susceptíveis a flutuações bruscas nas variáveis ambientais, contudo demandam o uso de aeradores mecânicos para evitar zonas de estratificação. 1.3 DENSIDADE DE ESTOCAGEM A densidade de estocagem de camarões reflete os níveis de intensificação adotados. Enquanto no início do cultivo de camarão no Brasil era comum à adoção de densidades de um indivíduo/ m², um maior aporte tecnológico permitiu um incremento considerável nas densidades de estocagem. A densidade de estocagem tem uma relação direta com a produção dos viveiros. Sob o ponto de vista econômico, as baixas densidades de estocagem são desvantajosas, contudo à proporção que se incrementa o número de indivíduos por m², aumentam os riscos de transmissão de enfermidades. De um modo geral deve- se ter o cuidado quanto à escolha da densidade, principalmente em áreas com grande concentração de viveiros e em fazendas pouco tecnificadas. PRÁTICAS RECOMENDADAS 1.Somente incrementar as densidades de estocagem de camarão na engorda quando prevalecerem condições ambientais favoráveis. 2.Fornecer um devido aporte tecnológico na medida em que as densidades de estocagem forem incrementadas. Sistemas mais intensivos requerem uma capacitação técnica de pessoal, maiores taxas de aeração mecânica, intensificação das Densidade de Estocagem 18,6% 4,7% 39,5% 34,9% 2,3% < 5 cam./m2 5-10 cam./m2 11-15 cam./m2 16-20 cam./m2 21-30 cam./m2 31-50 cam./m2 51-100 cam./m2 > 100 cam./m2 n = 43 Gráfico 5 - Densidade de Estocagem Figura 3 - Camarões estocados sob densidade de 120 animais/m2 em tanque de cultivo medidas de tratamento do solo entre os ciclos de produção, monitoramento rotineiro dos parâmetros de qualidade de água e do estoque cultivado. 3. Evitar densidades de estocagem demasiadamente baixas (< 5 camarões/m2) ou excessivamente elevadas (> 80 camarões/m2), pois ambas podem levar a perdas econômicas e (ou) ambientais. 4. Em fazendas nas quais as enfermidades virais já se manifestaram sem uma evidente perda de produção, deve-se reduzir ou manter constante as densidades de estocagem de camarão.
  • 20. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 20 1.4 DURAÇÃO DO CULTIVO A duração do cultivo é um fator de extrema importância para viabilidade econômica do empreendimento e sua rentabilidade. Este parâmetro varia de acordo com a idade ou o tamanho do camarão no povoamento, as densidades de estocagem empregadas e as metas desejáveis de produção em relação ao peso do camarão no momento da despesca. Enquanto em outras regiões do país, o número de ciclos alcançados ao ano tem uma estreita relação com a temperatura anual da água, na Região Nordeste, este fator não sofre grandes oscilações. Portanto, o número de ciclos de engorda alcançados durante o ano varia conforme a duração da engorda e os intervalos adotados para descanso e tratamento do fundo dos viveiros. Em média, quando se adota sistemas bifásicos de produção (engorda realizada em duas fases, incluindo a de berçários) é possível alcançar 2,5 safras anuais, considerando períodos de engorda de 115 dias e dois intervalos de 10 dias entre as despescas. Por outro lado, na medida em que se elevam as densidades de estocagem, a tendência é alcançar períodos de engorda mais prolongados. PRÁTICAS RECOMENDADAS 1. Iniciar a engorda com camarões com idade ou peso mais elevado possível, de forma a reduzir a duração do ciclo de engorda e assim aumentar a rotatividade dos cultivos. 2.Trabalhar com densidades de estocagem de camarão que não gerem aumentos substanciais na duração do ciclo de engorda. 3. Considerar criteriosamente o peso do camarão para despesca. O cultivo de camarões acima de 12 g é mais difícil, pois prolonga a engorda, demanda um maior aporte de insumos e mobilização de capital. Contudo, dependendo da época do ano, seus preços mais elevados podem compensar os riscos e os maiores custos operacionais. Número de Ciclos ao Ano 26,8% 19,5% 4,9% 48,8% 1 ciclo 2 ciclos 2,5 ciclos 3 ciclos 4 ciclos n = 43 Tempo do Ciclo de Engorda 2,4% 14,6% 17,1% 2,4% 51,2% 12,2% < 90 dias 90-110 dias 111-120 dias 121-130 dias 131-140 dias 141-150 dias > 150 dias n = 43 Gráfico 6 - Número de ciclos ao ano Gráfico 7 - Tempo do ciclo de engorda
  • 21. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 21 1.5 PARÂMETROS DE DESEMPENHO ZOOTÉCNICO As operações de cultivo no Brasil se caracterizam por produzir camarões de tamanhos médios como forma de reduzir os riscos econômicos e minimizar a mobilização de capital necessária para desenvolver o cultivo. A produção de camarão dentro de uma única faixa de peso restringe os nichos de mercado que poderiam ser atendidos, inibindo a diversificação e a agregação de valor do produto final. Isto é em parte resultado da ineficácia das poucas políticas de concessão de crédito para custeio da carcinicultura disponíveis no país. A engorda de camarão no Estado do Ceará sempre se caracterizou por aportar um nível tecnológico mais elevado nos cultivos e uma mão- de-obra mais qualificada, resultando em produtividades recordes. Mais recentemente, devido ao surgimento de novas patologias nos cultivos e sua disseminação entre áreas, observou- se uma queda na sobrevivência final de camarões e na produtividade, além de uma elevação do fator de conversão alimentar (FCA). Enquanto uma série de fatores pode influenciar o FCA, como condições ambientais, manejo alimentar e qualidade da ração, neste caso, o aumento do FCA teve como causa a mortalidade de camarões já numa avançada fase de crescimento. PRÁTICAS RECOMENDADAS 1.Manter um ambiente de cultivo saudável dentro dos padrões de segurança, evitando, ao máximo, situações de estresse para a população estocada, com vistas a reduzir perdas na produção. 2.Certificar-se quanto ao estado sanitário dos indivíduos estocados, evitando o povoamento com camarões debilitados ou com sinais clínicos de enfermidades. 3.Em face de um incremento na mortalidade de camarões durante o ciclo de engorda, considerar uma despesca emergencial, quando os camarões já apresentarem peso aceitável de comercialização Peso dos Camarões na Despesca 90,2% 9,8% < 10 g 10 - 15 g 16 - 20 g 21 - 25 g 26 - 30 g > 30 g n = 43 Média de Sobrevivência 17,1% 26,8% 9,8% 36,6% 7,3% 2,4% < 20% 21-30% 31-40% 41-50% 51-60% 61-70% 71-80% > 80% n = 43 Fator de Conversão Alimentar 7,3% 29,3% 9,8% 29,3% 24,4% < 1 1-1,25 1,26-1,5 1,51-1,75 1,76-2 2,1-2,25 > 2,25 n = 43 Produtividade de Camarões 46,3% 7,3% 9,8% 7,3% 2,4% 22,0% 2,4% 2,4% < 500 kg/ha/ciclo 500-1.000 kg/ha/ciclo 1.001-2.000 kg/ha/ciclo 2.001-3.000 kg/ha/ciclo 3.001-5.000 kg/ha/ciclo 5.001-7.000 kg/ha/ciclo 7.001-10.000 kg/ha/ciclo 10.001-15.000 kg/ha/ciclo > 15.000 kg/ha/ciclo n = 43 Gráfico 8 - Peso dos camarões na despesca Gráfico 9 - Média de sobrevivência Gráfico 10 - Fator de conversão alimentar Gráfico 11 - Produtividade de camarões
  • 22. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 22 A produção anual de camarão nas fazendas entrevistadas varia de menos de 10 toneladas a mais de 5.000 toneladas, com uma maior representatividade entre 10 e 500 toneladas. Estabelecendo-se comparações entre as produções dos anos de 2002 e 2003, a maioria (57,6%) declarou que houve uma redução em maior ou menor grau, apenas 27,0% logrou aumento e 15,6% manteve-se estável. Quando indagados sobre a produção esperada em 2004, 77,4% esperam uma queda variando de menos de 25,0% a 50,0%, em relação a 2003. Com respeito à expectativa de crescimento para o ano de 2006 em relação a 2004, os dados foram otimistas, tendo 62,5% declarado esperar um incremento entre menos de 25,0 e 50,0%. A queda da produção que se manifestou de forma mais acentuada no ano de 2003 ocorreu devido ao surgimento da Mionecrose Infecciosa (IMN), sendo um vírus seu agente etiológico. Este fato, trouxe um sinal de alerta sobre a necessidade de implantação de medidas de biossegurança nas fazendas e da melhoria das práticas de manejo, como forma de reduzir o estresse aos indivíduos cultivados. PRÁTICAS RECOMENDADAS 1.Adotar medidas para reduzir ao máximo a entrada do agente infeccioso através de potenciais vetores, como água de transporte de pós-larvas, veículos de despesca, água de captação, entre outros. 2.Praticar a higienização de equipamentos e utensílios empregados no cultivo, evitando-se o empréstimo de material de fazendas vizinhas. 3.Intensificar os tratamentos de solo entre os ciclos de produção, realizando a desinfecção de fundo quando for observado um aumento de mortalidade de camarões ou um acúmulo de matéria orgânica. 4.Adotar uma parada sanitária na operação de cultivo, quando a fazenda se apresenta extremamente impactada por doenças e sem prévios sinais de recuperação. 1.6 PRODUÇÃO DE CAMARÕES Produção de Camarão em 2003 33,3% 17,9% 2,6% 30,8% 2,6% 12,8% < de 10 tons 10-100 tons 101-500 tons 501-1000 tons 1001-5000 tons > 5000 tons n = 43 Mudanças Ocorridas na Produção 2002-2003 15,2% 3,0%39,4% 3,0% 18,2% 15,2% 6,1% Reduziu >50% Reduziu 25-50% Reduziu <25% Não houve alteração Aumentou <25% Aumentou 25-50% Aumentou >50% n = 43 Mudanças Previstas na Produção 2004-2003 10,3% 33,3% 2,6% 30,8% 7,7% 15,4% Reduzir >50% Reduzir 25-50% Reduzir <25% Nenhuma alteração Aumentar <25% Aumentar 25-50% Aumentar >50% n = 43 Mudanças Previstas na Produção 2004-2006 5,0% 37,5% 7,5% 25,0% 2,5% 22,5% Reduzir >50% Reduzir 25-50% Reduzir <25% Nenhuma alteração Aumentar <25% Aumentar 25-50% Aumentar >50% n = 43 Gráfico 12 - Produção de camarão em 2003 Gráfico 13 - Mudanças ocorridas na produção 2002 - 2003 Gráfico 14 - Mudanças previstas na produção 2003 - 2004 Gráfico 15 - Mudanças previstas na produção 2004 - 2006
  • 23.
  • 24. 2. Construção da Fazenda 2.1 Critérios para seleção de área 2.2 Localização da fazenda 2.3 Análises do solo 2.4 Configuração dos viveiros 2.5 Proteção de diques e taludes 2.6 Drenagem de água dos viveiros 2.7 Canais individuais de adução e drenagem de água 2.8 Regime de cultivo
  • 25. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 25 A seleção de área para implantação da fazenda de engorda é um aspecto bastante considerado, pois dele depende a sustentação técnica, econômica e ambiental do empreendimento de cultivo. Áreas ecologicamente sensíveis podem apresentar restrições legais, enquanto regiões com crescimento demográfico elevado e com outras atividades econômicas em ascensão são propensas a limitações de caráter técnico. A qualidade de água é sem dúvida o principal obstáculo para identificação de áreas propícias ao cultivo de camarão. Águas, mesmo distantes de grandes centros urbanos, podem apresentar contaminação química e (ou) biológica. Sob tais condições, o desempenho zootécnico e a qualidade sanitária dos camarões podem ser comprometidos. Uma vez identificada a área, prospecções são iniciadas para determinar sua viabilidade técnica e legal. Terrenos que possam gerar conflitos com comunidades locais ou impor desafios técnicos à viabilidade econômica do empreendimento não devem ser ocupados. PRÁTICAS RECOMENDADAS Não selecionar áreas: 1.Ecologicamente sensíveis, como manguezais ou outros ecossistemas protegidos pela legislação brasileira. 2.Com impedimentos em órgãos ambientais ou com problemas de litígio de posse. 3.Em conflito com outras atividades produtivas, como a agricultura ou a pesca. 4.Com grande concentração de fazendas de cultivo de camarão. 5.Com topografia acidentada, com restrições topográficas ou requerendo grandes investimentos na limpeza ou correção do terreno. 6.Destinada previamente a atividades que faziam o uso de inseticidas ou herbicidas. 7.Fisicamente limitadas, que não atendem as metas de expansão do empreendimento de cultivo. 8.Com solos arenosos ou notadamente argilosos, com característica ácida (pH < 5) ou com grande quantidade de matéria orgânica (> 5%). 9.Com a fonte d'água eutrofizada (transparência d'água < 25 cm), com excesso de partículas em suspensão ou apresentando salinidade superior a 45 ppt e inferior a 0,5 ppt. 10.Sujeitas à captação de águas de drenagem de fazendas circunvizinhas. 2.1 CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE ÁREA Critérios Adotados na Seleção de Área 90,7% 88,4% 76,7% 93,0% 95,3% 90,7% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Disponibilidade de terra Acesso a vias de transporte Preço do terreno Qualidade da água Qualidade do solo Fora de áreas de proteção ambiental n = 43 Conflito com Outras Atividades 7,0% 9,3% 83,7% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Agricultura Pesca Pecuária Turismo Navegação Outros Não existe conflito n = 43 Gráfico 16 - Critérios adotados na seleção de área Gráfico 17 - Conflito com outras atividades
  • 26. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 26 Selecionar áreas: 1. Com disponibilidade de energia elétrica, telefonia, mão-de-obra, serviços básicos, gelo, pós- larva, ração, estradas, com transporte e acesso durante todo ano. 2. Distantes em pelo menos 5 km da operação de cultivo mais próxima. 3. Livre de enchentes nos últimos 10 anos. 4. Com fácil acesso a água de boa qualidade. 5. Livre de poluição hídrica, de caráter químico e microbiológico. 6. Com topografia plana e inclinação inferior a 3%. Como resultado do crescimento da atividade de cultivo de camarão marinho no Brasil, muitas microrregiões passaram a ser ocupadas por múltiplos empreendimentos. Em áreas com alta concentração de fazendas, os riscos com a propagação de enfermidades são mais elevados, caso não sejam adotadas medidas de biossegurança e tratamento de efluentes. Da mesma forma, fazendas próximas a centros urbanos são mais vulneráveis a contaminação biológica por esgotos domésticos e industriais, necessitando que sejam implementadas medidas para o tratamento das águas de captação. PRÁTICAS RECOMENDADAS 1.As fazendas devem manter distancias representativas de outros empreendimentos de cultivo e de centros urbanos por questões de biossegurança. 2.As fazendas já implementadas que mantêm distancias inferiores a 5 km a outras operações de cultivo ou centro urbanos, devem adotar medidas para o tratamento biológico, químico e físico das águas de captação e descarga (consultar seção 6). 2.2 LOCALIZAÇÃO DA FAZENDA Concentração de Fazendas de Camarão 95,3% 2,3% 2,3% No entorno (< 5 km) 5-10 km > 10 km n = 43 Proximidade da Fazenda com Área Urbana 74,4% 23,3% 2,3% No entorno (< 5 km) 5-10 km > 10 km n = 43 Gráfico 18 - Concetração de fazendas de camarão Gráfico 19 - Proximidade da fazenda com área urbana
  • 27. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 27 Os solos devem ser avaliados durante a seleção de área e a operacionalização da fazenda. Devido aos procedimentos de calagem, alimentação, fertilização e renovação de água, o solo dos viveiros sofre alterações na sua composição química. Mesmo em viveiros novos, ao longo de um curto espaço de tempo, (dentro de 4-5 despescas) a quantidade de matéria orgânica alcança uma concentração onde a taxa de decomposição anual torna-se igual à adição de matéria orgânica através do arraçoamento e fertilização. A partir deste ponto, as densidades de estocagem de camarão e os aportes de fertilizantes e ração, precisam se manter equilibrados para viabilizar a decomposição da matéria orgânica acumulada, através da ação dos microorganismos existentes no viveiro. PRÁTICAS RECOMENDADAS Durante a avaliação do terreno para construção da fazenda, realizar as análises indicadas abaixo em laboratório especializado. 1.Composição textural: classificação do solo em relação a sua granulometria. 2.Índice de plasticidade: propriedade do solo para se deixar moldar quando submetido a uma pressão, permanecendo na nova forma ao ser cessada a ação da força. 3.Taxa de permeabilidade: capacidade do solo de deixar transpassar água ou ar em uma maior ou menor intensidade. 4.Características químicas: pH, carbono total, nitrogênio total, fósforo total, matéria orgânica, cálcio, potássio, magnésio, sódio, ferro, manganês, zinco, cobre e alumínio. 2.3 ANÁLISES DO SOLO Análises para Correção Química do Solo 63,4% 2,4% 2,4% 92,7% 26,8% 29,3% 43,9% 0% 20% 40% 60% 80% 100% pH Matéria orgânica Nutrientes Carbonatos e bicarbonatos Bacteriológica Nenhuma Outras n = 41 Análise de Solo em Laboratório Especializado 44,2% 55,8% Sim Não n = 43 uma vez a cada 4,5 meses Gráfico 20 - Análises para correção química do solo Gráfico 21 - Análise de solo em laboratório especializado
  • 28. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 28 A configuração dos viveiros reflete a evolução dos projetos de engenharia e lay outs das fazendas de engorda ao longo dos anos e os vários níveis de intensificação encontrados na atividade. No Brasil, viveiros com configuração bem definida e uniforme, apresentam formato retangular e são mais comuns em fazendas construídas a partir de meados dos anos 90. Viveiros que acompanham o contorno ou topografia do terreno derivam de projetos mais antigos, onde se priorizava a ocupação integral da área para construção de viveiros e se operava sob condições extensivas de cultivo. Viveiros que seguem a topografia do terreno podem apresentar áreas mortas ou de baixa circulação de água, zonas não ocupadas por camarão, maior grau de erosão dos taludes, além de uma drenagem de água incompleta. Os viveiros quadrados são úteis para sistemas que adotam uma drenagem central de água, visando o acúmulo e a coleta de material mineral e orgânico e uma otimização dos processos de circulação de água e aeração mecânica no ambiente de cultivo. PRÁTICAS RECOMENDADAS 1.Adotar configurações que possam sobrepor as limitações físicas do terreno e otimizar o uso do terreno disponível, mas que não venham a comprometer as características hidráulicas do viveiro. 2.Construir viveiros com uma configuração mais uniforme possível visando flexibilizar e otimizar os processos de troca d'água, aeração mecânica e despesca. 3.Evitar a construção de viveiros quadrados ou circulares, exceto para operacionalização de sistemas intensivos de engorda, com drenagem central de água. 4.Identificar e eliminar áreas mortas ou de baixa circulação de água em viveiros com configuração indefinida, com o uso de aeração mecânica localizada, mas moderada. 5.Em viveiros com configuração indefinida, contabilizar as possíveis zonas rasas ou não ocupadas por camarões, através de tarrafadas em pontos previamente definidos de modo a não superestimar a área de cultivo disponível durante o povoamento de camarões. 6.Construir viveiros com o eixo mais longo paralelo a direção predominante do vento, de forma a facilitar o movimento de água gerado pela ação dos ventos, favorecendo o aumento nos níveis de oxigênio e as diferenças térmicas na área de cultivo. 2.4 CONFIGURAÇÃO DOS VIVEIROS Configuração dos Viveiros 27,9% 72,1% 32,6% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Retangular Quadrado Topografia do terreno Outro n = 43 Gráfico 21 - Configuração dos viveiros
  • 29. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 29 Os viveiros de engorda são escavados em terra e envoltos por paredes denominadas de taludes para contenção da água de cultivo. Os diques servem para delimitar o perímetro da fazenda, funcionando também contra proteção a enchentes. Ambos podem ser ou não trafegáveis por veículos, dependendo das necessidades da fazenda. Diques e taludes são construídos com material proveniente da escavação lateral dos próprios viveiros, e em certos casos, transportados de áreas circunvizinhas a fazenda. A proteção dos diques e taludes visa reduzir a ação erosiva da água de cultivo e de chuvas sobre suas estruturas, prolongando a vida útil, diminuindo a presença de materiais em suspensão durante as drenagens, minimizando a infiltração, a perda de profundidade e de área cultivável. PRÁTICAS RECOMENDADAS 1.Construir diques e taludes que previnam a erosão e permitam uma baixa manutenção. 2.Evitar o uso de solos ácido sulfatados ou altamente permeáveis (arenosos) durante a moldagem dos diques e taludes, sempre empregando material de boa compactação, com 5% a 10% de argila. Evitar o uso de solos com mais de 20% de matéria orgânica e muito compactos. 3.No uso de solo de baixa compactação, executar o envelopamento e o revestimento dos taludes e diques com material impermeável. 4.Proteger integralmente todos os taludes, quando o nível de intensificação a ser adotado requerer o uso de aeração mecânica intensa. 5.Enroncar diques e taludes nos lados que não se apresentam paralelos ao sentido dos ventos predominantes ou que sofrem maior ação da água de cultivo. 6. No caso do uso de lonas ou mantas de PVC, fixa-las de forma a evitar a penetração de água e sua soltura durante o cultivo. 7.No caso do uso de vegetação, escolher plantas nativas da região com crescimento rápido, resistentes às condições adversas de temperaturas e salinidade. 8.Não adotar inclinações íngremes nos taludes, pois são mais sujeitas a uma maior erosão. Usar inclinações com uma razão largura e altura de 1,5-2,0:1,0. 2.5 PROTEÇÃO DE DIQUES E TALUDES Proteção de Diques e Taludes 28,6% 21,4% 19,0% 35,7% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Total em ambos Parcial em ambos Só no canal de adução Só no canal de drenagem Nenhuma proteção n = 42 Tipo de Proteção 39,5% 2,3% 7,0% 2,3% 81,4% 2,3% 27,9% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Pedras Lonas Vegetação Manta asfáltica Alvenaria Argila Sacos Outro n = 35 Gráfico 22 - Proteção de diques e taludes Gráfico 23 - Tipo de proteção de diques e taludes
  • 30. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 30 Viveiros de engorda devem ser capazes de alcançar um escoamento completo de água após a despesca. Viveiros com uma drenagem ineficaz prolongam o tempo requerido para despesca e podem levar a perda de camarão e comprometer a qualidade final do produto. Para auxiliar nos processos de drenagem de água, em particular de viveiros com áreas superiores a 2 ha, valas conhecidas como canaletas são construídas diagonal e paralelamente aos taludes. Estas estruturas, além de possibilitarem uma melhor circulação de água e coleta de resíduos sólidos, funcionam como refúgio para os camarões durante dias muito quentes. Das fazendas entrevistadas, 58,1% (n = 43) possuem viveiros com canaletas internas. PRÁTICAS RECOMENDADAS 1.Construir nos viveiros de engorda canaletas internas com 5-10 m de largura e 30-50 cm de profundidade. 2.Uma das canaletas deve ser construída ligando diretamente as comportas de abastecimento e drenagem de água, diagonal ou paralelamente aos taludes. 3.As canaletas laterais aos taludes devem ser posicionadas distantes de forma a evitar uma velocidade excessiva das correntes d'água e erosão sobre sua estrutura. 4.Submeter as canaletas a limpeza a cada ciclo para remover excesso de partículas minerais e material orgânico acumulados. 2.6 DRENAGEM DE ÁGUA DOS VIVEIROS Alcança Drenagem Total da Àgua dos Viveiros 78,6% 19,0% 2,4% Em todos Em nenhum Somente em alguns Na maioria n = 43 Gráfico 24 - Alcança drenagem total da água dos viveiros Figura 4 - Canaletas de drenagem de água em um viveiro de engorda de camarão
  • 31. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 31 As fazendas devem contemplar canais de adução e drenagem de água individuais visando permitir uma exposição dos camarões a bons níveis de qualidade de água ao longo de todo ciclo de engorda, além de uma maior flexibilidade nos processos de troca d'água e despesca. Contudo, os canais devem ser fisicamente interligados, para viabilizar o reuso parcial ou integral dos efluentes gerados pela troca d'água e despesca, após seu devido tratamento. De 42 fazendas entrevistadas, apenas 5,4% dispunham de uma interligação entre os dois canais. PRÁTICAS RECOMENDADAS 1.Construir canais individuais de adução e drenagem de água para toda fazenda ou para núcleos distintos da fazenda. 2.Conceber o projeto de engenharia de forma a garantir a interligação entre os canais de adução e drenagem de água, por meio de bacias ou lagoas de sedimentação. 3.Reutilizar a água de drenagem somente após seu devido tratamento, respeitando os níveis ideais para a espécie cultivada. 4.Quando a água de captação ou drenagem apresentar-se eutrofizada, com excesso de partículas em suspensão ou com suspeita da presença de organismos 2.7 CANAIS INDIVIDUAIS DE ADUÇÃO E DRENAGEM DE ÁGUA Canais Individuais de Adução e Drenagem 11,9% 4,8% 83,3% Sim, toda fazenda Somente parte dela Não n = 42 Gráfico 25 - Canais individuais de adução e drenagem Figura 5 - Canal de descarga de água de uma fazenda de engorda de camarão
  • 32. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 32 As fazendas de engorda de camarão podem operar sob três regimes de cultivo: (1) monofásico, cultivo realizado em uma única etapa com o povoamento de camarões na fase de pós-larva 11 (PL11, pós-larva com 11 dias de vida) diretamente em viveiros de engorda; (2) bifásico, cultivo em duas etapas, de PL11 até PL25 em tanques circulares de alvenaria denominados de berçário, sendo os animais posteriormente transferidos para viveiros de engorda; (3) trifásico, cultivo em três etapas, com uma fase adicional de pré-engorda realizada após a despesca do berçário, compreendendo o cultivo de pós-larvas (PLs) com 20 a 25 dias de vida até juvenis com 0,8 a 1,5 g. Os regimes de cultivo bifásico e trifásico objetivam, entre outros aspectos, otimizar a eficiência da engorda, reduzindo os custos operacionais e o tempo de cultivo nos viveiros de produção. PRÁTICAS RECOMENDADAS Operar a fazenda sob um regime de cultivo que permita: 1.Aclimatar os camarões às condições ambientais da fazenda precedendo o início da engorda. 2.Manter um inventário e avaliar a qualidade dos estoques de PLs adquiridas. 3.Reduzir o risco de exposição de camarões muito jovens a potenciais patógenos e predadores. 4.Detectar precocemente problemas e enfermidades, antecipando a aplicação de medidas profiláticas e (ou) curativas. 5.Implementar programas mais agressivos de nutrição e alimentação de PLs logo após sua chegada a fazenda. 6.Padronizar as características zootécnicas dos camarões a serem utilizados na engorda. 7.Formar estoques reguladores de PLs na fazenda em períodos de escassez de PL. 8.Estabelecer projeções mais confiáveis referentes à produção dos viveiros de engorda com base na contagem de camarões no momento do povoamento. 2.8 REGIME DE CULTIVO Regime de Cultivo 41,9% 55,8% 2,3% Monofásico Bifásico Trifásico n = 43 Gráfico 26 - Regime de Cultivo
  • 33.
  • 34. 3. Unidade de Berçário 3.1 Sistema de Tanques Berçários 3.2 Configuração dos Berçários 3.3 Aeradores e Geradores 3.4 Localização e Acesso 3.5 Água de Abastecimento 3.6 Manejo da Água
  • 35. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 35 Algumas fazendas de engorda possuem uma unidade formada pelo complexo de berçários intensivos. Esta unidade ocupa uma pequena área do empreendimento, entre 100 m2 e 0,5 ha, variando de acordo com as necessidades de fluxo de pós-larvas. Os tanques berçários intensivos circulares se constituem uma etapa adicional de cultivo conduzida em um ambiente independente dos viveiros de produção, uma fase intermediária entre a larvicultura e a engorda. Os berçários são particulares aos sistemas bifásicos de engorda (cultivo em duas fases) e abrangem o estágio de crescimento do camarão entre as idades de PL10 e PL30, sendo considerados uma extensão da larvicultura. Os tanques berçários intensivos são uma importante ferramenta para otimizar a logística de produção, regularizando o fluxo de recebimento de PLs dos laboratórios e o povoamento de viveiros recém preparados. Começar a engorda com juvenis ou PLs em um estágio mais avançado de desenvolvimento, além de reduzir os riscos financeiros, diminui o tempo de permanência dos camarões nos viveiros, aumentando a rotatividade dos ciclos de engorda e a produtividade anual do empreendimento. PRÁTICAS RECOMENDADAS Empregar os tanques berçários com os seguintes objetivos: 1.Reservatório temporário para o armazenamento de PLs. 2.Aclimatar camarões as condições ambientais da fazenda. 3.Manter um inventário de PLs e avaliar a qualidade dos estoques adquiridos. 4.Reduzir o risco de exposição de camarões muito jovens a potenciais patógenos e predadores. 5.Detectar precocemente problemas e enfermidades, antecipando a aplicação de medidas profiláticas e (ou) curativas. 6.Homogeneizar as características zootécnicas dos camarões a serem utilizados na engorda. 7.Diminuir a freqüência de viveiros com baixas taxas de sobrevivência. 8.Formar estoques reguladores de PLs. 9.Elaborar projeções mais confiáveis referentes à engorda. 3.1 SISTEMA DE TANQUES BERÇÁRIOS Dispõe de Tanques Berçários 58,1% 41,9% Não Sim n = 43 Gráfico 27 - Disponibilidade de tanques e berçario
  • 36. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 36 Os tanques berçários intensivos podem ter um formato quadrado, retangular ou circular. Os tanques circulares são os mais utilizados no Brasil e apresentam algumas vantagens operacionais em relação às outras configurações. São mais fáceis de limpar, pois não possuem cantos e, portanto, não tendem a acumular restos de ração, algas, sedimento ou outros resíduos. Devido ao seu formato, propicia uma melhor circulação de água e uma renovação mais homogênea. No fundo, os tanques berçários apresentam uma geometria parcialmente cônica, ou seja, o piso possui uma leve declividade de 0,5% a 1% em direção ao centro do tanque onde é montado o sistema de drenagem. Os tanques podem ser construídos de fibra de vidro, de materiais metálicos galvanizados resistentes a corrosão ou de alvenaria, sendo este último mais comum. PRÁTICAS RECOMENDADAS 1.Utilizar tanques berçários com configuração circular. 2.Com exceção dos tanques de fibra de vidro, revestir internamente os tanques berçários com tinta epoxi ou metalatex preta, azul ou branca, ou ainda revestidos com uma manta PEAD (Membrana de Polietileno de Alta Densidade). 3.Não empregar tanques berçários sem revestimento interno. Asperezas nas paredes internas podem causar danos às PLs, por atrito, e também levar a colonização das paredes por bactérias indesejáveis, devido ao acúmulo de toxinas na superfície porosa. 3.2 CONFIGURAÇÃO DOS BERÇÁRIOS Configuração de Tanques Berçários 100,0% Retangular Quadrado Circular Outro n = 25 Revestimento Interno dos Berçários 48,0% 36,0% 8,0% 4,0% 4,0% Nenhum, no cimento Tinta epóxi Manta de PVC Fibra de vidro Terra n = 25 Gráfico 28 - Configuração de tanques e berçario Gráfico 29 - Revestimento interno dos berçarios
  • 37. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 37 Para um suprimento regular de oxigênio nos tanques berçários são empregados sopradores de ar com motor elétrico dotado de uma potência variando entre 5 cv e 10 cv. Os sistemas de provimento de ar, empregado para oxigenação e circulação de água são independentes, contudo interconectados a uma única válvula operacional para regular a pressão e o fluxo de ar. O sistema de oxigenação da água dos berçários pode ser aéreo ou submerso. O sistema aéreo de oxigenação utiliza mangueiras flexíveis, preferivelmente de silicone, conectadas a pedras porosas com poros entre 20-40 micras de diâmetro, dispostas sobre toda área cultivada. As pedras são suspensas com o auxílio de cordas fixadas perpendicularmente sobre o tanque, formando uma teia em toda sua extensão. Os sistemas submersos são construídos com canos de PVC interconectados e fixados no piso do tanque. A configuração dos canos varia, podendo ser dispostos paralelamente ou numa conformação circular. Os canos devem ser perfurados com microfuros para gerar pequenas bolhas de ar (quanto menor maior a eficácia da oxigenação). 3.3 AERADORES E GERADORES Sistema de Aeração Predominante 12,0% 48,0% 40,0% Aéreo Submerso Utiliza ambos n = 25 Sistema de Gerador para Berçários 8,0% 92,0% Sim Não n = 25 Gráfico 30 - Sistema de aeração predominante Gráfico 31 - Sistema de gerador para berçário Tanto o sistema aéreo como o submerso são amplamente utilizados, e aparentemente não divergem em relação ao nível de eficiência de oxigenação da água e os resultados zootécnicos obtidos. A escolha entre os dois sistemas geralmente recai sobre a facilidade de montagem, manutenção e limpeza. O sistema aéreo requer a troca rotineira de mangueiras que geralmente enrijecem e de pedras porosas que entopem ou quebram. Contudo, ainda é um sistema que apresenta maior facilidade de manutenção e limpeza (realizada com imersão em uma solução de ácido muriático) em relação ao sistema submerso. O sistema submerso tende a acumular resíduos no fundo, é mais susceptível a aderência de algas, dificultando os processos de limpeza entre ciclos. Contudo, auxilia na ressuspensão e concentração de material particulado. PRÁTICAS RECOMENDADAS 1.Dotar os sopradores dos berçários com um grupo gerador de igual potência a diesel ou a gasolina para eventuais quedas de energia elétrica ou falhas de equipamento. Nunca permitir quedas nas concentrações de OD. Sempre dispor de soprador de reserva. 2.Equipar o grupo gerador com uma chave automática de ignição para uma recuperação rápida dos processos artificiais de oxigenação da água. 3.Dispor de pequenos compressores à bateria (12 V) para unidade de berçário a fim de oxigenar a
  • 38. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 38 Os tanques são geralmente dispostos um ao lado do outro em áreas abertas, propositadamente expostas a elementos naturais, como chuva, sol, ventos, ciclos lunares, etc. Os tanques podem ser escavados em terra ou edificados sobre uma área com topografia plana. Em ambos os casos, a área deve ser livre de vegetação, com boa circulação de ar e facilidade de acesso. PRÁTICAS RECOMENDADAS 1.Edificar os tanques berçários em uma área totalmente aberta, localizada em uma região central da operação a fim de flexibilizar e agilizar os processos de transferência de PLs para os viveiros de engorda. 2.Instalar os berçários em um local que viabilize a captação de água dos canais de adução, de preferência nos pontos de melhor qualidade de água. 3.Manter a área de berçários isolada, limitando o fluxo de pessoas que não estejam diretamente ligadas às atividades de manutenção e operacionalização. 4.Proibir o acesso de visitantes ou pessoas externas a fazenda. Os funcionários devem estar calçados 3.4 LOCALIZAÇÃO E ACESSO Área de Localização de Berçários 96,0% 4,0% Em área totalmente aberta Em área totalmente coberta Em área parcialmente coberta n = 25 Acesso a Berçários 24,0% 28,0% 16,0% 64,0% 0% 20% 40% 60% 80% 100% É restrita a equipe técnica Não existe restrição Possui isolamento Não dispõe de nenhum tipo de isolamento n = 25 com botas de borracha ao adentrar a área de berçários. Gráfico 32 - Área de localizaçõo do berçários Gráfico 33 - Acesso a berçários
  • 39. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 39 A água de abastecimento da unidade de berçário deve apresentar características físico-químicas mais próximas daquelas dos viveiros de produção. Os berçários são abastecidos mecanicamente com água provinda dos canais de adução dos viveiros, utilizando-se uma bomba elétrica centrífuga de 1-2 cv. O abastecimento mecânico é utilizado, pois se faz necessário uma filtragem preliminar da água, feita por meio do uso de filtros de bolsa fabricados com uma malha de 300 micras. Na captação, é construído um sistema de filtro simples utilizando tubulações de PVC. Imerso no canal de adução, deve ser instalado um cano de PVC com 6" de diâmetro (bitola) por 1,5 m de comprimento, lacrado com um cap em uma de suas extremidades e possuindo ao longo de toda sua extensão, perfurações com 2 cm de diâmetro. No seu interior, é fixado um tubo de PVC de 110 mm de diâmetro corrugado e perfurado. O cano deve ser revestido com uma bolsa feita com uma malha de 1.000 micras. Esta estrutura tem como objetivo reduzir a incidência de pequenas pedras, gravetos ou de materiais finos, como areia, nos sistema de abastecimento. Estes materiais podem vir a danificar a bomba ou entupir as tubulações. No ponto de captação, o filtro deve manter-se completamente imerso na água, posicionado horizontalmente e distante cerca de 10-15 cm do fundo do canal de adução. PRÁTICAS RECOMENDADAS 1.Equipar cada tanque berçário com um sistema independente de abastecimento e drenagem de água. 2.Filtrar mecanicamente toda água de abastecimento dos berçários utilizando filtros de areia, tanques de decantação e (ou) filtros de bolsa feitos com malha fina. 3.Instalar filtros de bolsa em dois pontos, no local de sucção de água e na torneira de abastecimento do tanque berçário. 4.Submeter a água de abastecimento a uma desinfecção somente quando prevalecer incidência de enfermidades na fazenda. 5.Fixar na torneira de abastecimento de água do berçário, uma manga de filtragem com aproximadamente 20 cm de comprimento, feita com malha de 300 micras. 6.No bombeamento de água, selecionar pontos de captação que não apresentam riscos de refluxo ou contaminação pela água de drenagem dos viveiros e que permitam um bombeamento de água a qualquer hora do dia. 7.Evitar selecionar pontos de captação muito rasos nos canais de adução, sujeitos a uma maior elevação térmica e (ou) estagnação da água. 3.5 ÁGUA DE ABASTECIMENTO Origem da Água de Abastecimento 4,0% 8,0% 88,0% Diretamente do canal de abastecimento Da gamboa De poço Outro (do rio) n = 25 Água do Berçário Submetida 88,0% 4,0% 0,0% 4,0% 28,0% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Filtragem mecânica Filtragem com manga de proteção Desinfecção Nenhum dos itens acima Outro n = 25 Gráfico 34 - Origem da água de abastecimento Gráfico 35 - Água do berçário submetida
  • 40. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 40 O sistema de drenagem de água dos tanques berçários consiste de uma tubulação de escoamento, montada abaixo e no interior da estrutura do berçário. Em todo sistema, pode ser empregada tubulação de PVC com 6" de diâmetro, de forma a permitir uma vazão suficiente durante a renovação de água e a despesca. No caso da necessidade de integração do sistema de drenagem de vários tanques, o canos de PVC deverão ser ligados a uma tubulação central de esgoto com um maior diâmetro interno. O sistema de escoamento se prolonga desde o dreno central, localizado no centro do tanque, até a caixa de despesca. No orifício central de escoamento de água do tanque, é fixado um cano de PVC com um comprimento superior em 20-30 cm em relação a cota máxima de água empregada. Este cano deve possuir orifícios com 20 cm de diâmetro, distribuídos ao longo de toda sua superfície ou restritos a área do cano que permanece acima da lâmina d'água. Os canos com orifícios distribuídos ao longo de toda sua extensão permitem uma renovação mais uniforme na coluna d'água, facilitando a remoção de dejetos. Para evitar o escape de PLs, a área do cano com 3.6 MANEJO DA ÁGUA Sifonagem de Água do Berçário 64,0% 24,0% 16,0% 28,0% Não realizada 1 vez por dia 2-3 vezes por dia 1 vez a cada 2 dias n = 25 Destino da Água de Drenagem/Sifonagem 12,0% 56,0% 12,0% 8,0% 12,0% Gamboa Canal de abastecimento Viveiros Canal de drenagem Bacia de sedimentação Outro (rio, mar, salgado) n = 25 Gráfico 36 - Sifonagem de água do berçário orifícios é revestida com uma camisa feita com malha de 300 micras. O cano deve ser mantido numa posição vertical, por meio de enroscamento no dreno central, visando sua remoção durante a despesca e procedimento de limpeza. A caixa de despesca das PLs é escavada em terra e construída de alvenaria. Esta estrutura deve ser situada anexa aos tanques berçários, rebaixada a uma altura que viabilize a completa drenagem de água dos tanques. Pode ser projetada de forma a integrar a canalização de drenagem de dois ou mais tanques berçários. PRÁTICAS RECOMENDADAS 1.Edificar os berçários de forma que possam ser drenados por completo, a cada ciclo de produção para eficiente limpeza e esterilização. 2.Restringir a taxa diária de renovação de água nos primeiros três dias de cultivo visando manter florações de fitoplâncton, e em especial as diatomácias. 3.A partir do quarto dia de cultivo, intensificar o sifonamento de água do fundo do tanque a fim de remover resíduos de fezes, restos de ração não consumida, sedimento e excesso de microalgas. 4.Destinar toda água de drenagem ou sifonamento ao sistema de tratamento de efluentes do empreendimento de cultivo (canais, bacia de sedimentação, etc.). Gráfico 37 - Destino da água de drenagem/sifonagem
  • 41.
  • 42. 4. Recepção e Povoamento de Pós- Larvas - PL’s 4.1 Testes de Avaliação de PL’s 4.2 Transporte e Contagem 4.3 Recepção de PL’s 4.4 Manejo Alimentar 4.5 Transferência e Povoamento 4.6 Manejo das Caixas de Transferência
  • 43. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 43 A qualidade das pós-larvas é indispensável para obter resultados zootécnicos favoráveis na engorda. PL’s de boa qualidade conseguem tolerar as mais adversas condições de despesca, transporte e contagem, além de facilmente se adaptar em uma variedade de condições de qualidade de água na fazenda. As PL’s devem ser adquiridas de laboratórios idôneos, com licença ambiental e com um bom histórico no mercado. Os testes de estresse visam fornecer um critério subjetivo de qualidade dos camarões e devem ser feitos em combinação com avaliações da aparência morfológica e comportamental dos animais. PRÁTICAS RECOMENDADAS 1.Conduzir testes de estresse com PLs ainda no laboratório, antes do seu empacotamento e embarque. 2.Submeter cerca de 200 PL’s a um choque de salinidade (imersão em água doce por 30 minutos) ou temperatura (queda na temperatura da água para 22-24oC por 5-10 minutos). Os animais devem apresentar uma sobrevivência superior a 85%. Observar as seguintes condições: 3.As PL’s devem apresentar tamanho e peso compatíveis com sua idade cronológica. 4.A variação de peso ou tamanho das PLs no lote adquirido deve ser o menor possível. O coeficiente de variação (desvio padrão dividido pela média) nunca deve ser superior a 15%. 5.Os padrões de movimento das antenas das PLs deve ter formato em V. 6.A cutícula (casca) deve ser suave e limpa, sem a presença de necroses, algas ou protozoários. 7.O leque caudal deve ser bem aberto durante o nado do animal. 8.O rostro (chifre) e os apêndices devem estar presentes, íntegros e normais no formato. 9.A cauda deve apresentar-se translúcida, não opaca, esbranquiçada ou com a presença de sujeiras. 10.O intestino deve estar preenchido com alimento assemelhando-se a uma linha de cor amarronzada, ao longo de toda parte superior do abdômen. 11.As PLs devem reagir quando perturbadas, geralmente pulando para superfície sólida. 4.1 TESTES DE AVALIAÇÃO DE PLS Testes de Avaliação de PL 11,6% 44,2% 2,3% 41,9% Na chegada da PL na fazenda No laboratório de origem Em ambos Em nenhum n = 43 Testes Conduzidos de Estresse 93,0% 74,4% 62,8% 67,4% 46,5% 72,1% 44,2% 79,1% 90,7% 0% 20% 40% 60% 80% 100% n = 43 93,0%74,4%62,8%67,4%46,5% 72,1% 44,2% 90,7% 0% 20%40% 60%80%100% Estresse a temperatura Estresse a salinidade Distribuição na água Atividade natatória Presença de lipídeos no hepatopâncreas Preenchimento do trato digestivo Coloração de musculatura Aparência do exoesqueleto (carapaça) Sistema branquial Gráfico 38 - Teste de avaliação de pós-larvas Gráfico 39 - Teste conduzidos de estresse
  • 44. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 44 100,0% 93,0%90,7%90,7%7,0% 88,4% 74,4%81,4% 97,7% 0%20%40%60%80%100% Dados de temperatura Dados de salinidade Presença de alimento nos sacos de transporte Transporte em embalagens com isolamento térmico Densidade de PLs no transporte Idade da PL Uniformidade Atestado de sanidade Outros (pH da água) 12.As brânquias devem possuir todos os seus arcos braquiais em pelo menos 80% das PLs. 13.Os túbulos do hepatopâncreas devem estar completamente preenchidos com lipídeos. 14.As PL’s devem exibir natação ativa e bentônica. Não devem apresentar-se letárgicas ou com nado em zig-zag ou em espiral. 15.Todo o músculo abdominal deve apresentar-se revestido pela cutícula, desde o final do cefalotórax até o leque caudal. As pós-larvas são geralmente transportadas por vias rodoviárias, acondicionadas em sacos plásticos contendo água e oxigênio, protegidos em caixas de isopor ou papelão. Para se obter êxito neste procedimento, é necessário manipular a temperatura da água de transporte e a densidade de PL’s conforme a distância a ser percorrida. O método de contagem de PLs predominantemente utilizado no Brasil é o volumétrico com água. A água contida em um tanque com PL’s é agitada para uniformizar a distribuição dos animais. Cerca de seis ou mais amostras são coletadas com um becker de volume entre 0,1-1,0 L para contagem do número total de PL’s contidas no recipiente. Calcula-se a média das contagens, cujo resultado é multiplicado pelo volume total de água contida no tanque e por fim dividido pelo volume de água do becker. PRÁTICAS RECOMENDADAS 1.Durante amostragem de PL’s para contagem, sempre agitar a água do tanque de coleta, efetuando coletas rápidas. 2.Coletar amostras de PL’s sempre da superfície da água, não submergindo o becker ou o empurrando na coluna d'água. Quando totalmente ou parcialmente submerso, o becker cria correntes na água dificultando a captura de PL’s. 3.Visitar o laboratório para conhecer as condições sanitárias e de manejo. 4.Não adquirir PL’s expostas a drogas durante o processo de larvicultura. O uso de químicos reduz as respostas naturais de defesa do animal. 4.2 TRANSPORTE E CONTAGEM Método de Contagem de PLs 2,3% 9,3% 88,4% Método volumétrico com água Método volumétrico sem água Pesagem Outro n = 43 Critérios Exigidos ao Laboratório 93,0% 90,7% 90,7% 7,0% 100,0% 97,7% 81,4% 74,4% 88,4% 0% 20% 40% 60% 80% 100% n = 43 Gráfico 40 - Método de ccontagem de pós-larvas Gráfico 41 - Critérios exigidos ao laboratório
  • 45. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 45 5.Acompanhar todo processo de contagem, empacotamento e transporte das PL’s. 6.Solicitar previamente a larvicultura, aclimatação das PL’s a salinidade da água da fazenda. 7.Os sacos de transporte devem apresentar uma relação de água:oxigênio de 1:1 ou de 1:2. 8.Empregar densidades iguais ou inferiores a 1.000 PL’s por litro nos sacos de transporte, diminuindo progressivamente com um aumento das distâncias a serem percorridas. 9.Minimizar o tempo de transporte de PL’s entre a larvicultura e a fazenda. Evitar transportes superiores a 20 horas. 10.Resfriar a água de transporte para 22-24oC, quando o tempo a ser percorrido excede 3 horas. 11.Sempre que possível, transportar os animais com um cilindro de oxigênio para situações de emergência. 12.Quando o transporte de PLs ocorrer em sacos de polietileno, acondiciona-los em caixas de papelão como forma de minimizar a ação térmica. As embalagens devem ser transportadas em horários amenos do dia, protegidas do sol, de preferência em caminhão baú. Evitar o uso de caixas de isopor por questões de biossegurança. Previamente a aquisição das pós-larvas, a fazenda deve tomar providências no que diz respeito à preparação das estruturas de aclimatação e de berçário. Antes da estocagem nos berçários, os mesmos já devem ter sido esterilizados, cheios com água, fertilizados e inoculados com diatomáceas. No caso da estocagem direta em viveiros, é necessário que todos os procedimentos relativos a preparação dos mesmos tenha também sido obedecida, no que diz respeito a secagem e a calagem do solo, e ao seu enchimento e fertilização da água. PRÁTICAS RECOMENDADAS 1.Os tanques berçários devem ser submetidos à escovação, desinfecção com solução de hipoclorito de sódio a 20 ppm, lavagem com água corrente e secagem ao sol por 24 horas. 2.Empregar densidades de no máximo 30 PL’s/L nos tanques berçários, não excedendo duas semanas de cultivo, exceto em densidades inferiores a 10 PL/L. 3.Sempre conduzir aclimatação de PLs, acondicionamento ao pH (uma unidade/hora), salinidade (2-3 ppt/ hora) e temperatura (4oC/hora) da água de cultivo em caixas de aclimatação adotando uma densidade de 1.000 PL/L. 4.No uso de berçário cercado em viveiros, instalar em área com boa profundidade e circulação de água, preferivelmente de fácil acesso para alimentação. Remover, lavar e desinfetar telas após soltura dos animais no viveiro. 4.3 RECEPÇÃO DE PL’s Providências na Recepção de PLs 88,4% 55,8% 11,6% 81,4% 65,1% 67,4% 95,3% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Esterilização Fertilização Aclimatação Inoculação de alimento natural Análise de água Análise de solo Outro n = 43 Densidade de Estocagem no Berçário 25,6% 58,1% 11,6% 4,7% Até 15 PL´s/Litro De 15 a 30 PL´s/Litro Mais de 30 PL´s/Litro Não sabe n = 43 Gráfico 42 - Providências na recepção de pós-larvas Gráfico 43 - Densidade e estocagem no berçário
  • 46. ZEE - ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO 46 5.Somente efetuar a transferência ou povoamento de PLs em viveiros de engorda quando forem constatados níveis favoráveis de oxigênio dissolvido, temperatura, salinidade, pH e transparência da água. Tempo de Cultivo no Berçário 7,5% 70,0% 22,5% < 10 dias 11-20 dias > 21 dias n = 43 A fase de berçário representa uma boa oportunidade de munir as pós-larvas com um aporte adequado de nutrientes e assim fortifica-las para início da engorda em viveiros. Nesta fase de cultivo, é importante que o alimento atenda a todas as exigências nutricionais e ao metabolismo mais acelerado do animal. Para isto é necessário empregar um alimento balanceado de boa qualidade, sendo ministrado todos os dias com um maior número de vezes possível. PRÁTICAS RECOMENDADAS 1.Durante a fase de berçário, empregar alimentos balanceados de alta qualidade nutricional, com nível protéico igual ou superior a 40%. 2.Utilizar uma granulometria do alimento artificial compatível com o tamanho do animal. Todo alimento deve possuir granulometria inferior a 800 micras. Evitar realizar a moagem de ração peletizada para fornecimento às PLs. 3.Sempre alimentar o maior número de vezes possível, preferivelmente em intervalos contínuos de uma ou duas horas durante períodos de 24 horas. 4.Reduzir a quantidade de alimento ofertado quando forem observadas sobras, empregando duas ou três bandejas de alimentação por berçário como indicadores de consumo. 4.4 MANEJO ALIMENTAR Alimento Utilizado na Fase de Berçário94,9% 0,0% 2,6% 17,9% 5,1% 79,5% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Artemia Ração fina/moída Molusco triturado Dietas comerciais líquidas para larvas ou PLs Dietas comerciais secas para larvas ou PLs Outros n = 43 Freqüência Alimentar na Fase de Berçário 7,7% 12,8% 74,4% 2,6% 2,6% Até 4 vezes ao dia 4-6 vezes ao dia De hora em hora em períodos contínuos de 24 hrs A cada 2 horas em períodos contínuos de 24 hrs Outro n = 39 Gráfico 44 - Tempo de cultivo no berçário Gráfico 45 - Alimento utilizado na fase de berçário Gráfico 46 - Frequência alimentar na fase de berçário