BANCO DO NORDESTE CARREIRA BANCÁRIAS - TEC BANCARIO
1.
2. CÓD: SL-017FV-24
7908433248934
BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A
BNB
Analista Bancário I
a solução para o seu concurso!
Editora
EDITAL Nº 1 - BNB, DE 26 DE JANEIRO DE 2024
3.
4. INTRODUÇÃO
a solução para o seu concurso!
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Como passar em um concurso público?
Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.
Então mãos à obra!
• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;
• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;
• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!
5.
6. ÍNDICE
a solução para o seu concurso!
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Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados................................................................................................... 9
2. Reconhecimento detipos e gêneros textuais.............................................................................................................................. 12
3. Domínio da ortografia oficial...................................................................................................................................................... 19
4. Domínio dos mecanismos de coesão textual. Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conecto-
res e de outros elementos de sequenciação textual.................................................................................................................. 20
5. Emprego de tempos e modos verbais........................................................................................................................................ 22
6. Domínio da estrutura morfossintática do período.Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração. Relações
de subordinação entre orações e entre termos da oração......................................................................................................... 24
7. Emprego das classes de palavras. .............................................................................................................................................. 27
8. Emprego dos sinais de pontuação.............................................................................................................................................. 36
9. Concordância verbal e nominal. ................................................................................................................................................ 38
10. Regência verbal e nominal. ........................................................................................................................................................ 39
11. Emprego do sinal indicativo de crase.......................................................................................................................................... 42
12. Colocação dos pronomes átonos................................................................................................................................................ 43
13. Reescrita de frases e parágrafos do texto. Substituição de palavras ou de trechos de texto. Reorganização da estrutura de
orações e de períodos do texto. Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade........................................ 44
14. Significação das palavras..
........................................................................................................................................................... 45
Matemática / Raciocínio Lógico e Quantitativo
1. Números reais: operações (adição, subtração, multiplicação, divisão, radiciação e potenciação); expressões numéricas; múl-
tiplos e divisores; máximo divisor comum e mínimo múltiplo comum; problemas................................................................... 57
2. Proporcionalidade: razões e proporções; divisão em partes diretamente e inversamente proporcionais; médias aritmética,
geométrica e ponderada; regras de três simples e composta; porcentagem; problemas.......................................................... 64
3. Funções, equações e inequações de 1º e de 2º graus, exponenciais e logarítmicas: conceito, representação gráfica, proble-
mas............................................................................................................................................................................................. 69
4. Sistemas lineares........................................................................................................................................................................ 82
5. Análise combinatória e probabilidade: princípios fundamentais de contagem, arranjos, permutações, combinações, binômio
de Newton, cálculo de probabilidades....................................................................................................................................... 84
6. Matemática financeira: Juros simples e compostos: capitalização e descontos. Taxas de juros: nominal, efetiva, equivalentes,
proporcionais, real e aparente. Planos ou sistemas de amortização de empréstimos e financiamentos. Cálculo financeiro:
custo real efetivo de operações de financiamento, empréstimo e investimento. Taxas de retorno.......................................... 87
Conhecimentos Bancários
1. Sistema Financeiro Nacional. Instituições do Sistema Financeiro Nacional - tipos, finalidades e atuação. Banco Central do
Brasil e Conselho Monetário Nacional - funções e atividades.................................................................................................... 107
2. Instituições Financeiras Oficiais Federais - papel e atuação....................................................................................................... 111
3. Operações de Crédito Bancário.................................................................................................................................................. 117
4. Cadastro de pessoas físicas. Cadastro de pessoas jurídicas. Tipos e constituição das pessoas. Composição societária/acioná-
ria................................................................................................................................................................................................ 119
5. Forma de tributação. Mandatos e procurações.......................................................................................................................... 119
6. Fundamentos do crédito. Conceito de crédito. Elementos do crédito. Requisitos do crédito................................................... 120
7. ÍNDICE
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7. Riscos da atividade bancária. De crédito. De mercado. Operacional. Sistêmico. De liquidez..................................................... 130
8. Principais variáveis relacionadas ao risco de crédito. Clientes. Operação.................................................................................. 132
9. Tipos de operações de crédito bancário (empréstimos, descontos, financiamentos e adiantamentos).................................... 133
10. Operações de Crédito Geral. Crédito pessoal e Crédito Direto ao Consumidor. Desconto de duplicatas, notas promissórias e
cheques pré-datados. Contas garantidas. Capital de giro. Cartão de crédito. Microcrédito urbano.......................................... 134
11. Operações de Crédito Especializado. Crédito Rural. Conceito, beneficiários, preceitos e funções básicas; Finalidades: opera-
ções de investimento, custeio e comercialização....................................................................................................................... 137
12. Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF): base legal, finalidades, beneficiários, destinação,
condições.................................................................................................................................................................................... 139
13. Crédito industrial, agroindustrial, para o comércio e para a prestação de serviços: conceito, finalidades (investimento fixo e
capital de giro associado), beneficiários..................................................................................................................................... 140
14. Recursos utilizados na contratação de financiamentos.............................................................................................................. 145
15. Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE): base legal, finalidades, regras, administração............................ 146
16. BNDES/FINAME: base legal, finalidade, regras, forma de atuação............................................................................................. 154
17. Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT): base legal, finalidades, regras, forma de atuação...................................................... 155
18. Microfinanças: base legal, finalidade, forma de atuação.
........................................................................................................... 156
19. Serviços bancários e financeiros. Conta corrente: abertura, manutenção, encerramento, pagamento, devolução de cheques
e cadastro de emitentes de cheques sem fundos (CCF). Depósitos à vista. Depósitos a prazo (CDB e RDB). Fundos de Investi-
mentos. Caderneta de poupança. Títulos de capitalização. Planos de aposentadoria e de previdência privados. 3.8 Seguros.
Convênios de arrecadação/pagamentos (concessionárias de serviços públicos, tributos, INSS e folha de pagamento de clien-
tes). Serviço de Compensação de Cheque e Outros Papéis. Cobrança....................................................................................... 159
20. Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)..................................................................................................................................... 165
21. Aspectos jurídicos. Noções de direito aplicadas às operações de crédito. Sujeito e Objeto do Direito. Fato e ato jurídico....... 169
22. Contratos: conceito de contrato, requisitos dos contratos, classificação dos contratos; contratos nominados, contratos de
compra e venda, empréstimo, sociedade, fiança, contratos formais e informais...................................................................... 170
23. Instrumentos de formalização das operações de crédito. Contratos por instrumento público e particular. Cédulas e notas de
crédito......................................................................................................................................................................................... 170
24. Garantias. Fidejussórias: fiança e aval. Reais: hipoteca e penhor. Alienação fiduciária de bens móveis.................................... 171
25. Títulos de Crédito - nota promissória, duplicata, cheque........................................................................................................... 179
26. O Banco do Nordeste do Brasil S.A.: legislação básica, programas e informações gerais de sua atuação como agente impul-
sionador do desenvolvimento sustentável da região nordeste.................................................................................................. 191
27. Ética aplicada: ética, moral, valores e virtudes........................................................................................................................... 192
28. Noções de ética empresarial e profissional................................................................................................................................ 192
29. A gestão da ética nas empresas públicas e privadas.
.................................................................................................................. 193
30. Código de Conduta Ética e Integridade do Banco do Nordeste do Brasil................................................................................... 193
31. Política de Responsabilidade Socioambiental do Banco do Nordeste do Brasil ......................................................................... 205
32. Estratégia ASG (Ambiental, Social e Governança): Estratégia de sustentabilidade do Banco do Nordeste do Brasil................. 207
33. Atualidades do mercado financeiro. Os bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios. Internet banking.Mobile
banking. Open banking. Novos modelos de negócios. Fintechs, startups e big techs. O dinheiro na era digital: blockchain,
bitcoin e demais criptomoedas................................................................................................................................................... 208
34. Sistema de bancos sombra (Shadow banking).
........................................................................................................................... 210
35. Funções da moeda...................................................................................................................................................................... 211
36. Marketplace................................................................................................................................................................................ 212
37. Correspondentes bancários........................................................................................................................................................ 213
38. Arranjos de pagamentos............................................................................................................................................................. 214
39. Sistema de pagamentos instantâneos (PIX)................................................................................................................................ 216
8. ÍNDICE
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40. Segmentação e interações digitais.............................................................................................................................................. 216
41. Transformação digital no Sistema Financeiro............................................................................................................................. 217
42. Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD): Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 e suas alterações......................................... 218
43. Legislação anticorrupção: Lei nº 12.846/2013............................................................................................................................ 231
44. Decreto nº 11.129 de 11/07/2022.............................................................................................................................................. 235
45. Segurança cibernética: Resolução CMN nº 4.893, de 26/02/2021............................................................................................. 244
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LÍNGUA PORTUGUESA
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE GÊNE-
ROS VARIADOS
Definição Geral
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois
sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objetivo
de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que
nos é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação,
a resposta será localizada no próprio no texto, posteriormente,
ocorre a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada
em nossos conhecimentos prévios.
Compreensão de Textos
Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do
que está explícito no texto, ou seja, na identificação da mensagem.
É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso
da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender.
Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem
transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a
decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo,
ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos
a mensagem transmitida por ela, assim como o seu propósito
comunicativo, que é informar o ouvinte sobre um determinado
evento.
Interpretação de Textos
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os
resultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias
e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar
é decodificar o sentido de um texto por indução.
A interpretação de textos compreende a habilidade de se
chegar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de
texto, seja ele escrito, oral ou visual.
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado
da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva,
podendo ser diferente entre leitores.
Exemplo de compreensão e interpretação de textos
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em
um texto misto (verbal e visual):
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar Espe-
cial > 2015
Português > Compreensão e interpretação de textos
A imagem a seguir ilustra uma campanha pela inclusão social.
“A Constituição garante o direito à educação para todos e a
inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com
deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou
menos severas.”
A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta.
(A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de
1988.
(B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos
severas.
(C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes
ou não.
(D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser
incluídos socialmente.
(E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
Comentário da questão:
Em “A” o texto é sobre direito à educação, incluindo as pessoas
com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na sociedade. =
afirmativa correta.
Em “B” o complemento “mais ou menos severas” se refere à
“deficiências de toda ordem”, não às leis. = afirmativa incorreta.
Em “C” o advérbio “também”, nesse caso, indica a inclusão/
adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à educação,
além das que não apresentam essas condições. = afirmativa correta.
Em “D” além de mencionar “deficiências de toda ordem”, o
texto destaca que podem ser “permanentes ou temporárias”. =
afirmativa correta.
Em “E” este é o tema do texto, a inclusão dos deficientes. =
afirmativa correta.
Resposta: Logo, a Letra B é a resposta Certa para essa questão,
visto que é a única que contém uma afirmativa incorreta sobre o
texto.
11. LÍNGUA PORTUGUESA
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IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO
O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen-
tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja,
você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo
significativo, que é o texto.
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um
texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o
título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre
o assunto que será tratado no texto.
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-
do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?
CACHORROS
Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
outro e a parceria deu certo.
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo
do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-
ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.
As informações que se relacionam com o tema chamamos de
subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram,
ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida-
de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto
fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães.
Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi
capaz de identificar o tema do texto!
Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-
-secundarias/
IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM
TEXTOS VARIADOS
Ironia
Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou
com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-
pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um
novo sentido, gerando um efeito de humor.
Exemplo:
Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-
dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
Ironia verbal
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
intenção são diferentes.
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
Ironia de situação
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o
resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja
uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li-
vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-
12. LÍNGUA PORTUGUESA
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so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a
morte.
Ironia dramática (ou satírica)
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé-
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con-
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo
da narrativa.
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem-
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos.
Humor
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare-
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor.
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti-
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor-
rer algo fora do esperado numa situação.
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico;
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente
acessadas como forma de gerar o riso.
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges.
Exemplo:
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ-
NERO EM QUE SE INSCREVE
Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
principal. Compreender relações semânticas é uma competência
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
-se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
Busca de sentidos
Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
apreensão do conteúdo exposto.
Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
citadas ou apresentando novos conceitos.
Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.
Importância da interpretação
A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-
pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos
específicos, aprimora a escrita.
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa-
tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre-
sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi-
ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto,
pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de
sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen-
são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es-
tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató-
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários,
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido,
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au-
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas.
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão,
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.
Diferença entre compreensão e interpretação
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta-
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O
leitor tira conclusões subjetivas do texto.
13. LÍNGUA PORTUGUESA
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Gêneros Discursivos
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso-
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No
romance nós temos uma história central e várias histórias secun-
dárias.
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso-
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações
encaminham-se diretamente para um desfecho.
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia-
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de-
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais
curto.
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos
como horas ou mesmo minutos.
Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin-
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento,
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de
imagens.
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con-
vencer o leitor a concordar com ele.
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um
entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações.
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas
de destaque sobre algum assunto de interesse.
Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as
crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando
os professores a identificar o nível de alfabetização delas.
Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo
de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
berdade para quem recebe a informação.
DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO
Fato
O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato é uma
coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma maneira,
através de algum documento, números, vídeo ou registro.
Exemplo de fato:
A mãe foi viajar.
Interpretação
É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
sas, previmos suas consequências.
Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
ças sejam detectáveis.
Exemplos de interpretação:
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
tro país.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
do que com a filha.
Opinião
A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
que fazemos do fato.
Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.
Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
anteriores:
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
do que com a filha. Ela foi egoísta.
Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta-
mos expressando nosso julgamento.
É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
analisamos um texto dissertativo.
Exemplo:
A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando
com o sofrimento da filha.
RECONHECIMENTO DETIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS
Definições e diferenciação: tipos textuais e gêneros textuais
são dois conceitos distintos, cada qual com sua própria linguagem
e estrutura. Os tipos textuais gêneros se classificam em razão
da estrutura linguística, enquanto os gêneros textuais têm sua
classificação baseada na forma de comunicação. Assim, os gêneros
são variedades existente no interior dos modelos pré-estabelecidos
dos tipos textuais. A definição de um gênero textual é feita a partir
dos conteúdos temáticos que apresentam sua estrutura específica.
Logo, para cada tipo de texto, existem gêneros característicos.
14. LÍNGUA PORTUGUESA
13
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Como se classificam os tipos e os gêneros textuais
As classificações conforme o gênero podem sofrer mudanças
e são amplamente flexíveis. Os principais gêneros são: romance,
conto, fábula, lenda, notícia, carta, bula de medicamento, cardápio
de restaurante, lista de compras, receita de bolo, etc. Quanto aos
tipos, as classificações são fixas, e definem e distinguem o texto
com base na estrutura e nos aspectos linguísticos. Os tipos textuais
são: narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo.
Resumindo, os gêneros textuais são a parte concreta, enquanto
as tipologias integram o campo das formas, da teoria. Acompanhe
abaixo os principais gêneros textuais inseridos e como eles se
inserem em cada tipo textual:
Textonarrativo:essetipotextualseestruturaem:apresentação,
desenvolvimento, clímax e desfecho. Esses textos se caracterizam
pela apresentação das ações de personagens em um tempo e
espaço determinado. Os principais gêneros textuais que pertencem
ao tipo textual narrativo são: romances, novelas, contos, crônicas
e fábulas.
Texto descritivo: esse tipo compreende textos que descrevem
lugares ou seres ou relatam acontecimentos. Em geral, esse tipo de
texto contém adjetivos que exprimem as emoções do narrador, e,
em termos de gêneros, abrange diários, classificados, cardápios de
restaurantes, folhetos turísticos, relatos de viagens, etc.
Texto expositivo: corresponde ao texto cuja função é transmitir
ideias utilizando recursos de definição, comparação, descrição,
conceituação e informação. Verbetes de dicionário, enciclopédias,
jornais, resumos escolares, entre outros, fazem parte dos textos
expositivos.
Texto argumentativo: os textos argumentativos têm o objetivo
de apresentar um assunto recorrendo a argumentações, isto é,
caracteriza-se por defender um ponto de vista. Sua estrutura é
composta por introdução, desenvolvimento e conclusão. Os textos
argumentativos compreendem os gêneros textuais manifesto e
abaixo-assinado.
Texto injuntivo: esse tipo de texto tem como finalidade de
orientar o leitor, ou seja, expor instruções, de forma que o emissor
procure persuadir seu interlocutor. Em razão disso, o emprego de
verbosnomodo imperativoésuacaracterísticaprincipal.Pertencem
a este tipo os gêneros bula de remédio, receitas culinárias, manuais
de instruções, entre outros.
Texto prescritivo: essa tipologia textual tem a função de instruir
o leitor em relação ao procedimento. Esses textos, de certa forma,
impedem a liberdade de atuação do leitor, pois decretam que ele
siga o que diz o texto. Os gêneros que pertencem a esse tipo de
texto são: leis, cláusulas contratuais, edital de concursos públicos.
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual narra-
tivo
Romance
É um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem
definidosl. Pode ter partes em que o tipo narrativo dá lugar ao des-
critivo em função da caracterização de personagens e lugares. As
ações são mais extensas e complexas. Pode contar as façanhas de
um herói em uma história de amor vivida por ele e uma mulher,
muitas vezes, “proibida” para ele. Entretanto, existem romances
com diferentes temáticas: romances históricos (tratam de fatos li-
gados a períodos históricos), romances psicológicos (envolvem as
reflexões e conflitos internos de um personagem), romances sociais
(retratam comportamentos de uma parcela da sociedade com vis-
tas a realização de uma crítica social). Para exemplo, destacamos
os seguintes romancistas brasileiros: Machado de Assis, Guimarães
Rosa, Eça de Queiroz, entre outros.
Conto
É um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa,
que conta situações rotineiras, anedotas e até folclores. Inicialmen-
te, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a reproduzi-
-lo de forma escrita com a publicação de Decamerão.
Ele é um gênero da esfera literária e se caracteriza por ser uma
narrativa densa e concisa, a qual se desenvolve em torno de uma
única ação. Geralmente, o leitor é colocado no interior de uma ação
já em desenvolvimento. Não há muita especificação sobre o antes
e nem sobre o depois desse recorte que é narrado no conto. Há a
construção de uma tensão ao longo de todo o conto.
Diversos contos são desenvolvidos na tipologia textual narrati-
va: conto de fadas, que envolve personagens do mundo da fantasia;
contos de aventura, que envolvem personagens em um contexto
mais próximo da realidade; contos folclóricos (conto popular); con-
tos de terror ou assombração, que se desenrolam em um contexto
sombrio e objetivam causar medo no expectador; contos de misté-
rio, que envolvem o suspense e a solução de um mistério.
Fábula
É um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As
personagens principais não são humanos e a finalidade é transmitir
alguma lição de moral.
Novela
É um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevi-
dade do romance e a brevidade do conto. Esse gênero é constituído
por uma grande quantidade de personagens organizadas em dife-
rentes núcleos, os quais nem sempre convivem ao longo do enredo.
Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista,
de Machado de Assis, e A Metamorfose, de Kafka.
Crônica
É uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com
linguagem coloquial. Pode ter um tom humorístico ou um toque de
crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou arti-
go de jornal, revistas e programas da TV. Há na literatura brasileira
vários cronistas renomados, dentre eles citamos para seu conhe-
cimento: Luís Fernando Veríssimo, Rubem Braga, Fernando Sabido
entre outros.
Diário
É escrito em linguagem informal, sempre consta a data e não
há um destinatário específico, geralmente, é para a própria pessoa
que está escrevendo, é um relato dos acontecimentos do dia. O
objetivo desse tipo de texto é guardar as lembranças e em alguns
momentos desabafar. Veja um exemplo:
“Domingo, 14 de junho de 1942
Vou começar a partir do momento em que ganhei você, quando
o vi na mesa, no meio dos meus outros presentes de aniversário. (Eu
estava junto quando você foi comprado, e com isso eu não contava.)
Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que não é
de espantar; afinal, era meu aniversário. Mas não me deixam le-
vantar a essa hora; por isso, tive de controlar minha curiosidade até
15. LÍNGUA PORTUGUESA
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quinze para as sete. Quando não dava mais para esperar, fui até a
sala de jantar, onde Moortje (a gata) me deu as boas-vindas, esfre-
gando-se em minhas pernas.”
Trecho retirado do livro “Diário de Anne Frank”.
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual descri-
tivo
Currículo
É um gênero predominantemente do tipo textual descritivo.
Nele são descritas as qualificações e as atividades profissionais de
uma determinada pessoa.
Laudo
É um gênero predominantemente do tipo textual descritivo.
Sua função é descrever o resultado de análises, exames e perícias,
tanto em questões médicas como em questões técnicas.
Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos
descritivos são: folhetos turísticos; cardápios de restaurantes; clas-
sificados; etc.
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual expo-
sitivo
Resumos e Resenhas
O autor faz uma descrição breve sobre a obra (pode ser cine-
matográfica, musical, teatral ou literária) a fim de divulgar este tra-
balho de forma resumida.
Na verdade resumo e/ou resenha é uma análise sobre a obra,
com uma linguagem mais ou menos formal, geralmente os rese-
nhistas são pessoas da área devido o vocabulário específico, são
estudiosos do assunto, e podem influenciar a venda do produto de-
vido a suas críticas ou elogios.
Verbete de dicionário
Gênero predominantemente expositivo. O objetivo é expor
conceitos e significados de palavras de uma língua.
Relatório Científico
Gênero predominantemente expositivo. Descreve etapas de
pesquisa, bem como caracteriza procedimentos realizados.
Conferência
Predominantemente expositivo. Pode ser argumentativo tam-
bém. Expõe conhecimentos e pontos de vistas sobre determinado
assunto. Gênero executado, muitas vezes, na modalidade oral.
Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos
expositivos são: enciclopédias; resumos escolares; etc.
Gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos
Artigo de Opinião
É comum1
encontrar circulando no rádio, na TV, nas revistas,
nos jornais, temas polêmicos que exigem uma posição por parte
dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso, o autor geralmen-
te apresenta seu ponto de vista sobre o tema em questão através
1 http://www.odiarioonline.com.br/noticia/43077/VENDEDOR-BRASILEIRO-ESTA-MENOS-
-SIMPATICO
do artigo de opinião.
Nos tipos textuais argumentativos, o autor geralmente tem
a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa
apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opini-
ões.
O artigo de opinião é fundamentado em impressões pessoais
do autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar.
Discurso Político
O discurso político2
é um texto argumentativo, fortemente per-
suasivo, em nome do bem comum, alicerçado por pontos de vista
do emissor ou de enunciadores que representa, e por informações
compartilhadas que traduzem valores sociais, políticos, religiosos
e outros. Frequentemente, apresenta-se como uma fala coletiva
que procura sobrepor-se em nome de interesses da comunidade
e constituir norma de futuro. Está inserido numa dinâmica social
que constantemente o altera e ajusta a novas circunstâncias. Em
períodos eleitorais, a sua maleabilidade permite sempre uma res-
posta que oscila entre a satisfação individual e os grandes objetivos
sociais da resolução das necessidades elementares dos outros.
Hannah Arendt (em The Human Condition) afirma que o dis-
curso político tem por finalidade a persuasão do outro, quer para
que a sua opinião se imponha, quer para que os outros o admirem.
Para isso, necessita da argumentação, que envolve o raciocínio, e
da eloquência da oratória, que procura seduzir recorrendo a afetos
e sentimentos.
O discurso político é, provavelmente, tão antigo quanto a vida
do ser humano em sociedade. Na Grécia antiga, o político era o
cidadão da “pólis” (cidade, vida em sociedade), que, responsável
pelos negócios públicos, decidia tudo em diálogo na “agora” (praça
onde se realizavam as assembleias dos cidadãos), mediante pala-
vras persuasivas. Daí o aparecimento do discurso político, baseado
na retórica e na oratória, orientado para convencer o povo.
O discurso político implica um espaço de visibilidade para o ci-
dadão, que procura impor as suas ideias, os seus valores e projetos,
recorrendo à força persuasiva da palavra, instaurando um processo
de sedução, através de recursos estéticos como certas construções,
metáforas, imagens e jogos linguísticos. Valendo-se da persuasão e
da eloquência, fundamenta-se em decisões sobre o futuro, prome-
tendo o que pode ser feito.
Requerimento
Predominantemente dissertativo-argumentativo. O requeri-
mento tem a função de solicitar determinada coisa ou procedimen-
to. Ele é dissertativo-argumentativo pela presença de argumenta-
ção com vistas ao convencimento
Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos
argumentativos são: abaixo-assinados; manifestos; sermões; etc.
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual injun-
tivo
Bulas de remédio
A bula de remédio traz também o tipo textual descritivo. Nela
aparecem as descrições sobre a composição do remédio bem como
instruções quanto ao seu uso.
2 https://www.infopedia.pt/$discurso-politico
16. LÍNGUA PORTUGUESA
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Manual de instruções
O manual de instruções tem como objetivo instruir sobre os
procedimentos de uso ou montagem de um determinado equipa-
mento.
Exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos injunti-
vos são: receitas culinárias, instruções em geral.
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual prescri-
tivo
Exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos prescri-
tivos são: leis; cláusulas contratuais; edital de concursos públicos;
receitas médicas, etc.
Outros Exemplos
Carta
Esta, dependendo do destinatário pode ser informal, quando é
destinada a algum amigo ou pessoa com quem se tem intimidade. E
formal quando destinada a alguém mais culto ou que não se tenha
intimidade.
Dependendo do objetivo da carta a mesma terá diferentes es-
tilos de escrita, podendo ser dissertativa, narrativa ou descritiva. As
cartas se iniciam com a data, em seguida vem a saudação, o corpo
da carta e para finalizar a despedida.
Propaganda
Este gênero aparece também na forma oral, diferente da maio-
ria dos outros gêneros. Suas principais características são a lingua-
gem argumentativa e expositiva, pois a intenção da propaganda é
fazer com que o destinatário se interesse pelo produto da propa-
ganda. O texto pode conter algum tipo de descrição e sempre é
claro e objetivo.
Notícia
Este é um dos tipos de texto que é mais fácil de identificar. Sua
linguagem é narrativa e descritiva e o objetivo desse texto é infor-
mar algo que aconteceu.
A notícia é um dos principais tipos de textos jornalísticos exis-
tentes e tem como intenção nos informar acerca de determinada
ocorrência. Bastante recorrente nos meios de comunicação em ge-
ral, seja na televisão, em sites pela internet ou impresso em jornais
ou revistas.
Caracteriza-se por apresentar uma linguagem simples, clara,
objetiva e precisa, pautando-se no relato de fatos que interessam
ao público em geral. A linguagem é clara, precisa e objetiva, uma
vez que se trata de uma informação.
Editorial
O editorial é um tipo de texto jornalístico que geralmente apa-
rece no início das colunas. Diferente dos outros textos que com-
põem um jornal, de caráter informativo, os editoriais são textos
opinativos.
Embora sejam textos de caráter subjetivo, podem apresentar
certa objetividade. Isso porque são os editoriais que apresentam
os assuntos que serão abordados em cada seção do jornal, ou seja,
Política, Economia, Cultura, Esporte, Turismo, País, Cidade, Classifi-
cados, entre outros.
Os textos são organizados pelos editorialistas, que expressam
as opiniões da equipe e, por isso, não recebem a assinatura do au-
tor. No geral, eles apresentam a opinião do meio de comunicação
(revista, jornal, rádio, etc.).
Tanto nos jornais como nas revistas podemos encontrar os edi-
toriais intitulados como “Carta ao Leitor” ou “Carta do Editor”.
Em relação ao discurso apresentado, esse costuma se apoiar
em fatos polêmicos ligados ao cotidiano social. E quando falamos
em discurso, logo nos atemos à questão da linguagem que, mesmo
em se tratando de impressões pessoais, o predomínio do padrão
formal, fazendo com que prevaleça o emprego da 3ª pessoa do sin-
gular, ocupa lugar de destaque.
Reportagem
Reportagem é um texto jornalístico amplamente divulgado nos
meios de comunicação de massa. A reportagem informa, de modo
mais aprofundado, fatos de interesse público. Ela situa-se no ques-
tionamento de causa e efeito, na interpretação e no impacto, so-
mando as diferentes versões de um mesmo acontecimento.
A reportagem não possui uma estrutura rígida, mas geralmen-
te costuma estabelecer conexões com o fato central, anunciado no
que chamamos de lead. A partir daí, desenvolve-se a narrativa do
fato principal, ampliada e composta por meio de citações, trechos
de entrevistas, depoimentos, dados estatísticos, pequenos resu-
mos, dentre outros recursos. É sempre iniciada por um título, como
todo texto jornalístico.
O objetivo de uma reportagem é apresentar ao leitor várias
versões para um mesmo fato, informando-o, orientando-o e contri-
buindo para formar sua opinião.
A linguagem utilizada nesse tipo de texto é objetiva, dinâmi-
ca e clara, ajustada ao padrão linguístico divulgado nos meios de
comunicação de massa, que se caracteriza como uma linguagem
acessível a todos os públicos, mas pode variar de formal para mais
informal dependendo do público a que se destina. Embora seja im-
pessoal, às vezes é possível perceber a opinião do repórter sobre os
fatos ou sua interpretação.3
Gêneros Textuais e Gêneros Literários
Conforme o próprio nome indica, os gêneros textuais se refe-
rem a qualquer tipo de texto, enquanto os gêneros literários se re-
ferem apenas aos textos literários.
Os gêneros literários são divisões feitas segundo características
formais comuns em obras literárias, agrupando-as conforme crité-
rios estruturais, contextuais e semânticos, entre outros.
- Gênero lírico;
- Gênero épico ou narrativo;
- Gênero dramático.
Gênero Lírico
É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no po-
ema e que nem sempre corresponde à do autor) exprime suas emo-
ções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente
os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da
função emotiva da linguagem.
3 CEREJA, William Roberto & MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e interação.
São Paulo, Atual Editora, 2000
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Elegia
Um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a mor-
te é elevada como o ponto máximo do texto. O emissor expressa
tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema
melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e Yufa, de William
Shakespeare.
Epitalâmia
Um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites ro-
mânticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é
a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais.
Ode (ou hino)
É o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à
pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a
alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com acom-
panhamento musical.
Idílio (ou écloga)
Poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à
natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema
bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais belezas
e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais
a paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com
diálogos (muito rara).
Sátira
É o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém
ou a algo, em tom sério ou irônico. Tem um forte sarcasmo, pode
abordar críticas sociais, a costumes de determinada época, assun-
tos políticos, ou pessoas de relevância social.
Acalanto
Canção de ninar.
Acróstico
Composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso for-
mam uma palavra ou frase. Ex.:
Amigos são
Muitas vezes os
Irmãos que escolhemos.
Zelosos, eles nos
Ajudam e
Dedicam-se por nós, para que nossa relação seja verdadeira e
Eterna
https://www.todamateria.com.br/acrostico/
Balada
Uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas
de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se
destinam à dança.
Canção (ou Cantiga, Trova)
Poema oral com acompanhamento musical.
Gazal (ou Gazel)
Poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio.
Soneto
É um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quarte-
tos e dois tercetos.
Vilancete
São as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escár-
nio e de maldizer); satíricas, portanto.
Gênero Épico ou Narrativo
Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos
eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Com o passar dos anos,
o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do
gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de
prosa com características diferentes: o romance, a novela, o conto,
a crônica, a fábula.
Épico (ou Epopeia)
Os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de
um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens,
gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exalta-
ção, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exem-
plos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisseia, de Homero.
Ensaio
É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático,
expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de
certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado.
Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e
subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social,
cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em for-
malidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de
caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a tolerância, de John Lo-
cke.
Gênero Dramático
Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse
tipo de texto, não há um narrador contando a história. Ela “aconte-
ce” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os
papéis das personagens nas cenas.
Tragédia
É a representação de um fato trágico, suscetível de provocar
compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era “uma re-
presentação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em
linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando
dó e terror”. Ex.: Romeu e Julieta, de Shakespeare.
Farsa
A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de
processos como o absurdo, as incongruências, os equívocos, a ca-
ricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o
engano.
Comédia
É a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento
comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada às festas popu-
lares.
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Tragicomédia
Modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômi-
cos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário.
Poesia de cordel
Texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo
linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da
realidade vivida por este povo.
Discurso Religioso4
A Análise Crítica do Discurso (ADC) tem como fulcro a aborda-
gem das relações (internas e recíprocas) entre linguagem e socie-
dade. Os textos produzidos socialmente em eventos autênticos são
resultantes da estruturação social da linguagem que os consome
e os faz circular. Por outro lado, esses mesmos textos são também
potencialmente transformadores dessa estruturação social da lin-
guagem, assim como os eventos sociais são tanto resultado quanto
substrato dessas estruturas sociais.
O discurso religioso é “aquele em que há uma relação espon-
tânea com o sagrado” sendo, portanto, “mais informal”; enquanto
o teológico é o tipo de “discurso em que a mediação entre a alma
religiosa e o sagrado se faz por uma sistematização dogmática das
verdades religiosas, e onde o teólogo (...) aparece como aquele que
faz a relação entre os dois mundos: o mundo hebraico e o mundo
cristão”, sendo, assim, “mais formal”. Porém, podemos falar em DR
de maneira globalizante.
Assim, temos:
- Desnivelamento, assimetria na relação entre o locutor e o ou-
vinte – o locutor está no plano espiritual (Deus), e o ouvinte está no
plano temporal (os adoradores). As duas ordens de mundo são to-
talmente diferentes para os sujeitos, e essa ordem é afetada por um
valor hierárquico, por uma desigualdade, por um desnivelamento.
Deus, o locutor, é imortal, eterno, onipotente, onipresente, onis-
ciente, em resumo, o todo-poderoso. Os seres humanos, os ouvin-
tes, são mortais, efêmeros e finitos.
- Modos de representação. A voz no discurso religioso (DR) se
fala em seus representantes (Padre, pastor, profeta), essa é uma
forma de relação simbólica. Essa apropriação ocorre sem explicitar
os mecanismos de incorporação da voz, aspecto que caracteriza a
mistificação.
- O ideal do DR é que o ‘representante’, o que se apropria do
discurso de Deus’, não o modifique. Ele deve seguir regras restritas
reguladas pelo texto sagrado, pela Igreja, pelas liturgias. Deve-se
manter distância entre ‘o dito de Deus’ e ‘o dizer do homem’.
- A interpretação da palavra de Deus é regulada. “Os sentidos
não podem ser quaisquer sentidos: o discurso religioso tende forte-
mente para a monossemia”.
- Dualismos, as formas da ilusão da reversibilidade: plano hu-
mano e plano divino; ordem temporal e ordem espiritual; sujeitos e
Sujeito; homem e Deus. A ilusão ocorre na passagem de um plano
para outro e pode ter duas direções: de cima para baixo, ou seja,
de Deus para os homens, momento em que Ele compartilha suas
propriedades (ministração de sacramentos, bênçãos); de baixo para
cima, quando o homem se alça a Deus, principalmente, através da
visão, da profecia. Estas são formas de ‘ultrapassagem’.
4 https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/soletras/article/downloa-
d/4694/3461#:~:text=O%20discurso%20religioso%20%C3%A9%20aquele,discur-
so%20(Orlandi%2C%201996).&text=locutor%20est%C3%A1%20no%20plano%20
espiritual,plano%20temporal%20(os%20adoradores).
- Escopo do discurso religioso. A fé separa os fiéis dos não-fiéis,
“os convictos dos não-convictos. Logo, é o parâmetro pelo qual de-
limita a comunidade e constitui o escopo do discurso religioso em
suas duas formações características: para os que creem, o discurso
religioso é uma promessa, para os que não creem é uma ameaça.
Os discursos religiosos, como já vimos, se mostram com estru-
turas rígidas quanto aos papéis dos interlocutores (a divindade e os
seres humanos). Os dogmas sagrados, por exemplos, fé e Deus, são
intocáveis. “Deus define-se (...) a si mesmo como sujeito por exce-
lência, aquele que é por si e para si (Sou aquele que É) e aquele que
interpela seu sujeito (...) eis quem tu és: é Pedro.”
Outros traços do DR se configuram com o uso do imperativo e
do vocativo – características inerentes de discursos de doutrinação;
uso de metáforas – explicitadas por paráfrases que indicam a leitura
apropriada para as metáforas utilizadas; uso de citações no original
(grego, hebraico, latim) – traduzidas para a língua em uso através de
perífrases extensas e explicativas em que se busca aproveitar o má-
ximo o efeito de sentido advindo da língua original; o uso de perfor-
mativos – uso de verbos em que o ‘dizer’ representa o ‘fazer’; o uso
de sintagmas cristalizados – usadas em orações e funções fáticas.
Ainda em relação às unidades textuais, podemos acrescentar o
uso de determinadas formas simbólicas do DR como as parábolas, a
utilização de certos temas, como a efemeridade da vida humana, a
vida eterna, o galardão, entre outros. Acrescenta-se também como
marca a intertextualidade.
Discurso Jurídico5
O discurso legal caracteriza-se como um discurso hierárquico
e dominante, baseado numa estrutura de exclusão e discriminação
de várias minorias sociais, como os pobres, os negros, os homos-
sexuais, as mulheres, etc. A especificidade da linguagem jurídica,
e as restrições educacionais quanto a quem pode militar na Área
(advogados, promotores, juízes, etc.), são apenas algumas das es-
tratégias utilizadas pelo sistema jurídico para manter o discurso le-
gal inacessível à maioria das pessoas, e desta forma protege-lo de
análises e críticas.
Como em todo discurso dominante, as posições de poder cria-
das para os participantes de textos legais são particularmente assi-
métricas, como é o caso num julgamento (e.g. entre o juiz e o réu;
entre o juiz e as testemunhas; etc.). Os juízes, por exemplo, detêm
um poder especial devido ao seu status social e ao seu acesso privi-
legiado ao discurso legal (são eles que produzem a forma final dos
textos legais). Portanto, é a visão de mundo do juiz que prevalece
nas sentenças, em detrimento de outras posições alternativas.
Além de relações de poder, os textos legais também expressam
relações de gênero. A lei e a cultura masculina estão intimamen-
te ligadas; o sistema jurídico é quase que inteiramente dominado
por homens (só recentemente as mulheres passaram a fazer parte
de instituições jurídicas) e, de forma geral, ele expressa uma visão
masculina do mundo. As mulheres que são parte em processos le-
gais (e.g. reclamantes, rés, testemunhas, etc.) estão expostas a um
duplo grau de discriminação e exclusão: primeiro, como leigas, elas
ocupam uma posição desfavorecida se comparadas com militantes
legais (advogados, juízes, promotores, etc.); segundo, elas são estig-
matizadas também por serem mulheres, e têm seu comportamento
social e sexual avaliado e controlado pelo discurso jurídico.
5 https://periodicos.ufsc.br/index.php/revistacfh/article/download/23353/21030/0
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a solução para o seu concurso!
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Discurso Técnico6
Para o desempenho de tal papel, eles contam com suas carac-
terísticas intrínsecas, as quais são responsáveis pelo “rótulo” que
cada tipo textual carrega.
Tais características se evidenciam formal e funcionalmente e
são percebidas, de maneira mais ou menos clara pelo leitor/ouvin-
te. Afinal, todos os tipos de texto têm um público fiel, ao qual se
destinam.
Os autores que têm o texto técnico como objeto de estudo con-
cordam que ele apresenta as seguintes características:
• Linguagem monossêmica;
• Vocabulário específico ou léxico especializado;
• Objetividade;
• Emprego de voz passiva;
• Preferência pelo emprego do tempo verbal presente.
As características apontadas acima coadunam-se com o obje-
tivo principal de qualquer produção de cunho técnico: transmissão
de conhecimentos de forma clara e imparcial. Embora a objetivida-
de e a neutralidade sejam fiéis parceiras do texto técnico, não se
pode afirmar que esse tipo textual seja isento das marcas de seu
autor, enquanto produtor de ideias e veiculador de informações.
Quando há a troca da 3ª pessoa do singular pela 1ª pessoa do plu-
ral, por exemplo, o autor tem a intenção de conquistar o seu in-
terlocutor, tornando-o um parceiro “na assunção das informações
dadas, numa forma de estratégia argumentativa.”
Todo tipo textual possui a argumentatividade, porém essa apa-
rece de modo mais intenso e explícito em alguns textos e de modo
menos intenso e explícito em outros. Para complementar a afirma-
ção dessas autoras, cita-se Benveniste para o qual, o sujeito está
sempre presente no texto, não havendo, portanto, texto neutro ou
imparcial.
Percebe-se, então, que o texto técnico possui características
que o diferenciam dos demais tipos de textos. No entanto, não se
deve afirmar que ele seja desprovido de marcas autorais. Tanto é
verdade, que alguns autores de textos técnicos não dispensam o
uso de certos advérbios e conjunções, por exemplo, expedientes
que têm a função de modalizar o discurso.
A modalização, nesse tipo de texto, pode aparecer de forma
implícita e/ou explícita. Sob essa última forma, verificam-se o apa-
recimento de construções específicas, tais como as nominalizações,
a voz passiva, o emprego de determinadas conjunções e preposi-
ções.
Discurso Acadêmico/Científico7
O texto como objeto abstrato se configura no campo da lin-
guística como teoria geral. Já discurso é uma realidade de intera-
ção-enunciação objeto de análises discursivas. Enquanto os textos,
como objetos concretos, são aqueles que se apresentam completos
constituídos de um ato de enunciação que visa à interação entre
produtor e interlocutor. Partindo dessas concepções, percebe- se
que texto e discurso se complementam, pois, para o autor, “a sepa-
ração do textual e do discursivo é essencialmente metodológica”,
o que leva à distinção entre os dois a anular-se. Neste caso, texto e
6 https://revistas.ufg.br/lep/article/download/32601/17331/
7 http://www.repositorio.jesuita.org.br/bitstream/handle/UNISINOS/4823/
MARIA%20DE%20F%c3%81TIMA%20RIBEIRO%20DOS%20SANTOS_.pdf?se-
quence=1&isAllowed=y
discurso são unidades complementares.
A partir da compreensão de discurso, passa-se a refletir sobre
o que vem ser discurso científico. Para Guimarães é aquele em que
“o autor pretende fazer o leitor saber.” Ou seja, a intenção do autor
é fazer o leitor ou pesquisador saber como os resultados daquela
pesquisa foram alcançados, dando-lhe oportunidade de repetir os
procedimentos metodológicos em outras pesquisas similares.
Para Carioca, “o discurso científico é a forma de apresentação
da linguagem que circula na comunidade científica em todo o mun-
do. Sua formulação depende de uma pesquisa minuciosa e efetiva
sobre um objeto, que é metodologicamente analisado à luz de uma
teoria.” Outra posição é que o discurso científico não se dá apenas
pela comprovação ou refutação do que foi escrito, dá-se também
pela aceitabilidade dos pares que compõem a comunidade espe-
cífica.
Desse modo, pode-se dizer que a estrutura global da comunica-
ção científica está respaldada em parâmetros normativos referen-
tes à produção de gêneros e à produção da linguagem, ou seja, o
discurso acadêmico se estabeleceu dentro de convenções instituí-
das pela comunidade científica, que, ao longo do tempo, se expres-
sa por características, como impessoalidade, objetividade, clareza,
precisão, modéstia, simplicidade, fluência, dentre outros.
É importante apresentar a posição de Charaudeau sobre a
problemática entre o discurso informativo (DI) e discurso científico
(DC). Para o autor, o que eles têm em comum é a problemática da
prova. “[...] o primeiro se atém essencialmente a uma prova pela
designação e pela figuração (a ordem da constatação, do testemu-
nho, do relato de reconstituição dos fatos), o segundo inscreve a
prova num programa de demonstração racional.”.
Percebe-se que o interesse principal do discurso informativo é
transmitir uma verdade através dos fatos. Já o discurso científico se
impõe pela prova da racionalidade que reside na força da argumen-
tatividade. E mais, este deve se comprometer com a logicidade das
ideias para estas se tornem mais convincentes.
Como se viu, o discurso acadêmico é produzido dentro de uma
esfera de comunicação relativamente definida chamada de comuni-
dade científica. Em geral, no ensino superior, vão se encontrar mo-
delos de discurso acadêmico que já se tornaram consagrados para
essa comunidade. Na subseção que segue se mostrará especifica-
mente alguns deles.
O primeiro modelo, monografia de análise teórica, evidencia
uma organização de ideias advindas de bibliografias selecionadas
sobre um determinado assunto. Nesse tipo, pode-se fazer uma aná-
lise crítica ou comparativa de uma teoria ou modelo já consagrado
pela comunidade científica. O modelo metodológico indicado pelos
autores é: escolha do assunto/ delimitação do tema; bibliografia
pertinente ao tema; levantamento de dados específicos da área sob
estudo; fundamentação teórica; metodologia e modelos aplicáveis;
análise e interpretação das informações; conclusões e resultados.
No segundo modelo, monografia de análise teórico-empírica,
faz-se uma análise interpretativa de dados primários, com apoio de
fontes secundárias, passando-se para o teste de hipóteses, mode-
los ou teorias. A partir dos dados primários e secundários, o autor
/pesquisador mostrará um trabalho inovador. Quanto ao modelo
metodológico, tem-se: realidade observável; pergunta problema e
objetivo proposto; bibliografia e dados secundários; teoria perti-
nente ao tema (conceitos, técnicas, constructos) e dados secundá-
rios; instrumentos de pesquisa (questionário); pesquisa empírica;
análise; conclusões e resultados.
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No terceiro modelo, monografia de estudo de caso, o autor/
pesquisador faz uma análise específica da relação existente entre
um caso e hipóteses, modelos e teorias. O modelo metodológico
adotado obedece aos seguintes passos: escolha do assunto/delimi-
tação do tema; bibliografia pertinente ao tema (área específica sob
estudo); fundamentação teórica; levantamento de dados da organi-
zação sob estudo; caracterização da organização; análise e interpre-
tação das informações; conclusões e resultados.
Observa-se que esses modelos possuem suas particularidades,
mas também aspectos que coincidem. Este é o caso da pesquisa
bibliográfica, que é imprescindível em qualquer trabalho científico.
Discurso Literário8
O discurso literário pode não ser apenas ligado aos procedi-
mentos adotados pelo autor, mas também, e talvez mais direta-
mente do que se pensa, ligado ao contexto sociocultural no qual
está inserido, evidenciando-se, nem sempre claramente, uma influ-
ência das instituições que o cercam na escolha de determinados
procedimentos de linguagem.
A ideia de que o discurso literário constrói-se a partir de ele-
mentos intrínsecos ao texto literário tomou corpo com os estudos
realizados no início do século XX. Foram os formalistas russos que
demonstraram uma preocupação com a materialidade do texto lite-
rário, recusando, num primeiro momento, explicações de base ex-
traliterária. Neste sentido, o que importava para os integrantes do
movimento era o procedimento, ou seja, o princípio da organização
da obra como produto estético. Assim, a preocupação dos formalis-
tas era investigar e explicar o que faz de uma determinada obra uma
obra literária, nas palavras de Jakobson: “a poesia é linguagem em
sua função estética. Deste modo, o objeto do estudo literário não é
a literatura, mas a literariedade, isto é, aquilo que torna determina-
da obra uma obra literária”. A questão da literariedade como pro-
cesso ou procedimento de elaboração está centrado nas estruturas
que diferenciam o texto literário de outros textos.
A literariedade é conceituada não só pela linguagem diferen-
ciada que gera o estranhamento, mas também histórica e cultural-
mente. Uma obra literária não pode ser apenas uma construção
bem elaborada, mas deve também retratar o homem de sua época
ou época anterior, com todas as suas angústias, desejos e forma de
pensar. Tornando-se, assim, não apenas um material para ser estu-
dado linguisticamente, mas também e, principalmente, uma obra
viva em que toda vez que se relê encontre-se algo novo e represen-
tativo do ser humano.
DOMÍNIO DA ORTOGRAFIA OFICIAL
— Definições
Com origem no idioma grego, no qual orto significa “direito”,
“exato”, e grafia quer dizer “ação de escrever”, ortografia é o nome
dado ao sistema de regras definido pela gramática normativa que
indica a escrita correta das palavras. Já a Ortografia Oficial se refere
às práticas ortográficas que são consideradas oficialmente como
adequadas no Brasil. Os principais tópicos abordados pela ortografia
são: o emprego de acentos gráficos que sinalizam vogais tônicas,
abertas ou fechadas; os processos fonológicos (crase/acento grave);
8 http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/Lin-
guaPortuguesa/artigo12.pdf
os sinais de pontuação elucidativos de funções sintáticas da língua e
decorrentes dessas funções, entre outros.
Os acentos: esses sinais modificam o som da letra sobre
a qual recaem, para que palavras com grafia similar possam
ter leituras diferentes, e, por conseguinte, tenham significados
distintos. Resumidamente, os acentos são agudo (deixa o som da
vogal mais aberto), circunflexo (deixa o som fechado), til (que faz
com que o som fique nasalado) e acento grave (para indicar crase).
O alfabeto: é a base de qualquer língua. Nele, estão
estabelecidos os sinais gráficos e os sons representados por cada
um dos sinais; os sinais, por sua vez, são as vogais e as consoantes.
As letras K, Y e W: antes consideradas estrangeiras, essas letras
foram integradas oficialmente ao alfabeto do idioma português
brasileiro em 2009, com a instauração do Novo Acordo Ortográfico.
AspossibilidadesdavogalYedasconsoantesKeWsão,basicamente,
para nomes próprios e abreviaturas, como abaixo:
– Para grafar símbolos internacionais e abreviações, como Km
(quilômetro), W (watt) e Kg (quilograma).
– Para transcrever nomes próprios estrangeiros ou seus
derivados na língua portuguesa, como Britney, Washington, Nova
York.
Relação som X grafia: confira abaixo os casos mais complexos
do emprego da ortografia correta das palavras e suas principais
regras:
«ch” ou “x”?: deve-se empregar o X nos seguintes casos:
– Em palavras de origem africana ou indígena. Exemplo: oxum,
abacaxi.
– Após ditongos. Exemplo: abaixar, faixa.
– Após a sílaba inicial “en”. Exemplo: enxada, enxergar.
– Após a sílaba inicial “me”. Exemplo: mexilhão, mexer,
mexerica.
s” ou “x”?: utiliza-se o S nos seguintes casos:
– Nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: síntese, avisa,
verminose.
–Nossufixos“ense”,“osa”e“oso”,quandoformaremadjetivos.
Exemplo: amazonense, formosa, jocoso.
– Nos sufixos “ês” e “esa”, quando designarem origem, título ou
nacionalidade. Exemplo: marquês/marquesa, holandês/holandesa,
burguês/burguesa.
– Nas palavras derivadas de outras cujo radical já apresenta “s”.
Exemplo: casa – casinha – casarão; análise – analisar.
Porque, Por que, Porquê ou Por quê?
– Porque (junto e sem acento): é conjunção explicativa, ou seja,
indica motivo/razão, podendo substituir o termo pois. Portanto,
toda vez que essa substituição for possível, não haverá dúvidas de
que o emprego do porque estará correto. Exemplo: Não choveu,
porque/pois nada está molhado.
– Por que (separado e sem acento): esse formato é empregado
para introduzir uma pergunta ou no lugar de “o motivo pelo qual”,
para estabelecer uma relação com o termo anterior da oração.
Exemplos: Por que ela está chorando? / Ele explicou por que do
cancelamento do show.
– Porquê (junto e com acento): trata-se de um substantivo e,
por isso, pode estar acompanhado por artigo, adjetivo, pronome
ou numeral. Exemplo: Não ficou claro o porquê do cancelamento
do show.
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– Por quê (separado e com acento): deve ser empregado ao
fim de frases interrogativas. Exemplo: Ela foi embora novamente.
Por quê?
Parônimos e homônimos
– Parônimos: são palavras que se assemelham na grafia e na
pronúncia, mas se divergem no significado. Exemplos: absolver
(perdoar) e absorver (aspirar); aprender (tomar conhecimento) e
apreender (capturar).
– Homônimos: são palavras com significados diferentes, mas
que divergem na pronúncia. Exemplos: “gosto” (substantivo) e
“gosto” (verbo gostar) / “este” (ponto cardeal) e “este” (pronome
demonstrativo).
DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL. EM-
PREGO DE ELEMENTOS DE REFERENCIAÇÃO, SUBSTITUI-
ÇÃO E REPETIÇÃO, DE CONECTORES E DE OUTROS ELE-
MENTOS DE SEQUENCIAÇÃO TEXTUAL
— Definições e diferenciação
Coesão e coerência são dois conceitos distintos, tanto que um
textocoesopodeserincoerente,evice-versa.Oqueexisteemcomum
entre os dois é o fato de constituírem mecanismos fundamentais
para uma produção textual satisfatória. Resumidamente, a coesão
textual se volta para as questões gramaticais, isto é, na articulação
interna do texto. Já a coerência textual tem seu foco na articulação
externa da mensagem.
— Coesão Textual
Consiste no efeito da ordenação e do emprego adequado
das palavras que proporcionam a ligação entre frases, períodos e
parágrafos de um texto. A coesão auxilia na sua organização e se
realiza por meio de palavras denominadas conectivos.
As técnicas de coesão
A coesão pode ser obtida por meio de dois mecanismos
principais, a anáfora e a catáfora. Por estarem relacionados à
mensagem expressa no texto, esses recursos classificam-se como
endofóricas.Enquantoaanáforaretomaumcomponente,acatáfora
o antecipa, contribuindo com a ligação e a harmonia textual.
As regras de coesão
Para que se garanta a coerência textual, é necessário que as
regras relacionadas abaixo sejam seguidas.
Referência
– Pessoal: emprego de pronomes pessoais e possessivos.
Exemplo:
«Ana e Sara foram promovidas. Elas serão gerentes de
departamento.” Aqui, tem-se uma referência pessoal anafórica
(retoma termo já mencionado).
– Comparativa: emprego de comparações com base em
semelhanças.
Exemplo:
“Mais um dia como os outros…”. Temos uma referência
comparativa endofórica.
– Demonstrativa: emprego de advérbios e pronomes
demonstrativos.
Exemplo:
“Inclua todos os nomes na lista, menos este: Fred da Silva.”
Temos uma referência demonstrativa catafórica.
– Substituição: consiste em substituir um elemento, quer seja
nome, verbo ou frase, por outro, para que ele não seja repetido.
Analise o exemplo:
“Iremos ao banco esta tarde, elas foram pela manhã.”
Perceba que a diferença entre a referência e a substituição é
evidente principalmente no fato de que a substituição adiciona ao
texto uma informação nova. No exemplo usado para a referência, o
pronome pessoal retoma as pessoas “Ana e Sara”, sem acrescentar
quaisquer informações ao texto.
– Elipse: trata-se da omissão de um componente textual –
nominal, verbal ou frasal – por meio da figura denominando eclipse.
Exemplo:
“Preciso falar com Ana. Você a viu?” Aqui, é o contexto que
proporciona o entendimento da segunda oração, pois o leitor fica
ciente de que o locutor está procurando por Ana.
– Conjunção: é o termo que estabelece ligação entre as orações.
Exemplo:
“Embora eu não saiba os detalhes, sei que um acidente
aconteceu.” Conjunção concessiva.
– Coesão lexical: consiste no emprego de palavras que fazem
parte de um mesmo campo lexical ou que carregam sentido
aproximado.Éocasodosnomesgenéricos,sinônimos,hiperônimos,
entre outros.
Exemplo:
“Aquele hospital público vive lotado. A instituição não está
dando conta da demanda populacional.”
— Coerência Textual
A Coerência é a relação de sentido entre as ideias de um texto
que se origina da sua argumentação – consequência decorrente
dos saberes conhecimentos do emissor da mensagem. Um texto
redundante e contraditório, ou cujas ideias introduzidas não
apresentam conclusão, é um texto incoerente. A falta de coerência
prejudica a fluência da leitura e a clareza do discurso. Isso quer dizer
que a falta de coerência não consiste apenas na ignorância por parte
dos interlocutores com relação a um determinado assunto, mas da
emissão de ideias contrárias e do mal uso dos tempos verbais.
Observe os exemplos:
“A apresentação está finalizada, mas a estou concluindo até
o momento.” Aqui, temos um processo verbal acabado e um
inacabado.
“Sou vegana e só como ovos com gema mole.” Os veganos
não consomem produtos de origem animal.
Princípios Básicos da Coerência
– Relevância: as ideias têm que estar relacionadas.
– Não Contradição: as ideias não podem se contradizer.
– Não Tautologia: as ideias não podem ser redundantes.
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Fatores de Coerência
– As inferências: se partimos do pressuposto que os
interlocutores partilham do mesmo conhecimento, as inferências
podem simplificar as informações.
Exemplo:
“Sempre que for ligar os equipamentos, não se esqueça de que
voltagem da lavadora é 220w”.
Aqui, emissor e receptor compartilham do conhecimento de
que existe um local adequado para ligar determinado aparelho.
– O conhecimento de mundo: todos nós temos uma bagagem
de saberes adquirida ao longo da vida e que é arquivada na nossa
memória. Esses conhecimentos podem ser os chamados scripts
(roteiros, tal como normas de etiqueta), planos (planejar algo
com um objetivo, tal como jogar um jogo), esquemas (planos de
funcionamento, como a rotina diária: acordar, tomar café da manhã,
sair para o trabalho/escola), frames (rótulos), etc.
Exemplo:
“Coelhinho e ovos de chocolate! Vai ser um lindo Natal!”
O conhecimento cultural nos leva a identificar incoerência na
frase, afinal, “coelho” e “ovos de chocolate” são elementos, os
chamados frames, que pertencem à comemoração de Páscoa, e
nada têm a ver com o Natal.
EMPREGO DE CONECTORES9
Os conectores são, assim, palavras ou expressões que se utili-
zam para especificar as relações entre vários segmentos linguísticos
de um texto - servem para associar as ideias e estabelecer ligações
entre elas.
O uso correto de conectores permite uma maior coesão textual
e envolve uma compreensão facilitada da globalidade do texto.
Os conectores pertencem a diversas classes de palavras - con-
junções (ou locuções conjuntivas) coordenativas e subordinativas,
advérbios (ou locuções adverbiais), preposições (ou locuções pre-
positivas), expressões adjetivas ou até orações completas.
Tipos de Conectores
Adição - e, nem, pois, além disso, e ainda, não só…mas tam-
bém, como ainda, bem como…assim como, por um lado…por outro
lado, depois, logo após, finalmente, em primeiro lugar, em segundo
lugar, do mesmo modo, igualmente, de igual modo, da mesma ma-
neira, de igual maneira, de novo, novamente, também, primeira-
mente, da mesma forma, de igual forma, ultimamente, opostamen-
te, de modo oposto, de maneira oposta, por último…
Alternativa - ou, ou...ou, ora…ora, já...já, seja...seja, quer…
quer, talvez...talvez, não...nem, em alternativa…
Certeza / afirmação - certamente, é evidente que, com certeza,
decerto, naturalmente, que, sem dúvida, sem dúvida que, de cer-
to, é óbvio que, evidentemente, obviamente, verdadeiramente, de
verdade, verdadeiro, realmente, exato, exatamente, com exatidão…
Conformidade - consoante, conforme, segundo, como, de
acordo com
Comparação - como, também, conforme, tanto…quanto, tal
como, assim como, bem como, pela mesma razão, de forma idênti-
ca, de forma similar…
9 Livro de Gramática "Saber Português Hoje - ensino secundário"
Concessão - embora, conquanto, ainda que, mesmo que, mes-
mo quando, se bem que, apesar de, ainda assim, mesmo assim, por
mais que, de qualquer forma, posto que, malgrado, não obstante,
inobstante, em que pese, independentemente de…
Conclusão / síntese / resumo - pois, portanto, por conseguin-
te, assim, logo, enfim, concluindo, conclusivamente, em conclusão,
em síntese, consequentemente, em consequência, por outras pala-
vras, ou seja, em resumo, ou melhor, pois, por isso, deste modo, em
suma, sintetizando, finalizando…
Condição - se, caso, desde que, contanto que, exceto se, salvo
se, a menos que, a não ser que, sem que, uma vez que (seguida de
verbo no subjuntivo)
Confirmação - com efeito, efetivamente, na verdade, de fato,
factualmente, verdade, verdadeiramente, óbvio, obviamente…
Consequência - pelo que, de modo que, de forma que, de ma-
neira que, de sorte que, de jeito que, daí que, tão… que, tal... que,
tanto... que, tamanho... que, por tudo isso, consequentemente, por
conseguinte, como consequência…
Dúvida - Talvez, possivelmente, provavelmente, é possível que,
é provável que, porventura, quiçá, acaso, quem sabe, por certo…
Explicitação / particularização - quer isto dizer, isto (não) signi-
fica que, por outras palavras, isto é, por exemplo, ou seja, é o caso
de, nomeadamente, em particular, a saber, entre outros, especifi-
camente…
Finalidade / intencionalidade - com o fim de, com intuito, para
(que), a fim de (que), com o objetivo de, de forma a, com o fim /
com o objetivo de / com o propósito de / com intuito de / com a
intenção de, com o fito de, que, porque (= para que)…
Modo / forma / maneira - bem, mal, assim, depressa, devagar,
melhor, pior, rapidamente, calmamente, facilmente e a maioria dos
advérbios terminados em -mente, à toa, à vontade, às claras, às es-
curas, às pressas, à francesa, às escondidas, em silêncio, em vão,
sem medo, de mansinho, ao vivo
Necessidade / obrigação - faz-se mister, é necessário que, faz-
-se urgente que, urge que, é preciso que, é dever, torna-se impres-
cindível que
Opinião - na minha opinião, a meu ver, em meu entender, pa-
rece-me que, estou em crer que…
Oposição / contraste - mas, porém, todavia, contudo, entre-
tanto, no entanto, senão (= mas sim) contrariamente, em vez de, ao
invés de, pelo contrário, por oposição, oposto, opostamente, dou-
tro modo, ao contrário, não obstante, por outro lado…
Proporção / proporcionalidade - ao passo que, à medida que,
à proporção que, quanto mais, tanto mais, enquanto
Reafirmação / confirmação / resumo - ou seja, ou melhor, ou
antes, isto é, digo, por assim dizer, por outras palavras, com efeito,
efetivamente, na verdade, de fato, de tato, em suma, em resumo,
resumidamente…
Reformulação - quer dizer, mais corretamente, mais precisa-
mente, ou melhor, dito de outro modo, numa palavra, noutros ter-
mos, por outras palavras…
Razão / motivo / causa - porque, já que, visto que, uma vez
que, porquanto, como (= porque), na medida em que, devido a, em
virtude de, em razão de, em vista de, tendo em vista que, em face
de, em decorrência de
Sequência - começando, primeiramente, para começar, em pri-
meiro lugar, num primeiro momento, antes de, em segundo lugar,
em seguida, logo após, depois de, por último, concluindo, para ter-
minar, em conclusão, em síntese, finalizando…
Sequência temporal - Hoje, ontem, agora, amanhã, ainda,
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cedo, depois, tarde, antes
Sequência geográfica / espacial - Aqui, ali, aí, lá, perto, longe,
dentro, fora, à direita, à esquerda, à frente, acima, abaixo, à distân-
cia, de longe, de perto
Tempo - quando, enquanto, até que, antes que, logo que, assim
que, depois que, sempre que, desde que, desde quando, todas as
vezes, senão quando, ao tempo que, mal...
Negação - não, nunca, tampouco, jamais, nada, ninguém, de
modo algum, de jeito nenhum, em hipótese alguma
Ordem - ultimamente, primeiramente, antes, depois...
Designação - eis, vede, aqui está...
Realce / função expletiva - cá, lá, só, é que, ainda, mas...
Inclusão / exclusão - também, até, mesmo, inclusive, só, salvo,
menos, apenas, senão, exclusive, fora, tirante, sequer...
Intensidade / quantidade - muito, pouco, bastante, mais, me-
nos, tão, tanto, quase, demais...
EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS
FLEXÃO VERBAL
1) Número: singular ou plural
Ex.: ando, andas, anda → singular
andamos, andais, andam → plural
2) Pessoas: são três.
a) A primeira é aquela que fala; corresponde aos pronomes eu
(singular) e nós (plural).
Ex.: escreverei, escreveremos.
b) A segunda é aquela com quem se fala; corresponde aos pro-
nomes tu (singular) e vós (plural).
Ex.: escreverás, escrevereis.
c) A terceira é aquela acerca de quem se fala; corresponde aos
pronomes ele ou ela (singular) e eles ou elas (plural).
Ex.: escreverá, escreverão.
3) Modos: são três.
a) Indicativo: apresenta o fato verbal de maneira positiva, indu-
bitável. Ex.: vendo.
b) Subjuntivo: apresenta o fato verbal de maneira duvidosa, hi-
potética. Ex.: que eu venda.
c) Imperativo: apresenta o fato verbal como objeto de uma or-
dem. Ex.: venda!
4) Tempos: são três.
a) Presente: falo
b) Pretérito:
- Perfeito: falei
- Imperfeito: falava
- Mais-que-perfeito: falara
Obs.: O pretérito perfeito indica uma ação extinta; o imperfei-
to, uma ação que se prolongava num determinado ponto do pas-
sado; o mais-que-perfeito, uma ação passada em relação a outra
ação, também passada. Ex.:
Eu cantei aquela música. (perfeito)
Eu cantava aquela música. (imperfeito)
Quando ele chegou, eu já cantara. (mais-que-perfeito)
c) Futuro:
- Do presente: estudaremos
- Do pretérito: estudaríamos
Obs.: No modo subjuntivo, com relação aos tempos simples,
temos apenas o presente, o pretérito imperfeito e o futuro (sem
divisão). Os tempos compostos serão estudados mais adiante.
5) Vozes: são três.
a) Ativa: o sujeito pratica a ação verbal.
Ex.: O carro derrubou o poste.
b) Passiva: o sujeito sofre a ação verbal.
- Analítica ou verbal: com o particípio e um verbo auxiliar.
Ex.: O poste foi derrubado pelo carro.
- Sintética ou pronominal: com o pronome apassivador se.
Ex.: Derrubou-se o poste.
Obs.: Estudaremos bem o pronome apassivador (ou partícula
apassivadora) na sétima lição: concordância verbal.
c) Reflexiva: o sujeito pratica e sofre a ação verbal; aparece um
pronome reflexivo. Ex.: O garoto se machucou.
Formação do Imperativo
1) Afirmativo: tu e vós saem do presente do indicativo menos a
letra s; você, nós e vocês, do presente do subjuntivo.
Ex.: Imperativo afirmativo do verbo beber
Bebo → beba
bebes → bebe (tu) bebas
bebe beba → beba (você)
bebemos bebamos → bebamos (nós)
bebeis → bebei (vós) bebais
bebem bebam → bebam (vocês)
Reunindo, temos: bebe, beba, bebamos, bebei, bebam.
2) Negativo: sai do presente do subjuntivo mais a palavra não.
Ex.: beba
bebas → não bebas (tu)
beba → não beba (você)
bebamos → não bebamos (nós)
bebais → não bebais (vós)
bebam → não bebam (vocês)
Assim, temos: não bebas, não beba, não bebamos, não bebais,
não bebam.
Observações:
a) No imperativo não existe a primeira pessoa do singular, eu; a
terceira pessoa é você.
24. LÍNGUA PORTUGUESA
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a solução para o seu concurso!
Editora
b) O verbo ser não segue a regra nas pessoas que saem do pre-
sente do indicativo. Eis o seu imperativo:
- Afirmativo: sê, seja, sejamos, sede, sejam.
- Negativo: não sejas, não seja, não sejamos, não sejais, não
sejam.
c) O tratamento dispensado a alguém numa frase não pode
mudar. Se começamos a tratar a pessoa por você, não podemos
passar para tu, e vice-versa.
Ex.: Pede agora a tua comida. (tratamento: tu)
Peça agora a sua comida. (tratamento: você)
d) Os verbos que têm z no radical podem, no imperativo afir-
mativo, perder também a letra e que aparece antes da desinência s.
Ex.: faze (tu) ou faz (tu)
dize (tu) ou diz (tu)
e) Procure ter “na ponta da língua” a formação e o emprego do
imperativo. É assunto muito cobrado em concursos públicos.
Tempos Primitivos e Tempos Derivados
1) O presente do indicativo é tempo primitivo. Da primeira pes-
soa do singular sai todo o presente do subjuntivo.
Ex.: digo → que eu diga, que tu digas, que ele diga etc.
dizes
diz
Obs.: isso não ocorre apenas com os poucos verbos que não
apresentam a desinência o na primeira pessoa do singular.
Ex.: eu sou → que eu seja.
eu sei → que eu saiba.
2) O pretérito perfeito é tempo primitivo. Da segunda pessoa
do singular saem:
a) o mais-que-perfeito.
Ex.: coubeste → coubera, couberas, coubera, coubéramos,
coubéreis, couberam.
b) o imperfeito do subjuntivo.
Ex.: coubeste → coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos,
coubésseis, coubessem.
c) o futuro do subjuntivo.
Ex.: coubeste → couber, couberes, couber, coubermos, couber-
des, couberem.
3) Do infinitivo impessoal derivam:
a) o imperfeito do indicativo.
Ex.: caber → cabia, cabias, cabia, cabíamos, cabíeis, cabiam.
b) o futuro do presente.
Ex.: caber → caberei, caberás, caberá, caberemos, cabereis,
caberão.
c) o futuro do pretérito.
Ex.: caber → caberia, caberias, caberia, caberíamos, caberíeis,
caberiam.
d) o infinitivo pessoal.
Ex.: caber → caber, caberes, caber, cabermos, caberdes, cabe-
rem.
e) o gerúndio.
Ex.: caber → cabendo.
f) o particípio.
Ex.: caber → cabido.
Tempos Compostos
Formam-se os tempos compostos com o verbo auxiliar (ter ou
haver) mais o particípio do verbo que se quer conjugar.
1) Perfeito composto: presente do verbo auxiliar mais particí-
pio do verbo principal.
Ex.: tenho falado ou hei falado → perfeito composto do indica-
tivo tenha falado ou haja falado → perfeito composto do subjuntivo.
2) Mais-que-perfeito composto: imperfeito do auxiliar mais
particípio do principal.
Ex.: tinha falado → mais-que-perfeito composto do indicativo.
tivesse falado → mais-que-perfeito composto do subjuntivo.
3) Demais tempos: basta classificar o verbo auxiliar.
Ex.: terei falado → futuro do presente composto (terei é futuro
do presente).
Verbos Irregulares Comuns em Concursos
É importante saber a conjugação dos verbos que seguem. Eles
estão conjugados apenas nas pessoas, tempos e modos mais pro-
blemáticos.
1) Compor, repor, impor, expor, depor etc.: seguem integral-
mente o verbo pôr.
Ex.: ponho → componho, imponho, deponho etc.
pus → compus, repus, expus etc.
2) Deter, conter, reter, manter etc.: seguem integralmente o
verbo ter.
Ex.: tivermos → contivermos, mantivermos etc.
tiveste → retiveste, mantiveste etc.
3) Intervir, advir, provir, convir etc.: seguem integralmente o
verbo vir.
Ex.: vierem → intervierem, provierem etc.
vim → intervim, convim etc.
4) Rever, prever, antever etc.: seguem integralmente o verbo
ver.
Ex.: vi → revi, previ etc.
víssemos → prevíssemos, antevíssemos etc.
Observações:
- Como se vê nesses quatro itens iniciais, o verbo derivado se-
gue a conjugação do seu primitivo. Basta conjugar o verbo primitivo
e recolocar o prefixo. Há outros verbos que dão origem a verbos
derivados. Por exemplo, dizer, haver e fazer. Para eles, vale a mesma
regra explicada acima.
Ex.: eu houve → eu reouve (e não reavi, como normalmente se
fala por aí).