2. Crise do Sistema Feudal
• O sistema feudal, também chamado de feudalismo, tinha por base
principal a exploração servil, entrou em processo de desagregação a
partir do século XI.
• Motivos:
Volta das relações comerciais – impulsionada pelas expedições
militares (As Cruzadas) que buscavam conquistar e ocupar alguns
territórios sagrados, como Jerusalém;
Aumento da circulação de moedas;
Êxodo rural;
Desenvolvimento urbano e comercial;
3. RENASCIMENTO COMERCIAL
• Na Baixa Idade Média, as rotas comerciais do Mediterrâneo, antigo
caminho das cruzadas, tornaram-se importantes e lucrativas;
• As cidades italianas, Gênova e Veneza eram ponto de partida para os
centros comerciais do Mediterrâneo Oriental, como Alexandria,
Trípoli, Tiro, além de Constantinopla, porta de entrada para o mar
Negro e parte da Europa Oriental e Ásia Ocidental;
• A partir do século XI formou-se na Europa, um grande mercado
consumidor de luxuosos produtos orientais, como seda, tapetes, joias
e principalmente especiarias, como cravo, canela, pimenta-do-reino,
gengibre, etc;
4. • O crescimento comercial da Europa medieval a partir do século XI foi
resultado do desenvolvimento demográfico e agrícola. Ambos
possibilitaram o surgimento de um excedente agrícola, que pôde ser
comercializado, principalmente para as cidades;
• As feiras, nesse período, eram muito importantes. Elas eram
praticadas de tempos em tempos e reuniam pessoas de várias partes.
As feiras serviam para ampliar as relações comerciais e ampliar as
trocas culturais e desenvolvimento das cidades;
• O crescimento urbano resultou em uma demanda maior por produtos
que somente o comércio poderia proporcionar. Como a produção
local era, na maioria das vezes, bastante limitada, passou a ser
necessário recorrer ao comércio para obter determinados tipos de
mercadoria;
5. • Com isso, estabeleceu-se um comércio que dependia, sobretudo, das
conexões de longa distância para obter mercadorias;
• Os mercadores que não possuíam conexões com o mercado de longa
distância, em geral, não foram bem-sucedidos. Assim, o
desenvolvimento comercial levou ao surgimento de uma nova classe
social, que não dependia mais da itinerância (alteração frequente de
local) para sobreviver;
• O comércio europeu na Baixa Idade Média dependia bastante
das rotas marítimas, que transportavam de maneira mais ágil e
barata as mercadorias por longas distâncias;
6. • O desenvolvimento do comércio também resultou no surgimento de
uma nova classe social, que passou a rivalizar com a nobreza:
a burguesia;
• O enriquecimento dessa classe levou os comerciantes a terem cada
vez mais influência sobre as regiões onde estavam instalados. Assim,
o poder das cidades e mesmo dos reinos europeus passou cada vez
mais a sofrer a influência dos burgueses.
• Moeda e burguesia
• O desenvolvimento comercial impulsionou a utilização
das moedas como forma de pagamento. A cunhagem de moedas foi
retomada por Gênova a partir de 1252 e, logo em seguida, foi copiada
em outras regiões da Europa.
7. Renascimento Urbano
• A ruralização da sociedade medieval não significou a extinção das
cidades. Apenas resultou na diminuição de sua importância no
conjunto da sociedade, mudando ainda seu caráter se comparadas às
funções desempenhadas pela cidade durante a Antiguidade romana;
• Mas, a vida urbana começou a ressurgir na Europa a partir
do renascimento comercial, no século XI. Novas cidades se
edificaram às margens dos rios, nos litorais e principalmente nas
proximidades dos burgos fortificados, onde geralmente havia uma
catedral, o palácio do bispo ou um castelo senhorial;
8. • A cidade medieval – também conhecida como burgo – até o século XI
era, de certa forma, uma extensão do mundo senhorial. Por se
localizarem em terras que eram dominadas por um senhor, as cidades
estavam sujeitas a seu poder;
• Além disso, habitavam as cidades principalmente os nobres, reis,
bispos e comerciantes, mostrando que era também espaço de
concentração do poder político e religioso. Geralmente ao centro das
cidades encontravam-se mercados e igrejas;
• Os senhores conseguiam exercer influência sobre as cidades ao enviar
os excedentes da produção agrícola das terras sob seu domínio e
comercializá-los nesse espaço urbano;
• Estabeleciam ainda relações de dependência entre si e o conjunto dos
moradores das cidades, principalmente através da cobrança de
tributos;
9. • Por serem fortificadas e se localizarem próximas às rotas de comércio, as
cidades eram consideradas locais seguros, principalmente para manter as
estruturas bancárias necessárias à realização dos negócios. Uma classe de
comerciantes foi se formando internamente aos burgos e também
enriquecendo, dando origem aos burgueses;
• Foram se formando grupos de artesãos que também vendiam sua
produção nas feiras. Eles passaram a se organizar nas Corporações de
Ofício, que eram organizações que reuniam pessoas que exerciam a
mesma profissão;
• Dentro das corporações havia uma rígida divisão, tendo acima o mestre-
artesão, abaixo dele estavam os jornaleiros e, por fim, os aprendizes. Havia
regras na adoção das técnicas de produção que buscavam uniformizar as
formas de trabalho e os próprios produtos, criando, dessa forma, uma
tradição de produção. Era papel do mestre-artesão garantir o cumprimento
dessas regras;
10. • As cidades sobreviveram à peste negra, outro nome dado à epidemia.
O patriciado que controlava politicamente os burgos fortaleceu-se
com o desenvolvimento urbano, gerando uma crescente autonomia
frente aos senhores feudais;
• A Comuna eram as cidades que se tornavam livres e organizavam-se a
partir de relações distintas das que caracterizavam a dependência dos
senhores da nobreza rural;
• Essas diferenças foram se tornando maiores ao longo do tempo e
opondo a burguesia urbana à nobreza rural. Tal situação iria se
resolver apenas ao fim da Idade Moderna, quando a burguesia já
havia acumulado um considerável poder econômico para também se
impor politicamente à nobreza.
11. Fortalecimento da Burguesia comercial
• A consolidação da burguesia como classe deu-se conjuntamente com
a diminuição da influência dos senhores feudais no período final da
Idade Média, ainda no século XIV;
• Porque a burguesia apoiou o fortalecimento do poder do rei?
• Isso porque a burguesia sentia-se prejudicada pelos senhores feudais,
que cobravam altos tributos e não ofereciam as condições necessárias
para o desenvolvimento da atividade mercantil. Desta forma, a
classe burguesa que ganhava poder apoiou a centralização do Estado
na figura de um rei absolutista;
12. • A burguesia expandiria sua força econômica ao adquirir as terras que
os grandes senhores já não tinham condições de manter.
Paulatinamente, então, o eixo financeiro da Europa acabaria se
alterando do campo para as cidades, que cresceriam de maneira
substancial, juntamente com o comércio feito dentro de suas
muralhas;
• Necessitando do pagamento de mais impostos para expandir a
máquina administrativa dos reinos que se centralizavam
politicamente, os reis se aliariam com a burguesia ao promover a
economia mercantil;
• O fortalecimento da burguesia e sua aproximação aos reis fez surgir a
formação dos Estados Nacionais e grande parte da Europa Ocidental.
Mas, na Península Ibérica a formação dos Estados Nacionais ocorreu
por meio da Guerra de Reconquista;
13. Surgimento dos Estados Nacionais
• O termo "Estados Nacionais" costuma ser utilizado para designar o
resultado da dinâmica política e econômica que levaria a uma nova
formulação de Estado nos reinos europeus, possibilitando o
fortalecimento e subsequente centralização do poder real;
• A diminuição do poder dos senhores feudais também levaria ao
fortalecimento político dos reis. Os reis, aliados com a ascendente
burguesia, tiveram maior possibilidade de arrecadar os impostos
necessários para desenvolver e manter as instituições necessárias
para a administração e segurança pública;
14. • Os recursos para isso eram garantidos por meio da promoção da
economia mercantil;
• Ao mesmo tempo em que beneficiava a burguesia, entretanto, o rei
ainda cultivava o apoio da nobreza, reforçando os laços de fidelidade
entre eles ao atraí-los para a corte e promovendo seus membros mais
destacados para importantes cargos no Estado;
• Desta forma, a nobreza perdia sua autonomia e se tornava
subserviente ao rei. Ao mesmo tempo, as fronteiras tornavam-se
melhor definidas, gerando paulatinamente o sentimento de uma
identidade nacional pelo reino;
• Esse processo de centralização política acabaria por resultar, mais
tarde, na formação de um sistema característico da Era Moderna:
o absolutismo, que encontraria sua expressão mais famosa em
França com Luís XIV, o Rei Sol.
15. • Embora tanto no Sacro Império Romano Germânico quanto na
Península Itálica ocorresse a crise do feudalismo e o início da
centralização política, as forças regionais foram fortes demais para
que fosse possível a consolidação de um poder central;
• Assim, ambas as regiões seriam politicamente fragmentadas durante
a Era Moderna;
• Enquanto o Império possuía vários ducados, reinos e cidades
independentes, na Península Itálica muitas terras foram dominadas
por potências estrangeiras ou eram subordinadas à Igreja. As
modernas nações conhecidas como Alemanha e Itália apenas
surgiriam no século XIX;
• Assim, podemos estabelecer que a formação dos Estados Nacionais
não aconteceu de forma homogênea;