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O BEIJUPIRÁ: ESTUDO DE ACEITAÇÃO E ALTERNATIVAS
                               GASTRONOMICA

                                                            Raúl Malvino Madrid
                                                      LABOMAR UFC – IBAMA CE
   1. Introdução

Parte do presente trabalho foi publicado na Revista da INFOPESCA No. 50, e
também figuraram como autores Victor Perez Castaño, Alberto Pinto Nunes e
Roland Wiefels. Também no Beijupirá News Ano III No.9.

      Segundo a FAO até 2035 serão necessárias 40 milhões de toneladas a
mais do que se produz atualmente. Existe consenso que as capturas mundiais,
de forma geral, já chegaram ao máximo sustentável, cabendo à aquicultura a
única opção de atingir esse déficit acima referido.

      Esta premissa não está errada segundo alguns dos grandes pensadores
mundiais. Lester Brown: menciona no seu livro Eco-Economia: “Nessa nova
situação, a eficiência diversificada com a qual os grãos estão sendo
transformados em proteína - carnes de boi, porco, aves e peixes - está
determinando as tendências de produção. O gado confinado requer
aproximadamente 7 quilos de ração concentrada por quilo adicional de peso
"em pé". Nos suínos, a relação é quase de 4 para 1. Frangos são muito mais
eficientes, com uma relação de 2 para 1. Os peixes, inclusive as espécies
herbívoras e onívoras, requerem menos de 2 quilos de grãos concentrados por
quilo de ganho. Por sua vez, quando         perguntaram a Peter Druque o que
estava por vir em termos do futuro, respondeu: “Novas e inesperadas indústrias
vão surgir, sem dúvida alguma, e rapidamente. Uma delas já está entre nós: a
biotecnologia. Outra é a criação de peixe. Nos próximos 50 anos, a criação de
peixes pode nos transformar de caçadores e de coletores           marinhos em
pecuaristas marinhos. Exatamente como mais ou menos 10.000 anos atrás,
uma inovação semelhante transformou nossos ancestrais de caçadores e
extrativistas em agricultores e pastores.

      Brasil está mostrando sua competência tecnológica na pecuária,
participando com 34,0% (USD 15,0 bilhões) do trading mundial das carnes
(USD 44,00 bilhões), mas na produção aquícola e pesqueira ainda se mostra
incapaz. Sua participação no trading de pescado (USD 108,0 bilhões) é de
apenas 0,2% (USD 240,0 milhões).

      É indiscutível o potencial do Brasil para o desenvolvimento da
aquicultura: 13,7% de toda a água disponível do planeta; 7.408 km de linha de
costa; 4,4 milhões de km2 de ZEE; 2,5 milhões de áreas estuarinas; Um milhão
de hectares propícios para carcinicultura marinha; 1 milhão de hectares
propícias para a carcinicultura marinha; mais de 9 milhões de hectares de
águas represadas; uma das maiores produções de grão do mundo; ótimas
condições climáticas, especialmente no nordeste.

      É incabível que num país com tantos recursos naturais para o
desenvolvimento da aquicultura, no ano passado, tenha importado o
equivalente a pescado inteiro quase A 800 mil toneladas, ou seja: quase à
mesma quantidade de pescado produzida em todo o País pela pesca extrativa
marítima. Referida importação correspondeu a um desembolso de divisas da
ordem de R$ 1,5 bilhões.

      Esse grande aumento das importações deve-se principalmente a grande
incorporação dos Brasileiros às classes A, B e C, Segundo a Fundação Getúlio
Vargas (11/09/2010), nos últimos 6 anos foram 35,6 milhões de brasileiros
incorporadas nas classes citadas. Somente a classe C é representada por 94,9
milhões de pessoas. Segundo a mesma Fundação (16/08/2011) avisou que,
desde 2003, nada menos que 50 milhões de emergentes – “mais do que uma
Espanha” – foram incorporados ao mercado de consumo.

      Pelas informações precedentes verifica-se que existe no Brasil um
grande mercado interno de espécies nobres para uma futura produção
provenientes da aquicultura, e neste sentido o Ministério da Pesca e
Aquicultura - MPA está atento a esta possibilidade. Entre os projetos
financiados pelo MPA, através do CNPq, está a piscicultura marinha, dando
prioridade ao desenvolvimento tecnológico do cultivo de beijupirá. Por
exigência do referido Ministério as instituições de pesquisa deveriam assumir
também os estudos de viabilidade econômica e de mercado.
O Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará –
LABOMAR/UFC, entre outras atividades, e atendendo as exigências do MPA,
vem executando um estudo de mercado para o beijupirá cultivado.

      A presente publicação visa comentar alguns resultados obtidos a partir
da degustação de diversas preparações do beijupirá por profissionais da área
de gastronomia.



   2. Metodologia

      A coordenação do estudo de mercado contratou o professor Victor Perez
Castaño da Escola de Gastronomia do Valle do Aller do Principado de Astúrias
com a finalidade de ministrar aulas aos donos e chefs de restaurantes e alunos
e professores de gastronomia sobre as diversas preparações de beijupirá
cultivado. Foram realizados cursos (9) de um dia cada nas cidades de Recife,
Brasília e Fortaleza. Cada turma tinha entre 10 a 20 alunos. Após a conclusão
do curso, depois de ser capacitado na preparação de diversas receitas
elaboradas a partir de beijupirá, o aluno teve que responder um questionário
(anexo 1) com seis perguntas. Também foram realizadas em restaurantes das
cidades de Olinda PE, Brasília DF e Fortaleza CE avaliadas, em questionário
específico, quatro preparações de beijupirá (sashimi, ceviche, pochê e à chapa)
por autoridades governamentais, donos de restaurantes, atacadistas de
pescados, entre outros. Por último, foram distribuídos beijupirá a três
restaurantes japoneses de Recife, Brasília e Fortaleza para que seus
proprietários transformassem o lombo de referida espécie em sashimi e fosse
ofertada gratuitamente a seus clientes para efeito de avaliação e comparação
com os sashimis preparados de espécies tradicionais. Também se solicitou
neste caso que os degustadores preenchessem um questionário específico.

   3. Resultados

      3.1 Degustação realizada pelos participantes dos cursos de
      gastronomia do beijupirá

      3.1.1 Grau de aceitação do beijupirá preparado de diferentes
             formas.
O professor de gastronomia ensino aos alunos as diferentes formas
de preparação do beijupirá cultivado. Após cada preparação os próprios alunos
confeccionavam os pratos. Cada aluno teve que avaliar o grau de aceitação da
preparação em termos de cor, textura e sabor. Teve alguns alunos que não
responderam algumas das questões.

           Subtraindo                o       número                  de         pessoas                          que          não         responderam
determinadas questões foi confeccionada a Figura 1 que representava a
somatória das avaliações em termos percentuais da cor, textura e sabor.

                              GRAU DE ACEITAÇÃO DO BEIJUPIRÁ PREPARADO DE DIFERENTES FORMAS
               80%
                                                                                                M= muito bom

               70%                                                                                 B= bom
                                                                                                   R= regular
               60%                                                                                 R= ruim

               50%


               40%


               30%


               20%


               10%


                0%
                     M   B   RE RU   M   B   RE RU   M   B   RE RU   M   B   RE RU   M   B   RE RU    M      B   RE RU   M    B   RE RU

                         SASHIMI         CEVICHE         POCHÊ       GRELHADO NA     GRELHADO NO             FRITO           PEIXADA
                                                                        CHAPA           FORNO




      A análise das informações apresentadas na Figura 1 permite formular os
seguintes comentários:

          O grau de aceitação foi obtido a partir da média dos resultados de
          avaliação da cor, textura e sabor do beijupirá;

          A média de todas as preparações com ponderação de muito bom foi
          62% e de bom, 32%.

          Destaca-se o grelhado na chapa com a maior qualificação de muito
          bom (72%) e o pochê com a maior nota ruim (15%).

          A soma da percentagem global de muito bom e de bom foi 94%, ou
          seja o beijupirá foi muito bem aceito.

      O uso do software Statistical Package for Social Science - SPSS nos
permitiu fazer uma análise estatística detalhada das avaliações, estabelecendo
ou não a existência de diferencias significativas entre as citadas variáveis.
Para tanto foi ponderada numericamente as avaliações efetuadas, dando um
valor de 10 pontos para Muito bom, 7,5 pontos para Bom, 5,0 para Regular e
2,5 para Ruim.

A tabela 1 mostra os resultados estatísticos quando são considerados os
produtos elaborados. O beijupirá preparado na chapa, no forno e na forma de
ceviche, além de apresentar os melhores resultados como meia aritmética,
apresentam diferenças significativas ao 5% de probabilidade quando
comparados com o pochê e sashimi. O beijupirá frito e a peixada não
apresentaram diferenças significativas com relação às outras formas de
preparação.

I Produto


                         avaliação
                                           Subconjunto
                  produto       N          1        2
DHS de            POCHÊ              284    8,69
Tukeya,,b,,c      SASHIMI            251    8,71
                  FRITO              257    8,84        8,84
                  PEIXAD             235    8,89        8,89
                  A
                  CEVICH             228                9,10
                  E
                  FORNO              274                9,14
                  CHAPA              283                9,23
                  Sig.                      ,718        ,054
Se muestran las medias de los grupos de subconjuntos
homogéneos.
 Basadas en las medias observadas.
 El término de error es la media cuadrática(Error) =
2,271.
a. Usa el tamaño muestral de la media armónica =
257,157
b. Los tamaños de los grupos son distintos. Se
empleará la media armónica de los tamaños de los
grupos. No se garantizan los niveles de error tipo I.
avaliação
                                                Subconjunto
                     produto       N            1              2
DHS de               POCHÊ              284      8,69
Tukeya,,b,,c         SASHIMI            251      8,71
                     FRITO              257      8,84          8,84
                     PEIXAD             235      8,89          8,89
                     A
                     CEVICH             228                    9,10
                     E
                     FORNO              274                    9,14
                     CHAPA              283                    9,23
                     Sig.                        ,718          ,054
Se muestran las medias de los grupos de subconjuntos
homogéneos.
 Basadas en las medias observadas.
 El término de error es la media cuadrática(Error) =
2,271.
a. Usa el tamaño muestral de la media armónica =
257,157
b. Los tamaños de los grupos son distintos. Se
empleará la media armónica de los tamaños de los
grupos. No se garantizan los niveles de error tipo I.
c. Alfa = 0,05.

II. Característica

A Tabela 2 mostra que não existem diferenças significativas quando avaliados
separadamente a cor sabor e textura.


                       avaliação
                                              Subconjunt
                     carateríst                   o
                     ica           N                1
DHS de               SABOR              599             8,89
Tukeya,,b,,c         COR                611             8,96
TEXTUR         602         8,98
                  A
                  Sig.                       ,509
Se muestran las medias de los grupos de
subconjuntos homogéneos.
 Basadas en las medias observadas.
 El término de error es la media cuadrática(Error)
= 2,306.
a. Usa el tamaño muestral de la media armónica
= 603,957
b. Los tamaños de los grupos son distintos. Se
empleará la media armónica de los tamaños de
los grupos. No se garantizan los niveles de error
tipo I.
c. Alfa = 0,05.


III. Cidade

Ao igual que o item anterior quando foram analisadas as avaliações das
cidades separadamente também foi observado não haver diferenças
significativas.

                     avaliação
                                         Subconjunt
                                             o
                  cidade          N          1
DHS de            RECIFE           692           8,88
Tukeya,,b,,c      FORTALEZ         602           8,92
                  A
                  BRASÍLIA         518           9,06
                  Sig.                           ,084
Se muestran las medias de los grupos de
subconjuntos homogéneos.
 Basadas en las medias observadas.
 El término de error es la media cuadrática(Error) =
2,302.
a. Usa el tamaño muestral de la media armónica =
595,626
b. Los tamaños de los grupos son distintos. Se
empleará la media armónica de los tamaños de los
grupos. No se garantizan los niveles de error tipo I.
c. Alfa = 0,05.

IV. Público

Com relação ao público que participou dos cursos, as avaliações feitas pelas
pessoas ligadas a restaurantes foram significativamente diferentes quando
comparadas com os alunos provenientes da academia e de outros. Os alunos
oriundos dos restaurantes avaliaram com ponderações menores, mas ainda,
pela nota alcançada (8,68), pode-se concluir que o beijupirá de uma forma
geral foi muito bem aceito, inclusive pelos representantes dos restaurantes.


                          avaliação
                                              Subconjunto
                  local               N        1        2
DHS de            RESTAURAN            460      8,68
Tukeya,,b,,c      TE
                  ACADEMIA            1134               9,03
                  OUTRO                218               9,08
                  Sig.                         1,000     ,857
Se muestran las medias de los grupos de subconjuntos
homogéneos.
 Basadas en las medias observadas.
 El término de error es la media cuadrática(Error) = 2,284.
a. Usa el tamaño muestral de la media armónica = 392,521
b. Los tamaños de los grupos son distintos. Se empleará la
media armónica de los tamaños de los grupos. No se
garantizan los niveles de error tipo I.
c. Alfa = 0,05.

3.1.2 Avaliação das preparações que mais se adaptam à culinária do
beijupirá.
A avaliação percentual das preparações que mais se adaptam à culinária
do beijupirá é mostrada no Gráfico 2. Neste caso os seguintes destaques
podem ser mencionados:

                   Repete-se o dado da pergunta anterior. Novamente a forma de
                   preparo que mais se adapta é à chapa tanto para os alunos
                   provenientes de restaurantes como professores e alunos de
                   gastronomia (academia) e outros;

                   Por sua vez a preparação grelhado no forno foi a menos preferidas.

                   O pochê, na chapa, frito e a peixada foram melhores avaliados pelos
                   participantes oriundos dos restaurantes que da academia.



                   AVALIAÇÃO PERCENTUAL DAS PREPARAÇÕES QUE MAIS SE ADAPTAM À
                                     CULINÁRIA DO BEIJUPIRÁ
 25%




 20%




 15%


                                                                                      Restaurante
                                                                                      Academia
 10%
                                                                                      Outro



 5%




 0%
         Sashimi       Ceviche   Pochê   Grelado na   Grelhado no   Frito   Pei1ada
                                           Chapa         forno




3.1.3 Avaliação da melhor forma de apresentação
         O Gráfico 3 mostra os dados percentuais das avaliações feitas pelos
alunos quando perguntado qual seria a melhor forma de apresentação do
beijupirá para a venda. A interpretação dos dados permite destacar que:

                   O filé sem pele foi a forma que apresentou uma resposta mais
                   equitativa entre as três estratificações ponderadas;
Destaca-se também que 40% dos alunos que não pertenciam nem
              aos restaurantes nem a academia indicaram que o peixe inteiro
              eviscerado era o preferido;

                     AVALIAÇÃO PERCENTUAL DA MELHOR FORMA DE APRESENTAÇÃO
 40%


 35%


 30%


 25%


 20%                                                                        Restaurante

                                                                            Academia
 15%                                                                        Outro


 10%


 5%


 0%
       Inteiro/eviscerado   Filé com pele   Filé sem pele   Posta   Lombo




3.1.4 Preços e pesos

        O Gráfico 4 mostra as respostas dos alunos em relação à pergunta
sobre qual seria o preço e o peso que deveria ter o beijupirá eviscerado e
colocado à venda. A partir dos dados fornecidos é possível deduzir as
seguintes considerações:

              Foram muito variadas as respostas fornecidas pelos entrevistados.
              Isso deve ter sua explicação na diversidade de interesse e na origem
              dos degustadores

              Existe uma concentração de 60% das respostas de peso entre 2 e 4
              kg e preço entre R$ 10,00 e R$ 20,00/kg.

              O valor e R-quadrado mostrou que não existe uma correlação de
              aumento do preço com o aumento do peso.

              Pelos resultados dos questionários e pelas entrevistas feitas
              preliminarmente, ficou evidenciado que os donos de restaurantes
gostariam de um beijupirá acima de 5,0kg, similar ao do salmão. Já
         os atacadistas de pescado preferem um beijupirá entre 2,5 e 3,0/kg.




3.1.5 Grau de importância de fatores no momento da compra

      O Gráfico 5 mostra as respostas dadas pelos participantes dos cursos
referentes à solicitação de uma avaliação de seis itens importantes na compra
do pescado. Pode-se observar:

      Que um 88% dos entrevistados mencionaram que a qualidade era o
      fator mais importante na compra do pescado, seguido muito longe da
      regularidade com 8%, com o mesmo percentual de importância o preço,
      e com 1% para tamanho e apresentação. O fornecedor não teve
      pontuação como fator mais importante.

      Indo para o outro extremo, 60% dos participantes disseram que o
      fornecedor ocupa o último lugar de importância (6o), seguido pela
      apresentação (17%), preço e tamanho (10%) e a qualidade não foi
      pontuada.
AVALIAÇÃO PERCENTUAL DO GRAU DE IMPORTÂNCIA DE ALGUNS FATORES NO
                                       MOMENTO DA COMPRA DO PESCADO
                 90%

                 80%

                 70%

                 60%
   PERCENTAGEM




                 50%
                                                                                          Qualidade
                                                                                          Tamanho
                 40%
                                                                                          Regularidade
                                                                                          Preço
                 30%
                                                                                          Apresentação
                 20%                                                                      Fornecedor


                 10%

                 0%
                          1o        2o        3o            4o     5o       6o
                                             GRAU DE IMPORTÂNCIA




31..6 Equivalência da aceitação de beijupirá em comparação com
espécies selecionadas

                   Finalmente, o Gráfico 6 mostra as respostas com relação à equivalência
da aceitação do beijupirá em comparação com outras dez espécies
selecionadas. Dos resultados se podem inferir que:

                   Subtraindo as resposta não sabe e considerando as respostas superior
                   e equivalente, o beijupirá apresentou o melhor grau de aceitação
                   quando comparado com a tilápia (92%) e o grau mais baixo quando
                   comparado com o salmão (60%).

                   O beijupirá teve avaliações superiores quando comparado com a cavala,
                   pescada amarela, surubim, pangasus, tilápia, tambaqui e dourada e
                   inferiores ao salmão, sirigado e robalo;

                   Com relação ao salmão, 28% dos entrevistados consideraram que era
                   superior ao beijupirá, contra 16% inferior. Equivalente marcaram o
                   26% dos degustadores. (31% não responderam);

                   No caso do sirigado, 24% dos consultados acharam este peixe superior
                   ao beijupirá contra 14% inferior e 25% ponderaram como equivalente.
                   (38% não responderam).
Em relação ao robalo, 19% acharam está espécie superior contra 13%
            inferior e 28% equivalente. (39% não responderam).



                EQUIVALÊNCIA DA ACEITAÇÃO DO BEIJUPIRÁ EM COMPARAÇÃO COM ESPÉCIES
 80%                                       SELECIONADAS
                                                                                                  S= Superior
 70%                                                                                              E= Equivalente
                                                                                                  I= Inferior
                                                                                                  SN= Sem resposta
 60%


 50%


 40%


 30%


 20%


 10%


 0%
        S   E   I NS S    E   I NS S   E   I NS S    E   I NS S   E   I NS S    E   I NS S   E    I NS S     E   I NS S    E   I NS S    E   I NS

            Cavala       Pescada       Salmão       Surubim       Robalo       Pangasus      Tilápia       Tambaqui       Dourada       Sirigado
                         amarela




       3.2 Avaliações                  realizadas             pelos            participantes                     das       degustações
                ocorridas em restaurantes.

Os restaurantes selecionados foram em Olinda o Restaurante Beijupirá, em
Brasília, o Restaurante Coco Bambu e em Brasília, o Restaurante Coco Bambu
– Frutos do Mar. Cada participante teve que degustar sucessivamente o
beijupirá na forma de sashimi, ceviche, pochê e à chapa. Foi aplicado um
questionário com dois perguntas cujos resultados e conclusões se apresentam
a seguir:

        3.2.1 Avaliação sensorial de produtos selecionados elaborados a
        partir de beijupirá

O gráfico 7 mostra os resultados obtidos da aplicação de questionário
específico sobre as ponderações de cor, textura e sabor dos quatro produtos
citados acima elaborados a partir de beijupirá. Das respostas apresentadas no
referido gráfico é possível formular os seguintes argumentos:
Numa análise global, o beijupirá preparado na chapa obteve o melhor
     resultado com uma percentagem média considerando a cor, a textura e o
     sabor de 80% dos degustadores que ponderaram a referida preparação
     como muito boa. Seguida pela preparação pochê com 60%, ceviche
     com 57% e sashimi com 56%.

        A cor do beijupirá preparado na chapa obteve a qualificação mais
     elevada: muito boa (98%). Já a textura foi melhor avaliada como muito
     boa no pochê (64%), no ceviche (61%) e no sashimi (60%);

       Ao contrário, na soma dos comentários regular e ruim, se destaca o
     sabor do sashimi e do ceviche com 14% dos entrevistados e 13% do
     pochê. O resultados mais negativo foi para a sabor do beijupirá preparado
     na formaq de pochê com 3% dos degustadores que consideraram ruim.



                                 AVALIAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS DE PRODUTOS
                                   SELECIONADOS ELABORADOS A PARTIR DO BEIJUPIRÁ
                      80


                      70


                      60


                      50
        PERCENTAGEM




                      40                                                                                           Ruim

                                                                                                                   Regular
                      30
                                                                                                                   Bom

                      20


                      10


                      00
                           Cor   Textura Sabor   Cor   Textura Sabor   Cor   Textura Sabor   Cor   Textura Sabor
                           Percepção Sashimi     Percepção Ceviche      Percepção Pochê      Percepção Na Chapa




3.2.2 Equivalência da aceitação de beijupirá em comparação com espécies
selecionadas

O Gráfico 8 mostra a resposta dos participantes das degustações nas cidades
acima citadas, quando perguntada a equivalência do beijupira em relação a
outras dez espécies com as alternativas de pontuar superior, equivalente,
inferior e não sabia. No presente gráfico para uma melhor visualização são
revelados os valores percentuais, subtraindo a pontuação não sabia.                                                                          A
análise destas informações permitem formular os seguintes comentários:

                  Considerando a somatória das pontuações superior e equivalente,
                 destacam-se o pangasus (97%), cavala (94%) tilápia (86%), tambaqui
                 (86%), pescada amarela (85%), surubim (84%), robalo (81%), dourada
                 (80%), sirigado (70%) e salmão (61%);

                  O sirigado e o salmão foram as únicas espécies indicadas em relação ao
                 beijupirá de que este peixe era de qualidade inferior. No caso do
                 sirigado, 30% dos entrevistados informaram que este peixe era superior
                 ao beijupirá. Somente 12% mencionaram que era inferior. No caso do
                 salmão, 39% mencionaram que o beijupirá era inferior e 28% informaram
                 que era superior;

                  No caso do robalo e da pescada amarela, dois espécies muito usada
                 como opção de carne branca na preparação de sashimi, o beijupirá foi
                 considerada superior       por 24% e 45% dos entrevistados,
                 respectivamente. As considerações pontuadas como inferior foram de
                 19% (robalo) e 15% (pescada amarela). A diferença corresponde a
                 equivalente;

                  Com relação às espécies importadas, 55% dos entrevistados
                 responderam que não sabia ao comparar o beijupirá com o pangasus e
                 5% quando a comparação era com o salmão.



                       AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO DE EQUIVALENCIA DO BEIJUPIRÁ COM RELAÇÃO
                                       A OUTRAS ESPÉCIES SELECIONADAS
                 90%


                 80%


                 70%


                 60%
   PERCENTAGEM




                 50%
                                                                                                                               SUPERIOR
                 40%                                                                                                           EQUIVALENTE
                                                                                                                               INFERIOR
                 30%


                 20%


                 10%


                 0%
                        Cavala   P. amarela   Salmão   Surubim   Robalo   Pangasus   Tilápia   Tambaqui   Dourado   Sirigado
3.3 Avaliações realizadas em restaurantes japoneses.

Esta ação tinha por finalidade saber como os consumidores tradicionais de
comida japonesa avaliavam o sashimi de beijupirá, para tanto foram
selecionados os restaurantes: Sushi Yoshi, New Hakata e Soho de Recife,
Brasília e Fortaleza, respectivamente. Foram formuladas dois perguntas cujos
resultados mostramos a seguir:

      3.3.1 Avaliação das características sensoriais do sashimi de
                            beijupirá em termos de cor, textura e sabor.

O Gráfico 9 mostra a avaliação do sashimi em termos de cor, textura e sabor,
do qual podem ser extraídos os seguintes comentários.
      · Somando a pontuação de muito bom e bom, a cor foi avaliada com a
     representatividade de 97% dos entrevistados, enquanto que a textura o foi
     com 65% e o sabor com 81%;
      · A qualificação de regular foi avaliada por 3% dos degustadores no que
     se refere à cor, 35% à textura e 16% ao sabor. Somente 3% dos
     consumidores consideraram o sabor ruim.


                              AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS EM RESTAURANTES
                                   SELECIONADOS DO SASHIMI DE BEIJUPIRÁ CULTIVADO
                      60%
                                53%

                                                               48%
                      50%
                                                  43%


                      40%
                                      35%                                       35%
        PERCENTAGEM




                                            32%
                                                         29%
                      30%
                                                                                                             Cor
                                                                                                             Textura
                      20%                                                             16%                    Sabor


                      10%
                                                                           3%                           3%
                                                                                            0%     0%
                      0%
                                Muito bom               Bom                 Regular              Ruim
                                                               AVALIAÇÃO
3.3.2 Aceitação da carne do beijupirá ofertada em forma de sashimi.

O Gráfico 10 mostra ainda a resposta dos degustadores para a pergunta se o
sashimi de beijupirá poderia ser incluído junto ao salmão e atum como pescado
de carne branca. As respostas foram as seguintes:
                     77% dos degustadores mencionaram que sim; 19% dos fregueses
                  disseram que não; E somente 3% não informaram.



                        O SASHIMI DE BEIJUPIRÁ PODERIA SER OFERECIDO COMO PEIXE BRANCO
                                            JUNTO AO ATUM E SALMÃO?

                                   77%
                  80%


                  70%


                  60%


                  50%
    PERCENTAGEM




                  40%


                  30%
                                                       19%
                  20%


                  10%                                                         3%

                  0%
                                 Sim                 Não               Sim resposta




   4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

                  De forma bem resumida e sem detalhar as respostas das diferentes
qualificações dos participantes dos cursos, as diferenças entre cidades
pesquisadas, os resultados da avaliação estatística obtidos no cruzamento de
cor, textura e sabor, os donos de restaurantes, os atacadistas de pescados, os
professores e os alunos de gastronomia, entre outros, as respostas fornecidas
são resumidas nos seguintes comentários:

1. Os resultados obtidos permitem formular uma estratégia para uma melhor
comercialização do beijupirá cultivado, bem como para estabelecer uma
logística de cultivo, importante base para apresentar cenários econômicos que
serão motivo de estudos posteriores;

2. Em geral a qualidade do beijupirá cultivado foi muito bem aceita entre os
participantes dos cursos de gastronomia; das degustações realizadas por
convidados em restaurantes e consumidores em restaurantes japoneses;

3. Destaque para a melhor aceitação da receita grelhado na chapa e também
considerada a forma que mais se adapta ao compará-la com outras
preparações;

4. O filé sem pele seria o produto preferido no momento da compra;

5. Os detalhes da expectativa do preço e o peso devem ser mais bem
trabalhados, houve uma dispersão muito grande de opiniões;

6. Muito importante o fato de que os entrevistados consideraram a qualidade
como o atributo principal na compra do pescado. Essa característica somente
pode ser oferecida pelo pescado cultivado;

7. Os participantes dos cursos apreciam o salmão, o sirigado e o robalo mais
que o beijupirá, mas colocam este pescado cultivado com melhor aceitação
que a pescada amarela, tilápia, surubim, dourada, tambaqui, cavala e
pangasus. Resultado similar foi dado pelos participantes da degustação em
restaurantes. Neste caso o robalo foi considerado inferior ao beijupirá;

8. A avaliação realizada aos produtos de sashimi, ceviche, pochê e à chapa
consideradas muito positivas;

9. Os atributos de cor, textura e sabor do sashimi de beijupirá foram muito bem
avaliados pelos consumidores habituais deste produto em restaurantes
japoneses;

10. A carne do beijupirá tem atributos para participar do sashimi como opção
de carne branca.
Avaliacao gastronomica do beijupira2[2]

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  • 1. O BEIJUPIRÁ: ESTUDO DE ACEITAÇÃO E ALTERNATIVAS GASTRONOMICA Raúl Malvino Madrid LABOMAR UFC – IBAMA CE 1. Introdução Parte do presente trabalho foi publicado na Revista da INFOPESCA No. 50, e também figuraram como autores Victor Perez Castaño, Alberto Pinto Nunes e Roland Wiefels. Também no Beijupirá News Ano III No.9. Segundo a FAO até 2035 serão necessárias 40 milhões de toneladas a mais do que se produz atualmente. Existe consenso que as capturas mundiais, de forma geral, já chegaram ao máximo sustentável, cabendo à aquicultura a única opção de atingir esse déficit acima referido. Esta premissa não está errada segundo alguns dos grandes pensadores mundiais. Lester Brown: menciona no seu livro Eco-Economia: “Nessa nova situação, a eficiência diversificada com a qual os grãos estão sendo transformados em proteína - carnes de boi, porco, aves e peixes - está determinando as tendências de produção. O gado confinado requer aproximadamente 7 quilos de ração concentrada por quilo adicional de peso "em pé". Nos suínos, a relação é quase de 4 para 1. Frangos são muito mais eficientes, com uma relação de 2 para 1. Os peixes, inclusive as espécies herbívoras e onívoras, requerem menos de 2 quilos de grãos concentrados por quilo de ganho. Por sua vez, quando perguntaram a Peter Druque o que estava por vir em termos do futuro, respondeu: “Novas e inesperadas indústrias vão surgir, sem dúvida alguma, e rapidamente. Uma delas já está entre nós: a biotecnologia. Outra é a criação de peixe. Nos próximos 50 anos, a criação de peixes pode nos transformar de caçadores e de coletores marinhos em pecuaristas marinhos. Exatamente como mais ou menos 10.000 anos atrás, uma inovação semelhante transformou nossos ancestrais de caçadores e extrativistas em agricultores e pastores. Brasil está mostrando sua competência tecnológica na pecuária, participando com 34,0% (USD 15,0 bilhões) do trading mundial das carnes (USD 44,00 bilhões), mas na produção aquícola e pesqueira ainda se mostra
  • 2. incapaz. Sua participação no trading de pescado (USD 108,0 bilhões) é de apenas 0,2% (USD 240,0 milhões). É indiscutível o potencial do Brasil para o desenvolvimento da aquicultura: 13,7% de toda a água disponível do planeta; 7.408 km de linha de costa; 4,4 milhões de km2 de ZEE; 2,5 milhões de áreas estuarinas; Um milhão de hectares propícios para carcinicultura marinha; 1 milhão de hectares propícias para a carcinicultura marinha; mais de 9 milhões de hectares de águas represadas; uma das maiores produções de grão do mundo; ótimas condições climáticas, especialmente no nordeste. É incabível que num país com tantos recursos naturais para o desenvolvimento da aquicultura, no ano passado, tenha importado o equivalente a pescado inteiro quase A 800 mil toneladas, ou seja: quase à mesma quantidade de pescado produzida em todo o País pela pesca extrativa marítima. Referida importação correspondeu a um desembolso de divisas da ordem de R$ 1,5 bilhões. Esse grande aumento das importações deve-se principalmente a grande incorporação dos Brasileiros às classes A, B e C, Segundo a Fundação Getúlio Vargas (11/09/2010), nos últimos 6 anos foram 35,6 milhões de brasileiros incorporadas nas classes citadas. Somente a classe C é representada por 94,9 milhões de pessoas. Segundo a mesma Fundação (16/08/2011) avisou que, desde 2003, nada menos que 50 milhões de emergentes – “mais do que uma Espanha” – foram incorporados ao mercado de consumo. Pelas informações precedentes verifica-se que existe no Brasil um grande mercado interno de espécies nobres para uma futura produção provenientes da aquicultura, e neste sentido o Ministério da Pesca e Aquicultura - MPA está atento a esta possibilidade. Entre os projetos financiados pelo MPA, através do CNPq, está a piscicultura marinha, dando prioridade ao desenvolvimento tecnológico do cultivo de beijupirá. Por exigência do referido Ministério as instituições de pesquisa deveriam assumir também os estudos de viabilidade econômica e de mercado.
  • 3. O Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará – LABOMAR/UFC, entre outras atividades, e atendendo as exigências do MPA, vem executando um estudo de mercado para o beijupirá cultivado. A presente publicação visa comentar alguns resultados obtidos a partir da degustação de diversas preparações do beijupirá por profissionais da área de gastronomia. 2. Metodologia A coordenação do estudo de mercado contratou o professor Victor Perez Castaño da Escola de Gastronomia do Valle do Aller do Principado de Astúrias com a finalidade de ministrar aulas aos donos e chefs de restaurantes e alunos e professores de gastronomia sobre as diversas preparações de beijupirá cultivado. Foram realizados cursos (9) de um dia cada nas cidades de Recife, Brasília e Fortaleza. Cada turma tinha entre 10 a 20 alunos. Após a conclusão do curso, depois de ser capacitado na preparação de diversas receitas elaboradas a partir de beijupirá, o aluno teve que responder um questionário (anexo 1) com seis perguntas. Também foram realizadas em restaurantes das cidades de Olinda PE, Brasília DF e Fortaleza CE avaliadas, em questionário específico, quatro preparações de beijupirá (sashimi, ceviche, pochê e à chapa) por autoridades governamentais, donos de restaurantes, atacadistas de pescados, entre outros. Por último, foram distribuídos beijupirá a três restaurantes japoneses de Recife, Brasília e Fortaleza para que seus proprietários transformassem o lombo de referida espécie em sashimi e fosse ofertada gratuitamente a seus clientes para efeito de avaliação e comparação com os sashimis preparados de espécies tradicionais. Também se solicitou neste caso que os degustadores preenchessem um questionário específico. 3. Resultados 3.1 Degustação realizada pelos participantes dos cursos de gastronomia do beijupirá 3.1.1 Grau de aceitação do beijupirá preparado de diferentes formas.
  • 4. O professor de gastronomia ensino aos alunos as diferentes formas de preparação do beijupirá cultivado. Após cada preparação os próprios alunos confeccionavam os pratos. Cada aluno teve que avaliar o grau de aceitação da preparação em termos de cor, textura e sabor. Teve alguns alunos que não responderam algumas das questões. Subtraindo o número de pessoas que não responderam determinadas questões foi confeccionada a Figura 1 que representava a somatória das avaliações em termos percentuais da cor, textura e sabor. GRAU DE ACEITAÇÃO DO BEIJUPIRÁ PREPARADO DE DIFERENTES FORMAS 80% M= muito bom 70% B= bom R= regular 60% R= ruim 50% 40% 30% 20% 10% 0% M B RE RU M B RE RU M B RE RU M B RE RU M B RE RU M B RE RU M B RE RU SASHIMI CEVICHE POCHÊ GRELHADO NA GRELHADO NO FRITO PEIXADA CHAPA FORNO A análise das informações apresentadas na Figura 1 permite formular os seguintes comentários: O grau de aceitação foi obtido a partir da média dos resultados de avaliação da cor, textura e sabor do beijupirá; A média de todas as preparações com ponderação de muito bom foi 62% e de bom, 32%. Destaca-se o grelhado na chapa com a maior qualificação de muito bom (72%) e o pochê com a maior nota ruim (15%). A soma da percentagem global de muito bom e de bom foi 94%, ou seja o beijupirá foi muito bem aceito. O uso do software Statistical Package for Social Science - SPSS nos permitiu fazer uma análise estatística detalhada das avaliações, estabelecendo ou não a existência de diferencias significativas entre as citadas variáveis.
  • 5. Para tanto foi ponderada numericamente as avaliações efetuadas, dando um valor de 10 pontos para Muito bom, 7,5 pontos para Bom, 5,0 para Regular e 2,5 para Ruim. A tabela 1 mostra os resultados estatísticos quando são considerados os produtos elaborados. O beijupirá preparado na chapa, no forno e na forma de ceviche, além de apresentar os melhores resultados como meia aritmética, apresentam diferenças significativas ao 5% de probabilidade quando comparados com o pochê e sashimi. O beijupirá frito e a peixada não apresentaram diferenças significativas com relação às outras formas de preparação. I Produto avaliação Subconjunto produto N 1 2 DHS de POCHÊ 284 8,69 Tukeya,,b,,c SASHIMI 251 8,71 FRITO 257 8,84 8,84 PEIXAD 235 8,89 8,89 A CEVICH 228 9,10 E FORNO 274 9,14 CHAPA 283 9,23 Sig. ,718 ,054 Se muestran las medias de los grupos de subconjuntos homogéneos. Basadas en las medias observadas. El término de error es la media cuadrática(Error) = 2,271. a. Usa el tamaño muestral de la media armónica = 257,157 b. Los tamaños de los grupos son distintos. Se empleará la media armónica de los tamaños de los grupos. No se garantizan los niveles de error tipo I.
  • 6. avaliação Subconjunto produto N 1 2 DHS de POCHÊ 284 8,69 Tukeya,,b,,c SASHIMI 251 8,71 FRITO 257 8,84 8,84 PEIXAD 235 8,89 8,89 A CEVICH 228 9,10 E FORNO 274 9,14 CHAPA 283 9,23 Sig. ,718 ,054 Se muestran las medias de los grupos de subconjuntos homogéneos. Basadas en las medias observadas. El término de error es la media cuadrática(Error) = 2,271. a. Usa el tamaño muestral de la media armónica = 257,157 b. Los tamaños de los grupos son distintos. Se empleará la media armónica de los tamaños de los grupos. No se garantizan los niveles de error tipo I. c. Alfa = 0,05. II. Característica A Tabela 2 mostra que não existem diferenças significativas quando avaliados separadamente a cor sabor e textura. avaliação Subconjunt carateríst o ica N 1 DHS de SABOR 599 8,89 Tukeya,,b,,c COR 611 8,96
  • 7. TEXTUR 602 8,98 A Sig. ,509 Se muestran las medias de los grupos de subconjuntos homogéneos. Basadas en las medias observadas. El término de error es la media cuadrática(Error) = 2,306. a. Usa el tamaño muestral de la media armónica = 603,957 b. Los tamaños de los grupos son distintos. Se empleará la media armónica de los tamaños de los grupos. No se garantizan los niveles de error tipo I. c. Alfa = 0,05. III. Cidade Ao igual que o item anterior quando foram analisadas as avaliações das cidades separadamente também foi observado não haver diferenças significativas. avaliação Subconjunt o cidade N 1 DHS de RECIFE 692 8,88 Tukeya,,b,,c FORTALEZ 602 8,92 A BRASÍLIA 518 9,06 Sig. ,084 Se muestran las medias de los grupos de subconjuntos homogéneos. Basadas en las medias observadas. El término de error es la media cuadrática(Error) = 2,302. a. Usa el tamaño muestral de la media armónica = 595,626
  • 8. b. Los tamaños de los grupos son distintos. Se empleará la media armónica de los tamaños de los grupos. No se garantizan los niveles de error tipo I. c. Alfa = 0,05. IV. Público Com relação ao público que participou dos cursos, as avaliações feitas pelas pessoas ligadas a restaurantes foram significativamente diferentes quando comparadas com os alunos provenientes da academia e de outros. Os alunos oriundos dos restaurantes avaliaram com ponderações menores, mas ainda, pela nota alcançada (8,68), pode-se concluir que o beijupirá de uma forma geral foi muito bem aceito, inclusive pelos representantes dos restaurantes. avaliação Subconjunto local N 1 2 DHS de RESTAURAN 460 8,68 Tukeya,,b,,c TE ACADEMIA 1134 9,03 OUTRO 218 9,08 Sig. 1,000 ,857 Se muestran las medias de los grupos de subconjuntos homogéneos. Basadas en las medias observadas. El término de error es la media cuadrática(Error) = 2,284. a. Usa el tamaño muestral de la media armónica = 392,521 b. Los tamaños de los grupos son distintos. Se empleará la media armónica de los tamaños de los grupos. No se garantizan los niveles de error tipo I. c. Alfa = 0,05. 3.1.2 Avaliação das preparações que mais se adaptam à culinária do beijupirá.
  • 9. A avaliação percentual das preparações que mais se adaptam à culinária do beijupirá é mostrada no Gráfico 2. Neste caso os seguintes destaques podem ser mencionados: Repete-se o dado da pergunta anterior. Novamente a forma de preparo que mais se adapta é à chapa tanto para os alunos provenientes de restaurantes como professores e alunos de gastronomia (academia) e outros; Por sua vez a preparação grelhado no forno foi a menos preferidas. O pochê, na chapa, frito e a peixada foram melhores avaliados pelos participantes oriundos dos restaurantes que da academia. AVALIAÇÃO PERCENTUAL DAS PREPARAÇÕES QUE MAIS SE ADAPTAM À CULINÁRIA DO BEIJUPIRÁ 25% 20% 15% Restaurante Academia 10% Outro 5% 0% Sashimi Ceviche Pochê Grelado na Grelhado no Frito Pei1ada Chapa forno 3.1.3 Avaliação da melhor forma de apresentação O Gráfico 3 mostra os dados percentuais das avaliações feitas pelos alunos quando perguntado qual seria a melhor forma de apresentação do beijupirá para a venda. A interpretação dos dados permite destacar que: O filé sem pele foi a forma que apresentou uma resposta mais equitativa entre as três estratificações ponderadas;
  • 10. Destaca-se também que 40% dos alunos que não pertenciam nem aos restaurantes nem a academia indicaram que o peixe inteiro eviscerado era o preferido; AVALIAÇÃO PERCENTUAL DA MELHOR FORMA DE APRESENTAÇÃO 40% 35% 30% 25% 20% Restaurante Academia 15% Outro 10% 5% 0% Inteiro/eviscerado Filé com pele Filé sem pele Posta Lombo 3.1.4 Preços e pesos O Gráfico 4 mostra as respostas dos alunos em relação à pergunta sobre qual seria o preço e o peso que deveria ter o beijupirá eviscerado e colocado à venda. A partir dos dados fornecidos é possível deduzir as seguintes considerações: Foram muito variadas as respostas fornecidas pelos entrevistados. Isso deve ter sua explicação na diversidade de interesse e na origem dos degustadores Existe uma concentração de 60% das respostas de peso entre 2 e 4 kg e preço entre R$ 10,00 e R$ 20,00/kg. O valor e R-quadrado mostrou que não existe uma correlação de aumento do preço com o aumento do peso. Pelos resultados dos questionários e pelas entrevistas feitas preliminarmente, ficou evidenciado que os donos de restaurantes
  • 11. gostariam de um beijupirá acima de 5,0kg, similar ao do salmão. Já os atacadistas de pescado preferem um beijupirá entre 2,5 e 3,0/kg. 3.1.5 Grau de importância de fatores no momento da compra O Gráfico 5 mostra as respostas dadas pelos participantes dos cursos referentes à solicitação de uma avaliação de seis itens importantes na compra do pescado. Pode-se observar: Que um 88% dos entrevistados mencionaram que a qualidade era o fator mais importante na compra do pescado, seguido muito longe da regularidade com 8%, com o mesmo percentual de importância o preço, e com 1% para tamanho e apresentação. O fornecedor não teve pontuação como fator mais importante. Indo para o outro extremo, 60% dos participantes disseram que o fornecedor ocupa o último lugar de importância (6o), seguido pela apresentação (17%), preço e tamanho (10%) e a qualidade não foi pontuada.
  • 12. AVALIAÇÃO PERCENTUAL DO GRAU DE IMPORTÂNCIA DE ALGUNS FATORES NO MOMENTO DA COMPRA DO PESCADO 90% 80% 70% 60% PERCENTAGEM 50% Qualidade Tamanho 40% Regularidade Preço 30% Apresentação 20% Fornecedor 10% 0% 1o 2o 3o 4o 5o 6o GRAU DE IMPORTÂNCIA 31..6 Equivalência da aceitação de beijupirá em comparação com espécies selecionadas Finalmente, o Gráfico 6 mostra as respostas com relação à equivalência da aceitação do beijupirá em comparação com outras dez espécies selecionadas. Dos resultados se podem inferir que: Subtraindo as resposta não sabe e considerando as respostas superior e equivalente, o beijupirá apresentou o melhor grau de aceitação quando comparado com a tilápia (92%) e o grau mais baixo quando comparado com o salmão (60%). O beijupirá teve avaliações superiores quando comparado com a cavala, pescada amarela, surubim, pangasus, tilápia, tambaqui e dourada e inferiores ao salmão, sirigado e robalo; Com relação ao salmão, 28% dos entrevistados consideraram que era superior ao beijupirá, contra 16% inferior. Equivalente marcaram o 26% dos degustadores. (31% não responderam); No caso do sirigado, 24% dos consultados acharam este peixe superior ao beijupirá contra 14% inferior e 25% ponderaram como equivalente. (38% não responderam).
  • 13. Em relação ao robalo, 19% acharam está espécie superior contra 13% inferior e 28% equivalente. (39% não responderam). EQUIVALÊNCIA DA ACEITAÇÃO DO BEIJUPIRÁ EM COMPARAÇÃO COM ESPÉCIES 80% SELECIONADAS S= Superior 70% E= Equivalente I= Inferior SN= Sem resposta 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% S E I NS S E I NS S E I NS S E I NS S E I NS S E I NS S E I NS S E I NS S E I NS S E I NS Cavala Pescada Salmão Surubim Robalo Pangasus Tilápia Tambaqui Dourada Sirigado amarela 3.2 Avaliações realizadas pelos participantes das degustações ocorridas em restaurantes. Os restaurantes selecionados foram em Olinda o Restaurante Beijupirá, em Brasília, o Restaurante Coco Bambu e em Brasília, o Restaurante Coco Bambu – Frutos do Mar. Cada participante teve que degustar sucessivamente o beijupirá na forma de sashimi, ceviche, pochê e à chapa. Foi aplicado um questionário com dois perguntas cujos resultados e conclusões se apresentam a seguir: 3.2.1 Avaliação sensorial de produtos selecionados elaborados a partir de beijupirá O gráfico 7 mostra os resultados obtidos da aplicação de questionário específico sobre as ponderações de cor, textura e sabor dos quatro produtos citados acima elaborados a partir de beijupirá. Das respostas apresentadas no referido gráfico é possível formular os seguintes argumentos:
  • 14. Numa análise global, o beijupirá preparado na chapa obteve o melhor resultado com uma percentagem média considerando a cor, a textura e o sabor de 80% dos degustadores que ponderaram a referida preparação como muito boa. Seguida pela preparação pochê com 60%, ceviche com 57% e sashimi com 56%. A cor do beijupirá preparado na chapa obteve a qualificação mais elevada: muito boa (98%). Já a textura foi melhor avaliada como muito boa no pochê (64%), no ceviche (61%) e no sashimi (60%); Ao contrário, na soma dos comentários regular e ruim, se destaca o sabor do sashimi e do ceviche com 14% dos entrevistados e 13% do pochê. O resultados mais negativo foi para a sabor do beijupirá preparado na formaq de pochê com 3% dos degustadores que consideraram ruim. AVALIAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS DE PRODUTOS SELECIONADOS ELABORADOS A PARTIR DO BEIJUPIRÁ 80 70 60 50 PERCENTAGEM 40 Ruim Regular 30 Bom 20 10 00 Cor Textura Sabor Cor Textura Sabor Cor Textura Sabor Cor Textura Sabor Percepção Sashimi Percepção Ceviche Percepção Pochê Percepção Na Chapa 3.2.2 Equivalência da aceitação de beijupirá em comparação com espécies selecionadas O Gráfico 8 mostra a resposta dos participantes das degustações nas cidades acima citadas, quando perguntada a equivalência do beijupira em relação a outras dez espécies com as alternativas de pontuar superior, equivalente, inferior e não sabia. No presente gráfico para uma melhor visualização são
  • 15. revelados os valores percentuais, subtraindo a pontuação não sabia. A análise destas informações permitem formular os seguintes comentários: Considerando a somatória das pontuações superior e equivalente, destacam-se o pangasus (97%), cavala (94%) tilápia (86%), tambaqui (86%), pescada amarela (85%), surubim (84%), robalo (81%), dourada (80%), sirigado (70%) e salmão (61%); O sirigado e o salmão foram as únicas espécies indicadas em relação ao beijupirá de que este peixe era de qualidade inferior. No caso do sirigado, 30% dos entrevistados informaram que este peixe era superior ao beijupirá. Somente 12% mencionaram que era inferior. No caso do salmão, 39% mencionaram que o beijupirá era inferior e 28% informaram que era superior; No caso do robalo e da pescada amarela, dois espécies muito usada como opção de carne branca na preparação de sashimi, o beijupirá foi considerada superior por 24% e 45% dos entrevistados, respectivamente. As considerações pontuadas como inferior foram de 19% (robalo) e 15% (pescada amarela). A diferença corresponde a equivalente; Com relação às espécies importadas, 55% dos entrevistados responderam que não sabia ao comparar o beijupirá com o pangasus e 5% quando a comparação era com o salmão. AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO DE EQUIVALENCIA DO BEIJUPIRÁ COM RELAÇÃO A OUTRAS ESPÉCIES SELECIONADAS 90% 80% 70% 60% PERCENTAGEM 50% SUPERIOR 40% EQUIVALENTE INFERIOR 30% 20% 10% 0% Cavala P. amarela Salmão Surubim Robalo Pangasus Tilápia Tambaqui Dourado Sirigado
  • 16. 3.3 Avaliações realizadas em restaurantes japoneses. Esta ação tinha por finalidade saber como os consumidores tradicionais de comida japonesa avaliavam o sashimi de beijupirá, para tanto foram selecionados os restaurantes: Sushi Yoshi, New Hakata e Soho de Recife, Brasília e Fortaleza, respectivamente. Foram formuladas dois perguntas cujos resultados mostramos a seguir: 3.3.1 Avaliação das características sensoriais do sashimi de beijupirá em termos de cor, textura e sabor. O Gráfico 9 mostra a avaliação do sashimi em termos de cor, textura e sabor, do qual podem ser extraídos os seguintes comentários. · Somando a pontuação de muito bom e bom, a cor foi avaliada com a representatividade de 97% dos entrevistados, enquanto que a textura o foi com 65% e o sabor com 81%; · A qualificação de regular foi avaliada por 3% dos degustadores no que se refere à cor, 35% à textura e 16% ao sabor. Somente 3% dos consumidores consideraram o sabor ruim. AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS EM RESTAURANTES SELECIONADOS DO SASHIMI DE BEIJUPIRÁ CULTIVADO 60% 53% 48% 50% 43% 40% 35% 35% PERCENTAGEM 32% 29% 30% Cor Textura 20% 16% Sabor 10% 3% 3% 0% 0% 0% Muito bom Bom Regular Ruim AVALIAÇÃO
  • 17. 3.3.2 Aceitação da carne do beijupirá ofertada em forma de sashimi. O Gráfico 10 mostra ainda a resposta dos degustadores para a pergunta se o sashimi de beijupirá poderia ser incluído junto ao salmão e atum como pescado de carne branca. As respostas foram as seguintes: 77% dos degustadores mencionaram que sim; 19% dos fregueses disseram que não; E somente 3% não informaram. O SASHIMI DE BEIJUPIRÁ PODERIA SER OFERECIDO COMO PEIXE BRANCO JUNTO AO ATUM E SALMÃO? 77% 80% 70% 60% 50% PERCENTAGEM 40% 30% 19% 20% 10% 3% 0% Sim Não Sim resposta 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS De forma bem resumida e sem detalhar as respostas das diferentes qualificações dos participantes dos cursos, as diferenças entre cidades pesquisadas, os resultados da avaliação estatística obtidos no cruzamento de cor, textura e sabor, os donos de restaurantes, os atacadistas de pescados, os professores e os alunos de gastronomia, entre outros, as respostas fornecidas são resumidas nos seguintes comentários: 1. Os resultados obtidos permitem formular uma estratégia para uma melhor comercialização do beijupirá cultivado, bem como para estabelecer uma
  • 18. logística de cultivo, importante base para apresentar cenários econômicos que serão motivo de estudos posteriores; 2. Em geral a qualidade do beijupirá cultivado foi muito bem aceita entre os participantes dos cursos de gastronomia; das degustações realizadas por convidados em restaurantes e consumidores em restaurantes japoneses; 3. Destaque para a melhor aceitação da receita grelhado na chapa e também considerada a forma que mais se adapta ao compará-la com outras preparações; 4. O filé sem pele seria o produto preferido no momento da compra; 5. Os detalhes da expectativa do preço e o peso devem ser mais bem trabalhados, houve uma dispersão muito grande de opiniões; 6. Muito importante o fato de que os entrevistados consideraram a qualidade como o atributo principal na compra do pescado. Essa característica somente pode ser oferecida pelo pescado cultivado; 7. Os participantes dos cursos apreciam o salmão, o sirigado e o robalo mais que o beijupirá, mas colocam este pescado cultivado com melhor aceitação que a pescada amarela, tilápia, surubim, dourada, tambaqui, cavala e pangasus. Resultado similar foi dado pelos participantes da degustação em restaurantes. Neste caso o robalo foi considerado inferior ao beijupirá; 8. A avaliação realizada aos produtos de sashimi, ceviche, pochê e à chapa consideradas muito positivas; 9. Os atributos de cor, textura e sabor do sashimi de beijupirá foram muito bem avaliados pelos consumidores habituais deste produto em restaurantes japoneses; 10. A carne do beijupirá tem atributos para participar do sashimi como opção de carne branca.