SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 30
Baixar para ler offline
GERENCIAMENTO DA
MOBILIDADE
Disciplina: Engenharia de
Transportes e Tráfegos
Engenharia civil - 9º semestre
Docente: Allícia Alves
B I B L I O G R A F I A
B A R A T , J . L o g í s t i c a , t r a n s p o r t e e d e s e n v o l v i m e n t o e c o n ô m i c o . E d . C L A , S ã o P a u l o ,
2 0 0 7 .
B R U T O N , M . J . I n t r o d u ç ã o a o p l a n e j a m e n t o d o s t r a n s p o r t e s . E d . I n t e r c i ê n c i a ,
S ã o P a u l o , 1 9 7 9 .
K A W A M O T O , E . A n á l i s e d e s i s t e m a s d e t r a n s p o r t e s . E E S C / U S P , S ã o C a r l o s -
S P , 1 9 9 9 .
A R T I G O S E T R A B A H O S A C A D Ê M I C O S D E A P O I O .
b i t . l y / l i v r o s - e - t - t
A mobilidade urbana constitui-se em um tema fundamental quando se
discute desenvolvimento urbano e qualidade de vida da população.
As condições de deslocamentos das pessoas e das mercadorias nos
centros urbanos impactam toda a sociedade pela geração de
externalidades negativas, como acidentes, poluição e congestionamentos,
afetando especialmente a vida dos mais pobres, que geralmente moram
em regiões mais distantes das oportunidades urbanas.
C O N T E X T O
Sistemas de mobilidade ineficientes pioram as desigualdades socioespaciais
prejudicando os mais pobres em:
termos de impactos sobre a renda;
oportunidades de emprego;
estudo;
lazer;
condições de tratamento de saúde;
além de pressionar as frágeis condições de equilíbrio ambiental no espaço
urbano.
Assim, os gestores públicos são demandados cada vez mais a adotar políticas
públicas alinhadas com o objetivo maior de se construir uma mobilidade
urbana sustentável do ponto de vista econômico, social e ambiental.
C O N T E X T O
A Constituição Federal de 1988 abriu espaço para uma série de
modificações na política urbana brasileiro:
tanto no campo do ordenamento territorial e desenvolvimento
urbano, na qual o Estatuto da Cidade foi o grande marco inovador –
Lei no 10.257/2001 (Brasil, 2001)
quanto no campo da mobilidade urbana, com a aprovação da Lei da
Mobilidade (Lei no 12.587/2012).
C O N T E X T O
O Estatuto da Cidade estabeleceu alguns princípios gerais da política
urbana que também atingiam as políticas de mobilidade, como:
o direito a cidades sustentáveis, com destaque para o transporte e as
infraestruturas urbana;
a gestão democrática na execução das políticas;
o planejamento do desenvolvimento das cidades, entre outras.
C O N T E X T O
O ordenamento territorial urbano tem uma forte ligação com o
desempenho do sistema de mobilidade e as condições de deslocamentos
da população.
Cidades espraiadas, com muitos terrenos subutilizados e pouca dispersão
das atividades econômicas no espaço, tendem a apresentar transporte
público e transporte não motorizado de baixa abrangência na matriz
modal de deslocamentos.
Isso significa sistemas de transporte que geram mais externalidades
negativas à sociedade.
C O N T E X T O
Assim, instrumentos que estimulam:
as edificações e os parcelamentos em acordo com a infraestrutura da
região, principalmente estimulando maior adensamento nas áreas
próximas aos corredores de transporte público de massa e dos
centros comerciais;
uma melhor distribuição das atividades urbanas no território;
a minimização dos impactos ambientais e de trânsito de grandes
empreendimentos, com a exigência de relatório de impacto de
vizinhança;
entre outras medidas, favorecem o transporte público urbano e
desestimulam o uso do transporte individual.
C O N T E X T O
O Estatuto da Cidade estabeleceu, também, que todas as cidades com
população acima de 20.000 habitantes ou pertencentes a regiões
metropolitanas (RMs) têm que desenvolver o plano diretor, no qual todos
os instrumentos descritos são delimitados no território.
Este plano deve direcionar todo o crescimento e desenvolvimento do
município, o que favorece um planejamento integrado entre mobilidade e
ordenamento urbano.
C O N T E X T O
M O B I L I D A D E E
D E S E N V O L V I M E N T O
U R B A N O
Os centros urbanos brasileiros tiveram um forte e acelerado crescimento
populacional desde o início da segunda metade do século passado:
o que significou a transformação rápida de um país com raízes rurais
para um país majoritariamente urbano
impactando diretamente as condições de mobilidade da população.
O D E S E N V O L V I M E N T O E M N Ú M E R O S
Atualmente:
cerca de 85% da população vive em centros urbanos
sendo que existem 36 cidades com mais de 500.000 habitantes na
rede urbana brasileira
além de 40 RMs ou regiões integradas de desenvolvimento
econômico (Rides) instituídas,nas quais vivem cerca de 80 milhões de
brasileiros (mais de 40% da população).
O D E S E N V O L V I M E N T O E M N Ú M E R O S
O D E S E N V O L V I M E N T O E M N Ú M E R O S
Esse forte crescimento das cidades em um curto período de tempo
ocorreu, em sua grande parte, em um ambiente desordenado e
desregulado.
As cidades cresciam sem que houvesse a expansão proporcional da
infraestrutura de transporte e trânsito.
O resultado é que os serviços públicos em geral foram degradando-se,
prejudicando principalmente as famílias de baixa renda que, no caso do
transporte público, apresentavam alta dependência para realizar seus
deslocamentos cotidianos
O D E S E N V O L V I M E N T O E M N Ú M E R O S
A consolidação do transporte rodoviário foi um fator fundamental para
sustentar esse forte crescimento populacional e territorial urbano.
Assim, as cidades foram espraiando-se e as modalidades mais rígidas
perdendo espaço na matriz modal de deslocamentos.
Na prática, o país deixou de ter sistemas de transporte urbano que
privilegiavam os deslocamentos coletivos, públicos, eletrificados e sobre
trilhos para sistemas que privilegiam os deslocamentos privados,
individuais, rodoviários e totalmente carbonizados.
O D E S E N V O L V I M E N T O E M N Ú M E R O S
O D E S E N V O L V I M E N T O E M N Ú M E R O S
O gráfico 1 mostra o exemplo da cidade do Rio de Janeiro: como as condições de
mobilidade alteraram-se bastante desde meados da década passada, com a
consolidação do transporte rodoviário.
Mas o crescimento desordenado das cidades também impactava fortemente a
rede de transportes.
Os ônibus assumiram o papel de transporte de massa sem que houvesse um
sistema viário adequado para este papel – corredores exclusivos de transporte e
prioridade na circulação.
Além disso, a indústria de ônibus não dispunha de um cardápio diversificado de
produtos para atender às especificidades das demandas existentes. Praticamente
só havia um ônibus de média capacidade encaroçado em chassis de caminhão –
veículos de baixa (micro-ônibus) e de alta capacidade (especiais) eram fabricados
em regime de exceção, com preços impraticáveis para o nível tarifário vigente.
Os investimentos em mobilidade urbana privilegiavam o transporte individual,
com foco nas áreas mais dinâmicas economicamente.
Obras como expansão do sistema viário, alargamento de vias, viadutos, túneis etc.
favoreciam o transporte privado e as áreas mais ricas.
A infraestrutura de transporte público geralmente ficava em segundo plano o que
prejudicava os pobres duplamente:
Por morarem mais distantes dos centros de empregos e das áreas que tinham
maior desenvolvimento econômico
Por serem altamente dependentes de transporte público para se deslocarem.
Desta forma, a atratividade do transporte individual aumentava cada vez mais e o
transporte público ficava restrito ao atendimento da população mais pobre, que
constituía a maioria absoluta das famílias urbanas.
Somente na década de 1970 foram iniciados os investimentos em transporte de
passageiros urbanos sobre trilhos, sendo que hoje esse segmento responde por
menos de 5% do total das viagens urbanas no país.
Outro aspecto importante da interação entre crescimento urbano e mobilidade é
a forma excludente como as cidades cresciam.
O aumento rápido da população pobre urbana em função da migração e as altas
taxas de natalidade significavam que:
a essa classe social, restava ocupar as áreas mais distantes das cidades, com
pouca infraestrutura urbana;
ou ocupar ilegalmente áreas de risco, que deram origens às favelas.
Esse processo tornava esta população altamente dependente do sistema de
transporte público para acesso aos empregos e às oportunidades urbanas.
Ao mesmo tempo, a rede de transporte público tornava-se cada vez mais cara, já
que as distâncias aumentavam e não havia renovação de passageiros ao longo
dos trajetos das linhas.
A tabela 2 mostra que no período entre os Censos de 2000 e 2010 os municípios
periféricos das principais RMs brasileiras tiveram um crescimento populacional
muito maior do que os municípios centrais
O grande desafio urbano atualmente em relação à mobilidade urbana é:
conseguir trazer para mais próximo da “cidade” os empreendimentos
populares;
distribuir melhor as atividades econômicas pelo território.
Para isso, os dirigentes deveriam estabelecer:
políticas de estímulo à ocupação de áreas mais próximas aos empregos e às
oportunidades
estimular o desenvolvimento econômico e social das áreas mais periféricas.
Exemplo de ação: Belo Horizonte e Brasília, por exemplo, implementaram políticas
de concentração das atividades de governo em áreas periféricas das capitais, com
a inauguração de novos centros administrativos estaduais, o que atraiu novos
investimentos naquelas áreas.
A M O B I L I D A D E N A
N O V A A G E N D A
U R B A N A
Os desafios que os governos enfrentam hoje para melhor as condições de
mobilidade da população urbana no Brasil são enormes.
Foram décadas de crescimento urbano forte e com pouco planejamento, além de
políticas públicas sempre voltadas para o desenvolvimento do transporte
motorizado individual em detrimento do transporte público e do transporte não
motorizado.
Nos últimos anos, houve avanços institucionais e também legislativos no país no
sentido de inverter a lógica individualista e a pouca integração existente entre o
planejamento urbano e a mobilidade das pessoas.
O Estatuto da Cidade já trouxe instrumentos interessantes para promover o
crescimento urbano mais equilibrado, com reflexos positivos sobre os
deslocamentos da população.
A promulgação da Lei da Mobilidade apresentou vários princípios importantes de
um sistema de mobilidade mais sustentável e com foco nas pessoas.
Vários investimentos realizados nos últimos anos no Brasil, principalmente com
relação aos grandes eventos realizados, como Copa do Mundo Fifa e Olimpíadas,
já seguiram a diretriz principal de privilegiar o transporte público
O desafio maior é promover estruturas de mobilidade que efetivamente venham
trazer ganhos para a população, principalmente em termos da redução das
externalidades negativas e da melhoria das condições de mobilidade das pessoas.
Para isso, o princípio da priorização do transporte público e do transporte não
motorizado, tanto no âmbito da alocação dos recursos quanto no âmbito da
divisão do espaço urbano, tem que ser adotado em todas as esferas de
planejamento público e tomada de decisão.
A T É A
P R Ó X I M A
A U L A !
C a s o p r e c i s e m e n t r a r e m c o n t a t o :
( 7 3 ) 9 8 1 3 9 - 7 9 9 7
e n g . a l l i c i a a l v e s @ g m a i l . c o m
P R A T I Q U E M
E M C A S A !
B a i x a r o s l i v r o s d a d i s c i p l i n a .

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a AULA SOBRE GERENCIAMENTO DA MOBILIDADE URBANA

A INTEGRAÇÃO ENTRE O PLANEJAMENTO DOS TRANSPORTES E OS INSTRUMENTOS DE PLANEJ...
A INTEGRAÇÃO ENTRE O PLANEJAMENTO DOS TRANSPORTES E OS INSTRUMENTOS DE PLANEJ...A INTEGRAÇÃO ENTRE O PLANEJAMENTO DOS TRANSPORTES E OS INSTRUMENTOS DE PLANEJ...
A INTEGRAÇÃO ENTRE O PLANEJAMENTO DOS TRANSPORTES E OS INSTRUMENTOS DE PLANEJ...Jéssica Lucas
 
Anteprojeto da mobilidade urbana
Anteprojeto da mobilidade urbanaAnteprojeto da mobilidade urbana
Anteprojeto da mobilidade urbanaIacyra Ramos
 
Estudo para a Aplicação de Práticas Sustentáveis na Mobilidade Urbana do Muni...
Estudo para a Aplicação de Práticas Sustentáveis na Mobilidade Urbana do Muni...Estudo para a Aplicação de Práticas Sustentáveis na Mobilidade Urbana do Muni...
Estudo para a Aplicação de Práticas Sustentáveis na Mobilidade Urbana do Muni...Elias Galvan
 
478 texto do artigo-1114-2-10-20160323
478 texto do artigo-1114-2-10-20160323478 texto do artigo-1114-2-10-20160323
478 texto do artigo-1114-2-10-20160323Diogo Monteiro
 
Urbanizacao
UrbanizacaoUrbanizacao
UrbanizacaoAlmir
 
"O Nó da Mobilidade Urbana"
"O Nó da Mobilidade Urbana""O Nó da Mobilidade Urbana"
"O Nó da Mobilidade Urbana"Severinos
 
Caderno 03 planejamento territorialurbanopolíticafundiaria
Caderno 03   planejamento territorialurbanopolíticafundiariaCaderno 03   planejamento territorialurbanopolíticafundiaria
Caderno 03 planejamento territorialurbanopolíticafundiariaErikaZan
 
Gentrification and tourism in lisbon - João Seixas
Gentrification and tourism in lisbon - João SeixasGentrification and tourism in lisbon - João Seixas
Gentrification and tourism in lisbon - João SeixasAntónio Brito Guterres
 
Manifestacao da-antp--a-cidadania-exige-um-tp-digno-economico-e-sustentavel-1-5
Manifestacao da-antp--a-cidadania-exige-um-tp-digno-economico-e-sustentavel-1-5Manifestacao da-antp--a-cidadania-exige-um-tp-digno-economico-e-sustentavel-1-5
Manifestacao da-antp--a-cidadania-exige-um-tp-digno-economico-e-sustentavel-1-5Roberta Soares
 
As Cidades E A UrbanizaçãO Brasileira
As Cidades E A UrbanizaçãO BrasileiraAs Cidades E A UrbanizaçãO Brasileira
As Cidades E A UrbanizaçãO BrasileiraFelippe Viêtas
 
Cidades e Urbanização
Cidades e UrbanizaçãoCidades e Urbanização
Cidades e UrbanizaçãoRaquel Avila
 
Transporte metroferroviário: agente de inclusão social na cidade de São Paulo.
Transporte metroferroviário: agente de inclusão social na cidade de São Paulo.Transporte metroferroviário: agente de inclusão social na cidade de São Paulo.
Transporte metroferroviário: agente de inclusão social na cidade de São Paulo.Diamantino Augusto Sardinha Neto
 
Infraestrutura Com Foco Nos Transportes Nas Cidades
Infraestrutura Com Foco Nos Transportes Nas CidadesInfraestrutura Com Foco Nos Transportes Nas Cidades
Infraestrutura Com Foco Nos Transportes Nas CidadesDaniel Pettini
 

Semelhante a AULA SOBRE GERENCIAMENTO DA MOBILIDADE URBANA (20)

Mariana Falcone: Movilidad sostenible y diseño urbano
Mariana Falcone: Movilidad sostenible y diseño urbanoMariana Falcone: Movilidad sostenible y diseño urbano
Mariana Falcone: Movilidad sostenible y diseño urbano
 
A INTEGRAÇÃO ENTRE O PLANEJAMENTO DOS TRANSPORTES E OS INSTRUMENTOS DE PLANEJ...
A INTEGRAÇÃO ENTRE O PLANEJAMENTO DOS TRANSPORTES E OS INSTRUMENTOS DE PLANEJ...A INTEGRAÇÃO ENTRE O PLANEJAMENTO DOS TRANSPORTES E OS INSTRUMENTOS DE PLANEJ...
A INTEGRAÇÃO ENTRE O PLANEJAMENTO DOS TRANSPORTES E OS INSTRUMENTOS DE PLANEJ...
 
Anteprojeto da mobilidade urbana
Anteprojeto da mobilidade urbanaAnteprojeto da mobilidade urbana
Anteprojeto da mobilidade urbana
 
Estudo para a Aplicação de Práticas Sustentáveis na Mobilidade Urbana do Muni...
Estudo para a Aplicação de Práticas Sustentáveis na Mobilidade Urbana do Muni...Estudo para a Aplicação de Práticas Sustentáveis na Mobilidade Urbana do Muni...
Estudo para a Aplicação de Práticas Sustentáveis na Mobilidade Urbana do Muni...
 
478 texto do artigo-1114-2-10-20160323
478 texto do artigo-1114-2-10-20160323478 texto do artigo-1114-2-10-20160323
478 texto do artigo-1114-2-10-20160323
 
Urbanizacao
UrbanizacaoUrbanizacao
Urbanizacao
 
9º ano_Aula nº3
9º ano_Aula nº39º ano_Aula nº3
9º ano_Aula nº3
 
Cidades
CidadesCidades
Cidades
 
COLAPSO URBANO
COLAPSO URBANOCOLAPSO URBANO
COLAPSO URBANO
 
"O Nó da Mobilidade Urbana"
"O Nó da Mobilidade Urbana""O Nó da Mobilidade Urbana"
"O Nó da Mobilidade Urbana"
 
Caderno 03 planejamento territorialurbanopolíticafundiaria
Caderno 03   planejamento territorialurbanopolíticafundiariaCaderno 03   planejamento territorialurbanopolíticafundiaria
Caderno 03 planejamento territorialurbanopolíticafundiaria
 
Gentrification and tourism in lisbon - João Seixas
Gentrification and tourism in lisbon - João SeixasGentrification and tourism in lisbon - João Seixas
Gentrification and tourism in lisbon - João Seixas
 
Manifestacao da-antp--a-cidadania-exige-um-tp-digno-economico-e-sustentavel-1-5
Manifestacao da-antp--a-cidadania-exige-um-tp-digno-economico-e-sustentavel-1-5Manifestacao da-antp--a-cidadania-exige-um-tp-digno-economico-e-sustentavel-1-5
Manifestacao da-antp--a-cidadania-exige-um-tp-digno-economico-e-sustentavel-1-5
 
As Cidades E A UrbanizaçãO Brasileira
As Cidades E A UrbanizaçãO BrasileiraAs Cidades E A UrbanizaçãO Brasileira
As Cidades E A UrbanizaçãO Brasileira
 
Cidades e Urbanização
Cidades e UrbanizaçãoCidades e Urbanização
Cidades e Urbanização
 
Mobilidade
MobilidadeMobilidade
Mobilidade
 
Mobilidade
MobilidadeMobilidade
Mobilidade
 
Transporte metroferroviário: agente de inclusão social na cidade de São Paulo.
Transporte metroferroviário: agente de inclusão social na cidade de São Paulo.Transporte metroferroviário: agente de inclusão social na cidade de São Paulo.
Transporte metroferroviário: agente de inclusão social na cidade de São Paulo.
 
Geografia – brasil rede urbana 01 – 2014
Geografia – brasil rede urbana 01 – 2014Geografia – brasil rede urbana 01 – 2014
Geografia – brasil rede urbana 01 – 2014
 
Infraestrutura Com Foco Nos Transportes Nas Cidades
Infraestrutura Com Foco Nos Transportes Nas CidadesInfraestrutura Com Foco Nos Transportes Nas Cidades
Infraestrutura Com Foco Nos Transportes Nas Cidades
 

Último

PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS – REVIT MEP -.pdf
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS – REVIT MEP -.pdfPROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS – REVIT MEP -.pdf
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS – REVIT MEP -.pdfdanielemarques481
 
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3filiperigueira1
 
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPMApresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPMdiminutcasamentos
 
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docxTRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docxFlvioDadinhoNNhamizi
 
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptxVagner Soares da Costa
 
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptxVagner Soares da Costa
 
Tipos de Cargas - Conhecendo suas Características e Classificações.pdf
Tipos de Cargas - Conhecendo suas Características e Classificações.pdfTipos de Cargas - Conhecendo suas Características e Classificações.pdf
Tipos de Cargas - Conhecendo suas Características e Classificações.pdfMarcos Boaventura
 

Último (7)

PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS – REVIT MEP -.pdf
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS – REVIT MEP -.pdfPROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS – REVIT MEP -.pdf
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS – REVIT MEP -.pdf
 
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3
 
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPMApresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
 
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docxTRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
 
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
 
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
 
Tipos de Cargas - Conhecendo suas Características e Classificações.pdf
Tipos de Cargas - Conhecendo suas Características e Classificações.pdfTipos de Cargas - Conhecendo suas Características e Classificações.pdf
Tipos de Cargas - Conhecendo suas Características e Classificações.pdf
 

AULA SOBRE GERENCIAMENTO DA MOBILIDADE URBANA

  • 1. GERENCIAMENTO DA MOBILIDADE Disciplina: Engenharia de Transportes e Tráfegos Engenharia civil - 9º semestre Docente: Allícia Alves
  • 2. B I B L I O G R A F I A B A R A T , J . L o g í s t i c a , t r a n s p o r t e e d e s e n v o l v i m e n t o e c o n ô m i c o . E d . C L A , S ã o P a u l o , 2 0 0 7 . B R U T O N , M . J . I n t r o d u ç ã o a o p l a n e j a m e n t o d o s t r a n s p o r t e s . E d . I n t e r c i ê n c i a , S ã o P a u l o , 1 9 7 9 . K A W A M O T O , E . A n á l i s e d e s i s t e m a s d e t r a n s p o r t e s . E E S C / U S P , S ã o C a r l o s - S P , 1 9 9 9 . A R T I G O S E T R A B A H O S A C A D Ê M I C O S D E A P O I O . b i t . l y / l i v r o s - e - t - t
  • 3. A mobilidade urbana constitui-se em um tema fundamental quando se discute desenvolvimento urbano e qualidade de vida da população. As condições de deslocamentos das pessoas e das mercadorias nos centros urbanos impactam toda a sociedade pela geração de externalidades negativas, como acidentes, poluição e congestionamentos, afetando especialmente a vida dos mais pobres, que geralmente moram em regiões mais distantes das oportunidades urbanas. C O N T E X T O
  • 4. Sistemas de mobilidade ineficientes pioram as desigualdades socioespaciais prejudicando os mais pobres em: termos de impactos sobre a renda; oportunidades de emprego; estudo; lazer; condições de tratamento de saúde; além de pressionar as frágeis condições de equilíbrio ambiental no espaço urbano. Assim, os gestores públicos são demandados cada vez mais a adotar políticas públicas alinhadas com o objetivo maior de se construir uma mobilidade urbana sustentável do ponto de vista econômico, social e ambiental. C O N T E X T O
  • 5. A Constituição Federal de 1988 abriu espaço para uma série de modificações na política urbana brasileiro: tanto no campo do ordenamento territorial e desenvolvimento urbano, na qual o Estatuto da Cidade foi o grande marco inovador – Lei no 10.257/2001 (Brasil, 2001) quanto no campo da mobilidade urbana, com a aprovação da Lei da Mobilidade (Lei no 12.587/2012). C O N T E X T O
  • 6. O Estatuto da Cidade estabeleceu alguns princípios gerais da política urbana que também atingiam as políticas de mobilidade, como: o direito a cidades sustentáveis, com destaque para o transporte e as infraestruturas urbana; a gestão democrática na execução das políticas; o planejamento do desenvolvimento das cidades, entre outras. C O N T E X T O
  • 7. O ordenamento territorial urbano tem uma forte ligação com o desempenho do sistema de mobilidade e as condições de deslocamentos da população. Cidades espraiadas, com muitos terrenos subutilizados e pouca dispersão das atividades econômicas no espaço, tendem a apresentar transporte público e transporte não motorizado de baixa abrangência na matriz modal de deslocamentos. Isso significa sistemas de transporte que geram mais externalidades negativas à sociedade. C O N T E X T O
  • 8. Assim, instrumentos que estimulam: as edificações e os parcelamentos em acordo com a infraestrutura da região, principalmente estimulando maior adensamento nas áreas próximas aos corredores de transporte público de massa e dos centros comerciais; uma melhor distribuição das atividades urbanas no território; a minimização dos impactos ambientais e de trânsito de grandes empreendimentos, com a exigência de relatório de impacto de vizinhança; entre outras medidas, favorecem o transporte público urbano e desestimulam o uso do transporte individual. C O N T E X T O
  • 9. O Estatuto da Cidade estabeleceu, também, que todas as cidades com população acima de 20.000 habitantes ou pertencentes a regiões metropolitanas (RMs) têm que desenvolver o plano diretor, no qual todos os instrumentos descritos são delimitados no território. Este plano deve direcionar todo o crescimento e desenvolvimento do município, o que favorece um planejamento integrado entre mobilidade e ordenamento urbano. C O N T E X T O
  • 10. M O B I L I D A D E E D E S E N V O L V I M E N T O U R B A N O
  • 11. Os centros urbanos brasileiros tiveram um forte e acelerado crescimento populacional desde o início da segunda metade do século passado: o que significou a transformação rápida de um país com raízes rurais para um país majoritariamente urbano impactando diretamente as condições de mobilidade da população. O D E S E N V O L V I M E N T O E M N Ú M E R O S
  • 12. Atualmente: cerca de 85% da população vive em centros urbanos sendo que existem 36 cidades com mais de 500.000 habitantes na rede urbana brasileira além de 40 RMs ou regiões integradas de desenvolvimento econômico (Rides) instituídas,nas quais vivem cerca de 80 milhões de brasileiros (mais de 40% da população). O D E S E N V O L V I M E N T O E M N Ú M E R O S
  • 13. O D E S E N V O L V I M E N T O E M N Ú M E R O S
  • 14. Esse forte crescimento das cidades em um curto período de tempo ocorreu, em sua grande parte, em um ambiente desordenado e desregulado. As cidades cresciam sem que houvesse a expansão proporcional da infraestrutura de transporte e trânsito. O resultado é que os serviços públicos em geral foram degradando-se, prejudicando principalmente as famílias de baixa renda que, no caso do transporte público, apresentavam alta dependência para realizar seus deslocamentos cotidianos O D E S E N V O L V I M E N T O E M N Ú M E R O S
  • 15. A consolidação do transporte rodoviário foi um fator fundamental para sustentar esse forte crescimento populacional e territorial urbano. Assim, as cidades foram espraiando-se e as modalidades mais rígidas perdendo espaço na matriz modal de deslocamentos. Na prática, o país deixou de ter sistemas de transporte urbano que privilegiavam os deslocamentos coletivos, públicos, eletrificados e sobre trilhos para sistemas que privilegiam os deslocamentos privados, individuais, rodoviários e totalmente carbonizados. O D E S E N V O L V I M E N T O E M N Ú M E R O S
  • 16. O D E S E N V O L V I M E N T O E M N Ú M E R O S O gráfico 1 mostra o exemplo da cidade do Rio de Janeiro: como as condições de mobilidade alteraram-se bastante desde meados da década passada, com a consolidação do transporte rodoviário.
  • 17. Mas o crescimento desordenado das cidades também impactava fortemente a rede de transportes. Os ônibus assumiram o papel de transporte de massa sem que houvesse um sistema viário adequado para este papel – corredores exclusivos de transporte e prioridade na circulação. Além disso, a indústria de ônibus não dispunha de um cardápio diversificado de produtos para atender às especificidades das demandas existentes. Praticamente só havia um ônibus de média capacidade encaroçado em chassis de caminhão – veículos de baixa (micro-ônibus) e de alta capacidade (especiais) eram fabricados em regime de exceção, com preços impraticáveis para o nível tarifário vigente.
  • 18.
  • 19.
  • 20. Os investimentos em mobilidade urbana privilegiavam o transporte individual, com foco nas áreas mais dinâmicas economicamente. Obras como expansão do sistema viário, alargamento de vias, viadutos, túneis etc. favoreciam o transporte privado e as áreas mais ricas. A infraestrutura de transporte público geralmente ficava em segundo plano o que prejudicava os pobres duplamente: Por morarem mais distantes dos centros de empregos e das áreas que tinham maior desenvolvimento econômico Por serem altamente dependentes de transporte público para se deslocarem.
  • 21. Desta forma, a atratividade do transporte individual aumentava cada vez mais e o transporte público ficava restrito ao atendimento da população mais pobre, que constituía a maioria absoluta das famílias urbanas. Somente na década de 1970 foram iniciados os investimentos em transporte de passageiros urbanos sobre trilhos, sendo que hoje esse segmento responde por menos de 5% do total das viagens urbanas no país. Outro aspecto importante da interação entre crescimento urbano e mobilidade é a forma excludente como as cidades cresciam.
  • 22. O aumento rápido da população pobre urbana em função da migração e as altas taxas de natalidade significavam que: a essa classe social, restava ocupar as áreas mais distantes das cidades, com pouca infraestrutura urbana; ou ocupar ilegalmente áreas de risco, que deram origens às favelas. Esse processo tornava esta população altamente dependente do sistema de transporte público para acesso aos empregos e às oportunidades urbanas. Ao mesmo tempo, a rede de transporte público tornava-se cada vez mais cara, já que as distâncias aumentavam e não havia renovação de passageiros ao longo dos trajetos das linhas.
  • 23. A tabela 2 mostra que no período entre os Censos de 2000 e 2010 os municípios periféricos das principais RMs brasileiras tiveram um crescimento populacional muito maior do que os municípios centrais
  • 24. O grande desafio urbano atualmente em relação à mobilidade urbana é: conseguir trazer para mais próximo da “cidade” os empreendimentos populares; distribuir melhor as atividades econômicas pelo território. Para isso, os dirigentes deveriam estabelecer: políticas de estímulo à ocupação de áreas mais próximas aos empregos e às oportunidades estimular o desenvolvimento econômico e social das áreas mais periféricas. Exemplo de ação: Belo Horizonte e Brasília, por exemplo, implementaram políticas de concentração das atividades de governo em áreas periféricas das capitais, com a inauguração de novos centros administrativos estaduais, o que atraiu novos investimentos naquelas áreas.
  • 25. A M O B I L I D A D E N A N O V A A G E N D A U R B A N A
  • 26. Os desafios que os governos enfrentam hoje para melhor as condições de mobilidade da população urbana no Brasil são enormes. Foram décadas de crescimento urbano forte e com pouco planejamento, além de políticas públicas sempre voltadas para o desenvolvimento do transporte motorizado individual em detrimento do transporte público e do transporte não motorizado. Nos últimos anos, houve avanços institucionais e também legislativos no país no sentido de inverter a lógica individualista e a pouca integração existente entre o planejamento urbano e a mobilidade das pessoas.
  • 27. O Estatuto da Cidade já trouxe instrumentos interessantes para promover o crescimento urbano mais equilibrado, com reflexos positivos sobre os deslocamentos da população. A promulgação da Lei da Mobilidade apresentou vários princípios importantes de um sistema de mobilidade mais sustentável e com foco nas pessoas. Vários investimentos realizados nos últimos anos no Brasil, principalmente com relação aos grandes eventos realizados, como Copa do Mundo Fifa e Olimpíadas, já seguiram a diretriz principal de privilegiar o transporte público
  • 28. O desafio maior é promover estruturas de mobilidade que efetivamente venham trazer ganhos para a população, principalmente em termos da redução das externalidades negativas e da melhoria das condições de mobilidade das pessoas. Para isso, o princípio da priorização do transporte público e do transporte não motorizado, tanto no âmbito da alocação dos recursos quanto no âmbito da divisão do espaço urbano, tem que ser adotado em todas as esferas de planejamento público e tomada de decisão.
  • 29. A T É A P R Ó X I M A A U L A !
  • 30. C a s o p r e c i s e m e n t r a r e m c o n t a t o : ( 7 3 ) 9 8 1 3 9 - 7 9 9 7 e n g . a l l i c i a a l v e s @ g m a i l . c o m P R A T I Q U E M E M C A S A ! B a i x a r o s l i v r o s d a d i s c i p l i n a .