PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
Aula 07-10-2021 - Slides.pptx
1. HEGEMONIA E CONFLITO EM UM
MUNDO GLOBALIZADO EM TEMPOS
DE PANDEMIA
GEOGRAFIA POLÍTICA
2. Hegemonia
Conceito mais
ou menos
concordantes
entre os
teóricos
Hegemonia = consenso
É o resultado da luta ideológica de classes
Bakhtin: hegemonia se dá quando se mantém apagada a
ideologia dominada
É a supremacia de um povo sobre os outros povos. O Estado que
detêm a hegemonia possui influência em diversas áreas,
especialmente em termos econômicos, culturais, poder militar.
A hegemonia também pode ser em termos políticos
3. Primeira
linha de
pensamento
acerca da
Hegemonia
Alguns autores têm procurado salientar o contraste
entre o pensamento de Gramsci e o de Lenin,
associando Gramsci com a ideia de uma hegemonia do
proletariado e Lenin com a ditadura do proletariado.
Refere-se ao proletariado russo tanto como classe
dominante (implica em ditadura) como classe dirigente
(implica liderar com o consentimento das classes
aliadas).
Gramsci tomou uma ideia que era corrente no círculo
da Terceira Internacional: os trabalhadores exerceriam
a hegemonia sobre as classes aliadas e ditadura sobre
as classes inimigas
4. Primeira
linha de
pensamento
acerca da
Hegemonia
A originalidade de Gramsci reside em
dar uma torção na sua primeira linha de
observação: ele começa aplicando à
burguesia, os aparatos ou mecanismos
de hegemonia da classe dominante
Assim, a percepção de hegemonia levou
Gramsci a ampliar sua definição de
Estado (sociedade política x sociedade
civil)
5. Segunda
linha de
pensamento
acerca da
Hegemonia
• Maquiavel: havia escrito à respeito do
problema de se fundar um novo Estado e
esteve preocupado com a busca de uma
liderança e as bases sociais de apoio para
unificar a Itália
• Gramsci, por seu turno, estava
preocupado com a liderança e as bases de
apoio para um alternativa ao fascismo e
preocupado em como engajar o partido
revolucionário no desenvolvimento de um
diálogo contínuo com sua própria base de
apoio
• Na extensão de que o aspecto consensual
de poder está em primeiro plano, impera
a hegemonia
6. Segundo
Bobbio
• A potência hegemônica exerce sobre
as demais uma preeminência não só
militar, como também
frequentemente econômica e cultural,
inspirando-lhes e condicionando-lhes
as opções, tanto por força do seu
prestígio como em virtude do seu
elevado potencial de intimidação e
coerção; chega mesmo a ponto de
constituir um modelo para as
comunidades sob a sua Hegemonia”
7. Quatro
períodos da
hegemonia
(Cox)
• 1845-1875: A Grã-Bretanha era a potência
hegemônica
• As doutrinas econômicas consistentes com a
supremacia britânica mas universais na forma –
vantagens comparativas, o comércio livre e o
padrão-ouro – espalharam gradualmente para
fora de si mesma
• A Grã-Bretanha sustentou a balança de poder
na Europa, impedindo desse modo todo o
desafio a sua hegemonia vinda dos países
continentais
• Este país governou os mares e teve a
capacidade de exigir dos países periféricos
obediência para as regras do mercado
8. Quatro
períodos da
hegemonia
(Cox)
• 1875-1945:Sem a presença de uma potência
hegemônica
• Outros países desafiaram a supremacia britânica
• A balança do poder na Europa tornou-se volátil,
conduzindo às duas guerras mundiais
• Este país governou os mares e teve a
capacidade de exigir dos países periféricos
obediência para as regras do mercado
• O comércio livre foi substituído pelo
protecionismo
• Trata-se, pois, de algumas características de um
período que não se configura a presença de
uma potência hegemônica
9. Quatro
períodos da
hegemonia
(Cox)
• 1945-1965: Os EUA eram a potência
hegemônica
• Criaram as Instituições de Bretton Woods
(regem a política econômica mundial)
• Supremacia do dólar
• Estabeleceram as regras da ordem mundial
pós segunda guerra
• Comércio: “open door”
• País líder das democracias liberais
10. Quatro
períodos da
hegemonia
(Cox)
• 1965 ao presente: Contestação da potência
hegemônica
• Ascensão de novos concorrentes
econômicos: Alemanha e Japão
• Movimentos de contra-hegemonia: Terceiro
Mundo (defesa de uma Nova Ordem
Mundial)
• Alargamento do gerenciamento político da
Comissão Trilateral (América do Norte,
Europa e Japão)
11. A luta pela
hegemonia
• O fenômeno político, econômico e militar mais
importante, anterior à emergência do Coronavírus e
que, após o fim da Pandemia, permanecerá, é a
disposição dos Estados Unidos em manter sua
hegemonia mundial, seu poder de Império, face à
ascensão e competição chinesa
• A hegemonia em nível mundial é a capacidade de
elaborar, divulgar e fazer aceitar pela maioria dos
Estados uma visão do mundo em que o país
hegemônico é o centro; de organizar a produção, o
comércio e as finanças mundiais de forma a captar
para a sede do Império uma parcela maior do Produto
Mundial; a capacidade de impor a “agenda” da política
internacional; a força para punir as “Províncias” do
Império que se recusem ou se desviem das normas
informais de seu funcionamento
12. A estratégia dos EUA
de contenção do
crescimento
econômico e político
da China tem como
objetivos:
eliminar o déficit comercial dos EUA
impedir a transferência, por empresas americanas
e europeias, de tecnologia avançada
promover o retorno da produção industrial e de
seus empregos para os Estados Unidos
expandir o orçamento e a presença militar na Ásia
alinhar os países europeus com os Estados Unidos
contra a China
13. EUA X CHINA
• O mais forte embate e competição entre
China e Estados Unidos é sobre quem
liderará a próxima geração de tecnologias
• Os executivos do Silicon Valles inicialmente
minimizaram o desafio chinês em tecnologia
argumentando que controles rígidos na
política e na educação na China iriam
impedir inovações radicais
14. A China executa
uma estratégia
de política
externa com as
seguintes
características e
objetivos:
• manter relações de não-confrontação em geral e, acima de
tudo, evitar a confrontação militar com os Estados Unidos
• assegurar fontes diversificadas de matérias primas para a
economia chinesa
• abrir mercados para as exportações e para os investimentos
chineses
• não interferir em assuntos internos políticos ou econômicos
dos países
• não impor condicionalidades políticas ou econômicas para a
cooperação econômica nem fazer críticas sobre a situação de
direitos humanos ou sobre o regime político de terceiros
países
• fortalecer seus laços com os países vizinhos
15. Condições
para
exercício
de uma
hegemonia
Assim como existe ideologia e utopia, existe também
hegemonia contra-hegemonia.
Três condições para exercício de uma hegemonia:
Sociedade com alto grau de socialização da política
(fim do Estado coercitivo)
Não se pode ser dominante antes que se detenha o
consenso na sociedade
Implica a permanente possibilidade de lutas internas
à ideia hegemônica e externas (contra-hegemônicas).
16. Para um
Estado
tornar-se
hegemônico
• Teria que construir e proteger uma ordem
mundial que seria universal na sua própria
concepção, isto é, não seria uma ordem em
que um Estado exploraria diretamente os
outros, mas uma na qual a maioria dos
outros Estados (ou pelo menos aqueles que
estão dentro do alcance hegemônico)
achariam compatíveis com os seus
interesses
• Tal ordem dificilmente seria concebida em
termos apenas estatais, provavelmente isso
traria para primeiro plano as oposições entre
os interesses dos Estados
17. CONFLITOS NA
NOVA ORDEM
MUNDIAL
Na última década do século XX, o
encerramento da Guerra Fria resultou na
diminuição do número de conflitos entre
Estados
Essa tendência de declínio das guerras
tradicionais, ou seja, do enfrentamento armado
entre Estados soberanos, prossegue na
primeira década do século XXI
Entretanto, o número de conflitos no interior
dos Estados, chamados guerras civis, aumentou
GANHA novas formas e passou a atingir vítimas
diferentes
18. OS CONFLITOS INVENTADOS
Ao longo do séc. XX, diversas rebeliões e guerras civis que se
alastraram por países da África e da Ásia surgiram de conflito
étnicos, incentivados por potências estrangeiras, a fim de facilitar o
acesso aos recursos naturais dessas regiões
Apesar de não ser uma regra, é possível associar o aparecimento
de conflitos violentos a países pobres dotados de recursos naturais
de alto valor comercial
19. OS
CONFLITOS
INVENTADOS
Em geral, os conflitos surgem da fragilidade dos Estados,
incapazes de resolver e conter tensões entre os grupos
Entre as razões motivadores desses conflitos, destacam-
se:
Disputa pelo poder
Reivindicação ou disputa por territórios
Insegurança econômica e pobreza
Desigualdades sociais: verticais e horizontais
20. OS
CONFLITOS
INVENTADOS
Guerras civis geram perdas de vidas,
mutilação e sofrimento generalizado
Além disso, esses conflitos resultam em
graves problemas econômicos, pois causam a
desorganização da infraestrutura dos país
atingido, a desintegração dos serviços de
saúde e educação e a destruição de parte de
seus recursos naturais
21.
22.
23. CONFLITOS
ARMADOS
Segundo a ONU, existem atualmente 30 regiões do mundo
com a presença de conflitos armados
A maior parte destes conflitos envolve disputas por território
e inclui, dentre as motivações, diferenças étnicas, religiosas e
o controle de recursos naturais
Para além dos conflitos em andamento, existem ainda zonas
de grande tensão geopolítica, como é o caso da Coreia do
Norte e do Irã
Outros casos incluem a presença de movimentos separatistas
de intensidade variável, mas que criam instabilidades políticas
e econômicas regionais, como os casos do Quebec (Canadá),
País Basco e Catalunha (Espanha) e Irlanda do Norte
24.
25. EUA X China:
os rumos do
conflito entre
duas
potências
• Em janeiro de 2020 - acordo para cessar a
guerra comercial
• Com a pandemia (Covid-19) como um fator
determinante aumenta o atrito entre os EUA
26. EUA X China: os
rumos do
conflito entre
duas potências
• Para Thales Castro, o que ocorre agora
é, na verdade, uma “guerra quente”
• “As animosidades entre Washington e
Pequim serão cada vez mais visíveis,
com questões de biotecnologia, guerra
comercial e também de rivalidade em
relação à América Latina e África. A
pandemia afetou de maneira crítica
essa janela de oportunidade para o
acirramento da rivalidade e
desconfiança entre ambos os países. A
perspectiva é de que os dois países
entraram numa rota perigosa de
descrença um no outro”
27.
28. Encruzilhada
brasileira
• Para Thales Castro:
• “A China é o nosso principal parceiro comercial,
tem investimentos estratégicos em mineração,
telecomunicações, agronegócio, porém, ao
mesmo tempo, o Brasil tem um alinhamento
político ideológico com os EUA muito sério. É
uma questão dilemática que vai exigir cada vez
mais do Itamaraty, em termos de postura,
inserção, visão estratégica comercial, para que
nenhum dos dois polos fique prejudicado”
• A diplomacia, inclusive, tem sido um ponto
dissonante da economia, na relação entre Brasil
e China