3. MARCO INICIAL
Publicação de Obras Poéticas, de Cláudio
Manuel da Costa (1768);
Fundação da Arcádia Ultramarina em Vila Rica
(atual Ouro Preto, MG).
MARCO FINAL
Publicação de Suspiros Poéticos e Saudades
(1836), de Domingos José Gonçalves de
Magalhães.
ARCADISMO NO BRASIL
4. » Mundo
Revolução Gloriosa (Inglaterra, 1688);
Revolução Industrial (Inglaterra, 1760);
Independência dos EUA (1776);
Revolução Francesa (1789);
Progressivo descrédito das monarquias
absolutas;
decadência da aristocracia feudal;
crescimento do poder da burguesia.
» Brasil
Inconfidência Mineira (1789).
CONTEXTO HISTÓRICO
5. Iluminismo:
O uso da razão como meio para satisfazer as
necessidades do homem. Os movimentos pela
independência do Brasil, como a Inconfidência
Mineira, por exemplo, inspiraram-nas nas ideias
iluministas.
Laicismo:
Estado e igreja devem ser independentes.
As funções do Estado, como a política, a
economia e a educação, exercidas por leigos.
FILOSOFIA
6. Liberalismo:
Ideologia política que defende os sistemas
representativos, os direitos civis e a igualdade de
oportunidades para os cidadãos.
Empirismo:
Corrente filosófica que atribui à experiência
sensível a origem de todo conhecimento
humano.
FILOSOFIA
7. LEMAS
Aurea Mediocritas
“Vida medíocre”, mas de realizações espirituais.
Inutilia truncat
“Cortar o inútil", referência aos exageros do barroco. Simplicidade.
Fugere urbem
“Fugir da cidade", do escritor romano clássico Horácio.
Locus amoenus
“Lugar ameno", um refúgio em detrimento aos centros urbanos da corte.
Fugere Tempus
“O Tempo foge”, a fugacidade do tempo.
Carpe diem
“Aproveitar a vida", o pastor convida sua amada a aproveitar o momento
presente, pois sabe da fugacidade do tempo.
8. CONTEXTO HISTÓRICO
Minas Gerais - centro econômico e político;
O ouro, em Minas Gerais, forma vilas ao redor;
Vila Rica (Ouro Preto), espaço cultural desde o
Barroco (Aleijadinho);
A corrida pelo ouro se intensifica;
ARCADISMO NO BRASIL
9. CONTEXTO HISTÓRICO
Influências das arcádias portuguesas;
Conflitos com o Império (Inconfidência Mineira);
O ciclo da mineração;
A expulsão dos jesuítas do Brasil - (1759);
ARCADISMO NO BRASIL
10. Expressão artística da burguesia;
idealização da vida natural, em oposição à vida
urbana;
humildade, em oposição aos gastos
exorbitantes da nobreza;
racionalismo, em oposição à fé;
linguagem simples e direta, em oposição à
rebuscada do Barroco.
CARACTERÍSTICAS
11. Os temas: realidade social vivida pela classe
que a produzia e a consumia, a burguesia do
século XVIII;
Arte ligada ao Iluminismo.
Oposição ao absolutismo despótico e ao poder
(barroco) da Igreja;
Afirmação da racionalidade.
Razão = Verdade = Simplicidade e clareza;
Culto da simplicidade;
CARACTERÍSTICAS
12. Imitação dos clássicos gregos.
Virgílio e Teócrito, clássicos pastoris;
Ambientação campestre.
A ordem e o equilíbrio da natureza dá um
caráter de paraíso perdido;
CARACTERÍSTICAS
13. Bucolismo: adequação do homem à
harmonia e serenidade da natureza;
Pastoralismo: celebração da vida pastoril,
cuidado, segurança.
CARACTERÍSTICAS
14. CARACTERÍSTICAS
QUANTO À FORMA QUANTO AO CONTEÚDO
Vocabulário simples Pastoralismo
Frases em ordem direta Bucolismo
Ausência quase total de
figuras de linguagem
Elementos da cultura
greco-latina (deuses
pagãos)
Manutenção do verso
decassílabo, do soneto e de
outras formas clássicas
Convencionalismo amoroso
(pseudônimos)
Idealização amorosa
15. Soneto
Destes penhascos fez a natureza
O berço, em que nasci: oh quem cuidara
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!
Amor, que vence os Tigres, por empresa
Tomou logo render-me; ele declara
Contra o meu coração guerra tão rara,
Que não me foi bastante a fortaleza.
Por mais que eu mesmo conhecesse o dano,
A que dava ocasião minha brandura,
Nunca pude fugir ao cego engano:
Vós, que ostentais a condição mais dura,
Temei, penhas, temei; que Amor tirano,
Onde há mais resistência, mais se apura.
(Cláudio Manuel da Costa)
16. Cláudio Manuel da Costa
Pseudônimo: Glauceste Satúrnio
• Nasceu nas proximidades da Vila do Ribeirão do Carmo,hoje cidade
de Mariana (MG), em 1729 e faleceu em 1789, em Vila Rica, onde se
encontrava preso por sua participação na Inconfidência Mineira;
• Escreveu poesia lírica (Obras Poéticas, 1768, com a qual inicia o
Arcadismo no Brasil) e épica (Vila Rica, 1837);
• Sofreu influência do Barroco, mas abraçou a causa árcade, ainda que
em suas poesias os aspectos ligados à natureza fujam ao padrão
europeu;
• Liderou grupo de poetas árcades brasileiros;
• Seus sonetos apresentavam notável afinidade com a lírica de
Camões.
Obras:
Obras Poéticas (1768) – Marco inicial do Arcadismo – poesia lírica (éclogas e sonetos);
Vila Rica (por volta de 1773) – poema épico falando sobre a história da cidade de Vila
Rica.
17. Tomás Antônio Gonzaga
Pseudônimo: Dirceu
- Nascido no Porto, em Portugal, de pai brasileiro, estudou na Bahia e formou-se em
Coimbra;
- Em 1782 era designado Ouvidor de Vila Rica;
- Envolvido no processo da Inconfidência, é preso em 1789 e, em, 1792, condenado ao
degredo em Moçambique, onde logo se casa com a rica herdeira Juliana
Mascarenhas;
- Na África, recupera a fortuna e a influência perdidas, e morre, provavelmente em 1810;
- Apaixonado pela jovem Maria Joaquina Dorotéia de Seixas, Gonzaga dedicou-lhe
Marília de Dirceu, em que se retrata como Dirceu e à amada como Marília;
- Autor de Cartas Chilenas, conjunto de poemas anônimos que satirizavam o
governador Luís da Cunha Menezes, seu desafeto;
- Na luta pela independência, Tomás Antônio Gonzaga é a "primeira cabeça da
inconfidência" segundo Joaquim Silvério, delator da Inconfidência Mineira);
18.
19. Marília de Dirceu (lírica)
1ª parte:
- poemas escritos na época anterior à prisão de Gonzaga.
-predominam as composições convencionais: o pastor Dirceu celebra a
beleza de Marília.
-em algumas liras, as convenções mal disfarçam a confissão amorosa: a
ansiedade de um apaixonado por uma adolescente;
- a necessidade de mostrar que não é um qualquer e que merece sua
amada;
- os projetos de uma sossegada vida futura, rodeado de filhos e bem
cuidado por suas mulher etc.
2ª parte:
- escrita na prisão da ilha das Cobras;
- a solidão de Dirceu, saudoso de Marília;
- ausência do equilíbrio neoclássico;
- tom confessional;
- pessimismo.
20. Marília de Dirceu (lírica)
3ª parte:
- possivelmente escrita depois da prisão;
- fala de traições, desenganos, amores, que inclusive não são mais
- dedicados somente a Marília, que já não aparece com tanta frequência;
- parece evidenciar uma tentativa de superação por parte de Dirceu;
- alguns críticos contestam a autenticidade dessa última parte.
21.
22. Cartas Chilenas (satírica)
- versos decassílabos brancos, que circularam em Vila Rica poucos anos
antes da Inconfidência Mineira, em 1789;
- tom mordaz, agressivo, jocoso, pleno de alusões e máscaras;
- satiriza a mediocridade administrativa, os desmandos dos
componentes do governo, o governador de Minas e a Independência
do Brasil;
- treze cartas, assinadas por Critilo (Tomás Antônio Gonzaga) e
endereçadas a Doroteu (Cláudio Manuel da Costa), residente em Madri;
- Critilo é um habitante de Santiago do Chile (na verdade Vila Rica), narra
os desmandos despóticos e narcisistas do governador chileno Fanfarrão
Minésio (na realidade, Luís da Cunha Menezes, governador de Minas até
a Inconfidência Mineira).
23. José Basílio da Gama
(São José do Rio das Mortes [Tiradentes/MG], 1741)
- luso-brasileiro do Brasil Colônia, filho de pai português e mãe brasileira;
- ficou órfão e foi para o Rio de Janeiro;
- entrou em 1757 para a Companhia de Jesus;
- dois anos depois, a ordem foi expulsa do Brasil e o poeta foi para Portugal e
depois
para Roma, onde foi admitido na Arcádia Romana;
- de volta a Lisboa, por suspeita de jansenismo, foi condenando ao degredo em
Angola; salvou-o um epitalâmio (cântico nupicial) que dedicou à filha do marquês
de Pombal, que o indultou e protegeu;
- falecer, em 31 de julho de 1795, tendo sido sepultado na Igreja da Boa Hora.
24.
25. O Uraguai (1769) - Épico
Tema: a guerra movida por Portugal aos índios de Sete Povos das Missões (Rio
Grande do Sul).
• Descreve o conflito entre ordenamento racional da Europa e o primitivismo
do índio.
• Um marco na literatura brasileira representando uma quebra com o modelo
clássico do poema épico.
• O Uraguai é composto por apenas cinco cantos (ao invés dos dez cantos de
Os Lusíadas).
• Possui 1377 versos brancos (sem rima) e nenhuma estrofação.
• Narra um episódio histórico muito recente ( à época).
26. Referências
CEREJA, William Roberto & MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português
– Linguagens. 4.ed. rev. e. ampl. São Paulo: Atual, 2004.
FERREIRA, Marina. Português: literatura, redação, gramática. São Paulo:
Atual, 2004. (Ensino Médio Atual – Volume único).
PROENÇA FILHO, Domício . Estilos de época na literatura. 13 ed. São
Paulo: Ática,1992.