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Eu Caio, com C mesmo vou contar uma historia um pouco louca, na verdade é
cheia de terror, se é que você leitor, também tem medo de gato preto, resumindo
acredito em superstições, já imaginou uma mula sem cabeça chegar para você e
dizer:
 Oi quer dar um passeio?
A já ia esquecendo mulas sem cabeça, não tem cabeça então como iriam falar?
Você quer saber a verdade, tudo começou quando meu irmão mais velho toda noite,
aquelas noites bem frias e escuras, lia uma lenda, ou um livro de terror depois disso
peguei trauma, tentei varias vezes fazer essas historinhas saírem da minha cabeça.
 Sai historia da minha cabeça agora, vou contar até 10...
Às vezes eu contava até 100, e sabe o que mais me deixava nervoso, o fato de meu
irmão nem sequer ligava para isso, não tinha um pingo de medo. Um dia me cobri
com uma coberta e tentei o assustar, talvez ele tivesse medo de fantasmas, mas o
que realmente aconteceu foi bem diferente, eu levei um grande soco no olho, e é
claro, a culpa não caiu sobre ele, veio em cheia para mim.
Eu gosto do dia, do sol, da praia, do claro, dos pássaros, e dos rios, mas a noite, o dia
me da um toco e me deixa sozinho em minha cama, olhando para o escuro e vendo
alguns lobisomens comer meu guarda-roupa, que bom, antes eles do que eu. Tenho
sérios problemas mentais disso acho que todos já sabem, mas o que vocês não sabem
é que sou muito responsável, prova disso: Fui convidado para cuidar somente uma
noite da casa do meu tio que iria viajar para uma cidade perto da nossa, e no outro
dia já estaria de volta, fiquei tão empolgado, nunca pensei que meu tio iria colocar
meu irmão de escanteio e me escolher para ficar em sua casa. Mas não fiquem
sorridentes não, porque nem eu estou, era para ele ter ido e não eu. Sabe por quê?
Por que aquela noite foi a mais perturbadora de minha vida, todos os monstros da
MARVEL vieram a mim, as bruxas dos contos de fadas, os bichos horrendos das lendas
urbanas, a Barbie, a Cinderela (tenho medo delas). Não sei por quê. Meus pesadelos
se tornaram realidade, meus sonhos em nuvens negras em cima de minha cabeça.
Olha filosofei agora. Mas vamos continuar não posso perder o terror em minhas
palavras. A noite chegou e minha mãe não queria me deixar ir dormir na casa de
meu tio, mas eu insisti, e ela acabou deixando, afinal já tenho 14 anos... É isso mesmo,
às vezes tenho vergonha de dizer minha idade, mas de qualquer forma não sou
nenhum retardado mental. Ela me levou até a casa do meu tio, onde eu iria passar a
noite, depois de me mandar tomar cuidado, como se eu fosse um bebezinho pude
em fim, sair do carro. Quando eu olhei aquela casa tão calma e sombria, quase tive
um infarto, mas relaxei, era minha primeira vez tomando conta de uma casa, talvez
por isso eu estivesse tremendo, Mas pensei “A casa é só minha não tem ninguém a
não ser eu, talvez eu possa até colocar um globo no centro da sala, comprar um
monte de bebidas e guloseimas e me divertir com meus amigos, posso brincar de
Pula-Pula em cima da cama, posso também fazer algo para comer, tocar bateria do
meu tio que esta meio acabada, é legal, dava até para formar uma banda de rock,
vai que a fama me viesse da noite para o dia, afinal eu poderia fazer mil e uma
loucuras na casa”. Mas uma voz atrás de mim me interrompeu era minha mãe me
dizendo que na casa, não tinha energia, era a velas. Levei um choque mental, tentei
gritar, mas ela já estava longe, eu olhei mais uma vez para casa agora pensando:
“Acho que eu vou me divertir”. Entrei na casa, como se estivesse tudo bem, a porta
rangeu Estrondosamente, do soalho ouvia alguns estalinhos, disfarcei o medo e
continuei andando até o quarto onde iria ficar. Meu Deus parecia à sala de um
exorcista. Quando me vi na escuridão total corri para a cozinha trombando em
algumas coisas, abri todas as gavetas e só achei duas velas e ainda um pouco
acabadas, mas era melhor que ficar no escuro de uma casa sem luz, como não
observei que não tinha luz das outras vezes que havia estado ali, Há é claro eu só ia
cedo, acendi a vela no fogão e caminhei para a sala, no decorrer me aconteceu uma
coisa muitíssima estranha, eu pisei em algo mole e ao mesmo tempo duro, eu tive
certeza que era um monstro, porque no mesmo tempo, ouvi uns rugidos ferozes e um
som, tipo uma trombada em algo que estava no chão. Tentei mais uma vez manter
a calma, com certeza aquela coisa deixou a casa sem dar maiores satisfações, me
deitei no sofá, duro igual uma pedra, e tentei me aconchegar, sem chances, então
apenas me sentei, coloquei a vela em cima de uma mesinha, quando me vi sem
nada para fazer, comecei cantar uma musica para ver se o tempo passava mais
rápido.
“O relógio bate-bate, Faz TIC TAC, E o tempo voa, Igual minha canoa”.
Eu costumava cantar isso com Cinco anos de idade, mas talvez isso me acalmasse,
então resolvi cantar uma mais legal, quando minha voz foi interrompida por um
barulho na cozinha, eram as panelas, pensei em ir até lá, mas o medo me impedia e
sempre nos filmes de terror as vitimas corajosa, ia até o local perguntando: “Tem
alguém ai?” e de repente aparecia um monstro tinhoso e o devorava, eu que não ia
me aventurar em uma batalha contra o monstro da cozinha assombrada, comecei a
querer chorar, mas talvez isso chamasse a atenção da coisa que eu tanto temia,
resolvi me movimentar ficar parado ali esperando a morte não ia dar certo, peguei a
vela e andei pela casa fechando todas as janelas e portas, peguei todos os cobertores
e me escondi no aconchego de panos que no momento nem di a mínima estava tão
tremulo, meus olhos apurados, procurava no escuro a razão daqueles sons tão
estranhos, minhas mãos geladas se prendiam uma a outra, eu estava rezando, nunca
tinha feito isso, mas naquele momento foi à única coisa que me veio à cabeça, e
então Orei:
“Deus, eu sempre fui um menino bom, nunca maltratei os animais, só uma
joaninha, mas ela mereceu, ajudo os velhinhos a atravessar a rua, não sou
mal educado, e eu ainda devo viver muito, só tenho 14 anos, ainda quero
saber o que o vizinho do lado faz para ter tanto dinheiro, e o que tem no
final do quarteirão, não deixe que essa fera indomável de 10 cabeças e oito
chifres me mate, por favor. Amem.
Depois de minha reza um tanto intima me senti mais relaxado, estava quase
dormindo quando ouvi algo fazendo um grande barulho na parede, parecia ser
garras tentando perfurar a madeira, meu sangue ferveu, meu coração começou a
bater mais forte, eu não tinha coragem de olhar para a vidraça da janela, vai que eu
me deparasse com um ogro carnívoro, ou uma sombra com olhos vermelhos, meus
pensamentos não conseguia absorver tudo o que estava acontecendo, nada podia
acabar com meu medo, ao tentar fechar os olhos parecia que eles ficavam mais
abertos, percebi que a coisa estava mais enfurecida e causava sons ainda mais
assustadores, percebi que algo tinha passado pela porta da sala, foi isso e eu não
resistir de medo e desmaiar, afinal não sou de ferro e o monstro que estava naquela
casa queria me achar, mas como sou muito esperto sai ileso, quando meu tio chegou
cedo, menti dizendo que a noite foi ótima, ele me deu uma gorjeta, e vazei embora
daquele lugar apavorante, nunca mais quero esse tipo de serviço. Naquele mesmo
dia o tio de Caio percebeu que seu gato tinha levado uma pisada no rabo, e havia
ficado de fora na noite passada pelas marcas na parede, ele sorriu e disse:
 Será mesmo que a noite dele foi ótima?
Fim

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  • 2. Eu Caio, com C mesmo vou contar uma historia um pouco louca, na verdade é cheia de terror, se é que você leitor, também tem medo de gato preto, resumindo acredito em superstições, já imaginou uma mula sem cabeça chegar para você e dizer:  Oi quer dar um passeio? A já ia esquecendo mulas sem cabeça, não tem cabeça então como iriam falar? Você quer saber a verdade, tudo começou quando meu irmão mais velho toda noite, aquelas noites bem frias e escuras, lia uma lenda, ou um livro de terror depois disso peguei trauma, tentei varias vezes fazer essas historinhas saírem da minha cabeça.  Sai historia da minha cabeça agora, vou contar até 10... Às vezes eu contava até 100, e sabe o que mais me deixava nervoso, o fato de meu irmão nem sequer ligava para isso, não tinha um pingo de medo. Um dia me cobri com uma coberta e tentei o assustar, talvez ele tivesse medo de fantasmas, mas o que realmente aconteceu foi bem diferente, eu levei um grande soco no olho, e é claro, a culpa não caiu sobre ele, veio em cheia para mim. Eu gosto do dia, do sol, da praia, do claro, dos pássaros, e dos rios, mas a noite, o dia me da um toco e me deixa sozinho em minha cama, olhando para o escuro e vendo alguns lobisomens comer meu guarda-roupa, que bom, antes eles do que eu. Tenho sérios problemas mentais disso acho que todos já sabem, mas o que vocês não sabem é que sou muito responsável, prova disso: Fui convidado para cuidar somente uma noite da casa do meu tio que iria viajar para uma cidade perto da nossa, e no outro dia já estaria de volta, fiquei tão empolgado, nunca pensei que meu tio iria colocar meu irmão de escanteio e me escolher para ficar em sua casa. Mas não fiquem sorridentes não, porque nem eu estou, era para ele ter ido e não eu. Sabe por quê? Por que aquela noite foi a mais perturbadora de minha vida, todos os monstros da MARVEL vieram a mim, as bruxas dos contos de fadas, os bichos horrendos das lendas urbanas, a Barbie, a Cinderela (tenho medo delas). Não sei por quê. Meus pesadelos se tornaram realidade, meus sonhos em nuvens negras em cima de minha cabeça. Olha filosofei agora. Mas vamos continuar não posso perder o terror em minhas palavras. A noite chegou e minha mãe não queria me deixar ir dormir na casa de meu tio, mas eu insisti, e ela acabou deixando, afinal já tenho 14 anos... É isso mesmo, às vezes tenho vergonha de dizer minha idade, mas de qualquer forma não sou nenhum retardado mental. Ela me levou até a casa do meu tio, onde eu iria passar a noite, depois de me mandar tomar cuidado, como se eu fosse um bebezinho pude em fim, sair do carro. Quando eu olhei aquela casa tão calma e sombria, quase tive um infarto, mas relaxei, era minha primeira vez tomando conta de uma casa, talvez por isso eu estivesse tremendo, Mas pensei “A casa é só minha não tem ninguém a não ser eu, talvez eu possa até colocar um globo no centro da sala, comprar um monte de bebidas e guloseimas e me divertir com meus amigos, posso brincar de Pula-Pula em cima da cama, posso também fazer algo para comer, tocar bateria do meu tio que esta meio acabada, é legal, dava até para formar uma banda de rock, vai que a fama me viesse da noite para o dia, afinal eu poderia fazer mil e uma loucuras na casa”. Mas uma voz atrás de mim me interrompeu era minha mãe me dizendo que na casa, não tinha energia, era a velas. Levei um choque mental, tentei gritar, mas ela já estava longe, eu olhei mais uma vez para casa agora pensando: “Acho que eu vou me divertir”. Entrei na casa, como se estivesse tudo bem, a porta rangeu Estrondosamente, do soalho ouvia alguns estalinhos, disfarcei o medo e continuei andando até o quarto onde iria ficar. Meu Deus parecia à sala de um exorcista. Quando me vi na escuridão total corri para a cozinha trombando em algumas coisas, abri todas as gavetas e só achei duas velas e ainda um pouco
  • 3. acabadas, mas era melhor que ficar no escuro de uma casa sem luz, como não observei que não tinha luz das outras vezes que havia estado ali, Há é claro eu só ia cedo, acendi a vela no fogão e caminhei para a sala, no decorrer me aconteceu uma coisa muitíssima estranha, eu pisei em algo mole e ao mesmo tempo duro, eu tive certeza que era um monstro, porque no mesmo tempo, ouvi uns rugidos ferozes e um som, tipo uma trombada em algo que estava no chão. Tentei mais uma vez manter a calma, com certeza aquela coisa deixou a casa sem dar maiores satisfações, me deitei no sofá, duro igual uma pedra, e tentei me aconchegar, sem chances, então apenas me sentei, coloquei a vela em cima de uma mesinha, quando me vi sem nada para fazer, comecei cantar uma musica para ver se o tempo passava mais rápido. “O relógio bate-bate, Faz TIC TAC, E o tempo voa, Igual minha canoa”. Eu costumava cantar isso com Cinco anos de idade, mas talvez isso me acalmasse, então resolvi cantar uma mais legal, quando minha voz foi interrompida por um barulho na cozinha, eram as panelas, pensei em ir até lá, mas o medo me impedia e sempre nos filmes de terror as vitimas corajosa, ia até o local perguntando: “Tem alguém ai?” e de repente aparecia um monstro tinhoso e o devorava, eu que não ia me aventurar em uma batalha contra o monstro da cozinha assombrada, comecei a querer chorar, mas talvez isso chamasse a atenção da coisa que eu tanto temia, resolvi me movimentar ficar parado ali esperando a morte não ia dar certo, peguei a vela e andei pela casa fechando todas as janelas e portas, peguei todos os cobertores e me escondi no aconchego de panos que no momento nem di a mínima estava tão tremulo, meus olhos apurados, procurava no escuro a razão daqueles sons tão estranhos, minhas mãos geladas se prendiam uma a outra, eu estava rezando, nunca tinha feito isso, mas naquele momento foi à única coisa que me veio à cabeça, e então Orei: “Deus, eu sempre fui um menino bom, nunca maltratei os animais, só uma joaninha, mas ela mereceu, ajudo os velhinhos a atravessar a rua, não sou mal educado, e eu ainda devo viver muito, só tenho 14 anos, ainda quero saber o que o vizinho do lado faz para ter tanto dinheiro, e o que tem no final do quarteirão, não deixe que essa fera indomável de 10 cabeças e oito chifres me mate, por favor. Amem. Depois de minha reza um tanto intima me senti mais relaxado, estava quase dormindo quando ouvi algo fazendo um grande barulho na parede, parecia ser garras tentando perfurar a madeira, meu sangue ferveu, meu coração começou a bater mais forte, eu não tinha coragem de olhar para a vidraça da janela, vai que eu me deparasse com um ogro carnívoro, ou uma sombra com olhos vermelhos, meus pensamentos não conseguia absorver tudo o que estava acontecendo, nada podia acabar com meu medo, ao tentar fechar os olhos parecia que eles ficavam mais abertos, percebi que a coisa estava mais enfurecida e causava sons ainda mais assustadores, percebi que algo tinha passado pela porta da sala, foi isso e eu não resistir de medo e desmaiar, afinal não sou de ferro e o monstro que estava naquela casa queria me achar, mas como sou muito esperto sai ileso, quando meu tio chegou cedo, menti dizendo que a noite foi ótima, ele me deu uma gorjeta, e vazei embora daquele lugar apavorante, nunca mais quero esse tipo de serviço. Naquele mesmo dia o tio de Caio percebeu que seu gato tinha levado uma pisada no rabo, e havia ficado de fora na noite passada pelas marcas na parede, ele sorriu e disse:  Será mesmo que a noite dele foi ótima? Fim