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América Central 
A América Central (também Centroamérica em espanhol) é a região 
do mundo limitada ao norte pela Península de Iucatã, no México e ao 
sul pela Colômbia, limitando a Oeste com o Oceano Pacífico e a Leste 
com o mar das Caraíbas (Oceano Atlântico). Na América do Norte, 
considera-se geralmente a América como um único continente, no 
entanto, esta região está assente numa placa tectónica individual - a 
Placa Caribeana - e pode portanto considerar-se um continente. 
Alguns geógrafos incluem o México inteiro nessa região. Existem 
montanhas ao longo de toda a região, sendo que as situadas ao sul 
são uma continuação dos Andes; a mais alta é a do monte Tajumulco 
na Guatemala com 4.220m de altitude. A maioria é vulcânica, pois a 
região fica numa junção entre uma placa de crosta e uma perigosa 
zona de terremotos. Os dois grandes lagos da Nicarágua interrompem 
a cadeia. O clima é tropical, embora acima de 760m a temperatura 
seja mais amena e haja o cultivo do café. Cria-se gado, 
especialmente em Honduras. Nos outros lugares a cinza vulcânica 
fertilizou a terra possibilitando a lavoura de bananas, cana-de-açúcar, 
milho e frutas. As montanhas do Pacífico descem íngremes em 
direção à costa, enquanto na direção do norte e do leste, na 
península de Yucatan e nas planícies costeiras, descem suavemente 
em direção ao mar. No leste a chuva é pesada; os rios trazem 
grandes quantidades de limo e há uma floresta densa atrás dos 
mangues das praias. A região possui grandes depósitos de petróleo e 
gás, assim como de prata e ouro. 
Foi povoada por diversos grupos aborígenes quando os primeiros 
europeus fizeram contato, no começo do século XVI, e sua 
colonização foi produto da expansão das colônias caribenhas de 
Hispaniola e Cuba. De 1535 a 1810 a América Central, com exceção
do Panamá, fez parte do vice-reinado da Nova Espanha e ficou sob 
jurisdição do vice-rei na Cidade do México. 
Com a independência dos países da América Central da Espanha, em 
1821, a maior parte da área foi anexada até 1822 ao império 
mexicano de Augustín de Iturbide. De 1823 a 1838 tentou uma 
confederação política, a União das Províncias da América Central 
(Costa Rica, Guatemala, Honduras, Nicarágua e El Salvador), mas 
esta foi derrubada pela rivalidade entre grupos liberais e 
conservadores e por ciúmes regionais. Em 1839 a unidade política foi 
extinta. Caudilhos militares dominaram no restante do século XIX. O 
aventureiro americano William Walker invadiu a Nicarágua (1855- 
1857). Os britânicos ocuparam San Juan del Norte Greytown (1848) e 
as ilhas da baía de Honduras, a fim de conseguir o controle da costa 
de Mosquito e bloquear os planos americanos de construir um canal 
interoceânico, enquanto exerceram pressão diplomática para 
assegurar ao uso do canal em toda a região. Em 1951, formou-se a 
Organização dos Estados da América Central, para ajudar as resolver 
os problemas em comum. A Comissão Econômica para a América 
Latina, órgão das Nações Unidas, encorajou a cooperação em 
assuntos de produção, tarifas e comércio entre os países membros da 
Associação Latino-Americana de Livre Comércio (que passou a se 
chamar em 1980 Associação para Integração Latino-Americana) e o 
Mercado Comum Centro-Americano. 
História 
Povoamento 
Na América Central, especialmente na Guatemala, Belize, além do sul 
do México e norte da península de Yucatan (já na América do Norte), 
floresceu uma das mais notáveis civilizações indígenas: a civilização 
maia, cujo adiantamento no campo das ciências e das artes. bem 
como no âmbito da organização política, social e religiosa, é 
universalmente reconhecido. A história dos quíchuas, que falavam um 
dialeto maia, foi preservada no Popol Vuh, obra escrita por um nativo 
pouco depois da conquista espanhola, e a dos maias e chorotegas, 
que habitavam a região localizada junto à fronteira entre Honduras e 
Guatemala, pode ser reconstituída a partir de documentos 
arqueológicos gravados em pedras. Além desses, outros povos que 
tiveram civilizações avançadas foram os toltecas e os cackiquelos.
Pirâmide de Tikal na Guatemala. 
Exploração 
O litoral atlântico da América Central começou a ser explorado após a 
quarta viagem de Cristóvão Colombo (1502), que dele tomou posse 
em nome da coroa espanhola. Vasco Núñez de Balboa descobriu o 
Pacífico a 25 de setembro de 1513. Gaspar de Espinosa, Juan de 
Castañeda, Fernando Ponce e Gil González Dávila prosseguiram no 
reconhecimento do litoral. A conquista da região foi, porém, empresa 
de Hernán Cortés, Pedro de Alvarado, Pedro Arias de Ávila 
(Pedrarias), Cristóvão de Olid, Francisco de Montejo, Álvaro de 
Cáceres, Fernando Sánchez de Badajoz, Francisco Hernandes de 
Córdoba, Diego de Nicuesa e Juan Vázques de Coronado. A vitória 
final foi alcançada em 1526 por Alvarado, onde aprosionou dois
monarcas indígenas, tirando-lhes a resistência. A conquista espiritual, 
completando a façanha militar, foi obra de frei Bartolomeu de las 
Casas e outros religiosos. 
Colonização 
Santiago de los Caballeros de Guatemala, fundado a 25 de julho de 
1524 por Alvarado, foi o primeiro núcleo urbano da região. A cidade 
de San Salvador é de 1525. Durante o período colonial, toda a 
América Central estava incluída na Capitania Geral da Guatemala, 
que por sua vez integrava o vice-reinado do México, denominado 
Nova Espanha. Em consequência da expansão colonial surgiram na 
região diversos núcleos demográficos, como Honduras, León, 
Granada, San Gil de Buena Vista, Gracias a Díos, Panamá, Nova 
Valladolid, Cartago, Ciudad Real e Tegucigalpa. A rivalidade entre os 
conquistadores resultou em sangrentos conflitos, enquanto corsários 
e piratas intranquilizavam constantemente a capitania. Os ingleses 
estabeleceram-se na costa atlântica, com feitorias, para a exploração 
de pau-campeche, constituindo a colônia de Belize, apesar dos 
esforços feitos pelos espanhois para recuperar a região. 
A consciência autonomista começou a formar-se na segunda metade 
do século XVIII, mas somente se concretizou politicamente na 
terceira metade do século XIX, com a constituição das Províncias 
Unidas da América Central. 
Independência 
Sob a influência e os movimentos independentistas do resto da 
América continental sem luta nem guerra em 1821, a América 
Central, declarou sua independência da Espanha, que entrou em 
vigor em 15 de setembro desse ano. A data é ainda considerada 
como um dia de independência por todas as nações da América 
Central, exceto para Panamá que comemora em 28 de novembro sua 
independência da Espanha. Capitão geral espanhol, Gabino Gainza, 
atuou como líder interino até que um novo governo foi formado. A 
independência foi de curta duração, desde que foi anexado ao 
Primeiro Império Mexicano de Augustín de Iturbide em 5 de janeiro 
De 1822. Os liberais centro-americanos se opuseram a esta 
abordagem, mas um exército mexicano sob o comando do general 
Vicente Filisola ocupou a Cidade da Guatemala e acalmou a situação. 
Quando o México tornou-se uma república no ano seguinte, deu lugar 
à América Central determinar seu próprio destino. Em 1 de julho de 
1823, o Congresso da América Central declarou a independência
absoluta da Espanha, do México, e de qualquer outra nação 
estrangeira e um sistema de governo republicano foi estabelecido. 
A América Central, defendeu a criação dos direitos humanos e dos 
seus cidadãos, abolida de maneira total e permanente a escravidão, 
fato histórico, não pode ser devidamente reconhecido em todo o 
continente. 
Época Republicana 
Bandeira das Províncias Unidas da América Central 
Historicamente, a região era formada por Guatemala Honduras 
Salvador Nicarágua e Costa Rica por causa de sua história em 
conjunto e ter feito parte das Províncias Unidas da América Central. 
Assim, a América Central seria composta por cinco estados hispânicos 
(Guatemala, Honduras, Costa Rica, El Salvador e Nicarágua), que 
fazia parte da capitania geral da Guatemala e as Províncias Unidas da 
América Central. Vale ressaltar que o estado mexicano de Chiapas, 
que era o território da Guatemala, ao ter antigamente o intervalo da 
ex-Audiência Real, a América Central se uniu ao Primeiro Império 
Mexicano de Iturbide em 1823, ao separar-se Guatemala daquele 
último, Chiapas que finalmente através de um referendo, se 
incorporou ao México. Guatemala cedeu unicamente a região de 
Soconusco. 
Dos países mais jovens, Panamá e Belize, não dividem a história 
comum da América Central, já que o Panamá fez parte da Colômbia e 
Belize por sua parte, foi uma colônia do Reino Unido. 
Outra noção, associada à América Central é a das Províncias Unidas 
da América Central, e sob este conceito se define uma realidade 
histórica, que se determinou a partir da formação e extinção do 
antigo vice-reino da Nova Espanha e as Províncias Unidas da América 
Central (que incluía o antigo estado de Los Altos), pelo que com este 
fim se conhece a Guatemala, Honduras, El Salvador, Nicarágua e 
Costa Rica.
A exclusão do Panamá no mencionado projeto centro-americano se 
deve a filiação histórica do território do istmo panamenho ao 
continente sul-americano mediante a estrutura administrativa 
colonial, primeiro do vice-reino do Peru, logo do vice-reino da Nova 
Granada e posteriormente graças à assimilação de seu território à 
Colômbia desde 1821 até sua separação em 1903. 
O Panamá não fez parte dos projetos integracionistas da América 
Central até sua incorporação voluntária ao Parlamento Centro- 
Americano em 1992. 
Atualmente, a República Dominicana também faz parte desta região 
desde um ponto de vista político e econômico, já que é membro do 
Sistema de Integração Centro-Americana, um órgão encarregado de 
facilitar a integração da região, do Parlamento Centro-Americano e do 
Tratado de Livre Comércio entre Estados Unidos, América Central e 
República Dominicana. 
Política 
Símbolo da SICA 
A América Central está atravessando um processo da transformação 
política, econômica e cultural que começou em 1907 com a criação do 
Tribunal de Justiça Centro-Americano. Em 1951 o processo de 
integração continuou com a assinatura do Tratado de San Salvador 
que criou a ODECA, a Organização dos Estados Centro-Americanos. 
Infelizmente, a ODECA não foi completamente próspera devido a 
conflitos internos entre vários estados da região. 
Foi até 1991 que a agenda de integração foi concluída com a criação 
do SICA, Sistema da Integração Centro-Americana. A SICA forneceu 
uma base legal clara para evitar discrepâncias entre os estados
membros. O grupo de membros da SICA inclui as sete nações da 
América Central mais a República Dominicana, um estado que é a 
parte do Caribe. 
No dia 6 de dezembro de 2008 a SICA anunciou um acordo com para 
estabelecer uma moeda comum e o passaporte comum dos países-membros. 
Nenhuma linha do tempo da implementação foi discutida. 
América Central já tem várias instituições supernacionais como o 
Parlamento Centro-Americano, o Banco Centro-Americano da 
Integração Econômica e o Mercado Comum Centro-Americano. 
Política Externa 
Até há pouco, todos os países centro-americanos mantiveram 
relações diplomáticas com a República da China (ou Taiwan) em vez 
da República Popular da China. O presidente Óscar Arias de Costa 
Rica, contudo, estabeleceu relações diplomáticas com a República 
Popular da China em 2007, separando laços diplomáticos formais com 
a República da China (ou Taiwan). 
Países 
Na sua definição mais comum, a América Central é composta pelos 
seguintes sete países (por ordem alfabética): 
Países 
Área 
(km²) 
População 
(Est. 2004) 
Densidade 
populacional 
(por km²) 
Capital 
Belize 22,965 294,385 13 Belmopan 
Costa Rica 51,100 4,133,884 81 San José 
El Salvador 21,041 6,948,073 330 San Salvador 
Guatemala 108,890 12,728,111 117 Cd. da Guatemala 
Honduras 112,492 7,483,763 67 Tegucigalpa 
Nicarágua 120,254 5,675,356 44 Manágua 
Panamá1 75,517 3,242,173 41 Cd. de Panamá 
Total 523,780 40,545,745 77 
1Em algumas definições pode ser considerado como um país dividido 
entre a América Central (ou do Norte) e a América do Sul.
Essa definição também é denominada de América Central Ístmica, já 
que tais países são os que fazem parte do istmo que une as Américas 
Norte e Sul. 
A América Central tem uma área de aproximadamente 540.000 km², 
e a sua dimensão entre o Oceano Pacífico e o Mar do Caribe varia de 
50 quilômetros a 560 quilômetros (aproximadamente). 
Por vezes e erradamente, a região do Caribe, situada no mar das 
Caraíbas ou das Antilhas, compreendendo 13 países independentes e 
diversos territórios dependentes dos Estados Unidos, França, Países 
Baixos e Reino Unido, também é incluído na América Central. São 
eles: 
· Antígua e Barbuda 
· Bahamas 
· Barbados 
· Cuba 
· Dominica 
· República Dominicana 
· Granada 
· Haiti 
· Jamaica 
· Santa Lúcia 
· São Cristóvão e Nevis 
· São Vicente e Granadinas 
· Trinidad e Tobago 
Dependências 
· Estados Unidos 
o Ilha Navassa 
o Porto Rico 
o Ilhas Virgens dos Estados Unidos 
· França 
o São Bartolomeu 
o São Martinho (Saint-Martin) 
· Países Baixos 
o Antilhas Neerlandesas (por vezes considerada como 
território parcialmente dividido entre a América do Sul e a 
Central ou do Norte) 
o Aruba (por vezes considerada como território da América 
do Sul) 
· Reino Unido 
o Anguila 
o Ilhas Caimão 
o Monserrate
o Ilhas Turcas e Caicos 
o Ilhas Virgens Britânicas 
Outras classificações podem ainda incluir a Ilha de Clipperton 
(França). 
Outros territórios 
Territórios ultramarinos ou insulares que fazem parte dos seus 
respectivos países não constituindo, portanto, dependências: 
· Colômbia 
o Arquipélago de Santo André, Providência e Santa Catarina 
· França 
o Guadalupe 
o Martinica 
· Venezuela 
o Ilha das Aves 
Outras classificações podem ainda incluir a Guiana Francesa, 
culturalmente associada com as Caraíbas, e portanto com a América 
Central. 
Geografia 
Im 
agem de satélite da América Central
Geologia e Relevo 
A região possui basicamente dois grandes sistemas de montanhas. Ao 
norte, o relevo é mais complexo, em conseqüência da ação erosiva, 
tendo o embasamento cristalino, que o constitui, sofrido também a 
influência de dobramentos posteriores, de que resultaram as cadeias 
de montanhas de Honduras e da Guatemala, os elevados planaltos de 
Chiapas e a plataforma de Yucatán. Ao sul, o arco montanhoso é mais 
pronunciado, apresentando-se o embasamento cristalino com 
enrugamentos mesozóicos e cenozóicos, mais abruptos a leste, no 
Panamá, o que constitui traço característico do relevo centro-amencano. 
A vertente ocidental, com suas cadeias dobradas e antigos maciços 
cristalinos, cujas altitudes variam de 2.000 a 3.500m, possui forma 
tabular, tanto nos altos como nos baixos planaltos, onde as erupções 
vulcànicas são frequentes desde o norte da Guatemala ao sul da 
Costa Rica. Uma série de elevações recentes, que encobrem as 
estruturas antigas, constitui uma linha continua, separada do oceano 
Pacífico por uma faixa de terra fértil, de origem vulcânica, e cortada 
por numerosos rios, com seus vales em gargantas e leitos estreitos. A 
costa atlântica caracteriza-se pelas baixadas litorâneas, onde existem 
diversas lagunas. 
Mapa físico da América Central
Solos 
Os solos das planícies úmidas do lado atlântico e o litoral panamenho 
do Pacífico possuem uma fertilidade superficial. As melhores terras 
agrícolas de toda a região são as áreas vulcânicas de El Salvador, 
Nicarágua e Guatemala, bem como as regiões de florestas dos 
planaltos da Costa Rica. 
Clima 
As características climáticas da região são condicionadas pelas 
diferenças de altitudes, que vão desde o nível do mar até 4.110m, no 
monte Tajumulco. A América Central apresenta quase todas as 
modalidades de clima tropical, com temperaturas elevadas e 
pluviosidade abundante no verão. Nas áreas mais elevadas, a 
temperatura média anual aproxima-se de 10°C. Já nas regiões de 
altitude intermediária (1.000 a 1.800 m), as médias térmicas oscilam 
entre 18 e 23°C, com precipitação pluviométrica mais intensa. Nas 
áreas situadas entre 600 e 1.000m, o clima é de transição, entre o 
tropical e o subtropical. E nas terras baixas, a menos de 600m, a 
temperatura média varia entre 23 e 26°C, sendo as chuvas 
abundantes na vertente oriental e mais escassas na costa do Pacifico. 
Hidrografia 
Lago Nicarágua, o maior da América Central
A maior parte dos rios da região segue a dlreção oeste-leste, 
desaguando no mar das Antilhas; os mais extensos são o Motagua, 
Ulúa, Aguán, Patuca, Coco, Grande de Matagalpa, Escondido e San 
Juan. Dos que desembocam no Pacífico, destaca-se apenas o rio 
Lempa. O quadro hidrográfico da região é completado por uma série 
de lagos, como o Nicarágua, o Manágua e o de Izabal. 
Vegetação 
O Pinus oocarpa é a árvore-símbolo de Honduras. 
Nas áreas montanhosas mais elevadas, além de uma vegetação 
herbácea gigante, dominam ciprestes, juníperos e pinheiros 
(araucária). A floresta subtropical, muito rica em formações arbóreas, 
onde predominam as lianas, bromeliáceas e orquideas, é tipica das 
terras situadas a altitudes médias (1.000 a 1.800m). Nas regiões de 
transição entre a floresta tropical e a subtropical crescem associações 
vegetais dos dois tipos, enquanto nos planaltos áridos da Guatemala, 
Honduras e El Salvador a cobertura 110ristica compõe-se 
principalmente de arbustos raquíticos, plantas xerófitas e cactos. 
Finalmente, nas áreas localizadas abaixo de 600m surgem as
formações tropicais, ricas em palmáceas (especialmente a Attalea 
cohune), além do caucho (Castilloa elastica) e do acaju (Swietenia 
mahogany). 
Fauna 
O cariacu é o animal-símbolo de Honduras. 
As reservas faunisticas da região refletem uma situação transicional 
entre as faunas sul-americana (neotropical) e norte-americana (neo-ártica), 
sendo, porém, mais neotropical do que neo-ártica no que diz 
respeito aos vertebrados (exceto os répteis). As formas de transição 
entre os anfíbios envolvem numerosas famílias, muitas das quais se 
estendem para norte e sul da América Central. Ds répteis apresentam 
uma distribuição complexa, que inclui espécies e gêneros do norte e 
do sul e alguns endêmicos. Quanto à fauna ornitológica, é 
representada por grupos neo-árticos e neotropicais. No que se refere 
aos mamíferos encontram-se na América Central espécies comuns a 
todo o continente americano.
Demografia 
A população da América Central cresce rapidamente, apresentando 
uma taxa anual superior a 3,5%. Em 1970 e 1975, o índice de 
crescimento demográfico da região foi da ordem de 3,2%, devido à 
contínua queda das taxas de mortalidade e à manutenção dos 
elevados índices de natalidade. 
A população centro-americana concentra-se principalmente nos vales 
e escarpas montanhosas que margeiam o Pacífico. Particularmente 
elevada é a densidade demográfica ao longo da cadeia de vulcões 
ativos e extintos que se estende através da porção central de El 
Salvador, nos planaltos da Guatemala, na planície em tornou de 
Manágua (Nicarágua), na Meseta Central (Costa Rica), próxima à 
Zona do Canal e em áreas de Honduras. 
Grupos Étnicos 
A composição racial da região é variada. A maioria dos habitantes da 
Guatemala, Honduras, Nicarágua, El Salvador e Panamá é constituída 
de mestiços (mistura de índio com branco), sendo reduzido o 
contingente branco. Os negros e mulatos representam uma 
porcentagem da extensa e pouco habitada planície costeira atlântica 
de Honduras e Nicarágua - a chamada costa do Mosquito - e de 
Belize. O único país da América Central de população quase 
exclusivamente branca é a Costa Rica, onde os negros e mulatos 
representam tão somente 2% do total. 
Línguas 
Além do espanhol, idioma oficial de todos os países, exceto Belize 
(inglês), numerosos dialetos são falados na América Central. As duas 
famílias indígenas dominantes são: a macropenutiana, que abrange 
as línguas de origem maia, como o mame, chol, lacadon, itza, 
jacalteco, chuj, aguacateco, ixil, quiche, pokoman (na Guatemala), 
cholti e chorti (Guatemala e Honduras), achi e poton (em El Salvador) 
e o utoasteca, que inclui o pipil, alaguilac, micarao, bagas e sigua; e 
o macrochibcha (ocidental e oriental). 
Religiões 
A grande maioria da população filia-se ao catolicismo, herdado do 
colonizador espanhol, embora existam ainda grupos esparsos que 
conservam crenças do doutor nativo jheve tchenco nativas.
Indicadores de desenvolvimento, pobreza e qualidade de vida 
Pais 
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(2004 
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(2004) 
Belize N/D 17.5 0.778 
(M) 71.7 N/D 159 130 114 319 686 2.9 
Costa 
Rica 49.8 4.4 0.846 
(H) 90.5 6.624 193 254 321 254 187 
6 1.5 
El 
Salva 
dor 
52.4 15.1 0.735 
(M) 77.2 6.164 64 93 141 350 732 0.9 
Guat 
emala 55.1 22.5 0.689 
(M) 76.7 5.321 108 79 99 358 532 1.0 
Hondu 
ras 53.8 16.5 0.700 
(M) 75.4 5.250 14 36 69 178 730 1.1 
Nicará 
gua 43.1 17.9 0.710 
(M) 73.4 5.663 38 27 43 217 525 0.7 
Pana 
má 56.1 8.0 0.812 
(H) 83.1 6.361 102 64 136 418 180 
7 1.8 
· Nota (1): (H) Elevado desenvolvimento humano; (M) Desenvolvimento humano médio 
· Nota (2): A cor laranja indica o pais com o melhor índice e a cor amarela denota o pais 
com o indicador mais baixo ou impacto ambiental maior 
· Nota (3): Frota automotiva corresponde a anos diferentes reportados por cada pais 
(1999-2004), segundo o UNdata. 
Bibliografia: 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_Central
http://indoafundo.com

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América Central - História e Geografia

  • 1. América Central A América Central (também Centroamérica em espanhol) é a região do mundo limitada ao norte pela Península de Iucatã, no México e ao sul pela Colômbia, limitando a Oeste com o Oceano Pacífico e a Leste com o mar das Caraíbas (Oceano Atlântico). Na América do Norte, considera-se geralmente a América como um único continente, no entanto, esta região está assente numa placa tectónica individual - a Placa Caribeana - e pode portanto considerar-se um continente. Alguns geógrafos incluem o México inteiro nessa região. Existem montanhas ao longo de toda a região, sendo que as situadas ao sul são uma continuação dos Andes; a mais alta é a do monte Tajumulco na Guatemala com 4.220m de altitude. A maioria é vulcânica, pois a região fica numa junção entre uma placa de crosta e uma perigosa zona de terremotos. Os dois grandes lagos da Nicarágua interrompem a cadeia. O clima é tropical, embora acima de 760m a temperatura seja mais amena e haja o cultivo do café. Cria-se gado, especialmente em Honduras. Nos outros lugares a cinza vulcânica fertilizou a terra possibilitando a lavoura de bananas, cana-de-açúcar, milho e frutas. As montanhas do Pacífico descem íngremes em direção à costa, enquanto na direção do norte e do leste, na península de Yucatan e nas planícies costeiras, descem suavemente em direção ao mar. No leste a chuva é pesada; os rios trazem grandes quantidades de limo e há uma floresta densa atrás dos mangues das praias. A região possui grandes depósitos de petróleo e gás, assim como de prata e ouro. Foi povoada por diversos grupos aborígenes quando os primeiros europeus fizeram contato, no começo do século XVI, e sua colonização foi produto da expansão das colônias caribenhas de Hispaniola e Cuba. De 1535 a 1810 a América Central, com exceção
  • 2. do Panamá, fez parte do vice-reinado da Nova Espanha e ficou sob jurisdição do vice-rei na Cidade do México. Com a independência dos países da América Central da Espanha, em 1821, a maior parte da área foi anexada até 1822 ao império mexicano de Augustín de Iturbide. De 1823 a 1838 tentou uma confederação política, a União das Províncias da América Central (Costa Rica, Guatemala, Honduras, Nicarágua e El Salvador), mas esta foi derrubada pela rivalidade entre grupos liberais e conservadores e por ciúmes regionais. Em 1839 a unidade política foi extinta. Caudilhos militares dominaram no restante do século XIX. O aventureiro americano William Walker invadiu a Nicarágua (1855- 1857). Os britânicos ocuparam San Juan del Norte Greytown (1848) e as ilhas da baía de Honduras, a fim de conseguir o controle da costa de Mosquito e bloquear os planos americanos de construir um canal interoceânico, enquanto exerceram pressão diplomática para assegurar ao uso do canal em toda a região. Em 1951, formou-se a Organização dos Estados da América Central, para ajudar as resolver os problemas em comum. A Comissão Econômica para a América Latina, órgão das Nações Unidas, encorajou a cooperação em assuntos de produção, tarifas e comércio entre os países membros da Associação Latino-Americana de Livre Comércio (que passou a se chamar em 1980 Associação para Integração Latino-Americana) e o Mercado Comum Centro-Americano. História Povoamento Na América Central, especialmente na Guatemala, Belize, além do sul do México e norte da península de Yucatan (já na América do Norte), floresceu uma das mais notáveis civilizações indígenas: a civilização maia, cujo adiantamento no campo das ciências e das artes. bem como no âmbito da organização política, social e religiosa, é universalmente reconhecido. A história dos quíchuas, que falavam um dialeto maia, foi preservada no Popol Vuh, obra escrita por um nativo pouco depois da conquista espanhola, e a dos maias e chorotegas, que habitavam a região localizada junto à fronteira entre Honduras e Guatemala, pode ser reconstituída a partir de documentos arqueológicos gravados em pedras. Além desses, outros povos que tiveram civilizações avançadas foram os toltecas e os cackiquelos.
  • 3. Pirâmide de Tikal na Guatemala. Exploração O litoral atlântico da América Central começou a ser explorado após a quarta viagem de Cristóvão Colombo (1502), que dele tomou posse em nome da coroa espanhola. Vasco Núñez de Balboa descobriu o Pacífico a 25 de setembro de 1513. Gaspar de Espinosa, Juan de Castañeda, Fernando Ponce e Gil González Dávila prosseguiram no reconhecimento do litoral. A conquista da região foi, porém, empresa de Hernán Cortés, Pedro de Alvarado, Pedro Arias de Ávila (Pedrarias), Cristóvão de Olid, Francisco de Montejo, Álvaro de Cáceres, Fernando Sánchez de Badajoz, Francisco Hernandes de Córdoba, Diego de Nicuesa e Juan Vázques de Coronado. A vitória final foi alcançada em 1526 por Alvarado, onde aprosionou dois
  • 4. monarcas indígenas, tirando-lhes a resistência. A conquista espiritual, completando a façanha militar, foi obra de frei Bartolomeu de las Casas e outros religiosos. Colonização Santiago de los Caballeros de Guatemala, fundado a 25 de julho de 1524 por Alvarado, foi o primeiro núcleo urbano da região. A cidade de San Salvador é de 1525. Durante o período colonial, toda a América Central estava incluída na Capitania Geral da Guatemala, que por sua vez integrava o vice-reinado do México, denominado Nova Espanha. Em consequência da expansão colonial surgiram na região diversos núcleos demográficos, como Honduras, León, Granada, San Gil de Buena Vista, Gracias a Díos, Panamá, Nova Valladolid, Cartago, Ciudad Real e Tegucigalpa. A rivalidade entre os conquistadores resultou em sangrentos conflitos, enquanto corsários e piratas intranquilizavam constantemente a capitania. Os ingleses estabeleceram-se na costa atlântica, com feitorias, para a exploração de pau-campeche, constituindo a colônia de Belize, apesar dos esforços feitos pelos espanhois para recuperar a região. A consciência autonomista começou a formar-se na segunda metade do século XVIII, mas somente se concretizou politicamente na terceira metade do século XIX, com a constituição das Províncias Unidas da América Central. Independência Sob a influência e os movimentos independentistas do resto da América continental sem luta nem guerra em 1821, a América Central, declarou sua independência da Espanha, que entrou em vigor em 15 de setembro desse ano. A data é ainda considerada como um dia de independência por todas as nações da América Central, exceto para Panamá que comemora em 28 de novembro sua independência da Espanha. Capitão geral espanhol, Gabino Gainza, atuou como líder interino até que um novo governo foi formado. A independência foi de curta duração, desde que foi anexado ao Primeiro Império Mexicano de Augustín de Iturbide em 5 de janeiro De 1822. Os liberais centro-americanos se opuseram a esta abordagem, mas um exército mexicano sob o comando do general Vicente Filisola ocupou a Cidade da Guatemala e acalmou a situação. Quando o México tornou-se uma república no ano seguinte, deu lugar à América Central determinar seu próprio destino. Em 1 de julho de 1823, o Congresso da América Central declarou a independência
  • 5. absoluta da Espanha, do México, e de qualquer outra nação estrangeira e um sistema de governo republicano foi estabelecido. A América Central, defendeu a criação dos direitos humanos e dos seus cidadãos, abolida de maneira total e permanente a escravidão, fato histórico, não pode ser devidamente reconhecido em todo o continente. Época Republicana Bandeira das Províncias Unidas da América Central Historicamente, a região era formada por Guatemala Honduras Salvador Nicarágua e Costa Rica por causa de sua história em conjunto e ter feito parte das Províncias Unidas da América Central. Assim, a América Central seria composta por cinco estados hispânicos (Guatemala, Honduras, Costa Rica, El Salvador e Nicarágua), que fazia parte da capitania geral da Guatemala e as Províncias Unidas da América Central. Vale ressaltar que o estado mexicano de Chiapas, que era o território da Guatemala, ao ter antigamente o intervalo da ex-Audiência Real, a América Central se uniu ao Primeiro Império Mexicano de Iturbide em 1823, ao separar-se Guatemala daquele último, Chiapas que finalmente através de um referendo, se incorporou ao México. Guatemala cedeu unicamente a região de Soconusco. Dos países mais jovens, Panamá e Belize, não dividem a história comum da América Central, já que o Panamá fez parte da Colômbia e Belize por sua parte, foi uma colônia do Reino Unido. Outra noção, associada à América Central é a das Províncias Unidas da América Central, e sob este conceito se define uma realidade histórica, que se determinou a partir da formação e extinção do antigo vice-reino da Nova Espanha e as Províncias Unidas da América Central (que incluía o antigo estado de Los Altos), pelo que com este fim se conhece a Guatemala, Honduras, El Salvador, Nicarágua e Costa Rica.
  • 6. A exclusão do Panamá no mencionado projeto centro-americano se deve a filiação histórica do território do istmo panamenho ao continente sul-americano mediante a estrutura administrativa colonial, primeiro do vice-reino do Peru, logo do vice-reino da Nova Granada e posteriormente graças à assimilação de seu território à Colômbia desde 1821 até sua separação em 1903. O Panamá não fez parte dos projetos integracionistas da América Central até sua incorporação voluntária ao Parlamento Centro- Americano em 1992. Atualmente, a República Dominicana também faz parte desta região desde um ponto de vista político e econômico, já que é membro do Sistema de Integração Centro-Americana, um órgão encarregado de facilitar a integração da região, do Parlamento Centro-Americano e do Tratado de Livre Comércio entre Estados Unidos, América Central e República Dominicana. Política Símbolo da SICA A América Central está atravessando um processo da transformação política, econômica e cultural que começou em 1907 com a criação do Tribunal de Justiça Centro-Americano. Em 1951 o processo de integração continuou com a assinatura do Tratado de San Salvador que criou a ODECA, a Organização dos Estados Centro-Americanos. Infelizmente, a ODECA não foi completamente próspera devido a conflitos internos entre vários estados da região. Foi até 1991 que a agenda de integração foi concluída com a criação do SICA, Sistema da Integração Centro-Americana. A SICA forneceu uma base legal clara para evitar discrepâncias entre os estados
  • 7. membros. O grupo de membros da SICA inclui as sete nações da América Central mais a República Dominicana, um estado que é a parte do Caribe. No dia 6 de dezembro de 2008 a SICA anunciou um acordo com para estabelecer uma moeda comum e o passaporte comum dos países-membros. Nenhuma linha do tempo da implementação foi discutida. América Central já tem várias instituições supernacionais como o Parlamento Centro-Americano, o Banco Centro-Americano da Integração Econômica e o Mercado Comum Centro-Americano. Política Externa Até há pouco, todos os países centro-americanos mantiveram relações diplomáticas com a República da China (ou Taiwan) em vez da República Popular da China. O presidente Óscar Arias de Costa Rica, contudo, estabeleceu relações diplomáticas com a República Popular da China em 2007, separando laços diplomáticos formais com a República da China (ou Taiwan). Países Na sua definição mais comum, a América Central é composta pelos seguintes sete países (por ordem alfabética): Países Área (km²) População (Est. 2004) Densidade populacional (por km²) Capital Belize 22,965 294,385 13 Belmopan Costa Rica 51,100 4,133,884 81 San José El Salvador 21,041 6,948,073 330 San Salvador Guatemala 108,890 12,728,111 117 Cd. da Guatemala Honduras 112,492 7,483,763 67 Tegucigalpa Nicarágua 120,254 5,675,356 44 Manágua Panamá1 75,517 3,242,173 41 Cd. de Panamá Total 523,780 40,545,745 77 1Em algumas definições pode ser considerado como um país dividido entre a América Central (ou do Norte) e a América do Sul.
  • 8. Essa definição também é denominada de América Central Ístmica, já que tais países são os que fazem parte do istmo que une as Américas Norte e Sul. A América Central tem uma área de aproximadamente 540.000 km², e a sua dimensão entre o Oceano Pacífico e o Mar do Caribe varia de 50 quilômetros a 560 quilômetros (aproximadamente). Por vezes e erradamente, a região do Caribe, situada no mar das Caraíbas ou das Antilhas, compreendendo 13 países independentes e diversos territórios dependentes dos Estados Unidos, França, Países Baixos e Reino Unido, também é incluído na América Central. São eles: · Antígua e Barbuda · Bahamas · Barbados · Cuba · Dominica · República Dominicana · Granada · Haiti · Jamaica · Santa Lúcia · São Cristóvão e Nevis · São Vicente e Granadinas · Trinidad e Tobago Dependências · Estados Unidos o Ilha Navassa o Porto Rico o Ilhas Virgens dos Estados Unidos · França o São Bartolomeu o São Martinho (Saint-Martin) · Países Baixos o Antilhas Neerlandesas (por vezes considerada como território parcialmente dividido entre a América do Sul e a Central ou do Norte) o Aruba (por vezes considerada como território da América do Sul) · Reino Unido o Anguila o Ilhas Caimão o Monserrate
  • 9. o Ilhas Turcas e Caicos o Ilhas Virgens Britânicas Outras classificações podem ainda incluir a Ilha de Clipperton (França). Outros territórios Territórios ultramarinos ou insulares que fazem parte dos seus respectivos países não constituindo, portanto, dependências: · Colômbia o Arquipélago de Santo André, Providência e Santa Catarina · França o Guadalupe o Martinica · Venezuela o Ilha das Aves Outras classificações podem ainda incluir a Guiana Francesa, culturalmente associada com as Caraíbas, e portanto com a América Central. Geografia Im agem de satélite da América Central
  • 10. Geologia e Relevo A região possui basicamente dois grandes sistemas de montanhas. Ao norte, o relevo é mais complexo, em conseqüência da ação erosiva, tendo o embasamento cristalino, que o constitui, sofrido também a influência de dobramentos posteriores, de que resultaram as cadeias de montanhas de Honduras e da Guatemala, os elevados planaltos de Chiapas e a plataforma de Yucatán. Ao sul, o arco montanhoso é mais pronunciado, apresentando-se o embasamento cristalino com enrugamentos mesozóicos e cenozóicos, mais abruptos a leste, no Panamá, o que constitui traço característico do relevo centro-amencano. A vertente ocidental, com suas cadeias dobradas e antigos maciços cristalinos, cujas altitudes variam de 2.000 a 3.500m, possui forma tabular, tanto nos altos como nos baixos planaltos, onde as erupções vulcànicas são frequentes desde o norte da Guatemala ao sul da Costa Rica. Uma série de elevações recentes, que encobrem as estruturas antigas, constitui uma linha continua, separada do oceano Pacífico por uma faixa de terra fértil, de origem vulcânica, e cortada por numerosos rios, com seus vales em gargantas e leitos estreitos. A costa atlântica caracteriza-se pelas baixadas litorâneas, onde existem diversas lagunas. Mapa físico da América Central
  • 11. Solos Os solos das planícies úmidas do lado atlântico e o litoral panamenho do Pacífico possuem uma fertilidade superficial. As melhores terras agrícolas de toda a região são as áreas vulcânicas de El Salvador, Nicarágua e Guatemala, bem como as regiões de florestas dos planaltos da Costa Rica. Clima As características climáticas da região são condicionadas pelas diferenças de altitudes, que vão desde o nível do mar até 4.110m, no monte Tajumulco. A América Central apresenta quase todas as modalidades de clima tropical, com temperaturas elevadas e pluviosidade abundante no verão. Nas áreas mais elevadas, a temperatura média anual aproxima-se de 10°C. Já nas regiões de altitude intermediária (1.000 a 1.800 m), as médias térmicas oscilam entre 18 e 23°C, com precipitação pluviométrica mais intensa. Nas áreas situadas entre 600 e 1.000m, o clima é de transição, entre o tropical e o subtropical. E nas terras baixas, a menos de 600m, a temperatura média varia entre 23 e 26°C, sendo as chuvas abundantes na vertente oriental e mais escassas na costa do Pacifico. Hidrografia Lago Nicarágua, o maior da América Central
  • 12. A maior parte dos rios da região segue a dlreção oeste-leste, desaguando no mar das Antilhas; os mais extensos são o Motagua, Ulúa, Aguán, Patuca, Coco, Grande de Matagalpa, Escondido e San Juan. Dos que desembocam no Pacífico, destaca-se apenas o rio Lempa. O quadro hidrográfico da região é completado por uma série de lagos, como o Nicarágua, o Manágua e o de Izabal. Vegetação O Pinus oocarpa é a árvore-símbolo de Honduras. Nas áreas montanhosas mais elevadas, além de uma vegetação herbácea gigante, dominam ciprestes, juníperos e pinheiros (araucária). A floresta subtropical, muito rica em formações arbóreas, onde predominam as lianas, bromeliáceas e orquideas, é tipica das terras situadas a altitudes médias (1.000 a 1.800m). Nas regiões de transição entre a floresta tropical e a subtropical crescem associações vegetais dos dois tipos, enquanto nos planaltos áridos da Guatemala, Honduras e El Salvador a cobertura 110ristica compõe-se principalmente de arbustos raquíticos, plantas xerófitas e cactos. Finalmente, nas áreas localizadas abaixo de 600m surgem as
  • 13. formações tropicais, ricas em palmáceas (especialmente a Attalea cohune), além do caucho (Castilloa elastica) e do acaju (Swietenia mahogany). Fauna O cariacu é o animal-símbolo de Honduras. As reservas faunisticas da região refletem uma situação transicional entre as faunas sul-americana (neotropical) e norte-americana (neo-ártica), sendo, porém, mais neotropical do que neo-ártica no que diz respeito aos vertebrados (exceto os répteis). As formas de transição entre os anfíbios envolvem numerosas famílias, muitas das quais se estendem para norte e sul da América Central. Ds répteis apresentam uma distribuição complexa, que inclui espécies e gêneros do norte e do sul e alguns endêmicos. Quanto à fauna ornitológica, é representada por grupos neo-árticos e neotropicais. No que se refere aos mamíferos encontram-se na América Central espécies comuns a todo o continente americano.
  • 14. Demografia A população da América Central cresce rapidamente, apresentando uma taxa anual superior a 3,5%. Em 1970 e 1975, o índice de crescimento demográfico da região foi da ordem de 3,2%, devido à contínua queda das taxas de mortalidade e à manutenção dos elevados índices de natalidade. A população centro-americana concentra-se principalmente nos vales e escarpas montanhosas que margeiam o Pacífico. Particularmente elevada é a densidade demográfica ao longo da cadeia de vulcões ativos e extintos que se estende através da porção central de El Salvador, nos planaltos da Guatemala, na planície em tornou de Manágua (Nicarágua), na Meseta Central (Costa Rica), próxima à Zona do Canal e em áreas de Honduras. Grupos Étnicos A composição racial da região é variada. A maioria dos habitantes da Guatemala, Honduras, Nicarágua, El Salvador e Panamá é constituída de mestiços (mistura de índio com branco), sendo reduzido o contingente branco. Os negros e mulatos representam uma porcentagem da extensa e pouco habitada planície costeira atlântica de Honduras e Nicarágua - a chamada costa do Mosquito - e de Belize. O único país da América Central de população quase exclusivamente branca é a Costa Rica, onde os negros e mulatos representam tão somente 2% do total. Línguas Além do espanhol, idioma oficial de todos os países, exceto Belize (inglês), numerosos dialetos são falados na América Central. As duas famílias indígenas dominantes são: a macropenutiana, que abrange as línguas de origem maia, como o mame, chol, lacadon, itza, jacalteco, chuj, aguacateco, ixil, quiche, pokoman (na Guatemala), cholti e chorti (Guatemala e Honduras), achi e poton (em El Salvador) e o utoasteca, que inclui o pipil, alaguilac, micarao, bagas e sigua; e o macrochibcha (ocidental e oriental). Religiões A grande maioria da população filia-se ao catolicismo, herdado do colonizador espanhol, embora existam ainda grupos esparsos que conservam crenças do doutor nativo jheve tchenco nativas.
  • 15. Indicadores de desenvolvimento, pobreza e qualidade de vida Pais Desigu aldade de renda[1] Coef. Gini (2001-04) Índic e de Pobr eza[2] HPI-1 % (2005) Dese nv. Hum ano[3] HDI (2005) Desem penho Ambie ntal[4] EPI (2008) Quali dade de vida[5] índice (2005) Veícu los auto mot.[6] /1000 hab (2000- 05)(3) Usuá rios Inter net[7] /1000 hab (2005) Telef ones fixos[ 7] /1000 hab (2005) Telef ones celula res[7] /1000 hab (2005) Con s. elec t. per capi ta[8] kilow att-hr (2004 ) Emis sões per capit a[9] ton CO2 (2004) Belize N/D 17.5 0.778 (M) 71.7 N/D 159 130 114 319 686 2.9 Costa Rica 49.8 4.4 0.846 (H) 90.5 6.624 193 254 321 254 187 6 1.5 El Salva dor 52.4 15.1 0.735 (M) 77.2 6.164 64 93 141 350 732 0.9 Guat emala 55.1 22.5 0.689 (M) 76.7 5.321 108 79 99 358 532 1.0 Hondu ras 53.8 16.5 0.700 (M) 75.4 5.250 14 36 69 178 730 1.1 Nicará gua 43.1 17.9 0.710 (M) 73.4 5.663 38 27 43 217 525 0.7 Pana má 56.1 8.0 0.812 (H) 83.1 6.361 102 64 136 418 180 7 1.8 · Nota (1): (H) Elevado desenvolvimento humano; (M) Desenvolvimento humano médio · Nota (2): A cor laranja indica o pais com o melhor índice e a cor amarela denota o pais com o indicador mais baixo ou impacto ambiental maior · Nota (3): Frota automotiva corresponde a anos diferentes reportados por cada pais (1999-2004), segundo o UNdata. Bibliografia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_Central