SlideShare uma empresa Scribd logo
AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA: UMA
INVESTIGAÇÃO BIBLIOGRÁFICA DOS
TRABALHOS SOBRE A METODOLOGIA
Camila Daniele Willers (UESB)
camiladw@hotmail.com
Luciano Brito Rodrigues (UESB)
rodrigueslb@gmail.com
Luiz Bueno da Silva (UFPB)
bueno@ct.ufpb.br
Cristiano Alves da Silva (IST)
cralves@dem.ist.utl.pt
A Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) é uma metodologia que oferece
uma visão abrangente dos aspectos ambientais do produto ou processo
e uma imagem mais precisa do verdadeiro trade-offs (balanço entre
prós e contras) do ambiente em produto e seleção de processo.
Portanto, muitas são as possibilidades de aplicação da ACV, tanto
para o setor industrial, que assume uma postura mais preocupada com
as causas ambientais, para análise de processos/produtos, como
também para o setor acadêmico, para realização de pesquisas na área
ambiental. Este trabalho consistiu na investigação bibliográfica do
progresso dos estudos sobre análise de ciclo de vida no Brasil, nos
anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP),
entre os anos de 1996 e 2009. Os resultados obtidos permitiram
identificar as instituições que trabalham com ACV, bem como as áreas
de atuação e as metodologias empregadas nos estudos. A pesquisa
identificou 72 artigos, dos quais 63 realizaram uma abordagem
conceitual da ACV, e 9 aplicaram efetivamente a metodologia da ACV.
Tomando-se por base os anais do ENEGEP nos anos de 1996 a 2009,
percebe-se que as regiões sul e sudeste concentram a maior produção
de trabalhos no país (48% e 40%, respectivamente), seguidas das
regiões nordeste (9%) e norte (3%). Não foram encontrados trabalhos
de instituições da região centro-oeste. Já em relação as áreas de
aplicação da metodologia, foram identificadas como os principais
campos: a agricultura, a agroindústria, a logística, e as indústrias de
eletrodomésticos, têxtil, de siderurgia, de refinaria de petróleo, de
plástico e de cimento. Espera-se com este trabalho poder contribuir
para a discussão acerca sobre ACV no país com a possibilidade de
uma maior divulgação da metodologia nos principais fóruns nacionais
da Engenharia de Produção.
Palavras-chaves: ACV, Avaliação de Impacto Ambiental, NBR ISO
14040
XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.
São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.
2
1. Introdução
O modo como a questão ambiental está em evidência através de campanhas de
conscientização, tem fortalecido seus valores, e imposto as indústrias novos desafios para
atender a demanda de um mercado consumidor por produtos ―ecologicamente corretos‖.
Este novo comportamento suscitou a necessidade de desenvolvimento de abordagens e
ferramentas de gestão que possibilitassem às empresas avaliar as conseqüências ambientais
das decisões que tomavam em relação aos seus processos ou produtos. Esta tarefa mostrou-se
extremamente complexa em função da necessidade de estabelecimento de critérios comuns de
comparação e ainda da criação de uma abordagem completa do que se passou a chamar o
ciclo de vida do produto. Assim, desenvolveu-se a ferramenta de avaliação do ciclo de vida.
A avaliação do ciclo de vida (ACV) é uma abordagem do "berço ao túmulo" para a avaliação
de sistemas de produção (EPA, 2006). Nesta ótica, a avaliação começa com a aquisição de
matérias-primas da terra para criar o produto e termina no momento em que todos os materiais
são devolvidos a terra. A ACV permite a estimativa dos impactos ambientais cumulativos
resultantes de todas as fases do ciclo de vida do produto, muitas vezes incluindo impactos não
considerados em análises mais tradicionais (por exemplo, a extração de matérias-primas,
material de transporte, disposição final do produto, etc.). Ao incluir os impactos ao longo do
ciclo de vida do produto, a ACV oferece uma visão abrangente dos aspectos ambientais do
produto ou processo e uma imagem mais precisa do verdadeiro trade-offs (balanço entre prós
e contras) do ambiente em produto e seleção de processo. A Figura 1 ilustra as possíveis
etapas do ciclo de vida que podem ser consideradas em uma ACV e as entradas e saídas
típicas.
Figura 1 – Estágios do ciclo de vida (Adaptado da EPA, 2006)
A ACV é uma técnica para avaliar os aspectos ambientais e impactos potenciais associados a
um produto, processo ou serviço, através da (EPA, 2006):
 Compilação um inventário de insumos de energia e materiais relevantes e liberações
ambientais;
 Avaliação dos impactos ambientais potenciais associados com as entradas identificadas e
lançamentos;
3
 Interpretação dos resultados para ajudar os tomadores de decisão tomar uma decisão mais
informada.
A ACV foi aceita como uma metodologia, reconhecida e reprodutível, de avaliação ambiental,
quando foi padronizada pela International Organization for Standardization (ISO), que
elaborou então, a ISO 14040 sobre a Avaliação de Ciclo de Vida, publicada no Brasil pela
ABNT. De acordo com a NBR ISO 14040 (ABNT, 2001), a ACV é a compilação e avaliação
das entradas, das saídas e dos impactos ambientais potenciais de um sistema de produto ao
longo do seu ciclo de vida. A metodologia de ACV é divida em fases: a definição de objetivo
e escopo, análise de inventário, avaliação de impactos e interpretação de resultados.
 Objetivo: O objetivo de um estudo da ACV deve declarar inequivocamente a aplicação
pretendida, as razões para conduzir o estudo e o público-alvo;
 Escopo: Na definição do escopo de um estudo da ACV devem ser considerados e
claramente descritos os seguintes itens: a) Função e unidade funcional; b) Fronteiras do
sistema; c) Requisitos da qualidade dos dados; d) Comparações entre sistemas; e)
Considerações sobre análise crítica;
 Análise de inventário: envolve a coleta de dados e procedimentos de cálculo para
quantificar as entradas e saídas pertinentes de um sistema de produto. Estes dados também
constituem a entrada para a avaliação do impacto do ciclo de vida;
 Avaliação de impactos: é dirigida à avaliação da significância de impactos ambientais
potenciais, usando os resultados da análise de inventário do ciclo de vida. Em geral, este
processo envolve a associação de dados de inventário com impactos ambientais específicos
e a tentativa de compreender estes impactos;
 Interpretação de resultados: a fase da ACV na qual as constatações da análise do inventário
e da avaliação de impacto ou, no caso de estudos de inventário do ciclo de vida, somente
os resultados da análise de inventário, são combinados, de forma consistente, com o
objetivo e o escopo definidos, visando alcançar conclusões e recomendações.
As áreas de atuação para a ACV são inúmeras, para exemplificar algumas delas, segundo a
NBR ISO 14040, seriam a avaliação de risco, avaliação de desempenho ambiental, auditoria
ambiental e avaliação de impacto ambiental (ABNT, 2001). Portanto, muitas são as
possibilidades de aplicação da ferramenta de ACV, tanto para o setor industrial, que assume
uma postura mais preocupada com as causas ambientais, para análise de processos/produtos,
como também para a área acadêmica, com a realização de pesquisas e busca de soluções para
os problemas na área ambiental.
Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa que buscou investigar o progresso dos
estudos na área acadêmica sobre análise de ciclo de vida no Brasil. Apresenta-se neste texto a
pesquisa realizada nos anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP),
entre os anos de 1996 e 2009. A busca na base de dados dos anais do ENEGEP justifica-se
por este ser um dos principais eventos nacionais da área de Engenharia de Produção, e que
contempla a publicação de trabalhos sobre ACV. Recentemente o ENEGEP obteve da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) a qualificação A2
na área das Engenharias III, segundo informações da página oficial do evento
(http://www.abepro.org.br/indexsub.asp?ss=34).
4
2. Metodologia
A pesquisa iniciou em forma de investigação documental, tendo como fonte de dados os anais
do Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP) de 1996 a 2009, disponíveis na
página do evento no endereço http://publicacoes.abepro.org.br/. A busca nos anais do
ENEGEP se realizou em forma de palavras-chave, fundamentando a escolha destas em
assuntos que poderiam estar relacionados direta e indiretamente com a ACV, e nas questões
semânticas de idiomas estrangeiros, visto que o Evento permite a inscrição de trabalhos em
outros idiomas. As palavras selecionadas foram: life cycle, ACV, ciclo de vida, ISO 14040,
ecodesign, P+L, produção mais limpa e produção limpa. Nos primeiros resultados obtidos por
meio desta busca foi realizado um processo de seleção para identificar somente os trabalhos
que citavam a ACV em seu contexto.
3. Resultados e Discussão
A pesquisa identificou 72 artigos que citavam ACV. A leitura destes permitiu classificá-los
em três categorias definidas pela pesquisa, abordados separadamente nos tópicos a seguir:
 Instituições de pesquisa;
 Áreas de atuação;
 Metodologia empregada na aplicação da ACV.
Os resultados para os dois primeiros itens serão apresentados e discutidos para todos os
trabalhos encontrados, enquanto que a ultima será discutida somente com as publicações que
aplicaram a metodologia da ACV em estudo de caso.
3.1. Instituições de Pesquisa
Esta categoria identificou a Instituições que realizam investigações na área da ACV, ou
mesmo que abordaram o assunto indiretamente em suas pesquisas. Sendo assim, os resultados
quantitativos relacionado ao número de publicações, no ENEGEP, indicam que as principais
Instituições que tem produzido trabalhos na área são as universidades, com 67 trabalhos.
Foram ainda identificados cinco artigos de autores vinculados a empresas. A Figura 2
apresenta as instituições que foram identificadas no o mínimo de três trabalhos publicados.
Figura 2 – Número de publicações produzidas por universidades. Legenda: UFSC (Universidade Federal de
Santa Catarina), USP (Universidade de São Paulo), UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), UFRJ
(Universidade Federal do Rio de Janeiro), FURB (Universidade Regional de Blumenau), UNIVALI
5
(Universidade do Vale do Itajaí), UFF (Universidade Federal Fluminense), UFPB (Universidade Federal da
Paraíba) e UNIMEP (Universidade Metodista de Piracicaba)
As universidades que têm os maiores números de publicações são a UFSC e a USP, com sete
artigos cada uma, seguida pela UFRGS com cinco publicações, pela UFRJ, FURB e
UNIVALI com quatro artigos cada uma e a UFF, UFPB e UNIMEP com três artigos.
Evidencia-se a maior concentração das publicações nas regiões sul e sudeste, o que foi
verificado a partir do número total dos trabalhos identificados, com o qual se obteve a
distribuição geográfica destes no Brasil (Figura 3). Para elaboração deste gráfico foram
excluídas os cinco trabalhos vinculados as empresas, visto que estas podem estar presentes em
mais de uma região do país.
Figura 3 – Trabalhos referentes a ACV publicados no Encontro Nacional de Engenharia de Produção
(ENEGEP), no período de 1996 a 2009. Distribuição por região do país.
A região sul é que representa a maior produção científica na área, com trinta e dois artigos no
total, seguido pela região sudeste com vinte e sete artigos. Destaca-se na região sul os
trabalhos da UFSC representada pelo Grupo de Pesquisas em Avaliação do Ciclo de Vida da
UFSC (2010), criado em 2006. Na região sudeste foram contabilizados 27 artigos, cuja maior
parte está relacionada aos programas de pós-graduação da USP, UFRJ, UFF e UNIMEP.
Dentre as instituições que mais publicaram trabalhos, na região nordeste destaca-se a UFPB
com três artigos do total dos seis encontrados para a região, que representou 9% da produção
total encontrada. Na região norte foram encontrados dois artigos (3%). Não foram
encontrados trabalhos de instituições da região centro-oeste.
Constata-se que, em relação à divulgação de trabalhos, o ENEGEP tem sido escolhido
principalmente por instituições das regiões sul e sudeste. Do mesmo modo, se verifica uma
menor participação das demais regiões do país por este evento para divulgação dos trabalhos
sobre ACV, ou ainda a baixa disseminação da ACV nestas regiões, tomando como base a
pesquisa feita nos anais do ENEGEP entre os anos de 1996 a 2009.
3.2. Áreas de Atuação
Esta categoria buscou identificar as principais áreas em que a ACV é aplicada. Deste modo, as
72 publicações encontradas concentram seus temas na utilização da ACV como uma
ferramenta de gestão ambiental. Dentro deste tema os objetivos estão relacionados ao conceito
de emissão zero (ROQUE e JÚNIOR, 2008), de produção mais limpa (SILVA e SILVA,
1998; MADRUGA, NASCIMENTO e ZAWISLAK, 1999), como também, para auxiliar os
sistemas de informação (ÑAURI, RADOS e SELIG, 1997) e de logística reversa (CARDOSO
et al., 2007), ou, para concepção de produtos no conceito de ecodesign (MAKIYA, 2007;
6
BORCHARDT et al., 2007; FILHO et al., 2008), e nos processos de rotulagem ambiental
(SANTOS, 1998a; ALMEIDA e BRUNSTEIN, 1998; BIAZIN e GODOY, 2000; BARRETO
et al., 2007). De forma geral, todos abordam o uso da ACV como uma etapa do processo para
alcançar a sustentabilidade ambiental.
Alguns autores ainda discutiram a metodologia ACV, o seu contexto histórico e os seus
conceitos, ou realizaram uma análise crítica da mesma (ABARCA et al., 1997, LOBO e
LIMA, 1997, MAGALHÃES, 1998 e JÚNIOR et al., 2007). A questão dos softwares
disponíveis para a ACV foi, também, abordada, realizando comparações entre eles,
ressaltando os recursos que cada um oferece (RODRIGUES, 2008). Temas como a relação do
marketing ambiental e da ACV foram também discutidos, dissertando como a ACV pode
fornecer dados desde a concepção do produto até o descarte, indicando oportunidade de
melhorias contínuas no processo ou no produto, atendendo, assim, a demanda de um mercado
com preceitos de responsabilidade sócio-ambiental (BARRETO et al., 2007).
Há também textos que abordaram a questão da educação ambiental, relacionado à necessidade
de inserir disciplinas com temática ambiental nas ementas dos cursos de Engenharia, como a
introdução do conceito da ACV para auxiliar o profissional nos processos de tomada de
decisão (JABBOUR, 2006; ULIANA, 2008). Outros se detiveram apenas na citação do ACV,
não esclarecendo o conceito, suas propriedades ou outras características da metodologia
(POZZOBON e RUPPENTHAL, 1999; SANTOS, 1999b; GIESTA e SILVA, 2006;
PASQUAL, COSTA e FERNANDES, 2006; CORAL, STROBEL e SELIG, 2004;
MACHADO e HOFFMANN, 2003; LIBRELOTTO, FERROLI e RADOS, 2003).
3.4. Metodologia empregada na aplicação da ACV
A maioria das metodologias empregadas nas publicações é baseada na NBR ISO 14040
(2001). Assim, a pesquisa utilizou a norma como referência para análise dos trabalhos.
Nos nove trabalhos verificados, os estudos de caso de ACV abordaram os seguintes processos
e produtos: 1) ACV comparativa da produção de alface com as técnicas intensiva, hidropônica
e orgânica (GRAF e FIGUEIREDO, 1999); 2) ACV comparativa entre a chapa de aço
inoxidável e a chapa de aço carbono com aplicação do auto-limpante (FERREIRA e FRANK,
2000); 3) ACV comparativo no processo produtivo de tecidos de malha (BASTOS e
POSSAMAI, 2002); 4) ACV simplificada aplicada a evolução de tornos (JACOVELLI e
FIGUEIREDO, 2003); 5) ACV do processo de refino de petróleo (UGAYA e HENSCHEL,
2004); 6) ACV de sacos plásticos (IBRAHIM et al., 2007); 7) ACV da indústria processadora
de aves (ALMEIDA et al., 2008); 8) ACV do transporte de tampas de plástico usadas em
dispositivos eletrônicos (SILVA, 2009); e 9) ACV do cimento tipo portland (NIGRI, FILHO
e ROCHA, 2009).
No artigo sobre a ACV comparativa da produção de alface com as técnicas intensiva,
hidropônica e orgânica (GRAF e FIGUEIREDO, 1999), o estudo foi realizado a partir de
pesquisa de campo, complementada com dados extraídos da literatura técnica. A unidade de
referência adotada foi 1000 (um mil) pés de alface, o que equivale, em média, a 350 kg. O
escopo do trabalho abrangeu a extração de matéria prima, pré-produção, produção,
embalagem e distribuição, uso e pós-utilização. Os parâmetros considerados na composição
do inventário e na avaliação dos impactos ambientais foram classificados em 3 tipos, i) gerais:
produtividade (por unidades de tempo e área), análise do processo e mão-de-obra envolvida;
ii) insumos materiais: água, sementes, adubos, além de outros insumos; e iii) insumos
energéticos: energia elétrica, óleo diesel, conteúdo energético dos adubos e dos defensivos.
Observando que os equipamentos e materiais permanentes (tais como: caixas de madeira,
7
tratores, bombas e componentes estruturais das estufas e sistemas de irrigação), não foram
objeto de quantificação por apresentarem influências ambientais menos significativas que os
materiais de consumo, para a ACV da alface. De maneira geral, a conclusão do estudo é que
nenhuma das produções de alface estudadas está isenta de impactos, ou pode ser mais
elogiada, sob o ponto de vista sócio-ambiental.
No artigo sobre a ACV comparativa entre a chapa de aço inoxidável e a chapa de aço carbono
com aplicação do auto-limpante (FERREIRA e FRANK, 2000), foi aplicado a ACV através
de um check list (lista de verificação), que avaliou as duas opções de projeto quanto a escolha
do material, uso de energia, e geração de resíduos, analisando os interesses globais, materiais
tóxicos e interesses locais, utilizando-se notas de 0 (zero) à 5 (cinco). Assim, foi verificado
que o aço inoxidável apresentou-se, de maneira geral, como a melhor opção de projeto do
ponto de vista ambiental, em relação ao aço carbono.
No artigo sobre a ACV comparativo no processo produtivo de tecidos de malha (BASTOS e
POSSAMAI, 2002), o produto A tinha as seguintes características: cor média, composição de
fibras de algodão e de poliéster e estrutura física de moletom. Já o produto B era de cor clara,
composição 100% algodão e estrutura física de meia-malha. O estudo foi aplicado
exclusivamente no setor produtivo da Tinturaria. A fim de garantir que a comparação entre os
produtos ocorresse numa mesma tecnologia e que as diferenças entre as variáveis estudadas
para cada produto fossem conseqüências apenas do tipo de processamento a que estes são
submetidos, os produtos foram processados em equipamentos com especificações técnicas
idênticas. Quanto à unidade funcional, foi adotada a unidade metro quadrado (m2
) de tecido
tingido. O levantamento de informações foi realizado de acordo com as seguintes categorias:
matérias-primas, produtos químicos e auxiliares, água, energia, produtos e emissões. O
modelo se propôs a fornecer informações sobre o desempenho ambiental de produtos, de
acordo com parâmetros como, exigências legais, exigências contratuais e exigências
relacionadas ao consumo de recursos pelos processos internos, com os quais a empresa pode
demonstrar maior ou menor preocupação. Por último, foi observado que o produto A possui
uma performance ambiental inferior ao produto B, nos parâmetros estudados, assim, foi
sugerido que a decisão a ser tomada, de acordo com os objetivos estratégicos da organização,
é que o produto B deve ter sua produção incentivada, em detrimento do produto A.
O artigo sobre a ACV simplificada aplicada a evolução de tornos (JACOVELLI e
FIGUEIREDO, 2003), teve sua metodologia influenciada pelo artigo Matrix Approaches to
Abridged Life Cycle Assessment publicado em 1994 na revista Enviromental Science &
Technology. O processo utilizado foi propositadamente qualitativo e prático, mas não fornece
dados numéricos definitivos cujas análises não possam ser questionadas ou melhoradas. A
análise de produtos foi aplicada a tornos CNC funcionalmente similares, no caso um modelo
de máquina-ferramenta CNC fabricado em dois períodos distintos de evolução tecnológica, no
ano de 1985 e no ano de 2001. O escopo do trabalho abrangeu a pré-manufatura, manufatura,
embalagem, forma de utilização e provável cenário de descarte do produto. Examinando
primeiramente os valores para o torno de 1985 em todos os estágios do ciclo de vida, os
números mostraram um pequeno impacto ambiental durante a extração dos recursos,
embalagem e transporte. Em contraste, a taxa de classificação global para os tornos de 2001
foi muito melhor que as dos tornos mais antigos, mas também indicando ainda uma razoável
potencialidade para melhorias ambientais.
No artigo sobre a ACV do processo de refino de petróleo (UGAYA e HENSCHEL, 2004) foi
desenvolvido um programa computacional, em linguagem Delphi, denominado RefACV
(ACV de processos do Refino). O programa consiste, em linhas gerais, de um ambiente onde
8
o usuário entrará com dados referentes às entradas e saídas do processo escolhido. Assim, o
trabalho buscou a estrutura e os cálculos necessários para desenvolver uma ferramenta
específica, para adaptar a metodologia da ACV, para as refinarias de petróleo a fim de realizar
uma análise ambiental, cujos resultados foram apresentados em forma de vários fatores de
equivalência.
No artigo sobre a ACV de sacos plásticos (IBRAHIM et al., 2007), o caso trata de duas
empresas coligadas, especializadas na reciclagem e produção de sacos plásticos em geral.
Para a elaboração da ACV, foi realizada a coleta de dados através de visitas técnicas e
entrevistas com o gerente operacional da fábrica de reciclagem. Também foi utilizado um
formulário para registro de dados técnicos referentes às variáveis de processo. O recorte
utilizado para a elaboração do estudo foi começar com a matéria prima dentro da fábrica,
excluindo-se todo o processo de transporte, acondicionamento anterior, pessoas envolvidas,
possíveis impactos nesses processos, entre outros. O limite final do estudo é a mercadoria (o
saco plástico) pronta e embalada, excluindo-se do estudo sua venda, distribuição, uso e
descarte, e os possíveis impactos causados por esses processos. As variáveis econômicas,
ambientais e sociais ainda não foram contempladas nesta etapa da pesquisa, serão analisadas
em etapas posteriores. Os processos da empresa a partir do ponto inicial definido foram
mapeados e lançados no programa computacional UMBERTO®
para a posterior geração de
balanços ambientais. Enfim, o modelo de ACV apresentando foi simplificado em dois
aspectos: primeiro, na delimitação do sistema em que ocorrem os processos, escolhendo-se a
planta das duas fábricas e, segundo, na representação dos fluxos de processo através do
UMBERTO®
sem a inclusão dos valores numéricos e dos respectivos balanços.
No artigo sobre a ACV da indústria processadora de aves (ALMEIDA et al., 2008), a ACV foi
feita a partir da elaboração de um fluxograma do processo produtivo do frango na empresa,
cujo objetivo era chegar aos resíduos gerados pelo processo e dar ênfase ao destino que eram
dados a eles. Quanto ao levantamento quantitativo dos resíduos gerados pelo setor produtivo,
este foi realizado através dos fluxogramas, os quais foram a priori significativos, para
impactar o meio ambiente. Em seguida foi efetuada a medição da quantidade de resíduo ou
efluente em unidade temporal (kg, L). Quanto a avaliação do impacto ambiental, se utilizou o
programa computacional SimaPro®
. Por fim, para a relação dos impactos ambientais com os
custos de produção, foi feito um relatório final com análise dos resultados da metodologia
proposta na pesquisa, definindo a sua utilização como ferramenta para análises de
investimentos em empreendimentos.
No artigo sobre a ACV do transporte de tampas de plástico usadas em dispositivos eletrônicos
(SILVA, 2009), teve como cenário avaliado o padrão de logística utilizada para fabricar
produtos à base de bio-polímeros e polímeros sintéticos. Este cenário representa os processos
logísticos direcionados da Europa para mercados como a Ásia, América Latina e EUA. O
trabalho se propôs a avaliar o consumo de energia requerida para o transporte por diferentes
vias, em função da distância e do combustível utilizado para completar as cadeias logísticas.
As etapas consideradas para a ACV foram somente os passos relacionados ao transporte da
matéria-prima, para composição, fabricação e processamento, a partir da moldagem por
injeção de tampas de plástico e do tratamento ou eliminação de resíduos. O trabalho conclui
que as rotas realizadas por aviões de carga gastam mais energia que navios, trens e
caminhões. Os navios podem economizar mais energia do que os outros transportes
alternativos, devido á sua maior capacidade de transporte. Modelos de transporte em
diferentes regiões devem se re-avaliados levando ao uso integrado dos meios de transporte.
9
Assim, a cadeia de logística é essencial para garantir a redução do consumo de energia e
conseqüentemente o impacto ambiental.
Por último, no artigo sobre a ACV do cimento tipo portland (NIGRI, FILHO e ROCHA,
2009) foi aplicado um modelo simplificado do ciclo de vida do Cimento. No qual, o escopo
abrange desde a retirada de suas matérias-primas da natureza, até sua disposição final, e a
unidade funcional foi à produção de uma tonelada do produto ou vinte sacos de cinqüenta
quilos de cimento. Os dados utilizados no referido estudo foram com base de um estudo feito
na indústria de cimentos nos EUA, assim foram estimados para a produção de uma tonelada
de cimento. Para avaliação de impactos ambientais foi empregado o Eco Indicator 95,
demonstrando que realmente a fabricação de cimento se constitui num processo prejudicial ao
ambiente onde se destacam o efeito estufa, causado pela queima de combustíveis fosseis, a
contaminação por metais pesados devido a atividades mineradoras e o smog causado pela
emissão de material particulado.
As principais características dos trabalhos encontrados podem ser visualizadas nas Tabelas 1 e
2, que apresentam os resultados entre os anos de 1999 a 2004, e 2007 a 2009,
respectivamente.
Autor Objetivo Escopo
Unidade
Funcional
Metodologia para
ACV ou Software
para Avaliação dos
Impactos
Resultados
Graf e
Figueiredo
(1999)
ACV comparativa da
produção de alface
com as técnicas
intensiva,
hidropônica e
orgânica
Extração de
matéria prima,
pré-produção,
produção,
embalagem e
distribuição, uso
e pós-utilização.
1000 pés
de alface
———————
A prática da
agricultura
orgânica é mais
adequada do que
a intensiva, do
ponto de vista
sócio-ambiental
Ferreira e
Frank
(2000)
ACV comparativa
entre a chapa de aço
inoxidável e a chapa
de aço carbono com
aplicação do auto-
limpante
A escolha do
material, o uso
de energia, e a
geração de
resíduos,
analisando os
interesses
globais,
materiais
tóxicos e
interesses locais
————
Para ACV: check
list, utilizando-se
notas de 0 à 5.
O aço inoxidável
apresentou-se
como a melhor
opção de projeto
do ponto de vista
ambiental, em
relação ao aço
carbono EPV
Bastos e
Possamai
(2002)
ACV comparativo no
processo produtivo
de tecidos de malha
Setor produtivo
da Tinturaria
1 m2
de
tecido
tingido
———————
O produto A
possui uma
performance
ambiental
inferior ao
produto B
10
Jacovelli e
Figueiredo
(2003)
Comparar aspectos
ambientais
associados a
máquinas-ferramenta
(tornos) de um
mesmo modelo,
fabricadas em
períodos distintos,
nos anos de 1985 e
2002 respectivamente
Pré-manufatura,
manufatura,
embalagem,
forma de
utilização e
provável cenário
de descarte
————
Para ACV:
simplificada,
influenciada pelo
artigo ―Matrix
Approaches to
Abridged Life Cycle
Assessment‖
A taxa de
classificação
global para os
tornos de 2001
foi muito melhor
que as dos tornos
mais antigos
Ugaya e
Henschel
(2004)
Auxiliar no controle e
gerenciamento dos
problemas ambientais
gerados durante as
etapas do refino do
petróleo
Os principais e
mais comuns
processos
existentes em
refinarias de
petróleo
———— Software: RefACV
Mostra os
resultados do
impacto
ambiental de um
determinado
processo em
fatores de
equivalência.
Tabela 1 – Síntese dos artigos s que aplicaram a Análise de Ciclo de Vida á um estudo de caso no ENEGEP, no
período de 1996 até 2004
Autor Objetivo Escopo
Unidade
Funcional
Metodologia
para ACV ou
Software para
Avaliação dos
Impactos
Resultados
Ibrahim
et al.
(2007)
ACV da produção de
sacos plásticos de
polietileno de baixa
densidade, podendo
ser utilizada matéria
prima virgem ou
proveniente de
reciclagem
Planta industrial
completa
destinada à
produção de
sacos plásticos
————
Software:
UMBERTO®
,
para
representação
dos fluxos de
produção
Elaboração do
fluxograma de
processo
Almeida
et al.
(2008)
Chegar aos resíduos
gerados pelo processo
Processo
produtivo do
frango em
indústria
processadora de
aves
———
Software:
SimaPro®
, para
avaliação de
impacto
Confecção do relatório
final com análise dos
resultados da
metodologia proposta
na pesquisa, definindo
a sua utilização como
ferramenta para
análises de
investimentos em
empreendimentos.
11
Silva
(2009)
Avaliar o consumo de
energia requerida por
diferentes rotas de
transporte em função
da distância e do
combustível utilizado
para completar a
cadeia logística
Transporte da
matéria-prima,
para
composição,
fabricação e
processamento,
a partir da
moldagem por
injeção de
tampas de
plástico e do
tratamento ou
eliminação de
resíduos
————
Para Avaliação
de Impactos:
Eco-Factor (EF)
As rotas realizadas por
aviões de carga gastam
mais energia. Os
navios podem
economizar mais
energia do que os
outros transportes
alternativos. Modelos
de transporte em
diferentes regiões
devem se re-avaliados
levando ao uso
integrado dos meios de
transporte.
Nigri,
Filho e
Rocha
(2009)
Avaliar o impacto
ambiental da produção
de cimento do tipo
portland.
Desde a retirada
de suas
matérias-primas
da natureza, até
sua disposição
final.
Produção
de 1
tonelada
de.
Para ACV:
modelo
simplificado;
Para Avaliação
de Impactos:
Eco Indicator
95.
A fabricação de
cimento é um processo
prejudicial ao
ambiente onde se
destacam o efeito
estufa, a contaminação
por metais pesados e o
smog.
Tabela 2 – Síntese dos artigos s que aplicaram a Análise de Ciclo de Vida á um estudo de caso no ENEGEP, no
período de 2007 até 2009
4. Considerações Finais
A pesquisa identificou um total de 72 artigos, sendo que 63 destes se restringiram a uma
abordagem conceitual da ACV, sem uma aplicação efetiva da metodologia. Tomando-se por
base os anais do ENEGEP nos anos de 1996 a 2009, foi possível conhecer as instituições que
tem apresentado maior produção científica e as principais regiões do país que abordam o
assunto. Destacam-se a UFSC e a USP com o maior número de publicações dentre as
instituições. As regiões sul e sudeste concentram a maior produção de trabalhos no país, não
apenas pelas instituições já citadas, mas devido aos trabalhos da UFRGS, UFRJ, FURB,
UNIVALI, UFF e UNIMEP, mostrando assim que os estudos sobre ACV encontram-se
distribuídos entre várias instituições em ambas as regiões.
Os trabalhos da região nordeste são predominantes na UFPB que, percentualmente é a
instituição que possui maior no número de publicações para uma região, com 50% dos
trabalhos produzidos. Em seguida tem-se a USP com 26% dos trabalhos da região sudeste, e a
UFSC com 22% dos trabalhos da região sul.
A ACV é uma metodologia com grande potencial de aplicação na avaliação de impactos
ambientais. A pesquisa realizada verificou um número considerável de trabalhos que abordam
o tema, contudo, houve um menor número destes (12,5%), que aplicaram efetivamente a
metodologia da ACV, tendo como base os anais do ENEGEP de 1996 a 2009. Ressalta-se que
dos nove trabalhos citados neste estudo, quatro foram publicados nas ultimas três edições do
evento (2007, 2008 e 2009), refletindo a recente tendência de trabalhos sobre ACV no
ENEGEP. Outro panorama que se pode construir é o das áreas de aplicação da metodologia,
identificados a partir destes trabalhos, que são: a agricultura, a agroindústria, a logística, e as
12
indústrias de eletrodomésticos, têxtil, de siderurgia, de refinaria de petróleo, de plástico e de
cimento.
A metodologia da ACV possui benefícios e limitações, relacionadas até mesmo pela NBR
ISO 14040 (2001). A compreensão das limitações e dos benefícios é importante para
estabelecer a abrangência do estudo. Um exemplo, identificado no presente trabalho, seria que
uma das características de pesquisas do tipo ACV, é que estas são direcionadas a um produto
específico, de uma unidade produtiva, o qual é estudado com todas as suas peculiaridades.
Outra questão é a etapa de avaliação de impactos ambientais, a qual é muito complexa e
abrangente e que, numa situação real, envolve significativos estudos de equipes
interdisciplinares e que representa todos os interesses sociais envolvidos na questão.
No entanto, entre seus benefícios, além do grande potencial de aplicação na avaliação de
impactos ambientais, já citado, destaca-se que a ACV proporciona uma visão geral do real
impacto causado pela fabricação de determinado produto e, também determina as etapas
críticas da produção que proporcionam altas descargas ambientais ou que consumam grandes
quantidades de recursos naturais. Com isso pode-se comparar dois produtos ou processos e
avaliar qual será a melhor opção.
Deste modo, sugere-se a difusão dessa metodologia através da abordagem direta do tema pela
ABEPRO - Associação Brasileira de Engenharia de Produção em seus fóruns de discussão
como o ENEGEP, por meio da promoção de palestras e/ou mini-cursos, de modo à melhor
divulgar e propagar a ACV para profissionais e pesquisadores das diversas regiões do país.
Referências
ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14040: Gestão ambiental -
Avaliação do ciclo de vida - Princípios e estrutura. Rio de Janeiro, 2001. 10 p.
ALMEIDA, A.R.C. de & BRUNSTEIN, I. Análise da rotulagem ambiental integrada ao ciclo de vida de
produtos florestais. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 1998.
ALMEIDA,J.; ARALDI, J.; MARTINS, M.S.; REINEHR, R. & PANDOLFO, A. Incorporação da variável
ambiental às decisões econômicas: um estudo de caso em uma processadora de aves. Anais do Encontro
Nacional de Engenharia de Produção, 2008.
BARRETO, A.P.L.; COELHO, E.; MELO, H.S.; CASTELO, L.A. & ALCANTARA, S.S. Ciclo de vida
dos produtos: certificação e rotulagem ambiental. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção,
2007.
BASTOS, A.L.A. & POSSAMAI, O. Modelo de apoio à decisão para fabricação baseado na avaliação da
performance ambiental de produtos e dos objetivos estratégicos da organização. Anais do Encontro Nacional de
Engenharia de Produção, 2002.
BIAZIN, C.C. & GODOY, A.M.G. O selo verde: uma nova exigência internacional para as organizações.
Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2000.
BORCHARDT, M.; SELLITTO, M.A.; PEREIRA, G.M. & POLTOSI, L.A.C. Implementação do
ecodesign: um estudo de caso na indústria eletrônica. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção,
2007.
CARDOSO, R.S.; ADISSI, P.J.; XAVIER, L.H. & XAVIER, V.A. Ciclo de vida do produto, tecnologia e
sustentabilidade: breve análise da gestão ambiental de resíduos sólidos no Brasil. Anais do Encontro Nacional
de Engenharia de Produção, 2007.
CORAL, E.; STROBEL, J.S. & SELIG, P.M. A competitividade empresarial no contexto dos indicadores de
sustentabilidade corporativa. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2004.
13
ENEGEP – ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. Anais do ENEGEP de 1996 a
2009. Disponível em <http://www.publicacoes.abepro.org.br/>; Acessado em: Janeiro de 2010.
EPA - Environmental Protection Agency & SETAC - Science Applications International Corporation. Life
Cycle Assessment: principles and Practice. 2006. Disponível em
<http://www.epa.gov/ord/NRMRL/lcaccess/pdfs/600r06060.pdf>; Acessado em: Abril de 2010.
FERREIRA, G.L.B. & FRANK, B. Avaliação do Ciclo de Vida: Uma aplicação prática para facilitar a
escolha da melhor opção de projeto no desenvolvimento de novos produtos. Anais do Encontro Nacional de
Engenharia de Produção, 2000.
FILHO, A.G.; PIGOSSO, D.C.A.; ROZENFELD,H. & OMETTO, A.R. Ecodesign: métodos e ferramentas.
Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2008.
GIESTA, L.C. & SILVA, T.N. A educação ambiental e capital social em cooperativas de produção orgânica.
Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2006.
GRAF, R. & FIGUEIREDO, P.J.M. Uma aplicação da avaliação de ciclo de vida do produto no setor
agrícola - comparação da produção de alface com as técnicas intensiva, hidropônica e orgânica. Anais do
Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 1999.
GRUPO DE PESQUISAS EM AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA. Universidade Federal de Santa
Catarina. Disponível em:
<http://www.ciclodevida.ufsc.br/acv/Main.php?do=adminAction&action=exibirSubMenu&idSubMenu=27>;
Acessado em: Janeiro de 2010.
IBRAHIM, G.D.; PEIXOTO, J.A.A.; XAVIER, L.S. & SOUZA, D.P. Análise de ciclo de vida de sacos
plásticos produzidos por reciclagem: estudo de caso em Seropédica, RJ. Anais do Encontro Nacional de
Engenharia de Produção, 2007.
JABBOUR, C.J.C. Entre desafios e oportunidades: reflexões acerca da inserção da dimensão ambiental no
currículo de engenharia de produção. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2006.
JACOVELLI, S.J. & FIGUEIREDO, P.J.M. Avaliação de ciclo de vida simplificada aplicada a evolução de
tornos. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2003.
ABARCA, C.D.G.; COHEN, C.; PACHECO, E.B.A.V.; MAIA, J.L.; MUYLAERT, M.S. & VIEIRA,
M.C.W. ISO 14000 - Análisis del Ciclo de Vida. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 1997.
MAGALHÃES, R.M. Crítica à Análise de Ciclo de Vida Orientada para o Meio Ambiente. Anais do Encontro
Nacional de Engenharia de Produção, 1998.
LOBO, Y.R.O. & LIMA, P.C. Avaliação do Ciclo de Vida. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de
Produção, 1997.
JÚNIOR, A. F. B.; MORAIS, R. M.; EMERENCIANO, S. V.; PIMENTA, H. C. D. & GOUVINHAS, R.
P. Conceitos e Aplicações de ACV no Brasil. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2007.
LIBRELOTTO, L.I.; FERROLI, P.C.M.; RADOS & G V. Caracterização da sustentabilidade nas empresas
de construção civil. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2003.
MACHADO, L. A. & HOFFMANN, R. Impactos ambientais da geração de energia elétrica no Rio Grande do
Sul. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2003.
MADRUGA, K.; NASCIMENTO, L.F. & ZAWISLAK, P. Produção Mais Limpa no Setor Automotivo e a
Cadeia de Fornecedores do Rio Grande do Sul. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 1999.
MAKIYA, I.K. Ecodesign e seu papel mobilizador de inclusão social e sustentabilidade. Anais do Encontro
Nacional de Engenharia de Produção, 2007.
ÑAURI, M.H.C.; RADOS, G.J.V.; SELIG, P.M. & POSSAMAI, O. Sistemas de Informação e a Variavel
Ambiental: Gerenciando o Futuro das Empresas. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 1997.
NIGRI, E.M.; FILHO, E.R. & ROCHA, S.D.F. Cimento tipo portland: uma aplicação da análise do ciclo de
vida simplificada. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2009.
14
PASQUAL, D.L.; COSTA, C.A.G. & FERNANDES, F.C. Auditoria ambiental de conformidade legal: um
enfoque à legislação ambiental federal e do Estado de Santa Catarina. Anais do Encontro Nacional de
Engenharia de Produção, 2006.
POZZOBON, C.E. & RUPPENTHAL, J.E. Algumas implicações entre construção civil e meio ambiente.
Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 1999.
RODRIGUES, C.R.B.; ZOLDAN, M.A.; LEITE, M.L.G. & OLIVEIRA, I.L. Sistemas Computacionais de
apoio a Ferramenta Análise de Ciclo de Vida do Produto (ACV). Anais do Encontro Nacional de Engenharia de
Produção, 2008.
ROQUE, V.F. & JÚNIOR, A.N.C.M. Análise de ciclo de vida como ferramenta para se alcançar Emissão
Zero. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 1997.
SANTOS, S.R. Programas de Rotulagem Ambiental. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção,
1998a.
SANTOS, S. Etapas de elaboração de projetos empresariais incluindo a variável ambiental. Anais do Encontro
Nacional de Engenharia de Produção, 1998b.
SILVA, O.C. Eco-products and the environmental impact generated by logistical chains. Anais do Encontro
Nacional de Engenharia de Produção, 2009.
SILVA, E.R.F. & SILVA, M.L.P. Aplicação dos Critérios de Produção Limpa nos Projetos Industriais. Anais
do Encontro de Engenharia de Produção, 1998.
UGAYA, C.M.L. & HENSCHEL, J. Metodologia para identificação de aspectos ambientais significativos nos
processos de refino de petróleo. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2004.
ULIANA, R.B. Um panorama da evolução da abordagem e adoção da sustentabilidade na formação do
engenheiro. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2008.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a ACV (12)

Desenho de produtos
Desenho de produtosDesenho de produtos
Desenho de produtos
 
Pgaerna aula4
Pgaerna aula4Pgaerna aula4
Pgaerna aula4
 
Introdução ao análise do ciclo de vida (ACV)
Introdução ao análise do ciclo de vida (ACV)Introdução ao análise do ciclo de vida (ACV)
Introdução ao análise do ciclo de vida (ACV)
 
Cap2
Cap2Cap2
Cap2
 
Lyfe Cycle Analyses: Concepts and Case Study - ERM
Lyfe Cycle Analyses: Concepts and Case Study - ERMLyfe Cycle Analyses: Concepts and Case Study - ERM
Lyfe Cycle Analyses: Concepts and Case Study - ERM
 
Pgaerna aula3a
Pgaerna aula3aPgaerna aula3a
Pgaerna aula3a
 
gerenciamento de riscos
gerenciamento de riscosgerenciamento de riscos
gerenciamento de riscos
 
Iso 14001
Iso 14001Iso 14001
Iso 14001
 
ISO 14001:2015
ISO 14001:2015ISO 14001:2015
ISO 14001:2015
 
amostragem. medições.pdf
amostragem. medições.pdfamostragem. medições.pdf
amostragem. medições.pdf
 
Mini Curso Reciclagem de Plásticos - Ciclo de Vida e Sustentabilidade
Mini Curso Reciclagem de Plásticos - Ciclo de Vida e SustentabilidadeMini Curso Reciclagem de Plásticos - Ciclo de Vida e Sustentabilidade
Mini Curso Reciclagem de Plásticos - Ciclo de Vida e Sustentabilidade
 
E2009 t00481 pcn81956
E2009 t00481 pcn81956E2009 t00481 pcn81956
E2009 t00481 pcn81956
 

Último

INSTRUÇÃO TÉcnica N° 3 - NEOENERGIA BRASILIA .pdf
INSTRUÇÃO TÉcnica N° 3 - NEOENERGIA BRASILIA .pdfINSTRUÇÃO TÉcnica N° 3 - NEOENERGIA BRASILIA .pdf
INSTRUÇÃO TÉcnica N° 3 - NEOENERGIA BRASILIA .pdf
marcyomendona
 
AE01 - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL GESTÃO ÁGIL DE PROJETOS UNICESUMAR ...
AE01 - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL GESTÃO ÁGIL DE PROJETOS UNICESUMAR ...AE01 - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL GESTÃO ÁGIL DE PROJETOS UNICESUMAR ...
AE01 - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL GESTÃO ÁGIL DE PROJETOS UNICESUMAR ...
Consultoria Acadêmica
 
AE02 - MAQUINAS TÉRMICAS UNICESUMAR 52/2024
AE02 - MAQUINAS TÉRMICAS UNICESUMAR 52/2024AE02 - MAQUINAS TÉRMICAS UNICESUMAR 52/2024
AE02 - MAQUINAS TÉRMICAS UNICESUMAR 52/2024
Consultoria Acadêmica
 
AE01 -ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL -COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...
AE01 -ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL -COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...AE01 -ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL -COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...
AE01 -ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL -COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...
Consultoria Acadêmica
 
1 - ESPAÇO CONFINADO - NORMA REGULAMENTADORA 33 - SLIDESHARE.pptx
1 - ESPAÇO CONFINADO - NORMA REGULAMENTADORA 33 - SLIDESHARE.pptx1 - ESPAÇO CONFINADO - NORMA REGULAMENTADORA 33 - SLIDESHARE.pptx
1 - ESPAÇO CONFINADO - NORMA REGULAMENTADORA 33 - SLIDESHARE.pptx
eliasmar2
 
ATIVIDADE 2 - PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL - ok.pdf
ATIVIDADE 2 - PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL - ok.pdfATIVIDADE 2 - PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL - ok.pdf
ATIVIDADE 2 - PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL - ok.pdf
Colaborar Educacional
 

Último (11)

Aula_LUBRIFICAÇÃO_INDUSTRIAL AUTOMOTIVA_
Aula_LUBRIFICAÇÃO_INDUSTRIAL AUTOMOTIVA_Aula_LUBRIFICAÇÃO_INDUSTRIAL AUTOMOTIVA_
Aula_LUBRIFICAÇÃO_INDUSTRIAL AUTOMOTIVA_
 
INSTRUÇÃO TÉcnica N° 3 - NEOENERGIA BRASILIA .pdf
INSTRUÇÃO TÉcnica N° 3 - NEOENERGIA BRASILIA .pdfINSTRUÇÃO TÉcnica N° 3 - NEOENERGIA BRASILIA .pdf
INSTRUÇÃO TÉcnica N° 3 - NEOENERGIA BRASILIA .pdf
 
AE01 - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL GESTÃO ÁGIL DE PROJETOS UNICESUMAR ...
AE01 - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL GESTÃO ÁGIL DE PROJETOS UNICESUMAR ...AE01 - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL GESTÃO ÁGIL DE PROJETOS UNICESUMAR ...
AE01 - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL GESTÃO ÁGIL DE PROJETOS UNICESUMAR ...
 
AE02 - MAQUINAS TÉRMICAS UNICESUMAR 52/2024
AE02 - MAQUINAS TÉRMICAS UNICESUMAR 52/2024AE02 - MAQUINAS TÉRMICAS UNICESUMAR 52/2024
AE02 - MAQUINAS TÉRMICAS UNICESUMAR 52/2024
 
Presentación en Power point. Capítulo 5 - Bombas de água.pdf
Presentación en Power point. Capítulo 5 - Bombas de água.pdfPresentación en Power point. Capítulo 5 - Bombas de água.pdf
Presentación en Power point. Capítulo 5 - Bombas de água.pdf
 
Curso de operador de guindauto e guindaste
Curso de operador de guindauto e guindasteCurso de operador de guindauto e guindaste
Curso de operador de guindauto e guindaste
 
AE01 -ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL -COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...
AE01 -ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL -COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...AE01 -ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL -COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...
AE01 -ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL -COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...
 
Aula 03 - Gestão da Manutenção - OS e Software de Gerenciamento de Manutenção...
Aula 03 - Gestão da Manutenção - OS e Software de Gerenciamento de Manutenção...Aula 03 - Gestão da Manutenção - OS e Software de Gerenciamento de Manutenção...
Aula 03 - Gestão da Manutenção - OS e Software de Gerenciamento de Manutenção...
 
1 - ESPAÇO CONFINADO - NORMA REGULAMENTADORA 33 - SLIDESHARE.pptx
1 - ESPAÇO CONFINADO - NORMA REGULAMENTADORA 33 - SLIDESHARE.pptx1 - ESPAÇO CONFINADO - NORMA REGULAMENTADORA 33 - SLIDESHARE.pptx
1 - ESPAÇO CONFINADO - NORMA REGULAMENTADORA 33 - SLIDESHARE.pptx
 
ATIVIDADE 2 - PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL - ok.pdf
ATIVIDADE 2 - PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL - ok.pdfATIVIDADE 2 - PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL - ok.pdf
ATIVIDADE 2 - PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL - ok.pdf
 
Treinamento de boas práticas de fabricação
Treinamento de boas práticas de fabricaçãoTreinamento de boas práticas de fabricação
Treinamento de boas práticas de fabricação
 

ACV

  • 1. AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA: UMA INVESTIGAÇÃO BIBLIOGRÁFICA DOS TRABALHOS SOBRE A METODOLOGIA Camila Daniele Willers (UESB) camiladw@hotmail.com Luciano Brito Rodrigues (UESB) rodrigueslb@gmail.com Luiz Bueno da Silva (UFPB) bueno@ct.ufpb.br Cristiano Alves da Silva (IST) cralves@dem.ist.utl.pt A Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) é uma metodologia que oferece uma visão abrangente dos aspectos ambientais do produto ou processo e uma imagem mais precisa do verdadeiro trade-offs (balanço entre prós e contras) do ambiente em produto e seleção de processo. Portanto, muitas são as possibilidades de aplicação da ACV, tanto para o setor industrial, que assume uma postura mais preocupada com as causas ambientais, para análise de processos/produtos, como também para o setor acadêmico, para realização de pesquisas na área ambiental. Este trabalho consistiu na investigação bibliográfica do progresso dos estudos sobre análise de ciclo de vida no Brasil, nos anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP), entre os anos de 1996 e 2009. Os resultados obtidos permitiram identificar as instituições que trabalham com ACV, bem como as áreas de atuação e as metodologias empregadas nos estudos. A pesquisa identificou 72 artigos, dos quais 63 realizaram uma abordagem conceitual da ACV, e 9 aplicaram efetivamente a metodologia da ACV. Tomando-se por base os anais do ENEGEP nos anos de 1996 a 2009, percebe-se que as regiões sul e sudeste concentram a maior produção de trabalhos no país (48% e 40%, respectivamente), seguidas das regiões nordeste (9%) e norte (3%). Não foram encontrados trabalhos de instituições da região centro-oeste. Já em relação as áreas de aplicação da metodologia, foram identificadas como os principais campos: a agricultura, a agroindústria, a logística, e as indústrias de eletrodomésticos, têxtil, de siderurgia, de refinaria de petróleo, de plástico e de cimento. Espera-se com este trabalho poder contribuir para a discussão acerca sobre ACV no país com a possibilidade de uma maior divulgação da metodologia nos principais fóruns nacionais da Engenharia de Produção. Palavras-chaves: ACV, Avaliação de Impacto Ambiental, NBR ISO 14040 XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente. São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.
  • 2. 2 1. Introdução O modo como a questão ambiental está em evidência através de campanhas de conscientização, tem fortalecido seus valores, e imposto as indústrias novos desafios para atender a demanda de um mercado consumidor por produtos ―ecologicamente corretos‖. Este novo comportamento suscitou a necessidade de desenvolvimento de abordagens e ferramentas de gestão que possibilitassem às empresas avaliar as conseqüências ambientais das decisões que tomavam em relação aos seus processos ou produtos. Esta tarefa mostrou-se extremamente complexa em função da necessidade de estabelecimento de critérios comuns de comparação e ainda da criação de uma abordagem completa do que se passou a chamar o ciclo de vida do produto. Assim, desenvolveu-se a ferramenta de avaliação do ciclo de vida. A avaliação do ciclo de vida (ACV) é uma abordagem do "berço ao túmulo" para a avaliação de sistemas de produção (EPA, 2006). Nesta ótica, a avaliação começa com a aquisição de matérias-primas da terra para criar o produto e termina no momento em que todos os materiais são devolvidos a terra. A ACV permite a estimativa dos impactos ambientais cumulativos resultantes de todas as fases do ciclo de vida do produto, muitas vezes incluindo impactos não considerados em análises mais tradicionais (por exemplo, a extração de matérias-primas, material de transporte, disposição final do produto, etc.). Ao incluir os impactos ao longo do ciclo de vida do produto, a ACV oferece uma visão abrangente dos aspectos ambientais do produto ou processo e uma imagem mais precisa do verdadeiro trade-offs (balanço entre prós e contras) do ambiente em produto e seleção de processo. A Figura 1 ilustra as possíveis etapas do ciclo de vida que podem ser consideradas em uma ACV e as entradas e saídas típicas. Figura 1 – Estágios do ciclo de vida (Adaptado da EPA, 2006) A ACV é uma técnica para avaliar os aspectos ambientais e impactos potenciais associados a um produto, processo ou serviço, através da (EPA, 2006):  Compilação um inventário de insumos de energia e materiais relevantes e liberações ambientais;  Avaliação dos impactos ambientais potenciais associados com as entradas identificadas e lançamentos;
  • 3. 3  Interpretação dos resultados para ajudar os tomadores de decisão tomar uma decisão mais informada. A ACV foi aceita como uma metodologia, reconhecida e reprodutível, de avaliação ambiental, quando foi padronizada pela International Organization for Standardization (ISO), que elaborou então, a ISO 14040 sobre a Avaliação de Ciclo de Vida, publicada no Brasil pela ABNT. De acordo com a NBR ISO 14040 (ABNT, 2001), a ACV é a compilação e avaliação das entradas, das saídas e dos impactos ambientais potenciais de um sistema de produto ao longo do seu ciclo de vida. A metodologia de ACV é divida em fases: a definição de objetivo e escopo, análise de inventário, avaliação de impactos e interpretação de resultados.  Objetivo: O objetivo de um estudo da ACV deve declarar inequivocamente a aplicação pretendida, as razões para conduzir o estudo e o público-alvo;  Escopo: Na definição do escopo de um estudo da ACV devem ser considerados e claramente descritos os seguintes itens: a) Função e unidade funcional; b) Fronteiras do sistema; c) Requisitos da qualidade dos dados; d) Comparações entre sistemas; e) Considerações sobre análise crítica;  Análise de inventário: envolve a coleta de dados e procedimentos de cálculo para quantificar as entradas e saídas pertinentes de um sistema de produto. Estes dados também constituem a entrada para a avaliação do impacto do ciclo de vida;  Avaliação de impactos: é dirigida à avaliação da significância de impactos ambientais potenciais, usando os resultados da análise de inventário do ciclo de vida. Em geral, este processo envolve a associação de dados de inventário com impactos ambientais específicos e a tentativa de compreender estes impactos;  Interpretação de resultados: a fase da ACV na qual as constatações da análise do inventário e da avaliação de impacto ou, no caso de estudos de inventário do ciclo de vida, somente os resultados da análise de inventário, são combinados, de forma consistente, com o objetivo e o escopo definidos, visando alcançar conclusões e recomendações. As áreas de atuação para a ACV são inúmeras, para exemplificar algumas delas, segundo a NBR ISO 14040, seriam a avaliação de risco, avaliação de desempenho ambiental, auditoria ambiental e avaliação de impacto ambiental (ABNT, 2001). Portanto, muitas são as possibilidades de aplicação da ferramenta de ACV, tanto para o setor industrial, que assume uma postura mais preocupada com as causas ambientais, para análise de processos/produtos, como também para a área acadêmica, com a realização de pesquisas e busca de soluções para os problemas na área ambiental. Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa que buscou investigar o progresso dos estudos na área acadêmica sobre análise de ciclo de vida no Brasil. Apresenta-se neste texto a pesquisa realizada nos anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP), entre os anos de 1996 e 2009. A busca na base de dados dos anais do ENEGEP justifica-se por este ser um dos principais eventos nacionais da área de Engenharia de Produção, e que contempla a publicação de trabalhos sobre ACV. Recentemente o ENEGEP obteve da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) a qualificação A2 na área das Engenharias III, segundo informações da página oficial do evento (http://www.abepro.org.br/indexsub.asp?ss=34).
  • 4. 4 2. Metodologia A pesquisa iniciou em forma de investigação documental, tendo como fonte de dados os anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP) de 1996 a 2009, disponíveis na página do evento no endereço http://publicacoes.abepro.org.br/. A busca nos anais do ENEGEP se realizou em forma de palavras-chave, fundamentando a escolha destas em assuntos que poderiam estar relacionados direta e indiretamente com a ACV, e nas questões semânticas de idiomas estrangeiros, visto que o Evento permite a inscrição de trabalhos em outros idiomas. As palavras selecionadas foram: life cycle, ACV, ciclo de vida, ISO 14040, ecodesign, P+L, produção mais limpa e produção limpa. Nos primeiros resultados obtidos por meio desta busca foi realizado um processo de seleção para identificar somente os trabalhos que citavam a ACV em seu contexto. 3. Resultados e Discussão A pesquisa identificou 72 artigos que citavam ACV. A leitura destes permitiu classificá-los em três categorias definidas pela pesquisa, abordados separadamente nos tópicos a seguir:  Instituições de pesquisa;  Áreas de atuação;  Metodologia empregada na aplicação da ACV. Os resultados para os dois primeiros itens serão apresentados e discutidos para todos os trabalhos encontrados, enquanto que a ultima será discutida somente com as publicações que aplicaram a metodologia da ACV em estudo de caso. 3.1. Instituições de Pesquisa Esta categoria identificou a Instituições que realizam investigações na área da ACV, ou mesmo que abordaram o assunto indiretamente em suas pesquisas. Sendo assim, os resultados quantitativos relacionado ao número de publicações, no ENEGEP, indicam que as principais Instituições que tem produzido trabalhos na área são as universidades, com 67 trabalhos. Foram ainda identificados cinco artigos de autores vinculados a empresas. A Figura 2 apresenta as instituições que foram identificadas no o mínimo de três trabalhos publicados. Figura 2 – Número de publicações produzidas por universidades. Legenda: UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), USP (Universidade de São Paulo), UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), FURB (Universidade Regional de Blumenau), UNIVALI
  • 5. 5 (Universidade do Vale do Itajaí), UFF (Universidade Federal Fluminense), UFPB (Universidade Federal da Paraíba) e UNIMEP (Universidade Metodista de Piracicaba) As universidades que têm os maiores números de publicações são a UFSC e a USP, com sete artigos cada uma, seguida pela UFRGS com cinco publicações, pela UFRJ, FURB e UNIVALI com quatro artigos cada uma e a UFF, UFPB e UNIMEP com três artigos. Evidencia-se a maior concentração das publicações nas regiões sul e sudeste, o que foi verificado a partir do número total dos trabalhos identificados, com o qual se obteve a distribuição geográfica destes no Brasil (Figura 3). Para elaboração deste gráfico foram excluídas os cinco trabalhos vinculados as empresas, visto que estas podem estar presentes em mais de uma região do país. Figura 3 – Trabalhos referentes a ACV publicados no Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP), no período de 1996 a 2009. Distribuição por região do país. A região sul é que representa a maior produção científica na área, com trinta e dois artigos no total, seguido pela região sudeste com vinte e sete artigos. Destaca-se na região sul os trabalhos da UFSC representada pelo Grupo de Pesquisas em Avaliação do Ciclo de Vida da UFSC (2010), criado em 2006. Na região sudeste foram contabilizados 27 artigos, cuja maior parte está relacionada aos programas de pós-graduação da USP, UFRJ, UFF e UNIMEP. Dentre as instituições que mais publicaram trabalhos, na região nordeste destaca-se a UFPB com três artigos do total dos seis encontrados para a região, que representou 9% da produção total encontrada. Na região norte foram encontrados dois artigos (3%). Não foram encontrados trabalhos de instituições da região centro-oeste. Constata-se que, em relação à divulgação de trabalhos, o ENEGEP tem sido escolhido principalmente por instituições das regiões sul e sudeste. Do mesmo modo, se verifica uma menor participação das demais regiões do país por este evento para divulgação dos trabalhos sobre ACV, ou ainda a baixa disseminação da ACV nestas regiões, tomando como base a pesquisa feita nos anais do ENEGEP entre os anos de 1996 a 2009. 3.2. Áreas de Atuação Esta categoria buscou identificar as principais áreas em que a ACV é aplicada. Deste modo, as 72 publicações encontradas concentram seus temas na utilização da ACV como uma ferramenta de gestão ambiental. Dentro deste tema os objetivos estão relacionados ao conceito de emissão zero (ROQUE e JÚNIOR, 2008), de produção mais limpa (SILVA e SILVA, 1998; MADRUGA, NASCIMENTO e ZAWISLAK, 1999), como também, para auxiliar os sistemas de informação (ÑAURI, RADOS e SELIG, 1997) e de logística reversa (CARDOSO et al., 2007), ou, para concepção de produtos no conceito de ecodesign (MAKIYA, 2007;
  • 6. 6 BORCHARDT et al., 2007; FILHO et al., 2008), e nos processos de rotulagem ambiental (SANTOS, 1998a; ALMEIDA e BRUNSTEIN, 1998; BIAZIN e GODOY, 2000; BARRETO et al., 2007). De forma geral, todos abordam o uso da ACV como uma etapa do processo para alcançar a sustentabilidade ambiental. Alguns autores ainda discutiram a metodologia ACV, o seu contexto histórico e os seus conceitos, ou realizaram uma análise crítica da mesma (ABARCA et al., 1997, LOBO e LIMA, 1997, MAGALHÃES, 1998 e JÚNIOR et al., 2007). A questão dos softwares disponíveis para a ACV foi, também, abordada, realizando comparações entre eles, ressaltando os recursos que cada um oferece (RODRIGUES, 2008). Temas como a relação do marketing ambiental e da ACV foram também discutidos, dissertando como a ACV pode fornecer dados desde a concepção do produto até o descarte, indicando oportunidade de melhorias contínuas no processo ou no produto, atendendo, assim, a demanda de um mercado com preceitos de responsabilidade sócio-ambiental (BARRETO et al., 2007). Há também textos que abordaram a questão da educação ambiental, relacionado à necessidade de inserir disciplinas com temática ambiental nas ementas dos cursos de Engenharia, como a introdução do conceito da ACV para auxiliar o profissional nos processos de tomada de decisão (JABBOUR, 2006; ULIANA, 2008). Outros se detiveram apenas na citação do ACV, não esclarecendo o conceito, suas propriedades ou outras características da metodologia (POZZOBON e RUPPENTHAL, 1999; SANTOS, 1999b; GIESTA e SILVA, 2006; PASQUAL, COSTA e FERNANDES, 2006; CORAL, STROBEL e SELIG, 2004; MACHADO e HOFFMANN, 2003; LIBRELOTTO, FERROLI e RADOS, 2003). 3.4. Metodologia empregada na aplicação da ACV A maioria das metodologias empregadas nas publicações é baseada na NBR ISO 14040 (2001). Assim, a pesquisa utilizou a norma como referência para análise dos trabalhos. Nos nove trabalhos verificados, os estudos de caso de ACV abordaram os seguintes processos e produtos: 1) ACV comparativa da produção de alface com as técnicas intensiva, hidropônica e orgânica (GRAF e FIGUEIREDO, 1999); 2) ACV comparativa entre a chapa de aço inoxidável e a chapa de aço carbono com aplicação do auto-limpante (FERREIRA e FRANK, 2000); 3) ACV comparativo no processo produtivo de tecidos de malha (BASTOS e POSSAMAI, 2002); 4) ACV simplificada aplicada a evolução de tornos (JACOVELLI e FIGUEIREDO, 2003); 5) ACV do processo de refino de petróleo (UGAYA e HENSCHEL, 2004); 6) ACV de sacos plásticos (IBRAHIM et al., 2007); 7) ACV da indústria processadora de aves (ALMEIDA et al., 2008); 8) ACV do transporte de tampas de plástico usadas em dispositivos eletrônicos (SILVA, 2009); e 9) ACV do cimento tipo portland (NIGRI, FILHO e ROCHA, 2009). No artigo sobre a ACV comparativa da produção de alface com as técnicas intensiva, hidropônica e orgânica (GRAF e FIGUEIREDO, 1999), o estudo foi realizado a partir de pesquisa de campo, complementada com dados extraídos da literatura técnica. A unidade de referência adotada foi 1000 (um mil) pés de alface, o que equivale, em média, a 350 kg. O escopo do trabalho abrangeu a extração de matéria prima, pré-produção, produção, embalagem e distribuição, uso e pós-utilização. Os parâmetros considerados na composição do inventário e na avaliação dos impactos ambientais foram classificados em 3 tipos, i) gerais: produtividade (por unidades de tempo e área), análise do processo e mão-de-obra envolvida; ii) insumos materiais: água, sementes, adubos, além de outros insumos; e iii) insumos energéticos: energia elétrica, óleo diesel, conteúdo energético dos adubos e dos defensivos. Observando que os equipamentos e materiais permanentes (tais como: caixas de madeira,
  • 7. 7 tratores, bombas e componentes estruturais das estufas e sistemas de irrigação), não foram objeto de quantificação por apresentarem influências ambientais menos significativas que os materiais de consumo, para a ACV da alface. De maneira geral, a conclusão do estudo é que nenhuma das produções de alface estudadas está isenta de impactos, ou pode ser mais elogiada, sob o ponto de vista sócio-ambiental. No artigo sobre a ACV comparativa entre a chapa de aço inoxidável e a chapa de aço carbono com aplicação do auto-limpante (FERREIRA e FRANK, 2000), foi aplicado a ACV através de um check list (lista de verificação), que avaliou as duas opções de projeto quanto a escolha do material, uso de energia, e geração de resíduos, analisando os interesses globais, materiais tóxicos e interesses locais, utilizando-se notas de 0 (zero) à 5 (cinco). Assim, foi verificado que o aço inoxidável apresentou-se, de maneira geral, como a melhor opção de projeto do ponto de vista ambiental, em relação ao aço carbono. No artigo sobre a ACV comparativo no processo produtivo de tecidos de malha (BASTOS e POSSAMAI, 2002), o produto A tinha as seguintes características: cor média, composição de fibras de algodão e de poliéster e estrutura física de moletom. Já o produto B era de cor clara, composição 100% algodão e estrutura física de meia-malha. O estudo foi aplicado exclusivamente no setor produtivo da Tinturaria. A fim de garantir que a comparação entre os produtos ocorresse numa mesma tecnologia e que as diferenças entre as variáveis estudadas para cada produto fossem conseqüências apenas do tipo de processamento a que estes são submetidos, os produtos foram processados em equipamentos com especificações técnicas idênticas. Quanto à unidade funcional, foi adotada a unidade metro quadrado (m2 ) de tecido tingido. O levantamento de informações foi realizado de acordo com as seguintes categorias: matérias-primas, produtos químicos e auxiliares, água, energia, produtos e emissões. O modelo se propôs a fornecer informações sobre o desempenho ambiental de produtos, de acordo com parâmetros como, exigências legais, exigências contratuais e exigências relacionadas ao consumo de recursos pelos processos internos, com os quais a empresa pode demonstrar maior ou menor preocupação. Por último, foi observado que o produto A possui uma performance ambiental inferior ao produto B, nos parâmetros estudados, assim, foi sugerido que a decisão a ser tomada, de acordo com os objetivos estratégicos da organização, é que o produto B deve ter sua produção incentivada, em detrimento do produto A. O artigo sobre a ACV simplificada aplicada a evolução de tornos (JACOVELLI e FIGUEIREDO, 2003), teve sua metodologia influenciada pelo artigo Matrix Approaches to Abridged Life Cycle Assessment publicado em 1994 na revista Enviromental Science & Technology. O processo utilizado foi propositadamente qualitativo e prático, mas não fornece dados numéricos definitivos cujas análises não possam ser questionadas ou melhoradas. A análise de produtos foi aplicada a tornos CNC funcionalmente similares, no caso um modelo de máquina-ferramenta CNC fabricado em dois períodos distintos de evolução tecnológica, no ano de 1985 e no ano de 2001. O escopo do trabalho abrangeu a pré-manufatura, manufatura, embalagem, forma de utilização e provável cenário de descarte do produto. Examinando primeiramente os valores para o torno de 1985 em todos os estágios do ciclo de vida, os números mostraram um pequeno impacto ambiental durante a extração dos recursos, embalagem e transporte. Em contraste, a taxa de classificação global para os tornos de 2001 foi muito melhor que as dos tornos mais antigos, mas também indicando ainda uma razoável potencialidade para melhorias ambientais. No artigo sobre a ACV do processo de refino de petróleo (UGAYA e HENSCHEL, 2004) foi desenvolvido um programa computacional, em linguagem Delphi, denominado RefACV (ACV de processos do Refino). O programa consiste, em linhas gerais, de um ambiente onde
  • 8. 8 o usuário entrará com dados referentes às entradas e saídas do processo escolhido. Assim, o trabalho buscou a estrutura e os cálculos necessários para desenvolver uma ferramenta específica, para adaptar a metodologia da ACV, para as refinarias de petróleo a fim de realizar uma análise ambiental, cujos resultados foram apresentados em forma de vários fatores de equivalência. No artigo sobre a ACV de sacos plásticos (IBRAHIM et al., 2007), o caso trata de duas empresas coligadas, especializadas na reciclagem e produção de sacos plásticos em geral. Para a elaboração da ACV, foi realizada a coleta de dados através de visitas técnicas e entrevistas com o gerente operacional da fábrica de reciclagem. Também foi utilizado um formulário para registro de dados técnicos referentes às variáveis de processo. O recorte utilizado para a elaboração do estudo foi começar com a matéria prima dentro da fábrica, excluindo-se todo o processo de transporte, acondicionamento anterior, pessoas envolvidas, possíveis impactos nesses processos, entre outros. O limite final do estudo é a mercadoria (o saco plástico) pronta e embalada, excluindo-se do estudo sua venda, distribuição, uso e descarte, e os possíveis impactos causados por esses processos. As variáveis econômicas, ambientais e sociais ainda não foram contempladas nesta etapa da pesquisa, serão analisadas em etapas posteriores. Os processos da empresa a partir do ponto inicial definido foram mapeados e lançados no programa computacional UMBERTO® para a posterior geração de balanços ambientais. Enfim, o modelo de ACV apresentando foi simplificado em dois aspectos: primeiro, na delimitação do sistema em que ocorrem os processos, escolhendo-se a planta das duas fábricas e, segundo, na representação dos fluxos de processo através do UMBERTO® sem a inclusão dos valores numéricos e dos respectivos balanços. No artigo sobre a ACV da indústria processadora de aves (ALMEIDA et al., 2008), a ACV foi feita a partir da elaboração de um fluxograma do processo produtivo do frango na empresa, cujo objetivo era chegar aos resíduos gerados pelo processo e dar ênfase ao destino que eram dados a eles. Quanto ao levantamento quantitativo dos resíduos gerados pelo setor produtivo, este foi realizado através dos fluxogramas, os quais foram a priori significativos, para impactar o meio ambiente. Em seguida foi efetuada a medição da quantidade de resíduo ou efluente em unidade temporal (kg, L). Quanto a avaliação do impacto ambiental, se utilizou o programa computacional SimaPro® . Por fim, para a relação dos impactos ambientais com os custos de produção, foi feito um relatório final com análise dos resultados da metodologia proposta na pesquisa, definindo a sua utilização como ferramenta para análises de investimentos em empreendimentos. No artigo sobre a ACV do transporte de tampas de plástico usadas em dispositivos eletrônicos (SILVA, 2009), teve como cenário avaliado o padrão de logística utilizada para fabricar produtos à base de bio-polímeros e polímeros sintéticos. Este cenário representa os processos logísticos direcionados da Europa para mercados como a Ásia, América Latina e EUA. O trabalho se propôs a avaliar o consumo de energia requerida para o transporte por diferentes vias, em função da distância e do combustível utilizado para completar as cadeias logísticas. As etapas consideradas para a ACV foram somente os passos relacionados ao transporte da matéria-prima, para composição, fabricação e processamento, a partir da moldagem por injeção de tampas de plástico e do tratamento ou eliminação de resíduos. O trabalho conclui que as rotas realizadas por aviões de carga gastam mais energia que navios, trens e caminhões. Os navios podem economizar mais energia do que os outros transportes alternativos, devido á sua maior capacidade de transporte. Modelos de transporte em diferentes regiões devem se re-avaliados levando ao uso integrado dos meios de transporte.
  • 9. 9 Assim, a cadeia de logística é essencial para garantir a redução do consumo de energia e conseqüentemente o impacto ambiental. Por último, no artigo sobre a ACV do cimento tipo portland (NIGRI, FILHO e ROCHA, 2009) foi aplicado um modelo simplificado do ciclo de vida do Cimento. No qual, o escopo abrange desde a retirada de suas matérias-primas da natureza, até sua disposição final, e a unidade funcional foi à produção de uma tonelada do produto ou vinte sacos de cinqüenta quilos de cimento. Os dados utilizados no referido estudo foram com base de um estudo feito na indústria de cimentos nos EUA, assim foram estimados para a produção de uma tonelada de cimento. Para avaliação de impactos ambientais foi empregado o Eco Indicator 95, demonstrando que realmente a fabricação de cimento se constitui num processo prejudicial ao ambiente onde se destacam o efeito estufa, causado pela queima de combustíveis fosseis, a contaminação por metais pesados devido a atividades mineradoras e o smog causado pela emissão de material particulado. As principais características dos trabalhos encontrados podem ser visualizadas nas Tabelas 1 e 2, que apresentam os resultados entre os anos de 1999 a 2004, e 2007 a 2009, respectivamente. Autor Objetivo Escopo Unidade Funcional Metodologia para ACV ou Software para Avaliação dos Impactos Resultados Graf e Figueiredo (1999) ACV comparativa da produção de alface com as técnicas intensiva, hidropônica e orgânica Extração de matéria prima, pré-produção, produção, embalagem e distribuição, uso e pós-utilização. 1000 pés de alface ——————— A prática da agricultura orgânica é mais adequada do que a intensiva, do ponto de vista sócio-ambiental Ferreira e Frank (2000) ACV comparativa entre a chapa de aço inoxidável e a chapa de aço carbono com aplicação do auto- limpante A escolha do material, o uso de energia, e a geração de resíduos, analisando os interesses globais, materiais tóxicos e interesses locais ———— Para ACV: check list, utilizando-se notas de 0 à 5. O aço inoxidável apresentou-se como a melhor opção de projeto do ponto de vista ambiental, em relação ao aço carbono EPV Bastos e Possamai (2002) ACV comparativo no processo produtivo de tecidos de malha Setor produtivo da Tinturaria 1 m2 de tecido tingido ——————— O produto A possui uma performance ambiental inferior ao produto B
  • 10. 10 Jacovelli e Figueiredo (2003) Comparar aspectos ambientais associados a máquinas-ferramenta (tornos) de um mesmo modelo, fabricadas em períodos distintos, nos anos de 1985 e 2002 respectivamente Pré-manufatura, manufatura, embalagem, forma de utilização e provável cenário de descarte ———— Para ACV: simplificada, influenciada pelo artigo ―Matrix Approaches to Abridged Life Cycle Assessment‖ A taxa de classificação global para os tornos de 2001 foi muito melhor que as dos tornos mais antigos Ugaya e Henschel (2004) Auxiliar no controle e gerenciamento dos problemas ambientais gerados durante as etapas do refino do petróleo Os principais e mais comuns processos existentes em refinarias de petróleo ———— Software: RefACV Mostra os resultados do impacto ambiental de um determinado processo em fatores de equivalência. Tabela 1 – Síntese dos artigos s que aplicaram a Análise de Ciclo de Vida á um estudo de caso no ENEGEP, no período de 1996 até 2004 Autor Objetivo Escopo Unidade Funcional Metodologia para ACV ou Software para Avaliação dos Impactos Resultados Ibrahim et al. (2007) ACV da produção de sacos plásticos de polietileno de baixa densidade, podendo ser utilizada matéria prima virgem ou proveniente de reciclagem Planta industrial completa destinada à produção de sacos plásticos ———— Software: UMBERTO® , para representação dos fluxos de produção Elaboração do fluxograma de processo Almeida et al. (2008) Chegar aos resíduos gerados pelo processo Processo produtivo do frango em indústria processadora de aves ——— Software: SimaPro® , para avaliação de impacto Confecção do relatório final com análise dos resultados da metodologia proposta na pesquisa, definindo a sua utilização como ferramenta para análises de investimentos em empreendimentos.
  • 11. 11 Silva (2009) Avaliar o consumo de energia requerida por diferentes rotas de transporte em função da distância e do combustível utilizado para completar a cadeia logística Transporte da matéria-prima, para composição, fabricação e processamento, a partir da moldagem por injeção de tampas de plástico e do tratamento ou eliminação de resíduos ———— Para Avaliação de Impactos: Eco-Factor (EF) As rotas realizadas por aviões de carga gastam mais energia. Os navios podem economizar mais energia do que os outros transportes alternativos. Modelos de transporte em diferentes regiões devem se re-avaliados levando ao uso integrado dos meios de transporte. Nigri, Filho e Rocha (2009) Avaliar o impacto ambiental da produção de cimento do tipo portland. Desde a retirada de suas matérias-primas da natureza, até sua disposição final. Produção de 1 tonelada de. Para ACV: modelo simplificado; Para Avaliação de Impactos: Eco Indicator 95. A fabricação de cimento é um processo prejudicial ao ambiente onde se destacam o efeito estufa, a contaminação por metais pesados e o smog. Tabela 2 – Síntese dos artigos s que aplicaram a Análise de Ciclo de Vida á um estudo de caso no ENEGEP, no período de 2007 até 2009 4. Considerações Finais A pesquisa identificou um total de 72 artigos, sendo que 63 destes se restringiram a uma abordagem conceitual da ACV, sem uma aplicação efetiva da metodologia. Tomando-se por base os anais do ENEGEP nos anos de 1996 a 2009, foi possível conhecer as instituições que tem apresentado maior produção científica e as principais regiões do país que abordam o assunto. Destacam-se a UFSC e a USP com o maior número de publicações dentre as instituições. As regiões sul e sudeste concentram a maior produção de trabalhos no país, não apenas pelas instituições já citadas, mas devido aos trabalhos da UFRGS, UFRJ, FURB, UNIVALI, UFF e UNIMEP, mostrando assim que os estudos sobre ACV encontram-se distribuídos entre várias instituições em ambas as regiões. Os trabalhos da região nordeste são predominantes na UFPB que, percentualmente é a instituição que possui maior no número de publicações para uma região, com 50% dos trabalhos produzidos. Em seguida tem-se a USP com 26% dos trabalhos da região sudeste, e a UFSC com 22% dos trabalhos da região sul. A ACV é uma metodologia com grande potencial de aplicação na avaliação de impactos ambientais. A pesquisa realizada verificou um número considerável de trabalhos que abordam o tema, contudo, houve um menor número destes (12,5%), que aplicaram efetivamente a metodologia da ACV, tendo como base os anais do ENEGEP de 1996 a 2009. Ressalta-se que dos nove trabalhos citados neste estudo, quatro foram publicados nas ultimas três edições do evento (2007, 2008 e 2009), refletindo a recente tendência de trabalhos sobre ACV no ENEGEP. Outro panorama que se pode construir é o das áreas de aplicação da metodologia, identificados a partir destes trabalhos, que são: a agricultura, a agroindústria, a logística, e as
  • 12. 12 indústrias de eletrodomésticos, têxtil, de siderurgia, de refinaria de petróleo, de plástico e de cimento. A metodologia da ACV possui benefícios e limitações, relacionadas até mesmo pela NBR ISO 14040 (2001). A compreensão das limitações e dos benefícios é importante para estabelecer a abrangência do estudo. Um exemplo, identificado no presente trabalho, seria que uma das características de pesquisas do tipo ACV, é que estas são direcionadas a um produto específico, de uma unidade produtiva, o qual é estudado com todas as suas peculiaridades. Outra questão é a etapa de avaliação de impactos ambientais, a qual é muito complexa e abrangente e que, numa situação real, envolve significativos estudos de equipes interdisciplinares e que representa todos os interesses sociais envolvidos na questão. No entanto, entre seus benefícios, além do grande potencial de aplicação na avaliação de impactos ambientais, já citado, destaca-se que a ACV proporciona uma visão geral do real impacto causado pela fabricação de determinado produto e, também determina as etapas críticas da produção que proporcionam altas descargas ambientais ou que consumam grandes quantidades de recursos naturais. Com isso pode-se comparar dois produtos ou processos e avaliar qual será a melhor opção. Deste modo, sugere-se a difusão dessa metodologia através da abordagem direta do tema pela ABEPRO - Associação Brasileira de Engenharia de Produção em seus fóruns de discussão como o ENEGEP, por meio da promoção de palestras e/ou mini-cursos, de modo à melhor divulgar e propagar a ACV para profissionais e pesquisadores das diversas regiões do país. Referências ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14040: Gestão ambiental - Avaliação do ciclo de vida - Princípios e estrutura. Rio de Janeiro, 2001. 10 p. ALMEIDA, A.R.C. de & BRUNSTEIN, I. Análise da rotulagem ambiental integrada ao ciclo de vida de produtos florestais. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 1998. ALMEIDA,J.; ARALDI, J.; MARTINS, M.S.; REINEHR, R. & PANDOLFO, A. Incorporação da variável ambiental às decisões econômicas: um estudo de caso em uma processadora de aves. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2008. BARRETO, A.P.L.; COELHO, E.; MELO, H.S.; CASTELO, L.A. & ALCANTARA, S.S. Ciclo de vida dos produtos: certificação e rotulagem ambiental. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2007. BASTOS, A.L.A. & POSSAMAI, O. Modelo de apoio à decisão para fabricação baseado na avaliação da performance ambiental de produtos e dos objetivos estratégicos da organização. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2002. BIAZIN, C.C. & GODOY, A.M.G. O selo verde: uma nova exigência internacional para as organizações. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2000. BORCHARDT, M.; SELLITTO, M.A.; PEREIRA, G.M. & POLTOSI, L.A.C. Implementação do ecodesign: um estudo de caso na indústria eletrônica. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2007. CARDOSO, R.S.; ADISSI, P.J.; XAVIER, L.H. & XAVIER, V.A. Ciclo de vida do produto, tecnologia e sustentabilidade: breve análise da gestão ambiental de resíduos sólidos no Brasil. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2007. CORAL, E.; STROBEL, J.S. & SELIG, P.M. A competitividade empresarial no contexto dos indicadores de sustentabilidade corporativa. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2004.
  • 13. 13 ENEGEP – ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. Anais do ENEGEP de 1996 a 2009. Disponível em <http://www.publicacoes.abepro.org.br/>; Acessado em: Janeiro de 2010. EPA - Environmental Protection Agency & SETAC - Science Applications International Corporation. Life Cycle Assessment: principles and Practice. 2006. Disponível em <http://www.epa.gov/ord/NRMRL/lcaccess/pdfs/600r06060.pdf>; Acessado em: Abril de 2010. FERREIRA, G.L.B. & FRANK, B. Avaliação do Ciclo de Vida: Uma aplicação prática para facilitar a escolha da melhor opção de projeto no desenvolvimento de novos produtos. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2000. FILHO, A.G.; PIGOSSO, D.C.A.; ROZENFELD,H. & OMETTO, A.R. Ecodesign: métodos e ferramentas. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2008. GIESTA, L.C. & SILVA, T.N. A educação ambiental e capital social em cooperativas de produção orgânica. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2006. GRAF, R. & FIGUEIREDO, P.J.M. Uma aplicação da avaliação de ciclo de vida do produto no setor agrícola - comparação da produção de alface com as técnicas intensiva, hidropônica e orgânica. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 1999. GRUPO DE PESQUISAS EM AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA. Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em: <http://www.ciclodevida.ufsc.br/acv/Main.php?do=adminAction&action=exibirSubMenu&idSubMenu=27>; Acessado em: Janeiro de 2010. IBRAHIM, G.D.; PEIXOTO, J.A.A.; XAVIER, L.S. & SOUZA, D.P. Análise de ciclo de vida de sacos plásticos produzidos por reciclagem: estudo de caso em Seropédica, RJ. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2007. JABBOUR, C.J.C. Entre desafios e oportunidades: reflexões acerca da inserção da dimensão ambiental no currículo de engenharia de produção. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2006. JACOVELLI, S.J. & FIGUEIREDO, P.J.M. Avaliação de ciclo de vida simplificada aplicada a evolução de tornos. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2003. ABARCA, C.D.G.; COHEN, C.; PACHECO, E.B.A.V.; MAIA, J.L.; MUYLAERT, M.S. & VIEIRA, M.C.W. ISO 14000 - Análisis del Ciclo de Vida. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 1997. MAGALHÃES, R.M. Crítica à Análise de Ciclo de Vida Orientada para o Meio Ambiente. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 1998. LOBO, Y.R.O. & LIMA, P.C. Avaliação do Ciclo de Vida. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 1997. JÚNIOR, A. F. B.; MORAIS, R. M.; EMERENCIANO, S. V.; PIMENTA, H. C. D. & GOUVINHAS, R. P. Conceitos e Aplicações de ACV no Brasil. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2007. LIBRELOTTO, L.I.; FERROLI, P.C.M.; RADOS & G V. Caracterização da sustentabilidade nas empresas de construção civil. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2003. MACHADO, L. A. & HOFFMANN, R. Impactos ambientais da geração de energia elétrica no Rio Grande do Sul. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2003. MADRUGA, K.; NASCIMENTO, L.F. & ZAWISLAK, P. Produção Mais Limpa no Setor Automotivo e a Cadeia de Fornecedores do Rio Grande do Sul. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 1999. MAKIYA, I.K. Ecodesign e seu papel mobilizador de inclusão social e sustentabilidade. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2007. ÑAURI, M.H.C.; RADOS, G.J.V.; SELIG, P.M. & POSSAMAI, O. Sistemas de Informação e a Variavel Ambiental: Gerenciando o Futuro das Empresas. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 1997. NIGRI, E.M.; FILHO, E.R. & ROCHA, S.D.F. Cimento tipo portland: uma aplicação da análise do ciclo de vida simplificada. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2009.
  • 14. 14 PASQUAL, D.L.; COSTA, C.A.G. & FERNANDES, F.C. Auditoria ambiental de conformidade legal: um enfoque à legislação ambiental federal e do Estado de Santa Catarina. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2006. POZZOBON, C.E. & RUPPENTHAL, J.E. Algumas implicações entre construção civil e meio ambiente. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 1999. RODRIGUES, C.R.B.; ZOLDAN, M.A.; LEITE, M.L.G. & OLIVEIRA, I.L. Sistemas Computacionais de apoio a Ferramenta Análise de Ciclo de Vida do Produto (ACV). Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2008. ROQUE, V.F. & JÚNIOR, A.N.C.M. Análise de ciclo de vida como ferramenta para se alcançar Emissão Zero. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 1997. SANTOS, S.R. Programas de Rotulagem Ambiental. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 1998a. SANTOS, S. Etapas de elaboração de projetos empresariais incluindo a variável ambiental. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 1998b. SILVA, O.C. Eco-products and the environmental impact generated by logistical chains. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2009. SILVA, E.R.F. & SILVA, M.L.P. Aplicação dos Critérios de Produção Limpa nos Projetos Industriais. Anais do Encontro de Engenharia de Produção, 1998. UGAYA, C.M.L. & HENSCHEL, J. Metodologia para identificação de aspectos ambientais significativos nos processos de refino de petróleo. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2004. ULIANA, R.B. Um panorama da evolução da abordagem e adoção da sustentabilidade na formação do engenheiro. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2008.