1. 1
1
CORROSÃO E
CORROSÃO E
ELETRODEPOSI
ELETRODEPOSIÇ
ÇÃO
ÃO
Princ
Princí
ípios de Eletroqu
pios de Eletroquí
ímica
mica
Prof. Dr. Artur de Jesus
Prof. Dr. Artur de Jesus Motheo
Motheo
Departamento de F
Departamento de Fí
ísico
sico-
-Qu
Quí
ímica
mica
Instituto de Qu
Instituto de Quí
ímica de são Carlos
mica de são Carlos
Universidade de São Paulo
Universidade de São Paulo
2. 2
2
•
• Quando se imerge uma placa de
Quando se imerge uma placa de
zinco numa solu
zinco numa soluç
ção
ão á
ácida, ocorre
cida, ocorre
seguinte processo:
seguinte processo:
•
• Esta rea
Esta reaç
ção pode ser traduzida pela
ão pode ser traduzida pela
seguinte equa
seguinte equaç
ção qu
ão quí
ímica global:
mica global:
Zn
Zn + 2H
+ 2H+
+
Zn
Zn2+
2+
+ H
+ H2
2
•
• Pode tamb
Pode també
ém ser escrita sob a forma de duas semi
m ser escrita sob a forma de duas semi-
-rea
reaç
ções:
ões:
Zn Zn2+ + 2e-
2H+ + 2e- H2
Princ
Princí
ípios de Eletroqu
pios de Eletroquí
ímica
mica
3. 3
3
•
• A rea
A reaç
ção
ão Zn
Zn →
→ Zn
Zn2+
2+ + 2e
+ 2e-
- é
é uma rea
uma reaç
ção de
ão de oxida
oxidaç
ção
ão:
:
Oxida
Oxidaç
ção
ão é
é uma rea
uma reaç
ção onde uma esp
ão onde uma espé
écie qu
cie quí
ímica perde
mica perde
el
elé
étrons
trons
O estado de oxida
O estado de oxidaç
ção dessa esp
ão dessa espé
écie aumenta (torna
cie aumenta (torna-
-se mais
se mais
positivo)
positivo)
eletrodo onde se d
eletrodo onde se dá
á uma oxida
uma oxidaç
ção
ão é
é o
o ânodo
ânodo
A rea
A reaç
ção
ão 2H
2H+
+ + 2e
+ 2e-
- →
→ H
H2
2 é
é uma rea
uma reaç
ção de
ão de redu
reduç
ção
ão:
:
Redu
Reduç
ção
ão é
é uma rea
uma reaç
ção onde uma esp
ão onde uma espé
écie qu
cie quí
ímica ganha
mica ganha
el
elé
étrons
trons
O estado de oxida
O estado de oxidaç
ção dessa esp
ão dessa espé
écie diminui
cie diminui
O el
O elé
étrodo onde se d
trodo onde se dá
á uma redu
uma reduç
ção
ão é
é o
o c
cá
átodo
todo
Princ
Princí
ípios de Eletroqu
pios de Eletroquí
ímica
mica
4. 4
4
Metal em contato com uma solu
Metal em contato com uma soluç
ção
ão
•
• á
átomos na rede cristalina do metal
tomos na rede cristalina do metal í
íons na solu
ons na soluç
ção, el
ão, elé
étrons no metal
trons no metal
Me
Me Me
Men
n+
+
+ n e
+ n e-
-
Do lado do metal, a interface fica com
excesso de cargas negativas;
Do lado da solução, a interface fica com
excesso de cargas positivas
Cria-se um campo elétrico e um diferença
de potencial entre o metal e a solução
A interface entre o metal e a solução
chama-se elétrodo
Princ
Princí
ípios de Eletroqu
pios de Eletroquí
ímica
mica
5. 5
5
2
2º
º Princ
Princí
ípio da Termodinâmica
pio da Termodinâmica “
“a mat
a maté
éria tende para um estado de
ria tende para um estado de
desordem m
desordem má
áximo
ximo”
”
•
• A energia livre diminui, o que tamb
A energia livre diminui, o que també
ém
m é
é favor
favorá
ável:
vel:
No in
No iní
ício:
cio:
(
(µ
µMe
Me
n
n+
+
)
)Me
Me (
(µ
µMe
Me
n
n+
+
)
)solu
soluç
ção
ão
No equil
No equilí
íbrio:
brio:
(
(µ
µMe
Me
n
n+
+
)
)Me
Me = (
= (µ
µMe
Me
n
n+
+
)
)solu
soluç
ção
ão
se a solu
se a soluç
ção original cont
ão original conté
ém
m í
íons do metal, ter
ons do metal, terá
á menos tendência a
menos tendência a
receber
receber í
íons da mesma natureza;
ons da mesma natureza;
se a atividade (concentra
se a atividade (concentraç
ção) destes
ão) destes í
íons for grande, poder
ons for grande, poderá
á mesmo dar
mesmo dar-
-
se o fenômeno inverso
se o fenômeno inverso deposi
deposiç
ção met
ão metá
álica
lica à
à superf
superfí
ície do eletrodo.
cie do eletrodo.
Princ
Princí
ípios de Eletroqu
pios de Eletroquí
ímica
mica
6. 6
6
•
• Eletrodos gasosos
Eletrodos gasosos
neles processa
neles processa-
-se uma rea
se uma reaç
ção que envolve um g
ão que envolve um gá
ás como reagente
s como reagente
ou produto:
ou produto:
gases
gases í
íons (que ficam na solu
ons (que ficam na soluç
ção)
ão)
í
íons em solu
ons em soluç
ção
ão gases
gases
em qualquer caso, a rea
em qualquer caso, a reaç
ção d
ão dá
á-
-se
se à
à superf
superfí
ície de um metal, que
cie de um metal, que
atua como
atua como “
“suporte
suporte”
” à
à troca de el
troca de elé
étrons
trons
eletrodo de hidrogênio: 2H+ + 2e- H2
eletrodo de oxigênio:
•
• em meio
em meio á
ácido: O
cido: O2
2 + 4H
+ 4H+
+
+ 4e
+ 4e-
-
2H
2H2
2O
O
•
• em meio
em meio neutro ou alcalino:
neutro ou alcalino: O
O2
2 + 2H
+ 2H2
2O + 4e
O + 4e-
-
4OH
4OH-
-
Eletrodos com interesse em Corrosão
Eletrodos com interesse em Corrosão
7. 7
7
• A cada um dos equilíbrios correspondem
potenciais (ou tensões) de eletrodo
• Por convenção, atribuiu-se o valor zero ao
potencial do eletrodo normal (padrão) de
hidrogênio (ENH)
pH2 = 1 atm, aH+ = 1 íon-grama L-1, T = 25 °
C
• Os potenciais dos outros sistemas são referidos
em relação ao ENH
• As tabelas de potenciais padrão de elétrodo
(potenciais normais a 25°C) são normalmente
chamadas Séries Eletroquímicas
• O potencial é tanto mais alto quanto mais nobre
for o metal (mais difícil de oxidar)
Eletrodos com interesse em Corrosão
Eletrodos com interesse em Corrosão
8. 8
8
•
• As condi
As condiç
ções de medida de um potencial padrão raramente se verificam:
ões de medida de um potencial padrão raramente se verificam:
atividades das esp
atividades das espé
écies iônicas não são unit
cies iônicas não são unitá
árias;
rias;
temperatura diferente de 25
temperatura diferente de 25°
°C;
C;
existem impurezas nos metais;
existem impurezas nos metais;
os metais podem ser portadores de um eletrodo gasoso;
os metais podem ser portadores de um eletrodo gasoso;
pode formar
pode formar-
-se uma camada de
se uma camada de ó
óxido.
xido.
•
• Em corrosão, as
Em corrosão, as S
Sé
éries Eletroqu
ries Eletroquí
ímicas
micas (padrão) são encaradas com
(padrão) são encaradas com
alguma reserva:
alguma reserva:
Opta
Opta-
-se por obter tabelas de potenciais dos metais em meios espec
se por obter tabelas de potenciais dos metais em meios especí
íficos
ficos
(potenciais galvânicos)
(potenciais galvânicos)
s
sé
éries galvânicas
ries galvânicas
Os potenciais galvânicos são diferentes dos potenciais padrão, p
Os potenciais galvânicos são diferentes dos potenciais padrão, podendo
odendo
mesmo haver inversão nas posi
mesmo haver inversão nas posiç
ções relativas dos metais na s
ões relativas dos metais na sé
érie
rie
Eletrodos com interesse em Corrosão
Eletrodos com interesse em Corrosão
9. 9
9
•
• S
Sé
érie Eletroqu
rie Eletroquí
ímica Padrão versus S
mica Padrão versus Sé
érie Galvânica (em solu
rie Galvânica (em soluç
ção de
ão de NaCl
NaCl a 3%)
a 3%)
(
(potenciais relativos ao ENH
potenciais relativos ao ENH)
)
Eletrodos com interesse em Corrosão
Eletrodos com interesse em Corrosão
10. 10
10
•
• Medi
Mediç
ção de potenciais
ão de potenciais
para medir o potencial de um eletrodo é necessário fechar o
circuito através da introdução de outro eletrodo na solução;
Para que esse segundo eletrodo não afete a medida, deve usar-se
um eletrodo de referência que se caracteriza por ter um valor
constante de potencial, independente das condições do meio;
O eletrodo de referência mais imediato seria o eletrodo normal de
hidrogênio(E=0,00 V), mas não é fácil de manipular:
Elevada acidez (atividade unitária de H+);
Envolve o borbulhamento de um gás (H2);
Frágil.
Eletrodos com interesse em Corrosão
Eletrodos com interesse em Corrosão
11. 11
11
•
• Usam
Usam-
-se então outros eletrodos de referência
se então outros eletrodos de referência mais robustos e com valor de potencial fixo e
mais robustos e com valor de potencial fixo e
reprodut
reprodutí
ível face ao ENH
vel face ao ENH,
, pelo que a conversão dos valores lidos
pelo que a conversão dos valores lidos é
é f
fá
ácil.
cil.
eletrodo de calomelanos saturado (ECS)
Hg2Cl2(s) + 2e- 2Hg (l) + 2Cl- notação: Hg, Hg2Cl2| KCl (sol. saturada)
EH (25 °C) = + 0,244 V
eletrodo de cobre/sulfato de cobre:
Cu2+ + 2e- Cu notação: Cu| CuSO4 (sat)
EH (25 °C) = + 0,3180 V
eletrodo de prata/cloreto de prata:
AgCl + e- Ag + Cl- notação: Ag, AgCl| KCl (1 mol L-1)
EH (25 °C) = + 0,2224 V
Eletrodos com interesse em Corrosão
Eletrodos com interesse em Corrosão
12. 12
12
•
• É
É poss
possí
ível calcular o potencial de
vel calcular o potencial de
equil
equilí
íbrio de uma dada rea
brio de uma dada reaç
ção em
ão em
condi
condiç
ções diferentes das
ões diferentes das
condi
condiç
ções padrão, pela
ões padrão, pela equa
equaç
ção
ão
de
de Nernst
Nernst:
:
•
• v
vá
álida para um
lida para um equilíbrio genérico
onde:
E0 potencial de equilíbrio nas condições
desejadas
Eº0 potencial de equilíbrio nas condições
padrão
R constante dos gases perfeitos (8.303
J.mole-1.K-1)
T temperatura na escala Kelvin
n nº de elétrons trocados na reação
F constante de Faraday (96500 C mol-1)
(Ox) e (Red)
atividades das espécies oxidada e
reduzida
Eletrodos com interesse em Corrosão
Eletrodos com interesse em Corrosão
13. 13
13
• Utilizando logaritmos decimais, a 25
Utilizando logaritmos decimais, a 25 °
°C (298,15 K):
C (298,15 K):
Eletrodos com interesse em Corrosão
Eletrodos com interesse em Corrosão
14. 14
14
• Devido à reação de oxidação, a interface fica, do lado do metal, com
excesso de cargas negativas;
• Num metal não pode haver acumulação de cargas
•
• É
É necess
necessá
ário existir, na vizinhan
rio existir, na vizinhanç
ça do eletrodo, um segundo eletrodo
a do eletrodo, um segundo eletrodo
onde as cargas negativas sejam consumidas
onde as cargas negativas sejam consumidas
•
• A rea
A reaç
ção que se d
ão que se dá
á nesse eletrodo tem que ser uma redu
nesse eletrodo tem que ser uma reduç
ção
ão
•
• Se não puder dar
Se não puder dar-
-se esse processo, a rea
se esse processo, a reaç
ção de oxida
ão de oxidaç
ção não pode
ão não pode
progredir
progredir
Eletrodos com interesse em Corrosão
Eletrodos com interesse em Corrosão
15. 15
15
E 0 ∆G 0 reação espontânea
Processos num Sistema em Corrosão
Processos num Sistema em Corrosão
16. 16
16
Zn Zn2+ + 2e-
Zn2+ + 2e- Zn
•
• Lâmina de zinco met
Lâmina de zinco metá
álico, chamada de eletrodo, est
lico, chamada de eletrodo, está
á parcialmente
parcialmente
imersa em solu
imersa em soluç
ção contendo
ão contendo í
íons Zn2+:
ons Zn2+:
Oxida
Oxidaç
ção de
ão de Zn
Zn para Zn
para Zn2+
2+ (
(fundo da vista expandida
fundo da vista expandida)
)
Redução de Zn2+ para Zn (perto do topo)
Ocorrem no eletrodo até que uma condição de equilíbrio seja
atingida.
* Os ânions necessários para tornar a solução eletricamente neutra não estão
representados para facilitar a visualização.
Processos num Sistema em Corrosão
Processos num Sistema em Corrosão
17. 17
17
Zn Zn2+ + 2e-
2H+ + 2e- H2
• O conjunto dos dois eletrodos forma uma célula eletroquímica
a
célula de corrosão
Processos num Sistema em Corrosão
Processos num Sistema em Corrosão
18. 18
18
• Um processo de corrosão pode decompor-se em:
a) Processo anódico (oxidação)
b) Processo de transporte de elétrons e transporte de íons
c) Processo catódico (redução)
Então,
• Um metal só se corrói (dissolução anódica) se
simultaneamente houver um processo catódico com potencial
superior ao do elétron metálico
Exemplo: Em água pura, sem oxigênio, apenas se corroem os metais cujo
potencial é inferior ao potencial do eletrodo de hidrogênio
Processos num Sistema em Corrosão
Processos num Sistema em Corrosão
19. 19
19
•
• C
Cé
élula constitu
lula constituí
ída por dois metais:
da por dois metais:
o metal de menor potencial (menos nobre) funciona como ânodo
o metal de maior potencial (mais nobre) funciona como cátodo
ou como portador do cátodo
Exemplo: Cu e Zn
Teorias das C
Teorias das Cé
élulas Locais
lulas Locais
20. 20
20
Exemplo: Cu e Zn
Teorias das C
Teorias das Cé
élulas Locais
lulas Locais
21. 21
21
Exemplo: Cu e Zn (solução com íons Cu2+)
Teorias das C
Teorias das Cé
élulas Locais
lulas Locais
22. 22
22
•
• C
Cé
élula constitu
lula constituí
ída por um s
da por um só
ó metal:
metal:
Os ânodos e os cátodos encontram-se, lado a lado, sobre o mesmo metal
A superfície, sendo heterogênea, permite o estabelecimento de zonas
diferentes:
zonas mais nobres: cátodos Células de corrosão = Células Locais
zonas menos nobres: ânodos
•
• As heterogeneidades podem dever
As heterogeneidades podem dever-
-se a
se a:
processo de fabricação: composição (limites de grão), laminação, ...
ligas (diferentes fases)
manuseamento: mãos, utensílios,...
ação do meio: armazenamento, radiações, ...
Teoria das Células Locais Delarive
Teorias das C
Teorias das Cé
élulas Locais
lulas Locais
25. 25
25
Para i≠0 o potencial afasta-se de E0
A diferença entre E e E0 chama-se sobretensão (n)
A sobretensão pode ter várias origens, recebendo a
designação respectiva: sobretensão de ativação (ou
transferência de carga), de difusão (ou concentração),...
Diagramas Potencial
Diagramas Potencial-
-Corrente
Corrente
31. 31
31
E
Ecorr
corr = potencial de corrosão ou potencial misto
= potencial de corrosão ou potencial misto
I
Icorr
corr = densidade de corrente de auto corrosão
= densidade de corrente de auto corrosão
Diagramas Potencial
Diagramas Potencial-
-Corrente
Corrente
35. 35
35
• Menor diferença entre potenciais de equilíbrio dos processos
anódico e catódico
• Maiores declives das curvas E-i desses processos
Menor velocidade de corrosão
Diagramas Potencial
Diagramas Potencial-
-Corrente
Corrente
37. 37
37
Ânodos e cátodos locais
Infinitamente pequenos
Distribuídos uniformemente na superfície
Mudam de posição ao longo do tempo
Teoria dos Potenciais Mistos
Teoria dos Potenciais Mistos
38. 38
38
Corrosão Uniforme e Corrosão Localizada
Corrosão Uniforme e Corrosão Localizada
Corrosão Uniforme
Corrosão Uniforme
• Nas condições anteriores, com ânodos e cátodos: que
são muito pequenos
estão distribuídos uniformemente na superfície
variam de posição no decurso do processo
Corrosão localizada
Corrosão localizada
• Células de corrosão fixas
dissolução anódica sempre nos mesmos locais
processo de redução sempre nos mesmos locais
40. 40
40
Relação de Áreas em Corrosão localizada
A corrente consumida no processo catódico tem que ser produzida no
processo anódico
A intensidade de corrente anódica (IA) é igual à intensidade de corrente
catódica (IC):
Sendo velocidade de corrosão igual à densidade de corrente iA, tem-se:
Corrosão Uniforme e Corrosão Localizada
Corrosão Uniforme e Corrosão Localizada