1) O documento discute a política de pós-graduação no Brasil, focando na área de educação.
2) Apresenta dados sobre o crescimento do número de programas de pós-graduação no país desde 1965, mostrando uma expansão constante, principalmente em instituições estaduais e particulares.
3) Discute indicadores de avaliação da pós-graduação como a produção bibliográfica e organização dos programas em núcleos de pesquisa.
A necessidade da ic para alunos de inst particularesgisa_legal
O documento discute a importância da iniciação científica para estudantes de instituições de ensino superior privadas no Brasil. Argumenta-se que a pesquisa é essencial para proporcionar aos alunos um acesso crítico ao conhecimento, em linha com a indissociabilidade constitucional entre ensino, pesquisa e extensão. A proliferação de instituições privadas sem investimento em pesquisa pode levar à formação de profissionais menos qualificados.
O documento discute a história da relação entre psicologia e educação no Brasil. Apresenta como a psicologia escolar se desenvolveu no país, influenciada pelas condições sociais e econômicas brasileiras. Também destaca os fundamentos teóricos que subsidiaram a prática da psicologia escolar e sua produção intelectual.
ormação e Inserção de Jovens no Mercado de Trabalho – Modelos e Sistemas de F...Ana Lemos
O documento discute a relação histórica entre educação e trabalho no contexto das mudanças na sociedade moderna e pós-moderna. Aborda como os modelos de educação foram influenciados pelas necessidades do mercado de trabalho ao longo do tempo e como essa relação linear tem se tornado mais complexa. Também reflete sobre como a emergência da sociedade do conhecimento impactou a valorização do capital humano.
Este documento discute a questão social e os direitos no contexto do serviço social brasileiro. Ele explica que a questão social é resultado das contradições entre capital e trabalho na sociedade capitalista e se expressa de várias formas, como desemprego e precariedade. As diretrizes curriculares do serviço social brasileiro colocam a questão social como eixo central para entender as origens e manifestações dos problemas sociais. Os direitos surgem como resposta às expressões da questão social, embora no Brasil tenham sido mais exceção do que regra.
Vale destacar que o autor em questão procura analisar a difusão isolada de excerto e da fragmentação das obras de Paulo Freire que assistematicamente tornaram-se extremamente popular. Em decorrência da popularização os fragmentos ganharam vida própria, transformando num slogan educacional. Assim, a partir da influência dos slogans educadores passam a construírem práticas pedagógicas e práticas discursivas tomando o slogan como doutrina.
No entanto, o autor ressalta que os slogans difundem aspectos isolados de uma teoria, mas que exerce um papel simbólico unificador gerando um conjunto de princípios didáticos.
Dessa forma, o slogan converte-se em doutrina literal, símbolo de um movimento prático, nesse caso o slogan representa uma simplificação das idéias originais, apenas um fragmento de uma construção teórica bem mais ampla.
Portanto, em nossa visão (do grupo) o título justifica-se uma vez, que o texto e o próprio autor passam a refletir sobre as conseqüências das máximas como recurso discursivo e prático no campo educacional a relação entre a doutrina e o slogan.
Este documento discute uma proposta de Jogos Esportivos Escolares desenvolvida em uma escola de classe média. O objetivo é promover a socialização, harmonia e integridade física, social, emocional e cognitiva dos alunos através da prática de jogos desportivos sob o prisma da cultura corporal em vez do paradigma da aptidão física. A proposta visa redimensionar os valores relacionados à Educação Física e firmá-la em uma perspectiva interdisciplinar.
A entrevista discute:
1) A crise do Estado de bem-estar na Europa e os avanços nos programas sociais no Brasil desde 2000.
2) A necessidade da Europa se reinventar politicamente e em termos de desenvolvimento socioeconômico para continuar sendo referência.
3) A urgência do Brasil em melhorar rapidamente a educação pública, principalmente o ensino médio, para que a universidade pública se torne motor do desenvolvimento.
A produtividade da escola improdutiv frigotoKarla Cândido
Este documento discute a regressão social e educacional nas últimas três décadas sob a ideologia do capital humano. Analisa como novas noções surgiram para mascarar esta regressão e destaca o desafio da esquerda em melhor compreender a relação entre teoria e ação política.
A necessidade da ic para alunos de inst particularesgisa_legal
O documento discute a importância da iniciação científica para estudantes de instituições de ensino superior privadas no Brasil. Argumenta-se que a pesquisa é essencial para proporcionar aos alunos um acesso crítico ao conhecimento, em linha com a indissociabilidade constitucional entre ensino, pesquisa e extensão. A proliferação de instituições privadas sem investimento em pesquisa pode levar à formação de profissionais menos qualificados.
O documento discute a história da relação entre psicologia e educação no Brasil. Apresenta como a psicologia escolar se desenvolveu no país, influenciada pelas condições sociais e econômicas brasileiras. Também destaca os fundamentos teóricos que subsidiaram a prática da psicologia escolar e sua produção intelectual.
ormação e Inserção de Jovens no Mercado de Trabalho – Modelos e Sistemas de F...Ana Lemos
O documento discute a relação histórica entre educação e trabalho no contexto das mudanças na sociedade moderna e pós-moderna. Aborda como os modelos de educação foram influenciados pelas necessidades do mercado de trabalho ao longo do tempo e como essa relação linear tem se tornado mais complexa. Também reflete sobre como a emergência da sociedade do conhecimento impactou a valorização do capital humano.
Este documento discute a questão social e os direitos no contexto do serviço social brasileiro. Ele explica que a questão social é resultado das contradições entre capital e trabalho na sociedade capitalista e se expressa de várias formas, como desemprego e precariedade. As diretrizes curriculares do serviço social brasileiro colocam a questão social como eixo central para entender as origens e manifestações dos problemas sociais. Os direitos surgem como resposta às expressões da questão social, embora no Brasil tenham sido mais exceção do que regra.
Vale destacar que o autor em questão procura analisar a difusão isolada de excerto e da fragmentação das obras de Paulo Freire que assistematicamente tornaram-se extremamente popular. Em decorrência da popularização os fragmentos ganharam vida própria, transformando num slogan educacional. Assim, a partir da influência dos slogans educadores passam a construírem práticas pedagógicas e práticas discursivas tomando o slogan como doutrina.
No entanto, o autor ressalta que os slogans difundem aspectos isolados de uma teoria, mas que exerce um papel simbólico unificador gerando um conjunto de princípios didáticos.
Dessa forma, o slogan converte-se em doutrina literal, símbolo de um movimento prático, nesse caso o slogan representa uma simplificação das idéias originais, apenas um fragmento de uma construção teórica bem mais ampla.
Portanto, em nossa visão (do grupo) o título justifica-se uma vez, que o texto e o próprio autor passam a refletir sobre as conseqüências das máximas como recurso discursivo e prático no campo educacional a relação entre a doutrina e o slogan.
Este documento discute uma proposta de Jogos Esportivos Escolares desenvolvida em uma escola de classe média. O objetivo é promover a socialização, harmonia e integridade física, social, emocional e cognitiva dos alunos através da prática de jogos desportivos sob o prisma da cultura corporal em vez do paradigma da aptidão física. A proposta visa redimensionar os valores relacionados à Educação Física e firmá-la em uma perspectiva interdisciplinar.
A entrevista discute:
1) A crise do Estado de bem-estar na Europa e os avanços nos programas sociais no Brasil desde 2000.
2) A necessidade da Europa se reinventar politicamente e em termos de desenvolvimento socioeconômico para continuar sendo referência.
3) A urgência do Brasil em melhorar rapidamente a educação pública, principalmente o ensino médio, para que a universidade pública se torne motor do desenvolvimento.
A produtividade da escola improdutiv frigotoKarla Cândido
Este documento discute a regressão social e educacional nas últimas três décadas sob a ideologia do capital humano. Analisa como novas noções surgiram para mascarar esta regressão e destaca o desafio da esquerda em melhor compreender a relação entre teoria e ação política.
FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES: ANÁLISE PRELIMINAR DO CONTEXTO DAS REFORMAS ...ProfessorPrincipiante
Este documento analisa preliminarmente o contexto das reformas curriculares de formação de professores no Quebec, Portugal e Brasil. Discute como esses programas vêm sendo questionados e a necessidade de mudanças no modelo curricular tradicional, com foco maior na prática de ensino. Também aborda os impactos da globalização nessas reformas.
Draibe estado de bem estar desenvolvimento economico e cidadaniaAngelo Pereira
[i] O documento apresenta uma revisão da literatura contemporânea sobre Estados de Bem-Estar Social sob três eixos: a análise integrada da economia e política social, os padrões e tipos de Estados de Bem-Estar, e as dimensões de gênero e família nos regimes de bem-estar; [ii] Discute como a literatura tem analisado as relações entre políticas sociais e desenvolvimento econômico, e conceitos como "inserção produtiva"; [iii] Também aborda debates sobre como interpretar as recentes reform
O documento discute o ensino de filosofia no ensino médio nas escolas públicas do Distrito Federal. Apresenta a história do ensino de filosofia no Brasil e no DF. Também analisa aspectos da formação e prática dos professores de filosofia e perspectivas para o ensino da disciplina. Os autores refletem sobre o encontro entre filosofia e escola e os desafios de pensar a filosofia no contexto escolar.
Maria tereza estrela discussões fundamentaisribeiroljosi
Este documento é um artigo acadêmico que discute as realidades e perspectivas da formação contínua de professores em Portugal. O artigo faz uma análise crítica das realidades atuais da formação contínua de professores em três níveis: o discurso sobre formação contínua, a legislação sobre formação contínua e o que de fato é feito em termos de formação contínua. O artigo também discute perspectivas para o futuro da formação contínua de professores em Portugal.
O currículo no ensino superior estruturado emInge Suhr
O documento discute a reestruturação do currículo de 26 cursos de graduação de uma instituição de ensino superior privada com base na interdisciplinaridade. Organizou o currículo em ciclos e unidades temáticas de aprendizagem que articulam disciplinas, conteúdos e competências de forma interdisciplinar. Após um ano, os resultados foram inicialmente positivos, mas ajustes continuaram sendo necessários.
O documento discute a gestão escolar democrática no Brasil a partir da década de 1980. Apresenta três autores que defendem modelos de gestão participativa, compartilhada ou da "Escola Cidadã". No entanto, argumenta que esses modelos não questionam o papel do Estado e podem mascarar mecanismos de controle, fragilizando a implantação da verdadeira gestão democrática.
O ensino médio no contexto das políticas públicas de educação no brasilMarcos David
O documento discute as propostas de ensino médio no Brasil feitas pelo senador Darcy Ribeiro e pelo MEC entre 1996. A autora argumenta que as propostas, embora com o mesmo discurso sobre educação para o trabalho, apresentam visões irreconciliáveis. A proposta do MTB prioriza a qualificação profissional para desempregados e excluídos, enquanto a do MEC foca na preparação para a universidade.
O documento discute as relações entre a escola e as práticas culturais de esporte. Afirma que Valter Bracht inicialmente defende que a escola tem autonomia para estabelecer seus próprios códigos e funções, mas depois passa a ver a escola apenas como transmissora de conhecimento produzido fora dela. O autor argumenta que a escola pode produzir sua própria cultura escolar e estabelecer relação de tensão com as culturas da sociedade, intervindo na história cultural.
Este documento discute a metodologia de pesquisa proposta pelo Curso de Licenciatura em Pedagogia a Distância da Universidade Federal de Pelotas. Ele enfatiza que o curso utiliza a pesquisa participante como eixo central da formação docente, envolvendo os estudantes com a pesquisa desde o início do curso para compreender a realidade local. Além disso, relata exemplos de como esta abordagem tem permitido aos professores formados pelo curso entenderem melhor as peculiaridades de suas escolas e comunidades.
O documento discute como certos discursos recentes sobre métodos de alfabetização têm pouco contribuído para entender por que a escola pública não tem sido eficiente em alfabetizar alunos das camadas populares. O autor argumenta que é preciso ir além da discussão sobre velhos métodos e considerar questões como a formação de professores, ampliação do ensino fundamental e acesso à educação infantil.
O documento discute como certos discursos recentes sobre métodos de alfabetização têm pouco contribuído para entender por que a escola pública não tem sido eficiente em alfabetizar alunos das camadas populares. O autor argumenta que é preciso ir além da discussão sobre velhos métodos e considerar questões como a formação de professores e ampliação do ensino fundamental.
O ESTÁGIO DE DOCÊNCIA NA PERSPECTIVA DE ESTUDANTES DA PÓS-GRADUAÇÃOProfessorPrincipiante
1. O documento descreve uma pesquisa sobre como estudantes de pós-graduação representam suas experiências de estágio docente e como isso contribui para sua formação como professores do ensino superior.
2. A pesquisa utilizou entrevistas e análise documental com 3 estudantes de mestrado para compreender suas percepções sobre como o estágio foi realizado e quais contribuições e dificuldades trouxeram para seu desenvolvimento profissional.
3. Os resultados indicaram que as experiências de estágio variaram entre os estudantes e não seguiram uma sequ
Este artigo discute a formação de professores de ciências sociais no Brasil e sua relação com as políticas educacionais. Primeiramente, analisa o contexto das políticas públicas em educação no Brasil, destacando a ausência inicial de uma política clara e a progressiva presença do Estado a partir do século XX. Em seguida, discute como a formação docente se relaciona com as mudanças no ensino de sociologia, notadamente sua reintrodução nos currículos escolares desde os anos 1980.
Este artigo discute a formação de professores de ciências sociais no Brasil e como ela está relacionada às políticas educacionais. Primeiro, analisa o contexto das políticas públicas de educação no Brasil, destacando a ausência inicial de uma política clara e a crescente presença do Estado a partir do século XX. Em seguida, discute como a formação docente está ligada à dinâmica da introdução e remoção da sociologia no currículo escolar brasileiro ao longo do tempo. Por fim, reflete sobre os desafios atuais da forma
A INSERÇÃO DE RECÉM-DOUTORES NA DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA: CONTRIBUIÇÕES PARA O ...ProfessorPrincipiante
Este documento resume uma pesquisa sobre a inserção de recém-doutores na carreira docente em universidades brasileiras. Apresenta dados de três professores de áreas diferentes que relataram suas trajetórias acadêmicas, o processo de concurso público e os desafios do primeiro ano como docentes, como dificuldades de acesso a informações e desenvolvimento do trabalho. Os resultados preliminares apontam tensões encontradas no início da carreira.
O documento discute a formação e atuação dos cientistas sociais como instrumentos de transformação. Apresenta a conjuntura da educação superior no Brasil e os desafios enfrentados pelos cursos de ciências sociais, incluindo a precarização da formação e a distância crescente entre o conteúdo ensinado e a realidade social. Defende a importância da organização dos estudantes de ciências sociais para qualificar a formação e potencializar a atuação como instrumentos de transformação da sociedade.
ENTRE MOVIMENTOS INSTITUÍDOS E INSTITUINTES DE FORMAÇÃO NO COTIDIANO ESCOLAR:...ProfessorPrincipiante
Como a menina avoada de Barros (1999) incuto-me na invenção de um itinerário
investigativo que, longe de seguir um caminho “dado”, mobiliza-me a rascunhar
alternativas, revisitar objetivos e mergulhar em um rio de possibilidades. Assim é o
caminho da pesquisa que entre “promessas” e trilhas (inventadas) tem me permitido (re)
desenhar traços de sua escrita.
O documento defende a permanência das disciplinas de Filosofia e Sociologia na rede municipal de ensino de São Leopoldo. Argumenta que essas disciplinas desenvolvem o pensamento crítico dos estudantes e são fundamentais para compreender a sociedade e suas transformações. Também ressalta que os professores dessas disciplinas foram contratados por meio de concurso público e não aceitam ter suas funções modificadas.
Wendel Umirim-ce (Resenha politicas publicas e educação)Wendel Bike
Este documento discute as políticas públicas na educação brasileira desde o século XX até os dias atuais. Aborda os posicionamentos de teóricos que ajudam a compreender o tema e analisa as políticas educacionais pensadas no Brasil. O objetivo é fazer um resgate histórico das políticas públicas na educação básica e aprofundar os conhecimentos sobre a política educacional vigente no país.
PROFESSOR INICIANTE DE EDUCAÇÃO FÍSICA: VALORIZANDO TRAJETÓRIAS E CONQUISTAS ...ProfessorPrincipiante
Este documento apresenta o relato de um professor inicante de Educação Física sobre sua trajetória profissional por meio de um memorial descritivo. O relato destaca as influências familiares e experiências durante a formação inicial que contribuíram para a escolha da profissão docente. Além disso, ressalta como a atuação na escola e a reflexão sobre a prática por meio da escrita biográfica permitiram compreender melhor o próprio processo de desenvolvimento profissional.
A Sociologia da Educação entre o Funcionalismo e o Pós-Modernismo: os Temas e os Problemas de uma Tradição discute três principais perspectivas de análise na Sociologia da Educação: 1) A perspectiva funcionalista que vê a educação como contribuindo para a manutenção da ordem social existente, 2) A perspectiva crítica influenciada por Marx que enfatiza o papel da educação na reprodução das desigualdades de classe através da manipulação das consciências, 3) Perspectivas pós-modernas que re
Este documento discute duas políticas estaduais para o Ensino Médio no Rio Grande do Sul: a Reestruturação do Ensino Médio e o PROUNI-RS. Apesar de possuírem aspectos positivos, estas políticas visam principalmente adaptar os estudantes ao mercado de trabalho em vez de promover seu desenvolvimento integral e emancipação. As contradições entre os objetivos pedagógicos e os interesses econômicos e políticos são apontadas.
FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES: ANÁLISE PRELIMINAR DO CONTEXTO DAS REFORMAS ...ProfessorPrincipiante
Este documento analisa preliminarmente o contexto das reformas curriculares de formação de professores no Quebec, Portugal e Brasil. Discute como esses programas vêm sendo questionados e a necessidade de mudanças no modelo curricular tradicional, com foco maior na prática de ensino. Também aborda os impactos da globalização nessas reformas.
Draibe estado de bem estar desenvolvimento economico e cidadaniaAngelo Pereira
[i] O documento apresenta uma revisão da literatura contemporânea sobre Estados de Bem-Estar Social sob três eixos: a análise integrada da economia e política social, os padrões e tipos de Estados de Bem-Estar, e as dimensões de gênero e família nos regimes de bem-estar; [ii] Discute como a literatura tem analisado as relações entre políticas sociais e desenvolvimento econômico, e conceitos como "inserção produtiva"; [iii] Também aborda debates sobre como interpretar as recentes reform
O documento discute o ensino de filosofia no ensino médio nas escolas públicas do Distrito Federal. Apresenta a história do ensino de filosofia no Brasil e no DF. Também analisa aspectos da formação e prática dos professores de filosofia e perspectivas para o ensino da disciplina. Os autores refletem sobre o encontro entre filosofia e escola e os desafios de pensar a filosofia no contexto escolar.
Maria tereza estrela discussões fundamentaisribeiroljosi
Este documento é um artigo acadêmico que discute as realidades e perspectivas da formação contínua de professores em Portugal. O artigo faz uma análise crítica das realidades atuais da formação contínua de professores em três níveis: o discurso sobre formação contínua, a legislação sobre formação contínua e o que de fato é feito em termos de formação contínua. O artigo também discute perspectivas para o futuro da formação contínua de professores em Portugal.
O currículo no ensino superior estruturado emInge Suhr
O documento discute a reestruturação do currículo de 26 cursos de graduação de uma instituição de ensino superior privada com base na interdisciplinaridade. Organizou o currículo em ciclos e unidades temáticas de aprendizagem que articulam disciplinas, conteúdos e competências de forma interdisciplinar. Após um ano, os resultados foram inicialmente positivos, mas ajustes continuaram sendo necessários.
O documento discute a gestão escolar democrática no Brasil a partir da década de 1980. Apresenta três autores que defendem modelos de gestão participativa, compartilhada ou da "Escola Cidadã". No entanto, argumenta que esses modelos não questionam o papel do Estado e podem mascarar mecanismos de controle, fragilizando a implantação da verdadeira gestão democrática.
O ensino médio no contexto das políticas públicas de educação no brasilMarcos David
O documento discute as propostas de ensino médio no Brasil feitas pelo senador Darcy Ribeiro e pelo MEC entre 1996. A autora argumenta que as propostas, embora com o mesmo discurso sobre educação para o trabalho, apresentam visões irreconciliáveis. A proposta do MTB prioriza a qualificação profissional para desempregados e excluídos, enquanto a do MEC foca na preparação para a universidade.
O documento discute as relações entre a escola e as práticas culturais de esporte. Afirma que Valter Bracht inicialmente defende que a escola tem autonomia para estabelecer seus próprios códigos e funções, mas depois passa a ver a escola apenas como transmissora de conhecimento produzido fora dela. O autor argumenta que a escola pode produzir sua própria cultura escolar e estabelecer relação de tensão com as culturas da sociedade, intervindo na história cultural.
Este documento discute a metodologia de pesquisa proposta pelo Curso de Licenciatura em Pedagogia a Distância da Universidade Federal de Pelotas. Ele enfatiza que o curso utiliza a pesquisa participante como eixo central da formação docente, envolvendo os estudantes com a pesquisa desde o início do curso para compreender a realidade local. Além disso, relata exemplos de como esta abordagem tem permitido aos professores formados pelo curso entenderem melhor as peculiaridades de suas escolas e comunidades.
O documento discute como certos discursos recentes sobre métodos de alfabetização têm pouco contribuído para entender por que a escola pública não tem sido eficiente em alfabetizar alunos das camadas populares. O autor argumenta que é preciso ir além da discussão sobre velhos métodos e considerar questões como a formação de professores, ampliação do ensino fundamental e acesso à educação infantil.
O documento discute como certos discursos recentes sobre métodos de alfabetização têm pouco contribuído para entender por que a escola pública não tem sido eficiente em alfabetizar alunos das camadas populares. O autor argumenta que é preciso ir além da discussão sobre velhos métodos e considerar questões como a formação de professores e ampliação do ensino fundamental.
O ESTÁGIO DE DOCÊNCIA NA PERSPECTIVA DE ESTUDANTES DA PÓS-GRADUAÇÃOProfessorPrincipiante
1. O documento descreve uma pesquisa sobre como estudantes de pós-graduação representam suas experiências de estágio docente e como isso contribui para sua formação como professores do ensino superior.
2. A pesquisa utilizou entrevistas e análise documental com 3 estudantes de mestrado para compreender suas percepções sobre como o estágio foi realizado e quais contribuições e dificuldades trouxeram para seu desenvolvimento profissional.
3. Os resultados indicaram que as experiências de estágio variaram entre os estudantes e não seguiram uma sequ
Este artigo discute a formação de professores de ciências sociais no Brasil e sua relação com as políticas educacionais. Primeiramente, analisa o contexto das políticas públicas em educação no Brasil, destacando a ausência inicial de uma política clara e a progressiva presença do Estado a partir do século XX. Em seguida, discute como a formação docente se relaciona com as mudanças no ensino de sociologia, notadamente sua reintrodução nos currículos escolares desde os anos 1980.
Este artigo discute a formação de professores de ciências sociais no Brasil e como ela está relacionada às políticas educacionais. Primeiro, analisa o contexto das políticas públicas de educação no Brasil, destacando a ausência inicial de uma política clara e a crescente presença do Estado a partir do século XX. Em seguida, discute como a formação docente está ligada à dinâmica da introdução e remoção da sociologia no currículo escolar brasileiro ao longo do tempo. Por fim, reflete sobre os desafios atuais da forma
A INSERÇÃO DE RECÉM-DOUTORES NA DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA: CONTRIBUIÇÕES PARA O ...ProfessorPrincipiante
Este documento resume uma pesquisa sobre a inserção de recém-doutores na carreira docente em universidades brasileiras. Apresenta dados de três professores de áreas diferentes que relataram suas trajetórias acadêmicas, o processo de concurso público e os desafios do primeiro ano como docentes, como dificuldades de acesso a informações e desenvolvimento do trabalho. Os resultados preliminares apontam tensões encontradas no início da carreira.
O documento discute a formação e atuação dos cientistas sociais como instrumentos de transformação. Apresenta a conjuntura da educação superior no Brasil e os desafios enfrentados pelos cursos de ciências sociais, incluindo a precarização da formação e a distância crescente entre o conteúdo ensinado e a realidade social. Defende a importância da organização dos estudantes de ciências sociais para qualificar a formação e potencializar a atuação como instrumentos de transformação da sociedade.
ENTRE MOVIMENTOS INSTITUÍDOS E INSTITUINTES DE FORMAÇÃO NO COTIDIANO ESCOLAR:...ProfessorPrincipiante
Como a menina avoada de Barros (1999) incuto-me na invenção de um itinerário
investigativo que, longe de seguir um caminho “dado”, mobiliza-me a rascunhar
alternativas, revisitar objetivos e mergulhar em um rio de possibilidades. Assim é o
caminho da pesquisa que entre “promessas” e trilhas (inventadas) tem me permitido (re)
desenhar traços de sua escrita.
O documento defende a permanência das disciplinas de Filosofia e Sociologia na rede municipal de ensino de São Leopoldo. Argumenta que essas disciplinas desenvolvem o pensamento crítico dos estudantes e são fundamentais para compreender a sociedade e suas transformações. Também ressalta que os professores dessas disciplinas foram contratados por meio de concurso público e não aceitam ter suas funções modificadas.
Wendel Umirim-ce (Resenha politicas publicas e educação)Wendel Bike
Este documento discute as políticas públicas na educação brasileira desde o século XX até os dias atuais. Aborda os posicionamentos de teóricos que ajudam a compreender o tema e analisa as políticas educacionais pensadas no Brasil. O objetivo é fazer um resgate histórico das políticas públicas na educação básica e aprofundar os conhecimentos sobre a política educacional vigente no país.
PROFESSOR INICIANTE DE EDUCAÇÃO FÍSICA: VALORIZANDO TRAJETÓRIAS E CONQUISTAS ...ProfessorPrincipiante
Este documento apresenta o relato de um professor inicante de Educação Física sobre sua trajetória profissional por meio de um memorial descritivo. O relato destaca as influências familiares e experiências durante a formação inicial que contribuíram para a escolha da profissão docente. Além disso, ressalta como a atuação na escola e a reflexão sobre a prática por meio da escrita biográfica permitiram compreender melhor o próprio processo de desenvolvimento profissional.
A Sociologia da Educação entre o Funcionalismo e o Pós-Modernismo: os Temas e os Problemas de uma Tradição discute três principais perspectivas de análise na Sociologia da Educação: 1) A perspectiva funcionalista que vê a educação como contribuindo para a manutenção da ordem social existente, 2) A perspectiva crítica influenciada por Marx que enfatiza o papel da educação na reprodução das desigualdades de classe através da manipulação das consciências, 3) Perspectivas pós-modernas que re
Este documento discute duas políticas estaduais para o Ensino Médio no Rio Grande do Sul: a Reestruturação do Ensino Médio e o PROUNI-RS. Apesar de possuírem aspectos positivos, estas políticas visam principalmente adaptar os estudantes ao mercado de trabalho em vez de promover seu desenvolvimento integral e emancipação. As contradições entre os objetivos pedagógicos e os interesses econômicos e políticos são apontadas.
O documento discute a concepção de estágio supervisionado em espaços não escolares e a atuação de pedagogos nesses ambientes. Ele analisa documentos curriculares e legislação para compreender melhor o estágio nesses espaços, mostrando que é possível oferecer experiências pedagógicas diferenciadas que respeitem cada espaço. Também discute a educação não formal e exemplos de espaços onde ocorre, como organizações comunitárias e de idosos. Por fim, relata experiências de estágio em um hospital e casa de idosos.
Plano de aula entregue ao curso de Especialização emEducação de Jovens e Adultos EJA, do IFSP Armênia, sobre Tecnologias da Aprendizagem, aplicado na EMEF Raul Pompéia, sem descrição de resultados.
IDENTIDADES DOCENTES NA ABORDAGEM NARRATIVA. PROCESOS DE SOCIALIZACION PROFES...ProfessorPrincipiante
Este trabalho é fruto de reflexões narrativas de professores formadores que
atuam no programa Projovem Urbano e rede pública, leituras de textos de pensadores
que estudam e pesquisam a partir do referencial teórico metodológico de abordagens
narrativas, pensadores da área das ciências da educação, sociologia, filosofia e de
minhas percepções enquanto pesquisador participante do Grupo de Estudos e
Pesquisas em Política e Formação Docente: Ensino Fundamental e Superior.
Pretendo apontar algumas evidências que me levam a acreditar que o movimento de
resignificação do ser professor que se processa no interior do diálogo intersubjetivo, se
mostra como um campo narrativo de legitimações inter-educativas que constitui-se
mapas de epistémês para uma ciência docente. Este entendimento não se expressa
para mim num horizonte hipotético, mas trata-se da própria dinâmica narrativa que
sempre se exterioriza impregnada de sentidos resignificados e resignificantes
permanentes por isto o titulo Evidências de Epistêmés na Abordagem Narrativa.
Esta construção é parte do trabalho de mestrado que venho desenvolvendo intitulado
Formação dos Professores e Rede Pública, Através das Narrativas, Trajetórias e
Percursos, orientado pela Profª. Dra Filomena Maria de Arruda Monteiro do PPGE - Linha de Pesquisa: Organização Escolar, Formação e Práticas Pedagógicas - da
Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT.
Palavras Chaves: evidências ;epitémê ;resignificação ;narrativas e intersubjetividade.
DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOCENTE: CONCEITUANDO O INÍCIO DA CARREIRAProfessorPrincipiante
Este documento discute o desenvolvimento profissional de professores iniciantes no Brasil. Primeiro, analisa a idade de entrada na carreira docente no Brasil em comparação com padrões europeus. Segundo, descreve as fases da carreira docente de acordo com Huberman, focando na fase inicial de entrada na carreira. Terceiro, discute como o ingresso tardio no ensino superior no Brasil afeta a experiência e qualidade dos professores.
Este documento discute as contribuições de Vigotski e Paulo Freire para o conceito de autonomia docente. Ambos os autores compartilham da mesma base epistemológica do materialismo histórico-dialético e defendem que o desenvolvimento do sujeito é mediado pelo contexto social e cultural. Vigotski e Freire também concordam que a interação social é fundamental para a constituição do sujeito e produção de conhecimento. Finalmente, o documento explora como os trabalhos desses dois teóricos podem ajudar a compreender a autonom
1) O artigo analisa como os discursos recentes sobre "métodos de alfabetização" pouco contribuíram para discutir porque a escola pública não tem sido eficiente em alfabetizar alunos das camadas populares.
2) O autor questiona as caracterizações divulgadas na mídia sobre métodos "construtivistas" e "fônicos", buscando identificar o que consistem em cada um e apontar suas contribuições e limites.
3) O autor defende a urgência de discutir metodologias de alfabetização
Semelhante a A pesquisa em educação no Brasil (20)
1. A pesquisa em educação no Brasil
Elizabeth Macedo
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Educação
Clarilza Prado de Sousa
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Pós-Graduação em Educação
Introdução
Inicialmente,julgamosnecessárioexplicitaroestra-
nho lugar de onde falamos. Nossa familiaridade com a
temáticasedánamedidaemquesomospartícipesdeum
sistema de pós-graduação e de pesquisa em seus múlti-
plosespaços,enãoestudiosasdotema.Nessemomento,
essa participação envolve a posição de representantes
da área junto à Coordenação de Aperfeiçoamento do
Pessoal de Nível Superior (CAPES) e, portanto, a tarefa
de conduzir o processo de avaliação dos programas no
triênio2007-2009.Seédiscutívelapossibilidademesma
da representação – já que o ato de representar envolve a
incorporação do representado à esfera política com uma
identidade criada pela interpelação do representante
àquelesqueelerepresenta(Laclau,1993)–,seuexercício
em uma exposição como esta é ainda mais inusitado.
No âmbito de nossa ação prática, podemos buscar agir
como representantes, certas da incompletude do ato de
representar, que é simultaneamente sua condição de
possibilidade e impossibilidade.
Num espaço teórico como este, estamos num
terreno movediço. Por sua natureza acadêmica, nossa
exposição não pode prescindir de análise, o que não
pode ser feito desse lugar de representantes.Ao mesmo
tempo, seria naive acreditar que podemos fazê-lo de
outro lugar, desde que explicitemos essa desvinculação.
É, portanto, nesseespaço ambíguo queconstruímos este
texto em que pretendemos discutir aspectos da política
de pós-graduação (em educação), entendendo-a como
diretamente relacionada à política de pesquisa. Em
áreas como a educação, praticamente toda pesquisa é
desenvolvida nos programas de pós-graduação ou por
sujeitos formados para a pesquisa nesses programas.
Dito isso, assumimos nossa rejeição à ideia de
que existiria um modelo ideal de política para a pós-
graduação, postura que, a nosso ver, viabiliza visões
nostálgicas.AutorescomoCameroneGatewood(1994)
têm tratado a nostalgia como uma adaptação psicoló-
gica às frenéticas mudanças que experimentamos no
campo da cultura, de modo que ela pode ser sentida
até por aqueles entre nós que não vivemos aquilo que
recordamos. Trata-se de algo que se processa tanto no
âmbito individual quanto coletivo, refletindo o que se
quer lembrar, mas também aquilo que se busca esque-
cer. Se a nostalgia pode ser reflexiva (Boym, 2001),
166 Revista Brasileira de Educação v. 15 n. 43 jan./abr. 2010
2prova-mioloRBE.indd 166 17/5/2010 10:12:37
2. permitindo o pensar sobre a história e a passagem do
tempo, ela também pode assumir contornos restaura-
tivos, celebrando romanticamente um passado vivido
apenas como fantasia presente. O perigo da nostalgia
restaurativa é maquiar a própria nostalgia, apresentada
como uma tentativa de recuperar algo tido como ver-
dade absoluta.
Nossa postura está longe de uma nostalgia restau-
rativa. Entendemos que a pós-graduação e a pesquisa
na área de educação, ao longo dos últimos trinta anos,
viveu intensa consolidação, que pode ser percebida,
entre outros fatores, pela ampliação das demandas por
financiamento em diferentes agências. Trata-se de uma
trajetória comum a outras áreas das ciências sociais e
das humanidades que, como ressalta Velho (1997), por
vezes faz parecer desestruturação, o que é uma “sau-
dável vitalidade da comunidade” científica na compe-
tição por recursos que não foram ampliados na mesma
medida em que aumentaram as demandas. Segundo
esse autor (idem, p. 5), a maior institucionalização
do sistema provocou algum desconforto pela maior
competitividade por recursos, mas foi “absolutamente
crucial para que a pesquisa propriamente dita desse um
salto” e as áreas consolidassem-se.
Ao mesmo tempo em que reconhecemos enormes
avanços da pós-graduação em geral e da área de edu-
cação em particular, corroboramos algumas críticas à
política de pós-graduação que vêm sendo apresentadas
em diferentes análises (Horta, 2002; Horta & Moraes,
2005; Kuenzer & Moraes, 2005; Sguissardi, 2006;
Fávero, 2009). Consideramos, no entanto, que a maio-
ria delas opera com um modelo de política em que as
principais ações são localizadas no espaço do Estado,
tratando as esferas não governamentais apenas como
reativas. Assim, as ações do Estado são criticadas e,
mesmo quando o conceito de Estado assume uma
perspectiva gramsciana de Estado ampliado, a inde-
pendência material relativa entre sociedade política e
sociedade civil é negligenciada (Lopes, 2006). Ainda
assim, vemos nesses trabalhos importante contribui-
ção para pensar a pós-graduação, especialmente em
função de serem construídos a partir de um mosaico
de vivências de seus autores nesse sistema. Permitem-
nos, portanto, acompanhar um pouco mais de perto o
cotidiano dessa discussão em espaços-tempos de que
não participamos.
Alternativamente, temos entendido (em estudos do
campo do currículo) que a saturação total dos espaços
cotidianos é impossível, não importa quão intensos
sejam os mecanismos de controle impostos por glo-
balismos econômicos e autoritarismos políticos (Hall,
2003). Esse entendimento não implica desvalorizar
o Estado como constituinte das políticas, assumindo
posturas relativistas, mas entendê-lo como uma articu-
lação, entre várias, de discursos que lutam por espaço
(Laclau & Mouffe, 2004). Aqui tomamos discurso
numa perspectiva pós-estrutural como fenômenos não
apenas linguísticos, que se articulam com instituições,
práticas econômicas, políticas e culturais, assim como
comprocedimentosnormativosqueconstituemosocial.
Nesse sentido, quando falamos de uma política de pós-
graduação, estamo-nos referindo a diferentes discursos
circulantes que se tornam hegemônicos e se universa-
lizam provisoriamente, reestruturando nossa forma de
compreender o social (Laclau & Mouffe, 2004). Os
“autores” desses discursos somos todos nós – e também
eles – nos espaços em que produzimos sentidos sobre o
que vem a ser a pós-graduação de qualidade.
Tomando a política de pós-graduação como politi-
zaçãoincessante,semprehabitadapelaindecidibilidade,
tentaremos analisar alguns consensos que “se manifes-
tam como a estabilização de algo essencialmente não
estável e caótico” (Mouffe, 2003, p. 147). Para tanto,
tomaremos para análise alguns textos em que esses con-
sensos provisórios em torno de posições hegemônicas
são explicitados. Nossa crença é de que é possível, por
meio da análise dos textos de política, compreender a
formação provisória de consensos em torno de noções
como a qualidade da pós-graduação, entendida como
significante vazio preenchido por meio de articulações
hegemônicas.
O recorte dos textos com os quais vamos trabalhar
é marcado por nossa condição de participantes do siste-
ma de pós-graduação que, nos últimos anos, estiveram
ligadas aos processos de avaliação coordenados pela
CAPES. Para as considerações que teceremos sobre a
A pesquisa em educação no Brasil
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3. política de pós-graduação em educação no país, opta-
mos por nos basear nos documentos produzidos pela
avaliação: fichas, pareceres e resultados da avaliação,
assim como em documentos de área. Entendemos que
eles expressam determinadas posições sobre o que é
qualidade da pós-graduação tornadas hegemônicas em
determinados momentos.
Mesmo reduzindo o número de documentos
passíveis de análise, ainda temos necessidade de focar
apenas alguns aspectos, como forma de dar conta da
tarefa de falar da pesquisa em educação a partir da
análise da política de pós-graduação. Após traçar um
quadro muito geral do sistema, vamo-nos fixar em dois
pontos que nos parecem centrais nessa política e que se
referem diretamente à temática da pesquisa. O primeiro,
de natureza processual, diz respeito à organização dos
programas em núcleos que dão centralidade à pesquisa.
O segundo é um indicador de resultados que vem sendo
apontado,pormuitosdenós,comooprincipalindicador
da avaliação: a produção bibliográfica dos programas.
O sistema de pós-graduação em educação
Inicialmente, selecionamos dados que nos per-
mitem perceber como se encontra o sistema de pós-
graduação em educação no país. Desde o início da
pós-graduaçãoemeducação,em1965,ocrescimentodo
número de mestrados e doutorados tem sido constante,
com alguns momentos de maior gradiente de expansão
(Gráfico 1).
Gráfico 1: Crescimento do número de cursos de pós-
graduação por ano 1965-2008
Esse crescimento tem sido mais sentido atual-
mente em instituições estaduais e particulares
(Gráfico 2). Ainda que essa distribuição se tenha
concentrado em determinadas regiões geográficas,
optamos por não discutir tal fato por entender que,
como não podemos realizar nos limites deste texto
uma análise consistente cruzando diferentes indica-
dores, a pura e simples apresentação da distribuição
serviria apenas para consolidar estereótipos. Como
vem ocorrendo desde 1965, a produção de disserta-
ções e teses cresceu ao longo do último triênio. A
maior parte dela ainda se dá em instituições fede-
rais, especialmente no que concerne aos cursos de
doutorado. Como era de esperar, em virtude de se
tratar de cursos recentes, a produção das instituições
particulares concentra-se em nível de mestrado
(Gráficos 3 e 4).
Gráfico 2: Distribuição de programas por tipo de
instituição (2004-2006)
Gráfico 3: Número de titulações em mestrado
acadêmico 2004-2006
Elizabeth Macedo e Clarilza Prado de Sousa
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4. Gráfico 4: Número de titulações em doutorado
(2004-2006)
Quanto ao tamanho dos programas, a ampla
maioria do sistema é composta por programas de
até 30 docentes, sendo 28% de programas muito pe-
quenos – de até 15 docentes (Gráficos 5 e 6). Como
expresso no Gráfico 7, esses programas ocupam,
em geral, os estratos mais baixos da avaliação, com
conceitos 3 e 4. Os programas que têm entre 16 e
30 docentes são maioria nos conceitos 4 e 5. Os
programas com mais de 31 docentes concentram-
se nos conceitos 4 e 5. Os poucos programas com
mais de 50 docentes ocupam os estratos mais ele-
vados da avaliação. Os programas 5 e 6 tendem a
ser maiores: no caso dos 6, mesmo os oferecidos
por instituições privadas têm mais de 16 docentes.
Trata-se de números que indicam que os resultados
da avaliação estão, no geral, refletindo a consolida-
ção dos programas.
Gráfico 5: Número de docentes por programa e tipo
de instituição (2004-2006)
Gráfico 6: Número de docentes
por programa
Gráfico 7: Dimensão do corpo docente por
nota do programa
Do ponto de vista da ampliação do sistema de
pós-graduação, parece que estamos atingindo certa
saturação. A capacidade de criação de novos cursos
de mestrado vem-se reduzindo e concentrando-se
em universidades privadas. No nível de doutorado,
ainda há algum fôlego, mas em geral os cursos novos
contam com reduzido número de docentes, o que deve
dificultar-lhes atingir níveis de excelência. Parece es-
tarmos num momento em que é fundamental projetar
estratégias para a continuidade da ampliação quanti-
tativa e qualitativa da área. Pensar em associações é
talvez uma forma de garantir o crescimento do sistema
sem perda da qualidade, facilitando a consolidação
de novos programas que venham a atender a enorme
demanda por formação pós-graduada stricto sensu na
área da educação.
A pesquisa em educação no Brasil
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5. A formação
Osistemadepós-graduaçãobrasileiro,iniciadoem
1965 a partir do parecer n. 977/65 do Conselho Federal
de Educação, viveu rápida expansão como parte de um
projeto de Estado que considerava o desenvolvimento
científico “pré-condição para o desenvolvimento
econômico” (Brasil, 1983, p. 7). Segundo Córdova,
Gusso e Luna (1986), a forma desordenada como se
expandiu o sistema de pós-graduação fez com que cada
curso valorizasse uma das funções que se entendia ter
a pós-graduação: formar professores para o ensino
superior, capacitar técnicos para operar os projetos
governamentais e produzir conhecimentos visando
ao desenvolvimento econômico do país. Paradoxal-
mente, ao mesmo tempo em que os cursos tinham
perfis diferenciados devido a essas funções, os currí-
culos assumiram grande homogeneidade. Os cursos
organizavam-se em torno de áreas de concentração e
de um conjunto de disciplinas obrigatórias de domínio
conexo e eletivas, sem grande valorização da pesquisa,
tanto docente quanto como atividade orgânica dos
programas. Para Fávero (1996), as recomendações dos
pareceres n. 977/65 e n. 77/69, embora não obrigató-
rias, foram seguidas à risca pelos cursos, na medida
em que era a partir delas que seu funcionamento era
autorizado, condição fundamental para a validação
dos certificados e para pleitear financiamento junto aos
órgãos estatais.
Especialmente a partir da segunda metade dos
anos 1980, o sistema reestruturou-se tomando por base
uma série de questionamentos, num momento que
Fávero (2009) definiu como de “intensa mobilização”.
O principal consenso que reorganizaria todo o sistema
estabeleceu-seemtornodosobjetivosdapós-graduação,
com a valorização da formação do pesquisador em de-
trimento das demais funções até então desempenhadas
pelos cursos. Em face dessa alteração, as áreas de con-
centração, de perfil nitidamente profissional, sofreram
críticas de cunho epistemológico, que apontavam para
um currículo mais integrado e relacionado à pesquisa.
A superação da ideia de área de concentração estava,
no entanto, longe de ser unânime. Cunha (1985), por
exemplo, explicitava temor de que a extinção ou o
alargamento das áreas de concentração prejudicasse a
criação de uma identidade para a educação. Em texto
datado de 1996, Fávero defendia os núcleos de pes-
quisa, que enfatizassem a problematização capaz de
construir e organizar o conhecimento, em detrimento
das áreas de concentração, que supunham a divisão
do conhecimento em áreas cujos conteúdos poderiam
ser previamente estruturados para serem transmitidos.
Em texto mais recente (Fávero, 2009), o autor define
como palavras-chave desse processo a flexibilidade, a
integração ensino-pesquisa e a interdisciplinaridade.
As áreas de concentração parecem totalmente supera-
das na organização dos programas de pós-graduação.
Muitos deles apresentam como área apenas educação,
enquanto outros definem um escopo mais restrito, sem,
no entanto, cair em campos profissionais comuns no
período inicial de consolidação do sistema. Se a ideia
de núcleos ou eixos de pesquisa subsiste apenas em
uns poucos cursos, a organização por linhas de pes-
quisa atinge praticamente todos os programas. Fávero
(idem) critica o privilégio absoluto da ideia de linhas,
entendendo que elas se hegemonizaram em função da
pressão do modelo de avaliação utilizado pela CAPES
a partir do biênio 1996-1997, com reflexos na avalia-
ção realizada em 1998. Concordamos que a exigência
de nucleação em linhas de pesquisa que articulavam
uma temática foi problemática para muitos cursos e
favoreceu, naquele momento, cursos menores e mais
recentes. Entendemos, no entanto, que o que temos hoje
em termos de organização é um modelo mais flexível,
que, de alguma forma, retoma as ideias de interdisci-
plinaridade, flexibilidade e integração ensino-pesquisa,
produto de uma redefinição da área sobre os sentidos
da ideia de linhas de pesquisa.
Horta e Moraes (2005, p. 95), narrando os mo-
vimentos ocorridos no Comitê Técnico-Científico
da CAPES (CTC/CAPES), nos triênios 1998-2000 e
2001-2003, com destaque para as discussões sobre os
níveis de excelência, salientam a desejável “organici-
dade entre linhas de pesquisa, projetos, estrutura cur-
ricular, publicações, teses e dissertações”. Concluem
que esse modelo, juntamente com a ênfase na produção
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6. bibliográfica, define a pós-graduação como “locus da
produção do conhecimento e da formação de pesqui-
sadores” (idem, ibidem). Diferentemente do que ocorre
com outros aspectos do modelo de avaliação, essa ideia
de organicidade não é criticada pelos autores. Os docu-
mentos da área da educação desde 1998, assim como
os instrumentos de avaliação, assumem a positividade
dessa articulação tanto para os programas em funcio-
namento quanto para os cursos novos. O documento do
triênio 1998-2000, embora não explicite nos perfis de
cada conceito indicador de processo, assegura na ficha
de avaliação a importância da consistência da proposta
e da articulação das linhas em torno dessa proposta.
No triênio 2001-2003, a positividade das linhas de
pesquisa torna-se mais explícita, quando a abrangência
delas como forma de facilitar a inclusão dos projetos
de pesquisa é criticada, na medida em que “de forma
alguma assegura a organicidade da proposta” (Brasil,
2004, p. 3).Aquestão é considerada ainda mais grave
na medida em que “as temáticas de teses e, sobretudo,
dissertações, guardam pouca ou nenhuma relação com
os projetos e mesmo com as linhas” (idem, ibidem).
Essa tendência de valorização da organicidade em
torno de linhas continua nos documentos de avaliação
do triênio seguinte.
Aleitura de pareceres encaminhados aos progra-
mas ao longo dos três últimos triênios, no entanto,
permite perceber que há disputa em torno do enten-
dimento da ideia de organicidade e, mais ainda, da
interferência que a avaliação pode ter nas formas de
organização dos currículos dos programas. Como mo-
vimento geral, é possível dizer que se tem ampliado a
visão de que a avaliação deve respeitar a organização
proposta pelo programa, exigindo apenas algum nível
de integração entre os diferentes elementos curricu-
lares. Em relação à primeira avaliação que usava a
ideia de linha de pesquisa, observa-se também maior
flexibilidade, de modo que se entenda que a articulação
é facilitada em programas menores, mais novos e de
instituições particulares. No último triênio de avalia-
ção, por exemplo, a ampla maioria das avaliações dos
programas dá conta da organicidade das propostas e
da relação no mínimo boa entre linhas e projetos de
pesquisa, teses e dissertações, espelhando resultado
diferente daquele relatado no documento de área de
2001-2003. Se essa observação pode indicar que a
ideia de linhas se consolidou, pode também marcar
uma flexibilização do que tem sido entendido por
organicidade.
Aceitando a premissa de maior flexibilidade da
ideia de linhas de pesquisa em relação ao entendimento
a que Fávero (2009) faz menção, julgamos lícito supor
que o sentido que vem sendo dado à linha de pesquisa
é o de elemento estruturador dos programas em torno
da pesquisa. A ideia inicialmente imposta de linhas
de pesquisa pode estar-se redefinindo (ou vir a ser
redefinida), tendo por base os consensos construídos
pela área nos últimos – pelo menos – vinte anos.
Nesse sentido, a organização da ampla maioria dos
programas em linhas não seria negativa, na medida
em que a compreensão das linhas seja alargada e não
implique modelo a ser seguido por todos, mas um
significante que pode ser diferentemente preenchido
pelos programas em função de suas histórias.
Vistas nesse sentido, as linhas podem ser entendi-
das como uma expressão da forma como os programas
estão pensando o próprio campo da educação, num
exercício de articulação que tem envolvido interdis-
ciplinaridade e flexibilidade.Apartir da descrição das
linhas, fizemos um primeiro exercício de compreen-
der a pesquisa na área (há muitos outros dados que
poderiam permitir uma análise mais aprofundada,
mas não tivemos possibilidade de trabalhar para este
artigo). Optamos por um duplo exercício: criamos
homogeneidades, ressaltando as temáticas mais e
menos recorrentes, ao mesmo tempo em que tentamos
perceber a criatividade observada na constituição das
linhas, associando temáticas. Sem desconsiderar a
possibilidade de que tal associação vise à criação de
guarda-chuvas, queremos vê-la em sua dimensão po-
sitiva como expressão de uma área que se reinventa.
Em nosso primeiro movimento em busca de re-
gularidades, temas como política e gestão da educação
(41), formação e trabalho docente (39), história da
educação (27), didática e processos de ensino (22),
aprendizagem e desenvolvimento (21) e currículo
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7. (20) são os mais presentes. Num segundo conjunto
aparecem temáticas como ensino de matemática e
ciências (17), movimentos sociais (13), linguagem
(12), educação especial (12), educação e cultura (12),
educação/escola e sociedade (11), educação e trabalho
(10), filosofia da educação (9), educação e tecnologia
(8) e educação ambiental (8). Alguns temas menos
recorrentes são: fundamentos da educação, avaliação,
alfabetização, infância, ensino superior, ensino de ar-
tes, teoria da complexidade, corpo, educação agrícola,
educação e saúde. No geral, as organizações fazem-se
com o privilégio de temáticas, em detrimento de cam-
pos disciplinares. O amplo privilégio de áreas como
política educacional, história da educação e didática/
currículo/formação de professores indicaria um tripé
central dos estudos do campo da educação, o qual não
impede o surgimento de temas mais específicos que
não se diluem em áreas mais gerais.
Nosso segundo movimento pretendeu perceber
a diversidade dentro dessas temáticas aparentemente
“clássicas” do campo. Os estudos autonomeados
como políticas ou gestão da educação lidam preferen-
cialmente com gestão (20) e políticas públicas (12),
embora incluam interfaces com temáticas como práti-
cas, cultura e organização da instituição escolar (11).
A vinculação mais explícita entre política e Estado é
realizada em apenas três linhas.As linhas de história da
educação, em que a historiografia e a teoria da história
ocupam posição de relevo (10), são igualmente con-
centradas em torno de um núcleo central. No entanto,
o restante das linhas agrupadas em torno da história
mostra ampliação das articulações que indicam uma
abordagem histórica de diferentes fenômenos: política
educacional (8), filosofia da educação (3), instituições
educacionais (3), sociedade (3), cultura (3). Também
as linhas sobre a temática aprendizagem e desenvol-
vimento têm foco central na abordagem psicológica
desses processos, mas incluem articulações com ética,
valores e, principalmente, constituição do sujeito e da
subjetividade nos processos educativos.
É nas linhas sobre temáticas como didática, cur-
rículo e formação de professores que se percebe maior
interseção. No caso da didática, têm destaque a prática
e a sala de aula, a produção e a apropriação de conhe-
cimento/saberes, as disciplinas/interdisciplinaridade,
as instituições educacionais, a formação docente. No
campo do currículo, a menção à cultura e ao cotidiano
da escola é mais frequente (8), mas há um conjunto
de outras articulações: avaliação, política, formação
de professores, conhecimento. Em relação à formação
docente, temas como práticas educativas, identidade,
universidade, política e cultura juntam-se às discussões
sobre profissionalização e trabalho docente.
Em relação às demais linhas, temáticas como
educação especial, trabalho e educação, ensino de
matemática e ciências e educação e linguagem são
mais homogêneas em relação aos enfoques, enquanto
as linhas que dão centralidade à sociedade e à cultura
tendem a apontar novas áreas temáticas interdisci-
plinares.
Esse primeiro esboço permite perceber as áreas
privilegiadas na formação em nível de mestrado e
doutorado e as áreas que concentram maior parte da
pesquisa realizada na pós-graduação. Se não traz gran-
des surpresas em relação às temáticas privilegiadas na
área, indicam também que não há nenhuma articulação
forçada apenas como forma de atender aos requisitos
ditados pela avaliação.
A produção de conhecimento
O segundo aspecto que destacaremos é a produção
bibliográfica do corpo docente dos programas; com as
informações sobre titulação e produção discente, esse
ponto forma o tripé de indicadores de produto cada vez
mais valorizado na avaliação. As críticas ao modelo
de avaliação sustentado por esse tripé são numerosas
(Sguissardi, 2006; Horta & Moraes, 2005; Kuenzer &
Moraes, 2005) e, como já destacamos, concordamos
com boa parte das análises. Não há dúvida de que
toda a avaliação não pode resumir-se a indicadores
quanti-qualitativos de produção bibliográfica, assim
como de que indicadores de formação são relevantes
e precisam continuar a ser utilizados. Mais do que
isso, é inegável a necessidade de uma ação política
mais consistente voltada para os usos da avaliação
Elizabeth Macedo e Clarilza Prado de Sousa
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8. no financiamento do sistema de pós-graduação. Há
que se discutir mais amplamente se a maioria das
linhas de financiamento devem privilegiar a excelên-
cia. Tais discussões, a nosso ver, não impedem que
concordemos com Kuenzer e Moraes (2005), quando
afirmam que o efeito indutor do Estado na transição da
centralidade na docência para a pesquisa foi positivo
para a pós-graduação. Nesse modelo de pós-graduação
voltada para a pesquisa, entendemos que a produção
bibliográfica ganha importância e se justifica como
indicador de avaliação.
Tendo explicitado nossa posição, gostaríamos
de, para desconstruí-las, dialogar com duas afirma-
tivas que vêm sendo assumidas como verdadeiras
em algumas de nossas discussões. A primeira sobre
a importância do indicador produção bibliográfica na
avaliação. Expressamos essa posição com uma cita-
ção de Horta (2002), o qual, ao analisar resultados da
avaliação de diferentes áreas para o triênio 1998-2000,
concluiu que foi a produção bibliográfica o indicador
que permitiu aos programas atingir os estratos mais
elevados.Asegunda relaciona-se ao que temos chama-
do de produtivismo. No mesmo texto em que reconhe-
cem a positividade de uma pós-graduação centrada na
pesquisa, Kuenzer e Moraes (2005, p. 1.349) afirmam
que há “um verdadeiro surto produtivista em que o que
conta é publicar, não importa qual versão requentada de
um produto ou várias versões maquiadas de um produto
novo. A quantidade institui-se em meta”.
Trabalhando com dados produzidos pelas ava-
liações, pouco ainda se pode falar sobre a qualidade
das produções. A tentativa de qualificação vem sendo
feita por meio do que, no âmbito da CAPES, ficou
conhecido como Qualis. Em relação aos periódicos, a
estratificação de veículos encontra-se mais adiantada,
ainda que seja questionável que a avaliação de uma
revista seja transportada para todos os seus artigos.
No que concerne aos livros, os dados de que dispo-
mos consideram ainda indicadores muito indiretos de
qualidade – como a circulação e a gestão editorial –,
medidos por uma qualificação de editoras. Conside-
rando esses limites, no entanto, julgamos que uma
análise dos dados de produção dos programas gerados
para a avaliação trienal 2004-2006 permite questionar
afirmativas como a de que existe produtivismo na área
ou de que a produção docente tem definido o resultado
da avaliação dos programas.
As médias de produção docente por conceito
dos programas indicam que há correlação entre a
avaliação final dos programas de pós-graduação e a
média de produção docente (Gráfico 8). No entanto,
há grande variação das médias de produção docente
em programas com um mesmo conceito. Com exceção
dos programas com conceito 6, as faixas de média de
produção de um conceito interpenetram-se com as dos
conceitos superiores. Isso mostra que outros indicado-
res estão sendo considerados para compor o resultado
da avaliação e, a nosso ver, desautorizam a afirmativa
de que a produção bibliográfica é a base do modelo
que vem sendo utilizado para a avaliação.
Gráfico 8: Mediana da média da produção docente
por ano por conceito do programa (calculada em
relação a capítulos A)
Quanto ao produtivismo, as médias de produção
docente por programa (equivalentes a capítulos A)
também não indicam excesso de produção.Apenas nos
programas 6 (Gráfico 12) observamos média anual de
mais de dois produtos (equivalentes a capítulo A) por
docente por ano. Dos conceitos 3 a 5, essa média varia
de 1 a 1,6 produto (equivalente a capítulo A) (Gráfi-
cos 9 a 11). Poder-se-ia argumentar que o número de
produtos é muito superior, se considerados os valores
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9. brutos; no entanto, a média em número de produtos é
pouco superior aos valores tabelados.
Gráfico 9: Média da produção docente (equivalentes
a capítulos A) dos programas 3
Gráfico 10: Média da produção docente
(equivalentes a capítulos A) dos programas 4
Gráfico 11: Média da produção docente
(equivalentes a capítulos A) dos programas 5
Gráfico 12: Média da produção docente
(equivalentes a capítulos A) dos programas 6
Em relação aos estratos mais elevados da avalia-
ção (A e B para livros e Internacional e Nacional A e
B para periódicos), os números de média de produção
por docente por ano são ainda ligeiramente inferiores.
À exceção dos programas 6, nos demais conceitos
essa produção total é inferior a dois produtos por ano
(Gráficos 13 e 14). Considerada a produção apenas em
periódicos, nem nos programas 6 esse número atinge a
média de um produto por docente por ano (Gráfico 14).
Entendemos que esses números não permitem concluir
que há produtivismo na área induzido pela avaliação.
Talvez nossa percepção de tal produtivismo tenha a
ver com o crescimento da área em níveis de que ainda
não nos demos conta: a centralidade na formação de
pesquisadores realimenta o sistema, provocando sua
rápida expansão e ampliando os números brutos da
produção bibliográfica.
Gráfico 13: Mediana da média da produção docente
em estratos mais elevados por conceito
Elizabeth Macedo e Clarilza Prado de Sousa
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10. Gráfico 14: Mediana da média da produção docente
em periódicos A e B por conceito
Gráfico 15: Mediana da média da produção docente
em livros A e B por conceito
Preocupa-nos a nostalgia (restaurativa) de um
tempo outro que subjaz ao discurso crítico do produ-
tivismo. Para apoiar essa nostalgia, postula-se uma
relação não sustentada entre quantidade e qualidade da
produção: num tempo em que a produção era menor,
era certamente, e por isso, melhor. Uma avaliação
pouco sistemática da produção em educação hoje não
parece deixar dúvidas de que ela é mais consistente
do que o que se produzia nos anos de 1970 e 1980.As
teses e dissertações recentes têm mais profundidade
teórica, se comparadas com a média dos trabalhos
defendidos nos anos 1970 e 1980. Nossos periódicos,
além de mais numerosos, têm mais qualidade.Aplêia-
de de livros que vemos hoje em eventos não é apenas
quantitativamente maior, mas espelha uma produção
própria dos pesquisadores da educação no Brasil em
contraposição a uma ampla maioria de manuais e
adaptações de literatura estrangeira que predominava
nos anos de 1970.
Mas não é apenas porque julgamos essa nostalgia
insustentável que nos esforçamos para desconstruí-la.
Fazemo-lo porque julgamos que, em áreas como a edu-
cação,historicamentevinculadaàextensãoequeapenas
mais recentemente vem construindo uma trajetória de
produção científica consistente, essa nostalgia pode
contribuir para a desmobilização e para um retrocesso
nessa trajetória. Nossa preocupação tem-se intensifi-
cado recentemente, na medida em que se ampliam as
demandas de diversas naturezas sobre a pós-graduação
e sobre os seus docentes, especialmente das universida-
des públicas. Ainda que compreendamos e julguemos
relevantes muitas das demandas de inserção social
que vêm sendo lançadas aos programas, entendemos
que nossa principal função é fazer bem aquilo que nos
competeeparaoquerecebemosfinanciamentopúblico:
formar professores/pesquisadores e produzir conheci-
mento socializado. É pela competência com que temos
desempenhado essas funções que somos respeitados
pelas comunidades acadêmicas e socialmente, e esse
respeito é nosso principal capital.
Referências bibliográficas
BOYM, Stevlana. The future of nostalgia. New York: Basic,
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ELIZABETH MACEDO, doutora em educação pela Uni-
versidade Estadual de Campinas (UNICAMP), é professora do
Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e coordenadora adjunta da área
de educação na CAPES. Publicações recentes: em coautoria com
LOPES, Alice Casimiro. Políticas de currículo em seus múltiplos
contextos (São Paulo: Cortez, 2006) e Políticas de currículo no
Brasil e em Portugal (Porto: Profedições, 2008). Como produto de
convênio CAPES/FCT, organizou Políticas curriculares e dinâmi-
cas educativas no Brasil e em Portugal (Porto: LIVPSIC, 2008).
Pesquisa em andamento: “Currículo de ciências: uma abordagem
cultural”, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). E-mail: beth-
macedo@pobox.com
CLARILZA PRADO DE SOUSA, doutora em Educação
pela Pontifícia Universidade Católica da São Paulo, é profes-
sora do Programa de Pós-Graduação em Educação da mesma
universidade e pesquisadora da Fundação Carlos Chagas, onde
coordenada o Centro Internacional de Estudos em Representações
Sociais e Subjetividade. É atualmente coordenadora da área de
educação na CAPES. Publicações recentes: em coautoria com
VILLAS-BOAS, Lúcia, Representações sociais sobre o trabalho
docente (Aveiro: Universidade de Aveiro, 2009), Avaliação do
rendimento escolar (Campinas: Papirus, 2008). Como produto de
convênio entre diferentes universidades nacionais e europeias, é
uma das organizadoras de Educação e trabalho: representações,
competências e trajectórias (Aveiro: Universidade de Aveiro,
2007). Pesquisa em andamento: “Representações sociais de estu-
dantes universitários (pedagogia e licenciatura) sobre o trabalho
do professor”, financiado pela Fundação Carlos Chagas e pela
Fondation Maison des Sciences de l’Homme. E-mail: clarilza.
prado@uol.com.br
Recebido em outubro de 2009
Aprovado em dezembro de 2009
Elizabeth Macedo e Clarilza Prado de Sousa
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12. timate ends. That is, what are the pos-
sibilities of conciliation between bu-
reaucratic management, inherent to the
system, and democratic management,
demanded by university autonomy? It
affirms that the tension revealed by the
debate should be understood from this
perspective.
Key words: postgraduate studies; re-
search; evaluation
El debate sobre la pesquisa y la
evaluación del postgrado en la
educación
El texto introduce las comunicaciones
hechas en la mesa de apertura del IX
Encuentro de Pesquisa de la Región
Sudeste, realizado en la Universidad
de São Carlos, en julio de 2009. En
principio se destaca la importancia del
debate a respecto del postgrado brasi-
leño, en términos de la producción de
la pesquisa calificada y de la impor-
tancia de la evaluación dirigida por
la CAPES. Se coloca en discusión el
dilema por el que enfrenta actualmen-
te: ¿cuáles son los límites impuestos
por la necesaria burocratización y la
libertad democrática de buscar reali-
zar sus últimos fines? O sea, ¿cuáles
son las posibilidades de conciliación
entre la gestión burocrática, propia
del sistema, y la gestión democrática,
exigida inclusive por la autonomía uni-
versitaria? Afirma que es desde esta
perspectiva que debe ser entendida la
tensión revelada en el debate.
Palabras clave: posgrado; pesquisa;
evaluación
Elizabeth Macedo e
Clarilza Prado de Sousa
A pesquisa em educação no Brasil
O artigo debate a política de pós-gra-
duação na área de educação, entenden-
do-a, a partir de E. Laclau e C. Mouffe,
como politização incessante habitada
pela indecidibilidade. Analisando tex-
tos recentes produzidos no processo
de avaliação dos programas no âmbito
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Resumos/Abstracts/Resumens
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13. da CAPES, considera possível com-
preender a formação provisória de
consensos em torno de noções como a
qualidade da pós-graduação entendida
como significante vazio preenchido por
meio de articulações hegemônicas. As
autoras, após um breve quadro do siste-
ma a partir dos resultados da avaliação
do triênio 2004-2006, analisam dois
aspectos que julgam centrais para o
preenchimento da noção de qualidade:
a articulação dos programas em torno
de linhas de pesquisa e a produção/
disseminação do conhecimento. Em
relação à articulação, defendem que as
linhas podem ser entendidas como uma
expressão da forma como os progra-
mas estão pensando o próprio campo
da educação, num exercício que tem
envolvido interdisciplinaridade e flexi-
bilidade. Quanto à produção/dissemi-
nação do conhecimento, discordam de
tese corrente de que a avaliação da pós-
graduação tem levado a área a um pro-
dutivismo desenfreado, entendendo-a
como nostalgia restauradora.
Palavras-chave: pós-graduação; ava-
liação; política educacional.
Educational research in Brazil
This paper discusses the graduate
educational policy in the area of edu-
cation, considering it, based on E.
Laclau and C. Mouffe, to be incessant
politization imbued with undecidabil-
ity. Analyzing recent texts produced in
the process of evaluating programs in
the sphere of CAPES, it considers it
possible to understand the provisional
formation of consensuses around no-
tions like quality of graduate courses
seen as an empty signifier filled by
hegemonic articulations. The authors,
after a brief summary of the system
based on the results of the 2004-2006
three-year evaluation, analyze two
aspects that they feel are crucial for
filling in the notion of quality: the
articulation of the programs around
the research lines and the production/
dissemination of knowledge. As for
the articulation, they maintain that
the lines can be seen as an expression
of the way in which the programs are
thinking the actual field of educa-
tion, in an exercise that has involved
interdisciplinarity and flexibility. As
for the production/dissemination of
knowledge, they disagree with the
current theory that the evaluation of
graduate courses has led the area to
an unrestrained productivism, seeing
it as restorative nostalgia.
Key words: graduate educational poli-
cy; evaluation; educational policy.
La pesquisa en la educación en
Brasil
El artículo discute la política de
postgrado en el área de la educación,
entendiéndola a partir de E. Laclau y
C. Mouffe, como la politización ince-
sante habitada por lo que no se puede
decir o explicar. Analizando textos
recientes producidos en el proceso
de evaluación de los programas en el
ámbito de CAPES, considera posible
comprender la formación provisoria
de consensos alrededor de nociones
como la cualidad del postgrado en-
tendido como significante vacío, com-
pletado por medio de articulaciones
hegemónicas. Las autoras, después de
un breve cuadro del sistema, a partir
de los resultados de la evaluación
del trienio 2004-2006, analizan dos
aspectos que consideran centrales
para completar la noción de calidad:
la articulación de los programas en
torno a líneas de pesquisa y a la pro-
ducción/diseminación del conocimien-
to. Con relación a la articulación,
defienden que las líneas pueden ser
entendidas como una expresión de la
forma de como los programas están
pensando en el propio campo de la
educación, en un ejercicio que ha
envuelto interdisciplinariedad y fle-
xibilidad. En cuanto a la producción/
diseminación del conocimiento, dis-
cuerdan de la tesis corriente de que la
evaluación del postgrado ha llevado
al área a un productivismo desenfre-
nado, entendiéndola como nostalgia
restauradora.
Palabras claves: postgrado; evalua-
ción; política educativa.
Paolo Nosella
A pesquisa em educação: um balanço
da produção dos programas de pós-
graduação
A pós-graduação no Brasil foi criada
no ano de 1965. Antes disso, a pro-
dução das pesquisas em educação
pouco se desenvolvia em instituições
universitárias. Duas características
fundamentais qualificam as pesquisas
produzidas nos programas de pós-gra-
duação em educação de 1965 a 1985: a
escolarização da produção da pesquisa,
decorrência da institucionalização da
pós-graduação, e o desenvolvimento
de um forte pensamento crítico, como
reação aos governos militares. Os
anos de 1985 até hoje se caracterizam
pela consolidação e expansão da pós-
graduação e as pesquisas desse período
são teoricamente marcadas pela cha-
mada crise dos paradigmas. Muitos
pesquisadores, criticando os estudos
sobre sociedade e educação, por não
conseguirem abarcar a complexidade e
a diversidade do real, partiram para a
proposta de um pluralismo epistemoló-
gico e temático, privilegiando o estudo
de objetos singulares. O desafio teórico
hoje é articular o particular escolar
(dado empírico) com o movimento
geral da história (totalidade). Há tam-
bém outros desafios, como aprimorar
o texto ou a “narração” dos relatórios,
modificar a avaliação dos programas de
pós-graduação em educação feita pela
CAPES e institucionalizar a pesquisa
nas novas universidades do país.
Palavras-chave: educação; pesquisa;
programas de pós-graduação em edu-
cação; avaliação.
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