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Fundações de Plataformas de Produção em Águas Profundas

          -A Engenharia Geotécnica no Pré-Sal-




                                             Francis Bogossian

                           1
SUMÁRIO




INTRODUÇÃO

ESTRUTURAS PARA PRODUÇÃO EM ÁGUAS PROFUNDAS

AS INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS

O PROJETO DE FUNDAÇÕES

CONSIDERAÇÕES FINAIS




                                   2
INTRODUÇÃO

O cenário de descobertas de óleo e gás em águas profundas no Brasil, vem
desafiando a engenharia brasileira a ter soluções cada vez mais
inovadoras, seguras e sustentáveis para a exploração e produção das suas
riquezas.

À medida em que a exploração de petróleo foi avançando para águas cada
vez mais profundas e distantes, as Plataformas de Produção Fixas foram
sendo substituídas por Plataformas de Produção Flutuantes.

A descoberta, em 2007, da área de Tupi, hoje denominado de Lula,, com
grande reserva de petróleo leve em águas profundas e a confirmação do
potencial da camada pré-sal a cada novo poço perfurado, colocam a
Petrobras entre as grandes detentoras de reservas de petróleo no mundo.



                                   3
A camada pré-sal, que possui 800 km de extensão e 200 km de largura,
necessita de um rigoroso estudo geológico-geotécnico para
implantação das grandes plataformas de produção.

Os estudos que vêm sendo realizados indicam grande complexidade sob
o ponto de vista geológico-geotécnico (geohazard), não só para a
fundação dessas plataformas, definição das rotas dos dutos marítimos e
estabilidade dos poços e reservatórios, como também para as questões
ambientais.

Estes estudos constam de uma abrangente campanha de sondagens
executadas com navio geotécnico com posicionamento dinâmico,
unidade de sondagem subsea , ensaios in situ e ensaios geotécnicos de
laboratório.



                                   4
Serão apresentados o estado da arte das investigações geotécnicas
offshore com ênfase nas campanhas para os campos de pré-sal, os
primeiros resultados de ensaios DSS cíclicos em amostras de argila marinha
de um campo desta região e os procedimentos a serem utilizados no
projeto de fundações.
A exploração de petróleo em águas profundas requer a utilização de uma
engenharia multidisciplinar. Para contextualização do estudo de fundações
das plataformas de produção flutuantes, apresentamos um panorama das
estruturas necessárias, desde a superfície do mar até o subsolo marinho.




                                     5
SUMÁRIO




INTRODUÇÃO

ESTRUTURAS PARA PRODUÇÃO EM ÁGUAS PROFUNDAS

AS INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS

O PROJETO DE FUNDAÇÕES

CONSIDERAÇÕES FINAIS




                                  6
PLATAFORMAS DE PRODUÇÃO FLUTUANTES PARA ÁGUAS PROFUNDAS
Alguns dos principais tipos de plataformas de produção flutuantes

a) Plataformas Semissubmersíveis - SS




Originalmente eram utilizadas somente para a exploração
do petróleo, começaram a ser utilizadas como unidades
de produção no início dos anos 2000.
                                         7
b) TLP-Tension Leg Platform                         c) Plataformas do tipo SPAR- Buoys




   Risers


                                                                                        Risers




                                         Cabos de
                                        amarração


Permite a utilização na superfície do            Permite também a utilização de árvore de
conjunto de válvulas que regula a                natal seca. Além disso, a parte superior dos
produção (árvore de natal seca).                 dutos de produção (risers) fica protegida
Lâminas d’água até 1500 m.                   8   das ondas. Utilizada em lâminas d’água até
                                                 2500 m.
d) Plataforma de Produção Flutuante tipo FPSO – (Floating Production, Storage and
Offloading System - Sistema Flutuante de Produção, Armazenamento e Escoamento
de Óleo e Gás) – pode ser denominado também de Navio-Plataforma




                                               FPSO “Cidade de Angra dos Reis” - Petrobras
FPSO “Cidade de São Vicente” - Petrobras
                                           9
Estas plataformas do tipo FPSO são consideradas a solução mais
adequada para a produção de óleo e gás nas águas profundas, onde se
encontram as maiores reservas do Brasil, como por exemplo as regiões
mais remotas do pré-sal brasileiro.
                                       Cabos de amarração




                                                 Dutos de escoamento de
                                                 óleo e gás (risers)




                                 10
Como foi dito, as plataformas de produção flutuantes do tipo FPSO são as
mais adequadas e portanto as mais utilizadas para a produção de petróleo
em águas profundas no Brasil.


Possuem alta estabilidade, grande porte e capacidade de movimentação para
redução dos esforços nas suas estruturas de produção (risers, cabeça de poço,
árvore de natal etc.) .

Suportam altos carregamentos promovidos pelas forças ambientais, tais como
ventos, ondas e correntes marinhas

Têm capacidade de produzir, processar e armazenar óleo e gás, permitindo
também o seu escoamento para navios de transporte em regiões que ainda não
dispõem de redes de dutos submarinos.

Assim como as plataformas anteriores, são fixadas no leito marinho através
de sistemas de ancoragem.
                                     11
SISTEMAS DE ANCORAGEM
 São compostos de cabos de amarração e âncoras para fixação ao leito marinho.
 Podem ser instalados em catenária, tensionados a 45º (tipo taut leg) ou tensionados a
 90º (tipo tendões) .


Cabos de Amarração em Catenária
  Utilizado em lâminas d’ água de até 500 m
  O seu comprimento, de cerca de 3 vezes a lâmina d’água, e o respectivo
  peso, praticamente inviabilizam o seu uso para águas profundas
  Âncora naval convencional para resistir apenas a esforços horizontais.




                                          12
Cabos de Amarração Tensionados a 45º - (Taut Leg )

  São os sistemas de ancoragem mais usados em águas profundas, acima de 500 m,
  pelos motivos a seguir:

  Os cabos de amarração que têm comprimento de cerca de 1,3 vezes a lâmina
  d’água são tensionados a 45º com o leito marinho
  Oferecem maior rigidez ao sistema de ancoragem
  Possibilitam melhor arranjo em relação às diversas
  linhas de dutos e estruturas subsea já existentes
  no leito marinho.
  As âncoras devem resistir às componentes
  vertical e horizontal da força de ancoragem.




Âncora ou fundação da plataforma        13
Cabos de amarração tensionados a 90º (Tendões )




     Utilizados em Plataformas tipo TLP

     Garantem a rigidez da estrutura e
     deslocamento mínimo para acomodar risers
     verticais e sistema de completação seca
     (na superfície)
     As ancoragens devem resistir somente
     à força vertical de tração.




Em ambos os casos, tendões ou taut-leg , as ancoragens/âncoras são
especiais e agora designadas como as fundações da plataforma
                                           14
PRINCIPAIS TIPOS DE FUNDAÇÕES DE PLATAFORMAS DE PRODUÇÃO FLUTUANTES
São três os elementos de fundação mais utilizados para suportar os grandes
esforços verticais e horizontais impostos pelas plataformas de produção flutuantes:

a) Estacas de Sucção
São estacas formadas por um cilindro oco de 12 a 30 m de altura e cerca de 6 m de
diâmetro, de ponta aberta. São posicionadas verticalmente no leito marinho e cravadas
pelo diferencial de pressão hidrostática, produzidos por uma bomba de sucção que é
acoplada no seu topo na fase de instalação.

                                              VÁLVULA PARA ACOPLAMENTO DA BOMBA DE
                                              SUCÇÃO PARA A INSTALAÇÃO
                                                                                     OLHAL PARA O CABO
                                                                                     DE AMARRAÇÃO




                                         15
b) Âncoras Especiais do tipo VLA –Vertical Load Anchor
São âncoras desenvolvidas com formato adequado para suportar grandes esforços
verticais, além dos esforços horizontais. São cravadas através de arraste no solo marinho
atingindo grandes profundidades de enterramento. Em função do seu processo de
cravação não pode ser instalada em áreas com grande concentração de estruturas
subsea.




                                                 Omni-max Delmar


                                                                Delmar systems




                                            16
  Stevmanta, Vryhof
                                                 Bruce Anchor
c) Estacas torpedo
Tecnologia desenvolvida pela Petrobras sendo a mais utilizada para águas profundas no
Brasil por sua facilidade de instalação, padronização e custo.
São estacas em formato cilíndrico de ponta fechada com aletas, preenchidas
internamente com sucata de aço para lastro a baixo custo. Sua cravação é feita por
gravidade. Dimensões: 15 a 22 m e Peso: entre 95 e 120 t




                                         17
SUMÁRIO




INTRODUÇÃO

ESTRUTURAS PARA PRODUÇÃO EM ÁGUAS PROFUNDAS

AS INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS

O PROJETO DE FUNDAÇÕES

CONSIDERAÇÕES FINAIS




                                  18
AS INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS EM ÁGUAS PROFUNDAS
Constam de Investigações Geotécnicas de Campo e Laboratório.
As INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS DE CAMPO são realizadas a partir de navio
geotécnico com posicionamento dinâmico capazes de operar em águas até 3000 m.




    Wimpey Sealab- Wimpey




                                          Ocean Discovery – Gardline




                                     19

    Fugro Explorer
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS DE CAMPO
São realizadas a partir dos navios geotécnicos e constam basicamente da realização
de ensaios in situ do tipo CPT e amostragem com amostradores especiais.
a) Down hole:      ensaios CPT e
   amostragem com push sampler
   (argilas)  e hammer     sampler
   (areias e argilas rijas) todos
   realizados por dentro de coluna
   de perfuração.

b) Seabed: ensaios CPT e Piston Corer realizados a partir do piso marinho.




                                Ensaios CPT no Modo
                                      Seabed
                                            20
                                                               Amostragem com Jumbo
                                                               Piston Core JPC
c) Unidade de Sondagem Submarina (Seabed Drill Rig) :


Nova geração de equipamentos que executam a sondagem , ensaios in situ e
amostragem a partir de equipamento assente no piso marinho, controlado
remotamente. Não há necessidade de utilização navio geotécnico específico.




    Equipamento PROD – Benthic Geotech        Esquema de funcionamento do Unidade de Sondagem
                                         21   Submarina
OUTROS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS EM CAMPANHAS GEOTÉCNICAS
               ENSAIOS DE CAMPO :                                    AMOSTRAGEM:




 T     bar    –     usado       Ball penetrometer
 especialmente para argilas
 moles
                                                             Vibrocorer – amostragem de areias




                                                             Deep Water Sampler DWS – a partir
Cone sísmico- Vel. da
                                                             de estrutura subsea. Desenvolvido
onda      sísmica  Vs;        Mini-CPT – parâmetros de
                                                             pelo NGI. Amostragem de argilas
parâmetros rigidez e          resistência para rotas de 22
                                                             com alta qualidade
liquefação                    dutos
ENSAIOS GEOTÉCNICOS DE LABORATÓRIO
A programação dos ensaios deve ser feita criteriosamente de forma a atender aos
requisitos específicos de cada projeto por parâmetros geotécnicos para o tipo de
projeto de fundação a ser utilizado.
Objetivos dos ensaios de laboratório:
 Caracterização dos solos
 Definição        de      parâmetros     de
  compressibilidade
 Determinação de parâmetros de resistência
  para os diversos caminhos de tensões a que
  as amostras estarão submetidas
 Definição do comportamento cíclico e da
  resistência ao cisalhamento cíclica




                                       23
PROGRAMAÇÃO DAS INVESTIGAÇÕES
Investigações de campo:
 Ensaios CPT contínuos até 40 m de profundidade executados no modo seabed para
  determinação da resistência de ponta qc, atrito lateral fs e poropressão u
 Amostragem com Jumbo Piston Core (JPC) com comprimento de até 21 m e
  diâmetro de 100 mm ou preferencialmente com amostrador Deep Water Sampler
  (DWS) com comprimento de até 25 m e diâmetro de 110 mm.
 Em alguns campos de lâmina d’água até 1500 m têm sido realizados ensaios CPT e
  amostragem com utilização da coluna de perfuração.
Ensaios de Laboratório :

 Ensaios de Caracterização e Determinação de Índices Físicos
 Ensaios para Tixotropia ( ganho de resistência com o tempo) e Sensitividade
 Ensaios de Adensamento Oedométrico
 Determinação do k0 e Ensaios Triaxiais CAU de Extensão e Compressão para o K0
  determinado
 Ensaios Triaxiais UU e CIU de Compressão
 Ensaios de cisalhamento direto simples estático DSS para determinação da
  resistência não drenada SuDSS
 Ensaios DSS cíclico para estudo do comportamento cíclico das argilas – requisito
  recente que vamos detalhar mais adiante.
                                          24
SUMÁRIO




INTRODUÇÃO

ESTRUTURAS PARA PRODUÇÃO EM ÁGUAS PROFUNDAS

AS INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS

O PROJETO DE FUNDAÇÕES

CONSIDERAÇÕES FINAIS




                                  25
PROJETO DE FUNDAÇÕES DE PLATAFORMAS DE PRODUÇÃO FLUTUANTES

Estado de tensões no solo decorrente das cargas de ancoragem nas fundações

                                                  CARGA P
                                                             CABO DE AMARRAÇÃO



                           empuxo                  empuxo
                            ativo                  passivo

            TRIAXIAL                                         TRIAXIAL


O diagrama acima representa o estado de tensões de elementos de solo em uma superfície
potencial de ruptura e os respectivos ensaios que simulam as trajetórias de tensões para estes
elementos. O modelo acima é válido para carregamentos estáticos e cíclicos. No caso de
carregamentos cíclicos é só inserir um vetor de tensão de sentido oposto ao indicado.
O DNV em sua Recommended Practice sobre o tema, utiliza como referência os ensaios DSS
cíclicos para o estudo do comportamento das fundações sob o efeito dos carregamentos
cíclicos.
Um dos requisitos que vêm sendo incorporados aos projetos de fundação de Plataformas de
Produção Flutuantes em águas profundas, e que irei detalhar, é a utilização dos resultados dos
ensaios de cisalhamento direto simples - DSS, estáticos e cíclicos.
                                             26
COMPORTAMENTO DO SOLO SOB CARREGAMENTO CÍCLICO
   As principais cargas cíclicas atuantes nas fundações de plataformas de produção
   flutuantes são aquelas provocadas pelas ondas de uma tempestade. O estudo da
   resistência ao cisalhamento cíclica é feito a partir dos carregamentos provocados pelas
   ondas de uma tempestade de projeto.
                                  Gráfico tensões e deformações cisalhantes durante o
                                  carregamento cíclico (Andersen, 2004).
τcy – tensão cisalhante cíclica




                                                                                        γ – deformação cisalhante



                                                                                     γcy – deformação cisalhante
τa – tensão cisalhante estática                                                      cíclica




                                                                          γa, γp – deformações cisalhantes
                                                                          permanentes;
                                                         27
                                                                          por serem praticamente iguais somente
                                                                          γa é considerada nas equações
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO CÍCLICA


A resistência ao cisalhamento cíclica τf,cy , é a tensão cisalhante máxima
durante o carregamento cíclico (Andersen & Lauritzsen, 1988):




 Onde:

     τa é a tensão cisalhante estática devida a esforços pré-existentes
     (protensão do cabo de ancoragem, peso próprio dos elementos de
     fundação, etc) na ruptura
     τcy a tensão cisalhante cíclica na ruptura.




                                     28
O MODELO DRAMMEN CLAY
Nos anos 80, foi desenvolvido na Noruega um estudo do comportamento
cíclico das argilas de Drammen para estudos de fundação de estruturas
offshore, com os seguintes objetivos e resultados:

  Entendimento do comportamento do solo quando submetido a
  combinações de carregamentos estáticos e cíclicos

  Definição de parâmetros de projeto para estudos de viabilidade

  Verificação da consistência do comportamento de argilas de outras
  localidades

  Determinação da resistência ao cisalhamento cíclica τf,cy, de uma
  determinada argila, quando se constrói para ela um ábaco semelhante
  ao da Drammen Clay

  Planejamento racional das campanhas de ensaios cíclicos ;
                                 29
O ÁBACO DA DRAMMEN CLAY - DIAGRAMA DE RUPTURA
Os resultados dos ensaios
de cisalhamento direto
simples    cíclicos     são
apresentados sob a forma
do diagrama de ruptura.

Cada ponto da curva
representa um ensaio DSS
com seu número de ciclos
até a ruptura (Nf) e seu
modo de ruptura, por
deformações acumuladas
e/ou cíclicas.

Convenciona-se    que   a
ruptura é definida como o
número de ciclos para o
qual se atinge 15% de
deformação acumulada ou       30

cíclica.                      Diagrama de ruptura - Andersen (1988).
O ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO SIMPLES – DSS – DIRECT SIMPLE SHEAR
Para construção do diagrama de ruptura apresentado anteriormente e determinação dos
parâmetros de resistência estática e cíclica da argila a ser estudada, utiliza-se o Ensaio de
Cisalhamento Direto Simples- DSS.

     Equipamento para ensaios DSS                 Detalhe da célula de ensaio




• O ensaio DSS permite a aplicação de inúmeras combinações de tensões cisalhantes estáticas e
cíclicas simultaneamente ou não, cobrindo toda a gama de condições que o solo possa vir a ser
submetido
•São aplicados níveis de carregamento que reproduzem a tempestade de projeto dentro da faixa de
solicitações esperadas
•Os resultados destes ensaios passaram a ser requisito de projeto
                                             31
METODOLOGIA DO ENSAIO DSS
                                                  Características gerais :
                                                  • Corpo de prova cilíndrico com
                                                     20 mm de altura e 50 mm de
                                                     diâmetro
                                                  • Restrição de deformação radial
                                                     e cisalhamento a volume
                                                     constante


ENSAIO ESTÁTICO

• Fase de adensamento: até a pressão in situ ou pressão de pré-adensamento.

• Fase de ruptura: Tensão cisalhante horizontal é aplicada com velocidade de
  carregamento constante em torno de 5% da deformação cisalhante esperada por hora.
 Forma de apresentação dos ensaios

 Curva tensão cisalhante horizontal τ h             τmáx= Su DSS
 X deformação cisalhante γ.

 O τmáx é a resistência ao cisalhamento
 não drenada Su DSS.
                                          32
METODOLOGIA DO ENSAIO DSS
ENSAIO CÍCLICO
• Fase de adensamento : igual à do ensaio estático.
• Fase de ruptura: Os níveis de carregamento cíclicos são estabelecidos como
  percentagens da resistência ao cisalhamento não drenada SuDSS do ensaio estático
  com frequência e amplitudes da tempestade de projeto considerada.
• São aplicadas combinações de carregamentos estáticos τa e cíclicos τcy , levando o
  ensaio até um dos critérios de ruptura estabelecidos: deformação cisalhante γ de 15%
  ou ocorrência de 1500 ciclos.
• Tais carregamentos podem ser simétricos (two-way) ou assimétricos (one-way), de
  modo a reproduzir carregamentos de tração ou compressão.
Forma de apresentação dos ensaios




                                                     33
  Tensão cisalhante horizontal τh versus número de        Deformação cisalhante γ versus número de ciclos
  ciclos N – (exemplo de ensaio two-way)                  N para cada pacote de ciclos.
TENTATIVA DE CONSTRUÇÃO DO DIAGRAMA DE RUPTURA PARA UMA ARGILA
MARINHA BRASILEIRA

• Campanha de Investigações geotécnicas realizada:

• Amostras de Jumbo Piston Corer de 100 mm diâmetro e comprimento até 21
  m.
• Foram realizados ensaios de CPTU no modo seabed em pontos adjacentes.
• Ensaios de laboratório incluíram caracterização, adensamento oedométrico e
  ensaios triaxiais de compressão e extensão.
• Ensaios DSS estáticos e cíclicos

  Características das amostras ensaiadas:

O perfil geotécnico até a profundidade de 20 m abaixo do leito marinho consiste
de uma argila siltosa com pouca areia fina, cinza, normalmente adensada, com
Su = 25 kPa.
O teor de umidade médio e de 88%, LL= 92% e IP = 50%

                                      34
RESULTADOS DOS ENSAIOS DSS CÍCLICOS REALIZADOS – TENTATIVA DE CONSTRUÇÃO
DO DIAGRAMA DE RUPTURA E COMPARAÇÃO COM A DRAMMEN CLAY

  Estes resultados são
  relativos aos primeiros
  ensaios     executados
  para argilas marinhas
  estudadas nos mesmos
  moldes da Drammen
  Clay.

  Resultados    plotados
  sob    a   forma     de
  diagrama de ruptura .

  Linhas         cheias:
  Resultados dos ensaios
  Área 1

  Linhas     tracejadas:
  Diagrama da Drammen
  Clay
                                   35
COMPARAÇÃO COM OUTRAS ARGILAS
O gráfico abaixo apresenta uma comparação entre a curva normalizada das tensões
cisalhantes em que a ruptura ocorreu após 10 ciclos (Nf =10 ) para a argila estudada e
outras argilas de outras localidades.




                                            36
DIMENSIONAMENTO DE FUNDAÇÕES DE PLATAFORMAS FLUTUANTES
  Para cada um dos tipos de fundação apresentados são adotadas as seguintes
  recomendações e normas para o seu dimensionamento :



 Estacas de sucção:
• - DNV RP- 303 - Geotechnical Design and Installation of Suction Anchors in Clay
  - API RP 2SK - Design and Analysis of Stationkeeping Systems for Floating Structures
   - Modelos baseados no Método dos Elementos Finitos também são recomendados
  pelas normas acima.

 Âncoras tipo VLA : DNV RP- 302- Design and Installation of Plate Anchors in Clay

 Estacas torpedo: Não há uma norma específica para este tipo de fundação. Normas
  utilizadas:
  - API-RP-2A-Recommended Practice for Planning, Designing and Constructing Fixed
  Offshore Platforms
  - API RP 2SK - Design and Analysis of Stationkeeping Systems for Floating Structures
   - Vários modelos numéricos têm sido aplicados baseados em Elementos Finitos
  como o proposto por Costa, Rachel G. B.37 (2008).
UTILIZACAO DOS RESULTADOS DOS ENSAIOS DSS NO PROJETO DE
FUNDAÇÕES ESTACAS DE SUCÇÃO – CAPACIDADE DE CARGA CÍCLICA

A capacidade de carga cíclica é levada em consideração nos procedimentos de cálculo
citados anteriormente. As recomendações DNV RP 302 e RP 303 seguem o
procedimento resumido a seguir, onde se utiliza os resultados dos ensaios de
cisalhamento direto cíclico:
Procedimento recomendado:
   O Diagrama de Ruptura é construído a partir da realização de ensaios DSS
   estáticos e cíclicos conforme procedimentos descritos;
   Define-se as cargas de projeto atuantes nos cabos de ancoragem e que são
   transmitidas para as fundações da plataforma ;
   De posse dessas cargas, determina-se o Número de Ciclos Equivalente Neq, que é o
   numero de ciclos de uma onda máxima constante equivalente às ondas da
   tempestade de projeto;
   Com Neq assim calculado, obtém-se a resistência ao cisalhamento cíclica a partir
   do Diagrama de Ruptura
   Com a resistência ao cisalhamento cíclica obtida calcula-se a parcela da
   capacidade de carga sob carregamentos cíclicos utilizando-se o método de
   Andersen e Lauritzsen, 1988.
                                         38
SUMÁRIO




INTRODUÇÃO

ESTRUTURAS PARA PRODUÇÃO EM ÁGUAS PROFUNDAS

AS INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS

O PROJETO DE FUNDAÇÕES

CONSIDERAÇÕES FINAIS




                                  39
CONSIDERAÇÕES FINAIS




 A busca pelo petróleo tem levado à sua exploração em regiões marítimas
 com condições ambientais e geológicas cada vez mais extremas e
 distantes, com elevados níveis de solicitação e aumento da vida útil das
 plataformas.

  Uma vez que estas instalações são muito recentes, considero ser de grande
 importância o acompanhamento do desempenho destas estruturas, tanto
 na fase de construção quanto ao longo da sua vida útil, para validação e
 melhoria dos métodos de cálculo, materiais, e equipamentos, além da
 garantia de sua segurança, proteção ao meio ambiente e continuidade da
 produção de petróleo.



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A geotecnia do Pré-Sal

  • 1. Fundações de Plataformas de Produção em Águas Profundas -A Engenharia Geotécnica no Pré-Sal- Francis Bogossian 1
  • 2. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ESTRUTURAS PARA PRODUÇÃO EM ÁGUAS PROFUNDAS AS INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS O PROJETO DE FUNDAÇÕES CONSIDERAÇÕES FINAIS 2
  • 3. INTRODUÇÃO O cenário de descobertas de óleo e gás em águas profundas no Brasil, vem desafiando a engenharia brasileira a ter soluções cada vez mais inovadoras, seguras e sustentáveis para a exploração e produção das suas riquezas. À medida em que a exploração de petróleo foi avançando para águas cada vez mais profundas e distantes, as Plataformas de Produção Fixas foram sendo substituídas por Plataformas de Produção Flutuantes. A descoberta, em 2007, da área de Tupi, hoje denominado de Lula,, com grande reserva de petróleo leve em águas profundas e a confirmação do potencial da camada pré-sal a cada novo poço perfurado, colocam a Petrobras entre as grandes detentoras de reservas de petróleo no mundo. 3
  • 4. A camada pré-sal, que possui 800 km de extensão e 200 km de largura, necessita de um rigoroso estudo geológico-geotécnico para implantação das grandes plataformas de produção. Os estudos que vêm sendo realizados indicam grande complexidade sob o ponto de vista geológico-geotécnico (geohazard), não só para a fundação dessas plataformas, definição das rotas dos dutos marítimos e estabilidade dos poços e reservatórios, como também para as questões ambientais. Estes estudos constam de uma abrangente campanha de sondagens executadas com navio geotécnico com posicionamento dinâmico, unidade de sondagem subsea , ensaios in situ e ensaios geotécnicos de laboratório. 4
  • 5. Serão apresentados o estado da arte das investigações geotécnicas offshore com ênfase nas campanhas para os campos de pré-sal, os primeiros resultados de ensaios DSS cíclicos em amostras de argila marinha de um campo desta região e os procedimentos a serem utilizados no projeto de fundações. A exploração de petróleo em águas profundas requer a utilização de uma engenharia multidisciplinar. Para contextualização do estudo de fundações das plataformas de produção flutuantes, apresentamos um panorama das estruturas necessárias, desde a superfície do mar até o subsolo marinho. 5
  • 6. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ESTRUTURAS PARA PRODUÇÃO EM ÁGUAS PROFUNDAS AS INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS O PROJETO DE FUNDAÇÕES CONSIDERAÇÕES FINAIS 6
  • 7. PLATAFORMAS DE PRODUÇÃO FLUTUANTES PARA ÁGUAS PROFUNDAS Alguns dos principais tipos de plataformas de produção flutuantes a) Plataformas Semissubmersíveis - SS Originalmente eram utilizadas somente para a exploração do petróleo, começaram a ser utilizadas como unidades de produção no início dos anos 2000. 7
  • 8. b) TLP-Tension Leg Platform c) Plataformas do tipo SPAR- Buoys Risers Risers Cabos de amarração Permite a utilização na superfície do Permite também a utilização de árvore de conjunto de válvulas que regula a natal seca. Além disso, a parte superior dos produção (árvore de natal seca). dutos de produção (risers) fica protegida Lâminas d’água até 1500 m. 8 das ondas. Utilizada em lâminas d’água até 2500 m.
  • 9. d) Plataforma de Produção Flutuante tipo FPSO – (Floating Production, Storage and Offloading System - Sistema Flutuante de Produção, Armazenamento e Escoamento de Óleo e Gás) – pode ser denominado também de Navio-Plataforma FPSO “Cidade de Angra dos Reis” - Petrobras FPSO “Cidade de São Vicente” - Petrobras 9
  • 10. Estas plataformas do tipo FPSO são consideradas a solução mais adequada para a produção de óleo e gás nas águas profundas, onde se encontram as maiores reservas do Brasil, como por exemplo as regiões mais remotas do pré-sal brasileiro. Cabos de amarração Dutos de escoamento de óleo e gás (risers) 10
  • 11. Como foi dito, as plataformas de produção flutuantes do tipo FPSO são as mais adequadas e portanto as mais utilizadas para a produção de petróleo em águas profundas no Brasil. Possuem alta estabilidade, grande porte e capacidade de movimentação para redução dos esforços nas suas estruturas de produção (risers, cabeça de poço, árvore de natal etc.) . Suportam altos carregamentos promovidos pelas forças ambientais, tais como ventos, ondas e correntes marinhas Têm capacidade de produzir, processar e armazenar óleo e gás, permitindo também o seu escoamento para navios de transporte em regiões que ainda não dispõem de redes de dutos submarinos. Assim como as plataformas anteriores, são fixadas no leito marinho através de sistemas de ancoragem. 11
  • 12. SISTEMAS DE ANCORAGEM São compostos de cabos de amarração e âncoras para fixação ao leito marinho. Podem ser instalados em catenária, tensionados a 45º (tipo taut leg) ou tensionados a 90º (tipo tendões) . Cabos de Amarração em Catenária Utilizado em lâminas d’ água de até 500 m O seu comprimento, de cerca de 3 vezes a lâmina d’água, e o respectivo peso, praticamente inviabilizam o seu uso para águas profundas Âncora naval convencional para resistir apenas a esforços horizontais. 12
  • 13. Cabos de Amarração Tensionados a 45º - (Taut Leg ) São os sistemas de ancoragem mais usados em águas profundas, acima de 500 m, pelos motivos a seguir: Os cabos de amarração que têm comprimento de cerca de 1,3 vezes a lâmina d’água são tensionados a 45º com o leito marinho Oferecem maior rigidez ao sistema de ancoragem Possibilitam melhor arranjo em relação às diversas linhas de dutos e estruturas subsea já existentes no leito marinho. As âncoras devem resistir às componentes vertical e horizontal da força de ancoragem. Âncora ou fundação da plataforma 13
  • 14. Cabos de amarração tensionados a 90º (Tendões ) Utilizados em Plataformas tipo TLP Garantem a rigidez da estrutura e deslocamento mínimo para acomodar risers verticais e sistema de completação seca (na superfície) As ancoragens devem resistir somente à força vertical de tração. Em ambos os casos, tendões ou taut-leg , as ancoragens/âncoras são especiais e agora designadas como as fundações da plataforma 14
  • 15. PRINCIPAIS TIPOS DE FUNDAÇÕES DE PLATAFORMAS DE PRODUÇÃO FLUTUANTES São três os elementos de fundação mais utilizados para suportar os grandes esforços verticais e horizontais impostos pelas plataformas de produção flutuantes: a) Estacas de Sucção São estacas formadas por um cilindro oco de 12 a 30 m de altura e cerca de 6 m de diâmetro, de ponta aberta. São posicionadas verticalmente no leito marinho e cravadas pelo diferencial de pressão hidrostática, produzidos por uma bomba de sucção que é acoplada no seu topo na fase de instalação. VÁLVULA PARA ACOPLAMENTO DA BOMBA DE SUCÇÃO PARA A INSTALAÇÃO OLHAL PARA O CABO DE AMARRAÇÃO 15
  • 16. b) Âncoras Especiais do tipo VLA –Vertical Load Anchor São âncoras desenvolvidas com formato adequado para suportar grandes esforços verticais, além dos esforços horizontais. São cravadas através de arraste no solo marinho atingindo grandes profundidades de enterramento. Em função do seu processo de cravação não pode ser instalada em áreas com grande concentração de estruturas subsea. Omni-max Delmar Delmar systems 16 Stevmanta, Vryhof Bruce Anchor
  • 17. c) Estacas torpedo Tecnologia desenvolvida pela Petrobras sendo a mais utilizada para águas profundas no Brasil por sua facilidade de instalação, padronização e custo. São estacas em formato cilíndrico de ponta fechada com aletas, preenchidas internamente com sucata de aço para lastro a baixo custo. Sua cravação é feita por gravidade. Dimensões: 15 a 22 m e Peso: entre 95 e 120 t 17
  • 18. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ESTRUTURAS PARA PRODUÇÃO EM ÁGUAS PROFUNDAS AS INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS O PROJETO DE FUNDAÇÕES CONSIDERAÇÕES FINAIS 18
  • 19. AS INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS EM ÁGUAS PROFUNDAS Constam de Investigações Geotécnicas de Campo e Laboratório. As INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS DE CAMPO são realizadas a partir de navio geotécnico com posicionamento dinâmico capazes de operar em águas até 3000 m. Wimpey Sealab- Wimpey Ocean Discovery – Gardline 19 Fugro Explorer
  • 20. INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS DE CAMPO São realizadas a partir dos navios geotécnicos e constam basicamente da realização de ensaios in situ do tipo CPT e amostragem com amostradores especiais. a) Down hole: ensaios CPT e amostragem com push sampler (argilas) e hammer sampler (areias e argilas rijas) todos realizados por dentro de coluna de perfuração. b) Seabed: ensaios CPT e Piston Corer realizados a partir do piso marinho. Ensaios CPT no Modo Seabed 20 Amostragem com Jumbo Piston Core JPC
  • 21. c) Unidade de Sondagem Submarina (Seabed Drill Rig) : Nova geração de equipamentos que executam a sondagem , ensaios in situ e amostragem a partir de equipamento assente no piso marinho, controlado remotamente. Não há necessidade de utilização navio geotécnico específico. Equipamento PROD – Benthic Geotech Esquema de funcionamento do Unidade de Sondagem 21 Submarina
  • 22. OUTROS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS EM CAMPANHAS GEOTÉCNICAS ENSAIOS DE CAMPO : AMOSTRAGEM: T bar – usado Ball penetrometer especialmente para argilas moles Vibrocorer – amostragem de areias Deep Water Sampler DWS – a partir Cone sísmico- Vel. da de estrutura subsea. Desenvolvido onda sísmica Vs; Mini-CPT – parâmetros de pelo NGI. Amostragem de argilas parâmetros rigidez e resistência para rotas de 22 com alta qualidade liquefação dutos
  • 23. ENSAIOS GEOTÉCNICOS DE LABORATÓRIO A programação dos ensaios deve ser feita criteriosamente de forma a atender aos requisitos específicos de cada projeto por parâmetros geotécnicos para o tipo de projeto de fundação a ser utilizado. Objetivos dos ensaios de laboratório:  Caracterização dos solos  Definição de parâmetros de compressibilidade  Determinação de parâmetros de resistência para os diversos caminhos de tensões a que as amostras estarão submetidas  Definição do comportamento cíclico e da resistência ao cisalhamento cíclica 23
  • 24. PROGRAMAÇÃO DAS INVESTIGAÇÕES Investigações de campo:  Ensaios CPT contínuos até 40 m de profundidade executados no modo seabed para determinação da resistência de ponta qc, atrito lateral fs e poropressão u  Amostragem com Jumbo Piston Core (JPC) com comprimento de até 21 m e diâmetro de 100 mm ou preferencialmente com amostrador Deep Water Sampler (DWS) com comprimento de até 25 m e diâmetro de 110 mm.  Em alguns campos de lâmina d’água até 1500 m têm sido realizados ensaios CPT e amostragem com utilização da coluna de perfuração. Ensaios de Laboratório :  Ensaios de Caracterização e Determinação de Índices Físicos  Ensaios para Tixotropia ( ganho de resistência com o tempo) e Sensitividade  Ensaios de Adensamento Oedométrico  Determinação do k0 e Ensaios Triaxiais CAU de Extensão e Compressão para o K0 determinado  Ensaios Triaxiais UU e CIU de Compressão  Ensaios de cisalhamento direto simples estático DSS para determinação da resistência não drenada SuDSS  Ensaios DSS cíclico para estudo do comportamento cíclico das argilas – requisito recente que vamos detalhar mais adiante. 24
  • 25. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ESTRUTURAS PARA PRODUÇÃO EM ÁGUAS PROFUNDAS AS INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS O PROJETO DE FUNDAÇÕES CONSIDERAÇÕES FINAIS 25
  • 26. PROJETO DE FUNDAÇÕES DE PLATAFORMAS DE PRODUÇÃO FLUTUANTES Estado de tensões no solo decorrente das cargas de ancoragem nas fundações CARGA P CABO DE AMARRAÇÃO empuxo empuxo ativo passivo TRIAXIAL TRIAXIAL O diagrama acima representa o estado de tensões de elementos de solo em uma superfície potencial de ruptura e os respectivos ensaios que simulam as trajetórias de tensões para estes elementos. O modelo acima é válido para carregamentos estáticos e cíclicos. No caso de carregamentos cíclicos é só inserir um vetor de tensão de sentido oposto ao indicado. O DNV em sua Recommended Practice sobre o tema, utiliza como referência os ensaios DSS cíclicos para o estudo do comportamento das fundações sob o efeito dos carregamentos cíclicos. Um dos requisitos que vêm sendo incorporados aos projetos de fundação de Plataformas de Produção Flutuantes em águas profundas, e que irei detalhar, é a utilização dos resultados dos ensaios de cisalhamento direto simples - DSS, estáticos e cíclicos. 26
  • 27. COMPORTAMENTO DO SOLO SOB CARREGAMENTO CÍCLICO As principais cargas cíclicas atuantes nas fundações de plataformas de produção flutuantes são aquelas provocadas pelas ondas de uma tempestade. O estudo da resistência ao cisalhamento cíclica é feito a partir dos carregamentos provocados pelas ondas de uma tempestade de projeto. Gráfico tensões e deformações cisalhantes durante o carregamento cíclico (Andersen, 2004). τcy – tensão cisalhante cíclica γ – deformação cisalhante γcy – deformação cisalhante τa – tensão cisalhante estática cíclica γa, γp – deformações cisalhantes permanentes; 27 por serem praticamente iguais somente γa é considerada nas equações
  • 28. RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO CÍCLICA A resistência ao cisalhamento cíclica τf,cy , é a tensão cisalhante máxima durante o carregamento cíclico (Andersen & Lauritzsen, 1988): Onde: τa é a tensão cisalhante estática devida a esforços pré-existentes (protensão do cabo de ancoragem, peso próprio dos elementos de fundação, etc) na ruptura τcy a tensão cisalhante cíclica na ruptura. 28
  • 29. O MODELO DRAMMEN CLAY Nos anos 80, foi desenvolvido na Noruega um estudo do comportamento cíclico das argilas de Drammen para estudos de fundação de estruturas offshore, com os seguintes objetivos e resultados: Entendimento do comportamento do solo quando submetido a combinações de carregamentos estáticos e cíclicos Definição de parâmetros de projeto para estudos de viabilidade Verificação da consistência do comportamento de argilas de outras localidades Determinação da resistência ao cisalhamento cíclica τf,cy, de uma determinada argila, quando se constrói para ela um ábaco semelhante ao da Drammen Clay Planejamento racional das campanhas de ensaios cíclicos ; 29
  • 30. O ÁBACO DA DRAMMEN CLAY - DIAGRAMA DE RUPTURA Os resultados dos ensaios de cisalhamento direto simples cíclicos são apresentados sob a forma do diagrama de ruptura. Cada ponto da curva representa um ensaio DSS com seu número de ciclos até a ruptura (Nf) e seu modo de ruptura, por deformações acumuladas e/ou cíclicas. Convenciona-se que a ruptura é definida como o número de ciclos para o qual se atinge 15% de deformação acumulada ou 30 cíclica. Diagrama de ruptura - Andersen (1988).
  • 31. O ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO SIMPLES – DSS – DIRECT SIMPLE SHEAR Para construção do diagrama de ruptura apresentado anteriormente e determinação dos parâmetros de resistência estática e cíclica da argila a ser estudada, utiliza-se o Ensaio de Cisalhamento Direto Simples- DSS. Equipamento para ensaios DSS Detalhe da célula de ensaio • O ensaio DSS permite a aplicação de inúmeras combinações de tensões cisalhantes estáticas e cíclicas simultaneamente ou não, cobrindo toda a gama de condições que o solo possa vir a ser submetido •São aplicados níveis de carregamento que reproduzem a tempestade de projeto dentro da faixa de solicitações esperadas •Os resultados destes ensaios passaram a ser requisito de projeto 31
  • 32. METODOLOGIA DO ENSAIO DSS Características gerais : • Corpo de prova cilíndrico com 20 mm de altura e 50 mm de diâmetro • Restrição de deformação radial e cisalhamento a volume constante ENSAIO ESTÁTICO • Fase de adensamento: até a pressão in situ ou pressão de pré-adensamento. • Fase de ruptura: Tensão cisalhante horizontal é aplicada com velocidade de carregamento constante em torno de 5% da deformação cisalhante esperada por hora. Forma de apresentação dos ensaios Curva tensão cisalhante horizontal τ h τmáx= Su DSS X deformação cisalhante γ. O τmáx é a resistência ao cisalhamento não drenada Su DSS. 32
  • 33. METODOLOGIA DO ENSAIO DSS ENSAIO CÍCLICO • Fase de adensamento : igual à do ensaio estático. • Fase de ruptura: Os níveis de carregamento cíclicos são estabelecidos como percentagens da resistência ao cisalhamento não drenada SuDSS do ensaio estático com frequência e amplitudes da tempestade de projeto considerada. • São aplicadas combinações de carregamentos estáticos τa e cíclicos τcy , levando o ensaio até um dos critérios de ruptura estabelecidos: deformação cisalhante γ de 15% ou ocorrência de 1500 ciclos. • Tais carregamentos podem ser simétricos (two-way) ou assimétricos (one-way), de modo a reproduzir carregamentos de tração ou compressão. Forma de apresentação dos ensaios 33 Tensão cisalhante horizontal τh versus número de Deformação cisalhante γ versus número de ciclos ciclos N – (exemplo de ensaio two-way) N para cada pacote de ciclos.
  • 34. TENTATIVA DE CONSTRUÇÃO DO DIAGRAMA DE RUPTURA PARA UMA ARGILA MARINHA BRASILEIRA • Campanha de Investigações geotécnicas realizada: • Amostras de Jumbo Piston Corer de 100 mm diâmetro e comprimento até 21 m. • Foram realizados ensaios de CPTU no modo seabed em pontos adjacentes. • Ensaios de laboratório incluíram caracterização, adensamento oedométrico e ensaios triaxiais de compressão e extensão. • Ensaios DSS estáticos e cíclicos Características das amostras ensaiadas: O perfil geotécnico até a profundidade de 20 m abaixo do leito marinho consiste de uma argila siltosa com pouca areia fina, cinza, normalmente adensada, com Su = 25 kPa. O teor de umidade médio e de 88%, LL= 92% e IP = 50% 34
  • 35. RESULTADOS DOS ENSAIOS DSS CÍCLICOS REALIZADOS – TENTATIVA DE CONSTRUÇÃO DO DIAGRAMA DE RUPTURA E COMPARAÇÃO COM A DRAMMEN CLAY Estes resultados são relativos aos primeiros ensaios executados para argilas marinhas estudadas nos mesmos moldes da Drammen Clay. Resultados plotados sob a forma de diagrama de ruptura . Linhas cheias: Resultados dos ensaios Área 1 Linhas tracejadas: Diagrama da Drammen Clay 35
  • 36. COMPARAÇÃO COM OUTRAS ARGILAS O gráfico abaixo apresenta uma comparação entre a curva normalizada das tensões cisalhantes em que a ruptura ocorreu após 10 ciclos (Nf =10 ) para a argila estudada e outras argilas de outras localidades. 36
  • 37. DIMENSIONAMENTO DE FUNDAÇÕES DE PLATAFORMAS FLUTUANTES Para cada um dos tipos de fundação apresentados são adotadas as seguintes recomendações e normas para o seu dimensionamento :  Estacas de sucção: • - DNV RP- 303 - Geotechnical Design and Installation of Suction Anchors in Clay - API RP 2SK - Design and Analysis of Stationkeeping Systems for Floating Structures - Modelos baseados no Método dos Elementos Finitos também são recomendados pelas normas acima.  Âncoras tipo VLA : DNV RP- 302- Design and Installation of Plate Anchors in Clay  Estacas torpedo: Não há uma norma específica para este tipo de fundação. Normas utilizadas: - API-RP-2A-Recommended Practice for Planning, Designing and Constructing Fixed Offshore Platforms - API RP 2SK - Design and Analysis of Stationkeeping Systems for Floating Structures - Vários modelos numéricos têm sido aplicados baseados em Elementos Finitos como o proposto por Costa, Rachel G. B.37 (2008).
  • 38. UTILIZACAO DOS RESULTADOS DOS ENSAIOS DSS NO PROJETO DE FUNDAÇÕES ESTACAS DE SUCÇÃO – CAPACIDADE DE CARGA CÍCLICA A capacidade de carga cíclica é levada em consideração nos procedimentos de cálculo citados anteriormente. As recomendações DNV RP 302 e RP 303 seguem o procedimento resumido a seguir, onde se utiliza os resultados dos ensaios de cisalhamento direto cíclico: Procedimento recomendado: O Diagrama de Ruptura é construído a partir da realização de ensaios DSS estáticos e cíclicos conforme procedimentos descritos; Define-se as cargas de projeto atuantes nos cabos de ancoragem e que são transmitidas para as fundações da plataforma ; De posse dessas cargas, determina-se o Número de Ciclos Equivalente Neq, que é o numero de ciclos de uma onda máxima constante equivalente às ondas da tempestade de projeto; Com Neq assim calculado, obtém-se a resistência ao cisalhamento cíclica a partir do Diagrama de Ruptura Com a resistência ao cisalhamento cíclica obtida calcula-se a parcela da capacidade de carga sob carregamentos cíclicos utilizando-se o método de Andersen e Lauritzsen, 1988. 38
  • 39. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ESTRUTURAS PARA PRODUÇÃO EM ÁGUAS PROFUNDAS AS INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS O PROJETO DE FUNDAÇÕES CONSIDERAÇÕES FINAIS 39
  • 40. CONSIDERAÇÕES FINAIS A busca pelo petróleo tem levado à sua exploração em regiões marítimas com condições ambientais e geológicas cada vez mais extremas e distantes, com elevados níveis de solicitação e aumento da vida útil das plataformas. Uma vez que estas instalações são muito recentes, considero ser de grande importância o acompanhamento do desempenho destas estruturas, tanto na fase de construção quanto ao longo da sua vida útil, para validação e melhoria dos métodos de cálculo, materiais, e equipamentos, além da garantia de sua segurança, proteção ao meio ambiente e continuidade da produção de petróleo. 40