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NOTA DE ABERTURA
O número 11 da Revista de Estudos Literários que agora se publica
corresponde a um desafio que, não sendo novo entre nós, tem uma
história relativamente recente. Fazem parte dessa história episódios
(felizmente já remotos) que bem evidenciam a forma como os contex-
tos históricos e políticos podem afetar o desenvolvimento dos estudos
literários. E não só deles, evidentemente.
Sob a coordenação de António Apolinário Lourenço e Antonio
Sáez Delgado, reúne-se aqui um amplo conjunto de ensaios subordi-
nados ao tema Estudos Ibéricos; juntam-se-lhes outras colaborações
afins, noutras secções da revista, alcançando este volume a nutrida
dimensão de mais de 550 páginas. Há meio século, seria muito difícil
publicar em Portugal (e certamente também na Espanha) uma revista
com esta incidência temática: estavam então bem vivos preconceitos
e desconfianças que inibiam o entrecruzamento de olhares sobre as
literaturas e sobre as culturas da Península Ibérica. Isto para já não
falar da questão linguística que, para lá da fronteira do Caia, era um
tabu sem solução à vista.
Mas a História não se detém e as transformações políticas, cultu-
rais e sobretudo mentais que vivemos no último meio século atenua-
ram muito ou até mesmo dissolveram aqueles preconceitos e aquelas
desconfianças. Por isso, a imagem das costas voltadas entre portu-
gueses e espanhóis é, cada vez mais, relíquia do passado; por sua vez,
o adjetivo ibérico está agora liberto dos estigmas de antipatriotismo
que alguns, particularmente em Portugal, insistiam em esgrimir.
Para aquela libertação muito têm contribuído os estudos literários e
linguísticos, em tempos de liberdades políticas, de ambos os lados da
Revista de Estudos Literários 11 (2021): 7-9.	 https://doi.org/10.14195/2183-847X_11_0.1
carlos reis
8 |
fronteira, mesmo sabendo-se que a afirmação (ou a reafirmação) de
nacionalidades no espaço ibérico gera tensões com que temos de saber
viver, em tempo democrático.
Os Estudos Ibéricos que os editores deste número da Revista de
Estudos Literários ao mesmo tempo ilustram e dinamizam são um
campo de trabalho privilegiado para consolidarmos conquistas que
não podem retroceder. No plano científico, essa consolidação passa
por aquilo que sempre havemos de reivindicar, na cena universitária:
honestidade científica, rigor metodológico, exigência ética e abertura
à inovação. A diversificação temática que os Estudos Ibéricos estimu-
lam – recordo o que neste volume se encontra: os fundamentos dos
Estudos Ibéricos, dinâmicas e relações literárias ibéricas, estudos de
caso, literatura e ideologia, literaturas ibéricas e estudos interartes,
a tradução como mediação cultural –, essa diversificação e a quali-
dade dos contributos que aqui se congregam vêm confirmar como foi
acertada a escolha do tema central deste número da Revista de Estudos
Literários.
Para que esta empresa chegasse a bom porto foi decisivo o traba-
lho dos dois coordenadores, a quem muito agradeço, tal como agra-
deço a todos os colaboradores cujos textos podemos ler. Reporto-me
em especial aos primeiros, para sublinhar o que é sabido. António
Apolinário Lourenço e Antonio Sáez Delgado são dois competentes
e muito fecundos académicos com vasta obra publicada no domínio
dos Estudos Ibéricos. Resumindo o que careceria de amplo desenvol-
vimento, digo apenas que António Apolinário Lourenço, enquanto
coordenador da área de Estudos Espanhóis na Faculdade de Letras
da Universidade de Coimbra, é protagonista qualificado da pre-
sença daquela área de estudos em Portugal, nos planos articulados
do ensino e da investigação, com frequentes incursões no terreno da
comparatística. Por sua vez, Antonio Sáez Delgado tem sido um ativo
e muito prolífico embaixador da literatura e da cultura portuguesas
nota de abertura | 9
em Espanha (com destaque para o estudo de autores do modernismo),
um labor em parte assente no seu trabalho de professor e de pesqui-
sador na Universidade de Évora, bem como no (às vezes pouco valo-
rizado) campo da tradução.
Por tudo isto e pelo mais que a seguir se lerá, este número da
Revista de Estudos Literários passa a ser um marco de referência
insubstituível e um argumento muito vigoroso, em prol do reforço e
do alargamento dos Estudos Ibéricos.
Carlos Reis
https://orcid.org/0000-0001-6492-3486

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10437 texto do artigo-44420-1-10-20211104

  • 1. NOTA DE ABERTURA O número 11 da Revista de Estudos Literários que agora se publica corresponde a um desafio que, não sendo novo entre nós, tem uma história relativamente recente. Fazem parte dessa história episódios (felizmente já remotos) que bem evidenciam a forma como os contex- tos históricos e políticos podem afetar o desenvolvimento dos estudos literários. E não só deles, evidentemente. Sob a coordenação de António Apolinário Lourenço e Antonio Sáez Delgado, reúne-se aqui um amplo conjunto de ensaios subordi- nados ao tema Estudos Ibéricos; juntam-se-lhes outras colaborações afins, noutras secções da revista, alcançando este volume a nutrida dimensão de mais de 550 páginas. Há meio século, seria muito difícil publicar em Portugal (e certamente também na Espanha) uma revista com esta incidência temática: estavam então bem vivos preconceitos e desconfianças que inibiam o entrecruzamento de olhares sobre as literaturas e sobre as culturas da Península Ibérica. Isto para já não falar da questão linguística que, para lá da fronteira do Caia, era um tabu sem solução à vista. Mas a História não se detém e as transformações políticas, cultu- rais e sobretudo mentais que vivemos no último meio século atenua- ram muito ou até mesmo dissolveram aqueles preconceitos e aquelas desconfianças. Por isso, a imagem das costas voltadas entre portu- gueses e espanhóis é, cada vez mais, relíquia do passado; por sua vez, o adjetivo ibérico está agora liberto dos estigmas de antipatriotismo que alguns, particularmente em Portugal, insistiam em esgrimir. Para aquela libertação muito têm contribuído os estudos literários e linguísticos, em tempos de liberdades políticas, de ambos os lados da Revista de Estudos Literários 11 (2021): 7-9. https://doi.org/10.14195/2183-847X_11_0.1
  • 2. carlos reis 8 | fronteira, mesmo sabendo-se que a afirmação (ou a reafirmação) de nacionalidades no espaço ibérico gera tensões com que temos de saber viver, em tempo democrático. Os Estudos Ibéricos que os editores deste número da Revista de Estudos Literários ao mesmo tempo ilustram e dinamizam são um campo de trabalho privilegiado para consolidarmos conquistas que não podem retroceder. No plano científico, essa consolidação passa por aquilo que sempre havemos de reivindicar, na cena universitária: honestidade científica, rigor metodológico, exigência ética e abertura à inovação. A diversificação temática que os Estudos Ibéricos estimu- lam – recordo o que neste volume se encontra: os fundamentos dos Estudos Ibéricos, dinâmicas e relações literárias ibéricas, estudos de caso, literatura e ideologia, literaturas ibéricas e estudos interartes, a tradução como mediação cultural –, essa diversificação e a quali- dade dos contributos que aqui se congregam vêm confirmar como foi acertada a escolha do tema central deste número da Revista de Estudos Literários. Para que esta empresa chegasse a bom porto foi decisivo o traba- lho dos dois coordenadores, a quem muito agradeço, tal como agra- deço a todos os colaboradores cujos textos podemos ler. Reporto-me em especial aos primeiros, para sublinhar o que é sabido. António Apolinário Lourenço e Antonio Sáez Delgado são dois competentes e muito fecundos académicos com vasta obra publicada no domínio dos Estudos Ibéricos. Resumindo o que careceria de amplo desenvol- vimento, digo apenas que António Apolinário Lourenço, enquanto coordenador da área de Estudos Espanhóis na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, é protagonista qualificado da pre- sença daquela área de estudos em Portugal, nos planos articulados do ensino e da investigação, com frequentes incursões no terreno da comparatística. Por sua vez, Antonio Sáez Delgado tem sido um ativo e muito prolífico embaixador da literatura e da cultura portuguesas
  • 3. nota de abertura | 9 em Espanha (com destaque para o estudo de autores do modernismo), um labor em parte assente no seu trabalho de professor e de pesqui- sador na Universidade de Évora, bem como no (às vezes pouco valo- rizado) campo da tradução. Por tudo isto e pelo mais que a seguir se lerá, este número da Revista de Estudos Literários passa a ser um marco de referência insubstituível e um argumento muito vigoroso, em prol do reforço e do alargamento dos Estudos Ibéricos. Carlos Reis https://orcid.org/0000-0001-6492-3486