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Políticas Públicas Brasileiras no
            combate à “lepra”
                                                                           SAVASSI, LCM.
                                                                           MODENA, CM.

                                                                         savassi@cpqrr.fiocruz.br

Trabalho realizado no Centro de Pesquisas René Rachou Fundação Oswaldo Cruz

          Ministério da Saúde
          FIOCRUZ                                        Centro de Pesquisas René Rachou
          Fundação Oswaldo Cruz           Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Objetivo de hoje:
• Apresentar como o Poder Público brasileiro
  lidou com o problema sanitário da “lepra”
  desde o período colonial até os anos recentes.
Políticas Públicas Brasileiras no combate à “lepra”

1. Período pré-bíblico:


A hanseníase está presente na história da humanidade há pelo menos quatro milênios
   (ROBBINS et al 2009),
Políticas Públicas Brasileiras no combate à “lepra”

2. Estigma da Bíblia Cristã




Práticas medievais segregacionistas e discriminatórias contra os doentes
Políticas Públicas Brasileiras no combate à “lepra”




Estigma agravado no último século pelo ressurgimento do isolamento através de leprosários
e preventórios (MONTEIRO, 1991; SAVASSI, 2009).
1640, Campo dos Lázaros, Salvador
                               1714 , Asilo de Lázaros no Recife




          1500
                               1741, Hospital Frei Antônio, RJ
                               1805, Hospital dos Morféticos SP, Hospital Itu
                               1880 “Imperial Hospital dos Lázaros do RJ”
                               1815 Leprosário Hospício dos Lázaros, Belém



                                                                                                         Doença Colonial
                               1816 Hospital São João dos Lázaros MT
                                                                                                                           Linha do tempo
                               1833, vila de “leprosos” - Asilo do Gavião, S. Luiz
                               1883 asilo de Sabará, MG




          1889
                                1903, Reforma Sanitária O. Cruz
                                1904, Notiicação compulsória
                                Primeiros planos profiláticos
                                                                                                         1a CIL 1897




          SPR
                                isolamento seletivo e facultativo




           1920
                                Modelo Paulista
                                (isolacionistas x humanitários)




          DPL
                                                                                                 isolamento
                                                                                                 Ressurgem




                                    14
                                                                                                 Leprosários e




             1930
                                 ERA VARGAS
                                Gustavo Capanema




                        SNL
                                         20



              1937
                                1941 1a CNS
                                                                                                 Descoberta
                                                                                                 eficácia das
                                                                                                 Sulfas, PQT

                                                                             Tripé Profilático




                                                    28




                               Otimismo
DGSP DNSP MESP MES MS
                   1945 1956   Sulfonas, PQT, cura
                               JK
                                                                                CNCL




                               Orestes Diniz
                               Decreto n° 968 de maio de 1962
          1968
                                                                                                                                            Políticas Públicas Brasileiras no combate à “lepra”




                                                                           III




                               Regime Militar
                                                                          Fase




                                1986 - 8a CNS, SUS.
          84 94




                               Lei nº 9.010, de 29 de março de 1995
                               Expansão da APS
                               Decreto n° 6.168, de 24 de julho de 2007
                                                                                                  Três países não
                                                                                                  erradicaram MH




          11




                               Política Nacional de CONTROLE Hanseníase 2010
Políticas Públicas Brasileiras no combate à “lepra”


A eliminação da doença como problema de saúde pública, meta da Organização Mundial de
Saúde/ OMS (WHO 1991) não foi alcançada por três países, dentre eles o Brasil (WHO-WER
2008).
Em resumo:
- Estigma bíblico, a herança medieval e o Estado ausente
- O isolamento cientificamente embasado
- A luta de 3 atores
- A ineficácia do modelo tripé
- A fase II
- A fase III
- O abandono do poder público
- A fase IV?
Obrigado



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  • 1. Políticas Públicas Brasileiras no combate à “lepra” SAVASSI, LCM. MODENA, CM. savassi@cpqrr.fiocruz.br Trabalho realizado no Centro de Pesquisas René Rachou Fundação Oswaldo Cruz Ministério da Saúde FIOCRUZ Centro de Pesquisas René Rachou Fundação Oswaldo Cruz Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
  • 2. Objetivo de hoje: • Apresentar como o Poder Público brasileiro lidou com o problema sanitário da “lepra” desde o período colonial até os anos recentes.
  • 3. Políticas Públicas Brasileiras no combate à “lepra” 1. Período pré-bíblico: A hanseníase está presente na história da humanidade há pelo menos quatro milênios (ROBBINS et al 2009),
  • 4. Políticas Públicas Brasileiras no combate à “lepra” 2. Estigma da Bíblia Cristã Práticas medievais segregacionistas e discriminatórias contra os doentes
  • 5. Políticas Públicas Brasileiras no combate à “lepra” Estigma agravado no último século pelo ressurgimento do isolamento através de leprosários e preventórios (MONTEIRO, 1991; SAVASSI, 2009).
  • 6. 1640, Campo dos Lázaros, Salvador 1714 , Asilo de Lázaros no Recife 1500 1741, Hospital Frei Antônio, RJ 1805, Hospital dos Morféticos SP, Hospital Itu 1880 “Imperial Hospital dos Lázaros do RJ” 1815 Leprosário Hospício dos Lázaros, Belém Doença Colonial 1816 Hospital São João dos Lázaros MT Linha do tempo 1833, vila de “leprosos” - Asilo do Gavião, S. Luiz 1883 asilo de Sabará, MG 1889 1903, Reforma Sanitária O. Cruz 1904, Notiicação compulsória Primeiros planos profiláticos 1a CIL 1897 SPR isolamento seletivo e facultativo 1920 Modelo Paulista (isolacionistas x humanitários) DPL isolamento Ressurgem 14 Leprosários e 1930 ERA VARGAS Gustavo Capanema SNL 20 1937 1941 1a CNS Descoberta eficácia das Sulfas, PQT Tripé Profilático 28 Otimismo DGSP DNSP MESP MES MS 1945 1956 Sulfonas, PQT, cura JK CNCL Orestes Diniz Decreto n° 968 de maio de 1962 1968 Políticas Públicas Brasileiras no combate à “lepra” III Regime Militar Fase 1986 - 8a CNS, SUS. 84 94 Lei nº 9.010, de 29 de março de 1995 Expansão da APS Decreto n° 6.168, de 24 de julho de 2007 Três países não erradicaram MH 11 Política Nacional de CONTROLE Hanseníase 2010
  • 7. Políticas Públicas Brasileiras no combate à “lepra” A eliminação da doença como problema de saúde pública, meta da Organização Mundial de Saúde/ OMS (WHO 1991) não foi alcançada por três países, dentre eles o Brasil (WHO-WER 2008).
  • 8. Em resumo: - Estigma bíblico, a herança medieval e o Estado ausente - O isolamento cientificamente embasado - A luta de 3 atores - A ineficácia do modelo tripé - A fase II - A fase III - O abandono do poder público - A fase IV?
  • 9. Obrigado savassi@cpqrr.fiocruz.br