1. 1º de Maio
Luta ou festa?
Depois de anos e mais anos de comemorações festivas do 1º de Maio,
finalmente a mídia brasileira questionou qual a verdadeira natureza do Dia
Internacional do Trabalho. Aqui no Brasil devido a forte repressão policial e aos
dois períodos ditatoriais no século passado, os trabalhadores tiveram
dificuldades em criar e manter uma cultura sindical. Assim, o primeiro de maio
acabou sendo utilizado em quase todo o país como um mero feriado nacional,
ou data festiva.
O que devemos questionar no presente momento é o papel das centrais
sindicais, que têm optado pelo modelo de “pão e circo” (Força Sindical), ou
“circo” (CUT) utilizando como carro chefe para mobilização a apresentação de
bandas e cantores famosos, no qual os discursos são meros intervalos entre
uma e outra atração.
O 1º de Maio nasceu da luta dos trabalhadores pela redução da jornada de
trabalho, ou seja, da necessidade de melhores salários e melhores condições
de trabalho. A utilização desta data como mera comemoração do Dia do
Trabalho é uma subversão do internacionalismo proletário, uma deformação da
história e até um desrespeito à memória dos mártires de Chicago (1886).
Por isso defendemos que o movimento sindical volte às raízes e utilize a data
como um dia cívico dos trabalhadores reivindicando o combate ao
desemprego, a manutenção e ampliação dos direitos trabalhistas, sociais e
previdenciários, a reforma agrária e a recuperação do poder de compra dos
salários.
* Jorge Barbosa, presidente do Sindicato dos Bancários de Itabuna e Região