O documento discute a otimização da área refinadora de máquinas de refino, abordando tópicos como: 1) parâmetros de processo como vazão, pressão e consistência; 2) controle de carga para manter uma refinação constante; 3) desenho dos discos refinadores, incluindo intensidade de refinação, inclinação das lâminas e ângulo de cruzamento. O objetivo é produzir uma folha de papel com a maior resistência mecânica possível de forma energética eficiente.
1. Máquinas e Equipamentos
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Otimização da área refinadora
Sergio Zalewska
sergio.zalewska@kartha-br.com
AUDITORIA EM SISTEMAS DE REFINAÇÃO
Manutenção e condições mecânicas
Parâmetros de processo
Controle de carga
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Refinação:
Ação mecânica CONTROLADA aplicada às fibras celulósicas com a
finalidade de producir as alterações necessárias para atingir as
propriedades mecánicas requeridas no produto final.
Fibras não refinadas:
Não há ligação entre fibras,
apenas entrelaçamento
Fibras refinadas:
Após as fibras terem sido impactadas mecanicamente,
ligações “magnéticas’ por pontes de hidrogênio
se formam promovendo resistencia mecánica na folha
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Movimento
relativo
Pressão
Fibras não refinadas Fibras refinadas
Efeitos del refino
Corte e geração de
finos
Fibrilación
externa
Fibrilación interna y
absorción de agua
(inchamento)
• Media resistência a tração
• Baixa resistência ao rasgo
• Baixo “bulk”
• Baixa porosidade
• Media resist. a tração
• Baixa resist. al rasgo
• Alto “bulk”
• Alta porosidade
• Alta resistência a tração
• Alta resistência ao rasgo
• Baixo “bulk”
• Porosidade media
Em maior ou menor grau, todos os efeitos são gerados na refinação
Nem todas as fibras são impactadas em uma passagem pelo refinador
Apenas 30-50% das fibras são afetadas, o restante permanece intacto
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Objetivos da refinação:
Geralmente o objetivo é produzir uma folha
de papel com a maior resistência mecânica
possível. O melhor meio de se alcançar este
objetivo é criando o maior número de
microfibrilas na superficie das fibras, sem
todavia reduzir o comprimento das mesmas.
Para isso, é necessário aplicar a energia
mecânica da maneira correta.
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O refinador é uma máquina de precisão
Dimensões das fibras virgens:
Fibra longa (Pinus)
3,0 mm
0,030mm 0,016mm
1,2mm
Fibra curta (Eucaliptus)
Dimensões do refinador:
500mm (20”)
a
1400mm (54”)
Espacio donde las fibras son tratadas
Para uma boa eficiência de refinação,
As condições mecânicas do refinador
são da mais alta importância
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O refinador é uma máquina de precisão
Correto Eixo ou cubo desalinhados
Buchas desgastadasTampa com excesso de folga
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Verificação do alinhamento do refinador:
Folga nas buchas Ajuste da tampa
Alinhamento do
Cabeçote deslizanteFolga do cabeçote
deslizante
O refinador é uma máquina de precisão
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Cubo e eixo sentido axial Cubo e eixo sentido radial
Assento da tampa Assento do disco traseiro
Verificação do alinhamento do refinador:
O refinador é uma máquina de precisão
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Causas do travamento do eixo: Bucha das gaxetas desgastada
Acoplamento sem lubrificação, com
excesso de graxa, graxa seca ou dentes
desgastados
Buchas do corpo desgastadas ou desalinhadas
O refinador é uma máquina de precisão
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Más condições mecánicas resultam em:
Vibração
Desgaste excessivo de discos
Desgaste irregular ou desigual dos discos
Danos a rolamentos e acoplamento
Vazamento pelas gaxetas
Mas principalmente:
• Refinação de má qualidade,
prejudicando as características
físicas do papel
• Desperdício energético
O refinador é uma máquina de precisão
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Manutenção simplificada
Evita desgaste em buchas e acoplamento
Garante melhor centralização do rotor
Disponível para a maioria dos refinadores
com eixo flutuante
Uma alternativa para o eixo flutuante
Up-grade para cubo ranhurado
O refinador é uma máquina de precisão
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Vazão e pressão
Influem diretamente na estabilidade do processo.
Garantem a centralização do rotor.
Vazões abaixo do recomendado devem ser corrigidas com
recirculação e/ou instalação de refinadores em série.
Pressão muito baixa causa instabilidade no rotor.
Vazão e/ou pressão altas descentralizam o rotor.
Instalação em paralelo
Alta vazão e baixo salto de grau de refino
Instalação em serie
Baixas vazões e altos saltos de grau de refino
Parâmetros de processo
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Consistência
Pinus (3,0 - 4,0 %)
Eucalipto (4,0 - 5,0 %)
Baixas consistências favorecem o contacto entre lâminas e fibras,
aumentano o efeito de corte.
Consistências mais altas promovem o Contato entre fibras,
proporcionando mais efeito de fibrilação e menos corte.
Efeito do pH (F.C. Branqueada)
20
30
40
50
60
70
80
0 20 40 60 80 100 120
Energía específica (kWh/t)
Tensile(Nm/g)
pH 5
pH 7
pH 9
pH
Ideal 7 - 9
pH baixo enrijece as fibras,
aumentando o efeito de corte
e formação de finos.
Flutuações de consistência causam instabilidade no sistema de controle
de carga, variações de pressão e choque entre discos, resultando em uma
refinação deficiente
Parâmetros de processo
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Um bom controle de carga tem por objetivo não somente compensar o
desgaste dos discos mas também manter uma refinação constante
minimizando os efeitos das possíveis oscilações de processo:
Consistência
Vazão
Variações em materia rpima
Controle de carga
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kW constante
Muito barato
Compensa apenas o desgaste dos discos
Insensível a variações de vazão, consistencia e matéria prima
CIC
FIC
EwT
?
?
Controle de carga
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CIC
FIC
EwT
kWh/T
Necessita um controlador mais sofisticado ou implementado no controle
centralizado (SDCD)
Compensa apenas o desgaste dos discos, flutuações de vazão e consistência
Insensivel a variações de materia prima
Controle de carga
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CIC
FIC
EwT
DrT
kWh/T compensado por medidor de freeness on-line
Controle mais completo que compensa também as variações de materia prima
O valor do set-point de kWh/T é constantemente atualizado pela leitura de
freeness a cada ciclo, normalmente de 10 – 15 minutos
Controle de carga
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Este é o tema mais discutido e estudado no proceso de
refinação, e sem dúvida o mais importante, porém nenhuma
área refinadora poderá atingir seus objetivos de qualidade de
refinação e economía de energia se os refinadores não tiverem:
Correto dimensionamento
Instalação adequada
Boa manutenção e ótimas condições mecânicas
Controle de carga adequado
Área refinadora
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Intensidade de refinação:
A energia mecânica é transferida às fibras através do
cruzamento entre as lâminas.
Quanto maior o número de lâminas nos discos, a energia será
distribuida de forma menos intensa e aumentará também o
número de fibras impactadas em um passe pelo refinador.
DISCOS DE ALTA INTENSIDADE DISCOS DE BAIXA INTENSIDAD
Área refinadora
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SEL (Ws/m) =
Pnet(kW) x 60
CEL(km/rev) x RPM
A intensidade de refino é expressa pela
carga específica de corte, mais conhecido
pelo nome em inglês:
Specific Edge Load (SEL)
Onde:
• Pnet = Energia líquida = Total kW – carga en vazio (no-load)
• CEL (km/rev) = comprimento de corte, dependente da área
refinadora e infomada pelo fabricante dos discos
• RPM = velocidade do rotor
Intensidade de refinação:
Área refinadora
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TensileIndex(Nm/g)
TensileIndex(Nm/g)
Net Energy (kWh/T) Net Energy (kWh/T)
Os benefícios do uso de baixas intensidades de refinação tanto
em melhoria de qualidade de refinação como em economia de
energía já são conhecidos e utilizados por varios fabricantes de
papel.
Resistência x energia
Fibra curta branqueada
Resistência x Energia
Fibra larga não branqueada
Intensidade de refinação:
Área refinadora
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As fibras devem ser
tratadas com carinho!
Alta intensidade
• Corte
• Generação de finos
• Maior energia total
Baixa intensidade
• Fibrilação
• Absorção de água
• Menor energia total
Área refinadora
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Exemplo:
DDR 34” com motor de 600kW / 500 RPM utilizando 500 kW de
carga líquida (já descontado o no-load) terá:
Discos 3x4x7°30’: 29 km/rev 2,06 Ws/m
Discos 2x3x7°30’: 43 km/rev 1,39 Ws/m
Discos 1,6 x 3,2x7°30’: 56 km/rev 1,22 Ws/m
Discos 1,2 x 2,5x7°30’: 82 km/rev 0,83 Ws/m
Limitación: los discos con barras y canales estrechos normalmente
limitan el caudal, siendo utilizados solamente hasta una altura de
3mm, cuando los platos deben ser cambiados.
Área refinadora
Intensidade de refinação:
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LB
MA
SA
Nomenclatura
SA = Ângulo do setor= 360°/número de setores
MA = Ângulo médio
LB = Ângulo de inclinação da primeira barra
Ângulo de Cruzamento = 2 x MA
Inclinação das lâminas
MA = LB + SA/2
Para discos com 12 sectores:
LB= 15° ’ MA = 30° Cruce = 60°
LB= 7°30’ MA = 22°30’ Cruce = 45°
LB= 5° MA = 15° Cruce = 30°
Área refinadora
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Ângulo de cruzamento = 2 x MA
Maior ángulo:
Hidratação
Fibrilação
Maior bombeamento
Menor ângulo:
Corte
60°
30°
45°
Usado na maioria dos processoss
Boa fibrilaçãp
Bombeamento moderado
Altos fluxos
Baixo salto °SR
Alta energia para bombeio
Alto corte
Baixo bombeo
Usado para:
• Papel vegetal
• Papel resistente a agua
• Celulose de dissolução
Área refinadora
Inclinação das lâminas
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Variação do ângulo de cruzamento em um disco convencional
(12 setores por disco)
Dependendo da posição relativa dos discos
(25° ângulo médio = 50° ângulo de cruzamento teórico)
VARIAÇÃO NO ÂNGULO DE CRUZAMENTO 35° - 80°
As fibras não recebem tratamento homogêneo, produzindo uma massa com
comprimento de fibras muito disperso, com geração de finos e corte de fibra, bem como
fibras com pouco tratamento, afetando a qualidade do produto final.
Área refinadora
Inclinação das lâminas
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O desafio:
• Aumentar o número de lâminas nos discos
• Otimizar a distribuição do fluxo entre os discos
• Minimizar a influencia da variação de ângulo
Setores menores
(Short Angle Sector)
Uso de barras super finas
1,2 x 2,2
0,9 x 2,0
1,6 x 2,5
Novo desenho do canal
de alimentação
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Diminuir a variação de ângulo
usando
Short Angle Sectors
VARIAÇÃO: 43° - 58° antes: 35° - 80°
Platos
convencionales
Platos
SAS
Área refinadora
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Novo desenho do canal de alimentação:
• Melhora a distribuição de massa na área de refino,
aumentando o número de fibas impactadas e
proporcionando uma refinação mais homogênea
• Aumenta a vida útil dos discos, podendo utiliza-los até
1mm de altura
Área refinadora
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O desenho SAS combina:
Maior número de barras
Baixa variação do ângulo de cruzamento
Distribuição otimizada do fluxo
Vida útil mais longa
Proporcionando o melhor desenvolvimento das características da fibra, ao
mesmo tempo reduzindo a energia total usada no processo.