A adoção de políticas nacionais, regionais e institucionais para promover o livre acesso ao conhecimento científico contribuíram significativamente para impulsionar o crescimento do acesso aberto. Nesse contexto, a via dourada representa uma das mais importantes rotas para a universalização do acesso aberto a literatura científica e as soluções empregadas complementam os avanços do acesso aberto globalmente com a contribuição das editoras comerciais que passaram a adotar progressivamente soluções de acesso aberto, o surgimento dos megajournals de acesso aberto e dos repositórios de acesso aberto de artigos publicados em periódicos de acesso restrito. Nos últimos anos vimos também a flexibilização das licenças de uso que contribuem para o aumento do número de publicações em acesso aberto, principalmente em consonância com os princípios e as práticas de ciência aberta.
Embora o aumento das publicações em acesso aberto seja perceptível, a distribuição desses títulos entre os países não é homogênea; dois contextos se destacam. De um lado estão os países com uma importante tradição na publicação comercial, especialmente nos EUA, no Reino Unido, na Holanda e na Alemanha e cujo avanço para o acesso aberto é dependente de modelos de negócios que assegurem os retornos financeiros às grandes editoras; e do outro, estão principalmente as economias emergentes, cujos periódicos não despertam muito interesse comercial, sendo majoritariamente publicados em acesso aberto. Entre estes dois ambientes, há ainda iniciativas nacionais de países desenvolvidos que publicam periódicos fora do circuito comercial das grandes editoras.
Nesse cenário, a América Latina é sabidamente uma das regiões do mundo mais avançadas na utilização do modelo de publicação em acesso aberto, como estratégia, para aumentar a visibilidade à produção científica dos países da região. Esse protagonismo é grande medida impulsionado por iniciativas nacionais e regionais, com destaque para o pioneirismo do SciELO, que por meio de seu modelo descentralizado, promoveu o desenvolvimento de uma rede de coleções nacionais de periódicos em acesso aberto, com foco nas condições e prioridades de cada país. Na maioria destes países as coleções refletem a implantação de políticas públicas de apoio à infraestrutura de pesquisa e sua comunicação com ênfase nos periódicos publicados nacionalmente.
Por meio de soluções similares, outros países também têm destacado a importância dos periódicos editados nacionalmente para os respectivos sistemas nacionais de pesquisa, e têm aplicado esforços no desenvolvimento de coleções nacionais de periódicos em acesso aberto (França, Sérvia, Japão, dentre outros) como um dos componentes essenciais de suas estratégias de participação ativa no fluxo global de produção e comunicação científica.
Diante do exposto, este painel analisará as principais características das soluções nacionais mais relevantes, avanços já alcançados, as barreiras e os desafios...
2. Universalização do Acesso Aberto – soluções nacionais
douradas
Solange Santos, SciELO, CC-BY, 25 de setembro de 2018
Coordenação do Projeto SciELO:
Abel L Packer, Coordenação Geral Rogerio Meneghini, Coordenação Científica
Alex Mendonça, Webmaster e Serviços Online Amanda Ramalho, SciELO Livros
Denise Peres, Indexação Ednilson Gesseff, Indicadores
Gustavo Fonseca, Desenvolvimento de Sistemas Luís Gomes, Administração
Rogério Mugnaini, Consultor Rondineli Gama, Infraestrutura
Solange Santos, Produção
3. Scientific Electronic Library Online
FAPESP
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
BIREME/PAHO/WHO
Centro especializado da Organização Pan-americana da Saúde(BIREME/OPS/OMS)
10 Editores e revistas das científicas pioneiras
CNPq (desde 2002)
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
FapUNIFESP (desde 2010)
Fundação de Apoio à Universidade Federal de São Paulo
CAPES (desde 2018)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Projeto piloto em 1997 como projeto de colaboração entre FAPESP-BIREME
4. » Ênfase na indexação no ISI e na contagem de citações;
» Diagnóstico: “ciência perdida” porque poucos liam ou tinham acesso aos
periódicos do terceiro mundo;
» conclusão: necessidade de maior cobertura de indexação em fontes como
JCR.
Scientific American, August 1995 p.76-83
5. Joaquim Torres Garcia El norte es el Sur, 1935. “ América invertida”
mérica do Sul, Torres Garcia. Fonte: Wikiart
Ante a necessidade de buscar soluções e caminhos próprios...
6. O SciELO foi concebido como um projeto e uma estratégia para superar
o fenômeno conhecido como ''ciência perdida'', causado pela baixa
representatividade dos periódicos de países em desenvolvimento nos
índices internacionais.
7. Objetivo geral: indexar periódicos “nacionais” de qualidade, estendendo-se além
dos títulos indexados pelo ISI, por meio de uma seleção baseada em avaliação
transparente e monitoramento de desempenho.
prover acesso eletrônico mundial gratuito ao conteúdo desses periódicos.
objetivos específicos – maximizar visibilidade, uso, impacto e credibilidade
O Programa SciELO – alcance, objetivos e resultados esperados
8. O SciELO operação regular em março de 1998;
Pioneiro na adoção do acesso aberto;
Quatro anos antes da Declaração de Budapeste;
1998 CONICYT Chile adota o modelo SciELO e inicia la Rede SciELO
as coleções nacionais de periódicos SciELO Brasil e SciELO Chile
serviram de núcleo e referência para a expansão do modelo;
A adoção progressiva do modelo SciELO pelos países qualificou o SciELO
como um programa de cooperação internacional, liderado pelos
organismos nacionais de ciência e tecnologia.
O Programa SciELO – alcance, objetivos e resultados esperados
9. Modelo SciELO de Publicação
O Modelo SciELO, ou plataforma SciELO, consiste em
um conjunto de políticas, princípios, metodologias,
tecnologias e procedimentos para implementar,
desenvolver e operar uma Coleção SciELO, em âmbito
nacional ou temático.
Descentralizado: Cada país na Rede SciELO é
responsável pela governança, financiamento, gestão
e operação da coleção nacional [temática] –
centralidade nos periódicos seguindo um conjunto de
princípios comuns, com metodologias e tecnologias
compatíveis.
Comitê Consultivo (CC): instância responsável por
aplicar os critérios de indexação e pelas decisões de
ingresso, permanência e exclusão de periódicos.
10. Modelo SciELO de Publicação
Controle de Qualidade: realizado por meio dos
critérios de indexação que orientam a avaliação dos
periódicos para ingresso e permanência na coleção
condições e prioridades nacionais
indutor de Qualidade
alinhamento com o estado da arte internacional
e com as prioridades do Programa SciELO.
Dialoga com Instâncias de apoio:
• Associações de editores científicos
• Fórum de revistas por áreas temáticas
• Empresas nacionais de edição científica
Rede SciELO – convergência e
interoperabilidade das coleções
14. Rede SciELO – número de periódicos por área temática, 2017
Fonte: SciELO, agosto 2018
SciELO – em números
15. Rede SciELO, 2017, coleções nacionais artigos por área temática
Fonte: SciELO, agosto 2018
SciELO – em números
16. 653976
217370
0
100000
200000
300000
400000
500000
600000
700000
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Rede SciELO – evolução do número de artigos total e inglés, 1997 a 2018
16% 17% 18% 19% 20% 20% 21% 22% 22% 23% 23% 24% 25% 26% 27% 28% 29% 30% 31% 32% 33% 33%
Fonte: SciELO, agosto 2018
SciELO – em números
17. Rede SciELO, 2017, coleções nacionales por percentual de artigos em inglês
Fonte: SciELO, agosto 2018
SciELO – em números
18. Antecedentes
Número de citações concedidas aos livros por Periódicos da Coleção
SciELO – 1997 a 2011
Fonte: Revistas da coleção SciELO, 2011
total books % book
Humanities and arts 663.270 355.979 54%
Applied social sciences 207.543 92.111 44%
Agriculture sciences 820.774 173.512 21%
Engeneering 176.305 28.510 16%
Biological sciences 775.145 113.820 15%
Health sciences 1.744.809 242.991 14%
Exact and earth sciences 463.111 49.547 11%
Total 4.402.466 991.797 23%
Citations granted
Journal major science area
20. A Rede SciELO Livros visa a publicação online de coleções
nacionais e temáticas de livros acadêmicos;
Inserir no mercado editorial universitário publicações de
livros digitais em âmbito nacional e internacional;
Contribuir com o aumento sustentável da visibilidade,
acessibilidade, uso e impacto de livros académicos.
Fortalecer e desenvolver capacidades e infraestruturas para
a editoração e publicação de livros acadêmicos de qualidade
crescente seguindo o estado da arte internacional.
Objetivos
22. O conhecimento como um bem público
• A pesquisa científica como conhecimento para avançar
• pesquisa, tecnologia, políticas públicas, sociedade
• Os conteúdos do SciELO como bens públicos globais
modus operandi em rede de coleções de periódicos editados nacionalmente
• Envolve uma série de atores e componentes da comunicação científica
• autoridades, editores, revisores, pesquisadores-autores
• Ambiente de aprendizagem
• Fazer periódicos de qualidade crescente
• Descentralizada - Governança, financiamento, gestão, operação
• Convivem assimetrias: apoio político, financeiro, capacidades, ….
Estado da arte, padrões e controle de qualidade
• Boas práticas, interoperabilidade,
• Linhas prioritárias de ação
Acesso Aberto: CC-BY
Transição para a ciencia Aberta
SciELO – Contribuição para a universalização do Acesso Aberto
23. Programa de apoio à infraestrutura de pesquisa nacional, centrado no
desenvolvimento de capacidades e infraestruturas públicas de comunicação científica;
O modelo SciELO de indexação, publicação e interoperação é um framework fornece
um roteiro, princípios, metodologias e tecnologias para o estabelecimento,
governança, gestão e operação de coleções nacionais SciELO de periódicos e suas
interoperação em Rede e na Internet;
O SciELO é um espaço comum de convergência, de agregação e promoção da
relevância científica, social e cultural, dos periódicos publicados de forma
independente por uma variedade de instituições como: sociedades científicas,
associações profissionais, unidades acadêmicas das universidades e outras instituições
de pesquisa e desenvolvimento, o que caracteriza os periódicos SciELO como produtos
das comunidades de pesquisas.
SciELO – Contribuição para a universalização do Acesso Aberto
Eu sei que muitos de vocês já conheçam os antecedentes de SciELO, mas nesse momento de celebração dos 20 anos de SciELO, peço licença reconhecer e prestar tributo às instituições que viabilizaram a concepção do SciELO e as instituições que nos apoiam