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MANUAL de SEGURANÇA
e BOAS PRÁTICAS
para o profissional TAE do INEM
Rúben Daniel Matos Viana
JUNHO 2010
Escola Superior de Tecnologia e Gestão
Pós-Graduação em “Segurança e Higiene no Trabalho”
Ano Lectivo de 2009/2010
Data de Recepção
Responsável
Avaliação
Observações Versão 1.2 – 05/AGO/2010
MANUAL de SEGURANÇA
e BOAS PRÁTICAS
para o profissional TAE do INEM
Rúben Daniel Matos Viana
JUNHO 2010
Rúben Daniel Matos Viana é licenciado em Eng. mecânica pelo Instituto Superior de
Engenharia do Porto desde 2007.
Em 2005 iniciou a sua actividade no INEM como Técnico de Ambulância de
Emergência – TAE, sendo que finalizou a sua formação académica na modalidade de
trabalhador/estudante. Começou por exercer funções na instituição, através das
ambulâncias de suporte básico de vida (SBV) INEM sedeadas na zona metropolitana do
Porto. Em Dezembro de 2008, após a criação dos meios SIV a nível nacional, foi
transferido para o a base da ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) sedeada na
cidade de Vila do Conde, onde se encontra a exercer funções como TAE até ao momento.
Entre o ano 2000 e 2005 foi elemento do corpo activo dos Bombeiros Voluntários de
Esposende. Começando por exercer a actividade na categoria de aspirante, ocupava o
posto de bombeiro de 2ª Classe do quadro activo, quando pediu demissão por
incompatibilidade a nível profissional.
É formador de diversas entidades que ministram formação a empresas,
relativamente à temática dos primeiros socorros, higiene e segurança no trabalho (HST)
e brigadas de incêndios.
Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010
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Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 1
Rúben Viana
Resumo
A elaboração deste manual surge na sequência, do estágio que efectuei na viatura de
suporte imediato de vida que o INEM tem sedeado na cidade de Vila do Conde, na qual
também exerço funções profissionais como Técnico de Ambulância de Emergência – TAE.
O estágio insere-se no último dos módulos, da Pós-Graduação em Higiene e Segurança,
que a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viana do Castelo – ESTG, promoveu no ano
lectivo 2009/2010, na qual esta já se encontra na sua 6ª edição.
O tema do estágio por mim escolhido permitiu que eu pudesse efectuar uma recolha de
dados e informação exaustiva da actividade dos TAE´s, para que eu neste momento possa
estar a apresentar um Manual de Segurança e Boas Práticas para os Profissionais TAE´s do
INEM, para que no futuro, sirva de complemento a toda a formação já ministrada pela
instituição, para que os técnicos se possam orientar de forma a exercerem a sua actividade
de uma maneira mais segura e profissional.
Com este estágio pretendi elaborar uma manual que permita elucidar muitos dos
procedimentos de actuação inerentes à actividade exercida pelo TAE, durante o exercício
das suas funções como elemento activo do sistema integrado de emergência médica nos
meios INEM,
O manual está dividido em três temas principais, sendo que o primeiro a ser abordado será
a temática da Avaliação dos Riscos, fazendo referência aos tipos de risco que um
trabalhador na generalidade pode estar sujeito no exercício da sua actividade.
Depois o segundo tema fala da temática da Gestão do Risco, onde será abordado 16
situações reais onde é indicado ao TAE, o melhor procedimento a tomar para que corra o
mínimo de risco possível no decorrer da sua actuação.
Finalmente os Aspectos Ergonómicos será o último tema a ser abordado, fazendo
referência às possíveis lesões músculo esqueléticas que o TAE possa vir a desenvolver, fruto
muitas das vezes da falta de cuidado aquando a manipulação de carga, em prol de um
melhor conforto e segurança às vitimas assistidas.
Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010
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Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 2
Rúben Viana
Índice
1 - Introdução 10
2 - Metodologia 12
3 - Resumo Histórico 13
4 - Enquadramento Legal 15
5 - Meios disponíveis 16
5.1 – Evolução dos meios em território nacional
5.2 – Descrição da actividade
19
20
MANUAL DE SEGURANÇA E BOAS PRÁTICAS PARA OS PROFISSIONAIS TAE´s DO INEM
Temáticas Gerais Abordadas no Manual
Hierarquia da cadeia de comando
Funções do INEM, no papel de agente da protecção civil
Comandante das Operações de Socorro
Sistema de Gestão de Operações
Desenvolvimento da cadeia de comando
Síntese do exposto
22
23
24
24
25
25
26
1 – AVALIAÇÃO DOS RISCO 27
1 – Contaminantes 28
1.1 – CONTAMINANTES QUÍMICOS 29
1.1.1. - Conceitos 30
1.1.2 – Vias de entrada no organismo 30
1.1.3 – Valores Limites de exposição - VLE 32
1.1.4 – Fichas toxicológicas e de segurança - FDS 32
1.1.5 – Rotulagem de embalagem 34
1.1.6 – Frases de risco e segurança 37
1.2 – CONTAMINANTES FISICOS 39
Iluminação 39
Ruído 39
Temperatura 40
Humidade 40
Radiações ionizantes 40
1.3 – CONTAMINANTES BIOLÓGICOS 41
1.3.1 – Vias de entrada no organismo 41
1.3.2 – Classificação dos agentes biológicos 41
1.3.3 – Medidas de prevenção e protecção dos riscos 43
Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010
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Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 3
Rúben Viana
2 – GESTÃO DO RISCO
45
2.1 – INCÊNDIOS EM HABITAÇÕES OU VIATURAS 47
2.2 – MANUSEAMENTO DE UM EXTINTOR 49
2.2.1 – Como se inicia um incêndio? 49
2.2.2 – Tipos de incêndio 50
2.2.3 - Extintores 51
2.2.4 - Simbologia 51
2.2.5 – Classificação dos extintores 52
2.3 – DERRAME COM PRODUTOS QUIMICOS 55
2.4 – MANUSEAMENTO DO OXIGÉNIO 56
2.4.1 – Perigo do enriquecimento com oxigénio
2.4.2 – Cuidados no seu manuseamento
2.4.3 – Relato de casos reais potencialmente perigosos
56
57
58
2.5 – FUGA DE GÁS COMBUSTÍVEL 59
2.6 – INTOXICAÇÃO POR MONOXIDO DE CARBONO - CO 61
2.6.1 – Algumas estatísticas 61
2.6.2 – Mecanismos de acção do CO
2.6.3 – Actuação do TAE
62
64
2.7 - SISMOS 65
2.7.1 – Actuação durante a ocorrência de um sismo 67
2.7.2 – Actuação depois da ocorrência de um sismo 69
2.8 - NEVÕES 70
2.9 – VIOLÊNCIA NO LOCAL DE TRABALHO 72
2.10 – EVACUAÇÕES DE EMERGÊNCIA 74
2.10.1 – Evacuação no edifício onde se encontra a base INEM 75
2.10.2 – Evacuação em locais públicos 75
2.10.3 – Evacuação em lares ou hospitais 75
2.11 – ACIDENTES ELÉCTRICOS 77
2.11.1 – Efeito fisiológico e físicos da corrente eléctrica 77
2.11.2 – Tipos de contacto com a electricidade 77
2.11.3 – Diversas formas de morrer electrocutado 79
2.11.4 – A trajectória da corrente 80
2.11.5 – Efeitos da corrente eléctrica sobre o corpo humano 81
2.11.6 – O choque e suas consequências (acção directa) 81
2.11.7 – As consequências de um acidente eléctrico 83
2.11.8 – Factores responsáveis pelas lesões 84
2.11.8.1 – A intensidade de corrente 85
2.11.9 – Quadro eléctrico (Função) 86
2.11.10 – Protecção dos circuitos 86
2.11.11 – Protecção das pessoas 87
2.11.12 – Procedimentos de segurança na actuação do TAE 89
2.11.13 – Considerações finais 92
2.12 – EQUIPAMENTO DE PROTECÇÃO INDIVIDUAL – EPI
2.12.1 – EPI´s na área da segurança rodoviária
93
93
Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010
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Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 4
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2.12.2 – EPI´s na área da Bio-segurança
2.12.3 – EPI´s usados no contacto directo com produtos perigosos
94
95
2.13 – SINALIZAÇÃO E PROTECÇÃO RODOVIÁRIA 97
2.13.1 – Razão da cor escolhida para os meios INEM
2.13.2 – Regras importantes de segurança
2.13.3 – Considerações finais
2.13.4 – Casos práticos de possíveis cenários no local da ocorrência
98
99
103
103
CASO Nº1 – Colisão frontal de dois veículos numa EN em que as viaturas ficam imobilizadas quase a meio da via.
CASO Nº2 – Colisão entre dois veículos numa auto-estrada ou via equiparada.
CASO Nº3 – Colisão frontal de dois veículos num IP ou EN em que as viaturas ficam imobilizadas na berma.
CASO Nº4 – Colisão frontal/lateral entre dois veículos numa EN ou EM sendo que as viaturas imobilizam-se numa das faixas de rodagem.
CASO Nº5 – Colisão frontal entre um veículo ligeiro e uma moto numa EN ou EM.
CASO Nº6 – Colisão entre dois veículos ligeiros numa via com 4 faixas de rodagem no mesmo sentido.
CASO Nº7 – Atropelamento de um peão na passadeira.
CASO Nº8 – Accionamento para uma ocorrência num domicílio.
105
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113
114
2.13.5 – Evacuação via helicóptero 117
2.13.5.1 – Cálculo da área de aterragem em segurança
2.13.5.2 – Áreas de perigo e procedimento de aproximação
121
122
2.14 – IDENTIFICAÇÃO DAS MATÉRIAS PERIGOSAS 123
2.14.1 – Regulamentos
2.14.2 – Etiquetas de perigo
2.14.3 – Sistema de classificação de riscos (por Classes)
124
125
126
CLASSE 1 – Matérias e objectos explosivos 126
CLASSE 2 – Gases 127
CLASSE 3 – Matérias liquidas inflamáveis 128
CLASSE 4 – Matérias sólidas inflamáveis (…) 128
CLASSE 5 – Matérias comburentes 129
CLASSE 6 – Matérias tóxicas 130
CLASSE 7 – Matérias radioactivas 131
CLASSE 8 – Matérias corrosivas 132
CLASSE 9 – Matérias e objectos perigosos diversos 133
2.14.4 – Painel Laranja
2.14.5 – Várias tipologias para o transporte de matérias perigosas
2.14.6 – Actuação do TAE (Sequência do atendimento)
2.14.7 – Tipos de lesões ocasionadas por produtos perigosos
2.14.8 – Relato de um trágico acidente envolvendo equipas de socorro
134
138
141
145
146
2.15 – BIO-SEGURANÇA 147
2.15.1 – Precauções universais 148
2.15.2 – Procedimentos para a lavagem e desinfecção das mãos 150
2.15.3 – Medidas de protecção individual básicas 153
2.15.4 – Procedimento de colocação e remoção dos EPI´s 153
2.15.4.1 – Colocação dos EPI´s (Bata+máscara+luvas) 154
2.15.4.2 – Remoção dos EPI´s 156
2.15.4.3 – Procedimento para retirar as luvas contaminadas 157
2.16 – LIMPEZA E HIGIENE 158
2.16.1 - Limpeza 158
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2.16.2 – Produtos desinfectantes (ANIOS DDSH, SURFANIOS, PRESEPT) 160
2.16.3 – Procedimento de lavagem do pavimento 162
2.16.4 – Técnica de desinfecção para situações de derrame 164
2.16.5 – Resíduos hospitalares 166
2.16.5.1 – Classificação dos resíduos hospitalares 166
2.16.5.2 – Caracterização por grupo de resíduos 167
2.16.5.3 – Meios para a deposição dos resíduos 168
2.16.5.4 – Transporte dos resíduos 168
2.16.5.5 – Regras sobre a manipulação e transporte de resíduos
2.16.5.6 – Contentor de armazenamento VS grupo de lixo
169
170
3 – ASPECTOS ERGONÓMICOS 172
3.1 – Dimensão do problema 172
3.2 – Dados do INEM 173
3.3 – Movimento Manual de Carga 174
3.4 – Factores de risco resultantes do tipo 175
3.5 – Regras de boas práticas 177
3.6 – Causa para as LME´s (Lesões Músculo Esqueléticas) 178
3.7 – Lesões associadas às más posturas 179
3.8 – Recomendação a adoptar pelo TAE 180
3.9 – Figuras ilustrativas de boas práticas 181
3.9.1 – Posturas a evitar 182
3.9.2 – Posturas correctas e erradas 182
3.9.3 – Transferência de um paciente da cama para a cadeira 182
3.9.4 – Exercícios de relaxamento muscular 184
3.10 – Característica da carga do pré-hospitalar 185
3.10.1 - Procedimento para a colocação do saco 1 atrás das costas do TAE 186
3.10.2 – Configuração do transporte do material 187
3.10.3 – Procedimento para elevação da maca “do chão” c/ 2 elementos 188
3.10.4 – Procedimento para elevação da maca “do chão” c/ 4 elementos 188
3.10.5 – Procedimentos para elevação da maca da “½ altura” c/ 2 elem. 188
6 – Apresentação e discussão dos resultados 190
7 - Conclusão 191
8 - Referências Bibliográficas 192
APÊNDICES 194
(Anexos do Manual)
Ficha dos Dados de Segurança (FDS) do Oxigénio ANEXO1
Ficha dos Dados de Segurança (FDS) do Presept ANEXO2
Ficha dos Dados de Segurança (FDS) do Surfanios ANEXO3
Ficha dos Dados de Segurança (FDS) do ANIOS DDSH ANEXO4
Ficha dos Dados de Segurança (FDS) do Álcool Etílico ANEXO5
Lista de Frases de Risco ANEXO6
Lista de Frases de Segurança ANEXO7
Regras básicas na utilização de extintores
Resumo das etiquetas de perigo associadas às diferentes classes das matérias perigosas
ANEXO8
ANEXO9
Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010
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Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 6
Rúben Viana
Índice de Imagens
Imagem 1 – Decreto-Lei n.º 220/2007 de 29 de Maio
Imagem 2 – Foto dos CODU e CODU-Mar
Imagem 3 – Meios INEM: Mota, ambulância SBV e SIV
Imagem 4 – Meios INEM: VMER, ambulância recém-nascidos, helicópteros
Imagem 5 – Organograma resumo dos meios INEM
Imagem 6 – Distribuição geográfica dos meios do INEM em Portugal continental, respectivamente, ambulâncias INEM, VMER e Helicópteros.
Imagem 7 – Informação presente num rótulo
Imagem 8 – Exemplo de um rótulo de um produto químico
Imagem 9 – Classificação das propriedades de perigo vs categoria do perigo
Imagem 10 – Símbolos de perigo usados em rotulagem (Quadro resumo)
Imagem 11 – Símbolo identificativo de um extintor
Imagem 12 – Elementos base presentes num extintor
Imagem 13 – Ilustração da escala de Richter
Imagem 14 – Falhas e Placas tectónicas existentes em Portugal
Imagem 15 e 16 – Imagem ilustrativa do contacto directo com a electricidade
Imagem 17 e 18 – Imagem ilustrativa do contacto directo com a electricidade
Imagem 19 e 20 – Imagem ilustrativa do contacto indirecto com a electricidade
Imagem 21 – Imagem ilustrativa das possíveis trajectórias da corrente
Imagem 22 e 23 – Ilustração do coração e do sistema circulatório
Imagem 24 – Efeitos fisiológicos provocados pela intensidade de corrente
Imagem 25 – A ambulância chega pelo lado esquerdo
Imagem 26 – A ambulância chega pelo lado direito
Imagem 27 – Ilustração do teatro de operações com todos os meios de emergência envolvidos no socorro.
Imagem 28 – Chegada da ambulância e imobilização em modo de sinalização e protecção em auto-estrada (Exemplo nº1)
Imagem 29 – Chegada da ambulância e imobilização em modo de sinalização e protecção em auto-estrada (Exemplo nº2)
Imagem 30 – Ilustração da disposição dos meios de socorro presentes no teatro de operações em sinistros deste tipo.
Imagem 31 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância (A ambulância chegou pelo lado esquerdo – ex. nº1)
Imagem 32 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância (A ambulância chegou pelo lado direito – ex. nº2)
Imagem 33 – Ilustração da disposição dos meios de socorro presentes no teatro de operações no sinistro
Imagem 34 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância que chegou ao sinistro pelo lado esquerdo da imagem – ex. nº2)
Imagem 35 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância que chegou ao sinistro pelo lado direito da imagem – ex. nº2)
Imagem 36 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância que chegou ao sinistro pelo lado cima da imagem – exemplo nº1)
Imagem 37 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância que chegou ao sinistro pelo lado esquerdo da imagem – ex.º2)
Imagem 38 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância no local do acidente
Imagem 39 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância no local do acidente
Imagem 40 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância quando arranja espaço para estacionar a viatura (exemplo nº1)
Imagem 41 – Ilustração da posição de imobilização mais indicada para ambulância quando não tem espaço para estacionar (exemplo nº2)
Imagem 42 – Ilustração da zona de aterragem
Imagem 43 – Ilustração do valor de (D) no helicóptero Bell 412EP
Imagem 44 – Exemplo do painel laranja identificando o material e os perigos associados
Imagem 45 – Painel laranja indicativo de perigo de explosão
Imagem 46 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo substâncias explosivas
Imagem 47 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo gases
Imagem 48 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo líquidos inflamáveis
Imagem 49 – Exemplo de etiquetas de sólidos inflamáveis
Imagem 50 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo oxidantes e peróxidos orgânicos
Imagem 51 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo substâncias tóxicas e infectantes
Imagem 52 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo substâncias radioactivas
Imagem 53 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo substâncias corrosivas
Imagem 54 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo substâncias perigosas diversas
Imagem 55 – Etiqueta indicando matéria transportada quente
Imagem 56 – Placa laranja com Nº de perigo e nº ONU
Imagem 57 – Forma de colocação dos painéis laranja e etiquetas em veículos cisterna
Imagem 58 – Alguns tipos de contentores/cisternas utilizados no transporte de matérias perigosas.
Imagem 59 – Delimitação da zona de perigo
Imagem 60 – Zona das mãos mal lavadas
Imagem 61 – Procedimento para remoção das luvas contaminadas
Imagem 62 – Indicação do peso máximo ideal mediante a posição da pessoa e da carga.
Imagem 63 – Tipos de lesões associadas às más posturas
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Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010
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Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 7
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Índice de Fotos
Foto 1,2 e 3 – Incêndios urbanos e em viaturas
Foto 4 – Foto de extintor presente no interior da ambulância
Foto 5 e 6 – Fotos da localização das garrafas de oxigénio 20L e 3L no interior da ambulância SIV
Fotos 7 e 8 – Acidentes com derrame de óleos
Foto 9 e 10 – Foto que ilustra a tarefa incumbida aos populares de forma a criar uma cobertura protectora
Foto 11 – Disjuntores magneto térmicos
Foto 12 e 13 – Fusíveis
Foto 14 – Disjuntor diferencial de 30mA
Foto 15 – Disjuntor diferencial da EDP
Fotos 16,17 e 18 - Vestimentas de protecção por níveis
Foto 19 – Viatura NRBQ do INEM
Foto 20 – Acidente na A23, com autocarro que transportava alunos da universidade sénior de Castelo Branco em que morreram 17 pessoas.
Foto 21 e 22 – Fotos ilustrativa da má visibilidade quando se encontra nevoeiro
Foto 23,24 e 25 – Ilustração da posição de protecção
Foto 26 – Ilustração da não criação da distância mínima de 15 metros e do mau posicionamento da ambulância.
Foto 27 e 28 – Ilustração da direcção das rodas em terrenos com declive
Foto 29 a 32 – Perigos provocados por desmoronamentos
Foto 33 – Ilustração da má imobilização assumida pela viatura de socorro no local do sinistro.
Foto 34 – Ilustração real do tipo de acidente abordado neste caso.
Foto 35 – Actuação das equipas do INEM, a uma vitima de atropelamento
Foto 36 a 42 – Heli-transporte Primário a partir de locais não preparados
Foto 43 – Transporte secundário a efectuar pelo helicóptero
Foto 44 – Ilustração da área mínima de segurança para aterrar um helicóptero
Foto 45 e 46 – Várias tipologias de armazenamento das matérias perigosas
Foto 47 – Fusão de Termoplásticos
Foto 48 e 49 – Exemplo de embalagens com fertilizantes
Foto 50 – Exemplo de embalagens com pesticidas.
Foto 51 e 52 – Instalações de um reactor nuclear
Fotos 53 à 56 – Diferentes tipos de painel laranja
Foto 57 – Camião de carga geral estacionado, é visível a placa de sinalização cor-de-laranja avisando o transporte de matérias perigosas (…)
Foto 58 – Veículo cisterna de transporte de refinados de petróleo
Foto 59 – Traseira de um camião de transporte de botijas de gás, é visível a placa de sinalização e a circulação com as luzes acesas
Foto 60 – Incêndio na zona industrial de Vila do Conde em que a equipa de socorro pré-hospitalar foi a primeira a chegar ao local (2009)
Foto 61 – Despiste de camião cisterna transportando ácido clorídrico
Foto 62 – Acidente envolvendo viatura cisterna de transporte gás propano
Fotos 63 e 64 – Acidentes graves envolvendo veículos de transporte de matérias perigosas
Fotos 65 à 74 – Fotos de acidentes de veículos que transportam matérias perigosas
Foto 75 – Foto do teatro de operações de socorro, onde esteve envolvido uma viatura de transporte de matérias perigosas
Foto 76 – Gel desinfectante MED +
Foto 77 – Foto da disposição do papel de mãos, gel desinfectante e sabão liquido no interior da célula sanitária da ambulância
Foto 78 e 79 – Ilustração para o correcto transporte na configuração 1
Foto 80 e 81 – Ilustração para o correcto transporte na configuração 2
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153
187
187
Índice de Quadros
Quadro 1 – Classes dos fogos e sua relação com o tipo de materiais
Quadro 2 – Tipos de extintores vs aplicações vs restrições
Quadro 3 – Eficácia do agente extintor perante a classe do fogo
Quadro 4 – níveis de tensão existentes na rede eléctrica nacional
Quadro 5 – Classes de matérias perigosas
Quadro 6 – Código de identificação de perigo
Quadro 7 – Regras de segurança para o manuseamento de produtos desinfectantes
50
53
54
84
126
135
157
Índice de Gráficos
Gráfico 1 – Gráficos que demonstram a evolução dos meios INEM s terrestres profissionalizados desde 2001 até 2010
Gráfico 2 – Efeitos da inalação de monóxido de carbono em baixas concentrações no ar ambiente
19
64
Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010
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Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 8
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Índice de Organogramas
Organograma 1 – Resumo dos contaminantes a que os TAE´s se encontram potencialmente expostos.
Organograma 2 – Lista dos riscos associados aos agentes químicos
28
29
Índice de Ilustração
Ilustração 1 – Excerto do Decreto-Lei nº 134/2006 de 25 de Julho (SIOPS)
Ilustração 2 – Procedimento a tomar em caso de incêndio num edifício
24
76
Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010
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Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 9
Rúben Viana
Lista de siglas e acrónimos
TAE - Técnico de Ambulância de Emergência
ESTG - Escola Superior de Tecnologia e Gestão
INEM - Instituto Nacional de Emergência Médica
SIV - Suporte Imediato de Vida
SBV - Suporte Básico de Vida
SNBPC - Serviço Nacional Bombeiros e Protecção Civil
SAV - Suporte Avançado de Vida
VMER - Viatura Médica de Emergência e Reanimação
CODU - Centro de Orientação de Doentes Urgentes
EN - Estrada Nacional
IP - Itinerário Principal
EM - Estrada Municipal
SIOPS - Sistema Integrado de Operações e Protecção e Socorro
DON - Directiva Operacional Nacional
CDOS - Comando Distrital de Operações de Socorro
DIOPS - Dispositivo Integrado das Operações de Protecção e Socorro
APC - Agentes da Protecção Civil
GPL - Gás de Petróleo Liquefeito
EPI - Equipamento de Protecção Individual
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1 – Introdução
O tema do estágio, surgiu, no sentido de puder vir a colmatar, uma necessidade formativa
que o INEM ainda não implementou para a instrução de elementos que possam a vir
desempenhar funções como TAE.
Dado a extensão verificada de actuação do próprio INEM, à variabilidade de acções e a
multiplicidade de agentes envolvidos na emergência médica, irei direccionar este manual
especificamente aos profissionais TAE do INEM, que exercem funções nas ambulâncias de
SBV e SIV, espalhados pelo país.
Escolhi este grupo específico dos profissionais da emergência pré-hospitalar para
desenvolver o meu trabalho, por três razões. A primeira razão deve-se ao facto de esta ser a
área profissional no INEM que apresenta mais número de efectivos, cerca de 633 (*), do
universo de 1302, sendo que correspondem a 48,6% do total de todos os elementos, que
exercem funções na instituição. Por esta razão, o manual terá um maior número de
destinatários, para o puderem consultar. A segunda razão, surge no meu ver, porque o INEM
continua a apresentar uma lacuna de formação de determinadas temáticas na instrução e
preparação dos seus técnicos, para que possam estar devidamente capacitados para
responder a todas as exigências que este tipo de actividade impõe.
Muitos dos elementos admitidos para exercer funções como TAE, não têm experiência de
terreno na área da emergência pré-hospitalar, sendo que muito do conhecimento que irão a
adquirir, sobre algumas das temáticas em falta que pretendo retratar, ocorrem já no decorrer
na sua actividade profissional, por vezes com o auxílio dos seus colegas mais experientes. Por
esse motivo quero dar o meu contributo para que o INEM possa fornecer a cada TAE recém-
formado, um manual onde conste toda essa informação que no meu ponto de vista é
pertinente para que o técnico venha a ter uma melhor conduta profissional no futuro da sua
actividade.
Ora vejamos, além da formação específica na área do socorro pré-hospitalar,
desfibrilhação automática externa (DAE) e do curso de condução defensiva, o técnico não
possui mais nenhuma área de conhecimento ministrada pelo INEM. Quando os novos
técnicos ficam habilitados para exercerem o socorro pré hospitalar, todos eles tiveram a
indicação expressa aquando a sua formação, que só o devem fazer (actuar) quando existe
condições de segurança no local. Trata-se portanto de fazer cumprir escrupulosamente a
primeira directriz do seu protocolo de actuação. Agora, coloco a questão, quais são os
verdadeiros conhecimentos que cada técnico possui que permita que este faça uma
correcta avaliação e gestão do risco quando são chamados para intervir em determinada
ocorrência?
(*) - Segundo os dados estatísticos de 2009
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Que eu tenha conhecimento não existe nenhuma formação instituída pelo INEM para
sensibilizar os seus profissionais para as condições de segurança, no trabalho de rua.
Qual é a formação que o INEM institui aos seus profissionais, de forma a sensibiliza-los para
as possíveis lesões músculo esqueléticas que possam vir a desenvolver no decorrer da sua
actividade?
Deste modo considero imperativo que deva existir mais formação e informação nesta
área, para que todos os técnicos de ambulância de emergência desenvolvam a sua
actividade no INEM com maior segurança.
Por fim, pretendo também, com este manual, testar as competências adquiridas no curso
em contexto de trabalho e dotar a instituição INEM, de documentos de segurança no sentido
de implementar a avaliação de riscos na instituição.
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2 – Metodologia
A metodologia adoptada para a elaboração do manual consistiu no tratamento da
recolha de informação e dados durante o período de estágio, nos conhecimentos adquiridos
ao longo de 10 anos de experiência na actividade do pré-hospitalar, sendo que os primeiros
5 anos foram adquiridos em contexto de serviço voluntariado na corporação dos Bombeiros
Voluntários de Esposende e os últimos 5 anos, já ao serviço do INEM, como profissional de
emergência pré-hospitalar.
A informação introdutória e de desenvolvimento das diferentes temáticas, foi realizada
tendo por base a recolha e tratamento da informação retirada dos sites oficiais das várias
entidades com responsabilidade no assunto, tais como, a Autoridade Nacional de Protecção
Civil (ANPC), que me auxiliou na elaboração dos temas da Gestão do Risco, como por
exemplo, no incêndio em habitações ou viaturas, sismos, nevões, etc. Nos acidentes
eléctricos, foi consultado o site oficial da REN – Rede Eléctrica Nacional.
Também me servi dos conhecimentos adquiridos das diversas temáticas abordadas ao
longo da Pós-Graduação em SHT, na qual presenciei.
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3-Resumo Histórico
A emergência médica tem origem na época das guerras Napoleónicas, onde são
documentados os primeiros registos de intervenções, associados ao cirurgião Dominique
Larrey nos campos de batalha. Neste início da história da emergência médica os feridos
eram evacuados para os hospitais de campanha onde eram prestados os primeiros socorros.
Esta filosofia de abordagem aos doentes manteve-se até metade do séc XIX. No entanto no
final da década de 30, o cirurgião Kirschener altera um pouco o próprio conceito de
emergência médica pré-hospitalar, propõe que prioritariamente se deveria levar o médico
ao doente ao invés do tradicional transporte rápido do doente ao médico. Com a 2ª Grande
Guerra este conceito ganhou uma maior importância.
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) no início da sua criação, afirmou-se na
sociedade portuguesa como organismo público responsável pelo auxílio de socorro à
população em caso de acidente ou doença súbita, realizando não só o socorro aos doentes
como também o transporte do local da ocorrência para uma unidade Hospitalar sempre que
necessário.
O INEM surge no importante início dos anos 70, aquando da reformulação do sistema
básico de saúde, cria-se o Serviço Nacional de Ambulâncias e posteriormente o Gabinete de
Emergência Médica, tendo a história rapidamente evoluído desde o ano de 1971 (ano da
criação o Serviço Nacional de Ambulâncias através do Decreto Lei nº 511/71 de 22 de
Novembro), a evolução das técnicas de emergência pré-hospitalar e de todos os dispositivos
técnicos envolvidos em toda a cadeia de procedimentos de emergência médica indiciaram
a evolução do INEM até ao seu estado actual.
A evolução recente do INEM tem sido baseado em três grandes linhas orientadoras, a
evolução científica e tecnológica, reforma do próprio sistema de saúde e a certificação da
qualidade.
Em termos de qualidade há uma especial preocupação para a certificação do INEM de
acordo com as normas:
- ISO 14001/1999 (Sistema de Gestão Ambiental);
- ISO 9001/2000 (Sistema de Gestão da Qualidade);
- OSHA 18001/1999 (Sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho segundo
referenciais normativos internacionais);
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- NP 4397/2001 (Sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho segundo referenciais
normativos nacionais).
Actualmente a nível mundial existem dois modelos de acção em emergência médica pré-
hospitalar, também identificados na evolução histórica, e que são:
► “Load and Go” ou “Scoop and Run” – Método de origem Americano, caracterizado por
uma acção de resgate imediato do doente e transporte para o hospital.
► “Stay and Play” – Método de origem Francófona, caracterizado pela estabilização do
doente no terreno e posterior transporte para a unidade hospitalar.
No nosso país o funcionamento baseia-se nos métodos do sistema francês SAMU de France
(Sistéme Ambulatoire de Médicin Urgent), ou seja numa primeira abordagem à vítima há uma
preocupação com a estabilização da vítima e posteriormente o seu transporte para o
hospital caso seja necessário.
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4-Enquadramento Legal
Quanto ao enquadramento legal do INEM, este é feito pelo Decreto-lei nº 167/2003 de 29
de Julho, ficando então responsável pela coordenação do Sistema Integrado de Emergência
Médica (SIEM). Com a aprovação deste diploma há a preocupação de tornar o INEM “numa
estrutura adaptada à complexidade e responsabilidade da urgência/emergência primando
pela eficácia e eficiência nas suas múltiplas vertentes”. Este Decreto de Lei vem alterar a
orgânica aprovada em 1981 através do Decreto-lei nº234/81, introduzindo uma nova filosofia
de acção procurando actualizar esta área de acção médica em função das exigências da
evolução científica e tecnológica, bem como uma lógica global de reforma do sistema de
saúde, bem como de aprofundamento da qualidade dos serviços de urgência/emergência
prestados.
Posteriormente através da Portaria nº 458-A/2004 (2ª série) é aprovado o regulamento da
organização interna do INEM, o qual possui neste novo modelo competências muito
específicas das diversas áreas chave envolvidas na acção deste organismo.
Imagem 1 – Decreto-Lei n.º 220/2007 de 29 de Maio
NOTA: No site do INEM, em www.inem.pt, pode ter acesso a uma panóplia de legislação envolvendo a actividade do INEM.
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5-Meios Disponíveis
Podemos tentar explicar a acção do INEM através da sua prática de contacto com o
público, elucidando o leitor que todos os meios do INEM são accionados através de uma
central de gestão da emergência médica, mais conhecido por CODU (Centro de
Orientação de Doentes Urgente) sendo que a sua principal função de triagem é
desenvolvida em três momentos distintos:
1º - Atendimento da chamada pelos operadores do CODU, percepção da situação em si e
proposta de resposta para quem liga e simultaneamente accionamento dos meios INEM
necessários.
2º - Verificação da situação pelo Médico regulador, confirma o envio dos meios INEM e qual
a unidade hospitalar que irá receber o doente.
3º - Accionamento dos meios INEM, após confirmação do médico regulador a coordenação
dos meios é garantido por um posto com telefone, computador e rádio.
Imagem 2 – Foto dos CODU e CODU-Mar
Para fazer face a todos os pedidos de emergência em todo o território nacional, o INEM
possui 4 CODU em Portugal Continental, sendo que estes incorporam também os CODU-Mar.
Existem um na cidade do Porto, Coimbra, Lisboa e Faro.
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A interacção entre o CODU e as vítimas é assegurada pelos meios/equipas operacionais,
podendo estas ser de 6 tipos diferentes, conforme a necessidade da situação:
- Mota (Tripulada por um TAE);
- Ambulância SBV (Tripulada por dois TAE´s)
- Ambulância SIV (Tripulada por um TAE e um Enfermeiro);
- Ambulância Recém Nascidos (Tripulada por TAE + Médico + Enfermeiro);
- VMER (Tripulado por um Enfermeiro e um Médico);
- Helicóptero (Tripulado por Piloto e Co-piloto + Medico e Enfermeiro)
Nota: Nos dois primeiros meios apenas é instituído o suporte básico de vida às vítimas.
Imagem 3 – Meios INEM: Mota, ambulância SBV e SIV
Imagem 4 – Meios INEM: VMER, ambulância recém-nascidos, helicópteros
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Imagem 5 – Organograma resumo dos meios INEM e não INEM
Estes meios só são disponibilizados depois da autorização dos médicos reguladores do
CODU, tendo estes um papel essencialmente de gestores de meios e supervisão das decisões
de accionamento dos meios.
Existem ainda outras estruturas especializadas na acção do INEM tais como:
● CAPIC – Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise,
sendo este o serviço que faz o acompanhamento psicológico do
pessoal do INEM e uma das equipas operacionais em caso de
catástrofe.
● CIAV – Centro de Informação Anti-Venenos, este centro é o
responsável como o nome indica pelas questões ligadas à
intoxicação.
● CIPSE – Centro de Intervenção e Planeamento para Situações
de Excepção, tendo este centro as competências na área dos
simulacros e a elaboração dos planos de emergência de eventos
ou cenários excepcionais, bem como o planeamento e coordenação das equipas em
missões internacionais.
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A acção no terreno do INEM está dependente de um conjunto de meios técnicos e
humanos que possibilitam toda a dinâmica de socorro do nosso país, assegurando uma
cobertura de toda a área geográfica do país.
Desde a sua fundação a quantidade dos meios tem vindo a aumentar e a diversificar-se,
note-se pela figura abaixo a distribuição geográfica dos meios INEM.
Imagem 6 – Distribuição geográfica dos meios do INEM em Portugal continental, respectivamente, ambulâncias INEM, VMER e Helicópteros.
5.1 – Evolução dos meios em território nacional
Gráfico 1 – Gráficos que demonstram a evolução dos meios INEM s terrestres profissionalizados desde 2001 até 2010
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No plano qualitativo do panorama nacional da emergência pré-hospitalar, a evolução
têm sido positiva, com a profissionalização de um número significativo de meios. Hoje, além
dos meios com suporte avançado de vida (SAV), com 42 VMER e 5 helicópteros, há 28
ambulâncias SIV e 61 ambulâncias SBV, profissionalizadas.
5.2- Descrição da actividade
O facto de não existir informação sistematizada referente às técnicas de abordagem aos
doentes em situação de emergência, pode levar a uma complicada definição de risco para
o tripulante. O trabalho destes tripulantes é desenvolvido essencialmente em 10 momentos
distintos, traduzindo-se essencialmente:
1ª - De prontidão na base (status BASE);
2ª - Accionamento para a ocorrência (status CAMINHO DO LOCAL);
3ª - Chegada ao local e preparação da intervenção (status LOCAL);
4ª - Avaliação e prestação de cuidados à(s) vitima(s) de doença súbita ou trauma;
5ª - Preparação da (s) vitimas (s) para o transporte e passagem desta (s) para a ambulância;
6ª - Caminho do hospital – transporte (status CAMINHO DO HOSPITAL);
7ª - Chegada ao hospital e entrega da (s) vitima (s) à equipa de serviço (status HOSPITAL);
8ª - Preenchimento de verbetes e outros documentos.
9ª - Reposição do material nas mochilas de 1ª intervenção do veículo e passagem a
disponível (status DISPONIVEL) (*);
10ª - Regresso à base (status BASE);
Estes profissionais têm não só o constrangimento temporal associado à sua tarefa, pois
estabilizar um doente em estado crítico implica uma luta contra o tempo, como também têm
uma componente de trabalho em equipa muito marcado e ainda constrangimentos
espaciais.
É impossível definir uma acção individual na cadeia iniciada aquando de um telefonema
para o 112, todo o trabalho é feito em equipa mesmo no caso da mota é importante o
contacto com a equipa do CODU, desenvolvendo uma acção no terreno concertada com
as indicações que lhes são dadas.
(*) – Se não for possível passar a disponível no hospital, a ambulância deve regressar à base em status INOP. Deve ser notificado o CODU de tal situação.
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MANUAL de SEGURANÇA
e BOAS PRÁTICAS
para o profissional
TAE do INEM.
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TEMÁTICAS ABORDADAS NO MANUAL
O manual para o profissional TAE do INEM está dividido nas seguintes temáticas:
ASPECTOS
ERGONÓMICOS
GESTÃO
do RISCO
AVALIAÇÃO
DOS
RISCOS
TEMÁTICAS
ABORDADAS
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HIERARQUIA DA CADEIA DE COMANDO
Comandante das Operações de Socorro – COS
A hierarquia da cadeia de comando preconizada para ocorrências que envolvem mais
que um agente da protecção civil é infelizmente uma temática que para muitos dos TAE´s é
de desconhecimento total. Por esse motivo, é dado a conhecer nesta fase inicial do manual,
a hierarquia de comando a que todos se devem reger, afim de exercerem a sua actividade,
sabendo exactamente o lugar que ocupam no sistema integrado das operações de
protecção e socorro (SIOPS).
As forças e meios de protecção civil consagrados na lei, são:
- Forças Armadas (FA);
- Guarda Nacional Republicana (GNR);
- Policia de Segurança Pública (PSP);
- Direcção Geral da Autoridade Marítima (DGAM);
- Instituto Nacional de Emergência Média (INEM);
- Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC);
- Sapadores Florestais (SF);
- Cruz Vermelha Portuguesa (CVP);
- Associações Humanitárias dos Bombeiros (AHB);
- Câmaras Municipais;
- Juntas de Freguesia,
- Sistemas Nacionais de Busca e Salvamento Aéreo e Marítimo (SNBSAM);
- Instituto de Meteorologia (IM);
- Direcção-Geral de Saúde (DGS);
- Policia Judiciária (PJ);
- Instituto da água (INAG);
- Autoridade Nacional Florestal (AFN),
- Empresa de Meios Aéreo (EMA);
- Estradas de Portugal;
- Instituto de Medicina Legal,
- ANACOM, ANSR, REFER, ICNB, IPTM, INIR e outras entidades públicas e privadas).
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Quando um incidente envolve mais de que um agente de socorro, está preconizado em
diploma legal a hierarquia de competências e funções que cada um dos agentes de
protecção civil deve assegurar.
Deste modo dá-se a conhecer a todos os TAE´s e restantes elementos profissionais do INEM,
que se encontra consagrado em diploma constitucional, através do D.L. nº134/2006 e da
DON – Directiva Operacional Nacional nº1/2009, que o chefe da primeira força de socorro a
chegar ao local do sinistro assume de imediato a função de comando da operação de
socorro (COS).
Funções do INEM, no papel de agente da Protecção Civil
O INEM coordena todas as actividades de saúde em ambiente pré-hospitalar, a triagem e
evacuações primárias e secundárias, a referenciação e transporte para as unidades de
saúde adequadas, bem como a montagem de Postos Médicos Avançados (PMA);
Executa a triagem e o apoio psicológico a prestar às vítimas no local da ocorrência, com
vista à sua estabilização emocional e posterior referenciação para as entidades adequadas;
O INEM garante as missões solicitadas pelo CNOS, de acordo com esta directiva, com os
planos de emergência de protecção civil dos respectivos escalões e das suas próprias
disponibilidades;
O INEM articula-se, no cumprimento de todas as missões de apoio e assistência no âmbito
desta directiva, a nível nacional, com o CNOS, a nível distrital, com o CDOS e no local da
ocorrência, com o COS;
Ilustração 1 – Excerto do Decreto-Lei nº 134/2006 de 25 de Julho (SIOPS)
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Sistema de Gestão das Operações
O Sistema de Gestão das Operações é uma forma de organização de um teatro de
operações, que é utilizada seja qual for a importância e o tipo de ocorrência, e desenvolve-
se de uma forma modular.
A decisão do desenvolvimento da organização é da responsabilidade do Comandante
das Operações de Socorro (COS), que a deverá utilizar sempre que os meios disponíveis do
primeiro alarme e posteriormente do segundo alarme se mostrem insuficientes;
Sempre que uma força de socorro das organizações integrantes do Sistema Integrado de
Operações de Protecção e Socorro (SIOPS) seja accionada para uma ocorrência, o chefe da
primeira equipa a chegar ao local assume de imediato a função de COS, dando assim início
à DON Nº1/2009/ANPC – organização mínima de um teatro de operações, permitindo manter
desde logo um sistema evolutivo de comando e controlo da operação;
A assunção da função de COS deve ter em conta as competências, atribuições legais e
capacidade técnica da entidade representada, tendo em vista a resolução adequada da
situação;
O Comandante de um Corpo de Bombeiros é o máximo responsável pelo Comando das
Operações de Protecção e Socorro, na sua área de actuação, até à transferência do
Comando para um responsável de escalão superior;
A evolução da situação pode levar ao aumento da complexidade da operação e
consequentemente do teatro de operações, pelo que o processo de transferência da
função de COS é de vital necessidade, competindo a um elemento de Comando do Corpo
de Bombeiros com a responsabilidade da área onde decorre o evento, assumir essa função;
O comando próprio de cada força deverá ser proporcional e adequado ao envolvimento
de meios humanos e materiais empregues pela mesma.
Desenvolvimento da cadeia de comando
(a) O desenvolvimento da cadeia de comando acontecerá sem prejuízo, e com base nas
disponibilidades do momento, de uma resposta hierarquicamente adequada, coordenada e
imediata à situação, de modo a evitar desenvolvimentos catastróficos das ocorrências.
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(b) Extrapolando o tipo de hierarquia para os meios INEM, a responsabilidade da assumpção da
função de Comandante das Operações de Socorro cabe por ordem crescente:
– Ao Chefe da primeira equipa a chegar ao evento, independentemente da sua titularidade;
– Ao Médico da 1ª VMER a chegar ao teatro de operações (no caso da 1ª equipa a chegar
ao evento ser composta por meios INEM SIV ou SBV);
– Ao Chefe do Grupo de Combate presente no teatro de operações;
– Ao Oficial Bombeiro mais graduado, presente no teatro de operações;
– Ao Comandante do Corpo de Bombeiros da área de actuação;
– A nível intermunicipal ou regional ou por decisão do Comandante Operacional Nacional,
em situações de maior complexidade que o justifiquem, a função de COS pode ser assumida
por um elemento da estrutura de comando operacional distrital da ANPC;
– A nível inter-distrital poderá assumir o Comando, um elemento da estrutura de comando
operacional nacional da ANPC, se a situação o justificar ou por decisão do Comandante
Operacional Nacional.
(c) Na Faixa Litoral
– Os Capitães dos Portos têm, de acordo com o Decreto-Lei nº 44/2002, de 2 de Março,
competências de Protecção Civil na faixa litoral e nos espaços do Domínio Público Hídrico
sob jurisdição da Autoridade Marítima Nacional.
– Existindo sinergias que resultam da existência de um DIOPS com as valências diferenciadas
dos vários APC, nomeadamente a Autoridade Marítima, os Capitães dos Portos, no âmbito
das competências que a lei lhes confere, assumem as funções de COS no seu espaço de
jurisdição e em articulação estreita com os CDOS dos Distritos onde se inserem as respectivas
capitanias dos portos, sem prejuízo das competências nacionais da Protecção Civil.
Síntese do exposto
Perante o exposto, fica preconizado que o elemento INEM na função de TAE, caso seja o primeiro
meio a chegar ao teatro de operações ficará como COS no momento, sendo que o deixará de ser, se
porventura chegar ao local o médico de uma VMER, ou uma equipa dos bombeiros locais. A partir
dessa altura deverá transferir essa função ao médico ou elemento dos bombeiros mais graduado
chegado ao local.
Deste modo, para que todo socorro se processe da melhor forma, e sem que haja possíveis
desentendimentos entre as equipas de socorro, deve-se a partir desse momento, promover o diálogo
entre equipas, para que desta forma sejam ultrapassadas as possíveis divergências do melhor método
para socorrer os sinistrados, procurando sempre que possível, adoptar o procedimento que seja mais
vantajoso para a integridade e saúde das vítimas.
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Avaliação dos
riscos
Tema nº1
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Tema 1 – AVALIAÇÃO DOS RISCOS
1 - CONTAMINANTES
O meio ambiente de trabalho
Estudar situações de poluição do meio ambiente, no que se refere a poluentes químicos,
físicos, ou biológicos, é aplicar métodos e normas que tem em atenção a protecção do meio
ambiente, pretendendo com isso a avaliação e prevenção do risco de doença para a
comunidade em geral.
Grande parte da vivência diária do homem, dá-se no meio ambiente de trabalho, onde
podem ocorrer varias situações de poluição, como por exemplo, ruído, vibrações, radiações,
poeiras e gases e vários tipos de poluentes biológicos. Na presença destas situações podem
aparecer casos de doença profissional, originados pelas más condições de trabalho, ou seja,
quando a presença destes poluentes ultrapassa os valores a partir dos quais podem causar
doenças profissionais.
Sendo assim, o TAE no fim deste módulo terá um maior leque de conhecimentos para que,
possa realizar uma rápida avaliação ao local de cada ocorrência de modo a identificarem
possíveis riscos para o exercício das suas funções.
Neste pressuposto, os contaminantes a que o TAE está potencialmente expostos aquando
o exercício das suas funções são:
Organograma 1 – Resumo dos contaminantes a que os TAE´s se encontram potencialmente expostos.
CONTAMINANTES
QUIMICOS FISICOS
INALAÇÃO
Vias de entrada no
organismo
PELE
INGESTÃO
RUÍDO
VIBRAÇÕES
TEMPERATURA
ILUMINAÇÃO
HUMIDADE
RADIAÇÕES IONIZANTES
BIOLÓGICOS
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PERIGO: Fonte ou situação com um potencial para o dano em termos de
lesões ou ferimentos para o corpo humano ou de danos para a saúde, ou
de danos para o ambiente do local de trabalho, ou uma combinação
deste.
RISCO: Combinação da probabilidade e da(s) consequência(s) da
ocorrência de um determinado acontecimento perigoso.
1.1 – CONTAMINATES QUÍMICOS
O risco associado aos agentes químicos traduz-se na possibilidade de que o perigo
potencial associado ao agente químico possa concretizar-se nas condições de utilização ou
na exposição a esse mesmo agente.
Considera-se que uma actividade envolve agentes químicos quando são utilizados ou se
destinam a sê-lo, incluindo a sua produção, o manuseamento, a armazenagem, o transporte
ou a eliminação e o tratamento, ou a actividade que durante o seu decurso são produzidos
agentes químicos.
Organograma 2 – Lista dos riscos associados aos agentes químicos
AGENTES QUIMICOS PERIGOSOS
ACIDENTES DE TRABALHO DOENÇAS PROFISSIONAIS
PROJECÇÕES
QUEIMADURAS
SATURNISMO
ASBESTOSE
SILICOSE
DERMATITES
INTOXICAÇÕES AGUDAS
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1.1.1– Conceitos
Higiene Industrial – Conjunto de metodologias não médicas que estuda e avalia as
condições físicas, químicas e biológicas com o pressuposto da prevenção das doenças
profissionais.
Em termos gerais a higiene industrial ocupa-se com a identificação dos contaminantes,
promove a sua medição e compara com os valores limite de referência, e
consequentemente procede à correcção. Assenta fundamentalmente em técnicas e
medidas que incidem sobre o ambiente de trabalho.
Contaminante – Considera-se um contaminante um produto químico, uma energia ou um
microorganismo que presente num determinado meio, ambiental ou ocupacional pode
afectar a saúde das pessoas.
Contaminantes químicos – Os contaminantes químicos são constituídos por matéria inerte
(não viva), sendo que se podem apresentar no ar ambiente em forma de poeira (gás ou
vapor) ou de aerossóis (sólidos ou líquidos).
Qualquer substância química é capaz de produzir efeitos nefastos no organismo humano se
este a absorver em quantidade suficiente. As substâncias químicas não tem todas o mesmo
potencial nefasto e o efeito tóxico que produz no organismo, dependerá naturalmente da
dose absorvida, mas também do tempo que se está sujeito a essa dose. Dependente destes
dois factores, classifica-se a intoxicação de aguda ou crónica.
1.1.2 – Vias de entrada no organismo
As substâncias químicas presentes nos locais de trabalho podem penetrar no nosso
organismo ou influenciar-nos de maneiras distintas:
Por Inalação:
Todas as substâncias químicas que se encontram na forma de gases, vapores, fumos,
poeiras, fibras, etc., podem ser arrastadas pela corrente respiratória da inalação.
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Dependendo do tamanho e da forma das partículas, percorrerão toda ou parte do
percurso do aparelho respiratório podendo vir a produzir-se prejuízos diversos para a saúde,
desde as simples irritações das mucosas do nariz e garganta, até a danos irreversíveis em
qualquer órgão derivado da substância tóxica ter sido transportada pelo sangue.
TIPO DE
OCORRÊNCIAS
- Derramamento da carga em transporte de matérias perigosas (ex: Cloro )
- Incêndios urbanos e rurais;
- Intoxicações com substâncias químicas (ex: Tintas, Metano proveniente da fossa séptica)
Pelo contacto com a pele:
Todas as substâncias químicas que entram em contacto com a pele, podem atravessa-la,
umas com mais facilidade que outras, e chegar ao sangue donde se distribuem por todo o
corpo. A facilidade com que uma substância é absorvida através da pele, depende
fundamentalmente das suas propriedades químicas (capacidade de se dissolver na água ou
em gorduras) e do estado da própria pele.
Assim, por exemplo, a pele cuja epiderme (capa externa da pele), não está intacta ou
onde existem erosões por efeito de alguns produtos de limpeza (de uso laboral ou
doméstico), oferece muito menor resistência à passagem do tóxico.
TIPO DE
OCORRÊNCIAS
- Derramamento da carga em transporte de matérias perigosas(ex: Cloro, Ácido Clorídrico, Hipoclorito de Sódio)
- Ideação suicida com GRAMOXONE.
Por ingestão:
A ingestão de substâncias químicas durante o trabalho, só sucederá duma forma
voluntária ou associadas a práticas ou hábitos pouco higiénicos, como fumar, comer ou
beber no posto de trabalho. No entanto nas situações em que o contacto do indivíduo com
a substância é contínuo e esta encontra-se sob forma de poeira, pode originar a ingestão da
substância.
A higiene pessoal, assim como a proibição de fumar, comer ou beber nos locais de
trabalho, minimizam a entrada do contaminante pela via digestiva. Pelas mesmas vias, as
substâncias químicas podem manifestar-se no organismo de forma diferente causando vários
tipos de lesões.
TIPO DE
OCORRÊNCIAS
- Deficiente higienização das mãos, após ter finalizado a assistência numa ocorrência.
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1.1.3 - Valores Limite de Exposição – VLE
Os Valores Limite de Exposição registados na NP-1796 (*), são a transcrição para a
normalização portuguesa dos TLV's americanos, proposto anualmente pelo American
Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH). Os VLE expressam concentrações
no ar dos locais de trabalho de diversas substâncias, abaixo destes valores julga-se que os
trabalhadores podem expor-se sem risco.
A esta situação associa-se a variação das respostas individuais, em que há a possibilidade
de alguns trabalhadores poderem vir a sofrer alguns danos no contacto com certas
substâncias, mesmo a concentrações inferiores aos Valores Limite de Exposição,
nomeadamente aqueles que apresentam susceptibilidade individual.
1.1.4 - Fichas toxicológicas e de segurança
O combate aos riscos provenientes da utilização de substâncias químicas nos ambientes
de trabalho inicia-se com a informação sobre essas substâncias. Para permitir o acesso a essa
mesma informação interessa conhecer a Ficha de Dados de Segurança (FDS).
Sempre que se armazenem ou manipulem substâncias e/ou preparações perigosas, é
essencial estar informado sobre os principais riscos representados pela utilização desses
produtos. A Ficha de Dados de Segurança fornece um conjunto de informações agrupadas
por tópicos, cada um contendo a informação para o manuseamento seguro da substância.
A Portaria n.º 732-A/96 de 11 de Dezembro obriga os fabricantes e ou importadores e
fornecedores dos produtos assim classificados a fornecerem ao utilizador a designada ficha
de dados de segurança, que transmite informações fundamentais sob o ponto de vista da
segurança, designadamente:
1- Identificação da substância/preparação e da sociedade/empresa.
2- Composição/informação sobre os componentes.
3- Identificação de perigos.
4- Primeiros socorros.
5- Medidas de combate a incêndios.
6- Medidas a tomarem em caso de fugas acidentais.
7- Manuseamento e armazenagem.
8- Controlo da exposição/protecção individual.
9- Propriedades físicas e químicas.
10- Estabilidade e reactividade.
(*) - Nota: Pode efectuar o “download” grátis da norma portuguesa (NP-1796) em: “www.ipq.pt/backFiles/prNP001796_2007.pdf”
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11- Informação toxicológica.
12- Informação ecológica.
13- Questões relativas à eliminação.
14- Informações relativas ao transporte.
15- Informação sobre regulamentação
Imagem 7 – Informação presente num rótulo
Imagem 8 – Exemplo de um rótulo de um produto químico
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Imagem 9 – Classificação das propriedades de perigo vs categoria do perigo
Em ambiente pré-hospitalar os agentes químicos largamente utilizados, são:
● Agentes de limpeza, desinfecção e esterilização;
● Soluções medicamentosas;
● Óleos lubrificantes bem como outros produtos usados na manutenção da viatura e base.
1.1.5 – Rotulagem das embalagens
As embalagens de substâncias e preparações perigosas colocadas no mercado devem
possuir um rótulo com indicações que permitam uma fácil identificação dos riscos inerentes à
utilização dos produtos e que mencione as medidas de prevenção a ter em conta,
nomeadamente os símbolos de segurança fazendo referência ao seu significado, as
indicações de perigo das substâncias ou preparações perigosas.
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Símbolo de
segurança e
nome
Significado (Definição e Precaução) Exemplos
C Corrosivo
Classificação: Estes produtos químicos causam destruição de
tecidos vivos e/ou materiais inertes.
Precaução: Não inalar e evitar o contacto com a pele, olhos
e roupas.
• Ácido clorídrico
• Ácido fluorídrico
E Altamente
explosivo
Classificação: Substâncias e preparações que podem
explodir sob o efeito da chama ou que são mais sensíveis aos
choques ou às fricções que o dinitrobenzeno.
Precaução: evitar batida, empurrão, fricção, faísca e calor.
• Nitroglicerina
O Comburente
Classificação: o material pode acender ou facilitar a
combustão, impedindo o combate ao fogo.
Precaução: evitar o contato dele com materiais combustíveis.
• Oxigênio
• Nitrato de
potássio
• Peróxido de
hidrogênio
F Facilmente
inflamável
Classificação: Substâncias e preparações:
• que podem aquecer e finalmente inflamar-se em
contacto com o ar a uma temperatura normal sem
fornecimento de energia, ou
• sólidas, que podem inflamar-se facilmente por uma
breve acção de uma fonte de inflamação e que continuam
a arder ou a consumir-se após o afastamento da fonte de
inflamação, ou
• no estado líquido, cujo ponto de inflamação é
inferior a 21 º.C, ou
• gasosas, inflamáveis em contacto com o ar a
pressão normal, ou
• que, em contacto com a água ou o ar húmido,
desenvolvem gases facilmente inflamáveis em quantidades
perigosas;
• Materiais altamente inflamáveis, gases inflamáveis,
combustíveis líquidos.
Precaução: evitar contato com materias ignitivos (ar, água).
• Benzeno
• Etanol
• Acetona
F+ Extremamente
inflamável
Classificação: Substâncias e preparações líquidas, cujo ponto
de inflamação se situa entre 21 º.C e 55 º.C;
Precaução: evitar contato com materias ignitivos (ar, água).
• Hidrogênio
• Etino
• Éter etílico
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T Tóxico
Classificação: Substâncias e preparações que, por inalação,
ingestão ou penetração cutânea, podem implicar riscos
graves, agudos ou crónicos, e mesmo a morte.
Precaução: todo o contato com o corpo humano deve ser
evitado.
• Cloreto de bário
• Monóxido de
carbono
• Metanol
T+ Muito tóxico
Classificação: após inalado, ingerido ou absorção através da
pele, provoca gráves problemas de saúde e até mesmo
morte.
Precaução: todo o contato com o corpo humano deve ser
evitado.
• Cianureto
• Trióxido de arsênio
• Nicotina
Xi Irritante
Classificação: Substâncias e preparações não corrosivas que,
por contacto imediato, prolongado ou repetido com a pele
ou as mucosas, podem provocar uma reacção inflamatória.
Precaução: gases não devem ser inalados e toque com a
pele e olhos deve ser evitado.
• Cloreto de cálcio
• Carbonato de
sódio
Xn Nocivo
Classificação: Substâncias e preparações que, por inalação,
ingestão ou penetração cutânea, podem implicar riscos de
gravidade limitada;
Precaução: deve ser evitado o contato com o corpo
humano, assim como a inalação dessa substância.
• Etanal
• Diclorometano
• Cloreto de
potássio
N Perigoso para o
ambiente
Definição: A libertação dessa substância no meio ambiente
pode provocar danos ao ecossistema a curto ou longo prazo
Manuseio: devido ao seu risco em potencial, não deve ser
liberado em encanamentos, no solo ou no ambiente.
Tratamentos especiais devem ser tomados!
• Benzeno
• Cianureto de
potássio
• Lindan
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Imagem 10 – Símbolos de perigo usados em rotulagem (Quadro resumo)
1.1.6 – Frases de risco e segurança
As frases de Risco e Segurança, também conhecidas como frases R/S, são um sistema de
códigos de risco e frases para descrição de compostos químicos perigosos. As frases R/S
consistem em frases indicadoras de riscos específicos (frases R), indicado pela letra R, e frases
de recomendações de prudência (frases S) indicadas pela letra S. Essas letras são seguidas
de um número, cuja combinação indica uma única frase que possui o mesmo significado em
diferentes idiomas.
Há ainda a possibilidade de combinações entre frases indicadoras de risco, onde os
números (precedidos pela letra R) são separados:
● Por um hífen (-), quando se trata de indicações distintas, referentes a riscos (R) específicos.
● Por um traço oblíquo (/), quando se trata de uma indicação combinada, reunindo numa só
frase a menção aos riscos específicos.
Exemplo:
As frases R/S para o ácido clorídrico na forma gasosa (37%) é:
R: 34-37 ; S: 26-36-45
As frases correspondentes na língua portuguesa são:
Riscos:
R34: Provoca queimadura
R37: Irritante para as vias respiratórias.
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Segurança:
S26: Em caso de contacto com os olhos, lavar imediata e abundantemente com água e consultar um especialista.
S36: Usar vestuário de protecção adequado.
S45: Em caso de acidente ou de indisposição, consultar imediatamente o médico (se possível mostrar-lhe o rótulo)
1ª OBSERVAÇÃO: Hífens separam os números das frases de risco distintas e não devem ser confundidas
com indicações de faixa de frases compreendidas.
Exemplo: R34-37 Causa queimadura, irritação para as vias respiratórias.
2ª OBSERVAÇÃO: Barras indicam combinações de frases simples.
Exemplo: R36/37/38 Irritante para os olhos, vias aéreas e pele.
NOTA: A Lista de Frases de Perigo e de Segurança encontra-se nos anexos do manual
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1.2 - CONTAMINATES FÍSICOS
Tem origem em diferentes formas de energia que, geradas por fontes concretas, estes
contaminantes podem afectar a saúde dos trabalhadores que estejam submetidos a elas.
Estas energias podem ser mecânicas, térmicas ou electromagnéticas e, devidas ás suas
diferenças, dão lugar a efeitos muito distintos entre si.
Estas energias manifestam-se sobre a forma de ruído, vibrações, temperatura, radiações
ionizantes. As condições ambientais dos locais de trabalho associadas a factores de risco
físico são o ruído, a iluminação, a temperatura e a humidade, radiações ionizantes e
radiações não ionizantes e as vibrações.
Iluminação:
As condições de iluminação nos locais de trabalho está directamente associada à
produtividade. Dependendo da tarefa, a iluminação tem uma intensidade recomendada
que pode ser quantificada. No entanto nos locais de trabalho deve reproduzir fielmente o
campo a ser observado pelo trabalhador, não deve incidir directamente nos olhos, nem
causar um efeito estroboscópio ou ser reflectida pelas superfícies onde incide de forma a
evitar acidentes e entre outros efeitos reduzir a fadiga visual e consequentemente a geral.
Ruído:
A ocorrência de danos na saúde dos profissionais do pré-hospitalar derivado aos altos
níveis de ruídos ainda não foi confirmada.
No entanto ruídos perturbadores podem ocorrer em vários locais que podem colocar em
risco a comunicação entre profissionais, e profissionais e doentes. De entre os factores que
podem afectar a perda de audição estão as características do agente, o nível de pressão
sonora, o tipo de ruído que emite, a duração e a qualidade.
Temperatura:
A temperatura esta fortemente associado ao calor. O calor consiste numa forma de
energia que se transmite de um corpo para outro através de processos de convenção,
radiação e condução. A temperatura nos locais de trabalho depende do tipo de actividade
desenvolvida. Assim, actividades sem exigências de movimentação ou esforço estão
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associadas temperaturas entre os 19°C e os 23°C. As actividades que exigem movimentação
e esforço as temperaturas associadas normalmente são mais baixas.
Humidade:
Os locais de trabalho que apresentem humidade no tecto e paredes são mais susceptíveis
de vir a desenvolver fungos traduzindo-se numa má qualidade do ar interior. As condições de
humidade relativa, presentes no local de trabalho devem situar-se entre os 30% e os 70%. Para
além dos factores ligados à relação temperatura/humidade compreendem sintomas como a
secura nasal e da pele entre outros sintomas. A manutenção dos valores para a humidade
relativa dentro dos parâmetros recomendados previne a formação de cargas electrostática
nos locais de trabalho.
Radiações ionizantes:
Forma de energia que ao interagir com a matéria tem a capacidade de a ionizar. As
radiações são usadas para efeitos de diagnóstico e de terapêutica, consistindo em algumas
delas em raios X, partículas alfa, beta e gama.
A exposição as radiações está sujeita a Valores Máximos Admissíveis e o controlo é
efectuado individualmente através do uso de dosímetros individuais, e ambientalmente
através de medições periódicas ás instalações dos equipamentos. As medidas de protecção
são distintas, sendo elas colectivas e individuais. A protecção relativamente à fonte assenta
essencialmente em 3 princípios básicos:
1- Permanecer o mínimo tempo possível próximo da fonte de emissão;
2- Permanecer à máxima distância possível da fonte de emissão;
3 - Fazer uso do efeito barreira para diminuir a dose recebida: uso de coletes e colarinho com
protecção chumbinea, nas instalações as protecções físicas devem ter protecção
adequada à dose emitida. As áreas onde são utilizadas radiações devem ser sinalizadas, e o
acesso deve ser limitado e controlado pelos seus profissionais.
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1.3 - CONTAMINANTES BIOLÓGICOS
São organismos com um determinado ciclo de vida que, ao penetrar no homem originam
o aparecimento de doenças do tipo infeccioso ou parasitário. Os agentes biológicos,
microorganismos incluindo os geneticamente modificados, as culturas e os endoparasitas
humanos, são susceptíveis de provocar infecções, alergias ou intoxicações, são exemplos, as
formas vegetativas, os vírus, as bactérias, fungos, parasitas, os esporos, as endotoxinas entre
outros.
A presença de agentes biológicos em meio pré-hospitalar não pode ser evitada, sendo
que o uso de equipamento de protecção individual, aplicação de procedimentos seguros e
o cumprimento das regras de higiene pelos profissionais, tais como, a limpeza da ambulância,
dos equipamentos utilizados no doentes e a base INEM, são os únicos meios de prevenir
doenças e a ocorrência de acidentes que envolvam agentes biológicos.
1.3.1 - Vias de entrada no organismo
Aparelho Respiratório: Inalação
Aparelho Digestivo: Ingestão de alimentos ou água
Pele e Mucosas: Contacto com a pele, pele lesada e inoculação (*)
1.3.2 - Classificação dos agentes biológicos
A classificação dos agentes biológicos, está legislada pelo decreto-lei nº84/87 de 16 de
Abril, sendo que têm em consideração os riscos:
- Para o manipulador;
- Para a comunidade;
- E para o meio ambiente.
● Agente Biológico Grupo I
Agente biológico cuja probabilidade de causar doenças no ser humano é baixa.
● Agente Biológico Grupo II
Agente biológico que pode causar doenças no ser humano e constituir um perigo para os
(*) - A inoculação é o acto de introduzir, como por exemplo, uma vacina no corpo humano. Existem vacinas que apenas necessitam de uma inoculação,
mas outras necessitam ser inoculadas com alguma frequência.
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trabalhadores sendo escassa a probabilidade de se propagar na colectividade e para o qual
existem, em regra meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
Legionella pneumophila Staphylococcus aureus
● Agente Biológico Grupo III
Agente biológico que pode causar doenças graves no ser humano e constituir um risco grave
para os trabalhadores sendo susceptível de se propagar na colectividade, mesmo que
existam meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
Bacillus anthracis Salmonella typhi
● Agente Biológico Grupo IV
Agente biológico que pode causar doenças graves no ser humano e constituir um risco grave
para os trabalhadores, sendo susceptível de apresentar um elevado nível de propagação na
colectividade, e para o qual não existem, em regra, meios eficazes de profilaxia ou
tratamento.
Vírus Ebola
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1.3.3 – Medidas de prevenção e protecção dos riscos
A – Prevenção do tipo técnica:
- Medidas de Engenharia;
- Medidas Organizacionais;
- Medidas Administrativas;
- Plano de Acção para: acidentes, incidentes e emergência.
B – Prevenção do tipo médica:
- Exames de Saúde de Admissão, Periódicos e Ocasionais
C – A Formação e informação aos trabalhadores.
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Gestão do
Risco
Tema nº2
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Tema 2 – GESTÃO DO RISCO
A avaliação e gestão de riscos constituem a base da abordagem comunitária para
prevenir acidentes e problemas de saúde profissionais, sendo que existem razões
suficientemente válidas para tal.
Se o processo de avaliação de riscos, e a abordagem da gestão da saúde e segurança,
não for bem conduzido ou não for de todo realizado, as medidas de prevenção adequadas
não serão provavelmente identificadas ou aplicadas.
Todos os anos, milhões de pessoas na UE lesionam-se no local de trabalho ou sofrem de
problemas de saúde graves relacionados com o trabalho. É por este motivo que a avaliação
de riscos é tão importante, sendo o factor-chave para um local de trabalho saudável. A
avaliação de riscos é um processo dinâmico que permite às empresas e organizações
implementarem uma política pró-activa de gestão dos riscos no local de trabalho, em
detrimento de uma política reactiva.
Pelas razões enumeradas, é fundamental que todas as empresas, independentemente da
sua categoria ou dimensão, realizem avaliações regulares. Uma avaliação de riscos
adequada inclui, entre outros aspectos, a garantia de que todos os riscos relevantes são tidos
em consideração, a verificação da eficácia das medidas de segurança adoptadas, o registo
dos resultados da avaliação e a revisão da avaliação a intervalos regulares, para que esta se
mantenha actualizada.
A legislação comunitária mais importante em matéria de avaliação de riscos é a Directiva
2007/30/CE, que altera a directiva 89/391/CEE. Esta directiva foi transposta para a legislação
nacional de cada Estado-Membro. Contudo, os Estados-Membros têm o direito de adoptar
disposições mais rigorosas para proteger os seus trabalhadores.
Neste capítulo, vão ser abordadas variadíssimas temáticas cujo estas, podem colocar o
TAE exposto ao risco sendo que em cada uma delas, serão enumeradas as instruções de
actuação mais correctas, que deverão ser tomados em consideração, para que a
segurança do TAE e sua equipe juntamente com integridade da viatura de socorro, nunca
sejam postas em causa, devido ás situações que possam ocorrer aquando a ida para um
pedido de auxílio.
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As temáticas abordadas neste capítulo são as seguintes:
2.1 – Incêndio em habitações ou viaturas
2.2 – Manuseamento de um extintor
2.3 – Derrame com produtos químicos
2.4 - Manuseamento do oxigénio
2.5 - Fuga de gás combustível
2.6 – Intoxicação por monóxido de carbono – CO
2.7 - Sismos
2.8 - Nevões
2.9 – Violência no local de trabalho
2.10 – Evacuações de emergência
2.11 – Acidentes eléctricos
2.12 – Equipamento de protecção individual – EPI
2.13 – Sinalização e protecção rodoviária
2.14 – Identificação das matérias perigosas
2.15 – Bio-segurança
2.16 – Limpeza e Higiene
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2.1- INCÊNDIOS EM HABITAÇÕES OU VIATURAS
Foto 1,2 e 3 – Incêndios urbanos e em viaturas
O TAE, no exercício das suas funções, algumas das vezes poderá deparasse com situações
inesperadas, tal como a deflagração de um incêndio, na habitação da vítima que vão ou
está a socorrer, ou mesmo num veículo acidentado em plena via rodoviária.
Perante uma situação destas, e sem correr riscos desnecessários o TAE poderá seguir uma
série de procedimentos de forma atenuar ou mesmo extinguir o incêndio, antes que ele tome
proporções mais difíceis de controlar, e que deste modo poderia colocar em perigo de vida
iminente o profissional e as vítimas que está a socorrer nesse momento.
Para isso, então, se o TAE:
SE DETECTAR um incêndio no interior de um edifício de habitação ou escritórios, deve:
1 - Manter a calma e não entrar em pânico;
2 - Accionar a botoneira de alarme mais próxima e contacte o CODU fornecendo
toda a informação disponível, nomeadamente:
a Local;
a Gravidade da situação;
a Eventual existência de vítimas em zona muito próxima;
a Produtos e equipamentos envolvidos;
a Eventual proximidade de pontos perigosos;
3 - Se possível, quando habilitado e sem correr riscos desnecessários, procure extinguir o foco
de incêndio com os meios de 1ª intervenham existentes no local;
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4 - Se não conseguir extinguir o foco de incêndio:
a Abandone imediatamente o local onde ocorreu o incêndio;
a Não corra;
aSe houver fumos baixe-se e saia do local, se necessário, a gatinhar.
OBSERVAÇÕES:
● Nunca abra uma porta fechada, antes de verificar se ela esta quente. Use a parte posterior
da mão para evitar queimar-se na face palmar;
● Se a porta estiver quente, procure outra saída de emergência. Se não existir procure selar as
frestas a volta das portas e janelas com o que tiver a mão: tecidos, cobertores, etc.
● Se as chamas se atearem ás suas roupas, detenha-se, atire-se ao chão e rebole-se, isto
apagara as chamas e pode salvar-lhe a vida;
● Se alguém próximo de si estiver envolto em chamas, cubra-o com uma manta, apagando
as chamas. Isto poderá salva-lo de possíveis queimaduras;
● Se ficar preso numa sala cheia de fumo:
a Permaneça junto ao solo onde o ar é mais respirável;
a Se possível abra uma janela;
a Procure sinalizar a sua presença.
Se CONSTACTAR um incêndio numa viatura:
1- Mantenha a calma e não entrar em pânico;
2- Contacte o CODU, explique sucintamente do que está a ser testemunha, e solicite os
bombeiros e autoridade no local.
3 - Coloque possíveis vítimas em segurança;
4 - Se o incêndio deflagrado na viatura estiver localizado e ainda for de poucas proporções
(isto é, gerou ainda pouca carga térmica), tente extingui-lo com o extintor que tem presente
na ambulância, caso contrário, não faça nada.
5 - Evacue a zona, criando uma zona de segurança de pelo menos 20 metros de diâmetro
em volta da viatura, e um corredor de emergência de forma a permitir o fácil acesso às
viaturas dos bombeiros, aquando a sua chegada.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: A deflagração de um incêndio numa viatura movida a gásoleo, não é tão violento do que num a
gasolina ou GPL. Esteja consciente que poderá ouvir estrondos derivado do rebentamento de pneus, ou da explosão do depósito de
gasolina ou ainda mesmo o rebentamento do reservatório de GPL. Tente procurar saber junto do proprietário da viatura se porventura
transportava no seu interior (mala) alguma garrafa pressurizada (ex: garrafa de ar comprimido para a prática de mergulho) ou uma
garrafa de gás propano/butano, ou material pirotécnico. Procure confirmar também se o carro está equipado a GPL, isto porque,
existem proprietário que não colocam o dístico no exterior da viatura a dar essa mesma indicação. Depois transmita essa informação
aos bombeiros aquando a sua chegada ao local.
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2.2- MANUSEAMENTO DE UM EXTINTOR
O local onde normalmente desenvolvemos as nossas tarefas profissionais
acarreta, muitas vezes, riscos para o nosso bem-estar. Um desses riscos é o
risco de incêndio. A possibilidade de ocorrência de um incêndio deve ser
tida em conta em todo o tipo de actividades.
Como é sabido o fogo traz benefícios para todos mas dentro do controle
do ser humano. Quando tal não acontece o resultado pode ser catastrófico.
A prevenção torna-se a principal "arma" no combate a este tipo de riscos e perigos
consequentes. Uma das formas de prevenção mais adequadas é a informação / formação
sobre o conhecimento e utilização de um dos meios de extinção mais utilizados no combate
a focos de incêndio, os extintores.
2.2.1 - Como se inicia um incêndio?
As causas pelas quais um incêndio tem início são as mais variadas:
• Comportamento inadequado como fumar ou foguear em locais em que tal é proibido;
• Fogo posto com ou sem intenção;
• Electricidade estática;
• Corrente eléctrica (curto - circuito) na habitação ou viatura;
• Manipulação de produtos químicos (inflamáveis) sem os cuidados necessários;
• Fugas e propagação de gás;
• Acidente rodoviário.
IMPORTANTE: Quanto maior for o número de materiais combustíveis existentes, maiores serão o
riscos de propagação de incêndio. Uns dos produtos resultantes do incêndio são os fumos e
os gases libertados que são extremamente nocivos para a saúde. No caso de inalação
excessiva destes podem ocorrer situações de desmaio, intoxicação ou mesmo asfixia.
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2.2.2 - Tipos de incêndio
Os fogos não são de facto todos do mesmo tipo. Estes dependem do tipo de material que
entra em combustão. Devido ás suas características particulares dão origem a incêndios de
características diferentes muitas vezes observáveis. Consequentemente o agente extintor
necessário para apagar um determinado tipo de incêndio irá variar também.
Uma das formas de classificar os incêndios é, então, em função da natureza do
combustível. Segundo a Norma portuguesa EN 2 estes classificam-se em 4 classes de fogos
diferentes consoante o material combustível.
De seguida é apresentado um quadro com as classes de fogos existentes:
Quadro 1 – Classes dos fogos e sua relação com o tipo de materiais
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2.2.3 - Extintores
Os extintores são aparelhos com agente extintor, sendo que o agente extintor, colocado
no seu interior é projectado e dirigido sobre as chamas pela acção de uma pressão interna.
Os extintores que serão tratados neste documento serão os portáteis. Segundo a Norma
Portuguesa - 1589 de 84 um extintor portátil é o "extintor concebido para ser transportado e
utilizado manualmente e que, em condições de operacionalidade , tem uma massa inferior
ou igual a 20 kg (L)”.
2.2.4 – Simbologia
Sinal identificativo
A simbologia normalmente utilizada na identificação de um extintor é a seguinte:
Imagem 11 – Símbolo identificativo de um extintor
Rótulo de um extintor
Imagem 12 – Elementos base presentes num extintor
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2.2.5 - Classificação dos extintores
No âmbito meramente formativo torna-se de grande importância a identificação do tipo
de extintores e do agente extintor neles contido por parte de todos aqueles que tripulam
viaturas dos meios INEM.
Os extintores podem ser classificados segundo quatro critérios:
● Mobilidade
● Modo de funcionamento
● Agente extintor
● Eficácia
Visto este documento se destinar a fornecer uma informação / formação aos
técnicos de ambulância de emergência - TAE do INEM relativamente a extintores será dado
mais importância a um dos critérios de classificação.
Classificação dos extintores segundo o agente extintor
Como já foi anteriormente referido os fogos variam consoante o agente combustível. Se as
suas características são diferentes então o agente extintor, contido no extintor, terá de ser
forçosamente diferente adequando-se ao tipo de material combustível existente passível de
provocar um determinado tipo de fogo.
Convém antes de tudo definir o que é um agente extintor:
Agente extintor – “Produto ou conjunto de produtos contidos no extintor cuja acção provoca
a extinção.” (NP 1589 / 84).
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Informação sobre extintores
Consequentemente o tipo de extintores, assim como a sua utilização e restrições no uso,
vai variar consoante o tipo de agente extintor nele contido como está representado no
quadro 2.
Quadro 2 – Tipos de extintores vs aplicações vs restrições
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O quadro 3 apresenta os diferentes tipos de agentes extintores e a sua eficácia no combate às chamas
dos diferentes tipos de fogos:
Quadro3 – Eficácia do agente extintor perante a classe do fogo
Legenda:
MB –
B –
S –
I –
Muito Bom
Bom
Satisfaz
Inadequado
Este documento, se lido com alguma atenção, juntamente com o Anexo 8 (Regras básicas
na utilização de extintores) poderá ser uma óptima ajuda no reconhecimento do tipo de
fogos e do tipo de extintor necessário a utilizar no combate as chamas.
Lembre-se que um grande incêndio tem sempre o seu início num pequeno.
Foto 4 – Foto de extintor presente no interior da ambulância
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2.3- DERRAME COM PRODUTOS QUIMICOS
SE DETECTAR um derrame ou acidente grave com produtos químicos:
1- Comunique ao CODU o facto pelo meio mais rápido, fornecendo toda a informação
disponível, nomeadamente:
a Local;
a Dimensão do derrame;
a Produtos e equipamentos envolvidos;
a Eventual existência de vitimas em zona muito próxima;
a Eventual proximidade de pontos perigosos;
2- Sem correr riscos desnecessários, tente limitar ou controlar o derrame de produto por
qualquer meio expedito, mas não utilize serradura ou outro material absorvente combustível;
3- Evite o contacto com o vestuário ou a pele das pessoas vitimadas pelo acidente;
4- No caso da pele ser atingida lave de imediato com água em abundância. No caso do
vestuário ser atingido por substâncias desta natureza, mesmo em pequenas quantidades,
deverão ser removidos e cuidadosamente lavados com água em abundância.
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  • 1.
  • 2. MANUAL de SEGURANÇA e BOAS PRÁTICAS para o profissional TAE do INEM Rúben Daniel Matos Viana JUNHO 2010 Escola Superior de Tecnologia e Gestão Pós-Graduação em “Segurança e Higiene no Trabalho” Ano Lectivo de 2009/2010
  • 3. Data de Recepção Responsável Avaliação Observações Versão 1.2 – 05/AGO/2010 MANUAL de SEGURANÇA e BOAS PRÁTICAS para o profissional TAE do INEM Rúben Daniel Matos Viana JUNHO 2010
  • 4. Rúben Daniel Matos Viana é licenciado em Eng. mecânica pelo Instituto Superior de Engenharia do Porto desde 2007. Em 2005 iniciou a sua actividade no INEM como Técnico de Ambulância de Emergência – TAE, sendo que finalizou a sua formação académica na modalidade de trabalhador/estudante. Começou por exercer funções na instituição, através das ambulâncias de suporte básico de vida (SBV) INEM sedeadas na zona metropolitana do Porto. Em Dezembro de 2008, após a criação dos meios SIV a nível nacional, foi transferido para o a base da ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) sedeada na cidade de Vila do Conde, onde se encontra a exercer funções como TAE até ao momento. Entre o ano 2000 e 2005 foi elemento do corpo activo dos Bombeiros Voluntários de Esposende. Começando por exercer a actividade na categoria de aspirante, ocupava o posto de bombeiro de 2ª Classe do quadro activo, quando pediu demissão por incompatibilidade a nível profissional. É formador de diversas entidades que ministram formação a empresas, relativamente à temática dos primeiros socorros, higiene e segurança no trabalho (HST) e brigadas de incêndios.
  • 5. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 1 Rúben Viana Resumo A elaboração deste manual surge na sequência, do estágio que efectuei na viatura de suporte imediato de vida que o INEM tem sedeado na cidade de Vila do Conde, na qual também exerço funções profissionais como Técnico de Ambulância de Emergência – TAE. O estágio insere-se no último dos módulos, da Pós-Graduação em Higiene e Segurança, que a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viana do Castelo – ESTG, promoveu no ano lectivo 2009/2010, na qual esta já se encontra na sua 6ª edição. O tema do estágio por mim escolhido permitiu que eu pudesse efectuar uma recolha de dados e informação exaustiva da actividade dos TAE´s, para que eu neste momento possa estar a apresentar um Manual de Segurança e Boas Práticas para os Profissionais TAE´s do INEM, para que no futuro, sirva de complemento a toda a formação já ministrada pela instituição, para que os técnicos se possam orientar de forma a exercerem a sua actividade de uma maneira mais segura e profissional. Com este estágio pretendi elaborar uma manual que permita elucidar muitos dos procedimentos de actuação inerentes à actividade exercida pelo TAE, durante o exercício das suas funções como elemento activo do sistema integrado de emergência médica nos meios INEM, O manual está dividido em três temas principais, sendo que o primeiro a ser abordado será a temática da Avaliação dos Riscos, fazendo referência aos tipos de risco que um trabalhador na generalidade pode estar sujeito no exercício da sua actividade. Depois o segundo tema fala da temática da Gestão do Risco, onde será abordado 16 situações reais onde é indicado ao TAE, o melhor procedimento a tomar para que corra o mínimo de risco possível no decorrer da sua actuação. Finalmente os Aspectos Ergonómicos será o último tema a ser abordado, fazendo referência às possíveis lesões músculo esqueléticas que o TAE possa vir a desenvolver, fruto muitas das vezes da falta de cuidado aquando a manipulação de carga, em prol de um melhor conforto e segurança às vitimas assistidas.
  • 6. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 2 Rúben Viana Índice 1 - Introdução 10 2 - Metodologia 12 3 - Resumo Histórico 13 4 - Enquadramento Legal 15 5 - Meios disponíveis 16 5.1 – Evolução dos meios em território nacional 5.2 – Descrição da actividade 19 20 MANUAL DE SEGURANÇA E BOAS PRÁTICAS PARA OS PROFISSIONAIS TAE´s DO INEM Temáticas Gerais Abordadas no Manual Hierarquia da cadeia de comando Funções do INEM, no papel de agente da protecção civil Comandante das Operações de Socorro Sistema de Gestão de Operações Desenvolvimento da cadeia de comando Síntese do exposto 22 23 24 24 25 25 26 1 – AVALIAÇÃO DOS RISCO 27 1 – Contaminantes 28 1.1 – CONTAMINANTES QUÍMICOS 29 1.1.1. - Conceitos 30 1.1.2 – Vias de entrada no organismo 30 1.1.3 – Valores Limites de exposição - VLE 32 1.1.4 – Fichas toxicológicas e de segurança - FDS 32 1.1.5 – Rotulagem de embalagem 34 1.1.6 – Frases de risco e segurança 37 1.2 – CONTAMINANTES FISICOS 39 Iluminação 39 Ruído 39 Temperatura 40 Humidade 40 Radiações ionizantes 40 1.3 – CONTAMINANTES BIOLÓGICOS 41 1.3.1 – Vias de entrada no organismo 41 1.3.2 – Classificação dos agentes biológicos 41 1.3.3 – Medidas de prevenção e protecção dos riscos 43
  • 7. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 3 Rúben Viana 2 – GESTÃO DO RISCO 45 2.1 – INCÊNDIOS EM HABITAÇÕES OU VIATURAS 47 2.2 – MANUSEAMENTO DE UM EXTINTOR 49 2.2.1 – Como se inicia um incêndio? 49 2.2.2 – Tipos de incêndio 50 2.2.3 - Extintores 51 2.2.4 - Simbologia 51 2.2.5 – Classificação dos extintores 52 2.3 – DERRAME COM PRODUTOS QUIMICOS 55 2.4 – MANUSEAMENTO DO OXIGÉNIO 56 2.4.1 – Perigo do enriquecimento com oxigénio 2.4.2 – Cuidados no seu manuseamento 2.4.3 – Relato de casos reais potencialmente perigosos 56 57 58 2.5 – FUGA DE GÁS COMBUSTÍVEL 59 2.6 – INTOXICAÇÃO POR MONOXIDO DE CARBONO - CO 61 2.6.1 – Algumas estatísticas 61 2.6.2 – Mecanismos de acção do CO 2.6.3 – Actuação do TAE 62 64 2.7 - SISMOS 65 2.7.1 – Actuação durante a ocorrência de um sismo 67 2.7.2 – Actuação depois da ocorrência de um sismo 69 2.8 - NEVÕES 70 2.9 – VIOLÊNCIA NO LOCAL DE TRABALHO 72 2.10 – EVACUAÇÕES DE EMERGÊNCIA 74 2.10.1 – Evacuação no edifício onde se encontra a base INEM 75 2.10.2 – Evacuação em locais públicos 75 2.10.3 – Evacuação em lares ou hospitais 75 2.11 – ACIDENTES ELÉCTRICOS 77 2.11.1 – Efeito fisiológico e físicos da corrente eléctrica 77 2.11.2 – Tipos de contacto com a electricidade 77 2.11.3 – Diversas formas de morrer electrocutado 79 2.11.4 – A trajectória da corrente 80 2.11.5 – Efeitos da corrente eléctrica sobre o corpo humano 81 2.11.6 – O choque e suas consequências (acção directa) 81 2.11.7 – As consequências de um acidente eléctrico 83 2.11.8 – Factores responsáveis pelas lesões 84 2.11.8.1 – A intensidade de corrente 85 2.11.9 – Quadro eléctrico (Função) 86 2.11.10 – Protecção dos circuitos 86 2.11.11 – Protecção das pessoas 87 2.11.12 – Procedimentos de segurança na actuação do TAE 89 2.11.13 – Considerações finais 92 2.12 – EQUIPAMENTO DE PROTECÇÃO INDIVIDUAL – EPI 2.12.1 – EPI´s na área da segurança rodoviária 93 93
  • 8. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 4 Rúben Viana 2.12.2 – EPI´s na área da Bio-segurança 2.12.3 – EPI´s usados no contacto directo com produtos perigosos 94 95 2.13 – SINALIZAÇÃO E PROTECÇÃO RODOVIÁRIA 97 2.13.1 – Razão da cor escolhida para os meios INEM 2.13.2 – Regras importantes de segurança 2.13.3 – Considerações finais 2.13.4 – Casos práticos de possíveis cenários no local da ocorrência 98 99 103 103 CASO Nº1 – Colisão frontal de dois veículos numa EN em que as viaturas ficam imobilizadas quase a meio da via. CASO Nº2 – Colisão entre dois veículos numa auto-estrada ou via equiparada. CASO Nº3 – Colisão frontal de dois veículos num IP ou EN em que as viaturas ficam imobilizadas na berma. CASO Nº4 – Colisão frontal/lateral entre dois veículos numa EN ou EM sendo que as viaturas imobilizam-se numa das faixas de rodagem. CASO Nº5 – Colisão frontal entre um veículo ligeiro e uma moto numa EN ou EM. CASO Nº6 – Colisão entre dois veículos ligeiros numa via com 4 faixas de rodagem no mesmo sentido. CASO Nº7 – Atropelamento de um peão na passadeira. CASO Nº8 – Accionamento para uma ocorrência num domicílio. 105 107 109 110 111 112 113 114 2.13.5 – Evacuação via helicóptero 117 2.13.5.1 – Cálculo da área de aterragem em segurança 2.13.5.2 – Áreas de perigo e procedimento de aproximação 121 122 2.14 – IDENTIFICAÇÃO DAS MATÉRIAS PERIGOSAS 123 2.14.1 – Regulamentos 2.14.2 – Etiquetas de perigo 2.14.3 – Sistema de classificação de riscos (por Classes) 124 125 126 CLASSE 1 – Matérias e objectos explosivos 126 CLASSE 2 – Gases 127 CLASSE 3 – Matérias liquidas inflamáveis 128 CLASSE 4 – Matérias sólidas inflamáveis (…) 128 CLASSE 5 – Matérias comburentes 129 CLASSE 6 – Matérias tóxicas 130 CLASSE 7 – Matérias radioactivas 131 CLASSE 8 – Matérias corrosivas 132 CLASSE 9 – Matérias e objectos perigosos diversos 133 2.14.4 – Painel Laranja 2.14.5 – Várias tipologias para o transporte de matérias perigosas 2.14.6 – Actuação do TAE (Sequência do atendimento) 2.14.7 – Tipos de lesões ocasionadas por produtos perigosos 2.14.8 – Relato de um trágico acidente envolvendo equipas de socorro 134 138 141 145 146 2.15 – BIO-SEGURANÇA 147 2.15.1 – Precauções universais 148 2.15.2 – Procedimentos para a lavagem e desinfecção das mãos 150 2.15.3 – Medidas de protecção individual básicas 153 2.15.4 – Procedimento de colocação e remoção dos EPI´s 153 2.15.4.1 – Colocação dos EPI´s (Bata+máscara+luvas) 154 2.15.4.2 – Remoção dos EPI´s 156 2.15.4.3 – Procedimento para retirar as luvas contaminadas 157 2.16 – LIMPEZA E HIGIENE 158 2.16.1 - Limpeza 158
  • 9. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 5 Rúben Viana 2.16.2 – Produtos desinfectantes (ANIOS DDSH, SURFANIOS, PRESEPT) 160 2.16.3 – Procedimento de lavagem do pavimento 162 2.16.4 – Técnica de desinfecção para situações de derrame 164 2.16.5 – Resíduos hospitalares 166 2.16.5.1 – Classificação dos resíduos hospitalares 166 2.16.5.2 – Caracterização por grupo de resíduos 167 2.16.5.3 – Meios para a deposição dos resíduos 168 2.16.5.4 – Transporte dos resíduos 168 2.16.5.5 – Regras sobre a manipulação e transporte de resíduos 2.16.5.6 – Contentor de armazenamento VS grupo de lixo 169 170 3 – ASPECTOS ERGONÓMICOS 172 3.1 – Dimensão do problema 172 3.2 – Dados do INEM 173 3.3 – Movimento Manual de Carga 174 3.4 – Factores de risco resultantes do tipo 175 3.5 – Regras de boas práticas 177 3.6 – Causa para as LME´s (Lesões Músculo Esqueléticas) 178 3.7 – Lesões associadas às más posturas 179 3.8 – Recomendação a adoptar pelo TAE 180 3.9 – Figuras ilustrativas de boas práticas 181 3.9.1 – Posturas a evitar 182 3.9.2 – Posturas correctas e erradas 182 3.9.3 – Transferência de um paciente da cama para a cadeira 182 3.9.4 – Exercícios de relaxamento muscular 184 3.10 – Característica da carga do pré-hospitalar 185 3.10.1 - Procedimento para a colocação do saco 1 atrás das costas do TAE 186 3.10.2 – Configuração do transporte do material 187 3.10.3 – Procedimento para elevação da maca “do chão” c/ 2 elementos 188 3.10.4 – Procedimento para elevação da maca “do chão” c/ 4 elementos 188 3.10.5 – Procedimentos para elevação da maca da “½ altura” c/ 2 elem. 188 6 – Apresentação e discussão dos resultados 190 7 - Conclusão 191 8 - Referências Bibliográficas 192 APÊNDICES 194 (Anexos do Manual) Ficha dos Dados de Segurança (FDS) do Oxigénio ANEXO1 Ficha dos Dados de Segurança (FDS) do Presept ANEXO2 Ficha dos Dados de Segurança (FDS) do Surfanios ANEXO3 Ficha dos Dados de Segurança (FDS) do ANIOS DDSH ANEXO4 Ficha dos Dados de Segurança (FDS) do Álcool Etílico ANEXO5 Lista de Frases de Risco ANEXO6 Lista de Frases de Segurança ANEXO7 Regras básicas na utilização de extintores Resumo das etiquetas de perigo associadas às diferentes classes das matérias perigosas ANEXO8 ANEXO9
  • 10. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 6 Rúben Viana Índice de Imagens Imagem 1 – Decreto-Lei n.º 220/2007 de 29 de Maio Imagem 2 – Foto dos CODU e CODU-Mar Imagem 3 – Meios INEM: Mota, ambulância SBV e SIV Imagem 4 – Meios INEM: VMER, ambulância recém-nascidos, helicópteros Imagem 5 – Organograma resumo dos meios INEM Imagem 6 – Distribuição geográfica dos meios do INEM em Portugal continental, respectivamente, ambulâncias INEM, VMER e Helicópteros. Imagem 7 – Informação presente num rótulo Imagem 8 – Exemplo de um rótulo de um produto químico Imagem 9 – Classificação das propriedades de perigo vs categoria do perigo Imagem 10 – Símbolos de perigo usados em rotulagem (Quadro resumo) Imagem 11 – Símbolo identificativo de um extintor Imagem 12 – Elementos base presentes num extintor Imagem 13 – Ilustração da escala de Richter Imagem 14 – Falhas e Placas tectónicas existentes em Portugal Imagem 15 e 16 – Imagem ilustrativa do contacto directo com a electricidade Imagem 17 e 18 – Imagem ilustrativa do contacto directo com a electricidade Imagem 19 e 20 – Imagem ilustrativa do contacto indirecto com a electricidade Imagem 21 – Imagem ilustrativa das possíveis trajectórias da corrente Imagem 22 e 23 – Ilustração do coração e do sistema circulatório Imagem 24 – Efeitos fisiológicos provocados pela intensidade de corrente Imagem 25 – A ambulância chega pelo lado esquerdo Imagem 26 – A ambulância chega pelo lado direito Imagem 27 – Ilustração do teatro de operações com todos os meios de emergência envolvidos no socorro. Imagem 28 – Chegada da ambulância e imobilização em modo de sinalização e protecção em auto-estrada (Exemplo nº1) Imagem 29 – Chegada da ambulância e imobilização em modo de sinalização e protecção em auto-estrada (Exemplo nº2) Imagem 30 – Ilustração da disposição dos meios de socorro presentes no teatro de operações em sinistros deste tipo. Imagem 31 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância (A ambulância chegou pelo lado esquerdo – ex. nº1) Imagem 32 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância (A ambulância chegou pelo lado direito – ex. nº2) Imagem 33 – Ilustração da disposição dos meios de socorro presentes no teatro de operações no sinistro Imagem 34 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância que chegou ao sinistro pelo lado esquerdo da imagem – ex. nº2) Imagem 35 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância que chegou ao sinistro pelo lado direito da imagem – ex. nº2) Imagem 36 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância que chegou ao sinistro pelo lado cima da imagem – exemplo nº1) Imagem 37 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância que chegou ao sinistro pelo lado esquerdo da imagem – ex.º2) Imagem 38 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância no local do acidente Imagem 39 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância no local do acidente Imagem 40 – Ilustração da correcta posição de imobilização da ambulância quando arranja espaço para estacionar a viatura (exemplo nº1) Imagem 41 – Ilustração da posição de imobilização mais indicada para ambulância quando não tem espaço para estacionar (exemplo nº2) Imagem 42 – Ilustração da zona de aterragem Imagem 43 – Ilustração do valor de (D) no helicóptero Bell 412EP Imagem 44 – Exemplo do painel laranja identificando o material e os perigos associados Imagem 45 – Painel laranja indicativo de perigo de explosão Imagem 46 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo substâncias explosivas Imagem 47 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo gases Imagem 48 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo líquidos inflamáveis Imagem 49 – Exemplo de etiquetas de sólidos inflamáveis Imagem 50 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo oxidantes e peróxidos orgânicos Imagem 51 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo substâncias tóxicas e infectantes Imagem 52 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo substâncias radioactivas Imagem 53 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo substâncias corrosivas Imagem 54 – Exemplo de etiquetas de perigo, envolvendo substâncias perigosas diversas Imagem 55 – Etiqueta indicando matéria transportada quente Imagem 56 – Placa laranja com Nº de perigo e nº ONU Imagem 57 – Forma de colocação dos painéis laranja e etiquetas em veículos cisterna Imagem 58 – Alguns tipos de contentores/cisternas utilizados no transporte de matérias perigosas. Imagem 59 – Delimitação da zona de perigo Imagem 60 – Zona das mãos mal lavadas Imagem 61 – Procedimento para remoção das luvas contaminadas Imagem 62 – Indicação do peso máximo ideal mediante a posição da pessoa e da carga. Imagem 63 – Tipos de lesões associadas às más posturas 15 16 17 17 18 19 33 33 34 37 51 51 65 66 77 78 78 80 83 85 105 105 105 107 107 107 109 109 109 110 110 111 111 112 113 114 114 119 120 124 126 127 128 128 129 130 131 132 132 133 133 134 137 138 142 150 157 176 179
  • 11. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 7 Rúben Viana Índice de Fotos Foto 1,2 e 3 – Incêndios urbanos e em viaturas Foto 4 – Foto de extintor presente no interior da ambulância Foto 5 e 6 – Fotos da localização das garrafas de oxigénio 20L e 3L no interior da ambulância SIV Fotos 7 e 8 – Acidentes com derrame de óleos Foto 9 e 10 – Foto que ilustra a tarefa incumbida aos populares de forma a criar uma cobertura protectora Foto 11 – Disjuntores magneto térmicos Foto 12 e 13 – Fusíveis Foto 14 – Disjuntor diferencial de 30mA Foto 15 – Disjuntor diferencial da EDP Fotos 16,17 e 18 - Vestimentas de protecção por níveis Foto 19 – Viatura NRBQ do INEM Foto 20 – Acidente na A23, com autocarro que transportava alunos da universidade sénior de Castelo Branco em que morreram 17 pessoas. Foto 21 e 22 – Fotos ilustrativa da má visibilidade quando se encontra nevoeiro Foto 23,24 e 25 – Ilustração da posição de protecção Foto 26 – Ilustração da não criação da distância mínima de 15 metros e do mau posicionamento da ambulância. Foto 27 e 28 – Ilustração da direcção das rodas em terrenos com declive Foto 29 a 32 – Perigos provocados por desmoronamentos Foto 33 – Ilustração da má imobilização assumida pela viatura de socorro no local do sinistro. Foto 34 – Ilustração real do tipo de acidente abordado neste caso. Foto 35 – Actuação das equipas do INEM, a uma vitima de atropelamento Foto 36 a 42 – Heli-transporte Primário a partir de locais não preparados Foto 43 – Transporte secundário a efectuar pelo helicóptero Foto 44 – Ilustração da área mínima de segurança para aterrar um helicóptero Foto 45 e 46 – Várias tipologias de armazenamento das matérias perigosas Foto 47 – Fusão de Termoplásticos Foto 48 e 49 – Exemplo de embalagens com fertilizantes Foto 50 – Exemplo de embalagens com pesticidas. Foto 51 e 52 – Instalações de um reactor nuclear Fotos 53 à 56 – Diferentes tipos de painel laranja Foto 57 – Camião de carga geral estacionado, é visível a placa de sinalização cor-de-laranja avisando o transporte de matérias perigosas (…) Foto 58 – Veículo cisterna de transporte de refinados de petróleo Foto 59 – Traseira de um camião de transporte de botijas de gás, é visível a placa de sinalização e a circulação com as luzes acesas Foto 60 – Incêndio na zona industrial de Vila do Conde em que a equipa de socorro pré-hospitalar foi a primeira a chegar ao local (2009) Foto 61 – Despiste de camião cisterna transportando ácido clorídrico Foto 62 – Acidente envolvendo viatura cisterna de transporte gás propano Fotos 63 e 64 – Acidentes graves envolvendo veículos de transporte de matérias perigosas Fotos 65 à 74 – Fotos de acidentes de veículos que transportam matérias perigosas Foto 75 – Foto do teatro de operações de socorro, onde esteve envolvido uma viatura de transporte de matérias perigosas Foto 76 – Gel desinfectante MED + Foto 77 – Foto da disposição do papel de mãos, gel desinfectante e sabão liquido no interior da célula sanitária da ambulância Foto 78 e 79 – Ilustração para o correcto transporte na configuração 1 Foto 80 e 81 – Ilustração para o correcto transporte na configuração 2 47 54 57 58 73 86 86 87 87 95 96 97 98 99 100 102 102 107 109 113 117 118 121 123 129 130 131 132 134 139 140 140 141 141 141 144 145 146 153 153 187 187 Índice de Quadros Quadro 1 – Classes dos fogos e sua relação com o tipo de materiais Quadro 2 – Tipos de extintores vs aplicações vs restrições Quadro 3 – Eficácia do agente extintor perante a classe do fogo Quadro 4 – níveis de tensão existentes na rede eléctrica nacional Quadro 5 – Classes de matérias perigosas Quadro 6 – Código de identificação de perigo Quadro 7 – Regras de segurança para o manuseamento de produtos desinfectantes 50 53 54 84 126 135 157 Índice de Gráficos Gráfico 1 – Gráficos que demonstram a evolução dos meios INEM s terrestres profissionalizados desde 2001 até 2010 Gráfico 2 – Efeitos da inalação de monóxido de carbono em baixas concentrações no ar ambiente 19 64
  • 12. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 8 Rúben Viana Índice de Organogramas Organograma 1 – Resumo dos contaminantes a que os TAE´s se encontram potencialmente expostos. Organograma 2 – Lista dos riscos associados aos agentes químicos 28 29 Índice de Ilustração Ilustração 1 – Excerto do Decreto-Lei nº 134/2006 de 25 de Julho (SIOPS) Ilustração 2 – Procedimento a tomar em caso de incêndio num edifício 24 76
  • 13. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 9 Rúben Viana Lista de siglas e acrónimos TAE - Técnico de Ambulância de Emergência ESTG - Escola Superior de Tecnologia e Gestão INEM - Instituto Nacional de Emergência Médica SIV - Suporte Imediato de Vida SBV - Suporte Básico de Vida SNBPC - Serviço Nacional Bombeiros e Protecção Civil SAV - Suporte Avançado de Vida VMER - Viatura Médica de Emergência e Reanimação CODU - Centro de Orientação de Doentes Urgentes EN - Estrada Nacional IP - Itinerário Principal EM - Estrada Municipal SIOPS - Sistema Integrado de Operações e Protecção e Socorro DON - Directiva Operacional Nacional CDOS - Comando Distrital de Operações de Socorro DIOPS - Dispositivo Integrado das Operações de Protecção e Socorro APC - Agentes da Protecção Civil GPL - Gás de Petróleo Liquefeito EPI - Equipamento de Protecção Individual
  • 14. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 10 Rúben Viana 1 – Introdução O tema do estágio, surgiu, no sentido de puder vir a colmatar, uma necessidade formativa que o INEM ainda não implementou para a instrução de elementos que possam a vir desempenhar funções como TAE. Dado a extensão verificada de actuação do próprio INEM, à variabilidade de acções e a multiplicidade de agentes envolvidos na emergência médica, irei direccionar este manual especificamente aos profissionais TAE do INEM, que exercem funções nas ambulâncias de SBV e SIV, espalhados pelo país. Escolhi este grupo específico dos profissionais da emergência pré-hospitalar para desenvolver o meu trabalho, por três razões. A primeira razão deve-se ao facto de esta ser a área profissional no INEM que apresenta mais número de efectivos, cerca de 633 (*), do universo de 1302, sendo que correspondem a 48,6% do total de todos os elementos, que exercem funções na instituição. Por esta razão, o manual terá um maior número de destinatários, para o puderem consultar. A segunda razão, surge no meu ver, porque o INEM continua a apresentar uma lacuna de formação de determinadas temáticas na instrução e preparação dos seus técnicos, para que possam estar devidamente capacitados para responder a todas as exigências que este tipo de actividade impõe. Muitos dos elementos admitidos para exercer funções como TAE, não têm experiência de terreno na área da emergência pré-hospitalar, sendo que muito do conhecimento que irão a adquirir, sobre algumas das temáticas em falta que pretendo retratar, ocorrem já no decorrer na sua actividade profissional, por vezes com o auxílio dos seus colegas mais experientes. Por esse motivo quero dar o meu contributo para que o INEM possa fornecer a cada TAE recém- formado, um manual onde conste toda essa informação que no meu ponto de vista é pertinente para que o técnico venha a ter uma melhor conduta profissional no futuro da sua actividade. Ora vejamos, além da formação específica na área do socorro pré-hospitalar, desfibrilhação automática externa (DAE) e do curso de condução defensiva, o técnico não possui mais nenhuma área de conhecimento ministrada pelo INEM. Quando os novos técnicos ficam habilitados para exercerem o socorro pré hospitalar, todos eles tiveram a indicação expressa aquando a sua formação, que só o devem fazer (actuar) quando existe condições de segurança no local. Trata-se portanto de fazer cumprir escrupulosamente a primeira directriz do seu protocolo de actuação. Agora, coloco a questão, quais são os verdadeiros conhecimentos que cada técnico possui que permita que este faça uma correcta avaliação e gestão do risco quando são chamados para intervir em determinada ocorrência? (*) - Segundo os dados estatísticos de 2009
  • 15. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 11 Rúben Viana Que eu tenha conhecimento não existe nenhuma formação instituída pelo INEM para sensibilizar os seus profissionais para as condições de segurança, no trabalho de rua. Qual é a formação que o INEM institui aos seus profissionais, de forma a sensibiliza-los para as possíveis lesões músculo esqueléticas que possam vir a desenvolver no decorrer da sua actividade? Deste modo considero imperativo que deva existir mais formação e informação nesta área, para que todos os técnicos de ambulância de emergência desenvolvam a sua actividade no INEM com maior segurança. Por fim, pretendo também, com este manual, testar as competências adquiridas no curso em contexto de trabalho e dotar a instituição INEM, de documentos de segurança no sentido de implementar a avaliação de riscos na instituição.
  • 16. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 12 Rúben Viana 2 – Metodologia A metodologia adoptada para a elaboração do manual consistiu no tratamento da recolha de informação e dados durante o período de estágio, nos conhecimentos adquiridos ao longo de 10 anos de experiência na actividade do pré-hospitalar, sendo que os primeiros 5 anos foram adquiridos em contexto de serviço voluntariado na corporação dos Bombeiros Voluntários de Esposende e os últimos 5 anos, já ao serviço do INEM, como profissional de emergência pré-hospitalar. A informação introdutória e de desenvolvimento das diferentes temáticas, foi realizada tendo por base a recolha e tratamento da informação retirada dos sites oficiais das várias entidades com responsabilidade no assunto, tais como, a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), que me auxiliou na elaboração dos temas da Gestão do Risco, como por exemplo, no incêndio em habitações ou viaturas, sismos, nevões, etc. Nos acidentes eléctricos, foi consultado o site oficial da REN – Rede Eléctrica Nacional. Também me servi dos conhecimentos adquiridos das diversas temáticas abordadas ao longo da Pós-Graduação em SHT, na qual presenciei.
  • 17. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 13 Rúben Viana 3-Resumo Histórico A emergência médica tem origem na época das guerras Napoleónicas, onde são documentados os primeiros registos de intervenções, associados ao cirurgião Dominique Larrey nos campos de batalha. Neste início da história da emergência médica os feridos eram evacuados para os hospitais de campanha onde eram prestados os primeiros socorros. Esta filosofia de abordagem aos doentes manteve-se até metade do séc XIX. No entanto no final da década de 30, o cirurgião Kirschener altera um pouco o próprio conceito de emergência médica pré-hospitalar, propõe que prioritariamente se deveria levar o médico ao doente ao invés do tradicional transporte rápido do doente ao médico. Com a 2ª Grande Guerra este conceito ganhou uma maior importância. O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) no início da sua criação, afirmou-se na sociedade portuguesa como organismo público responsável pelo auxílio de socorro à população em caso de acidente ou doença súbita, realizando não só o socorro aos doentes como também o transporte do local da ocorrência para uma unidade Hospitalar sempre que necessário. O INEM surge no importante início dos anos 70, aquando da reformulação do sistema básico de saúde, cria-se o Serviço Nacional de Ambulâncias e posteriormente o Gabinete de Emergência Médica, tendo a história rapidamente evoluído desde o ano de 1971 (ano da criação o Serviço Nacional de Ambulâncias através do Decreto Lei nº 511/71 de 22 de Novembro), a evolução das técnicas de emergência pré-hospitalar e de todos os dispositivos técnicos envolvidos em toda a cadeia de procedimentos de emergência médica indiciaram a evolução do INEM até ao seu estado actual. A evolução recente do INEM tem sido baseado em três grandes linhas orientadoras, a evolução científica e tecnológica, reforma do próprio sistema de saúde e a certificação da qualidade. Em termos de qualidade há uma especial preocupação para a certificação do INEM de acordo com as normas: - ISO 14001/1999 (Sistema de Gestão Ambiental); - ISO 9001/2000 (Sistema de Gestão da Qualidade); - OSHA 18001/1999 (Sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho segundo referenciais normativos internacionais);
  • 18. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 14 Rúben Viana - NP 4397/2001 (Sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho segundo referenciais normativos nacionais). Actualmente a nível mundial existem dois modelos de acção em emergência médica pré- hospitalar, também identificados na evolução histórica, e que são: ► “Load and Go” ou “Scoop and Run” – Método de origem Americano, caracterizado por uma acção de resgate imediato do doente e transporte para o hospital. ► “Stay and Play” – Método de origem Francófona, caracterizado pela estabilização do doente no terreno e posterior transporte para a unidade hospitalar. No nosso país o funcionamento baseia-se nos métodos do sistema francês SAMU de France (Sistéme Ambulatoire de Médicin Urgent), ou seja numa primeira abordagem à vítima há uma preocupação com a estabilização da vítima e posteriormente o seu transporte para o hospital caso seja necessário.
  • 19. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 15 Rúben Viana 4-Enquadramento Legal Quanto ao enquadramento legal do INEM, este é feito pelo Decreto-lei nº 167/2003 de 29 de Julho, ficando então responsável pela coordenação do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM). Com a aprovação deste diploma há a preocupação de tornar o INEM “numa estrutura adaptada à complexidade e responsabilidade da urgência/emergência primando pela eficácia e eficiência nas suas múltiplas vertentes”. Este Decreto de Lei vem alterar a orgânica aprovada em 1981 através do Decreto-lei nº234/81, introduzindo uma nova filosofia de acção procurando actualizar esta área de acção médica em função das exigências da evolução científica e tecnológica, bem como uma lógica global de reforma do sistema de saúde, bem como de aprofundamento da qualidade dos serviços de urgência/emergência prestados. Posteriormente através da Portaria nº 458-A/2004 (2ª série) é aprovado o regulamento da organização interna do INEM, o qual possui neste novo modelo competências muito específicas das diversas áreas chave envolvidas na acção deste organismo. Imagem 1 – Decreto-Lei n.º 220/2007 de 29 de Maio NOTA: No site do INEM, em www.inem.pt, pode ter acesso a uma panóplia de legislação envolvendo a actividade do INEM.
  • 20. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 16 Rúben Viana 5-Meios Disponíveis Podemos tentar explicar a acção do INEM através da sua prática de contacto com o público, elucidando o leitor que todos os meios do INEM são accionados através de uma central de gestão da emergência médica, mais conhecido por CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgente) sendo que a sua principal função de triagem é desenvolvida em três momentos distintos: 1º - Atendimento da chamada pelos operadores do CODU, percepção da situação em si e proposta de resposta para quem liga e simultaneamente accionamento dos meios INEM necessários. 2º - Verificação da situação pelo Médico regulador, confirma o envio dos meios INEM e qual a unidade hospitalar que irá receber o doente. 3º - Accionamento dos meios INEM, após confirmação do médico regulador a coordenação dos meios é garantido por um posto com telefone, computador e rádio. Imagem 2 – Foto dos CODU e CODU-Mar Para fazer face a todos os pedidos de emergência em todo o território nacional, o INEM possui 4 CODU em Portugal Continental, sendo que estes incorporam também os CODU-Mar. Existem um na cidade do Porto, Coimbra, Lisboa e Faro.
  • 21. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 17 Rúben Viana A interacção entre o CODU e as vítimas é assegurada pelos meios/equipas operacionais, podendo estas ser de 6 tipos diferentes, conforme a necessidade da situação: - Mota (Tripulada por um TAE); - Ambulância SBV (Tripulada por dois TAE´s) - Ambulância SIV (Tripulada por um TAE e um Enfermeiro); - Ambulância Recém Nascidos (Tripulada por TAE + Médico + Enfermeiro); - VMER (Tripulado por um Enfermeiro e um Médico); - Helicóptero (Tripulado por Piloto e Co-piloto + Medico e Enfermeiro) Nota: Nos dois primeiros meios apenas é instituído o suporte básico de vida às vítimas. Imagem 3 – Meios INEM: Mota, ambulância SBV e SIV Imagem 4 – Meios INEM: VMER, ambulância recém-nascidos, helicópteros
  • 22. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 18 Rúben Viana Imagem 5 – Organograma resumo dos meios INEM e não INEM Estes meios só são disponibilizados depois da autorização dos médicos reguladores do CODU, tendo estes um papel essencialmente de gestores de meios e supervisão das decisões de accionamento dos meios. Existem ainda outras estruturas especializadas na acção do INEM tais como: ● CAPIC – Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise, sendo este o serviço que faz o acompanhamento psicológico do pessoal do INEM e uma das equipas operacionais em caso de catástrofe. ● CIAV – Centro de Informação Anti-Venenos, este centro é o responsável como o nome indica pelas questões ligadas à intoxicação. ● CIPSE – Centro de Intervenção e Planeamento para Situações de Excepção, tendo este centro as competências na área dos simulacros e a elaboração dos planos de emergência de eventos ou cenários excepcionais, bem como o planeamento e coordenação das equipas em missões internacionais.
  • 23. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 19 Rúben Viana A acção no terreno do INEM está dependente de um conjunto de meios técnicos e humanos que possibilitam toda a dinâmica de socorro do nosso país, assegurando uma cobertura de toda a área geográfica do país. Desde a sua fundação a quantidade dos meios tem vindo a aumentar e a diversificar-se, note-se pela figura abaixo a distribuição geográfica dos meios INEM. Imagem 6 – Distribuição geográfica dos meios do INEM em Portugal continental, respectivamente, ambulâncias INEM, VMER e Helicópteros. 5.1 – Evolução dos meios em território nacional Gráfico 1 – Gráficos que demonstram a evolução dos meios INEM s terrestres profissionalizados desde 2001 até 2010
  • 24. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 20 Rúben Viana No plano qualitativo do panorama nacional da emergência pré-hospitalar, a evolução têm sido positiva, com a profissionalização de um número significativo de meios. Hoje, além dos meios com suporte avançado de vida (SAV), com 42 VMER e 5 helicópteros, há 28 ambulâncias SIV e 61 ambulâncias SBV, profissionalizadas. 5.2- Descrição da actividade O facto de não existir informação sistematizada referente às técnicas de abordagem aos doentes em situação de emergência, pode levar a uma complicada definição de risco para o tripulante. O trabalho destes tripulantes é desenvolvido essencialmente em 10 momentos distintos, traduzindo-se essencialmente: 1ª - De prontidão na base (status BASE); 2ª - Accionamento para a ocorrência (status CAMINHO DO LOCAL); 3ª - Chegada ao local e preparação da intervenção (status LOCAL); 4ª - Avaliação e prestação de cuidados à(s) vitima(s) de doença súbita ou trauma; 5ª - Preparação da (s) vitimas (s) para o transporte e passagem desta (s) para a ambulância; 6ª - Caminho do hospital – transporte (status CAMINHO DO HOSPITAL); 7ª - Chegada ao hospital e entrega da (s) vitima (s) à equipa de serviço (status HOSPITAL); 8ª - Preenchimento de verbetes e outros documentos. 9ª - Reposição do material nas mochilas de 1ª intervenção do veículo e passagem a disponível (status DISPONIVEL) (*); 10ª - Regresso à base (status BASE); Estes profissionais têm não só o constrangimento temporal associado à sua tarefa, pois estabilizar um doente em estado crítico implica uma luta contra o tempo, como também têm uma componente de trabalho em equipa muito marcado e ainda constrangimentos espaciais. É impossível definir uma acção individual na cadeia iniciada aquando de um telefonema para o 112, todo o trabalho é feito em equipa mesmo no caso da mota é importante o contacto com a equipa do CODU, desenvolvendo uma acção no terreno concertada com as indicações que lhes são dadas. (*) – Se não for possível passar a disponível no hospital, a ambulância deve regressar à base em status INOP. Deve ser notificado o CODU de tal situação.
  • 25. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 21 Rúben Viana MANUAL de SEGURANÇA e BOAS PRÁTICAS para o profissional TAE do INEM. 2010
  • 26. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 22 Rúben Viana TEMÁTICAS ABORDADAS NO MANUAL O manual para o profissional TAE do INEM está dividido nas seguintes temáticas: ASPECTOS ERGONÓMICOS GESTÃO do RISCO AVALIAÇÃO DOS RISCOS TEMÁTICAS ABORDADAS
  • 27. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 23 Rúben Viana HIERARQUIA DA CADEIA DE COMANDO Comandante das Operações de Socorro – COS A hierarquia da cadeia de comando preconizada para ocorrências que envolvem mais que um agente da protecção civil é infelizmente uma temática que para muitos dos TAE´s é de desconhecimento total. Por esse motivo, é dado a conhecer nesta fase inicial do manual, a hierarquia de comando a que todos se devem reger, afim de exercerem a sua actividade, sabendo exactamente o lugar que ocupam no sistema integrado das operações de protecção e socorro (SIOPS). As forças e meios de protecção civil consagrados na lei, são: - Forças Armadas (FA); - Guarda Nacional Republicana (GNR); - Policia de Segurança Pública (PSP); - Direcção Geral da Autoridade Marítima (DGAM); - Instituto Nacional de Emergência Média (INEM); - Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC); - Sapadores Florestais (SF); - Cruz Vermelha Portuguesa (CVP); - Associações Humanitárias dos Bombeiros (AHB); - Câmaras Municipais; - Juntas de Freguesia, - Sistemas Nacionais de Busca e Salvamento Aéreo e Marítimo (SNBSAM); - Instituto de Meteorologia (IM); - Direcção-Geral de Saúde (DGS); - Policia Judiciária (PJ); - Instituto da água (INAG); - Autoridade Nacional Florestal (AFN), - Empresa de Meios Aéreo (EMA); - Estradas de Portugal; - Instituto de Medicina Legal, - ANACOM, ANSR, REFER, ICNB, IPTM, INIR e outras entidades públicas e privadas).
  • 28. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 24 Rúben Viana Quando um incidente envolve mais de que um agente de socorro, está preconizado em diploma legal a hierarquia de competências e funções que cada um dos agentes de protecção civil deve assegurar. Deste modo dá-se a conhecer a todos os TAE´s e restantes elementos profissionais do INEM, que se encontra consagrado em diploma constitucional, através do D.L. nº134/2006 e da DON – Directiva Operacional Nacional nº1/2009, que o chefe da primeira força de socorro a chegar ao local do sinistro assume de imediato a função de comando da operação de socorro (COS). Funções do INEM, no papel de agente da Protecção Civil O INEM coordena todas as actividades de saúde em ambiente pré-hospitalar, a triagem e evacuações primárias e secundárias, a referenciação e transporte para as unidades de saúde adequadas, bem como a montagem de Postos Médicos Avançados (PMA); Executa a triagem e o apoio psicológico a prestar às vítimas no local da ocorrência, com vista à sua estabilização emocional e posterior referenciação para as entidades adequadas; O INEM garante as missões solicitadas pelo CNOS, de acordo com esta directiva, com os planos de emergência de protecção civil dos respectivos escalões e das suas próprias disponibilidades; O INEM articula-se, no cumprimento de todas as missões de apoio e assistência no âmbito desta directiva, a nível nacional, com o CNOS, a nível distrital, com o CDOS e no local da ocorrência, com o COS; Ilustração 1 – Excerto do Decreto-Lei nº 134/2006 de 25 de Julho (SIOPS)
  • 29. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 25 Rúben Viana Sistema de Gestão das Operações O Sistema de Gestão das Operações é uma forma de organização de um teatro de operações, que é utilizada seja qual for a importância e o tipo de ocorrência, e desenvolve- se de uma forma modular. A decisão do desenvolvimento da organização é da responsabilidade do Comandante das Operações de Socorro (COS), que a deverá utilizar sempre que os meios disponíveis do primeiro alarme e posteriormente do segundo alarme se mostrem insuficientes; Sempre que uma força de socorro das organizações integrantes do Sistema Integrado de Operações de Protecção e Socorro (SIOPS) seja accionada para uma ocorrência, o chefe da primeira equipa a chegar ao local assume de imediato a função de COS, dando assim início à DON Nº1/2009/ANPC – organização mínima de um teatro de operações, permitindo manter desde logo um sistema evolutivo de comando e controlo da operação; A assunção da função de COS deve ter em conta as competências, atribuições legais e capacidade técnica da entidade representada, tendo em vista a resolução adequada da situação; O Comandante de um Corpo de Bombeiros é o máximo responsável pelo Comando das Operações de Protecção e Socorro, na sua área de actuação, até à transferência do Comando para um responsável de escalão superior; A evolução da situação pode levar ao aumento da complexidade da operação e consequentemente do teatro de operações, pelo que o processo de transferência da função de COS é de vital necessidade, competindo a um elemento de Comando do Corpo de Bombeiros com a responsabilidade da área onde decorre o evento, assumir essa função; O comando próprio de cada força deverá ser proporcional e adequado ao envolvimento de meios humanos e materiais empregues pela mesma. Desenvolvimento da cadeia de comando (a) O desenvolvimento da cadeia de comando acontecerá sem prejuízo, e com base nas disponibilidades do momento, de uma resposta hierarquicamente adequada, coordenada e imediata à situação, de modo a evitar desenvolvimentos catastróficos das ocorrências.
  • 30. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 26 Rúben Viana (b) Extrapolando o tipo de hierarquia para os meios INEM, a responsabilidade da assumpção da função de Comandante das Operações de Socorro cabe por ordem crescente: – Ao Chefe da primeira equipa a chegar ao evento, independentemente da sua titularidade; – Ao Médico da 1ª VMER a chegar ao teatro de operações (no caso da 1ª equipa a chegar ao evento ser composta por meios INEM SIV ou SBV); – Ao Chefe do Grupo de Combate presente no teatro de operações; – Ao Oficial Bombeiro mais graduado, presente no teatro de operações; – Ao Comandante do Corpo de Bombeiros da área de actuação; – A nível intermunicipal ou regional ou por decisão do Comandante Operacional Nacional, em situações de maior complexidade que o justifiquem, a função de COS pode ser assumida por um elemento da estrutura de comando operacional distrital da ANPC; – A nível inter-distrital poderá assumir o Comando, um elemento da estrutura de comando operacional nacional da ANPC, se a situação o justificar ou por decisão do Comandante Operacional Nacional. (c) Na Faixa Litoral – Os Capitães dos Portos têm, de acordo com o Decreto-Lei nº 44/2002, de 2 de Março, competências de Protecção Civil na faixa litoral e nos espaços do Domínio Público Hídrico sob jurisdição da Autoridade Marítima Nacional. – Existindo sinergias que resultam da existência de um DIOPS com as valências diferenciadas dos vários APC, nomeadamente a Autoridade Marítima, os Capitães dos Portos, no âmbito das competências que a lei lhes confere, assumem as funções de COS no seu espaço de jurisdição e em articulação estreita com os CDOS dos Distritos onde se inserem as respectivas capitanias dos portos, sem prejuízo das competências nacionais da Protecção Civil. Síntese do exposto Perante o exposto, fica preconizado que o elemento INEM na função de TAE, caso seja o primeiro meio a chegar ao teatro de operações ficará como COS no momento, sendo que o deixará de ser, se porventura chegar ao local o médico de uma VMER, ou uma equipa dos bombeiros locais. A partir dessa altura deverá transferir essa função ao médico ou elemento dos bombeiros mais graduado chegado ao local. Deste modo, para que todo socorro se processe da melhor forma, e sem que haja possíveis desentendimentos entre as equipas de socorro, deve-se a partir desse momento, promover o diálogo entre equipas, para que desta forma sejam ultrapassadas as possíveis divergências do melhor método para socorrer os sinistrados, procurando sempre que possível, adoptar o procedimento que seja mais vantajoso para a integridade e saúde das vítimas.
  • 31. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 27 Rúben Viana Avaliação dos riscos Tema nº1
  • 32. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 28 Rúben Viana Tema 1 – AVALIAÇÃO DOS RISCOS 1 - CONTAMINANTES O meio ambiente de trabalho Estudar situações de poluição do meio ambiente, no que se refere a poluentes químicos, físicos, ou biológicos, é aplicar métodos e normas que tem em atenção a protecção do meio ambiente, pretendendo com isso a avaliação e prevenção do risco de doença para a comunidade em geral. Grande parte da vivência diária do homem, dá-se no meio ambiente de trabalho, onde podem ocorrer varias situações de poluição, como por exemplo, ruído, vibrações, radiações, poeiras e gases e vários tipos de poluentes biológicos. Na presença destas situações podem aparecer casos de doença profissional, originados pelas más condições de trabalho, ou seja, quando a presença destes poluentes ultrapassa os valores a partir dos quais podem causar doenças profissionais. Sendo assim, o TAE no fim deste módulo terá um maior leque de conhecimentos para que, possa realizar uma rápida avaliação ao local de cada ocorrência de modo a identificarem possíveis riscos para o exercício das suas funções. Neste pressuposto, os contaminantes a que o TAE está potencialmente expostos aquando o exercício das suas funções são: Organograma 1 – Resumo dos contaminantes a que os TAE´s se encontram potencialmente expostos. CONTAMINANTES QUIMICOS FISICOS INALAÇÃO Vias de entrada no organismo PELE INGESTÃO RUÍDO VIBRAÇÕES TEMPERATURA ILUMINAÇÃO HUMIDADE RADIAÇÕES IONIZANTES BIOLÓGICOS
  • 33. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 29 Rúben Viana PERIGO: Fonte ou situação com um potencial para o dano em termos de lesões ou ferimentos para o corpo humano ou de danos para a saúde, ou de danos para o ambiente do local de trabalho, ou uma combinação deste. RISCO: Combinação da probabilidade e da(s) consequência(s) da ocorrência de um determinado acontecimento perigoso. 1.1 – CONTAMINATES QUÍMICOS O risco associado aos agentes químicos traduz-se na possibilidade de que o perigo potencial associado ao agente químico possa concretizar-se nas condições de utilização ou na exposição a esse mesmo agente. Considera-se que uma actividade envolve agentes químicos quando são utilizados ou se destinam a sê-lo, incluindo a sua produção, o manuseamento, a armazenagem, o transporte ou a eliminação e o tratamento, ou a actividade que durante o seu decurso são produzidos agentes químicos. Organograma 2 – Lista dos riscos associados aos agentes químicos AGENTES QUIMICOS PERIGOSOS ACIDENTES DE TRABALHO DOENÇAS PROFISSIONAIS PROJECÇÕES QUEIMADURAS SATURNISMO ASBESTOSE SILICOSE DERMATITES INTOXICAÇÕES AGUDAS
  • 34. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 30 Rúben Viana 1.1.1– Conceitos Higiene Industrial – Conjunto de metodologias não médicas que estuda e avalia as condições físicas, químicas e biológicas com o pressuposto da prevenção das doenças profissionais. Em termos gerais a higiene industrial ocupa-se com a identificação dos contaminantes, promove a sua medição e compara com os valores limite de referência, e consequentemente procede à correcção. Assenta fundamentalmente em técnicas e medidas que incidem sobre o ambiente de trabalho. Contaminante – Considera-se um contaminante um produto químico, uma energia ou um microorganismo que presente num determinado meio, ambiental ou ocupacional pode afectar a saúde das pessoas. Contaminantes químicos – Os contaminantes químicos são constituídos por matéria inerte (não viva), sendo que se podem apresentar no ar ambiente em forma de poeira (gás ou vapor) ou de aerossóis (sólidos ou líquidos). Qualquer substância química é capaz de produzir efeitos nefastos no organismo humano se este a absorver em quantidade suficiente. As substâncias químicas não tem todas o mesmo potencial nefasto e o efeito tóxico que produz no organismo, dependerá naturalmente da dose absorvida, mas também do tempo que se está sujeito a essa dose. Dependente destes dois factores, classifica-se a intoxicação de aguda ou crónica. 1.1.2 – Vias de entrada no organismo As substâncias químicas presentes nos locais de trabalho podem penetrar no nosso organismo ou influenciar-nos de maneiras distintas: Por Inalação: Todas as substâncias químicas que se encontram na forma de gases, vapores, fumos, poeiras, fibras, etc., podem ser arrastadas pela corrente respiratória da inalação.
  • 35. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 31 Rúben Viana Dependendo do tamanho e da forma das partículas, percorrerão toda ou parte do percurso do aparelho respiratório podendo vir a produzir-se prejuízos diversos para a saúde, desde as simples irritações das mucosas do nariz e garganta, até a danos irreversíveis em qualquer órgão derivado da substância tóxica ter sido transportada pelo sangue. TIPO DE OCORRÊNCIAS - Derramamento da carga em transporte de matérias perigosas (ex: Cloro ) - Incêndios urbanos e rurais; - Intoxicações com substâncias químicas (ex: Tintas, Metano proveniente da fossa séptica) Pelo contacto com a pele: Todas as substâncias químicas que entram em contacto com a pele, podem atravessa-la, umas com mais facilidade que outras, e chegar ao sangue donde se distribuem por todo o corpo. A facilidade com que uma substância é absorvida através da pele, depende fundamentalmente das suas propriedades químicas (capacidade de se dissolver na água ou em gorduras) e do estado da própria pele. Assim, por exemplo, a pele cuja epiderme (capa externa da pele), não está intacta ou onde existem erosões por efeito de alguns produtos de limpeza (de uso laboral ou doméstico), oferece muito menor resistência à passagem do tóxico. TIPO DE OCORRÊNCIAS - Derramamento da carga em transporte de matérias perigosas(ex: Cloro, Ácido Clorídrico, Hipoclorito de Sódio) - Ideação suicida com GRAMOXONE. Por ingestão: A ingestão de substâncias químicas durante o trabalho, só sucederá duma forma voluntária ou associadas a práticas ou hábitos pouco higiénicos, como fumar, comer ou beber no posto de trabalho. No entanto nas situações em que o contacto do indivíduo com a substância é contínuo e esta encontra-se sob forma de poeira, pode originar a ingestão da substância. A higiene pessoal, assim como a proibição de fumar, comer ou beber nos locais de trabalho, minimizam a entrada do contaminante pela via digestiva. Pelas mesmas vias, as substâncias químicas podem manifestar-se no organismo de forma diferente causando vários tipos de lesões. TIPO DE OCORRÊNCIAS - Deficiente higienização das mãos, após ter finalizado a assistência numa ocorrência.
  • 36. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 32 Rúben Viana 1.1.3 - Valores Limite de Exposição – VLE Os Valores Limite de Exposição registados na NP-1796 (*), são a transcrição para a normalização portuguesa dos TLV's americanos, proposto anualmente pelo American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH). Os VLE expressam concentrações no ar dos locais de trabalho de diversas substâncias, abaixo destes valores julga-se que os trabalhadores podem expor-se sem risco. A esta situação associa-se a variação das respostas individuais, em que há a possibilidade de alguns trabalhadores poderem vir a sofrer alguns danos no contacto com certas substâncias, mesmo a concentrações inferiores aos Valores Limite de Exposição, nomeadamente aqueles que apresentam susceptibilidade individual. 1.1.4 - Fichas toxicológicas e de segurança O combate aos riscos provenientes da utilização de substâncias químicas nos ambientes de trabalho inicia-se com a informação sobre essas substâncias. Para permitir o acesso a essa mesma informação interessa conhecer a Ficha de Dados de Segurança (FDS). Sempre que se armazenem ou manipulem substâncias e/ou preparações perigosas, é essencial estar informado sobre os principais riscos representados pela utilização desses produtos. A Ficha de Dados de Segurança fornece um conjunto de informações agrupadas por tópicos, cada um contendo a informação para o manuseamento seguro da substância. A Portaria n.º 732-A/96 de 11 de Dezembro obriga os fabricantes e ou importadores e fornecedores dos produtos assim classificados a fornecerem ao utilizador a designada ficha de dados de segurança, que transmite informações fundamentais sob o ponto de vista da segurança, designadamente: 1- Identificação da substância/preparação e da sociedade/empresa. 2- Composição/informação sobre os componentes. 3- Identificação de perigos. 4- Primeiros socorros. 5- Medidas de combate a incêndios. 6- Medidas a tomarem em caso de fugas acidentais. 7- Manuseamento e armazenagem. 8- Controlo da exposição/protecção individual. 9- Propriedades físicas e químicas. 10- Estabilidade e reactividade. (*) - Nota: Pode efectuar o “download” grátis da norma portuguesa (NP-1796) em: “www.ipq.pt/backFiles/prNP001796_2007.pdf”
  • 37. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 33 Rúben Viana 11- Informação toxicológica. 12- Informação ecológica. 13- Questões relativas à eliminação. 14- Informações relativas ao transporte. 15- Informação sobre regulamentação Imagem 7 – Informação presente num rótulo Imagem 8 – Exemplo de um rótulo de um produto químico
  • 38. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 34 Rúben Viana Imagem 9 – Classificação das propriedades de perigo vs categoria do perigo Em ambiente pré-hospitalar os agentes químicos largamente utilizados, são: ● Agentes de limpeza, desinfecção e esterilização; ● Soluções medicamentosas; ● Óleos lubrificantes bem como outros produtos usados na manutenção da viatura e base. 1.1.5 – Rotulagem das embalagens As embalagens de substâncias e preparações perigosas colocadas no mercado devem possuir um rótulo com indicações que permitam uma fácil identificação dos riscos inerentes à utilização dos produtos e que mencione as medidas de prevenção a ter em conta, nomeadamente os símbolos de segurança fazendo referência ao seu significado, as indicações de perigo das substâncias ou preparações perigosas.
  • 39. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 35 Rúben Viana Símbolo de segurança e nome Significado (Definição e Precaução) Exemplos C Corrosivo Classificação: Estes produtos químicos causam destruição de tecidos vivos e/ou materiais inertes. Precaução: Não inalar e evitar o contacto com a pele, olhos e roupas. • Ácido clorídrico • Ácido fluorídrico E Altamente explosivo Classificação: Substâncias e preparações que podem explodir sob o efeito da chama ou que são mais sensíveis aos choques ou às fricções que o dinitrobenzeno. Precaução: evitar batida, empurrão, fricção, faísca e calor. • Nitroglicerina O Comburente Classificação: o material pode acender ou facilitar a combustão, impedindo o combate ao fogo. Precaução: evitar o contato dele com materiais combustíveis. • Oxigênio • Nitrato de potássio • Peróxido de hidrogênio F Facilmente inflamável Classificação: Substâncias e preparações: • que podem aquecer e finalmente inflamar-se em contacto com o ar a uma temperatura normal sem fornecimento de energia, ou • sólidas, que podem inflamar-se facilmente por uma breve acção de uma fonte de inflamação e que continuam a arder ou a consumir-se após o afastamento da fonte de inflamação, ou • no estado líquido, cujo ponto de inflamação é inferior a 21 º.C, ou • gasosas, inflamáveis em contacto com o ar a pressão normal, ou • que, em contacto com a água ou o ar húmido, desenvolvem gases facilmente inflamáveis em quantidades perigosas; • Materiais altamente inflamáveis, gases inflamáveis, combustíveis líquidos. Precaução: evitar contato com materias ignitivos (ar, água). • Benzeno • Etanol • Acetona F+ Extremamente inflamável Classificação: Substâncias e preparações líquidas, cujo ponto de inflamação se situa entre 21 º.C e 55 º.C; Precaução: evitar contato com materias ignitivos (ar, água). • Hidrogênio • Etino • Éter etílico
  • 40. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 36 Rúben Viana T Tóxico Classificação: Substâncias e preparações que, por inalação, ingestão ou penetração cutânea, podem implicar riscos graves, agudos ou crónicos, e mesmo a morte. Precaução: todo o contato com o corpo humano deve ser evitado. • Cloreto de bário • Monóxido de carbono • Metanol T+ Muito tóxico Classificação: após inalado, ingerido ou absorção através da pele, provoca gráves problemas de saúde e até mesmo morte. Precaução: todo o contato com o corpo humano deve ser evitado. • Cianureto • Trióxido de arsênio • Nicotina Xi Irritante Classificação: Substâncias e preparações não corrosivas que, por contacto imediato, prolongado ou repetido com a pele ou as mucosas, podem provocar uma reacção inflamatória. Precaução: gases não devem ser inalados e toque com a pele e olhos deve ser evitado. • Cloreto de cálcio • Carbonato de sódio Xn Nocivo Classificação: Substâncias e preparações que, por inalação, ingestão ou penetração cutânea, podem implicar riscos de gravidade limitada; Precaução: deve ser evitado o contato com o corpo humano, assim como a inalação dessa substância. • Etanal • Diclorometano • Cloreto de potássio N Perigoso para o ambiente Definição: A libertação dessa substância no meio ambiente pode provocar danos ao ecossistema a curto ou longo prazo Manuseio: devido ao seu risco em potencial, não deve ser liberado em encanamentos, no solo ou no ambiente. Tratamentos especiais devem ser tomados! • Benzeno • Cianureto de potássio • Lindan
  • 41. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 37 Rúben Viana Imagem 10 – Símbolos de perigo usados em rotulagem (Quadro resumo) 1.1.6 – Frases de risco e segurança As frases de Risco e Segurança, também conhecidas como frases R/S, são um sistema de códigos de risco e frases para descrição de compostos químicos perigosos. As frases R/S consistem em frases indicadoras de riscos específicos (frases R), indicado pela letra R, e frases de recomendações de prudência (frases S) indicadas pela letra S. Essas letras são seguidas de um número, cuja combinação indica uma única frase que possui o mesmo significado em diferentes idiomas. Há ainda a possibilidade de combinações entre frases indicadoras de risco, onde os números (precedidos pela letra R) são separados: ● Por um hífen (-), quando se trata de indicações distintas, referentes a riscos (R) específicos. ● Por um traço oblíquo (/), quando se trata de uma indicação combinada, reunindo numa só frase a menção aos riscos específicos. Exemplo: As frases R/S para o ácido clorídrico na forma gasosa (37%) é: R: 34-37 ; S: 26-36-45 As frases correspondentes na língua portuguesa são: Riscos: R34: Provoca queimadura R37: Irritante para as vias respiratórias.
  • 42. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 38 Rúben Viana Segurança: S26: Em caso de contacto com os olhos, lavar imediata e abundantemente com água e consultar um especialista. S36: Usar vestuário de protecção adequado. S45: Em caso de acidente ou de indisposição, consultar imediatamente o médico (se possível mostrar-lhe o rótulo) 1ª OBSERVAÇÃO: Hífens separam os números das frases de risco distintas e não devem ser confundidas com indicações de faixa de frases compreendidas. Exemplo: R34-37 Causa queimadura, irritação para as vias respiratórias. 2ª OBSERVAÇÃO: Barras indicam combinações de frases simples. Exemplo: R36/37/38 Irritante para os olhos, vias aéreas e pele. NOTA: A Lista de Frases de Perigo e de Segurança encontra-se nos anexos do manual
  • 43. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 39 Rúben Viana 1.2 - CONTAMINATES FÍSICOS Tem origem em diferentes formas de energia que, geradas por fontes concretas, estes contaminantes podem afectar a saúde dos trabalhadores que estejam submetidos a elas. Estas energias podem ser mecânicas, térmicas ou electromagnéticas e, devidas ás suas diferenças, dão lugar a efeitos muito distintos entre si. Estas energias manifestam-se sobre a forma de ruído, vibrações, temperatura, radiações ionizantes. As condições ambientais dos locais de trabalho associadas a factores de risco físico são o ruído, a iluminação, a temperatura e a humidade, radiações ionizantes e radiações não ionizantes e as vibrações. Iluminação: As condições de iluminação nos locais de trabalho está directamente associada à produtividade. Dependendo da tarefa, a iluminação tem uma intensidade recomendada que pode ser quantificada. No entanto nos locais de trabalho deve reproduzir fielmente o campo a ser observado pelo trabalhador, não deve incidir directamente nos olhos, nem causar um efeito estroboscópio ou ser reflectida pelas superfícies onde incide de forma a evitar acidentes e entre outros efeitos reduzir a fadiga visual e consequentemente a geral. Ruído: A ocorrência de danos na saúde dos profissionais do pré-hospitalar derivado aos altos níveis de ruídos ainda não foi confirmada. No entanto ruídos perturbadores podem ocorrer em vários locais que podem colocar em risco a comunicação entre profissionais, e profissionais e doentes. De entre os factores que podem afectar a perda de audição estão as características do agente, o nível de pressão sonora, o tipo de ruído que emite, a duração e a qualidade. Temperatura: A temperatura esta fortemente associado ao calor. O calor consiste numa forma de energia que se transmite de um corpo para outro através de processos de convenção, radiação e condução. A temperatura nos locais de trabalho depende do tipo de actividade desenvolvida. Assim, actividades sem exigências de movimentação ou esforço estão
  • 44. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 40 Rúben Viana associadas temperaturas entre os 19°C e os 23°C. As actividades que exigem movimentação e esforço as temperaturas associadas normalmente são mais baixas. Humidade: Os locais de trabalho que apresentem humidade no tecto e paredes são mais susceptíveis de vir a desenvolver fungos traduzindo-se numa má qualidade do ar interior. As condições de humidade relativa, presentes no local de trabalho devem situar-se entre os 30% e os 70%. Para além dos factores ligados à relação temperatura/humidade compreendem sintomas como a secura nasal e da pele entre outros sintomas. A manutenção dos valores para a humidade relativa dentro dos parâmetros recomendados previne a formação de cargas electrostática nos locais de trabalho. Radiações ionizantes: Forma de energia que ao interagir com a matéria tem a capacidade de a ionizar. As radiações são usadas para efeitos de diagnóstico e de terapêutica, consistindo em algumas delas em raios X, partículas alfa, beta e gama. A exposição as radiações está sujeita a Valores Máximos Admissíveis e o controlo é efectuado individualmente através do uso de dosímetros individuais, e ambientalmente através de medições periódicas ás instalações dos equipamentos. As medidas de protecção são distintas, sendo elas colectivas e individuais. A protecção relativamente à fonte assenta essencialmente em 3 princípios básicos: 1- Permanecer o mínimo tempo possível próximo da fonte de emissão; 2- Permanecer à máxima distância possível da fonte de emissão; 3 - Fazer uso do efeito barreira para diminuir a dose recebida: uso de coletes e colarinho com protecção chumbinea, nas instalações as protecções físicas devem ter protecção adequada à dose emitida. As áreas onde são utilizadas radiações devem ser sinalizadas, e o acesso deve ser limitado e controlado pelos seus profissionais.
  • 45. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 41 Rúben Viana 1.3 - CONTAMINANTES BIOLÓGICOS São organismos com um determinado ciclo de vida que, ao penetrar no homem originam o aparecimento de doenças do tipo infeccioso ou parasitário. Os agentes biológicos, microorganismos incluindo os geneticamente modificados, as culturas e os endoparasitas humanos, são susceptíveis de provocar infecções, alergias ou intoxicações, são exemplos, as formas vegetativas, os vírus, as bactérias, fungos, parasitas, os esporos, as endotoxinas entre outros. A presença de agentes biológicos em meio pré-hospitalar não pode ser evitada, sendo que o uso de equipamento de protecção individual, aplicação de procedimentos seguros e o cumprimento das regras de higiene pelos profissionais, tais como, a limpeza da ambulância, dos equipamentos utilizados no doentes e a base INEM, são os únicos meios de prevenir doenças e a ocorrência de acidentes que envolvam agentes biológicos. 1.3.1 - Vias de entrada no organismo Aparelho Respiratório: Inalação Aparelho Digestivo: Ingestão de alimentos ou água Pele e Mucosas: Contacto com a pele, pele lesada e inoculação (*) 1.3.2 - Classificação dos agentes biológicos A classificação dos agentes biológicos, está legislada pelo decreto-lei nº84/87 de 16 de Abril, sendo que têm em consideração os riscos: - Para o manipulador; - Para a comunidade; - E para o meio ambiente. ● Agente Biológico Grupo I Agente biológico cuja probabilidade de causar doenças no ser humano é baixa. ● Agente Biológico Grupo II Agente biológico que pode causar doenças no ser humano e constituir um perigo para os (*) - A inoculação é o acto de introduzir, como por exemplo, uma vacina no corpo humano. Existem vacinas que apenas necessitam de uma inoculação, mas outras necessitam ser inoculadas com alguma frequência.
  • 46. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 42 Rúben Viana trabalhadores sendo escassa a probabilidade de se propagar na colectividade e para o qual existem, em regra meios eficazes de profilaxia ou tratamento. Legionella pneumophila Staphylococcus aureus ● Agente Biológico Grupo III Agente biológico que pode causar doenças graves no ser humano e constituir um risco grave para os trabalhadores sendo susceptível de se propagar na colectividade, mesmo que existam meios eficazes de profilaxia ou tratamento. Bacillus anthracis Salmonella typhi ● Agente Biológico Grupo IV Agente biológico que pode causar doenças graves no ser humano e constituir um risco grave para os trabalhadores, sendo susceptível de apresentar um elevado nível de propagação na colectividade, e para o qual não existem, em regra, meios eficazes de profilaxia ou tratamento. Vírus Ebola
  • 47. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 43 Rúben Viana 1.3.3 – Medidas de prevenção e protecção dos riscos A – Prevenção do tipo técnica: - Medidas de Engenharia; - Medidas Organizacionais; - Medidas Administrativas; - Plano de Acção para: acidentes, incidentes e emergência. B – Prevenção do tipo médica: - Exames de Saúde de Admissão, Periódicos e Ocasionais C – A Formação e informação aos trabalhadores.
  • 48. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 44 Rúben Viana Gestão do Risco Tema nº2
  • 49. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 45 Rúben Viana Tema 2 – GESTÃO DO RISCO A avaliação e gestão de riscos constituem a base da abordagem comunitária para prevenir acidentes e problemas de saúde profissionais, sendo que existem razões suficientemente válidas para tal. Se o processo de avaliação de riscos, e a abordagem da gestão da saúde e segurança, não for bem conduzido ou não for de todo realizado, as medidas de prevenção adequadas não serão provavelmente identificadas ou aplicadas. Todos os anos, milhões de pessoas na UE lesionam-se no local de trabalho ou sofrem de problemas de saúde graves relacionados com o trabalho. É por este motivo que a avaliação de riscos é tão importante, sendo o factor-chave para um local de trabalho saudável. A avaliação de riscos é um processo dinâmico que permite às empresas e organizações implementarem uma política pró-activa de gestão dos riscos no local de trabalho, em detrimento de uma política reactiva. Pelas razões enumeradas, é fundamental que todas as empresas, independentemente da sua categoria ou dimensão, realizem avaliações regulares. Uma avaliação de riscos adequada inclui, entre outros aspectos, a garantia de que todos os riscos relevantes são tidos em consideração, a verificação da eficácia das medidas de segurança adoptadas, o registo dos resultados da avaliação e a revisão da avaliação a intervalos regulares, para que esta se mantenha actualizada. A legislação comunitária mais importante em matéria de avaliação de riscos é a Directiva 2007/30/CE, que altera a directiva 89/391/CEE. Esta directiva foi transposta para a legislação nacional de cada Estado-Membro. Contudo, os Estados-Membros têm o direito de adoptar disposições mais rigorosas para proteger os seus trabalhadores. Neste capítulo, vão ser abordadas variadíssimas temáticas cujo estas, podem colocar o TAE exposto ao risco sendo que em cada uma delas, serão enumeradas as instruções de actuação mais correctas, que deverão ser tomados em consideração, para que a segurança do TAE e sua equipe juntamente com integridade da viatura de socorro, nunca sejam postas em causa, devido ás situações que possam ocorrer aquando a ida para um pedido de auxílio.
  • 50. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 46 Rúben Viana As temáticas abordadas neste capítulo são as seguintes: 2.1 – Incêndio em habitações ou viaturas 2.2 – Manuseamento de um extintor 2.3 – Derrame com produtos químicos 2.4 - Manuseamento do oxigénio 2.5 - Fuga de gás combustível 2.6 – Intoxicação por monóxido de carbono – CO 2.7 - Sismos 2.8 - Nevões 2.9 – Violência no local de trabalho 2.10 – Evacuações de emergência 2.11 – Acidentes eléctricos 2.12 – Equipamento de protecção individual – EPI 2.13 – Sinalização e protecção rodoviária 2.14 – Identificação das matérias perigosas 2.15 – Bio-segurança 2.16 – Limpeza e Higiene
  • 51. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 47 Rúben Viana 2.1- INCÊNDIOS EM HABITAÇÕES OU VIATURAS Foto 1,2 e 3 – Incêndios urbanos e em viaturas O TAE, no exercício das suas funções, algumas das vezes poderá deparasse com situações inesperadas, tal como a deflagração de um incêndio, na habitação da vítima que vão ou está a socorrer, ou mesmo num veículo acidentado em plena via rodoviária. Perante uma situação destas, e sem correr riscos desnecessários o TAE poderá seguir uma série de procedimentos de forma atenuar ou mesmo extinguir o incêndio, antes que ele tome proporções mais difíceis de controlar, e que deste modo poderia colocar em perigo de vida iminente o profissional e as vítimas que está a socorrer nesse momento. Para isso, então, se o TAE: SE DETECTAR um incêndio no interior de um edifício de habitação ou escritórios, deve: 1 - Manter a calma e não entrar em pânico; 2 - Accionar a botoneira de alarme mais próxima e contacte o CODU fornecendo toda a informação disponível, nomeadamente: a Local; a Gravidade da situação; a Eventual existência de vítimas em zona muito próxima; a Produtos e equipamentos envolvidos; a Eventual proximidade de pontos perigosos; 3 - Se possível, quando habilitado e sem correr riscos desnecessários, procure extinguir o foco de incêndio com os meios de 1ª intervenham existentes no local;
  • 52. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 48 Rúben Viana 4 - Se não conseguir extinguir o foco de incêndio: a Abandone imediatamente o local onde ocorreu o incêndio; a Não corra; aSe houver fumos baixe-se e saia do local, se necessário, a gatinhar. OBSERVAÇÕES: ● Nunca abra uma porta fechada, antes de verificar se ela esta quente. Use a parte posterior da mão para evitar queimar-se na face palmar; ● Se a porta estiver quente, procure outra saída de emergência. Se não existir procure selar as frestas a volta das portas e janelas com o que tiver a mão: tecidos, cobertores, etc. ● Se as chamas se atearem ás suas roupas, detenha-se, atire-se ao chão e rebole-se, isto apagara as chamas e pode salvar-lhe a vida; ● Se alguém próximo de si estiver envolto em chamas, cubra-o com uma manta, apagando as chamas. Isto poderá salva-lo de possíveis queimaduras; ● Se ficar preso numa sala cheia de fumo: a Permaneça junto ao solo onde o ar é mais respirável; a Se possível abra uma janela; a Procure sinalizar a sua presença. Se CONSTACTAR um incêndio numa viatura: 1- Mantenha a calma e não entrar em pânico; 2- Contacte o CODU, explique sucintamente do que está a ser testemunha, e solicite os bombeiros e autoridade no local. 3 - Coloque possíveis vítimas em segurança; 4 - Se o incêndio deflagrado na viatura estiver localizado e ainda for de poucas proporções (isto é, gerou ainda pouca carga térmica), tente extingui-lo com o extintor que tem presente na ambulância, caso contrário, não faça nada. 5 - Evacue a zona, criando uma zona de segurança de pelo menos 20 metros de diâmetro em volta da viatura, e um corredor de emergência de forma a permitir o fácil acesso às viaturas dos bombeiros, aquando a sua chegada. OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: A deflagração de um incêndio numa viatura movida a gásoleo, não é tão violento do que num a gasolina ou GPL. Esteja consciente que poderá ouvir estrondos derivado do rebentamento de pneus, ou da explosão do depósito de gasolina ou ainda mesmo o rebentamento do reservatório de GPL. Tente procurar saber junto do proprietário da viatura se porventura transportava no seu interior (mala) alguma garrafa pressurizada (ex: garrafa de ar comprimido para a prática de mergulho) ou uma garrafa de gás propano/butano, ou material pirotécnico. Procure confirmar também se o carro está equipado a GPL, isto porque, existem proprietário que não colocam o dístico no exterior da viatura a dar essa mesma indicação. Depois transmita essa informação aos bombeiros aquando a sua chegada ao local.
  • 53. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 49 Rúben Viana 2.2- MANUSEAMENTO DE UM EXTINTOR O local onde normalmente desenvolvemos as nossas tarefas profissionais acarreta, muitas vezes, riscos para o nosso bem-estar. Um desses riscos é o risco de incêndio. A possibilidade de ocorrência de um incêndio deve ser tida em conta em todo o tipo de actividades. Como é sabido o fogo traz benefícios para todos mas dentro do controle do ser humano. Quando tal não acontece o resultado pode ser catastrófico. A prevenção torna-se a principal "arma" no combate a este tipo de riscos e perigos consequentes. Uma das formas de prevenção mais adequadas é a informação / formação sobre o conhecimento e utilização de um dos meios de extinção mais utilizados no combate a focos de incêndio, os extintores. 2.2.1 - Como se inicia um incêndio? As causas pelas quais um incêndio tem início são as mais variadas: • Comportamento inadequado como fumar ou foguear em locais em que tal é proibido; • Fogo posto com ou sem intenção; • Electricidade estática; • Corrente eléctrica (curto - circuito) na habitação ou viatura; • Manipulação de produtos químicos (inflamáveis) sem os cuidados necessários; • Fugas e propagação de gás; • Acidente rodoviário. IMPORTANTE: Quanto maior for o número de materiais combustíveis existentes, maiores serão o riscos de propagação de incêndio. Uns dos produtos resultantes do incêndio são os fumos e os gases libertados que são extremamente nocivos para a saúde. No caso de inalação excessiva destes podem ocorrer situações de desmaio, intoxicação ou mesmo asfixia.
  • 54. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 50 Rúben Viana 2.2.2 - Tipos de incêndio Os fogos não são de facto todos do mesmo tipo. Estes dependem do tipo de material que entra em combustão. Devido ás suas características particulares dão origem a incêndios de características diferentes muitas vezes observáveis. Consequentemente o agente extintor necessário para apagar um determinado tipo de incêndio irá variar também. Uma das formas de classificar os incêndios é, então, em função da natureza do combustível. Segundo a Norma portuguesa EN 2 estes classificam-se em 4 classes de fogos diferentes consoante o material combustível. De seguida é apresentado um quadro com as classes de fogos existentes: Quadro 1 – Classes dos fogos e sua relação com o tipo de materiais
  • 55. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 51 Rúben Viana 2.2.3 - Extintores Os extintores são aparelhos com agente extintor, sendo que o agente extintor, colocado no seu interior é projectado e dirigido sobre as chamas pela acção de uma pressão interna. Os extintores que serão tratados neste documento serão os portáteis. Segundo a Norma Portuguesa - 1589 de 84 um extintor portátil é o "extintor concebido para ser transportado e utilizado manualmente e que, em condições de operacionalidade , tem uma massa inferior ou igual a 20 kg (L)”. 2.2.4 – Simbologia Sinal identificativo A simbologia normalmente utilizada na identificação de um extintor é a seguinte: Imagem 11 – Símbolo identificativo de um extintor Rótulo de um extintor Imagem 12 – Elementos base presentes num extintor
  • 56. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 52 Rúben Viana 2.2.5 - Classificação dos extintores No âmbito meramente formativo torna-se de grande importância a identificação do tipo de extintores e do agente extintor neles contido por parte de todos aqueles que tripulam viaturas dos meios INEM. Os extintores podem ser classificados segundo quatro critérios: ● Mobilidade ● Modo de funcionamento ● Agente extintor ● Eficácia Visto este documento se destinar a fornecer uma informação / formação aos técnicos de ambulância de emergência - TAE do INEM relativamente a extintores será dado mais importância a um dos critérios de classificação. Classificação dos extintores segundo o agente extintor Como já foi anteriormente referido os fogos variam consoante o agente combustível. Se as suas características são diferentes então o agente extintor, contido no extintor, terá de ser forçosamente diferente adequando-se ao tipo de material combustível existente passível de provocar um determinado tipo de fogo. Convém antes de tudo definir o que é um agente extintor: Agente extintor – “Produto ou conjunto de produtos contidos no extintor cuja acção provoca a extinção.” (NP 1589 / 84).
  • 57. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 53 Rúben Viana Informação sobre extintores Consequentemente o tipo de extintores, assim como a sua utilização e restrições no uso, vai variar consoante o tipo de agente extintor nele contido como está representado no quadro 2. Quadro 2 – Tipos de extintores vs aplicações vs restrições
  • 58. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 54 Rúben Viana O quadro 3 apresenta os diferentes tipos de agentes extintores e a sua eficácia no combate às chamas dos diferentes tipos de fogos: Quadro3 – Eficácia do agente extintor perante a classe do fogo Legenda: MB – B – S – I – Muito Bom Bom Satisfaz Inadequado Este documento, se lido com alguma atenção, juntamente com o Anexo 8 (Regras básicas na utilização de extintores) poderá ser uma óptima ajuda no reconhecimento do tipo de fogos e do tipo de extintor necessário a utilizar no combate as chamas. Lembre-se que um grande incêndio tem sempre o seu início num pequeno. Foto 4 – Foto de extintor presente no interior da ambulância
  • 59. Manual de Segurança e Boas Práticas para o profissional TAE do INEM | 2010 _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pós-Graduação em Segurança e Higiene no Trabalho | Relatório de Estágio Página 55 Rúben Viana 2.3- DERRAME COM PRODUTOS QUIMICOS SE DETECTAR um derrame ou acidente grave com produtos químicos: 1- Comunique ao CODU o facto pelo meio mais rápido, fornecendo toda a informação disponível, nomeadamente: a Local; a Dimensão do derrame; a Produtos e equipamentos envolvidos; a Eventual existência de vitimas em zona muito próxima; a Eventual proximidade de pontos perigosos; 2- Sem correr riscos desnecessários, tente limitar ou controlar o derrame de produto por qualquer meio expedito, mas não utilize serradura ou outro material absorvente combustível; 3- Evite o contacto com o vestuário ou a pele das pessoas vitimadas pelo acidente; 4- No caso da pele ser atingida lave de imediato com água em abundância. No caso do vestuário ser atingido por substâncias desta natureza, mesmo em pequenas quantidades, deverão ser removidos e cuidadosamente lavados com água em abundância.