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Antes de imprimir, pense no meio ambiente!                                                                              Direitos reservados © 2000-2012


                                      Assessoria Esportiva Filhos do Vento LTDA
                                                                                                               Abril de 2012.

                                         O que os maratonistas profissionais podem nos ensinar sobre
                                                            estratégia de prova?                     .
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                                                                                                            Alexandre Lima
                                                                                                          Ricardo Sartorato
 Marílson dos Santos.


   Neste último domingo, 22 de abril de 2012, aconteceu a maratona de Londres, uma das cinco maiores do mundo.
   Reconhecidamente por ser uma prova rápida, muitos dos principais corredores da elite mundial estiveram presentes.
   Além disso, por ser ano de Olimpíada, estavam em jogo as últimas vagas de alguns países, elevando ainda mais a
   competitividade. Marílson dos Santos (02h08min03s), o melhor fundista brasileiro na atualidade e chance de medalha
   nas Olimpíadas de Londres, chegou na oitava colocação.

                                                                   O site da maratona de Londres oferece uma análise gráfica, a cada cinco
                                                                   quilômetros, da evolução do ritmo dos corredores. Na Figura 1, observa-se
                                                                   como o ritmo de Marílson oscilou do iniciou ao final da prova. A análise
                                                                   revela que ele manteve, praticamente da largada até o km 35, um ritmo
                                                                   abaixo de 3min/km. Daí em diante houve uma piora gradativa de seu ritmo,
                                                                   chegando acima de 03min10s na reta final. Percebe-se também que o ritmo
                                                                   sofre uma forte aceleração, ainda que por apenas 1 km, após o km 20,
                                                                   quando chega a ficar abaixo de 02min55s. Essas variações do ritmo
                                                                   poderiam ser decorrência da altimetria da prova, mas veja na Figura 2, que
                                                                   isso não parece ser verdade.

                                                                   A altimetria mostra que pouco depois da segunda milha (km 3,2) há uma
                                                                   íngreme descida, porém de curta duração, uma vez que se descem apenas
                                                                   40m. Seriam esperadas alterações no ritmo médio deste trecho, mas não é
                                                                   percebido na progressão realizada por Marílson. Também não se
                                                                   encontraram explicações na altimetria para a redução de ritmo no final da
 O vencedor deste ano, Kipsang.                                    prova ou a aceleração depois do km 20.




  Figura 1 - Marílson dos Santos (BRA, 02h08min03s)




                                                                                                                                                    1
Antes de imprimir, pense no meio ambiente!                                                                               Direitos reservados © 2000-2012


                                     Assessoria Esportiva Filhos do Vento LTDA
                                      Isso pode significar que a estratégia de prova foi ditada possivelmente pelo primeiro
                                      colocado, que imprimiu um ritmo mais forte, sendo seguido pelos demais que o
                                      mantinham o mais próximo possível (primeiro pelotão). A Figura 3 mostra que isso
                                      parece ser possível, pelo menos até a metade da prova, quando o ritmo de Marílson e do
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                                      campeão, Wilson Kipsang (02h04min44s), ainda é bem parecido. Após a metade da
tel: 3176-2096 (horário comercial)    prova, Kipsang acelerou mais que Marílson, que parece ter tentado seguir, mas não
                                      conseguiu impedir seu afastamento a partir deste ponto. Daí em diante, a estratégia de
                                      Kipsang foi de tentar manter o máximo possível o novo ritmo, mas, apesar de serem
                                      poucos segundos, perdeu velocidade do km 25 à linha de chegada.




  Figura 2 – altimetria da maratona de Londres

    Comparando a estratégia de prova dos três primeiros colocados, todos do Quênia, percebe-se que ganhou aquele
    que sofreu menor desaceleração após a meia maratona (Figura 4). Nem mesmo com a puxada nos dois quilômetros
    finais, de Lel e Kebebe, foi possível recuperar os segundos perdidos para Kipsang. E a diferença entre o segundo e o
    terceiro colocado dois foi de apenas um segundo!

    Portanto, não parece ser verdadeiro que esta estratégia executada pelos primeiros colocados da categoria masculina
    seja a mais apropriada. O corpo funcionaria melhor num esquema progressivo de aumento da velocidade ou ainda
    de manutenção do ritmo. A diferença de velocidade máxima e mínima de Kipsang foi de pouco mais de 20s, isso
    representa alterações de até 4km/h (18,9km/h-22,8km/h). Esta mudança não é considerada como um ritmo estável.
    Por isso que a estratégia de ritmo dos primeiros colocados parece estar sujeita principalmente as mudanças
    impostas pelo líder, neste caso Kipsang.




 Figura 3 - Marílson dos Santos (BRA, 02h08min03s ) X Wilson Kipsang (KEN, 02h04min44s)




 Figura 4 - Wilson Kipsang (KEN, 02h04min44s) X Martin Lel (KEN, 02h06min51s) X Tsegaye Kebebe (KEN, 02h06min52s)




                                                                                                                                                    2
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                                      Na categoria feminina aconteceu algo similar, com a líder da prova, a Queniana Keitany,
                                      ditando o ritmo das primeiras colocadas (Figura 5 e 6). Contudo, esta corredora
                                      imprimiu uma estratégia de prova mais adequada do ponto de vista fisiológico. Ela
 www.equipefdv.com.br                 manteve uma média muito estável até a meia maratona, acelerando daí ao final. A
 equipefdv@equipefdv.com.br           diferença foi, mais uma vez, de aproximadamente 20s entre os ritmos máximo e
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                                      mínimo. Na sua faixa de ritmo que Keitany correu isso equivaleu a apenas 2,5km/h de
                                      diferença, ou seja, uma prova muito mais estável que a masculina. As segunda e terceira
                                      colocadas, Kiplagat e Jeptoo, estavam “perseguindo” Keitany até o quilômetro 35,
                                      quando simplesmente não conseguiram manter a aceleração imposta pela líder. Em
                                      segundo lugar, ganhou a que perdeu menos ritmo na reta final, Kiplagat.

                                      Por fim, parece que as estratégias mostradas por estes corredores profissionais são
                                      determinadas pelo líder e não pelo melhor modelo fisiológico de progressão.
                                      Simplesmente os corredores que não lideram “não querem“ se afastar do primeiro
                                      colocado e esse pode escolher uma estratégia de prova alternativa, levando aos demais
                                      corredores a “quebrar” na tentativa de segui-lo. Existem outras hipóteses para explicar
                                      modelos alternativos de progressão, como simplesmente se sentir bem ou estimulado
                                      num determinado momento ou por sofrer variações de fatores externos como calor,
Keitany, a vendecora feminina         umidade, vento etc.




 Figura 5 - Mary Keitany (KEN, 02h18min37s)




 Figura 6 - Mary Keitany (KEN, 02h18min37s) X Edna Kiplagat (KEN, 02h19min50s) X Priscah Jeptoo (KEN, 02h20min14s)

  Em conclusão, não use a estratégia de prova de corredores campeões como a sua. Pode não ser adequado ao seu objetivo. Seu treinador
  se baseia no seu histórico de treinos e provas para estabelecer a melhor estratégia, considerando ainda a altimetria e condições climáticas
  específica da prova que for participar. Vale a máxima fisiológica já bem conhecida pelos professores de Educação Física: cada indivíduo é
  único e deveria ser tratado desta forma, inclusive na hora da prescrição.

  Em caso de dúvidas, consulte seu treinador.

                                                                                                                      Equipe Filhos do Vento




                                                                                                                                                       3

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  • 1. Antes de imprimir, pense no meio ambiente! Direitos reservados © 2000-2012 Assessoria Esportiva Filhos do Vento LTDA Abril de 2012. O que os maratonistas profissionais podem nos ensinar sobre estratégia de prova? . www.equipefdv.com.br equipefdv@equipefdv.com.br tel: 3176-2096 (horário comercial) Alexandre Lima Ricardo Sartorato Marílson dos Santos. Neste último domingo, 22 de abril de 2012, aconteceu a maratona de Londres, uma das cinco maiores do mundo. Reconhecidamente por ser uma prova rápida, muitos dos principais corredores da elite mundial estiveram presentes. Além disso, por ser ano de Olimpíada, estavam em jogo as últimas vagas de alguns países, elevando ainda mais a competitividade. Marílson dos Santos (02h08min03s), o melhor fundista brasileiro na atualidade e chance de medalha nas Olimpíadas de Londres, chegou na oitava colocação. O site da maratona de Londres oferece uma análise gráfica, a cada cinco quilômetros, da evolução do ritmo dos corredores. Na Figura 1, observa-se como o ritmo de Marílson oscilou do iniciou ao final da prova. A análise revela que ele manteve, praticamente da largada até o km 35, um ritmo abaixo de 3min/km. Daí em diante houve uma piora gradativa de seu ritmo, chegando acima de 03min10s na reta final. Percebe-se também que o ritmo sofre uma forte aceleração, ainda que por apenas 1 km, após o km 20, quando chega a ficar abaixo de 02min55s. Essas variações do ritmo poderiam ser decorrência da altimetria da prova, mas veja na Figura 2, que isso não parece ser verdade. A altimetria mostra que pouco depois da segunda milha (km 3,2) há uma íngreme descida, porém de curta duração, uma vez que se descem apenas 40m. Seriam esperadas alterações no ritmo médio deste trecho, mas não é percebido na progressão realizada por Marílson. Também não se encontraram explicações na altimetria para a redução de ritmo no final da O vencedor deste ano, Kipsang. prova ou a aceleração depois do km 20. Figura 1 - Marílson dos Santos (BRA, 02h08min03s) 1
  • 2. Antes de imprimir, pense no meio ambiente! Direitos reservados © 2000-2012 Assessoria Esportiva Filhos do Vento LTDA Isso pode significar que a estratégia de prova foi ditada possivelmente pelo primeiro colocado, que imprimiu um ritmo mais forte, sendo seguido pelos demais que o mantinham o mais próximo possível (primeiro pelotão). A Figura 3 mostra que isso parece ser possível, pelo menos até a metade da prova, quando o ritmo de Marílson e do www.equipefdv.com.br equipefdv@equipefdv.com.br campeão, Wilson Kipsang (02h04min44s), ainda é bem parecido. Após a metade da tel: 3176-2096 (horário comercial) prova, Kipsang acelerou mais que Marílson, que parece ter tentado seguir, mas não conseguiu impedir seu afastamento a partir deste ponto. Daí em diante, a estratégia de Kipsang foi de tentar manter o máximo possível o novo ritmo, mas, apesar de serem poucos segundos, perdeu velocidade do km 25 à linha de chegada. Figura 2 – altimetria da maratona de Londres Comparando a estratégia de prova dos três primeiros colocados, todos do Quênia, percebe-se que ganhou aquele que sofreu menor desaceleração após a meia maratona (Figura 4). Nem mesmo com a puxada nos dois quilômetros finais, de Lel e Kebebe, foi possível recuperar os segundos perdidos para Kipsang. E a diferença entre o segundo e o terceiro colocado dois foi de apenas um segundo! Portanto, não parece ser verdadeiro que esta estratégia executada pelos primeiros colocados da categoria masculina seja a mais apropriada. O corpo funcionaria melhor num esquema progressivo de aumento da velocidade ou ainda de manutenção do ritmo. A diferença de velocidade máxima e mínima de Kipsang foi de pouco mais de 20s, isso representa alterações de até 4km/h (18,9km/h-22,8km/h). Esta mudança não é considerada como um ritmo estável. Por isso que a estratégia de ritmo dos primeiros colocados parece estar sujeita principalmente as mudanças impostas pelo líder, neste caso Kipsang. Figura 3 - Marílson dos Santos (BRA, 02h08min03s ) X Wilson Kipsang (KEN, 02h04min44s) Figura 4 - Wilson Kipsang (KEN, 02h04min44s) X Martin Lel (KEN, 02h06min51s) X Tsegaye Kebebe (KEN, 02h06min52s) 2
  • 3. Antes de imprimir, pense no meio ambiente! Direitos reservados © 2000-2012 Assessoria Esportiva Filhos do Vento LTDA Na categoria feminina aconteceu algo similar, com a líder da prova, a Queniana Keitany, ditando o ritmo das primeiras colocadas (Figura 5 e 6). Contudo, esta corredora imprimiu uma estratégia de prova mais adequada do ponto de vista fisiológico. Ela www.equipefdv.com.br manteve uma média muito estável até a meia maratona, acelerando daí ao final. A equipefdv@equipefdv.com.br diferença foi, mais uma vez, de aproximadamente 20s entre os ritmos máximo e tel: 3176-2096 (horário comercial) mínimo. Na sua faixa de ritmo que Keitany correu isso equivaleu a apenas 2,5km/h de diferença, ou seja, uma prova muito mais estável que a masculina. As segunda e terceira colocadas, Kiplagat e Jeptoo, estavam “perseguindo” Keitany até o quilômetro 35, quando simplesmente não conseguiram manter a aceleração imposta pela líder. Em segundo lugar, ganhou a que perdeu menos ritmo na reta final, Kiplagat. Por fim, parece que as estratégias mostradas por estes corredores profissionais são determinadas pelo líder e não pelo melhor modelo fisiológico de progressão. Simplesmente os corredores que não lideram “não querem“ se afastar do primeiro colocado e esse pode escolher uma estratégia de prova alternativa, levando aos demais corredores a “quebrar” na tentativa de segui-lo. Existem outras hipóteses para explicar modelos alternativos de progressão, como simplesmente se sentir bem ou estimulado num determinado momento ou por sofrer variações de fatores externos como calor, Keitany, a vendecora feminina umidade, vento etc. Figura 5 - Mary Keitany (KEN, 02h18min37s) Figura 6 - Mary Keitany (KEN, 02h18min37s) X Edna Kiplagat (KEN, 02h19min50s) X Priscah Jeptoo (KEN, 02h20min14s) Em conclusão, não use a estratégia de prova de corredores campeões como a sua. Pode não ser adequado ao seu objetivo. Seu treinador se baseia no seu histórico de treinos e provas para estabelecer a melhor estratégia, considerando ainda a altimetria e condições climáticas específica da prova que for participar. Vale a máxima fisiológica já bem conhecida pelos professores de Educação Física: cada indivíduo é único e deveria ser tratado desta forma, inclusive na hora da prescrição. Em caso de dúvidas, consulte seu treinador. Equipe Filhos do Vento 3