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by Rafael Zatti
Dedico este primeiro e-Book a meu pai e minha mãe, que tiveram grande impacto em
                                                         tudo que eu sou e acredito.


 Agradeço a Carolina (@carolylorenzi) pelas constantes revisões e apoio psicológico.
                   E ao meu grande amigo Leonardo Ragonezi, pela belíssima capa.
Cap. 1 – NOVOS NEGÓCIOS, VELHAS PRÁTICAS



                                                    A   internet.   Ao   contrário   do   que
imaginamos, ou lemos, a internet não é uma rede mundial de computadores. A internet é, na
verdade, uma rede mundial de pessoas interligadas por computadores. Alias, com iPhones,
iPads, wifi e wireless, Blackberrys e Nokias, não podemos nem mais falar apenas em
computadores. Estamos interligados por dispositivos das mais variadas formas e tecnologias. Se
há 20 anos enviar um e-mail era motivo de perplexidade, hoje falamos em monitores 3D e
realidade aumentada. O limite? Nem o céu é o limite. Mantemos uma estação espacial na órbita
da Terra desde 1998 e o próximo passo é a conquista, ou invasão, de Marte.
A evolução da tecnologia trouxe agilidade na forma como nos relacionamos e como
fazemos negócios. Ou seja, evoluímos como sociedade. Estamos mais dinâmicos. O tempo de
desenvolvimento de um produto diminuiu e conseguimos vender e comprar do mundo inteiro
sem sair de casa. Com um clique. Isso é um claro reflexo de novos modelos de negócios que
foram criados nos últimos 10 ou 15 anos. Apesar do estouro da bolha alguns anos atrás, vemos
nas empresas ponto com um crescimento exponencial, estonteante. E não estou falando apenas
de Google, Facebook ou Zappos. Empresas como Microsoft e Apple, que ajudaram a criar a web
de hoje, souberam se adaptar e crescer de acordo com a evolução. Não pararam no tempo ou
cruzaram os braços esperando a “modinha” da web passar. Apesar de que, em 1993, Bill Gates,
fundador da Microsoft, declarou “a internet? Não estamos interessados nela”.
      Declarações a parte, Gates sabe o valor da internet e por isso a Microsoft criou o Bing. O
buscador que nasceu para ser concorrente do Google ainda não deslanchou. Se deslanchou, eu
não sei. Eu não uso. Prefiro o Google por um motivo: simplicidade.
      Simplicidade virou regra. Febre. Tendência, melhor dizendo. Grande parte da culpa, ou
mérito se preferir, é da empresa de Mountain View. Seus serviços (Reader, Docs, Gmail, Gtalk,
etc etc etc) primam pela simplicidade. Isso me lembra a história contada no livro “A Vaca Roxa”
do Seth Godin: ao que parece, as pessoas do Google tem obsessão por emails críticos ao serviço
e os levam muito a sério. Há uma pessoa que escreve de tempos em tempos e que nunca se
identifica. Eis o relato de Marissa Mayer, do Google: “Todas as vezes que ele escreve, seu email
contém apenas um número de dois dígitos. Levou algum tempo até que descobríssemos o que
ele estava fazendo. O número significa a quantidade de palavras no homepage. Quando o
número sobe (por exemplo, quando aumenta para 52), ele fica irritado e nos manda um email
com o novo total.” Hoje, a página inicial do Yahoo! tem mais de quinhentas palavras.
      Ou seja, simplicidade é tudo. Preferimos um serviço um pouco inferior mas simples e
funcional do que outro com ferramentas que necessite de um manual de 500 páginas.
Não somos pilotos de Boeings. Ou motoristas do novo série 7 da BMW. Eu não.


        Seguindo a onda da simplicidade, nasceu o serviço mais ridiculamente simples: Twitter. O
microblog     de    apenas     140           A métrica do Twitter é um tanto quanto curiosa. Vejamos:
caracteres virou um fenômeno          Dos 75 milhões de usuários, 1/4 tem 0 followers;
mundial tão grande que anda           Somente 17% dos usuários do Twitter são ativos;
                                      40% nunca enviaram uma mensagem;
ditando as novas tendências do
                                      O Twitteiro médio tem 27 followers;
mercado. Hoje é fundamental
                                      80%    dos   Twitteiros   não   enviaram   mais    de   10   mensagens.
todas    as   empresas    estarem     Se aplicarmos esses valores aos 4 milhões de usuários brasileiros, o
dentro dele ouvindo e discutindo      grosso do Twitter canarinho é tocado por menos de 800 mil pessoas.

com seus clientes. Pessoas perderam empregos por causa de tweets, vide o caso do editor da
National Geographic que criticou abertamente a Veja. Ambas da mesma editora, a Abril.
        Todos esses novos serviços, empresas e modelos de negócios formam a base de uma
nova economia. Uma economia mais flexível e dinâmica do que a pregada por economistas dos
tempos em que o café escolhia, inclusive, presidentes. Mesmo assim, ainda temos empresas
que teimam, por birra ou desconhecimento, trabalhar com modelos ultrapassados. Teimam em
manter uma relação de recompensa e punição com seus funcionários. Algo que, além de não
funcionar, causa danos para todo o sistema. Não falo nem de danos financeiros, diminuição dos
lucros e descontento de acionistas ao estilo Sr. Burns. Falo de danos ideológicos.
      Pensamentos ultrapassados, rigidez e hierarquias. Hierarquias, aliás, em tempos de web
2.0, são risíveis. Falamos tanto em linearidade, lean startups, verticalização do conhecimento e
mantemos CxO, diretores-gerais, diretores de departamentos, gerente, supervisor e chefes.
Sempre aprendi que um funcionário novo não deve estar a mais de duas pessoas do presidente.
      Mais ultrapassado do que hierarquia é a forma como recompensamos nossos
colaboradores. Por colaboradores, leia-se funcionários ou empregados. Prefiro colaboradores
por ser menos pejorativo. Pagar salários e horas extras não estimula mais. Não motiva. Aliás,
acho que nunca motivou. Salário é lugar comum. É zona de conforto. Senão fosse não haveria
tantos candidatos a concursos públicos. Salário é uma forma de recompensa tão antiga que a
própria palavra se originou com os romanos que pagavam seus soldados com sal.
      Mas isso são apenas palavras, vamos aos fatos. Às pesquisas.
      O Problema da Vela.
      O problema da vela foi proposto pelo psicólogo
Karl Dunker em 1945. Para o teste, haviam dois grupos
de pessoas e uma tarefa: acender uma vela numa
parede de cortiça usando uma caixa de tachinhas.
Conforme a imagem. O primeiro grupo ganharia uma
recompensa em dinheiro se realizasse a tarefa mais rápido
que o segundo. Ao segundo grupo, apenas os tempos
seriam medidos. O teste envolvia encontrar uma saída
criativa, já que não era possível pregar a vela diretamente na parede de cortiça, apesar de
muitos tentarem. Por incrível que pareça, o primeiro grupo, aquele que ganharia dinheiro,
encontrou a resposta (pregar a caixa na parede e colar a vela dentro), em média, 3 minutos e
meio depois do segundo grupo. Isso significa que recompensas financeiras prejudicam a
realização de tarefas onde é fundamental usar a inteligência e a criatividade.
      A segunda parte do experimento tornava as coisas
mais óbvias. Diretas. Nessa parte as tachinhas já estavam fora
da caixa. Dessa vez o primeiro grupo deu um banho no
segundo, encontrando a resposta muito antes.
      Do problema da vela podemos concluir que recompensas
financeiras apenas servem para estreitar nosso foco. Nada mal
para tarefas repetitivas que não necessitem de criatividade ou
pensamentos fora da linha. Do traçado. Trabalhadores de linhas de montagem não precisam de
criatividade e por este motivo são empregados robôs, mas empresas que querem funcionários
que realmente façam a diferença precisam abandonar imediatamente este esquema de
recompensa e castigo. Óbvio que dinheiro é necessário. É com ele que compramos nossos
carros, nossa comida, que viajamos para visitar a sogra. Se for de outra forma precisaremos
andar de ônibus, passar fome (às vezes) e receber a sogra em casa. E ninguém quer isso. Passar
fome, claro. Este e-book não é um rascunho de um novo tratado socialista bancado pelo Evo
Morales e Hugo Chávez. Apenas quero mostrar como é possível mantermos nossos funcionários
(colaboradores, lembre-se) motivados pagando salários e horas extras.
      Como?
      Pretendo responder essa pergunta nos próximos capítulos. Mas antes falarei um pouco
sobre motivação e mostrarei as peças de uma nova forma de fazer as coisas.
Cap. 2 – MOTIVAÇÃO, UMA NOVA ABORDAGEM


                                                    No primeiro capítulo falei das novas
empresas e serviços que surgiram nos últimos anos e como algumas empresas ainda teimam em
usar modelos e métodos do século passado. Contei o problema da vela e levantei a bola para o
segundo capítulo, onde mostraria um caminho para escaparmos da armadilha da recompensa e
punição. Sinto te decepcionar, caro leitor, mas pretendo desenvolver a ideia não mais em um,
mas em dois capítulos, e se você chegou até aqui, tenho certeza que não vai se incomodar.


      Vamos lá?
Motivação sempre foi o X da questão. Ou pelo menos tornou-se o X da questão nos
últimos anos com as palestras e livros motivacionais que se espalharam como ervas daninhas.
Ervas daninhas boas, claro. Falamos de motivação em todos os lugares, trabalho, casamento,
futebol. “Tal time perdeu a Copa porque faltou motivação, faltou garra!”
      Mas, o que é motivação?


motivação
subst f motivação                       ] pl          ] aquilo que leva a agir.


      Em outras palavras, é o impulso que leva à ação. Na verdade, a motivação pode ser
analisada a partir de duas perspectivas diferentes: como impulso e como atração.
      Ver o processo motivacional como impulso significa dizer que instintos e pulsões são a
força propulsora da ação. Assim, necessidades internas geram no indivíduo uma tensão que
exige ser resolvida. Exemplo desse tipo de motivação é a fome: a necessidade gera a fome, que
exige uma resolução através do comer. Apesar de importantes teorias da motivação basearem-
se nessa perspectiva e de ela explicar muitos fenômenos de comportamento, suas limitações
são latentes: a fome em si, para manter o exemplo, não determina se o sujeito vai escolher
entre arroz e feijão ou lasanha. Formas de comportamento mais complexas, como jejum ou
ainda o desejo de aprender, não explicam a motivação apenas como resolução de tensões
internas. Dessa forma, a pesquisa científica atual se desenvolve no âmbito da motivação como
atração, como força que puxa, atrai. Não pode se negar que ambas as perspectivas se
complementam e ajudam a explicar a complexidade do comportamento humano. Mas a
compreensão da motivação como força atratora é mais completa e não deixa de levar em
consideração as preferências individuais, uma vez que diferentes pessoas vêm diferentes
objetivos como mais ou menos desejáveis.
      Após este último parágrafo confuso e copiado da Wikipédia, voltemos ao primeiro
capítulo. Com o problema da vela mostrei que recompensas atrapalham a execução de tarefas
onde se exige criatividade ou inovação. Com a motivação não é diferente. Dinheiro, ao contrário
do que todos pensam (inclusive eu) não motiva as pessoas. Ou pelo menos não motiva o tanto
quanto deveria.
      Então o que motiva as pessoas?
      Atravessando a internet a nado, “tropecei” com este excelente texto do amigo Rodolfo
Araújo (@raraujo28), colunista da Você S/A, no qual ele resenha o livro The Upside of
Irrationality de Dan Ariely, reproduzo na íntegra abaixo, porque melhor não faria:
      “Quando iniciamos uma conversa pessoal com alguém, seja no avião, no ônibus ou
mesmo num bar, comumente comentamos o que fazemos profissionalmente mesmo antes de
dizer nosso nome. Nossa vida pessoal parece ter, ao menos nessas situações, um significado
maior até do que pessoal.
      Ocorre, porém, que os ambientes de trabalho parecem ignorar essa importância e
reduzem as horas que passamos no escritório a uma finalidade por si mesma: a subsistência. O
pensamento corrente nas grandes corporações sugere que trabalho é algo intrinsecamente
desagradável e, por isso, o funcionário precisa de dinheiro e controles para realizá-lo. Claro que
dinheiro é necessário - e muito dinheiro é desejável - mas não é por isso que você levanta todas
as manhãs. Ou pelo menos não deveria ser.
      O curioso experimento que sustentou essa afirmação pedia a voluntários que montassem
umas figuras de Lego, segundo instruções específicas, recebendo recompensas (em dinheiro)
decrescentes por cada etapa cumprida.
      Ao terminar a figura, o pesquisador perguntava se ele queria fazer mais uma,
sucessivamente, até que a recompensa chegasse a zero. Era-lhes explicado, também, que as
figuras seriam desmontadas logo depois, porque as peças seriam reaproveitadas nas etapas
seguintes.
      A diferença que separava dois grupos de voluntários estava na situação em que as peças
eram desmontadas: para um grupo, tudo que eles faziam era guardado numa caixa para ser
desmontado mais tarde; para o outro, as peças eram desmontadas imediatamente, na frente
deles, assim que eles as terminavam.
Nesta sutil variação era visível a frustração dos voluntários ao ver seu trabalho desfeito
diante de seus olhos. Ainda que a tarefa fosse insignificante, testemunhar a destruição do seu
esforço, a inutilização do seu trabalho é algo extremamente desmotivante. Como efeito, este
segundo grupo desistia do experimento muito antes do primeiro. Estava comprovado, então,
que encontrar significado naquilo que se faz representa um importante fator motivacional.”
       Como? Uma ideia é usar nas empresas os três conceitos definidos por Dan Pink:
autonomia, domínio e propósito. Mas vamos tratar detalhadamente cada um deles no próximo
capítulo.
Cap. 3 – AUTONOMIA, DOMÍNIO E PROPÓSITO,
                            AS PEÇAS DE UMA NOVA FORMA DE FAZER AS COISAS




                                                   Segunda-feira.   6:30   da    manhã.    O
despertador toca. Você salta da cama, toma seu banho, um rápido café e vai para o trabalho.
Tudo isso com um sorriso de orelha a orelha. Não. Eu não estou ficando louco. Eu sei que isso
não acontece. E sei porque isso não acontece.


      A questão é: você sabe?
É incrível como as pessoas não se dão conta da vida que levam. A depressão do domingo
(ou depressão do Faustão, como já ouvi) que começa logo depois do almoço e culmina no
término do futebol com aquela cochilada no sofá está tão inerente a nossa personalidade que já
acredito que seja hereditário. Ninguém encara a segunda-feira como o início de uma semana
cheia de possibilidades.
      Sempre creditei a culpa por esse comportamento a cada indivíduo. Ou seja, se eu não
gostava da segunda-feira, a culpa era minha. Mas quando uma sociedade toda tem o mesmo
comportamento, talvez seja a hora de encontrar outro vilão. E, pela primeira vez na história
desse país, a corda não arrebentou do lado mais fraco. A culpa por esse comportamento de
feriadão é das empresas. As mesmas empresas que acreditam que, quanto maior a recompensa,
melhores os resultados, são as que minam o nosso bom humor na segunda-feira.
      Mudar esse comportamento não é uma tarefa fácil, principalmente porque envolve uma
mudança de hábitos, estratégias e métodos que muitas empresas tomam como imutáveis.
Voltemos a Microsoft. Na década de 90 a empresa de Bill Gates resolveu criar uma enciclopédia.
Contratou os melhores editores, colocou gente para gerenciar e garantir que os prazos fossem
cumpridos. Pagou por tudo. Alguns anos depois nascia outra enciclopédia. Uma enciclopédia
livre onde cada um poderia publicar conteúdo sem receber absolutamente nada em troca. Há
10 anos qualquer economista em plenas faculdades mentais apostaria no modelo da Microsoft.
O fato é que a Wikipédia é um sucesso de colaboração enquanto a Encarta foi descontinuada
em 2009.
      Por quê?
      Porque o mundo dos negócios teima em contrariar o que a ciência já comprovou.
Lucramos muito com o atual modelo, mas criamos cada vez mais sociopatas, depressivos e
dependentes de remédios. Os médicos agradecem óbvio. Mas e se a sua empresa adotasse um
método de trabalho que levasse em conta não só os balancetes trimestrais, mas também a
felicidade dos seus colaboradores? Tenho certeza que os lucros seriam triplicados.
Quadruplicados. Como? Resumo em uma palavra: ENGAJAMENTO.
Engajar significa envolver. Tornar alguém ou algo relevante num meio. Se nos motivamos
contando o que fazemos, nos motivamos muito mais sabendo que somos importantes e
fundamentais no trabalho que realizamos. Mas engajar as pessoas dentro de uma empresa é
como montar um quebra-cabeça, você precisa começas devagar, pelos cantos, juntando peçinha
por peçinha até ver uma figura enorme montada na sua frente.
      Pensando sob este aspecto apresento a primeira parte do quebra-cabeça: AUTONOMIA.
Autonomia nada mais é do que o desejo de direcionar nossas próprias vidas. Tomar as rédeas da
situação. Escolher entre A e B. Fio vermelho, fio azul.
      Há alguns anos, Jody Thompson e Cali Ressler criaram algo que vai revolucionar a forma
como trabalhamos. Chama-se ROWE, do inglês Results Only Work Environment. A ideia é que os
funcionários façam seus próprios horários ou mesmo que não haja horários dentro de uma
empresa. Ideia absurdamente ridícula, não? Não!
      Ao contrário do que pensamos, ou nos fazem pensar, nosso relógio biológico não está
ajustado ao relógio comercial. Pessoas não rendem mais ou são mais criativas no período das 8
as 18. Há pessoas que preferem a madrugada e outras que gostam de acordar cedo. Isso ocorre
muito em pessoas diferenciadas. Em talentos. Exatamente os mesmo talentos que você quer na
sua empresa. É quase como ir para a floresta, escutar um pássaro cantar, capturar o pássaro,
colocar numa gaiola e achar que ele irá cantar do mesmo jeito na sua sala porque a sua sala tem
um ar condicionado inteligente e uma cafeteira de última geração.
      Autonomia envolve isso, deixar a pessoa criar seu próprio habitat. O habitat que ela sabe
que irá render mais. Que será mais criativa. Experimente por um mês. Cobre apenas resultados
de sua equipe de criação. Deixe-os criarem em casa, no metrô, no estádio de futebol, no parque.
      Será o mês mais criativo na história da sua empresa.
      Junto com autonomia precisamos empregar outro valor: DOMÍNIO. Domínio nada mais é
do que o desejo de melhorar cada vez mais fazendo algo que importa. Dan Pink, na sua palestra
no TED, apontou domínio como mastery. Mastery, do inglês, realmente é domínio. Mas é mais
do que isso. Mastery pode ser traduzido, também, como conhecimento profundo. E é esse
ponto que quero defender.
Quando trabalhamos em algo que nos soma trabalhamos com empenho. Motivados. Se
soubermos que não somos apenas robôs executando tarefas repetitivas ou apenas parte de
uma engrenagem, mas que fazemos diferença, os resultados são outros. Completamente
diferentes e superiores. Trabalhamos com afinco. Domínio é o motivo pelo qual as pessoas
continuavam montando seus legos na pesquisa citada no segundo capítulo. A recompensa era
financeira, mas dinheiro não era o principal propósito.
      Falando em PROPÓSITO, eis o terceiro pilar de Dan Pink. O desejo de fazer o que fazemos
para que sirva a algo maior que nós mesmos. A primeira coisa que me vem na cabeça ao falar
sobre propósito e a forma como o Google trata seus funcionários: dando um propósito a eles.
      Unindo propósito e autonomia, o Google deixa que os seus empregados usem 20% do
tempo para trabalhar em projetos paralelos. Para que pensem fora da caixa (não aquela das
tachinhas.). Desse método nasceram ótimos serviços, como o Gmail, Orkut, Notícias. Quando
um funcionário vê que seu trabalho é valorizado e que o que ele criou pode ser usado
efetivamente pela empresa, trabalha de outra forma. Colabora. Entenderam agora porque
prefiro usar a palavra colaboradores ao invés de funcionários ou empregados? E o sucesso do
Google serve para validar tal ideia.
      Autonomia, domínio e propósito. Aplicando essas três palavras quase como um mantra
na sua empresa você verá a performance de seus funcionários crescer, a produtividade
aumentar e a rotatividade diminuir. Fato. Autonomia, domínio e propósito são caminhos para
engajar seus empregados e transformá-los em colaboradores. Parte da empresa. E não do
sistema.
      Ok. Sua empresa é rígida demais para aplicar tais conceitos. Ou então seu chefe não
achará uma boa ideia que você trabalhe de madrugada e não dê as caras no outro dia. Mesmo
assim você quer poder direcionar sua própria vida, melhorar fazendo algo que importa e que
sirva para algo maior. Então, no meu último devaneio de loucura, eu aponto o caminho para
isso. Tanto para empresários que querem sair dessa rigidez, como para empregados que
querem fazer a diferença. Mas isso somente no próximo capítulo, onde finalmente falarei sobre
crowdsourcing e como ele irá mudar a forma como produzimos e vivemos.
Cap. 4 – CROWDSOURCING: NOVOS NEGÓCIOS,
                                                                           NOVAS PRÁTICAS




                                                      Em 2006, quando Jeff Howe, então editor
da revista Wired, cunhou pela primeira vez o termo crowdsourcing ele não fazia ideia da
dimensão que o conceito tomaria em apenas 4 anos. Claro que o movimento já existia, que a
colobaração entre indíviduos não era novidade na internet e inovação aberta já causava
polêmica. Mas até então não havia uma bandeira oficial que fizesse frente a esta nova filosofia.
Ainda em 2006 a NetFlix, empresa americana que entrega vídeos pelo correio, criou a
maior campanha crowdsourced vista até então: ofereceu $1.000.000 para a equipe que
desenvolvesse um algoritmo de recomendação 10% mais ágil do que o criado pela empresa.
      A campanha foi um sucesso. Tanto de repercussão e buzz para empresa, como de
soluções inovadoras vindo dos quatro cantos do planeta. Tamanho foi o sucesso que logo após
entregar o milhão, a empresa já lançou outro desafio, de mesmo valor.
      Mas não precisamos de milhões de dólares para ter uma boa campanha crowdsourced. A
Dell, fabricante de computadores, possui uma plataforma chamada Dell IdeaStorm. Através da
participação da multidão, a empresa já conseguiu integrar 280 sugestões em sua linha de
produtos. Inclusive, veio do IdeaStorm a “dica” de montar uma linha de computadores baratos
rodando Linux.
      Plataformas como o Innocentive.com usam o crowdsourcing para reunir num só lugar
problemas e gente realmente engajada e interessada em resolvê-los. O dinheiro não é o
propósito principal.
Ok. Mas aposto que você, caro leitor, está se perguntando: e daí?
      E daí que voltamos aos assuntos dos capítulos anteriores: motivação, autonomia,
domínio e propósito. O crowdsourcing por si só já pode ser considerado um fator extremamente
motivante e por isso já teria sua adoção justificada nas empresas. Mas vou além.
      Cresci ouvindo de todo mundo que para ser bem sucedido é fundamental um diploma de
ensino superior, sustentando por uma pós ou mestrado no exterior. Se conseguir passar num
concurso público que traga rentabilidade e estabilidade melhor ainda. Esse é um típico
pensamento da sociedade atual, a mesma sociedade que, como falei antes, gasta seus altos
salários em psiquiatras e remédios faixa preta. O que não se percebe ainda é a ligação entre os
dois fatos. Ou seria apenas uma triste coincidência?
      Não sou especialista em psiquiatria ou no comportamento de indivíduos, mas posso
afirmar que muitos dos males do nosso tempo estão ligados, sim, a falta de motivação e a esta
robotização que se vê cada vez mais dentro das empresas. Perdeu-se o lado humano e viramos
números. Estatísticas.
Enquanto divago nos últimos dois parágrafos, meu TweetDeck anuncia 15 tweets com a
hashtag #crowdsourcing. Desde pessoas pedindo ajuda para o jantar até empresas
anunciando concursos e desafios. Quantos brasileiros? Nenhum.
      Alguns anos atrás a empresa australiana Atlassian, de desenvolvimento de software,
estava preocupada com o baixo rendimento de seus funcionários. A cada ano o número de
licenças médicas aumentava, o número de bugs aumentava, a produtividade caia e o
faturamento despencava. Crise mundial? Não. Erro de planejamento? Talvez. Demissões?
Nenhuma. A solução para reerguer a companhia foi implementar um sistema apelidado
carinhosamente de FedEx Day. A primeira campanha crowdsourced interna.
      Funcionava assim: um dia por mês os funcionários ficavam em casa pensando e
desenvolvendo ideias para melhorar a empresa. Todas as ideias deveriam ser apresentadas a
todos da empresa no outro dia (daí surgiu o apelido). O resultado foi uma avalanche de boas
soluções para problemas internos. Funcionários motivados por verem suas ideias sendo
aplicadas no dia-a-dia da empresa. E sendo reconhecidos por isso. O número de licenças
médicas despencou, a produtividade aumentou, a rotatividade de empregados diminui e,
obviamente os lucros aumentaram.
      Quanto foi gasto? Nada! O dia “perdido” de trabalho de cada funcionário era
compensado pela economia que as soluções traziam para empresa.
      Utilizar a inteligência e verticalizar o conhecimento dos funcionários dentro de uma
empresa é chave para se destacar e aumentar a lucratividade em tempos de crise. E o
crowdsourcing é a única ferramenta capaz de proporcionar isso hoje.
      Por que não fazer?
      A Atlassian criou funcionários pensantes, engajados na causa da empresa. Apaixonados
pelo fazer. Criou colaboradores. Não pelo fato de ganharem mais do que os outros ou por ter
um dia de folga por mês. Mas por terem seus trabalhos reconhecidos, por fazerem parte de algo
maior do que eles. Por terem um propósito dentro da empresa, não um número.
      Proatividade. Iniciativa. Superar as expectativas iniciais.
Quando uma pessoa, por via de regra, aprende ou percebe que resolver problemas, criar
soluções realmente inovadoras, trás satisfação e alegria, não para mais. Dinheiro não é mais o
foco principal, porque a felicidade do funcionário tornou-se mais importante.
      Obviamente, toda mudança é acompanhada de certo receio. Não se pode exigir que uma
empresa engessada em preceitos e preconceitos crie um “FedEx Day” do dia para a noite e que
todos estejamos dando pulos de alegria daqui um mês. Então, meu recado abaixo vai para os
funcionários que queiram esticar seus limites intelectuais e criativos. Pessoas que querem
provocar um impacto real sobre o mundo. Mas que não podem simplesmente abandonar seus
empregos porque precisam sustentar suas famílias.
      Procurem plataformas crowdsourced! Não estou indicando apenas a LabelDESAFIOS.
Temos excelentes plataformas no Brasil, como o Battle of Concepts, a CrowdLabore ou o Kunigo.
Lá fora temos a já citada Innocentive.com. Engaje-se em um causa e aos poucos comece a fazer
a diferença que o mundo precisa. Se preferir, escreva-me um email que irei lhe apontar as
melhores plataformas do mundo. Conheço todas. Motive-se!
“Ok. Tudo isso é mimimi. Onda passageira. Modinha. Perdi meu tempo lendo as últimas
30 páginas.” Para mostrar como o crowdsourcing não é apenas uma moda, no próximo capítulo
vou mostrar uma série de exemplos de empresas que usaram o crowdsourcing para mudar a
forma como produziam.
Cap. 5 – CROWDSOURCING: EXEMPLOS DE
                            SUCESSO
INNOCENTIVE.COM

      Maior plataforma crowdsourcing do mundo. Já entregou mais de US$5 milhões em
prêmios por soluções. Possui parcerias com a NASA e a The Rockefeller Foundation. Recebe
soluções do mundo todo. No vazamento de óleo no Golfo do México foi responsável por gerar
mais de 900 soluções para o problema. Atualmente, possui 49 desafios no ar, que variam desde
software para monitoramento de voz até medições da quantidade de carbono no ar.

      DELL IDEASTORM

      A Dell, uma das maiores fabricantes de computadores, possui um fórum chamado
IdeaStorm onde colhe as sugestões da multidão para aplicar em seus produtos. As sugestões são
recebidas, filtradas e repassadas aos engenheiros. Mais de 280 sugestões já foram aproveitadas,
inclusive a ideia de utilizar o sistema operacional Linux numa linha de computadores mais
baratos.

      http://www.labeldesafios.com.br/blog/caixa-de-sugestoes/
MY STARBUCKS IDEA

        Parecido com o IdeaStorm da Dell, o My Starbucks Idea é a plataforma para colher ideias
da maior rede de cafeterias do mundo. Com uma equipe dedicada apenas a colher informações
e envolver a comunidade nos seus problemas, hoje é referência em gestão de ideias no mundo
todo.

        http://www.labeldesafios.com.br/blog/caixa-de-sugestoes/

        PROCTER & GAMBLE

        Pioneira na solução de problemas através do crowdsourcing. Há 15 anos desenvolve
ações de cooperação com a multidão. Das soluções, nasceram ideias bilionárias, como
“imprimir” imagens e textos em batatas fritas. Hoje, 40% de toda a inovação da empresa vem de
fora, por um custo 40% menor.

        http://www.labeldesafios.com.br/blog/proctergamble/
Cap. 6 – LabelDESAFIOS
Poderia me aprofundar um pouco mais em toda esta questão de motivação e
crowdsourcing, mas, ao invés disso, quero convidar todos vocês que leram e se interessaram
pelo tema a discutirmos juntos. Se apenas eu apresentar minhas ideias perde-se a noção de
multidão e inteligência coletiva. Portanto, entrem no blog, sigam-me no Twitter e vamos
continuar essa discussão lá fora.

      Fique a vontade para me escreverem para perguntar, discutir, criticar ou elogiar:

                                       rafael.zatti@labeldesafios.com.br

      Podemos conversar pelo Skype também:

                                                       rafazatti

      Para as empresas que se interessaram pelo caso da Atlassian, acessem:

      http://www.labeldesafios.com.br/blog/inovacao/

      http://www.labeldesafios.com.br/empresas/envie-o-seu-desafio/
Último recado:

      “Se o objetivo é permitir que seus clientes se expressem, crie uma conta no Twitter e
missão cumprida. Mas se a sua empresa quer trazer seus clientes em um diálogo racional, para
envolvê-los no desenvolvimento e aperfeiçoamento de novos produtos, você terá que
evidenciar uma compreensão muito melhor de como o conhecimento, as opiniões e a
inteligência de uma grande multidão pode ser mais bem aproveitado.”




      Forte abraço,

      Rafael Zatti.

                        Este e-Book foi inspirado fortemente na palestra sobre motivação de Dan Pink. Recomendo.

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E book Crowdsourcing e as peças de uma nova forma de fazer as coisas

  • 2. Dedico este primeiro e-Book a meu pai e minha mãe, que tiveram grande impacto em tudo que eu sou e acredito. Agradeço a Carolina (@carolylorenzi) pelas constantes revisões e apoio psicológico. E ao meu grande amigo Leonardo Ragonezi, pela belíssima capa.
  • 3. Cap. 1 – NOVOS NEGÓCIOS, VELHAS PRÁTICAS A internet. Ao contrário do que imaginamos, ou lemos, a internet não é uma rede mundial de computadores. A internet é, na verdade, uma rede mundial de pessoas interligadas por computadores. Alias, com iPhones, iPads, wifi e wireless, Blackberrys e Nokias, não podemos nem mais falar apenas em computadores. Estamos interligados por dispositivos das mais variadas formas e tecnologias. Se há 20 anos enviar um e-mail era motivo de perplexidade, hoje falamos em monitores 3D e realidade aumentada. O limite? Nem o céu é o limite. Mantemos uma estação espacial na órbita da Terra desde 1998 e o próximo passo é a conquista, ou invasão, de Marte.
  • 4. A evolução da tecnologia trouxe agilidade na forma como nos relacionamos e como fazemos negócios. Ou seja, evoluímos como sociedade. Estamos mais dinâmicos. O tempo de desenvolvimento de um produto diminuiu e conseguimos vender e comprar do mundo inteiro sem sair de casa. Com um clique. Isso é um claro reflexo de novos modelos de negócios que foram criados nos últimos 10 ou 15 anos. Apesar do estouro da bolha alguns anos atrás, vemos nas empresas ponto com um crescimento exponencial, estonteante. E não estou falando apenas de Google, Facebook ou Zappos. Empresas como Microsoft e Apple, que ajudaram a criar a web de hoje, souberam se adaptar e crescer de acordo com a evolução. Não pararam no tempo ou cruzaram os braços esperando a “modinha” da web passar. Apesar de que, em 1993, Bill Gates, fundador da Microsoft, declarou “a internet? Não estamos interessados nela”. Declarações a parte, Gates sabe o valor da internet e por isso a Microsoft criou o Bing. O buscador que nasceu para ser concorrente do Google ainda não deslanchou. Se deslanchou, eu não sei. Eu não uso. Prefiro o Google por um motivo: simplicidade. Simplicidade virou regra. Febre. Tendência, melhor dizendo. Grande parte da culpa, ou
  • 5. mérito se preferir, é da empresa de Mountain View. Seus serviços (Reader, Docs, Gmail, Gtalk, etc etc etc) primam pela simplicidade. Isso me lembra a história contada no livro “A Vaca Roxa” do Seth Godin: ao que parece, as pessoas do Google tem obsessão por emails críticos ao serviço e os levam muito a sério. Há uma pessoa que escreve de tempos em tempos e que nunca se identifica. Eis o relato de Marissa Mayer, do Google: “Todas as vezes que ele escreve, seu email contém apenas um número de dois dígitos. Levou algum tempo até que descobríssemos o que ele estava fazendo. O número significa a quantidade de palavras no homepage. Quando o número sobe (por exemplo, quando aumenta para 52), ele fica irritado e nos manda um email com o novo total.” Hoje, a página inicial do Yahoo! tem mais de quinhentas palavras. Ou seja, simplicidade é tudo. Preferimos um serviço um pouco inferior mas simples e funcional do que outro com ferramentas que necessite de um manual de 500 páginas.
  • 6. Não somos pilotos de Boeings. Ou motoristas do novo série 7 da BMW. Eu não. Seguindo a onda da simplicidade, nasceu o serviço mais ridiculamente simples: Twitter. O microblog de apenas 140 A métrica do Twitter é um tanto quanto curiosa. Vejamos: caracteres virou um fenômeno Dos 75 milhões de usuários, 1/4 tem 0 followers; mundial tão grande que anda Somente 17% dos usuários do Twitter são ativos; 40% nunca enviaram uma mensagem; ditando as novas tendências do O Twitteiro médio tem 27 followers; mercado. Hoje é fundamental 80% dos Twitteiros não enviaram mais de 10 mensagens. todas as empresas estarem Se aplicarmos esses valores aos 4 milhões de usuários brasileiros, o dentro dele ouvindo e discutindo grosso do Twitter canarinho é tocado por menos de 800 mil pessoas. com seus clientes. Pessoas perderam empregos por causa de tweets, vide o caso do editor da National Geographic que criticou abertamente a Veja. Ambas da mesma editora, a Abril. Todos esses novos serviços, empresas e modelos de negócios formam a base de uma nova economia. Uma economia mais flexível e dinâmica do que a pregada por economistas dos
  • 7. tempos em que o café escolhia, inclusive, presidentes. Mesmo assim, ainda temos empresas que teimam, por birra ou desconhecimento, trabalhar com modelos ultrapassados. Teimam em manter uma relação de recompensa e punição com seus funcionários. Algo que, além de não funcionar, causa danos para todo o sistema. Não falo nem de danos financeiros, diminuição dos lucros e descontento de acionistas ao estilo Sr. Burns. Falo de danos ideológicos. Pensamentos ultrapassados, rigidez e hierarquias. Hierarquias, aliás, em tempos de web 2.0, são risíveis. Falamos tanto em linearidade, lean startups, verticalização do conhecimento e mantemos CxO, diretores-gerais, diretores de departamentos, gerente, supervisor e chefes. Sempre aprendi que um funcionário novo não deve estar a mais de duas pessoas do presidente. Mais ultrapassado do que hierarquia é a forma como recompensamos nossos colaboradores. Por colaboradores, leia-se funcionários ou empregados. Prefiro colaboradores por ser menos pejorativo. Pagar salários e horas extras não estimula mais. Não motiva. Aliás, acho que nunca motivou. Salário é lugar comum. É zona de conforto. Senão fosse não haveria tantos candidatos a concursos públicos. Salário é uma forma de recompensa tão antiga que a
  • 8. própria palavra se originou com os romanos que pagavam seus soldados com sal. Mas isso são apenas palavras, vamos aos fatos. Às pesquisas. O Problema da Vela. O problema da vela foi proposto pelo psicólogo Karl Dunker em 1945. Para o teste, haviam dois grupos de pessoas e uma tarefa: acender uma vela numa parede de cortiça usando uma caixa de tachinhas. Conforme a imagem. O primeiro grupo ganharia uma recompensa em dinheiro se realizasse a tarefa mais rápido que o segundo. Ao segundo grupo, apenas os tempos seriam medidos. O teste envolvia encontrar uma saída criativa, já que não era possível pregar a vela diretamente na parede de cortiça, apesar de muitos tentarem. Por incrível que pareça, o primeiro grupo, aquele que ganharia dinheiro, encontrou a resposta (pregar a caixa na parede e colar a vela dentro), em média, 3 minutos e
  • 9. meio depois do segundo grupo. Isso significa que recompensas financeiras prejudicam a realização de tarefas onde é fundamental usar a inteligência e a criatividade. A segunda parte do experimento tornava as coisas mais óbvias. Diretas. Nessa parte as tachinhas já estavam fora da caixa. Dessa vez o primeiro grupo deu um banho no segundo, encontrando a resposta muito antes. Do problema da vela podemos concluir que recompensas financeiras apenas servem para estreitar nosso foco. Nada mal para tarefas repetitivas que não necessitem de criatividade ou pensamentos fora da linha. Do traçado. Trabalhadores de linhas de montagem não precisam de criatividade e por este motivo são empregados robôs, mas empresas que querem funcionários que realmente façam a diferença precisam abandonar imediatamente este esquema de recompensa e castigo. Óbvio que dinheiro é necessário. É com ele que compramos nossos carros, nossa comida, que viajamos para visitar a sogra. Se for de outra forma precisaremos
  • 10. andar de ônibus, passar fome (às vezes) e receber a sogra em casa. E ninguém quer isso. Passar fome, claro. Este e-book não é um rascunho de um novo tratado socialista bancado pelo Evo Morales e Hugo Chávez. Apenas quero mostrar como é possível mantermos nossos funcionários (colaboradores, lembre-se) motivados pagando salários e horas extras. Como? Pretendo responder essa pergunta nos próximos capítulos. Mas antes falarei um pouco sobre motivação e mostrarei as peças de uma nova forma de fazer as coisas.
  • 11. Cap. 2 – MOTIVAÇÃO, UMA NOVA ABORDAGEM No primeiro capítulo falei das novas empresas e serviços que surgiram nos últimos anos e como algumas empresas ainda teimam em usar modelos e métodos do século passado. Contei o problema da vela e levantei a bola para o segundo capítulo, onde mostraria um caminho para escaparmos da armadilha da recompensa e punição. Sinto te decepcionar, caro leitor, mas pretendo desenvolver a ideia não mais em um, mas em dois capítulos, e se você chegou até aqui, tenho certeza que não vai se incomodar. Vamos lá?
  • 12. Motivação sempre foi o X da questão. Ou pelo menos tornou-se o X da questão nos últimos anos com as palestras e livros motivacionais que se espalharam como ervas daninhas. Ervas daninhas boas, claro. Falamos de motivação em todos os lugares, trabalho, casamento, futebol. “Tal time perdeu a Copa porque faltou motivação, faltou garra!” Mas, o que é motivação? motivação subst f motivação ] pl ] aquilo que leva a agir. Em outras palavras, é o impulso que leva à ação. Na verdade, a motivação pode ser analisada a partir de duas perspectivas diferentes: como impulso e como atração. Ver o processo motivacional como impulso significa dizer que instintos e pulsões são a força propulsora da ação. Assim, necessidades internas geram no indivíduo uma tensão que exige ser resolvida. Exemplo desse tipo de motivação é a fome: a necessidade gera a fome, que
  • 13. exige uma resolução através do comer. Apesar de importantes teorias da motivação basearem- se nessa perspectiva e de ela explicar muitos fenômenos de comportamento, suas limitações são latentes: a fome em si, para manter o exemplo, não determina se o sujeito vai escolher entre arroz e feijão ou lasanha. Formas de comportamento mais complexas, como jejum ou ainda o desejo de aprender, não explicam a motivação apenas como resolução de tensões internas. Dessa forma, a pesquisa científica atual se desenvolve no âmbito da motivação como atração, como força que puxa, atrai. Não pode se negar que ambas as perspectivas se complementam e ajudam a explicar a complexidade do comportamento humano. Mas a compreensão da motivação como força atratora é mais completa e não deixa de levar em consideração as preferências individuais, uma vez que diferentes pessoas vêm diferentes objetivos como mais ou menos desejáveis. Após este último parágrafo confuso e copiado da Wikipédia, voltemos ao primeiro capítulo. Com o problema da vela mostrei que recompensas atrapalham a execução de tarefas onde se exige criatividade ou inovação. Com a motivação não é diferente. Dinheiro, ao contrário
  • 14. do que todos pensam (inclusive eu) não motiva as pessoas. Ou pelo menos não motiva o tanto quanto deveria. Então o que motiva as pessoas? Atravessando a internet a nado, “tropecei” com este excelente texto do amigo Rodolfo Araújo (@raraujo28), colunista da Você S/A, no qual ele resenha o livro The Upside of Irrationality de Dan Ariely, reproduzo na íntegra abaixo, porque melhor não faria: “Quando iniciamos uma conversa pessoal com alguém, seja no avião, no ônibus ou mesmo num bar, comumente comentamos o que fazemos profissionalmente mesmo antes de dizer nosso nome. Nossa vida pessoal parece ter, ao menos nessas situações, um significado maior até do que pessoal. Ocorre, porém, que os ambientes de trabalho parecem ignorar essa importância e reduzem as horas que passamos no escritório a uma finalidade por si mesma: a subsistência. O pensamento corrente nas grandes corporações sugere que trabalho é algo intrinsecamente desagradável e, por isso, o funcionário precisa de dinheiro e controles para realizá-lo. Claro que
  • 15. dinheiro é necessário - e muito dinheiro é desejável - mas não é por isso que você levanta todas as manhãs. Ou pelo menos não deveria ser. O curioso experimento que sustentou essa afirmação pedia a voluntários que montassem umas figuras de Lego, segundo instruções específicas, recebendo recompensas (em dinheiro) decrescentes por cada etapa cumprida. Ao terminar a figura, o pesquisador perguntava se ele queria fazer mais uma, sucessivamente, até que a recompensa chegasse a zero. Era-lhes explicado, também, que as figuras seriam desmontadas logo depois, porque as peças seriam reaproveitadas nas etapas seguintes. A diferença que separava dois grupos de voluntários estava na situação em que as peças eram desmontadas: para um grupo, tudo que eles faziam era guardado numa caixa para ser desmontado mais tarde; para o outro, as peças eram desmontadas imediatamente, na frente deles, assim que eles as terminavam.
  • 16. Nesta sutil variação era visível a frustração dos voluntários ao ver seu trabalho desfeito diante de seus olhos. Ainda que a tarefa fosse insignificante, testemunhar a destruição do seu esforço, a inutilização do seu trabalho é algo extremamente desmotivante. Como efeito, este segundo grupo desistia do experimento muito antes do primeiro. Estava comprovado, então, que encontrar significado naquilo que se faz representa um importante fator motivacional.” Como? Uma ideia é usar nas empresas os três conceitos definidos por Dan Pink: autonomia, domínio e propósito. Mas vamos tratar detalhadamente cada um deles no próximo capítulo.
  • 17. Cap. 3 – AUTONOMIA, DOMÍNIO E PROPÓSITO, AS PEÇAS DE UMA NOVA FORMA DE FAZER AS COISAS Segunda-feira. 6:30 da manhã. O despertador toca. Você salta da cama, toma seu banho, um rápido café e vai para o trabalho. Tudo isso com um sorriso de orelha a orelha. Não. Eu não estou ficando louco. Eu sei que isso não acontece. E sei porque isso não acontece. A questão é: você sabe?
  • 18. É incrível como as pessoas não se dão conta da vida que levam. A depressão do domingo (ou depressão do Faustão, como já ouvi) que começa logo depois do almoço e culmina no término do futebol com aquela cochilada no sofá está tão inerente a nossa personalidade que já acredito que seja hereditário. Ninguém encara a segunda-feira como o início de uma semana cheia de possibilidades. Sempre creditei a culpa por esse comportamento a cada indivíduo. Ou seja, se eu não gostava da segunda-feira, a culpa era minha. Mas quando uma sociedade toda tem o mesmo comportamento, talvez seja a hora de encontrar outro vilão. E, pela primeira vez na história desse país, a corda não arrebentou do lado mais fraco. A culpa por esse comportamento de feriadão é das empresas. As mesmas empresas que acreditam que, quanto maior a recompensa, melhores os resultados, são as que minam o nosso bom humor na segunda-feira. Mudar esse comportamento não é uma tarefa fácil, principalmente porque envolve uma mudança de hábitos, estratégias e métodos que muitas empresas tomam como imutáveis. Voltemos a Microsoft. Na década de 90 a empresa de Bill Gates resolveu criar uma enciclopédia.
  • 19. Contratou os melhores editores, colocou gente para gerenciar e garantir que os prazos fossem cumpridos. Pagou por tudo. Alguns anos depois nascia outra enciclopédia. Uma enciclopédia livre onde cada um poderia publicar conteúdo sem receber absolutamente nada em troca. Há 10 anos qualquer economista em plenas faculdades mentais apostaria no modelo da Microsoft. O fato é que a Wikipédia é um sucesso de colaboração enquanto a Encarta foi descontinuada em 2009. Por quê? Porque o mundo dos negócios teima em contrariar o que a ciência já comprovou. Lucramos muito com o atual modelo, mas criamos cada vez mais sociopatas, depressivos e dependentes de remédios. Os médicos agradecem óbvio. Mas e se a sua empresa adotasse um método de trabalho que levasse em conta não só os balancetes trimestrais, mas também a felicidade dos seus colaboradores? Tenho certeza que os lucros seriam triplicados. Quadruplicados. Como? Resumo em uma palavra: ENGAJAMENTO.
  • 20. Engajar significa envolver. Tornar alguém ou algo relevante num meio. Se nos motivamos contando o que fazemos, nos motivamos muito mais sabendo que somos importantes e fundamentais no trabalho que realizamos. Mas engajar as pessoas dentro de uma empresa é como montar um quebra-cabeça, você precisa começas devagar, pelos cantos, juntando peçinha por peçinha até ver uma figura enorme montada na sua frente. Pensando sob este aspecto apresento a primeira parte do quebra-cabeça: AUTONOMIA. Autonomia nada mais é do que o desejo de direcionar nossas próprias vidas. Tomar as rédeas da situação. Escolher entre A e B. Fio vermelho, fio azul. Há alguns anos, Jody Thompson e Cali Ressler criaram algo que vai revolucionar a forma como trabalhamos. Chama-se ROWE, do inglês Results Only Work Environment. A ideia é que os funcionários façam seus próprios horários ou mesmo que não haja horários dentro de uma empresa. Ideia absurdamente ridícula, não? Não! Ao contrário do que pensamos, ou nos fazem pensar, nosso relógio biológico não está ajustado ao relógio comercial. Pessoas não rendem mais ou são mais criativas no período das 8
  • 21. as 18. Há pessoas que preferem a madrugada e outras que gostam de acordar cedo. Isso ocorre muito em pessoas diferenciadas. Em talentos. Exatamente os mesmo talentos que você quer na sua empresa. É quase como ir para a floresta, escutar um pássaro cantar, capturar o pássaro, colocar numa gaiola e achar que ele irá cantar do mesmo jeito na sua sala porque a sua sala tem um ar condicionado inteligente e uma cafeteira de última geração. Autonomia envolve isso, deixar a pessoa criar seu próprio habitat. O habitat que ela sabe que irá render mais. Que será mais criativa. Experimente por um mês. Cobre apenas resultados de sua equipe de criação. Deixe-os criarem em casa, no metrô, no estádio de futebol, no parque. Será o mês mais criativo na história da sua empresa. Junto com autonomia precisamos empregar outro valor: DOMÍNIO. Domínio nada mais é do que o desejo de melhorar cada vez mais fazendo algo que importa. Dan Pink, na sua palestra no TED, apontou domínio como mastery. Mastery, do inglês, realmente é domínio. Mas é mais do que isso. Mastery pode ser traduzido, também, como conhecimento profundo. E é esse ponto que quero defender.
  • 22. Quando trabalhamos em algo que nos soma trabalhamos com empenho. Motivados. Se soubermos que não somos apenas robôs executando tarefas repetitivas ou apenas parte de uma engrenagem, mas que fazemos diferença, os resultados são outros. Completamente diferentes e superiores. Trabalhamos com afinco. Domínio é o motivo pelo qual as pessoas continuavam montando seus legos na pesquisa citada no segundo capítulo. A recompensa era financeira, mas dinheiro não era o principal propósito. Falando em PROPÓSITO, eis o terceiro pilar de Dan Pink. O desejo de fazer o que fazemos para que sirva a algo maior que nós mesmos. A primeira coisa que me vem na cabeça ao falar sobre propósito e a forma como o Google trata seus funcionários: dando um propósito a eles. Unindo propósito e autonomia, o Google deixa que os seus empregados usem 20% do tempo para trabalhar em projetos paralelos. Para que pensem fora da caixa (não aquela das tachinhas.). Desse método nasceram ótimos serviços, como o Gmail, Orkut, Notícias. Quando um funcionário vê que seu trabalho é valorizado e que o que ele criou pode ser usado efetivamente pela empresa, trabalha de outra forma. Colabora. Entenderam agora porque
  • 23. prefiro usar a palavra colaboradores ao invés de funcionários ou empregados? E o sucesso do Google serve para validar tal ideia. Autonomia, domínio e propósito. Aplicando essas três palavras quase como um mantra na sua empresa você verá a performance de seus funcionários crescer, a produtividade aumentar e a rotatividade diminuir. Fato. Autonomia, domínio e propósito são caminhos para engajar seus empregados e transformá-los em colaboradores. Parte da empresa. E não do sistema. Ok. Sua empresa é rígida demais para aplicar tais conceitos. Ou então seu chefe não achará uma boa ideia que você trabalhe de madrugada e não dê as caras no outro dia. Mesmo assim você quer poder direcionar sua própria vida, melhorar fazendo algo que importa e que sirva para algo maior. Então, no meu último devaneio de loucura, eu aponto o caminho para isso. Tanto para empresários que querem sair dessa rigidez, como para empregados que querem fazer a diferença. Mas isso somente no próximo capítulo, onde finalmente falarei sobre crowdsourcing e como ele irá mudar a forma como produzimos e vivemos.
  • 24. Cap. 4 – CROWDSOURCING: NOVOS NEGÓCIOS, NOVAS PRÁTICAS Em 2006, quando Jeff Howe, então editor da revista Wired, cunhou pela primeira vez o termo crowdsourcing ele não fazia ideia da dimensão que o conceito tomaria em apenas 4 anos. Claro que o movimento já existia, que a colobaração entre indíviduos não era novidade na internet e inovação aberta já causava polêmica. Mas até então não havia uma bandeira oficial que fizesse frente a esta nova filosofia.
  • 25. Ainda em 2006 a NetFlix, empresa americana que entrega vídeos pelo correio, criou a maior campanha crowdsourced vista até então: ofereceu $1.000.000 para a equipe que desenvolvesse um algoritmo de recomendação 10% mais ágil do que o criado pela empresa. A campanha foi um sucesso. Tanto de repercussão e buzz para empresa, como de soluções inovadoras vindo dos quatro cantos do planeta. Tamanho foi o sucesso que logo após entregar o milhão, a empresa já lançou outro desafio, de mesmo valor. Mas não precisamos de milhões de dólares para ter uma boa campanha crowdsourced. A Dell, fabricante de computadores, possui uma plataforma chamada Dell IdeaStorm. Através da participação da multidão, a empresa já conseguiu integrar 280 sugestões em sua linha de produtos. Inclusive, veio do IdeaStorm a “dica” de montar uma linha de computadores baratos rodando Linux. Plataformas como o Innocentive.com usam o crowdsourcing para reunir num só lugar problemas e gente realmente engajada e interessada em resolvê-los. O dinheiro não é o propósito principal.
  • 26. Ok. Mas aposto que você, caro leitor, está se perguntando: e daí? E daí que voltamos aos assuntos dos capítulos anteriores: motivação, autonomia, domínio e propósito. O crowdsourcing por si só já pode ser considerado um fator extremamente motivante e por isso já teria sua adoção justificada nas empresas. Mas vou além. Cresci ouvindo de todo mundo que para ser bem sucedido é fundamental um diploma de ensino superior, sustentando por uma pós ou mestrado no exterior. Se conseguir passar num concurso público que traga rentabilidade e estabilidade melhor ainda. Esse é um típico pensamento da sociedade atual, a mesma sociedade que, como falei antes, gasta seus altos salários em psiquiatras e remédios faixa preta. O que não se percebe ainda é a ligação entre os dois fatos. Ou seria apenas uma triste coincidência? Não sou especialista em psiquiatria ou no comportamento de indivíduos, mas posso afirmar que muitos dos males do nosso tempo estão ligados, sim, a falta de motivação e a esta robotização que se vê cada vez mais dentro das empresas. Perdeu-se o lado humano e viramos números. Estatísticas.
  • 27. Enquanto divago nos últimos dois parágrafos, meu TweetDeck anuncia 15 tweets com a hashtag #crowdsourcing. Desde pessoas pedindo ajuda para o jantar até empresas anunciando concursos e desafios. Quantos brasileiros? Nenhum. Alguns anos atrás a empresa australiana Atlassian, de desenvolvimento de software, estava preocupada com o baixo rendimento de seus funcionários. A cada ano o número de licenças médicas aumentava, o número de bugs aumentava, a produtividade caia e o faturamento despencava. Crise mundial? Não. Erro de planejamento? Talvez. Demissões? Nenhuma. A solução para reerguer a companhia foi implementar um sistema apelidado carinhosamente de FedEx Day. A primeira campanha crowdsourced interna. Funcionava assim: um dia por mês os funcionários ficavam em casa pensando e desenvolvendo ideias para melhorar a empresa. Todas as ideias deveriam ser apresentadas a todos da empresa no outro dia (daí surgiu o apelido). O resultado foi uma avalanche de boas soluções para problemas internos. Funcionários motivados por verem suas ideias sendo aplicadas no dia-a-dia da empresa. E sendo reconhecidos por isso. O número de licenças
  • 28. médicas despencou, a produtividade aumentou, a rotatividade de empregados diminui e, obviamente os lucros aumentaram. Quanto foi gasto? Nada! O dia “perdido” de trabalho de cada funcionário era compensado pela economia que as soluções traziam para empresa. Utilizar a inteligência e verticalizar o conhecimento dos funcionários dentro de uma empresa é chave para se destacar e aumentar a lucratividade em tempos de crise. E o crowdsourcing é a única ferramenta capaz de proporcionar isso hoje. Por que não fazer? A Atlassian criou funcionários pensantes, engajados na causa da empresa. Apaixonados pelo fazer. Criou colaboradores. Não pelo fato de ganharem mais do que os outros ou por ter um dia de folga por mês. Mas por terem seus trabalhos reconhecidos, por fazerem parte de algo maior do que eles. Por terem um propósito dentro da empresa, não um número. Proatividade. Iniciativa. Superar as expectativas iniciais.
  • 29. Quando uma pessoa, por via de regra, aprende ou percebe que resolver problemas, criar soluções realmente inovadoras, trás satisfação e alegria, não para mais. Dinheiro não é mais o foco principal, porque a felicidade do funcionário tornou-se mais importante. Obviamente, toda mudança é acompanhada de certo receio. Não se pode exigir que uma empresa engessada em preceitos e preconceitos crie um “FedEx Day” do dia para a noite e que todos estejamos dando pulos de alegria daqui um mês. Então, meu recado abaixo vai para os funcionários que queiram esticar seus limites intelectuais e criativos. Pessoas que querem provocar um impacto real sobre o mundo. Mas que não podem simplesmente abandonar seus empregos porque precisam sustentar suas famílias. Procurem plataformas crowdsourced! Não estou indicando apenas a LabelDESAFIOS. Temos excelentes plataformas no Brasil, como o Battle of Concepts, a CrowdLabore ou o Kunigo. Lá fora temos a já citada Innocentive.com. Engaje-se em um causa e aos poucos comece a fazer a diferença que o mundo precisa. Se preferir, escreva-me um email que irei lhe apontar as melhores plataformas do mundo. Conheço todas. Motive-se!
  • 30. “Ok. Tudo isso é mimimi. Onda passageira. Modinha. Perdi meu tempo lendo as últimas 30 páginas.” Para mostrar como o crowdsourcing não é apenas uma moda, no próximo capítulo vou mostrar uma série de exemplos de empresas que usaram o crowdsourcing para mudar a forma como produziam.
  • 31. Cap. 5 – CROWDSOURCING: EXEMPLOS DE SUCESSO
  • 32. INNOCENTIVE.COM Maior plataforma crowdsourcing do mundo. Já entregou mais de US$5 milhões em prêmios por soluções. Possui parcerias com a NASA e a The Rockefeller Foundation. Recebe soluções do mundo todo. No vazamento de óleo no Golfo do México foi responsável por gerar mais de 900 soluções para o problema. Atualmente, possui 49 desafios no ar, que variam desde software para monitoramento de voz até medições da quantidade de carbono no ar. DELL IDEASTORM A Dell, uma das maiores fabricantes de computadores, possui um fórum chamado IdeaStorm onde colhe as sugestões da multidão para aplicar em seus produtos. As sugestões são recebidas, filtradas e repassadas aos engenheiros. Mais de 280 sugestões já foram aproveitadas, inclusive a ideia de utilizar o sistema operacional Linux numa linha de computadores mais baratos. http://www.labeldesafios.com.br/blog/caixa-de-sugestoes/
  • 33. MY STARBUCKS IDEA Parecido com o IdeaStorm da Dell, o My Starbucks Idea é a plataforma para colher ideias da maior rede de cafeterias do mundo. Com uma equipe dedicada apenas a colher informações e envolver a comunidade nos seus problemas, hoje é referência em gestão de ideias no mundo todo. http://www.labeldesafios.com.br/blog/caixa-de-sugestoes/ PROCTER & GAMBLE Pioneira na solução de problemas através do crowdsourcing. Há 15 anos desenvolve ações de cooperação com a multidão. Das soluções, nasceram ideias bilionárias, como “imprimir” imagens e textos em batatas fritas. Hoje, 40% de toda a inovação da empresa vem de fora, por um custo 40% menor. http://www.labeldesafios.com.br/blog/proctergamble/
  • 34. Cap. 6 – LabelDESAFIOS
  • 35. Poderia me aprofundar um pouco mais em toda esta questão de motivação e crowdsourcing, mas, ao invés disso, quero convidar todos vocês que leram e se interessaram pelo tema a discutirmos juntos. Se apenas eu apresentar minhas ideias perde-se a noção de multidão e inteligência coletiva. Portanto, entrem no blog, sigam-me no Twitter e vamos continuar essa discussão lá fora. Fique a vontade para me escreverem para perguntar, discutir, criticar ou elogiar: rafael.zatti@labeldesafios.com.br Podemos conversar pelo Skype também: rafazatti Para as empresas que se interessaram pelo caso da Atlassian, acessem: http://www.labeldesafios.com.br/blog/inovacao/ http://www.labeldesafios.com.br/empresas/envie-o-seu-desafio/
  • 36. Último recado: “Se o objetivo é permitir que seus clientes se expressem, crie uma conta no Twitter e missão cumprida. Mas se a sua empresa quer trazer seus clientes em um diálogo racional, para envolvê-los no desenvolvimento e aperfeiçoamento de novos produtos, você terá que evidenciar uma compreensão muito melhor de como o conhecimento, as opiniões e a inteligência de uma grande multidão pode ser mais bem aproveitado.” Forte abraço, Rafael Zatti. Este e-Book foi inspirado fortemente na palestra sobre motivação de Dan Pink. Recomendo.