Baile da Saudade / Loja Maçônica Segredo, Força e União de Juazeiro Ba
Começo a ter vergonha de mim.
1. JÁ COMEÇO A TER VERGONHA DE MIM
Ruy Barbosa, num momento de pura lucidez, deixa
gravado na história um pensamento/verdade, que
este dia já chegou pra muitos cidadãos, que se ver
acuado num canto, sem esperança e já tendo
vergonha de si.
O que disse Ruy Barbosa ainda no século XIX. “De
tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver
prosperar a desonra, de tanto ver crescer a
injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus, o homem chega a
desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter
vergonha de ser honesto”. A operação Lavajato, e
tantas outras, se espalham de forma geométrica, que
achamos que este país está chegando num ponto, que vai implodir. Mas,
deixemos que tudo se esclareça a cada dia, e vamos ficar por aqui na nossa
Ilhéus, onde os problemas mais simples de serem resolvidos se agigantam nas
cabeças de muitos secretários do governo municipal.
Seria desmotivação, ou seria falta de criatividade? Pois, é duro pensar que nós
leigos vemos tantas soluções sem custos exagerados, ou melhor, quase sem
custo algum. Certos entraves, devem estar acontecendo no comando para a
cidade não alavancar, porque jamais seria por falta de verba.
Ora, para resolver o problema das tampas que ficaram abaixo da pista de
rolamento, placas de orientação de trânsito, de informações turísticas e tantas
outras, que estão viradas para cima ou para baixo, para um lado ou para outro,
incorretas na orientação de como chegar a um determinado local da cidade, que
nos irritam, pois isto já tem muito tempo, e nada fazem. Tem uma placa, que foi
colocada na Avenida ACM, próximo da sinaleira nas mediações do posto de
gasolina, orienta ao turista que vem da zona norte, a seguir pela direita, passar
em frente ao supermercado Itão, para alcançar o Aeroporto Jorge Amado. O
turista só vai se dá conta, quando chega no Terminal Rodoviário, que foi
enganado, pois em nenhum local no trajeto do Itão pra frente, não existem placas
orientando a entrar pela Avenida Princesa Isabel. Não sei porque, a placa não
orienta a seguir em frente, que se atingiria a toda poderosa Praça Cairu, e daí
para o aeroporto, sem nenhuma complicação. Isto é apenas um exemplo dentre
tantos.
No centro da cidade, mais precisamente no Calçadão D. Pedro II, o mato por
baixo dos bancos, que também já estão com as madeiras podres, virou uma
atração a mais, pois tem até um “pé de milho”, que deve ser para o São João. E
Por aí vai, com estas pequenas coisas, que se pode fazer com um pouquinho
mais de carinho por esta cidade. Me espanta ver a maioria dos empresários
desta e outras artérias da cidade, por livre iniciativa, mandar fazer pelo menos
2. uma capina em frente ao seu estabelecimento. A indiferença é tão grande, que
se perguntarmos porque eles não fazem isto, tenho certeza que a resposta seria:
Isso é com a prefeitura. Então, nós cidadãos já estamos perdendo a auto estima,
e deixando a cidade ao bel prazer de todos que queiram nela “mandar”.
Tanto é verdade, que a semana passada, estava eu num estacionamento para
idoso, com meu cartão oficial, e ao tentar sair da vaga, um cidadão da mais alta
corte do município, ficou aguardando a minha saída. Pelo retrovisor identifiquei
este cidadão, mesmo porque é uma pessoa pública. E sabia que o mesmo não
tinha idade suficiente para ocupar uma vaga para idoso. Às vezes, pois mais
calmo que eu seja, e sou, perco o controle e me dirigir ao cidadão. E assim falei:
O senhor está esperando esta vaga? – Sim, respondeu a autoridade. Mas, o
senhor é quem deveria dar o exemplo como autoridade que é! Aí veio a resposta
mais descabida. O carro é de minha mãe e ela é idosa, por isso tenho direito a
vaga, mesmo ela não estando aqui no carro. Diante desta resposta, me calei,
retirei meu carro, sair dali, pensando comigo mesmo, como pode um cidadão
deste, ser a terceira pessoa a substituir o prefeito em casos se necessário for.
O segundo caso, pouco dias depois, quando me dirigia ao Banco do Brasil, e
antes mesmo de sair, um outro cidadão da mais alta patente em termo de cultura
desta cidade, inclusive deverá entrar para os privilegiados imortais. Este
cidadão, retirou do seu carro um saco de lixo, que trouxe da sua residência na
zona sul e na maior simplicidade jogou na calçada, junto ao poste nos fundos do
INSS. E eu ali parado sem querer acreditar, no que estava vendo. Portanto, já
começo a ter vergonha de mim mesmo, como previu o grande RUY BARBOSA.
Se não bastasse tudo isso, já dar para imaginar, pelas conversas do dia a dia
pela cidade, e também aqui no bairro do Pontal, que a nossa prefeitura não verá
nem uns 5% do IPTU, em razão do elevado aumento. Nas rodas de conversas,
a ordem é deixar de pagar e só fazê-lo no último dia útil do mês de dezembro,
para que se dê tempo a Ordem dos Advogados e o Ministério Público, se
pronunciem sobre a legalidade ou não. Em caso de negativo, teríamos que pagar
na data referida acima, para que os nossos nomes não vá para a Dívida Ativa
em 2016. Pois, pelo novo Código Tributário aprovado, a regra é essa, deixando
de existir aquela aberração de deixar acumular os valores devido do IPTU, e
sempre negociar com a entrada de um novo prefeito, ou então na venda do
imóvel. Agora ou se paga em 2015, ou então os nossos nomes irão para o
SERASA, SPC e assim por diante.
No meu caso particular que sempre paguei o IPTU, rigorosamente todos os anos
no mês de março, com desconto, me vejo pela primeira vez, ter que pagar no
final do ano. Não por falta dinheiro para isto, graças a DEUS, mas é porque, já
comecei como disse anteriormente, ter vergonha de mim mesmo por ser fiel ao
meus princípios, como disse Ruy Barbosa.
José Rezende Mendonça