Iara era uma sereia que vivia no rio até conhecer um rapaz adormecido na relva. Ela foi sequestrada por um mercador, mas o rapaz que amava ouviu seus choros e a salvou, fugindo com ela para um lago esquecido. Após implorarem por ajuda, um anjo uniu os dois amantes em um só coração para que pudessem ter a eternidade juntos, abençoados pelas águas.

2. Iara nasceu no rio,
E gostava de espiar
Pela manhã, o rocio,
Que vinha as flores molhar...

3. Depois, mergulhava fundo,
E tornava a aparecer...
Era assim o seu mundo,
Seu doce e terno viver...

4. Olhando o sol se pôr,
Sentia um aperto no peito,
Pois era um incêndio de cor,
Derramando no seu leito...

5. Um dia, viu um rapaz,
Adormecido na relva...
Com ele foi sua paz,
Perdida por toda a selva...

6. Mas certa noite, acordada,
Pensava no seu amor,
Quando se viu agarrada,
Por um cruel mercador...

7. Ele levou-a a um castelo,
Para então usufruir,
Daquele ser raro e belo,
Que pretendia exibir...

8. Por sorte, o moço que amava,
Trafegava por ali,
E ouviu quando ela chorava,
No aquário, em torno de si...

9. Fugiu, com ela nos braços,
Até um lago esquecido,
Trocando beijos, abraços,
Num romance proibido...

10. -” Poderia um mortal,
Se casar com uma sereia”?
Pensava na dor do Sol,
Quando via a Lua cheia...

11. Tanto imploraram os amantes,
Que um anjo ouviu a oração,
E uniu, em breves instantes,
Os dois, num só coração...

12. Assim, juntos e sem mágoas,
Teriam a eternidade,
E a doce bênção das águas,
Para um amor de verdade...

13. Texto e Formatação: Maria Inês Aroeira Braga
Imagens: recebidas por e-mail.
Música: Ek Verlang Na Jou – Jim Reeves
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