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Fortaleza,17 de maio de 2012




PARA: SAB NORDESTE, SAB NACIONAL, ANPUH CEARÁ, ANPUH NACIONAL, IPHAN


Prezados colegas,


       Gostaríamos de relatar o grave caso envolvendo a arqueologia e preservação do patrimônio
histórico no Estado do Ceará. Trata-se do empreendimento Acquário de Fortaleza, um aquário de
grandes dimensões que, segundo o projeto do governo do estado, será o maior do tipo na américa
do sul, possuindo 21.500 m² de área construída e 15 milhões de litros de água em seus tanques de
exibição. A localização da obra merece cuidados especiais, pois se encontra dentro da área onde
Matias Beck se estabeleceu em 1649, fundando a cidade, que cresceu em torno daquela região. Mais
tarde se constituiu como centro da antiga zona portuária de Fortaleza, palco de atividade econômica da
capital do final do século XVIII até meados do século XX. O Acquario pretende ocupar toda a extensão
defronte a dois piers portuários históricos sem as devidas pesquisas arqueológicas e estudos exigidos
pela lei.

      A obra do aquário está sendo realizada pelo governo do estado, sob responsabilidade da
Secretaria Estadual de Turismo - SETUR, com financiamento de um banco estadunidense na quantia
de 150 milhões de dolares e ao custo mensal de manutenção estimado em 1,5 milhão de reais. Dúvidas
e questionamentos têm levado o caso constantemente à mídia local, tornando públicas as deficiências
técnicas do projeto no campo da Arqueologia, do patrimônio cultural, do licenciamento ambiental e
mesmo da probidade administrativa.

       A história é longa, com idas e vindas, informações e contra-informações. Para efeito de
esclarecimentos apresentaremos em anexo um histórico simplificado, subsidiado com notícias e
documentos publicicados sobre a questão. Assim, esperamos tornar mais evidente aos colegas os
problemas que o campo da arqueologia e da defesa do patrimônio estão sofrendo no Estado do Ceará.
Ali, os colegas terão detalhes para compreender nossa preocupação e atitude de alarme diante:

                     1. Da grande propaganda contrária ao patrimônio cultural e arqueológico que está
                    sendo feita pelo secretário de turismo. Sr. Bismarck Maia. Segundo palavras suas
                    divulgadas no ultimo dia 16.05.2012: "Fortaleza não é um sítio arqueológico. Ali
                    não é um centro, nada que se mostre problema de arqueologia(...) Não tem
                    nada ali de arqueologia e já mostramos isso ao Iphan e ele mesmo já declarou
                    que Fortaleza não é um sítio arqueológico.”
                                                                                                    1
2. Da grande pressão do governo do estado para a aceitação do estudos
                   arqueológicos pelo IPHAN-CE; Para tanto tem se servido usualmente de
                   inverdades e agressões verbais. Chegou ao ponto de pronunciar-se em relação a
                   atuação do instituto no processo "Não leram, não estudaram e não responderam
                   durante todo o processo de licenciamento” disse ainda “ é preciso bom senso por
                   parte do órgão”. (ver matéria)

                    3. Da aprovação da Licença de Instalação pela Secretaria Estadual de Meio
                   Ambiente - SEMACE, que independente de estudo arqueológico junto ao
                   IPHAN, invadiu a competência do mesmo e indevidamente analisou a dimensão
                   histórica contida no EIA/RIMA (ver documento) aceitando o argumento de que
                   o empreendimento em nada afetaria o patrimônio histórico local e acatou ainda
                   a recomendação tecnicamente infundada que indicava ser suficiente apenas o
                   monitoramento arqueológico no local no decorrer da obra. (ver documento)

                     4. A atuação da Superintendencia do IPHAN no Ceará, com frequência
                   incongruente com seus objetivos institucionais (vide a inércia institucional,
                   determinação de prazos exíguos para estudos arqueológicos, falta de respostas às
                   desqualficações à instituição realizadas pelo secretário de turismo) aponta para
                   subordinação política aos interesses do governo do estado.


       Concluindo, diante do desprezo e desrespeito pelas pesquisas arqueológicas obrigatórias,
diante dos atos desqualificantes da função do arqueólogo e da Arqueologia, diante da pressão ilegal
exercida por autoridades do estado do Ceará sobre servidores federais no exercício de suas suas
atribuições e competencias públicas convocamos a comunidade brasileira de atuação no campo da
História, da Arqueologia e da proteção do patrimônio cultural a se juntarem a nós manifestando publica
e veementemente seu repúdio a tais desmandos governamentais que impedem os profissionais da
área emitirem juizos independentes, de valor técnico e corroborados por pesquisas arqueológicas e
históricas consistentes.


    CRONOLOGIA DOS FATOS
    02.03.12     - A Secretária Estadual de Meio Ambiente - SEMACE concedeu a Licença de
    Instalação do Acquário de Fortaleza (EIA/RIMA ), esta autorização desprezou completamente a
    necessidade de realizar estudos arqueológicos. O movimento da sociedade civil intitulado “Quem
    dera ser um peixe” solicitou uma reunião com o IPHAN, onde foi apontada a inexistência da

                                                                                                    2
pesquisa que infere na irregularidade da licença ambiental. (notícia)

    14.03.12 - O Jornal O Povo noticiou essa reunião, trazendo a informação de que a SETUR havia
    enviado um documento ao IPHAN. No mesmo dia a SEMACE, se defendeu, dizendo constar no
    EIA/RIMA a participação de um arqueólogo na equipe do licenciamento ambiental e que ainda em
    setembro de 2011, havia sido protocolado um pedido de anuência junto ao IPHAN, informando
    que “o local já tinha sido escavado para demolição do antigo prédio do DNOCS e em superfície
    existia somente material arenoso inservível para pesquisa arqueológica”. (notícia)

    16.03.12 - O Ministério Público Federal - MPF solicita a SEMACE cópia dos estudos ambientais
    do empreendimento (notícia), no dia seguinte o IPHAN se pronunciou pela primeira vez sobre o
    caso dizendo que iria tomar as providências necessárias (notícia).

    21.03.12     - O MPF verificou a ausência da documentação referente a pesquisa arqueológica,
    solicitando que o IPHAN se manifestasse. (notícia).

    28.03.12 -    O IPHAN embarga a obra do Acquário.

    04.04.12   - É noticiado que a empresa Infoambiental, responsável pelo Estudo de Impacto
    Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) do Acquario Ceará, estaria incrementando o
    documento com novas informações para entregá-lo ao IPHAN. (notícia)

    11.04.12 - A    SETUR entrega o projeto de pesquisa junto ao IPHAN.(notícia)


    13.04.12 -    Sai a portaria de pesquisa e é emitido parecer sobre os procedimentos de pesquisa:
(documento)

                                   01 - Processo nº. 01496.001151/2011-84.
                                   Projeto: Programa de Prospecção, Resgate e Monitoramento
                                   Arqueológico na Área de Implantação do ACQUÁRIO CEARÁ.
                                   Arqueólogo Coordenador: Carlos Xavier de Azevedo Netto.
                                   Apoio Institucional: Núcleo de Documentação e Informação
                                   Histórica Regional da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
                                   Área de Abrangência: Município de Fortaleza, Estado do
                                   Ceará.
                                   Prazo de Validade: 12 (doze) meses


      No mesmo dia, a superintendente do IPHAN, Juçara Peixoto, afirmou ao jornal O POVO, que,
                                                                                                       3
com a publicação da portaria, as obras do Acquario já poderiam ser retomadas. Na ocasião, ela
mesma explicou que o estudo arqueológico poderia ser feito concomitantemente à obra. E foi
o que aconteceu: trabalhadores da CG Construções voltaram ao canteiro de obras no sábado
(14).(matéria)

18.04.12    - O IPHAN volta atrás e diz que a obra permanece embargada, De acordo com o
superintendente interino do Iphan, obras só podem começar depois que um relatório preliminar for
entregue pelo arqueólogo. MPF quer explicações do órgão sobre reinício das obras. (matéria)

19.04.12    - O MPF faz recomendação à Secretaria do Turismo do Estado do Ceará (Setur) para
que suspenda toda e qualquer atividade de construção na área das obras do Acquario Ceará,
na Praia de Iracema. A procuradora diz que o embargo do Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (Iphan) continua valendo. “Tive acesso aos documentos do Iphan e verifiquei
que apenas foi dada a autorização para o arqueólogo iniciar o estudo na área, devendo fazê-
lo no prazo de 15 dias”, explica. Governo atende a recomendação e determina mais uma vez a
paralisação.(recomendação do MPF) (notícia)

09.05.12 - O IPHAN pede complementações a pesquisa. (notícia)

16.05.12 - O Secretário de Turismo informa que devolverá os estudos ao IPHAN no dia 16 ou
17 e que o IPHAN deve ter boa vontade. Além disso diz: "Fortaleza não é um sítio arqueológico.
Ali não é um centro, nada que se mostre problema de arqueologia. Será que a população de
Fortaleza, que alguém pode imaginar que tem alguma coisa arqueológica naquele terreno que já
teve prédio construído, que já teve infraestrutura desse mesmo prédio colocada e retirada, que
já teve escavações? Não tem nada ali de arqueologia e já mostramos isso ao Iphan e ele mesmo
já declarou que Fortaleza não é um sítio arqueológico. Não sabemos o que está inibindo. Quero
contar com a boa vontade e o bom senso nesse processo. Tudo que nos for pedido nós daremos.
Estamos entregando tudo", falou, resignado. "Espero que nos próximos 15 a 20 dias esteja tudo
resolvido para iniciar as obras em no máximo 30 dias. Entendo o lado do Iphan, mas é preciso que
entendam também o lado do Estado", concluiu." Bismarck Maia (matéria)

Outros documentos e notícias:

     1) Compra do Prédio do DNOCS
     http://www.tce.ce.gov.br/sitetce/arq/Clipping2007/Povo/2011/Abr_04_2.html

     2) Linha do tempo do projeto
     http://www.dipity.com/peixuxa/AcquarioCeara/

     3) EIA-RIMA do projeto e plantas

                                                                                              4
http://www.setur.ce.gov.br/eia-rima-aquario-ceara/

        4) Documento com denúncias aos Ministérios Públicos (Federal, Estadual, e de Contas do Estado)
        http://www.slideshare.net/peixuxaacquario/denuncia-aquario/1

     5) Contrato com a ICM Reynolds
     http://transparencia.ce.gov.br/paginas/contratosConvenios/ContratosConveniosDetalhes.aspx?
SIC=715319&code=Cont&t=cat02

      6) Contrato com o arquiteto
      http://www.opovo.com.br/app/opovo/economia/2012/04/25/noticiasjornaleconomia,2827309/projeto-
custou-r-1-8-milhao-diz-arquiteto.shtml

        7) Sobre a viabilidade econômica
        http://www.ricardoalcantara.com.br/2012/03/acquario-promete-um-novo-milagre-dos-peixes/

      8) Sobre a participação popular
      http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2012/04/10/noticiasjornalopiniao,2817796/consulta-
popular.sh



Assinam esta carta:

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE HISTÓRIA - SEÇÃO CEARÁ – ANPUH-CEARÁ

INSTITUTO DA MEMÓRIA DO POVO CEARENSE - IMOPEC

Vitor Studart
Advogado especializado em Direitos Culturais

Julio Lira
Sociólogo e ativista cultural

Andrea Saraiva
Historiadora e pesquisadora

João Paulo Vieira
Historiador e Mestre em Preservação do Patrimônio Cultural

Miguel Ângelo de Azevedo
Jornalista e pesquisador

Onesimo Santos
Arqueologo

Flávio Moraes
Arqueólogo


                                                                                                         5
Rute Ferreira Barbosa
Historiadora e Arqueologa

Tainã Moura Alcantara
Arqueologa

José Olímpio
Bacharel em Filosofia

Fernanda de Castro
Advogada

Rodrigo Medeiros
Advogado

Mário Pragmácio
Advogado e mestre em museologia

Marcia Sampa
Arquiteta

Airton de Farias
Historiador

Claudia Freitas
Historiadora

Rodrigo Capistrano
Historiador

Aristóteles Dutra
Historiador

Ana Paula Costa
Grupo história em movimento

Rodrigo Vieira
Advogado e Mestre em Direito Constitucional

Edson Holanda Lima Barboza
Historiador, Doutorando em História Social(PUC/SP)

Manuelina Maria Duarte Cândido
Historiadora, especialistas e doutora em Museologia, mestre em Arqueologia

Robson Alves
Historiador e Professor da Rede Pública Estadual de Ensino

Jermyzia Sara
Historiadora e Professora temporaria da Rede Pública Estadual de Ensino

Daniel Santos da Silva
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Carolina Ruoso
Historiadora, doutoranda em Historia da Arte (Paris 1)

Juliana Gondim
Doutoranda em Antropologia Social - USP

João Alfredo Telles Melo
Advogado, mestre em Direito, Professor de Direito Ambiental e Vereador em Fortaleza pelo PSOL

Alexandre Gomes
Historiador e Mestre em Antropologia (UFPE)

Célia Guabiraba
Instituto da Memória do Povo Cearense - IMOPEC

Neto Almeida
Historiador e professor da Rede Estadual do Ceará

Gerson Galo Ledezma Meneses
Historiador e professor da Universidade Federal da Integração Latino-Americana - UNILA


Gleidson Souza
Professor de História da Rede Estadual do Ceará.




                                                                                                7

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Carta em defesa do patrimônio cultural de fortaleza

  • 1. Fortaleza,17 de maio de 2012 PARA: SAB NORDESTE, SAB NACIONAL, ANPUH CEARÁ, ANPUH NACIONAL, IPHAN Prezados colegas, Gostaríamos de relatar o grave caso envolvendo a arqueologia e preservação do patrimônio histórico no Estado do Ceará. Trata-se do empreendimento Acquário de Fortaleza, um aquário de grandes dimensões que, segundo o projeto do governo do estado, será o maior do tipo na américa do sul, possuindo 21.500 m² de área construída e 15 milhões de litros de água em seus tanques de exibição. A localização da obra merece cuidados especiais, pois se encontra dentro da área onde Matias Beck se estabeleceu em 1649, fundando a cidade, que cresceu em torno daquela região. Mais tarde se constituiu como centro da antiga zona portuária de Fortaleza, palco de atividade econômica da capital do final do século XVIII até meados do século XX. O Acquario pretende ocupar toda a extensão defronte a dois piers portuários históricos sem as devidas pesquisas arqueológicas e estudos exigidos pela lei. A obra do aquário está sendo realizada pelo governo do estado, sob responsabilidade da Secretaria Estadual de Turismo - SETUR, com financiamento de um banco estadunidense na quantia de 150 milhões de dolares e ao custo mensal de manutenção estimado em 1,5 milhão de reais. Dúvidas e questionamentos têm levado o caso constantemente à mídia local, tornando públicas as deficiências técnicas do projeto no campo da Arqueologia, do patrimônio cultural, do licenciamento ambiental e mesmo da probidade administrativa. A história é longa, com idas e vindas, informações e contra-informações. Para efeito de esclarecimentos apresentaremos em anexo um histórico simplificado, subsidiado com notícias e documentos publicicados sobre a questão. Assim, esperamos tornar mais evidente aos colegas os problemas que o campo da arqueologia e da defesa do patrimônio estão sofrendo no Estado do Ceará. Ali, os colegas terão detalhes para compreender nossa preocupação e atitude de alarme diante: 1. Da grande propaganda contrária ao patrimônio cultural e arqueológico que está sendo feita pelo secretário de turismo. Sr. Bismarck Maia. Segundo palavras suas divulgadas no ultimo dia 16.05.2012: "Fortaleza não é um sítio arqueológico. Ali não é um centro, nada que se mostre problema de arqueologia(...) Não tem nada ali de arqueologia e já mostramos isso ao Iphan e ele mesmo já declarou que Fortaleza não é um sítio arqueológico.” 1
  • 2. 2. Da grande pressão do governo do estado para a aceitação do estudos arqueológicos pelo IPHAN-CE; Para tanto tem se servido usualmente de inverdades e agressões verbais. Chegou ao ponto de pronunciar-se em relação a atuação do instituto no processo "Não leram, não estudaram e não responderam durante todo o processo de licenciamento” disse ainda “ é preciso bom senso por parte do órgão”. (ver matéria) 3. Da aprovação da Licença de Instalação pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente - SEMACE, que independente de estudo arqueológico junto ao IPHAN, invadiu a competência do mesmo e indevidamente analisou a dimensão histórica contida no EIA/RIMA (ver documento) aceitando o argumento de que o empreendimento em nada afetaria o patrimônio histórico local e acatou ainda a recomendação tecnicamente infundada que indicava ser suficiente apenas o monitoramento arqueológico no local no decorrer da obra. (ver documento) 4. A atuação da Superintendencia do IPHAN no Ceará, com frequência incongruente com seus objetivos institucionais (vide a inércia institucional, determinação de prazos exíguos para estudos arqueológicos, falta de respostas às desqualficações à instituição realizadas pelo secretário de turismo) aponta para subordinação política aos interesses do governo do estado. Concluindo, diante do desprezo e desrespeito pelas pesquisas arqueológicas obrigatórias, diante dos atos desqualificantes da função do arqueólogo e da Arqueologia, diante da pressão ilegal exercida por autoridades do estado do Ceará sobre servidores federais no exercício de suas suas atribuições e competencias públicas convocamos a comunidade brasileira de atuação no campo da História, da Arqueologia e da proteção do patrimônio cultural a se juntarem a nós manifestando publica e veementemente seu repúdio a tais desmandos governamentais que impedem os profissionais da área emitirem juizos independentes, de valor técnico e corroborados por pesquisas arqueológicas e históricas consistentes. CRONOLOGIA DOS FATOS 02.03.12 - A Secretária Estadual de Meio Ambiente - SEMACE concedeu a Licença de Instalação do Acquário de Fortaleza (EIA/RIMA ), esta autorização desprezou completamente a necessidade de realizar estudos arqueológicos. O movimento da sociedade civil intitulado “Quem dera ser um peixe” solicitou uma reunião com o IPHAN, onde foi apontada a inexistência da 2
  • 3. pesquisa que infere na irregularidade da licença ambiental. (notícia) 14.03.12 - O Jornal O Povo noticiou essa reunião, trazendo a informação de que a SETUR havia enviado um documento ao IPHAN. No mesmo dia a SEMACE, se defendeu, dizendo constar no EIA/RIMA a participação de um arqueólogo na equipe do licenciamento ambiental e que ainda em setembro de 2011, havia sido protocolado um pedido de anuência junto ao IPHAN, informando que “o local já tinha sido escavado para demolição do antigo prédio do DNOCS e em superfície existia somente material arenoso inservível para pesquisa arqueológica”. (notícia) 16.03.12 - O Ministério Público Federal - MPF solicita a SEMACE cópia dos estudos ambientais do empreendimento (notícia), no dia seguinte o IPHAN se pronunciou pela primeira vez sobre o caso dizendo que iria tomar as providências necessárias (notícia). 21.03.12 - O MPF verificou a ausência da documentação referente a pesquisa arqueológica, solicitando que o IPHAN se manifestasse. (notícia). 28.03.12 - O IPHAN embarga a obra do Acquário. 04.04.12 - É noticiado que a empresa Infoambiental, responsável pelo Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) do Acquario Ceará, estaria incrementando o documento com novas informações para entregá-lo ao IPHAN. (notícia) 11.04.12 - A SETUR entrega o projeto de pesquisa junto ao IPHAN.(notícia) 13.04.12 - Sai a portaria de pesquisa e é emitido parecer sobre os procedimentos de pesquisa: (documento) 01 - Processo nº. 01496.001151/2011-84. Projeto: Programa de Prospecção, Resgate e Monitoramento Arqueológico na Área de Implantação do ACQUÁRIO CEARÁ. Arqueólogo Coordenador: Carlos Xavier de Azevedo Netto. Apoio Institucional: Núcleo de Documentação e Informação Histórica Regional da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Área de Abrangência: Município de Fortaleza, Estado do Ceará. Prazo de Validade: 12 (doze) meses No mesmo dia, a superintendente do IPHAN, Juçara Peixoto, afirmou ao jornal O POVO, que, 3
  • 4. com a publicação da portaria, as obras do Acquario já poderiam ser retomadas. Na ocasião, ela mesma explicou que o estudo arqueológico poderia ser feito concomitantemente à obra. E foi o que aconteceu: trabalhadores da CG Construções voltaram ao canteiro de obras no sábado (14).(matéria) 18.04.12 - O IPHAN volta atrás e diz que a obra permanece embargada, De acordo com o superintendente interino do Iphan, obras só podem começar depois que um relatório preliminar for entregue pelo arqueólogo. MPF quer explicações do órgão sobre reinício das obras. (matéria) 19.04.12 - O MPF faz recomendação à Secretaria do Turismo do Estado do Ceará (Setur) para que suspenda toda e qualquer atividade de construção na área das obras do Acquario Ceará, na Praia de Iracema. A procuradora diz que o embargo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) continua valendo. “Tive acesso aos documentos do Iphan e verifiquei que apenas foi dada a autorização para o arqueólogo iniciar o estudo na área, devendo fazê- lo no prazo de 15 dias”, explica. Governo atende a recomendação e determina mais uma vez a paralisação.(recomendação do MPF) (notícia) 09.05.12 - O IPHAN pede complementações a pesquisa. (notícia) 16.05.12 - O Secretário de Turismo informa que devolverá os estudos ao IPHAN no dia 16 ou 17 e que o IPHAN deve ter boa vontade. Além disso diz: "Fortaleza não é um sítio arqueológico. Ali não é um centro, nada que se mostre problema de arqueologia. Será que a população de Fortaleza, que alguém pode imaginar que tem alguma coisa arqueológica naquele terreno que já teve prédio construído, que já teve infraestrutura desse mesmo prédio colocada e retirada, que já teve escavações? Não tem nada ali de arqueologia e já mostramos isso ao Iphan e ele mesmo já declarou que Fortaleza não é um sítio arqueológico. Não sabemos o que está inibindo. Quero contar com a boa vontade e o bom senso nesse processo. Tudo que nos for pedido nós daremos. Estamos entregando tudo", falou, resignado. "Espero que nos próximos 15 a 20 dias esteja tudo resolvido para iniciar as obras em no máximo 30 dias. Entendo o lado do Iphan, mas é preciso que entendam também o lado do Estado", concluiu." Bismarck Maia (matéria) Outros documentos e notícias: 1) Compra do Prédio do DNOCS http://www.tce.ce.gov.br/sitetce/arq/Clipping2007/Povo/2011/Abr_04_2.html 2) Linha do tempo do projeto http://www.dipity.com/peixuxa/AcquarioCeara/ 3) EIA-RIMA do projeto e plantas 4
  • 5. http://www.setur.ce.gov.br/eia-rima-aquario-ceara/ 4) Documento com denúncias aos Ministérios Públicos (Federal, Estadual, e de Contas do Estado) http://www.slideshare.net/peixuxaacquario/denuncia-aquario/1 5) Contrato com a ICM Reynolds http://transparencia.ce.gov.br/paginas/contratosConvenios/ContratosConveniosDetalhes.aspx? SIC=715319&code=Cont&t=cat02 6) Contrato com o arquiteto http://www.opovo.com.br/app/opovo/economia/2012/04/25/noticiasjornaleconomia,2827309/projeto- custou-r-1-8-milhao-diz-arquiteto.shtml 7) Sobre a viabilidade econômica http://www.ricardoalcantara.com.br/2012/03/acquario-promete-um-novo-milagre-dos-peixes/ 8) Sobre a participação popular http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2012/04/10/noticiasjornalopiniao,2817796/consulta- popular.sh Assinam esta carta: ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE HISTÓRIA - SEÇÃO CEARÁ – ANPUH-CEARÁ INSTITUTO DA MEMÓRIA DO POVO CEARENSE - IMOPEC Vitor Studart Advogado especializado em Direitos Culturais Julio Lira Sociólogo e ativista cultural Andrea Saraiva Historiadora e pesquisadora João Paulo Vieira Historiador e Mestre em Preservação do Patrimônio Cultural Miguel Ângelo de Azevedo Jornalista e pesquisador Onesimo Santos Arqueologo Flávio Moraes Arqueólogo 5
  • 6. Rute Ferreira Barbosa Historiadora e Arqueologa Tainã Moura Alcantara Arqueologa José Olímpio Bacharel em Filosofia Fernanda de Castro Advogada Rodrigo Medeiros Advogado Mário Pragmácio Advogado e mestre em museologia Marcia Sampa Arquiteta Airton de Farias Historiador Claudia Freitas Historiadora Rodrigo Capistrano Historiador Aristóteles Dutra Historiador Ana Paula Costa Grupo história em movimento Rodrigo Vieira Advogado e Mestre em Direito Constitucional Edson Holanda Lima Barboza Historiador, Doutorando em História Social(PUC/SP) Manuelina Maria Duarte Cândido Historiadora, especialistas e doutora em Museologia, mestre em Arqueologia Robson Alves Historiador e Professor da Rede Pública Estadual de Ensino Jermyzia Sara Historiadora e Professora temporaria da Rede Pública Estadual de Ensino Daniel Santos da Silva 6
  • 7. Biólogo e Mestrando em Ciências Marinhas Tropicais Alana Braga Alencar Psicóloga Comunitária João Paulo Benevides Professor Henyo T. Barretto Filho Antropólogo, IEB Thiago Fonseca Veras Professor Carolina Ruoso Historiadora, doutoranda em Historia da Arte (Paris 1) Juliana Gondim Doutoranda em Antropologia Social - USP João Alfredo Telles Melo Advogado, mestre em Direito, Professor de Direito Ambiental e Vereador em Fortaleza pelo PSOL Alexandre Gomes Historiador e Mestre em Antropologia (UFPE) Célia Guabiraba Instituto da Memória do Povo Cearense - IMOPEC Neto Almeida Historiador e professor da Rede Estadual do Ceará Gerson Galo Ledezma Meneses Historiador e professor da Universidade Federal da Integração Latino-Americana - UNILA Gleidson Souza Professor de História da Rede Estadual do Ceará. 7