Professores insatisfeitos com mudanças na disciplina de EVT
1. Agrupamento de Escolas de Álvaro Velho
Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos de Álvaro Velho
Os professores do grupo 240, Educação Visual e Tecnológica manifestam o seu mais
profundo desagrado relativamente à situação criada pela divulgação de um projecto
de decreto-lei para a reorganização do ensino básico conhecido em 7 de Dezembro de
2010, com a proposição avançada da leccionação da disciplina de Educação Visual e
Tecnológica por apenas um professor.
Neste sentido fazem saber o seguinte: as alterações alvitradas, ao ser proposto um
professor para a leccionação da disciplina não assentam em nenhum pressuposto quer
de carácter pedagógico quer de carácter didáctico, mas sim num critério improvisado
meramente economicista, carecendo de fundamentação, regulação, adequação,
coordenação e pertinência.
Caracterizando-se a Educação Visual e Tecnológica pela promoção e desenvolvimento
de uma Literacia em Artes e de uma Literacia Tecnológica nos alunos, tão
veementemente defendidas em documentos como o “ Currículo Nacional do Ensino
Básico”,” Roteiro Para a Educação Artística” (Lisboa, 2006) e actualmente reforçados
pelas “ Metas de Aprendizagem” (Ministério da Educação, 2010), sofrem um
retrocesso irrecuperável.
A proposta veiculada com a ligeireza com que terá sido feita, tem implicações directas
e muito gravosas para os alunos, não só de âmbito pedagógico mas também ao nível
da segurança em contexto de sala de aula, na justa medida em que os conteúdos de
Educação Visual e Tecnológica remetem para actividades práticas e experimentais,
operacionalizadas em unidades de trabalho estruturadas e orientadas para a resolução
de problemas (estas actividades exigem uma aproximação dos docentes centrada na
questão metodológica e no processo de aquisição dos saberes e sua posterior
mobilização).
2. Neste particular atendendo à insuficiente destreza e falta de experiência que os alunos
nestas idades possuem, os procedimentos, bem como a utilização de ferramentas,
equipamentos e utensílios de trabalho, devem ser sempre efectuados debaixo de uma
estreita supervisão dos professores da disciplina, no sentido de proporcionar um
ambiente de aprendizagem seguro e profícuo.
Existe uma séria apreensão no seio deste grupo disciplinar pelo modo imprudente e
desajustado com que este assunto terá sido abordado.
Uma vez que todos os professores do grupo se manifestam bastante preocupados com
toda esta situação e com o modo como ela foi despoletada, carecendo de qualquer
estudo prévio, reflexão, discussão ou qualquer outra abordagem técnico científica, não
compreendem como num estado de direito se possam tratar assuntos desta dimensão
com a imponderação e falta de enquadramento racional que uma decisão desta
natureza determina.
Os professores de Educação Visual e Tecnológica
Lavradio 11 de Janeiro de 2011