O documento discute técnicas fotográficas e de vídeo, com foco na temporalidade e materialidade da imagem. Apresenta figuras históricas como Marey e Muybridge que desenvolveram técnicas pioneiras e discute como a percepção da imagem depende da tecnologia disponível na época. Também reflete sobre como a cegueira pode expandir nossa percepção do mundo através de outros sentidos.
6. Imagem Técnica - Escrita da Luz, escrita do Tempo
Proposta: trabalhar técnicas mistas de fotografia, vídeo edição
Investigação sobre a temporalidade da imagem
Imagem como registro
Imagem como memória
Imagem como forma de expressão
Materialidade da imagem
Imaterialidade da imagem
9. Marcel Duchamp
Nu descendant un Escalier.
No.2. 1912. Oil on canvas
147.5 x 89 cm.
The Philadelphia Museum of Art
10.
11.
12. Vidência
Alucinação
Percepção
Olho não governado pela lógica.
“Olho da mente”
Imagem da imaginação
Filme embrião não possui linguagem
"pense na visão do inseto, no "faro" da
abelha com sua percepção ultravioleta.
Ao pesquisar realidades viíveis humanas,
o homem deve, tal como em todas as
homoativações, transcender os limites
físicos originais e herdar universos de
olhos. A estreitíssima realidade visual-
em-movimento, contemporânea,
esgotou-se.” […]
"No que toca à permanência da
realidade atual ou de qualquer outra
estabelecida, considere, sob essa ótica e
através de olhos bem pessoais, que, sem
iluminação ou lentes fotográficas,
qualquer animal hipotético poderia, com
as unhas, raspar a película ou, com os
pés molhados em tinta, andar sobre
celulóide transparente de modo a
produzir algo que, em termos de uma
futura projeção, tem efeito equivalente
ao da imagem fotográfica." pg 348
O Realismo é uma invenção humana
“Meu sonho é com a câmera
misteriosa, capaz de representar
graficamente a forma de um objeto
depois de ele ter sido removido do
espaço do registro fotográfico.”
Notas Brakhage
14. “Eu queria sentir o mundo apenas através do
que estivesse ouvindo, cheirando, pegando
pensando. A visão sempre me parecera um
sentido tirano com relação aos outros
sentidos. Sem ela o mundo poderia ser vários
mundos; a realidade várias realidades. Elas se
cruzariam em infinitas possibilidades, que
seriam apenas parcialmente desvendadas
quando eu revelasse as fotografias.”
Na verdade o aparelho fotográfico seria não
mais a extensão de meus olhos. Seria, antes,
meus próprios olhos. Minha única
possibilidade de reter a realidade em
imagens reais estaria guardada nesse
aparelho e, conseqüentemente, minha
assimilação ou percepção imagética dessa
mesma realidade seria adiada ou deslocada
para o futuro: para quando esses filmes
fossem enfim revelados.
15. “Não posso imaginar
uma visão nova que
não tivesse origem no
ponto cego que dá ao
olho humano a
possibilidade de
distinguir entre a luz e
as trevas. Aceitar a
cegueira é admitir o
mundo dos objetos
que manifestam sua
materialidade por
meio das sombras que
lhes asseguram uma
realidade tangível,
para além da
transparência do
todo-visível.”
Evgen Bavcar
16. Figuras míticas oriundas da cultura
greco-romana: Ciclope, Édipo,
Ulisses,Tirésias Argos.
Ciclope, arquétipo da visão instintiva
mais rudimentar, provido de um só
olho, vê de maneira unidimensional.
Não vê distinção entre o nome e a
coisa.
Ulisses e o olhar ligado
ao saber: ele vê o que
sabe e nada mais. Olhar
diferenciado, entre a
coisa e sua
representação
Édipo, privado da visão, se
dirige a uma terceira
possibilidade, ou seja um
visão que vai além de todo
ver mítico e do ver
diferenciado de Ulisses, para
se voltar para o invisível.
Argos,
que pode
muito
bem ver
sem ser
visto.