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O Movimento Minas é um projeto que incentiva o desenho colaborativo de
soluções para questões de interesse coletivo, através da mobilização de pessoas de
alguma maneira engajadas nessas questões. A cada tema, chamados de “desafios”, o
Movimento Minas lança uma pergunta que serve como gatilho para a interação entre as
pessoas via plataforma virtual e encontros presenciais. Através desses espaços, o
Movimento Minas procura não apenas possibilitar a interação desse público, mas
também a geração de ideias que tragam diferentes perspectivas sobre a temática do
desafio. Este documento traz os principais aspectos do mais recente desafio conduzido
pela equipe do projeto, que aborda a profissionalização da gestão pública.
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O Movimento Minas é um projeto que funciona
no setor público e vive no seu dia-a-dia uma
série dificuldades que vários governos
brasileiros costumam enfrentar. E faz parte do
nosso papel enquanto agentes
governamentais encontrar maneiras de
resolver esses problemas, o que passa
inevitavelmente por desenvolver práticas que
dotem o Estado brasileiro de mais capacidade
de transformação social. Este desafio surgiu
dessa reflexão sobre a necessidade de
melhorar a gestão pública brasileira e da
criação de espaços mais inclusivos e diversos
para pensar novas iniciativas que
potencializem os esforços e recursos para
atender às demandas da sociedade.
Nesse contexto, considerando que até então
os desafios propostos pelo Movimento Minas
tiveram temas voltados para fora do governo,
resolvemos abrir um desafio que trouxesse
pessoas de dentro e fora do setor público para
conversar e desenhar propostas que
explorassem as fronteiras da gestão pública. E
para guiar esse processo, partimos de uma
premissa: para gerar transformações
relevantes é necessário colocar no centro
do debate o recurso mais valioso em
qualquer organização, e principalmente no
setor público: as pessoas.
O principal gasto dos governos brasileiros é
com despesas de pessoal, o que tem a ver
com a natureza das atividades exercidas pelos
governos, que são mais intensivas em
recursos humanos. Diferentemente de outros
setores, no setor público, o que é entregue aos
cidadãos se materializa, em grande parte, na
forma de serviços.
Para fazer este desafio, e conseguir engajar
diferentes cabeças, estabelecemos uma
parceria com os estudantes universitários dos
cursos do Campo de Públicas. Entendemos
que os ambientes de maior reflexão e
desenvolvimento de novas ideias são essas
escolas, e justamente neste ano ocorrerá em
Minas Gerais um congresso nessa área
reunindo estudantes de todo o país (ENEAP
2013).
Entendendo o momento que o país vive como
mais fértil à mobilização social, enxergamos
uma grande oportunidade para convidar
pessoas para desenhar novos rumos para a
administração pública brasileira, e por isso
procuramos envolver, além dos estudantes,
professores, gestores públicos e especialistas
em RH. Apesar de estarmos em Minas,
acreditamos que tais mudanças devem ser
pensadas enquanto propostas para o país, e,
por isso, ao final deste processo esperamos
contribuir para que outras esferas catalisem
mudanças positivas nas suas estruturas,
trazendo novas ondas de inovação na gestão
pública brasileira. E fazer isso de maneira
aberta à sociedade é a essência do que
consideramos mais valioso para o Movimento
Minas.
Este documento tem o objetivo de tornar
público, na forma de um relato, o que ocorreu
nos cinco meses em que esse processo de
colaboração esteve aberto (fevereiro a junho
de 2013). Por isso o organizamos de acordo
com o andamento das nossas ações: definição
do desafio, levantamento de ideias e
prototipação.
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Para definir um desafio dentro da temática
profissionalização da gestão pública, a equipe
do projeto procurou duas estratégias
complementares e paralelas. A primeira
buscou, por meio de um questionário virtual,
mapear o público-alvo e pergunta-los sobre o
que torna o trabalho no setor público atrativo.
A segunda estratégia buscou levantar de
forma mais aprofundada pontos de vista
diferentes sobre o tema, por meio de
conversas individuais e em grupo.
Atratividade do setor público
Foi aberto no site do Movimento Minas um
questionário entre os dias 4 de fevereiro e 15
de marçode 2013 e contou com a participação
de pessoas do país inteiro. A partir das
respostas obtidas, pudemos traçar um perfil de
nossos interlocutores em potencial. No anexo
A apresentamos alguns resultados obtidos.
Grande parte das respostas veio de
universitários (dentre graduados ou
graduandos) ligados ao campo de públicas,
concentrados na região sudeste. Foi
perceptível uma preferência para o trabalho no
setor público em relação a empresas privadas
e terceiro setor, com destaque para o poder
executivo federal.
Ao serem questionados sobre fatores
estimulantes ou desestimulantes ao trabalho
no setor público, sobressaiu o sentimento de
“trabalhar pela sociedade” como principal
estímulo positivo. Por outro lado, o excesso de
“Burocracia/Morosidade” foi apontado como a
questão mais desmotivadora.
Outra questão de destaque foi a remuneração,
que foi apontada tanto como item motivador
quanto desmotivador.
Conversas sobre desafios
O Movimento Minas sempre procurou aliar a
participação online a encontros presenciais.
Tais encontros aumentam o nível de
engajamento e interação, gerando diversos
efeitos de rede no grupo participante.
Para esse desafio não foi diferente. Após a
coleta de dados pela pesquisa em nosso site,
organizamos um encontro que reuniu
estudantes, professores, técnicos de governo,
além de membros da sociedade civil (usuários
do site), para discutir desafios da
profissionalização da administração pública.
Workshop de escuta:conversas em grupopara definição
do desafio.
Esseencontro aconteceu no dia 9 de marçode
2013, no Palácio Tiradentes, sede oficial do
Governo do Estado de Minas, e serviu para
que os presentes debatessem questões
específicas ligadas ao tema. Na ocasião, os
convidados foram divididos em grupos com a
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missão de levantar questões essenciais
guiados pelos seguintes eixos:
- Modelos de capacitação e formação
- Seleção e ingresso no setor público
- Carreiras públicas
Todas as informações levantadas na escuta
foram compiladas e serviram como insumo
para a definição do desafio. Por isso o
encontro de escuta tem especial relevância no
processo: permite refinar o olhar da equipe
sobre o problema principal a ser tratado e
resulta em uma pergunta-chave que daria o
tom de discussãoao longo de todo o processo.
Observando de perto os pontos emergentes
do encontro, percebemos que algumas
questões perpassam os três eixos. Ou seja,
todos os grupos de discussão mencionaram
em maior ou menor medida questões como a
necessidade de renovação da imagem da
administração pública brasileira através da
modernização dos métodos de atração e
desenvolvimento de profissionais. Isso
significa, em última instância, adequar a
realidade atual aos novos perfis de
profissionais que buscam uma formação cada
vez mais interdisciplinar e procuram carreiras
mais flexíveis.
Além disso, outra questão latente nas
discussões, porém não explicitamente
descrita, foi a necessidade de enfoque em
mudanças nos governos municipais onde,
segundo os presentes, se têm a maior
necessidade de alocação de administradores
públicos e, normalmente, menos recursos para
tanto.
Após o encontro, nos concentramos nas
questões identificadas na fala dos
participantes, e partimos para um período de
conversas individuais com profissionais que
poderiam ajudar a refinar nosso olhar.
Foram escutadas pessoas do setor público e
privado para trazer percepções pessoais sobre
os três eixos que guiaram o encontro de
escuta, e também sobre aspectos faltantes do
panorama traçado.
Com toda essa variedade de informações
combinadas: a pesquisa sobre atratividade do
setor público, levantamento de informações
feito pela equipe, os insumos gerados no
encontro de escuta e as críticas surgidas nas
entrevistas individuais, chegamos a quatro
premissas, que seriam os pilares para o
problema central a ser tratado no desafio.
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“Como atrair e desenvolver profissionais
para transformar a administração pública
no Brasil?”. A pergunta sozinha fica
incompleta. Ela toma forma na medida em que
for pensada em conjunto com as quatro
premissas. No dia 26 de março foi então
abertono site o desafio, para guiar uma nova
fase de participações da sociedade pelo
Movimento Minas, desta vez focando em
ideias de soluções para a pergunta. As
respostas deveriam contemplar as premissas,
cada uma refletindo pontos importantes
identificados ao longo da primeira fase.
PREMISSA 1. Despertar o interesse e o
conhecimento sobre carreiras públicas:
Melhorar o acesso a informações e despertar
o interesse em candidatos com perfil
adequado.
PREMISSA2. Repensar os mecanismos de
recrutamento e seleção do Estado: Os
mecanismos de recrutamento e seleção
influem tanto no perfil das pessoas que entram
no setor público como na forma como se
preparam para ingressar no Estado.
PREMISSA 3. Desenvolver e engajar os
profissionais e reter talentos: Quem já atua
no setor público precisa manter-se engajado e
motivado. É preciso propor ações para o
desenvolvimento contínuo desses
profissionais em diferentes momentos ao
longo de sua trajetória.
PREMISSA 4. Considerar a realidade dos
municípios: é importante propor soluções
Página do desafio no site.
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aplicáveis ao contexto dos municípios, onde
ocorrem as principais políticas públicas e onde
é mais carente de mão-de-obra.
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Com o lançamento da pergunta no site do
Movimento Minas, deu-se início às rodadas de
divulgação desse desafio para o público-alvo.
Esse momento foi importante para que mais
pessoas ou organizações ligadas ao tema
fossem inseridas na construção colaborativa.
Para isso, contamos mais uma vez com o
apoio da equipe organizadora do ENEAP, que
fez rodadas de divulgação do desafio em
várias universidades do país. Foram ao todo
nove universidades visitadas, aumentando
assim o contato com os estudantes do campo
de Públicas. Além disso, foram organizados
pela equipe do Movimento Minas três
workshops, que não só serviram para
promover o debate sobre profissionalização da
administração pública, mas também para
estimular a geração e inserção de ideais para
o desafio em nosso site. Um dos encontros
aconteceu na UFMG (3 de abril), outra no UNI-
BH (29 de abril) e a última na Fundação João
Pinheiro (22 de maio).
Ao longo de 41 dias, foram agregadas 65
respostas no site do Movimento Minas, além
de vários comentários em cada um delas
(Todas as ideias podem ser acessadas
aqui). A tabela a seguir mostra algumas
categorias identificadas em cada uma das
premissas.
Consolidação das ideias
11
Finalmente, com todas essas ideias em mãos,
pudemos nos organizar para a fase seguinte
do desafio, onde procuraríamos refinar as
ideias e prototipar algumas propostas. Nessa
fase, contamos com a colaboração da equipe
da MJV Tecnologia & Inovação. Em
conjunto, baseado em na aplicação de
abordagens de design, conseguimos
aproximar algumas das ideias geradas de
aspectos que determinam sua viabilidade,
usabilidade e factibilidade. Com isso, foi
possível engajar potenciais agentes
implementadores dessas ideias no Governo
de Minas, trazendo-os para tangibilizar as
ideias, identificando obstáculos e procurando
representa-la em funcionamento.
A partir dessa parceria entre a MJV e o
Movimento Minas, deu-se início a um processo
de refinamento das propostas para o desafio.
Em um primeiro momento, organizamos as 65
ideias emergentes no site, buscando aquelas
que se adequam melhor aos seguintes
critérios: número de apoios no site, descrição
detalhada (claro entendimento), diversidade
de premissas contempladas, potencial
agregador, potencial mobilizador em rede,
viabilidade política/ técnica.
Depois disso, buscamos identificar dentre as
ideias que estavam no site, aquelas que não
apenas poderiam ser alvo de prototipação,
mas que, de certa forma, fossem mais
abrangentes, ou seja, que trouxessem consigo
soluções para um maior númerode problemas.
Esse processo implicou em grande parte na
convergência e aglutinação de ideias distintas,
de forma que, ao final, pudemos chegar a
cinco propostas que seriam então levadas à
etapa de prototipação de baixa fidelidade. É
importante ressaltar que essas cinco
propostas, apesar de serem híbridas, fruto da
fusão de várias ideias sugeridas no site,
buscaram respeitar ao máximo o perfil das
participações dos usuários no site do
Movimento Minas.
A seguir, apresentamos as ideias resultantes
dessa escolha. Além de uma breve descrição,
cada proposta tem: público-alvo, restrições,
e as ideias relacionadas que surgiram no site
do Movimento Minas e que inspiraram sua
criação.
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O resultado do processo de convergência das cinco ideias a serem prototipadas pode ser conferido
a seguir:
1. Despertar vocação para o serviço público
Descrição - No momento da escolha da profissão,
carreiras tradicionais como Medicina, Direito e
Engenharia sempre são as opções mais cogitadas
entre os jovens. Dificilmente ser administrador
público é a primeira escolha, seja por falta de
interesse ou, simplesmente, por desconhecimento dessa possibilidade. Por isso, é preciso não
apenas divulgar as opções de carreiras, mas também despertar o interesse de jovens, de diferentes
municípios e regiões, através de um mecanismo de imersão na rotina e no dia-a-dia do trabalho. O
desafio aqui é estimular o intercâmbio de conhecimento entre administradores públicos em atividade
e estudantes do ensino médio de vários municípios para, eventualmente, despertar nesses últimos
a inclinação para a carreira pública.
Público Alvo: Jovens do ensino Médio
Restrições:
- Envolvimento de municípios de todos os
portes e regiões
- Contrapartidas para o município de origem
Ideias relacionadas do site:
“Políticas de qualificação no ensino médio”
“Despertar o interesse dos jovens pela
administração pública”
“Despertar habilidades para se ter qualidade”
2. Entradas laterais no setor público de profissionais mais experientes
Descrição - Muitas vezes profissionais altamente
capacitados e com longa experiência de atuação, seja no
setor privado ou mesmo no setor público, se sentem
desincentivados a participarem de concursos porque não
querem ter que encarar as provas e todo o ciclo da carreira
desde o seu início. Assim, um mecanismo que pode ajudar
no recrutamento de tais profissionais é a possibilidade de
entrada lateral, isto é, no meio ou em níveis já elevados da
estrutura da carreira. Seria de grande valor para alguns
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órgãos recrutar gestores sênior para assumirem funções de direção e assessoramento.
Público Alvo: Profissionais de mercado com mais experiência
Premissas
- Incluir aposentados precoces
- Definir critérios técnicos para balizar a
entrada
Ideias relacionadas do site:
“Entrada Lateral”
“Aproveitar Experiência Profissional de
Aposentados Precoces”
“Definir e cobrar critérios técnicos para cargos
de confiança”
“Processo seletivo para gestores de projetos”
3. Espaço de troca de experiências entre gestores públicos e privados
Descrição - Encontros que mesclam gestores
públicos (de diferentes esferas de governo e até de
ONGs e OSCIPs) e privados (de diferentes
empresas e organizações) podem ser relevantes
para propiciar ganhos de conhecimento tácito e
intercâmbio de experiências em gestão e outros
temas comuns.
Público-alvo: gestores públicos e privados
Premissas:
- Diversidade de perfis e de pessoas
- Predisposição e interesse de quem for
participar
Restrições:
- Evitar formatos muito expositivos - palestras
e seminários
Ideias relacionadas do site:
“Facilitar o debate e a troca de experiências
entre gestores públicos e privados”
“Adotar práticas da iniciativa privada na
iniciativa pública”
“Formação continuada de professores através
de iniciativas público x privadas”
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4. Centralizar informações sobre oportunidades de ingresso no setor público
Descrição - Já existe uma série de instrumentos e
canais consolidados (como revistas, jornais e editais)
para divulgação de oportunidades de concursos no setor
público. No entanto, um canal de centralização de
oportunidades de ingresso exclusivo para
administradores públicos pode ser um instrumento
poderoso para que os interessados possam ter uma
noção mais ampla do campo de atuação e vislumbrar
oportunidades fora da sua própria região. É importante
que esse instrumento incorpore de forma criativa
questões como: possíveis perfis de público e oportunidades além dos concursos públicos.
Públicos: Aspirantes ao ingresso em carreiras públicas
Premissas:
- Deve ser atrativo e despertar confiança
- Pode contemplar seleção para cargos de
confiança
- Deve ser transparente
Ideias relacionadas do site
“Divulgação das carreiras do Estado”
“Site nacional de divulgação de concursos
públicos”
5. Alocação e capacitação de recém-concursados por Competências, Habilidades e Atitudes
Descrição - Para melhorar a alocação de servidores recém-admitidos no setor público, é preciso
identificar melhor o perfil profissional desses funcionários e
desenvolver instrumentos de capacitação e avaliação para
aprimorar sua inserção no setor público. Com essa ideia
podem ser pensados instrumentos como o servidor
experimentar diferentes posições e funções antes de ser
inserido em um departamento específico do setor público,
ou cursos para recém-formados, como acontece com
diplomatas ou EPPGGs. O mais importante é que ele tenha
uma visão de diversas partes do sistema e que seja pensado um processo de desenvolvimento ao
longo desse período, que trará à tona suas competências, habilidades e atitudes e permitirá à
Administração Pública melhor alocar esse funcionário.
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Público-alvo: Recém-admitidos em cargos efetivos do setor público
Premissas:
- Não mencionar carreiras específicas
- Foco em habilidades, conhecimentos e
atitudes
- Avaliação de desempenho específica
- Incorporar como etapa do processo seletivo
(a pessoa pode ser limada do processo)
- Período logo após sua entrada - 3 anos
(estágio probatório).
Ideias relacionadas do site:
“Despertar habilidades para se obter
qualidade”
“Alteração do formato dos concursos públicos”
“Critérios de seleção para concursos públicos”
“Habilidades de relacionamento interpessoais
podem ser usadas no processo de seleção”
“Processo de seleção de acordo com
formação, aptidão e conhecimento”
“Curso de formação para recém-concursado”
“Após concurso, processo de seleção para
cargos”
“Direcionar os servidores de acordo com
conhecimento, habilidade e atitude”
Para refinar essas cinco propostas e aproximá-las da realidade de implementação, foi organizado
mais um encontro presencial, dessa vez com o intuito de desenhar protótipos a partir dessas ideias.
No dia 12 de junho de 2013, recebemos na Cidade Administrativa de Minas Gerais cerca de 30
pessoas, dentre eles membros do governo, estudantes, participantes do site e membros da iniciativa
privada, dispostos em grupos e incumbidos da tarefa de dar corpo às cinco propostas.
Workshop de prototipação,no dia 12 de junho,na Cidade Administrativa,Belo Horizonte.
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Existem duas dimensões que devem ser
destacadas nesse encontro. Uma delas
relacionada ao conteúdo do encontro, que foi
construído de maneira colaborativa ao longo
do processo e que foi compartilhado com os
participantes no início do workshop. O principal
insumo que eles tinham eram as 5 propostas
que acabamos de apresentar.
Além disso, existe uma dimensão da forma de
engajar os convidados, aspecto no qual a
colaboração da equipe da MJV foi essencial.
Não apenas por trazer material do workshop,
mas pelo desenho da dinâmica colaborativa,
sendo determinante para dar vazão à
criatividade de todos e fazer desse um
momento distinto da rotina do governo, onde
atores diversos pudessem interagir de maneira
mais leve. Sua missão era construir
representações das propostas para o desafio
proposto: Como atrair e desenvolver
profissionais para transformar a
administração pública no país?
Participantes durante a dinâmica criativa “3 brains”.
Foram formados então cinco grupos, que
tiveram uma composição heterogênea dentro
do perfil dos presentes, e que trabalharam
cada um com uma das propostas durante todo
o dia.
O objetivo dos grupos era discutir a proposta,
trazendo suas percepções sobre como ela
poderia ser desenvolvida na prática, sem estar
presos a uma Secretaria específica ou até
mesmo uma esfera governamental.
Processo de escolha da proposta de um dos grupos.
Os grupos tiveram liberdade para transitar na
Cidade Administrativa de Minas Gerais para
conversar com outras pessoas e coletar
opiniões. A única restrição foi o tempo. Com
isso, cada grupo, ao desenvolver a sua ideia,
optou por um formato diferente: uns preferiram
o registro em vídeo, já outro grupo escolheu a
encenação, enquanto outro optou por fazer um
teste junto aos servidores da Cidade
Administrativa. Tendo em vista as
particularidades, colocamos a seguir um
resumo da construção de cada protótipo.
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Protótipo 1: “Pex Pública” – Programa de Experiência Pública
Baseado na proposta: “Despertar a vocação para o serviço público”
O primeiro grupo ficou a cargo da proposta 1, que discutia formatos para divulgação e atração de
jovens para o serviço público e, mais especificamente, para as carreiras de administração pública. A
partir disso, foi elaborado o “Pex Pública”. Para esse projeto, o grupo imaginou um formato de estágio
supervisionado com duração limitada para jovens do ensino médio, que permita tanto umaexperiência
profissional para os candidatos quanto uma oportunidade de conhecer e, talvez, vislumbrar uma
carreira na administração pública. Para tanto, foi
sugerida pelo grupo a criação de um portal interativo,
onde os jovens pudessem se inteirar de vagas de
estágio disponíveis e ofertadas por órgãos públicos.
Após a inscrição no site e, caso o candidato seja
aceito, este seria convocado para um estágio
remunerado de quatro meses. Ali, o jovem passaria
por um acompanhamento direto com um gestor, que
atuaria como tutor ao longo de quatro meses. As
imagens mostram um pouco do processo de
prototipação que envolveu a simulação do portal e
do processo de acompanhamento do estagiário.
Exemplo de alguns quadros da jornada do usuário do serviço desenhado pelo grupo.
Protótipo do portal de oferta de estágios da PEX Pública
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Protótipo 2 – “Entrada Lateral”
Baseado na proposta: “Entradas laterais no setor público de profissionais mais experientes.”
O segundo grupo simulou um processo seletivo de contratação de profissionais através de
entrada lateral. No teste, havia dois candidatos disputando uma vaga para um cargo de
gerência em um órgão público hipotético.
A grande ênfase que surgiu da aplicação do teste estava relacionada à “blindagem” do
processo organizacional a eventuais influências de parentesco e políticas no resultado. Por
isso o grupo simulou entrevistas com dois perfis de candidatos: um claramente qualificado
para o cargo e outro pouco qualificado, porém, parente de um político local, que não
economizou esforços em tentar usar de sua
influência para encaminhá-lo à vaga. No teste,
simularam também o funcionamento de um
órgão de recrutamento para avaliação de
candidatos através de entrevistas e teste de
aptidões específicas para a vaga.
Com o protótipo, o grupo teve que observar
várias barreiras que surgiriam com a entrada
lateral para servidores já atuantes (evitando
que esse percorra todas as fases de um concurso público). No entanto, o foco das atenções
deve estar no formato da seleção: dando ênfase à analise de experiência em gestão em
órgãos públicos, garantindo certa isenção do processo.
Construção do protótipo pelo grupo “Entradas Laterais”
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Protótipo 3 – “Dedim de prosa”
Baseado na proposta: “Espaço de troca de experiências entre gestores públicos e privados.”
O “Dedim de prosa” foi o projeto idealizado pelo grupo que buscava desenvolver espaços que
estimulassem trocas de experiências entre gestores públicos e privados, com o objetivo de
enriquecer o conhecimento dos profissionais envolvidos de ambas as esferas.
Sabendo que uma das restrições atribuídas à ideia era justamente a rejeição aos formatos já
tradicionais (como seminários e palestras), o grupo optou por explorar novas formas de se
estimularem interações, dando mais ênfase à espontaneidade e imprevisibilidade das conversas.
Com isso em mente, os participantes fizeram um exercício de imaginar como seria a disposição
desse espaço informal. Para tanto, desenharam um ambiente amplo, que inspirasse liberdade e
criatividade: com puffs e redes ao invés de cadeiras e mesas.Segundo o grupo, esseespaço poderia
ser reservado para execução de dinâmicas de conversação e geração de ideias. Tudo de forma não
hierarquizada e natural.
Além do desenho de um espaço físico, o projeto previa
o desenvolvimento de um formato itinerante para
conversas. Por isso, o grupo foi a campo e testou no
espaço dos ônibus circulares da Cidade Administrativa
de Minas Gerais qual seria a melhor forma de se
estimular essas interações. Foram inseridos nas
paredes e painéis dos ônibus cartões com provocações
que servissem como tema inicial de conversas.
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Protótipo 4: “Paramos de coçar”
Baseado na proposta: “Centralizar informações sobre oportunidades de ingresso no setor público.”
Ainda que o objetivo principal desse protótipo fosse a centralização de oportunidades de trabalho
para administradores públicos, o 4º grupo sentiu a necessidade de expandir a abrangência da própria
ideia, desenvolvendo não apenas um site, mas também uma feira que agregasse questões de
inovação no serviço público, apresentadas de forma divertida e interativa.
A criação do 4º protótipo teve como inspiração a necessidade de mudança de paradigma na forma
como os servidores são vistos pela sociedade. Segundo o grupo, existe uma nova geração de
administradores que são competentes e muito distantes do estereótipo do servidor acomodado e
ineficiente. A mensagem principal nesse caso foi mostrar que existem novas ideias na administração
pública que precisam ser espalhadas para a opinião pública.
Além disso,o grupo decidiu que, para que ambos os
projetos tivessem um impacto proporcional à
mudança de paradigma sugerida, era preciso ter um
nome impactante. Por isso, o projeto foi chamado
de: “Paramos de coçar”. Um título provocador que
fazia menção à mudança de postura dos servidores
públicos.
Nesse projeto, tanto o site como a feira teriam
conteúdos compartilhados. No conteúdo do site, por
exemplo, seria possível não apenas procurar por oportunidades de emprego, mas também ver vídeos
sobre cases de sucesso em administração pública. Além disso, o grupo previu a confecção de um
game onde o jogador pudesse simular decisões sobre políticas públicas de forma divertida. A feira
serviria como uma materialização dos produtos do site em formato expositivo.
Protótipo 5: Trainees Públicos
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Proposta relacionada: “Alocação e capacitação de recém-concursados por competências, habilidades e atitudes”
O último grupo trabalhou com uma das temáticas mais
debatidas ao longo do processo de participação: a
alocação e capacitação de servidores. Trata-se de um
tema central para o entendimento dos principais
problemas que envolvem a eficiência no setor público.
Após o momento inicial de discussão, o 5º grupo trabalhou com três momentos do ingresso de
servidores recém-concursados: seleção, inserção e alocação.
A ideia que inspirou o protótipo foi a criação de um modelo de ingresso que incluísse ciclos de
formação, avaliação de perfil e políticas de rotatividade em diferentes áreas durante o estágio
probatório. Esse período seria semelhante a um programa de “trainee”, em que o servidor passaria
por um curso introdutório, reconheceria áreas diferentes da organização antes de ser alocado,
intercalando experiência prática com cursos específicos de formação. Após isso, seria possível
aloca-lo melhor observando suas habilidades e competências, e sua adequação a atividades
específicas. Para tanto, seria necessária a criação de um núcleo central de recursos humanos,
responsável pela gestão do processoem parceria com as unidades setoriais de RH. Para o protótipo,
o grupo optou por fazer um vídeo mostrando o funcionamento o
processo desde o ponto de vista do servidor, desde a realização da
prova, passando pela seleção, até o momento em que é
alocado.
Simulaçãodocursointrodutóriodoprograma de
trainee.
Simulaçãoda alocaçãodos servidorespara
uma das fases de experiência prática.
23
24
Chegamos ao final deste desafio com algumas
reflexões sobre contribuições e
desdobramentos possíveis.
Primeiramente, vale ressaltar que o processo
de construção de propostas, feito de maneira
colaborativa em todas suas fases, traz alguns
resultados de engajamento, que são difíceis
de mensurar, mas nem por isso deixam de ser
tangíveis e extremamente relevantes para
avaliar os resultados do processo. Ao convidar
a sociedade para colaborar com um tema
essencialmente técnico, sabíamos que
teríamos dificuldades em engajar um público
amplo, mas justamente por isso focamos a
divulgação em ambientes que já tivessem
alguma relação com a temática. Mesmo assim,
tivemos algumas participações inusitadas de
pessoas que chegaram pelo site e acabaram
se surpreendendo:
“Sempre me senti incomodado por não
conseguir opinar, e ser ouvido, pelas
decisões que são tomadas diariamente em
minha cidade, estado e país. (...) Fiquei
muito feliz em constatar que através do
Movimento Minas isso está se tornando
realidade!” (Lucio Santana)
Se cada uma das cerca de 1000 pessoas que
participaram deste desafio sair desse
processo com um olhar diferente sobre a
relação Estado-sociedade, teremos
contribuído para a mudança de percepção das
pessoas quanto à capacidade de aproximar
Estado e sociedade. Nesse sentido, foi
essencial ter a presença da sociedade civil,
atuais e futuros gestores públicos, professores
universitários, além de gestores do setor
privado, para trazer diferentes partes do
sistema que pensa e opera a gestão pública.
Outra dimensão de grande relevância para o
projeto diz respeito ao conteúdo das propostas
desenhadas, que por mais que ainda estejam
no campodas ideias, indicam futuros possíveis
para administração pública brasileira.
Se o engajamento virtual proporcionou maior
abrangência, pela maior facilidade de acesso
ao público, por outro, os encontros presenciais
criam uma atmosfera de troca de informações
e experiências mais impactantes para os
presentes. Nesse sentido, um aprendizado
que tem sido constante a cada desafio que
fazemos, é valorizar e reconfigurar os espaços
presenciais que criamos. E uma questão
essencial é aproveitar espaços já existentes.
Com esse intuito, as propostas surgidas ao
longo do processo serão levadas ao 12º
Encontro Nacional dos Estudantes dos Cursos
do Campo de Públicas (ENEAP) para que
sejam discutidas e priorizadas nesse fórum.
Com essa ação, pretende-se mobilizar não
apenas os estudantes, que serão futuros
administradores públicos, pesquisadores,
professores e políticos. Isso permite que seja
fomentado o debate e que, com a presença de
atuais especialistas e líderes políticos, seja
criada uma agenda de mais ampla para o
campo no Brasil.
Como contribuição adicional ao ENEAP, serão
feitos esforços para repercutir as propostas
construídas em outros fóruns, para que não
apenas atores que participaram deste
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processo possam reverberar as discussões
para espaços relevantes ao tema, e
aprofundar aquilo que faltou para transformar
ao longo dos próximos anos essa agenda de
propostas em realizações concretas.
E o recente contexto social brasileiro não
poderia ser melhor para que propostas como
esta ocupem espaço nas agendas políticas do
país. Isso requer que lideranças do país
reconheçam que a melhoria dos serviços
públicos, tão demandada por toda população
brasileira, seja propiciada também por
reformas que revejam o modelo de gestão de
pessoas vigente. É necessário pensar em
novas formas de atrair as pessoas para
trabalhar no setor público, preocupar-se com a
oscilação de suas motivações ao longo da
carreira e facilitar com que os agentes
governamentais estejam constantemente
orientados a serviços públicos. Este é um
grande desafio para todos os governos do
mundo, e não há soluções únicas e certas.
Portanto, este processo pode ser visto como
um catalizador, diante de tantas mudanças
necessárias. Para gerar transformações
significativas, o primeiro passo é sempre
conversar sobrefuturos possíveis; e esta é, em
última instância, a contribuição deste projeto.
Agradecimentos
Gostaríamos de agradecer a todos que participaram deste processo em alguma das etapas, pois
nada aconteceria se não tivessem dispostos a colaborar com a matéria-prima dessa construção.
Além de todas as pessoas que responderam à pesquisa, foram aos workshops, participaram com
ideias ou comentários, agradecemos também às instituições que colaboraram livremente facilitando
de alguma maneira.
Escola de Governo Paulo Neves de Carvalho
Federação de Empresas Juniores do Estado de Minas Gerais - FEJEMG
Federação Nacional dos Estudantes de Administração Pública - FENEAP
Membros do Congresso Nacional dos Estudantes de Administração Pública - CONEAP
MJV – Tecnologia & Inovação
Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (MG)
Universidade Federal de Lavras - UFLA
Universidade Federal de Minas Gerais - Curso Ciências do Estado
Centro Universitário Uni-BH
26
ANEXO A - Gráficos com os resultados consolidados da pesquisa de opinião sobre
administração pública e serviço público.
Foi aberto no site do Movimento Minas um questionário durante 40 dias (do dia 04/02 à
15/03) que contou com a participação de 593 pessoas do país inteiro. Abaixo temos gráficos
com alguns dos resultados consolidados da pesquisa de opinião sobre administração pública
e serviço público.
45%
48%
6%
1%
Onde você cursou a maior
parte do ensino médio?
Escola pública
Escola particular
Escola particular
com bolsa de
estudos
Outro
10%
36%
26%
9%
19%
Em qual esfera do setor
público você atua ou
gostaria de atuar?
Municipal
Estadual
Federal
Não tenho
preferências /
interesse
17%
75%
3%
2% 3%
Onde você trabalha
ou se vê trabalhando?
Setor Privado
Setor Público
Terceiro Setor
Academia
Other
4% 4% 1%
80%
11%
Região do Brasil
Centro-oeste
Nordeste
Norte
Sudeste
Sul
27

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  • 1. 1
  • 2. 2 O Movimento Minas é um projeto que incentiva o desenho colaborativo de soluções para questões de interesse coletivo, através da mobilização de pessoas de alguma maneira engajadas nessas questões. A cada tema, chamados de “desafios”, o Movimento Minas lança uma pergunta que serve como gatilho para a interação entre as pessoas via plataforma virtual e encontros presenciais. Através desses espaços, o Movimento Minas procura não apenas possibilitar a interação desse público, mas também a geração de ideias que tragam diferentes perspectivas sobre a temática do desafio. Este documento traz os principais aspectos do mais recente desafio conduzido pela equipe do projeto, que aborda a profissionalização da gestão pública.
  • 3. 3
  • 4. 4 O Movimento Minas é um projeto que funciona no setor público e vive no seu dia-a-dia uma série dificuldades que vários governos brasileiros costumam enfrentar. E faz parte do nosso papel enquanto agentes governamentais encontrar maneiras de resolver esses problemas, o que passa inevitavelmente por desenvolver práticas que dotem o Estado brasileiro de mais capacidade de transformação social. Este desafio surgiu dessa reflexão sobre a necessidade de melhorar a gestão pública brasileira e da criação de espaços mais inclusivos e diversos para pensar novas iniciativas que potencializem os esforços e recursos para atender às demandas da sociedade. Nesse contexto, considerando que até então os desafios propostos pelo Movimento Minas tiveram temas voltados para fora do governo, resolvemos abrir um desafio que trouxesse pessoas de dentro e fora do setor público para conversar e desenhar propostas que explorassem as fronteiras da gestão pública. E para guiar esse processo, partimos de uma premissa: para gerar transformações relevantes é necessário colocar no centro do debate o recurso mais valioso em qualquer organização, e principalmente no setor público: as pessoas. O principal gasto dos governos brasileiros é com despesas de pessoal, o que tem a ver com a natureza das atividades exercidas pelos governos, que são mais intensivas em recursos humanos. Diferentemente de outros setores, no setor público, o que é entregue aos cidadãos se materializa, em grande parte, na forma de serviços. Para fazer este desafio, e conseguir engajar diferentes cabeças, estabelecemos uma parceria com os estudantes universitários dos cursos do Campo de Públicas. Entendemos que os ambientes de maior reflexão e desenvolvimento de novas ideias são essas escolas, e justamente neste ano ocorrerá em Minas Gerais um congresso nessa área reunindo estudantes de todo o país (ENEAP 2013). Entendendo o momento que o país vive como mais fértil à mobilização social, enxergamos uma grande oportunidade para convidar pessoas para desenhar novos rumos para a administração pública brasileira, e por isso procuramos envolver, além dos estudantes, professores, gestores públicos e especialistas em RH. Apesar de estarmos em Minas, acreditamos que tais mudanças devem ser pensadas enquanto propostas para o país, e, por isso, ao final deste processo esperamos contribuir para que outras esferas catalisem mudanças positivas nas suas estruturas, trazendo novas ondas de inovação na gestão pública brasileira. E fazer isso de maneira aberta à sociedade é a essência do que consideramos mais valioso para o Movimento Minas. Este documento tem o objetivo de tornar público, na forma de um relato, o que ocorreu nos cinco meses em que esse processo de colaboração esteve aberto (fevereiro a junho de 2013). Por isso o organizamos de acordo com o andamento das nossas ações: definição do desafio, levantamento de ideias e prototipação.
  • 5. 5
  • 6. 6 Para definir um desafio dentro da temática profissionalização da gestão pública, a equipe do projeto procurou duas estratégias complementares e paralelas. A primeira buscou, por meio de um questionário virtual, mapear o público-alvo e pergunta-los sobre o que torna o trabalho no setor público atrativo. A segunda estratégia buscou levantar de forma mais aprofundada pontos de vista diferentes sobre o tema, por meio de conversas individuais e em grupo. Atratividade do setor público Foi aberto no site do Movimento Minas um questionário entre os dias 4 de fevereiro e 15 de marçode 2013 e contou com a participação de pessoas do país inteiro. A partir das respostas obtidas, pudemos traçar um perfil de nossos interlocutores em potencial. No anexo A apresentamos alguns resultados obtidos. Grande parte das respostas veio de universitários (dentre graduados ou graduandos) ligados ao campo de públicas, concentrados na região sudeste. Foi perceptível uma preferência para o trabalho no setor público em relação a empresas privadas e terceiro setor, com destaque para o poder executivo federal. Ao serem questionados sobre fatores estimulantes ou desestimulantes ao trabalho no setor público, sobressaiu o sentimento de “trabalhar pela sociedade” como principal estímulo positivo. Por outro lado, o excesso de “Burocracia/Morosidade” foi apontado como a questão mais desmotivadora. Outra questão de destaque foi a remuneração, que foi apontada tanto como item motivador quanto desmotivador. Conversas sobre desafios O Movimento Minas sempre procurou aliar a participação online a encontros presenciais. Tais encontros aumentam o nível de engajamento e interação, gerando diversos efeitos de rede no grupo participante. Para esse desafio não foi diferente. Após a coleta de dados pela pesquisa em nosso site, organizamos um encontro que reuniu estudantes, professores, técnicos de governo, além de membros da sociedade civil (usuários do site), para discutir desafios da profissionalização da administração pública. Workshop de escuta:conversas em grupopara definição do desafio. Esseencontro aconteceu no dia 9 de marçode 2013, no Palácio Tiradentes, sede oficial do Governo do Estado de Minas, e serviu para que os presentes debatessem questões específicas ligadas ao tema. Na ocasião, os convidados foram divididos em grupos com a
  • 7. 7 missão de levantar questões essenciais guiados pelos seguintes eixos: - Modelos de capacitação e formação - Seleção e ingresso no setor público - Carreiras públicas Todas as informações levantadas na escuta foram compiladas e serviram como insumo para a definição do desafio. Por isso o encontro de escuta tem especial relevância no processo: permite refinar o olhar da equipe sobre o problema principal a ser tratado e resulta em uma pergunta-chave que daria o tom de discussãoao longo de todo o processo. Observando de perto os pontos emergentes do encontro, percebemos que algumas questões perpassam os três eixos. Ou seja, todos os grupos de discussão mencionaram em maior ou menor medida questões como a necessidade de renovação da imagem da administração pública brasileira através da modernização dos métodos de atração e desenvolvimento de profissionais. Isso significa, em última instância, adequar a realidade atual aos novos perfis de profissionais que buscam uma formação cada vez mais interdisciplinar e procuram carreiras mais flexíveis. Além disso, outra questão latente nas discussões, porém não explicitamente descrita, foi a necessidade de enfoque em mudanças nos governos municipais onde, segundo os presentes, se têm a maior necessidade de alocação de administradores públicos e, normalmente, menos recursos para tanto. Após o encontro, nos concentramos nas questões identificadas na fala dos participantes, e partimos para um período de conversas individuais com profissionais que poderiam ajudar a refinar nosso olhar. Foram escutadas pessoas do setor público e privado para trazer percepções pessoais sobre os três eixos que guiaram o encontro de escuta, e também sobre aspectos faltantes do panorama traçado. Com toda essa variedade de informações combinadas: a pesquisa sobre atratividade do setor público, levantamento de informações feito pela equipe, os insumos gerados no encontro de escuta e as críticas surgidas nas entrevistas individuais, chegamos a quatro premissas, que seriam os pilares para o problema central a ser tratado no desafio.
  • 8. 8 “Como atrair e desenvolver profissionais para transformar a administração pública no Brasil?”. A pergunta sozinha fica incompleta. Ela toma forma na medida em que for pensada em conjunto com as quatro premissas. No dia 26 de março foi então abertono site o desafio, para guiar uma nova fase de participações da sociedade pelo Movimento Minas, desta vez focando em ideias de soluções para a pergunta. As respostas deveriam contemplar as premissas, cada uma refletindo pontos importantes identificados ao longo da primeira fase. PREMISSA 1. Despertar o interesse e o conhecimento sobre carreiras públicas: Melhorar o acesso a informações e despertar o interesse em candidatos com perfil adequado. PREMISSA2. Repensar os mecanismos de recrutamento e seleção do Estado: Os mecanismos de recrutamento e seleção influem tanto no perfil das pessoas que entram no setor público como na forma como se preparam para ingressar no Estado. PREMISSA 3. Desenvolver e engajar os profissionais e reter talentos: Quem já atua no setor público precisa manter-se engajado e motivado. É preciso propor ações para o desenvolvimento contínuo desses profissionais em diferentes momentos ao longo de sua trajetória. PREMISSA 4. Considerar a realidade dos municípios: é importante propor soluções Página do desafio no site.
  • 9. 9 aplicáveis ao contexto dos municípios, onde ocorrem as principais políticas públicas e onde é mais carente de mão-de-obra.
  • 10. 10 Com o lançamento da pergunta no site do Movimento Minas, deu-se início às rodadas de divulgação desse desafio para o público-alvo. Esse momento foi importante para que mais pessoas ou organizações ligadas ao tema fossem inseridas na construção colaborativa. Para isso, contamos mais uma vez com o apoio da equipe organizadora do ENEAP, que fez rodadas de divulgação do desafio em várias universidades do país. Foram ao todo nove universidades visitadas, aumentando assim o contato com os estudantes do campo de Públicas. Além disso, foram organizados pela equipe do Movimento Minas três workshops, que não só serviram para promover o debate sobre profissionalização da administração pública, mas também para estimular a geração e inserção de ideais para o desafio em nosso site. Um dos encontros aconteceu na UFMG (3 de abril), outra no UNI- BH (29 de abril) e a última na Fundação João Pinheiro (22 de maio). Ao longo de 41 dias, foram agregadas 65 respostas no site do Movimento Minas, além de vários comentários em cada um delas (Todas as ideias podem ser acessadas aqui). A tabela a seguir mostra algumas categorias identificadas em cada uma das premissas. Consolidação das ideias
  • 11. 11 Finalmente, com todas essas ideias em mãos, pudemos nos organizar para a fase seguinte do desafio, onde procuraríamos refinar as ideias e prototipar algumas propostas. Nessa fase, contamos com a colaboração da equipe da MJV Tecnologia & Inovação. Em conjunto, baseado em na aplicação de abordagens de design, conseguimos aproximar algumas das ideias geradas de aspectos que determinam sua viabilidade, usabilidade e factibilidade. Com isso, foi possível engajar potenciais agentes implementadores dessas ideias no Governo de Minas, trazendo-os para tangibilizar as ideias, identificando obstáculos e procurando representa-la em funcionamento. A partir dessa parceria entre a MJV e o Movimento Minas, deu-se início a um processo de refinamento das propostas para o desafio. Em um primeiro momento, organizamos as 65 ideias emergentes no site, buscando aquelas que se adequam melhor aos seguintes critérios: número de apoios no site, descrição detalhada (claro entendimento), diversidade de premissas contempladas, potencial agregador, potencial mobilizador em rede, viabilidade política/ técnica. Depois disso, buscamos identificar dentre as ideias que estavam no site, aquelas que não apenas poderiam ser alvo de prototipação, mas que, de certa forma, fossem mais abrangentes, ou seja, que trouxessem consigo soluções para um maior númerode problemas. Esse processo implicou em grande parte na convergência e aglutinação de ideias distintas, de forma que, ao final, pudemos chegar a cinco propostas que seriam então levadas à etapa de prototipação de baixa fidelidade. É importante ressaltar que essas cinco propostas, apesar de serem híbridas, fruto da fusão de várias ideias sugeridas no site, buscaram respeitar ao máximo o perfil das participações dos usuários no site do Movimento Minas. A seguir, apresentamos as ideias resultantes dessa escolha. Além de uma breve descrição, cada proposta tem: público-alvo, restrições, e as ideias relacionadas que surgiram no site do Movimento Minas e que inspiraram sua criação.
  • 12. 12 O resultado do processo de convergência das cinco ideias a serem prototipadas pode ser conferido a seguir: 1. Despertar vocação para o serviço público Descrição - No momento da escolha da profissão, carreiras tradicionais como Medicina, Direito e Engenharia sempre são as opções mais cogitadas entre os jovens. Dificilmente ser administrador público é a primeira escolha, seja por falta de interesse ou, simplesmente, por desconhecimento dessa possibilidade. Por isso, é preciso não apenas divulgar as opções de carreiras, mas também despertar o interesse de jovens, de diferentes municípios e regiões, através de um mecanismo de imersão na rotina e no dia-a-dia do trabalho. O desafio aqui é estimular o intercâmbio de conhecimento entre administradores públicos em atividade e estudantes do ensino médio de vários municípios para, eventualmente, despertar nesses últimos a inclinação para a carreira pública. Público Alvo: Jovens do ensino Médio Restrições: - Envolvimento de municípios de todos os portes e regiões - Contrapartidas para o município de origem Ideias relacionadas do site: “Políticas de qualificação no ensino médio” “Despertar o interesse dos jovens pela administração pública” “Despertar habilidades para se ter qualidade” 2. Entradas laterais no setor público de profissionais mais experientes Descrição - Muitas vezes profissionais altamente capacitados e com longa experiência de atuação, seja no setor privado ou mesmo no setor público, se sentem desincentivados a participarem de concursos porque não querem ter que encarar as provas e todo o ciclo da carreira desde o seu início. Assim, um mecanismo que pode ajudar no recrutamento de tais profissionais é a possibilidade de entrada lateral, isto é, no meio ou em níveis já elevados da estrutura da carreira. Seria de grande valor para alguns
  • 13. 13 órgãos recrutar gestores sênior para assumirem funções de direção e assessoramento. Público Alvo: Profissionais de mercado com mais experiência Premissas - Incluir aposentados precoces - Definir critérios técnicos para balizar a entrada Ideias relacionadas do site: “Entrada Lateral” “Aproveitar Experiência Profissional de Aposentados Precoces” “Definir e cobrar critérios técnicos para cargos de confiança” “Processo seletivo para gestores de projetos” 3. Espaço de troca de experiências entre gestores públicos e privados Descrição - Encontros que mesclam gestores públicos (de diferentes esferas de governo e até de ONGs e OSCIPs) e privados (de diferentes empresas e organizações) podem ser relevantes para propiciar ganhos de conhecimento tácito e intercâmbio de experiências em gestão e outros temas comuns. Público-alvo: gestores públicos e privados Premissas: - Diversidade de perfis e de pessoas - Predisposição e interesse de quem for participar Restrições: - Evitar formatos muito expositivos - palestras e seminários Ideias relacionadas do site: “Facilitar o debate e a troca de experiências entre gestores públicos e privados” “Adotar práticas da iniciativa privada na iniciativa pública” “Formação continuada de professores através de iniciativas público x privadas”
  • 14. 14 4. Centralizar informações sobre oportunidades de ingresso no setor público Descrição - Já existe uma série de instrumentos e canais consolidados (como revistas, jornais e editais) para divulgação de oportunidades de concursos no setor público. No entanto, um canal de centralização de oportunidades de ingresso exclusivo para administradores públicos pode ser um instrumento poderoso para que os interessados possam ter uma noção mais ampla do campo de atuação e vislumbrar oportunidades fora da sua própria região. É importante que esse instrumento incorpore de forma criativa questões como: possíveis perfis de público e oportunidades além dos concursos públicos. Públicos: Aspirantes ao ingresso em carreiras públicas Premissas: - Deve ser atrativo e despertar confiança - Pode contemplar seleção para cargos de confiança - Deve ser transparente Ideias relacionadas do site “Divulgação das carreiras do Estado” “Site nacional de divulgação de concursos públicos” 5. Alocação e capacitação de recém-concursados por Competências, Habilidades e Atitudes Descrição - Para melhorar a alocação de servidores recém-admitidos no setor público, é preciso identificar melhor o perfil profissional desses funcionários e desenvolver instrumentos de capacitação e avaliação para aprimorar sua inserção no setor público. Com essa ideia podem ser pensados instrumentos como o servidor experimentar diferentes posições e funções antes de ser inserido em um departamento específico do setor público, ou cursos para recém-formados, como acontece com diplomatas ou EPPGGs. O mais importante é que ele tenha uma visão de diversas partes do sistema e que seja pensado um processo de desenvolvimento ao longo desse período, que trará à tona suas competências, habilidades e atitudes e permitirá à Administração Pública melhor alocar esse funcionário.
  • 15. 15 Público-alvo: Recém-admitidos em cargos efetivos do setor público Premissas: - Não mencionar carreiras específicas - Foco em habilidades, conhecimentos e atitudes - Avaliação de desempenho específica - Incorporar como etapa do processo seletivo (a pessoa pode ser limada do processo) - Período logo após sua entrada - 3 anos (estágio probatório). Ideias relacionadas do site: “Despertar habilidades para se obter qualidade” “Alteração do formato dos concursos públicos” “Critérios de seleção para concursos públicos” “Habilidades de relacionamento interpessoais podem ser usadas no processo de seleção” “Processo de seleção de acordo com formação, aptidão e conhecimento” “Curso de formação para recém-concursado” “Após concurso, processo de seleção para cargos” “Direcionar os servidores de acordo com conhecimento, habilidade e atitude” Para refinar essas cinco propostas e aproximá-las da realidade de implementação, foi organizado mais um encontro presencial, dessa vez com o intuito de desenhar protótipos a partir dessas ideias. No dia 12 de junho de 2013, recebemos na Cidade Administrativa de Minas Gerais cerca de 30 pessoas, dentre eles membros do governo, estudantes, participantes do site e membros da iniciativa privada, dispostos em grupos e incumbidos da tarefa de dar corpo às cinco propostas. Workshop de prototipação,no dia 12 de junho,na Cidade Administrativa,Belo Horizonte.
  • 16. 16
  • 17. 17 Existem duas dimensões que devem ser destacadas nesse encontro. Uma delas relacionada ao conteúdo do encontro, que foi construído de maneira colaborativa ao longo do processo e que foi compartilhado com os participantes no início do workshop. O principal insumo que eles tinham eram as 5 propostas que acabamos de apresentar. Além disso, existe uma dimensão da forma de engajar os convidados, aspecto no qual a colaboração da equipe da MJV foi essencial. Não apenas por trazer material do workshop, mas pelo desenho da dinâmica colaborativa, sendo determinante para dar vazão à criatividade de todos e fazer desse um momento distinto da rotina do governo, onde atores diversos pudessem interagir de maneira mais leve. Sua missão era construir representações das propostas para o desafio proposto: Como atrair e desenvolver profissionais para transformar a administração pública no país? Participantes durante a dinâmica criativa “3 brains”. Foram formados então cinco grupos, que tiveram uma composição heterogênea dentro do perfil dos presentes, e que trabalharam cada um com uma das propostas durante todo o dia. O objetivo dos grupos era discutir a proposta, trazendo suas percepções sobre como ela poderia ser desenvolvida na prática, sem estar presos a uma Secretaria específica ou até mesmo uma esfera governamental. Processo de escolha da proposta de um dos grupos. Os grupos tiveram liberdade para transitar na Cidade Administrativa de Minas Gerais para conversar com outras pessoas e coletar opiniões. A única restrição foi o tempo. Com isso, cada grupo, ao desenvolver a sua ideia, optou por um formato diferente: uns preferiram o registro em vídeo, já outro grupo escolheu a encenação, enquanto outro optou por fazer um teste junto aos servidores da Cidade Administrativa. Tendo em vista as particularidades, colocamos a seguir um resumo da construção de cada protótipo.
  • 18. 18 Protótipo 1: “Pex Pública” – Programa de Experiência Pública Baseado na proposta: “Despertar a vocação para o serviço público” O primeiro grupo ficou a cargo da proposta 1, que discutia formatos para divulgação e atração de jovens para o serviço público e, mais especificamente, para as carreiras de administração pública. A partir disso, foi elaborado o “Pex Pública”. Para esse projeto, o grupo imaginou um formato de estágio supervisionado com duração limitada para jovens do ensino médio, que permita tanto umaexperiência profissional para os candidatos quanto uma oportunidade de conhecer e, talvez, vislumbrar uma carreira na administração pública. Para tanto, foi sugerida pelo grupo a criação de um portal interativo, onde os jovens pudessem se inteirar de vagas de estágio disponíveis e ofertadas por órgãos públicos. Após a inscrição no site e, caso o candidato seja aceito, este seria convocado para um estágio remunerado de quatro meses. Ali, o jovem passaria por um acompanhamento direto com um gestor, que atuaria como tutor ao longo de quatro meses. As imagens mostram um pouco do processo de prototipação que envolveu a simulação do portal e do processo de acompanhamento do estagiário. Exemplo de alguns quadros da jornada do usuário do serviço desenhado pelo grupo. Protótipo do portal de oferta de estágios da PEX Pública
  • 19. 19 Protótipo 2 – “Entrada Lateral” Baseado na proposta: “Entradas laterais no setor público de profissionais mais experientes.” O segundo grupo simulou um processo seletivo de contratação de profissionais através de entrada lateral. No teste, havia dois candidatos disputando uma vaga para um cargo de gerência em um órgão público hipotético. A grande ênfase que surgiu da aplicação do teste estava relacionada à “blindagem” do processo organizacional a eventuais influências de parentesco e políticas no resultado. Por isso o grupo simulou entrevistas com dois perfis de candidatos: um claramente qualificado para o cargo e outro pouco qualificado, porém, parente de um político local, que não economizou esforços em tentar usar de sua influência para encaminhá-lo à vaga. No teste, simularam também o funcionamento de um órgão de recrutamento para avaliação de candidatos através de entrevistas e teste de aptidões específicas para a vaga. Com o protótipo, o grupo teve que observar várias barreiras que surgiriam com a entrada lateral para servidores já atuantes (evitando que esse percorra todas as fases de um concurso público). No entanto, o foco das atenções deve estar no formato da seleção: dando ênfase à analise de experiência em gestão em órgãos públicos, garantindo certa isenção do processo. Construção do protótipo pelo grupo “Entradas Laterais”
  • 20. 20 Protótipo 3 – “Dedim de prosa” Baseado na proposta: “Espaço de troca de experiências entre gestores públicos e privados.” O “Dedim de prosa” foi o projeto idealizado pelo grupo que buscava desenvolver espaços que estimulassem trocas de experiências entre gestores públicos e privados, com o objetivo de enriquecer o conhecimento dos profissionais envolvidos de ambas as esferas. Sabendo que uma das restrições atribuídas à ideia era justamente a rejeição aos formatos já tradicionais (como seminários e palestras), o grupo optou por explorar novas formas de se estimularem interações, dando mais ênfase à espontaneidade e imprevisibilidade das conversas. Com isso em mente, os participantes fizeram um exercício de imaginar como seria a disposição desse espaço informal. Para tanto, desenharam um ambiente amplo, que inspirasse liberdade e criatividade: com puffs e redes ao invés de cadeiras e mesas.Segundo o grupo, esseespaço poderia ser reservado para execução de dinâmicas de conversação e geração de ideias. Tudo de forma não hierarquizada e natural. Além do desenho de um espaço físico, o projeto previa o desenvolvimento de um formato itinerante para conversas. Por isso, o grupo foi a campo e testou no espaço dos ônibus circulares da Cidade Administrativa de Minas Gerais qual seria a melhor forma de se estimular essas interações. Foram inseridos nas paredes e painéis dos ônibus cartões com provocações que servissem como tema inicial de conversas.
  • 21. 21 Protótipo 4: “Paramos de coçar” Baseado na proposta: “Centralizar informações sobre oportunidades de ingresso no setor público.” Ainda que o objetivo principal desse protótipo fosse a centralização de oportunidades de trabalho para administradores públicos, o 4º grupo sentiu a necessidade de expandir a abrangência da própria ideia, desenvolvendo não apenas um site, mas também uma feira que agregasse questões de inovação no serviço público, apresentadas de forma divertida e interativa. A criação do 4º protótipo teve como inspiração a necessidade de mudança de paradigma na forma como os servidores são vistos pela sociedade. Segundo o grupo, existe uma nova geração de administradores que são competentes e muito distantes do estereótipo do servidor acomodado e ineficiente. A mensagem principal nesse caso foi mostrar que existem novas ideias na administração pública que precisam ser espalhadas para a opinião pública. Além disso,o grupo decidiu que, para que ambos os projetos tivessem um impacto proporcional à mudança de paradigma sugerida, era preciso ter um nome impactante. Por isso, o projeto foi chamado de: “Paramos de coçar”. Um título provocador que fazia menção à mudança de postura dos servidores públicos. Nesse projeto, tanto o site como a feira teriam conteúdos compartilhados. No conteúdo do site, por exemplo, seria possível não apenas procurar por oportunidades de emprego, mas também ver vídeos sobre cases de sucesso em administração pública. Além disso, o grupo previu a confecção de um game onde o jogador pudesse simular decisões sobre políticas públicas de forma divertida. A feira serviria como uma materialização dos produtos do site em formato expositivo. Protótipo 5: Trainees Públicos
  • 22. 22 Proposta relacionada: “Alocação e capacitação de recém-concursados por competências, habilidades e atitudes” O último grupo trabalhou com uma das temáticas mais debatidas ao longo do processo de participação: a alocação e capacitação de servidores. Trata-se de um tema central para o entendimento dos principais problemas que envolvem a eficiência no setor público. Após o momento inicial de discussão, o 5º grupo trabalhou com três momentos do ingresso de servidores recém-concursados: seleção, inserção e alocação. A ideia que inspirou o protótipo foi a criação de um modelo de ingresso que incluísse ciclos de formação, avaliação de perfil e políticas de rotatividade em diferentes áreas durante o estágio probatório. Esse período seria semelhante a um programa de “trainee”, em que o servidor passaria por um curso introdutório, reconheceria áreas diferentes da organização antes de ser alocado, intercalando experiência prática com cursos específicos de formação. Após isso, seria possível aloca-lo melhor observando suas habilidades e competências, e sua adequação a atividades específicas. Para tanto, seria necessária a criação de um núcleo central de recursos humanos, responsável pela gestão do processoem parceria com as unidades setoriais de RH. Para o protótipo, o grupo optou por fazer um vídeo mostrando o funcionamento o processo desde o ponto de vista do servidor, desde a realização da prova, passando pela seleção, até o momento em que é alocado. Simulaçãodocursointrodutóriodoprograma de trainee. Simulaçãoda alocaçãodos servidorespara uma das fases de experiência prática.
  • 23. 23
  • 24. 24 Chegamos ao final deste desafio com algumas reflexões sobre contribuições e desdobramentos possíveis. Primeiramente, vale ressaltar que o processo de construção de propostas, feito de maneira colaborativa em todas suas fases, traz alguns resultados de engajamento, que são difíceis de mensurar, mas nem por isso deixam de ser tangíveis e extremamente relevantes para avaliar os resultados do processo. Ao convidar a sociedade para colaborar com um tema essencialmente técnico, sabíamos que teríamos dificuldades em engajar um público amplo, mas justamente por isso focamos a divulgação em ambientes que já tivessem alguma relação com a temática. Mesmo assim, tivemos algumas participações inusitadas de pessoas que chegaram pelo site e acabaram se surpreendendo: “Sempre me senti incomodado por não conseguir opinar, e ser ouvido, pelas decisões que são tomadas diariamente em minha cidade, estado e país. (...) Fiquei muito feliz em constatar que através do Movimento Minas isso está se tornando realidade!” (Lucio Santana) Se cada uma das cerca de 1000 pessoas que participaram deste desafio sair desse processo com um olhar diferente sobre a relação Estado-sociedade, teremos contribuído para a mudança de percepção das pessoas quanto à capacidade de aproximar Estado e sociedade. Nesse sentido, foi essencial ter a presença da sociedade civil, atuais e futuros gestores públicos, professores universitários, além de gestores do setor privado, para trazer diferentes partes do sistema que pensa e opera a gestão pública. Outra dimensão de grande relevância para o projeto diz respeito ao conteúdo das propostas desenhadas, que por mais que ainda estejam no campodas ideias, indicam futuros possíveis para administração pública brasileira. Se o engajamento virtual proporcionou maior abrangência, pela maior facilidade de acesso ao público, por outro, os encontros presenciais criam uma atmosfera de troca de informações e experiências mais impactantes para os presentes. Nesse sentido, um aprendizado que tem sido constante a cada desafio que fazemos, é valorizar e reconfigurar os espaços presenciais que criamos. E uma questão essencial é aproveitar espaços já existentes. Com esse intuito, as propostas surgidas ao longo do processo serão levadas ao 12º Encontro Nacional dos Estudantes dos Cursos do Campo de Públicas (ENEAP) para que sejam discutidas e priorizadas nesse fórum. Com essa ação, pretende-se mobilizar não apenas os estudantes, que serão futuros administradores públicos, pesquisadores, professores e políticos. Isso permite que seja fomentado o debate e que, com a presença de atuais especialistas e líderes políticos, seja criada uma agenda de mais ampla para o campo no Brasil. Como contribuição adicional ao ENEAP, serão feitos esforços para repercutir as propostas construídas em outros fóruns, para que não apenas atores que participaram deste
  • 25. 25 processo possam reverberar as discussões para espaços relevantes ao tema, e aprofundar aquilo que faltou para transformar ao longo dos próximos anos essa agenda de propostas em realizações concretas. E o recente contexto social brasileiro não poderia ser melhor para que propostas como esta ocupem espaço nas agendas políticas do país. Isso requer que lideranças do país reconheçam que a melhoria dos serviços públicos, tão demandada por toda população brasileira, seja propiciada também por reformas que revejam o modelo de gestão de pessoas vigente. É necessário pensar em novas formas de atrair as pessoas para trabalhar no setor público, preocupar-se com a oscilação de suas motivações ao longo da carreira e facilitar com que os agentes governamentais estejam constantemente orientados a serviços públicos. Este é um grande desafio para todos os governos do mundo, e não há soluções únicas e certas. Portanto, este processo pode ser visto como um catalizador, diante de tantas mudanças necessárias. Para gerar transformações significativas, o primeiro passo é sempre conversar sobrefuturos possíveis; e esta é, em última instância, a contribuição deste projeto. Agradecimentos Gostaríamos de agradecer a todos que participaram deste processo em alguma das etapas, pois nada aconteceria se não tivessem dispostos a colaborar com a matéria-prima dessa construção. Além de todas as pessoas que responderam à pesquisa, foram aos workshops, participaram com ideias ou comentários, agradecemos também às instituições que colaboraram livremente facilitando de alguma maneira. Escola de Governo Paulo Neves de Carvalho Federação de Empresas Juniores do Estado de Minas Gerais - FEJEMG Federação Nacional dos Estudantes de Administração Pública - FENEAP Membros do Congresso Nacional dos Estudantes de Administração Pública - CONEAP MJV – Tecnologia & Inovação Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (MG) Universidade Federal de Lavras - UFLA Universidade Federal de Minas Gerais - Curso Ciências do Estado Centro Universitário Uni-BH
  • 26. 26 ANEXO A - Gráficos com os resultados consolidados da pesquisa de opinião sobre administração pública e serviço público. Foi aberto no site do Movimento Minas um questionário durante 40 dias (do dia 04/02 à 15/03) que contou com a participação de 593 pessoas do país inteiro. Abaixo temos gráficos com alguns dos resultados consolidados da pesquisa de opinião sobre administração pública e serviço público. 45% 48% 6% 1% Onde você cursou a maior parte do ensino médio? Escola pública Escola particular Escola particular com bolsa de estudos Outro 10% 36% 26% 9% 19% Em qual esfera do setor público você atua ou gostaria de atuar? Municipal Estadual Federal Não tenho preferências / interesse 17% 75% 3% 2% 3% Onde você trabalha ou se vê trabalhando? Setor Privado Setor Público Terceiro Setor Academia Other 4% 4% 1% 80% 11% Região do Brasil Centro-oeste Nordeste Norte Sudeste Sul
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