SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 11
Baixar para ler offline
O Problema Organizacional e a Idéia de Síntese
Dielo Truda
Tradução: Plínio Augusto Coêlho
2013
Projeto de capa: Luiz Carioca
Diagramação: Farrer
Revisão: Felipe Corrêa
(C) Copyleft - É livre, e inclusive incentivada, a reprodução deste livro, para fins
estritamente não comerciais, desde que a fonte seja citada e esta nota incluída.
Faísca Publicações Libertárias
www.editorafaisca.net
faisca@riseup.net
vendasfaisca@riseup.net
Sumário
O Problema Organizacional e a Idéia de Síntese . . . . . . . . . . . . . . 4
Notas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Vários camaradas exprimiram-se, nas colunas de Dielo Truda, sobre a questão
dos princípios e da forma da organização anarquista.
Nem todos abordaram o problema do mesmo modo. O fundo dessa questão,
assim como foi exposto pela redação de Dielo Truda, consistia no que se segue.
Nós, anarquistas, que agimos e combatemos pela emancipação do proleta-
riado, devemos pôr um fim, custe o que custar, à dispersão e à desorganização
reinante em nossas fileiras, que destroem nossas forças e nossa obra libertária.
A via para isso é a criação de uma organização que talvez não reunisse todos
os militantes ativos do anarquismo, mas seguramente a maioria deles, tendo
por base posições teóricas e táticas determinadas e conduzir-nos-ia a um sólido
entendimento em relação à sua aplicação prática.
É evidente que a abordagem dessa questão deve ir de par com a elaboração
de posições teóricas e táticas, que se tornariam a base, a plataforma dessa organi-
zação. Pois de nada adiantará falar da necessidade de organizar nossas forças -
isso não resultará em nada - se não ligarmos a idéia dessa organização a posições
teóricas e táticas determinadas.
O Grupo dos Anarquistas Russos no Estrangeiro nunca perdeu de vista essa
última questão. Em uma série de artigos publicados em Dielo Truda, seu ponto
de vista já foi parcialmente exprimido quanto aos pontos importantes do pro-
grama: as relações do anarquismo com a luta de classes dos trabalhadores, com
o sindicalismo revolucionário, com o período de transição etc.
Nossa tarefa ulterior será formular claramente todas essas principais posi-
ções, depois, apresentar o conjunto em uma plataforma de organização, mais ou
menos completa, e que servirá de fundamento à união de um bom número de
militantes e de grupos, em uma única e mesma organização. Esta última servirá,
por sua vez, de ponto de partida para uma fusão mais completa das forças do
movimento anarquista.
Eis, pois, a via que tomamos para resolver o problema organizacional. Não
temos a intenção de proceder, nessa ocasião, a um questionamento total dos
valores ou elaborar algumas novas posições. Consideramos que tudo o que é
necessário à construção de uma organização, repousando sobre uma dada pla-
taforma, encontra-se no Comunismo Anarquista, que prega a luta de classes, a
igualdade e a liberdade de cada trabalhador, e realiza-se na Comuna anarquista.
Os camaradas, partidários da idéia de uma síntese teórica das diferentes cor-
rentes do anarquismo, têm uma abordagem do problema organizacional com-
pletamente diferente. É lamentável que sua concepção seja tão fracamente ex-
primida e elaborada, e, por isso, é difícil fazer dela uma crítica exaustiva. O
fundamento dessa concepção é o que apresentamos a seguir.
O anarquismo está dividido em três correntes: o comunismo anarquista, o
5 Dielo Truda
anarco-sindicalismo e o anarquismo individualista. Conquanto cada uma dessas
correntes tenha características particulares, todas as três são tão aparentadas e
próximas umas das outras que elas não existem separadamente senão graças a
um mal-entendido artificial.
Para engendrar um movimento anarquista forte e poderoso, sua fusão com-
pleta é necessária. Essa fusão implica, por sua vez, uma síntese teórica e filosófica
das doutrinas sobre as quais cada uma das correntes está fundada. É só após
a síntese teórica dessas doutrinas que se abordará a estrutura e as formas de
uma organização que represente essas três tendências. Eis, portanto, o conteúdo
dessa concepção da síntese tal como foi exprimida na “Declaração Sobre o Tra-
balho Comum dos Anarquistas”, e em alguns artigos do camarada Volin, publi-
cados em Le Messager Anarchiste e em Dielo Truda (números 7, 8 e 9). Estamos em
total desacordo com essa idéia. Sua insuficiência salta aos olhos.
Inicialmente, por que essa divisão arbitrária do anarquismo em três tendên-
cias? Há outras. Citemos, por exemplo, o anarquismo cristão, o associacionismo,
o qual, diga-se de passagem, é mais próximo do anarquismo comunista do que
do anarquismo individualista. Em seguida, em que consistem exatamente as di-
vergências “teóricas e filosóficas” das três tendências indicadas, se é preciso fazer
sua síntese?
De início, antes de falar da síntese teórica do comunismo, do sindicalismo
e do individualismo, seria necessário analisar essas correntes. A análise teórica
não tardaria a mostrar a que ponto é incoerente e absurdo querer sintetizar essas
correntes. Com efeito, falar da “síntese do comunismo e do sindicalismo” não
significa opô-los, em certa medida, um ao outro? Muitos anarquistas sempre
consideraram o sindicalismo como uma das formas do movimento revolucio-
nário proletário, como um dos meios de luta emprestado pela classe operária
combatendo por sua emancipação.
Consideramos o Comunismo como o objetivo do movimento liberador das
classes laboriosas.
Pode-se, pois, opor o objetivo ao meio? Só o pensamento desgarrado de um
intelectual diletante, ignorando a história do pensamento comunista anarquista,
para poder justapô-los e querer fazer deles uma síntese1.
Quanto a nós, bem sabemos que o comunista anarquista sempre foi sindi-
calista no sentido de que ele considerava a existência e o desenvolvimento das
organizações profissionais independentes como uma condição necessária para a
vitória social dos trabalhadores.
Assim, podia tratar-se, e realmente se tratava, não da síntese teórica do co-
munismo e do sindicalismo, mas do lugar que devia ocupar o sindicalismo na
tática do comunismo anarquista e na revolução social dos trabalhadores.
O Problema Organizacional e a Idéia de Síntese 6
A insuficiência teórica dos partidários da síntese é ainda mais pronunciada
quando eles querem fazer a síntese entre o comunismo e o individualismo.
Em que, de fato, consiste o anarquismo dos individualistas? A noção de
liberdade do indivíduo? Mas de qual “individualidade” se trata? Da individua-
lidade em geral ou daquela oprimida do trabalhador?
Não há “individualidade em geral”, pois, de todo modo, todo indivíduo
encontra-se, objetiva ou subjetivamente, na esfera do trabalho ou, então, naquela
do capital. Mas essa concepção não é inerente ao comunismo anarquista? Diga-
mos, inclusive, que a liberdade do indivíduo, como trabalhador, não pode re-
ceber sua realização completa senão na sociedade comunista anarquista que se
ocupará escrupulosamente da solidariedade social, bem como do respeito dos
direitos do indivíduo.
A comuna anarquista, no que se refere às relações sociais e econômicas, é
o modelo mais apto a contribuir para o desenvolvimento da liberdade do in-
divíduo. O comunismo anarquista não é um quadro social rígido e imóvel
que, uma vez realizado, cristaliza-se e interrompe o desenvolvimento do indi-
víduo. Ao contrário, sua organização social flexível e móvel desenvolver-se-á
ao complicar-se e aperfeiçoar-se incessantemente, de modo que a liberdade do
indivíduo cresça sem entraves.
O antiestatismo aparece, igualmente, como um dos princípios fundamentais
do anarquismo comunista. Além disso, ele tem um conteúdo e uma expressão
reais.
O anarquismo comunista rejeita o estatismo em nome da independência so-
cial e da autogestão das classes laboriosas. Quanto ao individualismo, em nome
de que ele nega o Estado? Quando ele nega! Alguns teóricos individualistas
defendem o direito à propriedade privada, tanto nas relações pessoais como nas
relações econômicas. Mas aí, onde existem os princípios da propriedade privada
e da acumulação pessoal, nasce inevitavelmente uma luta de interesses econô-
micos, uma estrutura estatista criada pelos mais fortes economicamente.
O que resta, então, do anarquismo individualista? A negação da luta de
classes, do princípio de uma organização anarquista tendo por objetivo a livre
sociedade de trabalhadores iguais; e, por sinal, as vãs verborragias que propõem
aos trabalhadores descontentes com sua sorte defender-se por soluções pessoais
das quais eles disporiam como indivíduos emancipados.
Mas o que há de anarquista em tudo isso? Onde encontramos aqui os ele-
mentos que devem ser sintetizados com o comunismo? Toda essa filosofia nada
tem a ver com a teoria ou com a prática anarquistas; e é improvável que um
operário anarquista queira conciliar-se com essa “filosofia”.
Vemos, assim, que a análise das tarefas teóricas da síntese conduz-nos a um
7 Dielo Truda
impasse. Os mesmos resultados surgem quando consideramos o aspecto prático
da questão. Das duas coisas uma:
• Ou as tendências mencionadas continuam a ser tendências independentes,
então, como elas poderão desenvolver sua atividade em uma organização
comum, cuja finalidade consiste justamente em conciliar a atividade dos
anarquistas com um entendimento preciso?
• Ou, então, essas tendências devem perder seus aspectos específicos e, fun-
dindo-se, dar origem a uma nova tendência que não será nem comunista,
nem sindicalista, nem individualista... Mas, nesse caso, quais serão suas
posições fundamentais e suas características?
Pensamos que a idéia de síntese repousa em um desgarre total, uma má com-
preensão do fundamento das três tendências, que os partidários da síntese que-
rem fundir em uma única.
A tendência central, a coluna vertebral do anarquismo é constituída pelo
anarquismo comunista. O anarco-individualismo é sobretudo um fenômeno
filosófico-literário, e não um movimento social. Ocorre bem amiúde que este
último interesse-se pela política e acabe no modo burguês (Tucker e outros indi-
vidualistas).
O que é enunciado mais acima não significa absolutamente que somos contra
um trabalho comum dos anarquistas de diversas tendências. Muito pelo contrá-
rio. Só temos a saudar toda aproximação dos anarquistas revolucionários na
prática.
Entretanto, isso pode ser realizado praticamente, concretamente, por meio de
criação de ligações entre as organizações, já formadas e reforçadas. Neste caso,
teremos simplesmente de cuidar de tarefas práticas determinadas, sem necessitar
de qualquer síntese e, inclusive, excluindo-a.
Mas pensamos que, quer os anarquistas elucidarão o fundamento - a essên-
cia do comunismo anarquista -, quer se colocarão de acordo sobre esses princí-
pios e construirão, sobre essa base, uma organização geral que se tornará dire-
triz, tanto nos problemas sociopolíticos quanto no campo das questões sindical-
profissionais.
Por conseqüência, não ligamos, em nenhum caso, o problema organizacio-
nal com a idéia da síntese. Para sua resolução, não há razão para lançar-se em
teorizações brumosas e esperar resultados disso. O material acumulado pelo
anarquismo durante os anos de seu processo vital e de sua luta social basta am-
O Problema Organizacional e a Idéia de Síntese 8
plamente. É apenas necessário levar em conta isso, aplicando-o às condições e
às exigências da vida, para construir uma organização responsável.
O Grupo dos Anarquistas Russos no Estrangeiro.
A redação de Dielo Truda.
Dielo Truda, no 10, março de 1926.
9 Dielo Truda
Notas
1Trata-se de Volin. (N.T.Fr.)
Traduzido do russo ao francês por Alexandre Skirda, e do francês ao português por
Plínio Augusto Coêlho. Revisado por Felipe Corrêa, com o importante auxílio de Nestor
McNab (que nos ajudou com sua tradução ao italiano, algumas referências aos originais
russos e com quem discutimos as dúvidas).
O Problema da Organização Anarquista e a Idéia de Síntese Teórica

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Heterotopias anarquistas - Edson Passetti
Heterotopias anarquistas - Edson PassettiHeterotopias anarquistas - Edson Passetti
Heterotopias anarquistas - Edson PassettiBlackBlocRJ
 
A Estratégia de Transformação Social em Malatesta - Felipe Corrêa
A Estratégia de Transformação Social em Malatesta - Felipe CorrêaA Estratégia de Transformação Social em Malatesta - Felipe Corrêa
A Estratégia de Transformação Social em Malatesta - Felipe CorrêaBlackBlocRJ
 
ERRICO MALATESTA e O ANARQUISMO - Bruno Muniz Reis
ERRICO MALATESTA e O ANARQUISMO - Bruno Muniz ReisERRICO MALATESTA e O ANARQUISMO - Bruno Muniz Reis
ERRICO MALATESTA e O ANARQUISMO - Bruno Muniz ReisBlackBlocRJ
 
Poder e Anarquia - Edson Passetti
Poder e Anarquia - Edson PassettiPoder e Anarquia - Edson Passetti
Poder e Anarquia - Edson PassettiBlackBlocRJ
 
A Comuna de Paris e o Estado - Mikhail Bakunin
A Comuna de Paris e o Estado - Mikhail BakuninA Comuna de Paris e o Estado - Mikhail Bakunin
A Comuna de Paris e o Estado - Mikhail BakuninBlackBlocRJ
 
Introducão à filosofia de Marx
Introducão à filosofia de MarxIntroducão à filosofia de Marx
Introducão à filosofia de MarxMatheus Sampaio
 
Trotski, Rosa Luxemburgo e o mito da “teoria leninista da organização”
Trotski, Rosa Luxemburgo e o mito da “teoria leninista da organização”Trotski, Rosa Luxemburgo e o mito da “teoria leninista da organização”
Trotski, Rosa Luxemburgo e o mito da “teoria leninista da organização”Alessandro de Moura
 
Uma polêmica sobre as frentes "antineoliberais" e os "partidos amplos anticap...
Uma polêmica sobre as frentes "antineoliberais" e os "partidos amplos anticap...Uma polêmica sobre as frentes "antineoliberais" e os "partidos amplos anticap...
Uma polêmica sobre as frentes "antineoliberais" e os "partidos amplos anticap...Alessandro de Moura
 
Apresentação a obra de Emma Goldman
Apresentação a obra de Emma GoldmanApresentação a obra de Emma Goldman
Apresentação a obra de Emma GoldmanCarlo Romani
 
Clastres arqueologia violencia
Clastres arqueologia violenciaClastres arqueologia violencia
Clastres arqueologia violenciatextosantropologia
 
Os sujeitos historicos ee joao aldeia
Os sujeitos historicos ee joao aldeiaOs sujeitos historicos ee joao aldeia
Os sujeitos historicos ee joao aldeiaElisio Estanque
 
Daniel AarãO 150 Anos Manifesto Comunista
Daniel AarãO   150 Anos Manifesto ComunistaDaniel AarãO   150 Anos Manifesto Comunista
Daniel AarãO 150 Anos Manifesto Comunistacarloslyr
 
Fau o que é ideologia
Fau o que é ideologiaFau o que é ideologia
Fau o que é ideologiamoratonoise
 
Mikhail bakunin - Deus e o Estado
Mikhail bakunin - Deus e o EstadoMikhail bakunin - Deus e o Estado
Mikhail bakunin - Deus e o EstadoWesley Guedes
 
Mulheres Anarquistas, O Resgate de uma História Pouco Contada
Mulheres Anarquistas, O Resgate de uma História Pouco ContadaMulheres Anarquistas, O Resgate de uma História Pouco Contada
Mulheres Anarquistas, O Resgate de uma História Pouco ContadaBlackBlocRJ
 
Olavo de Carvalho, Mídia Sem Máscara, Parte 4.
Olavo de Carvalho, Mídia Sem Máscara, Parte 4.Olavo de Carvalho, Mídia Sem Máscara, Parte 4.
Olavo de Carvalho, Mídia Sem Máscara, Parte 4.OLAVO_DE_CARVALHO
 

Mais procurados (20)

Heterotopias anarquistas - Edson Passetti
Heterotopias anarquistas - Edson PassettiHeterotopias anarquistas - Edson Passetti
Heterotopias anarquistas - Edson Passetti
 
A Estratégia de Transformação Social em Malatesta - Felipe Corrêa
A Estratégia de Transformação Social em Malatesta - Felipe CorrêaA Estratégia de Transformação Social em Malatesta - Felipe Corrêa
A Estratégia de Transformação Social em Malatesta - Felipe Corrêa
 
ERRICO MALATESTA e O ANARQUISMO - Bruno Muniz Reis
ERRICO MALATESTA e O ANARQUISMO - Bruno Muniz ReisERRICO MALATESTA e O ANARQUISMO - Bruno Muniz Reis
ERRICO MALATESTA e O ANARQUISMO - Bruno Muniz Reis
 
Poder e Anarquia - Edson Passetti
Poder e Anarquia - Edson PassettiPoder e Anarquia - Edson Passetti
Poder e Anarquia - Edson Passetti
 
Pre capitalismo isabelly 2012
Pre capitalismo isabelly 2012Pre capitalismo isabelly 2012
Pre capitalismo isabelly 2012
 
A Comuna de Paris e o Estado - Mikhail Bakunin
A Comuna de Paris e o Estado - Mikhail BakuninA Comuna de Paris e o Estado - Mikhail Bakunin
A Comuna de Paris e o Estado - Mikhail Bakunin
 
Que Fazer?
Que Fazer?Que Fazer?
Que Fazer?
 
Introducão à filosofia de Marx
Introducão à filosofia de MarxIntroducão à filosofia de Marx
Introducão à filosofia de Marx
 
Trotski, Rosa Luxemburgo e o mito da “teoria leninista da organização”
Trotski, Rosa Luxemburgo e o mito da “teoria leninista da organização”Trotski, Rosa Luxemburgo e o mito da “teoria leninista da organização”
Trotski, Rosa Luxemburgo e o mito da “teoria leninista da organização”
 
Uma polêmica sobre as frentes "antineoliberais" e os "partidos amplos anticap...
Uma polêmica sobre as frentes "antineoliberais" e os "partidos amplos anticap...Uma polêmica sobre as frentes "antineoliberais" e os "partidos amplos anticap...
Uma polêmica sobre as frentes "antineoliberais" e os "partidos amplos anticap...
 
Apresentação a obra de Emma Goldman
Apresentação a obra de Emma GoldmanApresentação a obra de Emma Goldman
Apresentação a obra de Emma Goldman
 
Clastres arqueologia violencia
Clastres arqueologia violenciaClastres arqueologia violencia
Clastres arqueologia violencia
 
O Estado e a Revolução
O Estado e a RevoluçãoO Estado e a Revolução
O Estado e a Revolução
 
Os sujeitos historicos ee joao aldeia
Os sujeitos historicos ee joao aldeiaOs sujeitos historicos ee joao aldeia
Os sujeitos historicos ee joao aldeia
 
Daniel AarãO 150 Anos Manifesto Comunista
Daniel AarãO   150 Anos Manifesto ComunistaDaniel AarãO   150 Anos Manifesto Comunista
Daniel AarãO 150 Anos Manifesto Comunista
 
Fau o que é ideologia
Fau o que é ideologiaFau o que é ideologia
Fau o que é ideologia
 
Mikhail bakunin - Deus e o Estado
Mikhail bakunin - Deus e o EstadoMikhail bakunin - Deus e o Estado
Mikhail bakunin - Deus e o Estado
 
Mulheres Anarquistas, O Resgate de uma História Pouco Contada
Mulheres Anarquistas, O Resgate de uma História Pouco ContadaMulheres Anarquistas, O Resgate de uma História Pouco Contada
Mulheres Anarquistas, O Resgate de uma História Pouco Contada
 
04 gramsci
04 gramsci04 gramsci
04 gramsci
 
Olavo de Carvalho, Mídia Sem Máscara, Parte 4.
Olavo de Carvalho, Mídia Sem Máscara, Parte 4.Olavo de Carvalho, Mídia Sem Máscara, Parte 4.
Olavo de Carvalho, Mídia Sem Máscara, Parte 4.
 

Destaque

Sesión 3 sindrome_de_down
Sesión 3 sindrome_de_downSesión 3 sindrome_de_down
Sesión 3 sindrome_de_downsalodiva
 
Evolución en el tramite para exportar
Evolución en el tramite para exportarEvolución en el tramite para exportar
Evolución en el tramite para exportarRaul Orozco Peña
 
Administracion de operaciones
Administracion de operacionesAdministracion de operaciones
Administracion de operacionesyuridia987
 
NIIF para PYMES
NIIF para PYMESNIIF para PYMES
NIIF para PYMESKarina2015
 
Actualizacion Laboral
Actualizacion LaboralActualizacion Laboral
Actualizacion Laboralgescomp
 
Ficha Koala Capital Sicav 31 Des 09
Ficha Koala Capital Sicav 31 Des 09Ficha Koala Capital Sicav 31 Des 09
Ficha Koala Capital Sicav 31 Des 09mgarrigasait
 
Programación lineal ejercicios
Programación lineal  ejerciciosProgramación lineal  ejercicios
Programación lineal ejerciciosJossy Yambay
 
Tema 3 i 4 el procès de direcció i criteris
Tema 3 i 4  el procès de direcció i criterisTema 3 i 4  el procès de direcció i criteris
Tema 3 i 4 el procès de direcció i criterismvictmice
 
Chque nominativo actividad 3
Chque nominativo actividad 3Chque nominativo actividad 3
Chque nominativo actividad 3Ismael Becerril
 
Endeudamiento de las familias argentinas al cuarto trimestre de 2014
Endeudamiento de las familias argentinas al cuarto trimestre de 2014Endeudamiento de las familias argentinas al cuarto trimestre de 2014
Endeudamiento de las familias argentinas al cuarto trimestre de 2014Eduardo Nelson German
 
Calendario 2015
Calendario 2015Calendario 2015
Calendario 2015MFCLA
 
Ecuaciones de 1r grado con Blancafort
Ecuaciones de 1r grado con BlancafortEcuaciones de 1r grado con Blancafort
Ecuaciones de 1r grado con BlancafortBlancafortGF
 

Destaque (20)

Sesión 3 sindrome_de_down
Sesión 3 sindrome_de_downSesión 3 sindrome_de_down
Sesión 3 sindrome_de_down
 
Evolución en el tramite para exportar
Evolución en el tramite para exportarEvolución en el tramite para exportar
Evolución en el tramite para exportar
 
Agregados1
Agregados1Agregados1
Agregados1
 
Administracion de operaciones
Administracion de operacionesAdministracion de operaciones
Administracion de operaciones
 
Cartas
CartasCartas
Cartas
 
Derechos del autor.
Derechos del autor.Derechos del autor.
Derechos del autor.
 
NIIF para PYMES
NIIF para PYMESNIIF para PYMES
NIIF para PYMES
 
Actualizacion Laboral
Actualizacion LaboralActualizacion Laboral
Actualizacion Laboral
 
Ficha Koala Capital Sicav 31 Des 09
Ficha Koala Capital Sicav 31 Des 09Ficha Koala Capital Sicav 31 Des 09
Ficha Koala Capital Sicav 31 Des 09
 
Programación lineal ejercicios
Programación lineal  ejerciciosProgramación lineal  ejercicios
Programación lineal ejercicios
 
Tema 3 i 4 el procès de direcció i criteris
Tema 3 i 4  el procès de direcció i criterisTema 3 i 4  el procès de direcció i criteris
Tema 3 i 4 el procès de direcció i criteris
 
Lider
LiderLider
Lider
 
Nicolas y facundo
Nicolas y facundoNicolas y facundo
Nicolas y facundo
 
Cv blog mayte
Cv blog mayteCv blog mayte
Cv blog mayte
 
Chque nominativo actividad 3
Chque nominativo actividad 3Chque nominativo actividad 3
Chque nominativo actividad 3
 
Primera Guerra Mundial
Primera Guerra MundialPrimera Guerra Mundial
Primera Guerra Mundial
 
Actividad 2
Actividad 2Actividad 2
Actividad 2
 
Endeudamiento de las familias argentinas al cuarto trimestre de 2014
Endeudamiento de las familias argentinas al cuarto trimestre de 2014Endeudamiento de las familias argentinas al cuarto trimestre de 2014
Endeudamiento de las familias argentinas al cuarto trimestre de 2014
 
Calendario 2015
Calendario 2015Calendario 2015
Calendario 2015
 
Ecuaciones de 1r grado con Blancafort
Ecuaciones de 1r grado con BlancafortEcuaciones de 1r grado con Blancafort
Ecuaciones de 1r grado con Blancafort
 

Semelhante a O Problema da Organização Anarquista e a Idéia de Síntese Teórica

Revolucionário ou reformista, Prós e contra do sindicato segundo Errico Malat...
Revolucionário ou reformista, Prós e contra do sindicato segundo Errico Malat...Revolucionário ou reformista, Prós e contra do sindicato segundo Errico Malat...
Revolucionário ou reformista, Prós e contra do sindicato segundo Errico Malat...BlackBlocRJ
 
As oito Questões sobre o Anarquismo - Noam Chomsky
As oito Questões sobre o Anarquismo - Noam ChomskyAs oito Questões sobre o Anarquismo - Noam Chomsky
As oito Questões sobre o Anarquismo - Noam ChomskyBlackBlocRJ
 
Jose danton politica_aliancas
Jose danton politica_aliancasJose danton politica_aliancas
Jose danton politica_aliancasmoratonoise
 
Jose danton politica_aliancas (1)
Jose danton politica_aliancas (1)Jose danton politica_aliancas (1)
Jose danton politica_aliancas (1)moratonoise
 
Pierre joseph proudhon sobre o princípio da associação
Pierre joseph proudhon sobre o princípio da associaçãoPierre joseph proudhon sobre o princípio da associação
Pierre joseph proudhon sobre o princípio da associaçãomoratonoise
 
VI ENAPS - Tribuna de Debates - APS para os novos tempos
VI ENAPS - Tribuna de Debates - APS para os novos temposVI ENAPS - Tribuna de Debates - APS para os novos tempos
VI ENAPS - Tribuna de Debates - APS para os novos temposRafael Digal
 
Revolucionário ou reformista? Prós e contra do sindicato segundo Errico Malat...
Revolucionário ou reformista? Prós e contra do sindicato segundo Errico Malat...Revolucionário ou reformista? Prós e contra do sindicato segundo Errico Malat...
Revolucionário ou reformista? Prós e contra do sindicato segundo Errico Malat...Thiago Lemos
 
Cadernos42(1)
Cadernos42(1)Cadernos42(1)
Cadernos42(1)mauxa
 
O que e_ideologia
O que e_ideologiaO que e_ideologia
O que e_ideologiamoratonoise
 
Uma investigação metodológica na perspectiva do pensamento possível
Uma investigação metodológica na perspectiva do pensamento possível Uma investigação metodológica na perspectiva do pensamento possível
Uma investigação metodológica na perspectiva do pensamento possível Jusemara
 
Do terceiro texto
Do terceiro textoDo terceiro texto
Do terceiro textoJusemara
 
Uma critica construtiva ao sindicalismo
Uma critica construtiva ao sindicalismoUma critica construtiva ao sindicalismo
Uma critica construtiva ao sindicalismoElisio Estanque
 
Maurice joyeux autogestao gestao operaria gestao directa
Maurice joyeux autogestao gestao operaria gestao directaMaurice joyeux autogestao gestao operaria gestao directa
Maurice joyeux autogestao gestao operaria gestao directamoratonoise
 
Franco, Augusto (2017) Conservadorismo, liberalismo econômico e democracia
Franco, Augusto (2017) Conservadorismo, liberalismo econômico e democraciaFranco, Augusto (2017) Conservadorismo, liberalismo econômico e democracia
Franco, Augusto (2017) Conservadorismo, liberalismo econômico e democraciaaugustodefranco .
 
Fau sindicato e tendência
Fau   sindicato e tendênciaFau   sindicato e tendência
Fau sindicato e tendênciamoratonoise
 
Em torno da vigência do socialismo libertário & definições de um companheiro ...
Em torno da vigência do socialismo libertário & definições de um companheiro ...Em torno da vigência do socialismo libertário & definições de um companheiro ...
Em torno da vigência do socialismo libertário & definições de um companheiro ...moratonoise
 
VI ENAPS - Tribuna de debates - Conjuntura - Nelson Araújo
VI ENAPS - Tribuna de debates - Conjuntura - Nelson AraújoVI ENAPS - Tribuna de debates - Conjuntura - Nelson Araújo
VI ENAPS - Tribuna de debates - Conjuntura - Nelson AraújoRafael Digal
 
Anarquismo coletivista o-bakuninismo
Anarquismo coletivista o-bakuninismoAnarquismo coletivista o-bakuninismo
Anarquismo coletivista o-bakuninismomoratonoise
 

Semelhante a O Problema da Organização Anarquista e a Idéia de Síntese Teórica (20)

Revolucionário ou reformista, Prós e contra do sindicato segundo Errico Malat...
Revolucionário ou reformista, Prós e contra do sindicato segundo Errico Malat...Revolucionário ou reformista, Prós e contra do sindicato segundo Errico Malat...
Revolucionário ou reformista, Prós e contra do sindicato segundo Errico Malat...
 
César albenes de mendonça cruz
César albenes de mendonça cruzCésar albenes de mendonça cruz
César albenes de mendonça cruz
 
As oito Questões sobre o Anarquismo - Noam Chomsky
As oito Questões sobre o Anarquismo - Noam ChomskyAs oito Questões sobre o Anarquismo - Noam Chomsky
As oito Questões sobre o Anarquismo - Noam Chomsky
 
Jose danton politica_aliancas
Jose danton politica_aliancasJose danton politica_aliancas
Jose danton politica_aliancas
 
Jose danton politica_aliancas (1)
Jose danton politica_aliancas (1)Jose danton politica_aliancas (1)
Jose danton politica_aliancas (1)
 
Pierre joseph proudhon sobre o princípio da associação
Pierre joseph proudhon sobre o princípio da associaçãoPierre joseph proudhon sobre o princípio da associação
Pierre joseph proudhon sobre o princípio da associação
 
VI ENAPS - Tribuna de Debates - APS para os novos tempos
VI ENAPS - Tribuna de Debates - APS para os novos temposVI ENAPS - Tribuna de Debates - APS para os novos tempos
VI ENAPS - Tribuna de Debates - APS para os novos tempos
 
Revolucionário ou reformista? Prós e contra do sindicato segundo Errico Malat...
Revolucionário ou reformista? Prós e contra do sindicato segundo Errico Malat...Revolucionário ou reformista? Prós e contra do sindicato segundo Errico Malat...
Revolucionário ou reformista? Prós e contra do sindicato segundo Errico Malat...
 
Cadernos42(1)
Cadernos42(1)Cadernos42(1)
Cadernos42(1)
 
Cadernos42
Cadernos42Cadernos42
Cadernos42
 
O que e_ideologia
O que e_ideologiaO que e_ideologia
O que e_ideologia
 
Uma investigação metodológica na perspectiva do pensamento possível
Uma investigação metodológica na perspectiva do pensamento possível Uma investigação metodológica na perspectiva do pensamento possível
Uma investigação metodológica na perspectiva do pensamento possível
 
Do terceiro texto
Do terceiro textoDo terceiro texto
Do terceiro texto
 
Uma critica construtiva ao sindicalismo
Uma critica construtiva ao sindicalismoUma critica construtiva ao sindicalismo
Uma critica construtiva ao sindicalismo
 
Maurice joyeux autogestao gestao operaria gestao directa
Maurice joyeux autogestao gestao operaria gestao directaMaurice joyeux autogestao gestao operaria gestao directa
Maurice joyeux autogestao gestao operaria gestao directa
 
Franco, Augusto (2017) Conservadorismo, liberalismo econômico e democracia
Franco, Augusto (2017) Conservadorismo, liberalismo econômico e democraciaFranco, Augusto (2017) Conservadorismo, liberalismo econômico e democracia
Franco, Augusto (2017) Conservadorismo, liberalismo econômico e democracia
 
Fau sindicato e tendência
Fau   sindicato e tendênciaFau   sindicato e tendência
Fau sindicato e tendência
 
Em torno da vigência do socialismo libertário & definições de um companheiro ...
Em torno da vigência do socialismo libertário & definições de um companheiro ...Em torno da vigência do socialismo libertário & definições de um companheiro ...
Em torno da vigência do socialismo libertário & definições de um companheiro ...
 
VI ENAPS - Tribuna de debates - Conjuntura - Nelson Araújo
VI ENAPS - Tribuna de debates - Conjuntura - Nelson AraújoVI ENAPS - Tribuna de debates - Conjuntura - Nelson Araújo
VI ENAPS - Tribuna de debates - Conjuntura - Nelson Araújo
 
Anarquismo coletivista o-bakuninismo
Anarquismo coletivista o-bakuninismoAnarquismo coletivista o-bakuninismo
Anarquismo coletivista o-bakuninismo
 

Mais de moratonoise

Plataforma internacional do_anarquismo_revolucionario
Plataforma internacional do_anarquismo_revolucionarioPlataforma internacional do_anarquismo_revolucionario
Plataforma internacional do_anarquismo_revolucionariomoratonoise
 
Pietro ferrua a breve existência da seção brasileira do centro internacional ...
Pietro ferrua a breve existência da seção brasileira do centro internacional ...Pietro ferrua a breve existência da seção brasileira do centro internacional ...
Pietro ferrua a breve existência da seção brasileira do centro internacional ...moratonoise
 
Rodrigo rosa-da-silva-a-federac3a7c3a3o-operaria-de-sc3a3o-paulo
Rodrigo rosa-da-silva-a-federac3a7c3a3o-operaria-de-sc3a3o-pauloRodrigo rosa-da-silva-a-federac3a7c3a3o-operaria-de-sc3a3o-paulo
Rodrigo rosa-da-silva-a-federac3a7c3a3o-operaria-de-sc3a3o-paulomoratonoise
 
Proudhon p-j.-sociedade-sem-autoridade
Proudhon p-j.-sociedade-sem-autoridadeProudhon p-j.-sociedade-sem-autoridade
Proudhon p-j.-sociedade-sem-autoridademoratonoise
 
Proudhon filosofia-da-miseria
Proudhon filosofia-da-miseriaProudhon filosofia-da-miseria
Proudhon filosofia-da-miseriamoratonoise
 
Principio da autoridade
Principio da autoridadePrincipio da autoridade
Principio da autoridademoratonoise
 
Republica francesa federacao_revolucionaria_das_comunas
Republica francesa federacao_revolucionaria_das_comunasRepublica francesa federacao_revolucionaria_das_comunas
Republica francesa federacao_revolucionaria_das_comunasmoratonoise
 
Os grandes escritos anarquistas
Os grandes escritos anarquistasOs grandes escritos anarquistas
Os grandes escritos anarquistasmoratonoise
 
Os arquitetos da ordem anárquica
Os arquitetos da ordem anárquicaOs arquitetos da ordem anárquica
Os arquitetos da ordem anárquicamoratonoise
 
O pensamento-político-de-bakunin
O pensamento-político-de-bakuninO pensamento-político-de-bakunin
O pensamento-político-de-bakuninmoratonoise
 
O sistema das_contradicoes_economicas
O sistema das_contradicoes_economicasO sistema das_contradicoes_economicas
O sistema das_contradicoes_economicasmoratonoise
 
O sistema capitalista
O sistema capitalistaO sistema capitalista
O sistema capitalistamoratonoise
 
O que e_a_propriedade
O que e_a_propriedadeO que e_a_propriedade
O que e_a_propriedademoratonoise
 
O principio anarquista_e_outros_ensaios
O principio anarquista_e_outros_ensaiosO principio anarquista_e_outros_ensaios
O principio anarquista_e_outros_ensaiosmoratonoise
 
O organismo economico_da_revolucao-revolucao_e_autogestao_na_guerra_civil_esp...
O organismo economico_da_revolucao-revolucao_e_autogestao_na_guerra_civil_esp...O organismo economico_da_revolucao-revolucao_e_autogestao_na_guerra_civil_esp...
O organismo economico_da_revolucao-revolucao_e_autogestao_na_guerra_civil_esp...moratonoise
 
O 4o congresso_do_rio_grande_do_sul_visto_por_domingos_passos
O 4o congresso_do_rio_grande_do_sul_visto_por_domingos_passosO 4o congresso_do_rio_grande_do_sul_visto_por_domingos_passos
O 4o congresso_do_rio_grande_do_sul_visto_por_domingos_passosmoratonoise
 
Nestor makhno a revolução anarquista
Nestor makhno a revolução anarquistaNestor makhno a revolução anarquista
Nestor makhno a revolução anarquistamoratonoise
 
Neno vasco concepção anarquista do sindicalismo
Neno vasco concepção anarquista do sindicalismoNeno vasco concepção anarquista do sindicalismo
Neno vasco concepção anarquista do sindicalismomoratonoise
 
Nem patria nem patrão
Nem patria nem patrãoNem patria nem patrão
Nem patria nem patrãomoratonoise
 

Mais de moratonoise (20)

Plataforma internacional do_anarquismo_revolucionario
Plataforma internacional do_anarquismo_revolucionarioPlataforma internacional do_anarquismo_revolucionario
Plataforma internacional do_anarquismo_revolucionario
 
Pietro ferrua a breve existência da seção brasileira do centro internacional ...
Pietro ferrua a breve existência da seção brasileira do centro internacional ...Pietro ferrua a breve existência da seção brasileira do centro internacional ...
Pietro ferrua a breve existência da seção brasileira do centro internacional ...
 
Rodrigo rosa-da-silva-a-federac3a7c3a3o-operaria-de-sc3a3o-paulo
Rodrigo rosa-da-silva-a-federac3a7c3a3o-operaria-de-sc3a3o-pauloRodrigo rosa-da-silva-a-federac3a7c3a3o-operaria-de-sc3a3o-paulo
Rodrigo rosa-da-silva-a-federac3a7c3a3o-operaria-de-sc3a3o-paulo
 
Proudhon p-j.-sociedade-sem-autoridade
Proudhon p-j.-sociedade-sem-autoridadeProudhon p-j.-sociedade-sem-autoridade
Proudhon p-j.-sociedade-sem-autoridade
 
Proudhon filosofia-da-miseria
Proudhon filosofia-da-miseriaProudhon filosofia-da-miseria
Proudhon filosofia-da-miseria
 
Principio da autoridade
Principio da autoridadePrincipio da autoridade
Principio da autoridade
 
Republica francesa federacao_revolucionaria_das_comunas
Republica francesa federacao_revolucionaria_das_comunasRepublica francesa federacao_revolucionaria_das_comunas
Republica francesa federacao_revolucionaria_das_comunas
 
Os grandes escritos anarquistas
Os grandes escritos anarquistasOs grandes escritos anarquistas
Os grandes escritos anarquistas
 
Os arquitetos da ordem anárquica
Os arquitetos da ordem anárquicaOs arquitetos da ordem anárquica
Os arquitetos da ordem anárquica
 
O pensamento-político-de-bakunin
O pensamento-político-de-bakuninO pensamento-político-de-bakunin
O pensamento-político-de-bakunin
 
O sistema das_contradicoes_economicas
O sistema das_contradicoes_economicasO sistema das_contradicoes_economicas
O sistema das_contradicoes_economicas
 
O sistema capitalista
O sistema capitalistaO sistema capitalista
O sistema capitalista
 
O que e_a_propriedade
O que e_a_propriedadeO que e_a_propriedade
O que e_a_propriedade
 
O principio anarquista_e_outros_ensaios
O principio anarquista_e_outros_ensaiosO principio anarquista_e_outros_ensaios
O principio anarquista_e_outros_ensaios
 
O organismo economico_da_revolucao-revolucao_e_autogestao_na_guerra_civil_esp...
O organismo economico_da_revolucao-revolucao_e_autogestao_na_guerra_civil_esp...O organismo economico_da_revolucao-revolucao_e_autogestao_na_guerra_civil_esp...
O organismo economico_da_revolucao-revolucao_e_autogestao_na_guerra_civil_esp...
 
O 4o congresso_do_rio_grande_do_sul_visto_por_domingos_passos
O 4o congresso_do_rio_grande_do_sul_visto_por_domingos_passosO 4o congresso_do_rio_grande_do_sul_visto_por_domingos_passos
O 4o congresso_do_rio_grande_do_sul_visto_por_domingos_passos
 
O principe
O principeO principe
O principe
 
Nestor makhno a revolução anarquista
Nestor makhno a revolução anarquistaNestor makhno a revolução anarquista
Nestor makhno a revolução anarquista
 
Neno vasco concepção anarquista do sindicalismo
Neno vasco concepção anarquista do sindicalismoNeno vasco concepção anarquista do sindicalismo
Neno vasco concepção anarquista do sindicalismo
 
Nem patria nem patrão
Nem patria nem patrãoNem patria nem patrão
Nem patria nem patrão
 

O Problema da Organização Anarquista e a Idéia de Síntese Teórica

  • 1.
  • 2. O Problema Organizacional e a Idéia de Síntese Dielo Truda Tradução: Plínio Augusto Coêlho
  • 3. 2013 Projeto de capa: Luiz Carioca Diagramação: Farrer Revisão: Felipe Corrêa (C) Copyleft - É livre, e inclusive incentivada, a reprodução deste livro, para fins estritamente não comerciais, desde que a fonte seja citada e esta nota incluída. Faísca Publicações Libertárias www.editorafaisca.net faisca@riseup.net vendasfaisca@riseup.net
  • 4. Sumário O Problema Organizacional e a Idéia de Síntese . . . . . . . . . . . . . . 4 Notas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
  • 5. Vários camaradas exprimiram-se, nas colunas de Dielo Truda, sobre a questão dos princípios e da forma da organização anarquista. Nem todos abordaram o problema do mesmo modo. O fundo dessa questão, assim como foi exposto pela redação de Dielo Truda, consistia no que se segue. Nós, anarquistas, que agimos e combatemos pela emancipação do proleta- riado, devemos pôr um fim, custe o que custar, à dispersão e à desorganização reinante em nossas fileiras, que destroem nossas forças e nossa obra libertária. A via para isso é a criação de uma organização que talvez não reunisse todos os militantes ativos do anarquismo, mas seguramente a maioria deles, tendo por base posições teóricas e táticas determinadas e conduzir-nos-ia a um sólido entendimento em relação à sua aplicação prática. É evidente que a abordagem dessa questão deve ir de par com a elaboração de posições teóricas e táticas, que se tornariam a base, a plataforma dessa organi- zação. Pois de nada adiantará falar da necessidade de organizar nossas forças - isso não resultará em nada - se não ligarmos a idéia dessa organização a posições teóricas e táticas determinadas. O Grupo dos Anarquistas Russos no Estrangeiro nunca perdeu de vista essa última questão. Em uma série de artigos publicados em Dielo Truda, seu ponto de vista já foi parcialmente exprimido quanto aos pontos importantes do pro- grama: as relações do anarquismo com a luta de classes dos trabalhadores, com o sindicalismo revolucionário, com o período de transição etc. Nossa tarefa ulterior será formular claramente todas essas principais posi- ções, depois, apresentar o conjunto em uma plataforma de organização, mais ou menos completa, e que servirá de fundamento à união de um bom número de militantes e de grupos, em uma única e mesma organização. Esta última servirá, por sua vez, de ponto de partida para uma fusão mais completa das forças do movimento anarquista. Eis, pois, a via que tomamos para resolver o problema organizacional. Não temos a intenção de proceder, nessa ocasião, a um questionamento total dos valores ou elaborar algumas novas posições. Consideramos que tudo o que é necessário à construção de uma organização, repousando sobre uma dada pla- taforma, encontra-se no Comunismo Anarquista, que prega a luta de classes, a igualdade e a liberdade de cada trabalhador, e realiza-se na Comuna anarquista. Os camaradas, partidários da idéia de uma síntese teórica das diferentes cor- rentes do anarquismo, têm uma abordagem do problema organizacional com- pletamente diferente. É lamentável que sua concepção seja tão fracamente ex- primida e elaborada, e, por isso, é difícil fazer dela uma crítica exaustiva. O fundamento dessa concepção é o que apresentamos a seguir. O anarquismo está dividido em três correntes: o comunismo anarquista, o
  • 6. 5 Dielo Truda anarco-sindicalismo e o anarquismo individualista. Conquanto cada uma dessas correntes tenha características particulares, todas as três são tão aparentadas e próximas umas das outras que elas não existem separadamente senão graças a um mal-entendido artificial. Para engendrar um movimento anarquista forte e poderoso, sua fusão com- pleta é necessária. Essa fusão implica, por sua vez, uma síntese teórica e filosófica das doutrinas sobre as quais cada uma das correntes está fundada. É só após a síntese teórica dessas doutrinas que se abordará a estrutura e as formas de uma organização que represente essas três tendências. Eis, portanto, o conteúdo dessa concepção da síntese tal como foi exprimida na “Declaração Sobre o Tra- balho Comum dos Anarquistas”, e em alguns artigos do camarada Volin, publi- cados em Le Messager Anarchiste e em Dielo Truda (números 7, 8 e 9). Estamos em total desacordo com essa idéia. Sua insuficiência salta aos olhos. Inicialmente, por que essa divisão arbitrária do anarquismo em três tendên- cias? Há outras. Citemos, por exemplo, o anarquismo cristão, o associacionismo, o qual, diga-se de passagem, é mais próximo do anarquismo comunista do que do anarquismo individualista. Em seguida, em que consistem exatamente as di- vergências “teóricas e filosóficas” das três tendências indicadas, se é preciso fazer sua síntese? De início, antes de falar da síntese teórica do comunismo, do sindicalismo e do individualismo, seria necessário analisar essas correntes. A análise teórica não tardaria a mostrar a que ponto é incoerente e absurdo querer sintetizar essas correntes. Com efeito, falar da “síntese do comunismo e do sindicalismo” não significa opô-los, em certa medida, um ao outro? Muitos anarquistas sempre consideraram o sindicalismo como uma das formas do movimento revolucio- nário proletário, como um dos meios de luta emprestado pela classe operária combatendo por sua emancipação. Consideramos o Comunismo como o objetivo do movimento liberador das classes laboriosas. Pode-se, pois, opor o objetivo ao meio? Só o pensamento desgarrado de um intelectual diletante, ignorando a história do pensamento comunista anarquista, para poder justapô-los e querer fazer deles uma síntese1. Quanto a nós, bem sabemos que o comunista anarquista sempre foi sindi- calista no sentido de que ele considerava a existência e o desenvolvimento das organizações profissionais independentes como uma condição necessária para a vitória social dos trabalhadores. Assim, podia tratar-se, e realmente se tratava, não da síntese teórica do co- munismo e do sindicalismo, mas do lugar que devia ocupar o sindicalismo na tática do comunismo anarquista e na revolução social dos trabalhadores.
  • 7. O Problema Organizacional e a Idéia de Síntese 6 A insuficiência teórica dos partidários da síntese é ainda mais pronunciada quando eles querem fazer a síntese entre o comunismo e o individualismo. Em que, de fato, consiste o anarquismo dos individualistas? A noção de liberdade do indivíduo? Mas de qual “individualidade” se trata? Da individua- lidade em geral ou daquela oprimida do trabalhador? Não há “individualidade em geral”, pois, de todo modo, todo indivíduo encontra-se, objetiva ou subjetivamente, na esfera do trabalho ou, então, naquela do capital. Mas essa concepção não é inerente ao comunismo anarquista? Diga- mos, inclusive, que a liberdade do indivíduo, como trabalhador, não pode re- ceber sua realização completa senão na sociedade comunista anarquista que se ocupará escrupulosamente da solidariedade social, bem como do respeito dos direitos do indivíduo. A comuna anarquista, no que se refere às relações sociais e econômicas, é o modelo mais apto a contribuir para o desenvolvimento da liberdade do in- divíduo. O comunismo anarquista não é um quadro social rígido e imóvel que, uma vez realizado, cristaliza-se e interrompe o desenvolvimento do indi- víduo. Ao contrário, sua organização social flexível e móvel desenvolver-se-á ao complicar-se e aperfeiçoar-se incessantemente, de modo que a liberdade do indivíduo cresça sem entraves. O antiestatismo aparece, igualmente, como um dos princípios fundamentais do anarquismo comunista. Além disso, ele tem um conteúdo e uma expressão reais. O anarquismo comunista rejeita o estatismo em nome da independência so- cial e da autogestão das classes laboriosas. Quanto ao individualismo, em nome de que ele nega o Estado? Quando ele nega! Alguns teóricos individualistas defendem o direito à propriedade privada, tanto nas relações pessoais como nas relações econômicas. Mas aí, onde existem os princípios da propriedade privada e da acumulação pessoal, nasce inevitavelmente uma luta de interesses econô- micos, uma estrutura estatista criada pelos mais fortes economicamente. O que resta, então, do anarquismo individualista? A negação da luta de classes, do princípio de uma organização anarquista tendo por objetivo a livre sociedade de trabalhadores iguais; e, por sinal, as vãs verborragias que propõem aos trabalhadores descontentes com sua sorte defender-se por soluções pessoais das quais eles disporiam como indivíduos emancipados. Mas o que há de anarquista em tudo isso? Onde encontramos aqui os ele- mentos que devem ser sintetizados com o comunismo? Toda essa filosofia nada tem a ver com a teoria ou com a prática anarquistas; e é improvável que um operário anarquista queira conciliar-se com essa “filosofia”. Vemos, assim, que a análise das tarefas teóricas da síntese conduz-nos a um
  • 8. 7 Dielo Truda impasse. Os mesmos resultados surgem quando consideramos o aspecto prático da questão. Das duas coisas uma: • Ou as tendências mencionadas continuam a ser tendências independentes, então, como elas poderão desenvolver sua atividade em uma organização comum, cuja finalidade consiste justamente em conciliar a atividade dos anarquistas com um entendimento preciso? • Ou, então, essas tendências devem perder seus aspectos específicos e, fun- dindo-se, dar origem a uma nova tendência que não será nem comunista, nem sindicalista, nem individualista... Mas, nesse caso, quais serão suas posições fundamentais e suas características? Pensamos que a idéia de síntese repousa em um desgarre total, uma má com- preensão do fundamento das três tendências, que os partidários da síntese que- rem fundir em uma única. A tendência central, a coluna vertebral do anarquismo é constituída pelo anarquismo comunista. O anarco-individualismo é sobretudo um fenômeno filosófico-literário, e não um movimento social. Ocorre bem amiúde que este último interesse-se pela política e acabe no modo burguês (Tucker e outros indi- vidualistas). O que é enunciado mais acima não significa absolutamente que somos contra um trabalho comum dos anarquistas de diversas tendências. Muito pelo contrá- rio. Só temos a saudar toda aproximação dos anarquistas revolucionários na prática. Entretanto, isso pode ser realizado praticamente, concretamente, por meio de criação de ligações entre as organizações, já formadas e reforçadas. Neste caso, teremos simplesmente de cuidar de tarefas práticas determinadas, sem necessitar de qualquer síntese e, inclusive, excluindo-a. Mas pensamos que, quer os anarquistas elucidarão o fundamento - a essên- cia do comunismo anarquista -, quer se colocarão de acordo sobre esses princí- pios e construirão, sobre essa base, uma organização geral que se tornará dire- triz, tanto nos problemas sociopolíticos quanto no campo das questões sindical- profissionais. Por conseqüência, não ligamos, em nenhum caso, o problema organizacio- nal com a idéia da síntese. Para sua resolução, não há razão para lançar-se em teorizações brumosas e esperar resultados disso. O material acumulado pelo anarquismo durante os anos de seu processo vital e de sua luta social basta am-
  • 9. O Problema Organizacional e a Idéia de Síntese 8 plamente. É apenas necessário levar em conta isso, aplicando-o às condições e às exigências da vida, para construir uma organização responsável. O Grupo dos Anarquistas Russos no Estrangeiro. A redação de Dielo Truda. Dielo Truda, no 10, março de 1926.
  • 10. 9 Dielo Truda Notas 1Trata-se de Volin. (N.T.Fr.) Traduzido do russo ao francês por Alexandre Skirda, e do francês ao português por Plínio Augusto Coêlho. Revisado por Felipe Corrêa, com o importante auxílio de Nestor McNab (que nos ajudou com sua tradução ao italiano, algumas referências aos originais russos e com quem discutimos as dúvidas).