Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplace
Clube Lloyds admite corretora da Sonae
1. Meio: Imprensa
País: Portugal
Period.: Semanal
Âmbito: Informação Geral
Pág: 17
Cores: Cor
Área: 14,44 x 43,40 cm²
Corte: 1 de 1ID: 71624294 07-10-2017 | Economia
MEDIAÇÃO
550milhões de euros de prémios
são intermediados pela
MDS. O mercado português
contribui com €200 milhões.
Brasil e Angola são os
principais mercados externos
620funcionários
de 10 nacionalidades
distribuem-se pelos
cinco mercados em
que a corretora opera
1,2milhões de clientes,
entre particulares
e empresas, constam
da carteira da corretora
Clube Lloyd’s admite
corretora da Sonae
O mercado segurador ganha visibilidade
e acesso à mais prestigiada praça internacional
Quando Portugal organizou,
em 2004, o Europeu de Fute-
bol, José Manuel Dias da Fon-
seca, presidente executivo da
MDS, a mediadora de seguros
do grupo Sonae, deslocou-se ao
emblemático edifício do Lloyd’s
em Londres para negociar
com alguns dos 90 syndicates
(subscritores) a cobertura do
risco de terrorismo das seleções
participantes nas deslocações
pelo país. A negociação não se
revelou fácil, porque o grau de
risco não era igual para todas
as delegações nem se sabia à
partida as equipas que ficariam
apuradas e seguiriam na prova
por mais tempo.
A imagem que se cola ao
mercado Lloyd’s de seguros e
resseguros é o da sofisticação
e especialização, com acesso
reservado a corretoras de eli-
te — são 250 a nível mundial
que estão credenciadas para
negociar diretamente com os
tomadores de risco deste clube
da praça londrina.
A boa notícia para o merca-
do de seguros português é que
a MDS tornou-se membro do
clube Lloyd’s e pode colocar
diretamente, dispensando a
intermediação de corretoras
estrangeiras, riscos mais im-
prováveis, como os de carácter
ambiental, cibernético, catás-
trofes naturais ou grandes ris-
cos industriais.
Visibilidade internacional
Esta estreia “deve ser celebra-
da como um momento único
e histórico para o sector dos
seguros e a economia portu-
guesa”, orgulha-se Dias da Fon-
seca. O mercado nacional “ga-
nha visibilidade internacional e
acesso à mais prestigiada cate-
dral seguradora, com um gama
de syndicates que aceita prote-
ger todos os riscos imagináveis
a que podem estar expostas as
empresas portuguesas”.
Demorou mais de um ano
a aprovação da MDS como
broker do Lloyd’s. A sugestão
até partiu da casa londrina, que
gostava de contar no seu uni-
verso de corretoras com um
representante português e ti-
nha na MDS, líder destacado do
mercado nacional, uma velha
conhecida, pela sua ligação à
rede Brokerslink e à ressegu-
radora britânica Ed Broking
(ex-Cooper Gay), da qual é
acionista.
A MDS aceitou o desafio e
preparou a candidatura. O pro-
cesso “é árduo e exigente, por
envolver um escrutínio ao cur-
rículo e reputação da corretora,
ao seu perfil técnico, corpo aci-
onista e capacidade de especi-
alização”, diz Dias da Fonseca.
A MDS evoluiu há muito de me-
diadora para gestora de riscos
que formata soluções inovado-
ras à medida de cada empresa e
adquiriu uma dimensão global
com operações em Espanha,
Brasil, Angola, Moçambique
e Malta. Lidera em Portugal e
está entre as quatro maiores
no Brasil.
Soluções ousadas
O novo estatuto traduz o reco-
nhecimento Lloyd’s no “com-
promisso da MDS de inovação,
profissionalismo e eficiência no
mercado segurador” e permite-
-lhe montar soluções ousadas,
“especialmente nos casos de
riscos emergentes e complexos
ou que exigem grande capaci-
dade técnica e um forte rating
financeiro”, diz o presidente
executivo.
E o fator ‘Brexit’ interferiu
na adesão ao mercado Lloyd’s?
Não, nada. Entre Londres ou
Bruxelas não há diferença. No
caso dos seguros, o Lloyd’s já
anunciou, no âmbito do ‘Bre-
xit’, que criará na capital belga
um segundo centro operacional
para a União Europeia.
Mas o efeito ‘Brexit’ no mer-
cado segurador foi um dos pon-
tos em destaque na agenda da
conferência anual que a Bro-
kerslink, a rede de corretagem
mundial promovida pela MDS,
organizou na passada semana
em Marraquexe (Marrocos).
Entre parceiros, seguradores e
especialistas,aconferênciacon-
toucommaisde250participan-
tes de 60 países e uma presença
reforçada de seguradoras afri-
canas. O orador convidado, Ste-
ve Hearn, presidente executivo
da Ed Broking, advertiu para “o
isolamento do Reino Unido e a
incerteza no mercado segura-
dor que o ‘Brexit’ vai gerar”. E a
incerteza “é o cenário com que
osoperadoresmenosgostamde
lidar”. A conferência de Marra-
quexe serviu para consolidar
o novo modelo da Brokerslink,
que há um ano evoluiu de uma
rede colaborativa e informal de
corretoras independentes para
uma companhia registada em
Zurique, detida por 50 acionis-
tasde40países—aMDSdetém
9% e Dias da Fonseca ocupa a
presidência.
A Brokerslink prepara para
2018 um novo levantamento
de fundos para financiar o pro-
grama de expansão e atrair
parceiros de novos mercados.
Atualmente, tem operadores de
98 países, intermediando €20
mil milhões de prémios.
Abílio Ferreira
aferreira@expresso.impresa.ptDias da Fonseca levou a MDS ao Lloyd’s FOTO RUI DUARTE SILVA