SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 30
Baixar para ler offline
API 2
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
FACULDADE DE ARQUITETURA, URBANISMO E DESIGN

ANÁLISE DA CASA EM CARAPICUÍBA
Alunos:
Daniel Ukundji
Evangelino Sá
Larissa Genovez
Mariana Rodrigues
FICHA TÉCNICA
Local: Carapicuíba , São Paulo, Brasil
Arquitetos responsáveis pelo projeto: Ângelo Bucci e Álvaro Puntoni
Cliente: casal com dois filhos (ele trabalha com softwares de
administração e ela é jornalista free-lance).
Ano de início de projeto: 2003
Conclusão da obra: 2008
Área de terreno: 520m²
Área construída: 300m²
BIOGRAFIA DOS ARQUITETOS
Álvaro Puntoni – 1965, São Paulo, SP
•

•

Graduado (1987), mestrado (1998) e
doutorado (2005) em Arquitetura e
Urbanismo pela Universidade de São
Paulo. Atualmente é professor
associado da Escola da Cidade e
professor do projeto da FAU USP.
Coordenador do conselho de
Graduação da Escola da Cidade.
Coordenador do curso de
especialização América- um olhar
através da arquitetura na Escola da
Cidade, Justamente com Fernando
Viegas.
Tem experiência na área de Arquitetura
e Urbanismo, com ênfase em Projeto
de Arquitetura e Urbanismo, atuando
principalmente nos seguintes temas:
projeto, habitação, arquitetura
moderna brasileira, e renovação
urbana. Mantém o grupo sp
(www.gruposp.arq.br) desde 2004.
Ângelo Bucci - 1963, Orlândia, SP
Graduação(1983-1987), mestrado(1998) e doutorado(2005) em Arquitetura e Urbanismo pela
Universidade de São Paulo. Professor de Projeto de Edificações desde1989, a partir de 2000 na
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo. Entre 1987 e 1989 foi colaborador em
escritórios de arquitetura, a partir de 1989 atuou em escritório próprio associado a outros colegas
arquitetos. Desde de 2003 dirige o escritório SPBR arquitetos.
FUNCIONAL
Entorno e Implantação
• Construída em um condomínio fechado cujo entorno é
caracterizado pela densa vegetação e pelas casas de
arquitetura mais tradicional (pequenas varandas e telhados
cerâmicos de duas águas).
• Ocupa cerca de 39% do lote e as demais áreas são
formadas por jardins em diversos planos e a piscina no
último piso.
• O acesso único pelo empraçamento recuado permite a
visualização do bloco superior da edificação e do bosque,
garantindo tanto a continuidade visual entre o limite da rua
e o terreno como a privacidade das áreas social e íntima.
Topografia

•
•

A declividade do terreno (seis metros), incorporado ao projeto, gerou quatro
pavimentos sendo dois abaixo do nível da rua.
As poucas áreas escavadas e acrescidas surgiram apenas para melhor
adequação do edifício à topografia do lote.
Insolação

•

O fato da edificação ficar quase que completamente enterrada não
tornou a residência excessivamente sombreada: ela tem suas maiores
fachadas voltadas para o sol, o que não é problema visto que o clima
da região é ameno.
Acesso e circulação

•
•

Acesso dado pelo empraçamento recuado, a partir do qual o
indivíduo destina-se à residência ou ao escritório.
A circulação é basicamente vertical e concentrada.
Zoneamento
•

A edificação possui setores bem
definidos, organizados em
diferentes níveis:

o Pavimento superior: o escritório
dos proprietários com
banheiros, espaço
independente do uso
residencial.
o Pavimento térreo: Praça,
plataforma, passarela e
garagem.
o 1º pavimento inferior: a sala e a
cozinha com lavabo.
o 2º pavimento inferior: o setor
íntimo (quartos e sala íntima), a
piscina e a área de serviço
(lavandaria).
Organização Espacial

•
•

A maioria das vedações da residência, principalmente na área social, são em
vidro, o que dá uma sensação de amplidão em seu interior e de que não existem
barreiras físicas entre o interior e o exterior.
No escritório, devido ao seu uso, predomina fechamento em suas maiores faces.
FORMAL
Geometria da Forma e Ocupação

•
•
•

A distribuição dos espaços é linear com setores definidos por um eixo dado pelas circulações.
Os ambientes estão dispostos, na maioria das vezes, lateralmente em relação às circulações.
A organização dos ambientes depende do seu uso e do pavimento que ocupa: quanto mais
baixo o nível, mais íntimo o setor.
Volumetria
• Devido à topografia
do local, a
edificação é lançada
em múltiplos
pavimentos e
composta por três
blocos prismáticos:
o bloco superior
suspenso referente
ao escritório e os
dois inferiores,
referente ao espaço
da casa em si,
agrupados gerando
terraços e balanços.
Fachadas

•
•

Têm uma mesma linguagem e são dependentes da
configuração volumétrica.
As caixas são diferenciadas por seus fechamentos, que são de
materiais diferentes, porém possuem coloração semelhante.
CONSTRUTIVO
Materiais
•

•

•

•

•
•

O concreto armado aparente
principalmente nos planos
horizontais, na escada de acesso à
residência, na divisão entre
quartos e banheiros, na lateral da
piscina; nas lajes, vigas e nos
pilares.
O vidro em grande parte das
vedações.
O aço nos componentes de
circulação e nos tirantes da
cozinha e do escritório.
A telha metálica no revestimento
das paredes externas do
escritório.
Piso monolítico de cimento
branco, em toda a residência.
Mosaico português branco, na
área da piscina e no piso dela.
Lógica Estrutural
Cobertura

•
•

Lajes de concreto impermeabilizadas com mantas ardoziadas.
A laje impermeabilizada do volume suspenso do escritório possui
declividade suficiente para direcionar as águas a serem captadas pelos
ralos embutidos nos grandes pilares.
Elementos de Adequação Climáticos
A articulação dos volumes gerou zonas
sombreadas capazes de amenizar o efeito
da insolação nas vedações translúcidas
durante os dias mais quentes.

Nos dias mais frios, o vidro é um bom
aliado para transmitir o calor recebido para
o interior da casa.
Sistemas de Aberturas

•

•

Portas internas em madeira e pivotantes, onde algumas são acompanhadas de
painéis fixos.
A vedação externa é feita com janelas, também pivotantes, e painéis fixos, ambos
em vidro.
A residência, apesar de ser uma inovação na arquitetura contemporânea,
revela um grande legado conceitual e histórico dos projetistas. Suas
referências a ícones da arquitetura moderna paulista se deixa aparente
em uma sábia junção de elementos e técnicas anteriormente utilizados
de maneira original e ousada.

REFERÊNCIAS ARQUITETÔNICAS
Vilanova Artigas
•

É a primeira referência a ser constatada:

o Dominar a natureza e aceitar os desafios que essa nos proporciona (ensinamento
numero um do arquiteto). Essa influência está aparente na ousada estrutura do
volume suspenso que, ao mesmo tempo que se funde à natureza (através da
reserva arbórea e do jardim), a desafia.
o Os pilares, circulares e de concreto aparente, são comuns nas obras do mestre
Artigas.
o Outra influência do mesmo projetista é o térreo, ao nível da rua. Ele se configura
como uma praça, o local de relação entre os dois espaços e, consequentemente,
entre os usuários de ambos. A importância dada ao local de encontro é
fundamental no pensamento moderno paulistano.
o O piso de mosaico português da área da piscina é outra demonstração dessa
influência.
“É claro que as coisas que a gente faz têm uma precedência, tem essa escola, esse
prédio (edifício Vilanova Artigas) tem muita presença pra mim.” – Bucci (em
entrevista).
Joaquim Guedes
também membro da Escola Paulista e grande contribuidor para a
arquitetura moderna
•

No térreo, na praça e na passarela metálica; elemento semelhante se vê
na residência Cunha Lima, referência de obra racional, harmônica e
equilibrada.
Rino Levi, Oswaldo Bratke
•

A incorporação do jardim à sala de estar, de forma generosa e integral.
Ângelo Bucci
•

Para o volume do escritório:

“Por exemplo, aquele escritório lá em cima, eu tinha feito uma obra que me
dava muita segurança pra fazer isso, que é a clínica de psicologia em
Orlândia. Ali tem 3x25m, lá tinha 2x30m, muito mais radical que esse,
então eu sabia o que era, já tinha feito, que tipo de espaço dava.” – Bucci
(em entrevista).
Lina Bo Bardi
•

O edifício do MASP: o volume do escritório possui uma laje esbelta
sustentada por um conjunto de tirantes afixados nas vigas superiores. Da
mesma forma ocorre no volume da cozinha. Assim, percebemos a forte
correlação com as lajes do MASP sustentadas por tirantes conectados às
vigas principais do edifício.

“Ele [Ângelo Bucci] queria que a laje, a primeira laje, fosse uma laje o mais
fina possível, parecesse o mais fina possível, ideia mais ou menos como a
estrutura do MASP.” - Ibsen Pulleo Uvo (em entrevista).

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

The Louver Window
The Louver WindowThe Louver Window
The Louver Window
 
Daylighting Buildings
Daylighting BuildingsDaylighting Buildings
Daylighting Buildings
 
Types of Windows
Types of WindowsTypes of Windows
Types of Windows
 
DOME
DOMEDOME
DOME
 
Villa savoye
Villa savoyeVilla savoye
Villa savoye
 
Acaustic
AcausticAcaustic
Acaustic
 
Doors & window fixture
Doors & window fixtureDoors & window fixture
Doors & window fixture
 
Sun and light control elements in windows
Sun and light control elements in windowsSun and light control elements in windows
Sun and light control elements in windows
 
Salk institute pdf
Salk institute pdfSalk institute pdf
Salk institute pdf
 
Historia iii
Historia iiiHistoria iii
Historia iii
 
La ville savoye- analisis
La ville savoye- analisisLa ville savoye- analisis
La ville savoye- analisis
 
Swiss Sound Pavilion - Peter Zumthor
Swiss Sound Pavilion - Peter ZumthorSwiss Sound Pavilion - Peter Zumthor
Swiss Sound Pavilion - Peter Zumthor
 
Daylighting
DaylightingDaylighting
Daylighting
 
Las casas blancas apuntes sobre una tentativa de arquitectura nacional
Las casas blancas apuntes sobre una tentativa de arquitectura nacionalLas casas blancas apuntes sobre una tentativa de arquitectura nacional
Las casas blancas apuntes sobre una tentativa de arquitectura nacional
 
Façade Lighting Design : Concepts & Parameters
Façade Lighting Design : Concepts & ParametersFaçade Lighting Design : Concepts & Parameters
Façade Lighting Design : Concepts & Parameters
 
Kitchen Presentation Sample
Kitchen Presentation SampleKitchen Presentation Sample
Kitchen Presentation Sample
 
First unitarian church of rochester - Louis kahn
First unitarian church of rochester - Louis kahnFirst unitarian church of rochester - Louis kahn
First unitarian church of rochester - Louis kahn
 
LiamBaines_Construction_FACADES
LiamBaines_Construction_FACADESLiamBaines_Construction_FACADES
LiamBaines_Construction_FACADES
 
Building Science Report Project 1
Building Science Report Project 1Building Science Report Project 1
Building Science Report Project 1
 
Aravena torressiamesas.ppt
Aravena torressiamesas.pptAravena torressiamesas.ppt
Aravena torressiamesas.ppt
 

Semelhante a Apresentação das análises

Estudo de caso residencial alexandre mackenzie
Estudo de caso residencial alexandre mackenzieEstudo de caso residencial alexandre mackenzie
Estudo de caso residencial alexandre mackenzieDiogo Vitor
 
Análise de dois conjuntos residenciais
Análise de dois conjuntos residenciaisAnálise de dois conjuntos residenciais
Análise de dois conjuntos residenciaisSteves Rocha
 
Villa savoye ou les heures claires
Villa savoye ou les heures clairesVilla savoye ou les heures claires
Villa savoye ou les heures clairesLazni
 
Edifício fidalga 727
Edifício fidalga 727 Edifício fidalga 727
Edifício fidalga 727 Antônio Filho
 
12:. Fidalga 727
12:. Fidalga 72712:. Fidalga 727
12:. Fidalga 727ARQ210AN
 
Análise Casa Sert em Cambridge
Análise Casa Sert em CambridgeAnálise Casa Sert em Cambridge
Análise Casa Sert em Cambridgeruadopaiol
 
Eduardo kneese de melo edificio japurá
Eduardo kneese de melo edificio japuráEduardo kneese de melo edificio japurá
Eduardo kneese de melo edificio japuráWillian De Sá
 
TRANSUSTAINABLE HOUSE BY SUGAWARADAISUKE ARCHITECTS
TRANSUSTAINABLE HOUSE BY SUGAWARADAISUKE ARCHITECTSTRANSUSTAINABLE HOUSE BY SUGAWARADAISUKE ARCHITECTS
TRANSUSTAINABLE HOUSE BY SUGAWARADAISUKE ARCHITECTSThaís Mara
 
Edificio tietgen dormitório trabalho aui
Edificio tietgen dormitório   trabalho auiEdificio tietgen dormitório   trabalho aui
Edificio tietgen dormitório trabalho auiLuana Santos
 
Avaliação modernismo no brasil
Avaliação modernismo no brasilAvaliação modernismo no brasil
Avaliação modernismo no brasilMustafa Hassan
 
Villa savoye ou les heures claires
Villa savoye ou les heures clairesVilla savoye ou les heures claires
Villa savoye ou les heures clairesLazni
 
Residência Cavanelas - API2
Residência Cavanelas - API2Residência Cavanelas - API2
Residência Cavanelas - API2Lucas Fernandes
 

Semelhante a Apresentação das análises (20)

Intr final 2
Intr final 2Intr final 2
Intr final 2
 
Estudo de caso residencial alexandre mackenzie
Estudo de caso residencial alexandre mackenzieEstudo de caso residencial alexandre mackenzie
Estudo de caso residencial alexandre mackenzie
 
Vila Pirajussara - Marcos Acayaba
Vila Pirajussara - Marcos AcayabaVila Pirajussara - Marcos Acayaba
Vila Pirajussara - Marcos Acayaba
 
Análise de dois conjuntos residenciais
Análise de dois conjuntos residenciaisAnálise de dois conjuntos residenciais
Análise de dois conjuntos residenciais
 
TECHNOLOGY *
TECHNOLOGY * TECHNOLOGY *
TECHNOLOGY *
 
Villa savoye ou les heures claires
Villa savoye ou les heures clairesVilla savoye ou les heures claires
Villa savoye ou les heures claires
 
Apresentaocasadascanoas 120715145237-phpapp02 (1)
Apresentaocasadascanoas 120715145237-phpapp02 (1)Apresentaocasadascanoas 120715145237-phpapp02 (1)
Apresentaocasadascanoas 120715145237-phpapp02 (1)
 
Edifício fidalga 727
Edifício fidalga 727 Edifício fidalga 727
Edifício fidalga 727
 
12:. Fidalga 727
12:. Fidalga 72712:. Fidalga 727
12:. Fidalga 727
 
Análise Casa Sert em Cambridge
Análise Casa Sert em CambridgeAnálise Casa Sert em Cambridge
Análise Casa Sert em Cambridge
 
Eduardo kneese de melo edificio japurá
Eduardo kneese de melo edificio japuráEduardo kneese de melo edificio japurá
Eduardo kneese de melo edificio japurá
 
TRANSUSTAINABLE HOUSE BY SUGAWARADAISUKE ARCHITECTS
TRANSUSTAINABLE HOUSE BY SUGAWARADAISUKE ARCHITECTSTRANSUSTAINABLE HOUSE BY SUGAWARADAISUKE ARCHITECTS
TRANSUSTAINABLE HOUSE BY SUGAWARADAISUKE ARCHITECTS
 
Nemausus jean nouvel
Nemausus jean nouvelNemausus jean nouvel
Nemausus jean nouvel
 
g10_edif_sust.pdf
g10_edif_sust.pdfg10_edif_sust.pdf
g10_edif_sust.pdf
 
Edificio tietgen dormitório trabalho aui
Edificio tietgen dormitório   trabalho auiEdificio tietgen dormitório   trabalho aui
Edificio tietgen dormitório trabalho aui
 
Avaliação modernismo no brasil
Avaliação modernismo no brasilAvaliação modernismo no brasil
Avaliação modernismo no brasil
 
Villa savoye ou les heures claires
Villa savoye ou les heures clairesVilla savoye ou les heures claires
Villa savoye ou les heures claires
 
Casa da ponte
Casa da ponte Casa da ponte
Casa da ponte
 
Residência Cavanelas - API2
Residência Cavanelas - API2Residência Cavanelas - API2
Residência Cavanelas - API2
 
Álvaro Siza, Casa em Maiorca (2002-2007)
Álvaro Siza, Casa em Maiorca (2002-2007)Álvaro Siza, Casa em Maiorca (2002-2007)
Álvaro Siza, Casa em Maiorca (2002-2007)
 

Apresentação das análises

  • 1. API 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE ARQUITETURA, URBANISMO E DESIGN ANÁLISE DA CASA EM CARAPICUÍBA Alunos: Daniel Ukundji Evangelino Sá Larissa Genovez Mariana Rodrigues
  • 2. FICHA TÉCNICA Local: Carapicuíba , São Paulo, Brasil Arquitetos responsáveis pelo projeto: Ângelo Bucci e Álvaro Puntoni Cliente: casal com dois filhos (ele trabalha com softwares de administração e ela é jornalista free-lance). Ano de início de projeto: 2003 Conclusão da obra: 2008 Área de terreno: 520m² Área construída: 300m²
  • 4. Álvaro Puntoni – 1965, São Paulo, SP • • Graduado (1987), mestrado (1998) e doutorado (2005) em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é professor associado da Escola da Cidade e professor do projeto da FAU USP. Coordenador do conselho de Graduação da Escola da Cidade. Coordenador do curso de especialização América- um olhar através da arquitetura na Escola da Cidade, Justamente com Fernando Viegas. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Projeto de Arquitetura e Urbanismo, atuando principalmente nos seguintes temas: projeto, habitação, arquitetura moderna brasileira, e renovação urbana. Mantém o grupo sp (www.gruposp.arq.br) desde 2004.
  • 5. Ângelo Bucci - 1963, Orlândia, SP Graduação(1983-1987), mestrado(1998) e doutorado(2005) em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo. Professor de Projeto de Edificações desde1989, a partir de 2000 na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo. Entre 1987 e 1989 foi colaborador em escritórios de arquitetura, a partir de 1989 atuou em escritório próprio associado a outros colegas arquitetos. Desde de 2003 dirige o escritório SPBR arquitetos.
  • 8. • Construída em um condomínio fechado cujo entorno é caracterizado pela densa vegetação e pelas casas de arquitetura mais tradicional (pequenas varandas e telhados cerâmicos de duas águas). • Ocupa cerca de 39% do lote e as demais áreas são formadas por jardins em diversos planos e a piscina no último piso. • O acesso único pelo empraçamento recuado permite a visualização do bloco superior da edificação e do bosque, garantindo tanto a continuidade visual entre o limite da rua e o terreno como a privacidade das áreas social e íntima.
  • 9. Topografia • • A declividade do terreno (seis metros), incorporado ao projeto, gerou quatro pavimentos sendo dois abaixo do nível da rua. As poucas áreas escavadas e acrescidas surgiram apenas para melhor adequação do edifício à topografia do lote.
  • 10. Insolação • O fato da edificação ficar quase que completamente enterrada não tornou a residência excessivamente sombreada: ela tem suas maiores fachadas voltadas para o sol, o que não é problema visto que o clima da região é ameno.
  • 11. Acesso e circulação • • Acesso dado pelo empraçamento recuado, a partir do qual o indivíduo destina-se à residência ou ao escritório. A circulação é basicamente vertical e concentrada.
  • 13. • A edificação possui setores bem definidos, organizados em diferentes níveis: o Pavimento superior: o escritório dos proprietários com banheiros, espaço independente do uso residencial. o Pavimento térreo: Praça, plataforma, passarela e garagem. o 1º pavimento inferior: a sala e a cozinha com lavabo. o 2º pavimento inferior: o setor íntimo (quartos e sala íntima), a piscina e a área de serviço (lavandaria).
  • 14. Organização Espacial • • A maioria das vedações da residência, principalmente na área social, são em vidro, o que dá uma sensação de amplidão em seu interior e de que não existem barreiras físicas entre o interior e o exterior. No escritório, devido ao seu uso, predomina fechamento em suas maiores faces.
  • 16. Geometria da Forma e Ocupação • • • A distribuição dos espaços é linear com setores definidos por um eixo dado pelas circulações. Os ambientes estão dispostos, na maioria das vezes, lateralmente em relação às circulações. A organização dos ambientes depende do seu uso e do pavimento que ocupa: quanto mais baixo o nível, mais íntimo o setor.
  • 17. Volumetria • Devido à topografia do local, a edificação é lançada em múltiplos pavimentos e composta por três blocos prismáticos: o bloco superior suspenso referente ao escritório e os dois inferiores, referente ao espaço da casa em si, agrupados gerando terraços e balanços.
  • 18. Fachadas • • Têm uma mesma linguagem e são dependentes da configuração volumétrica. As caixas são diferenciadas por seus fechamentos, que são de materiais diferentes, porém possuem coloração semelhante.
  • 20. Materiais • • • • • • O concreto armado aparente principalmente nos planos horizontais, na escada de acesso à residência, na divisão entre quartos e banheiros, na lateral da piscina; nas lajes, vigas e nos pilares. O vidro em grande parte das vedações. O aço nos componentes de circulação e nos tirantes da cozinha e do escritório. A telha metálica no revestimento das paredes externas do escritório. Piso monolítico de cimento branco, em toda a residência. Mosaico português branco, na área da piscina e no piso dela.
  • 22. Cobertura • • Lajes de concreto impermeabilizadas com mantas ardoziadas. A laje impermeabilizada do volume suspenso do escritório possui declividade suficiente para direcionar as águas a serem captadas pelos ralos embutidos nos grandes pilares.
  • 23. Elementos de Adequação Climáticos A articulação dos volumes gerou zonas sombreadas capazes de amenizar o efeito da insolação nas vedações translúcidas durante os dias mais quentes. Nos dias mais frios, o vidro é um bom aliado para transmitir o calor recebido para o interior da casa.
  • 24. Sistemas de Aberturas • • Portas internas em madeira e pivotantes, onde algumas são acompanhadas de painéis fixos. A vedação externa é feita com janelas, também pivotantes, e painéis fixos, ambos em vidro.
  • 25. A residência, apesar de ser uma inovação na arquitetura contemporânea, revela um grande legado conceitual e histórico dos projetistas. Suas referências a ícones da arquitetura moderna paulista se deixa aparente em uma sábia junção de elementos e técnicas anteriormente utilizados de maneira original e ousada. REFERÊNCIAS ARQUITETÔNICAS
  • 26. Vilanova Artigas • É a primeira referência a ser constatada: o Dominar a natureza e aceitar os desafios que essa nos proporciona (ensinamento numero um do arquiteto). Essa influência está aparente na ousada estrutura do volume suspenso que, ao mesmo tempo que se funde à natureza (através da reserva arbórea e do jardim), a desafia. o Os pilares, circulares e de concreto aparente, são comuns nas obras do mestre Artigas. o Outra influência do mesmo projetista é o térreo, ao nível da rua. Ele se configura como uma praça, o local de relação entre os dois espaços e, consequentemente, entre os usuários de ambos. A importância dada ao local de encontro é fundamental no pensamento moderno paulistano. o O piso de mosaico português da área da piscina é outra demonstração dessa influência. “É claro que as coisas que a gente faz têm uma precedência, tem essa escola, esse prédio (edifício Vilanova Artigas) tem muita presença pra mim.” – Bucci (em entrevista).
  • 27. Joaquim Guedes também membro da Escola Paulista e grande contribuidor para a arquitetura moderna • No térreo, na praça e na passarela metálica; elemento semelhante se vê na residência Cunha Lima, referência de obra racional, harmônica e equilibrada.
  • 28. Rino Levi, Oswaldo Bratke • A incorporação do jardim à sala de estar, de forma generosa e integral.
  • 29. Ângelo Bucci • Para o volume do escritório: “Por exemplo, aquele escritório lá em cima, eu tinha feito uma obra que me dava muita segurança pra fazer isso, que é a clínica de psicologia em Orlândia. Ali tem 3x25m, lá tinha 2x30m, muito mais radical que esse, então eu sabia o que era, já tinha feito, que tipo de espaço dava.” – Bucci (em entrevista).
  • 30. Lina Bo Bardi • O edifício do MASP: o volume do escritório possui uma laje esbelta sustentada por um conjunto de tirantes afixados nas vigas superiores. Da mesma forma ocorre no volume da cozinha. Assim, percebemos a forte correlação com as lajes do MASP sustentadas por tirantes conectados às vigas principais do edifício. “Ele [Ângelo Bucci] queria que a laje, a primeira laje, fosse uma laje o mais fina possível, parecesse o mais fina possível, ideia mais ou menos como a estrutura do MASP.” - Ibsen Pulleo Uvo (em entrevista).