SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 2
Baixar para ler offline
COMO ESTUDAR A INFLUÊNCIA DAS LATITUDES NA PERCEPÇÃO
                     LUMÍNICA?1

            Mariana Regina Coimbra de Lima (1); Aldo Carlos de Moura Gonçalves(2)
            (1) Mestra em arquitetura; (2) Professor Doutor. PROARQ-FAU/UFRJ, Av. Brigadeiro
               Trompowski, s/nº, 4° andar. Cidade Universitária. Rio de Janeiro/RJ - CEP 21941-590
                                        e-mail: marelima@hotmail.com

ABSTRACT
This work analyses lighting perception studies made in different countries at different seasons. The
aim of this work was to point out the comparison problems among different models used. We believe
that it is important to develop a model to encompass comparisons in different latitudes of the terrestrial
globe for light perception studies.
RESUMO
Este trabalho avalia estudos feitos na área de percepção lumínica realizados em varias partes do
mundo e em diferentes estações do ano. O objetivo foi ressaltar a necessidade de elaborar um modelo
de conduta para pesquisas sobre o tema, tendo em vista que o grande número de variáveis dificulta
uma comparação mais abrangente dos resultados em diferentes latitudes do globo.

1-INTRODUÇÃO
Os sistemas lumínicos além de oferecer o nível de iluminação adequado para a realização de tarefas,
influem também na percepção do espaço, modificando as funções fisiológicas do organismo, o humor
e o comportamento do individuo. Uma equivocada escolha do sistema de iluminação não só pode criar
problemas com os equipamentos, instalações e manutenção das luminárias, mas também prejudicar
psicologicamente os funcionários.
Pesquisadores, de diversas nacionalidades, vêm fazendo experiências, dentro do tema da percepção
lumínica, com estudantes e profissionais através de diferentes modelos de conduta (FLYNN 1973,
VEITCH e NEWSHARN 1997, TONELLO 2001). Como a percepção é um tema extremamente sutil e
suas linhas divisórias são muito tênues, a inexistência de um modelo de conduta padrão dificulta que
se faça uma melhor comparação entre os resultados obtidos.

2-LUZ E PERCEPÇÃO
O pesquisador John FLynn foi um dos primeiros a estudar a relação entre luz e percepção na década de
70 (FLYN 1973). Seus modelos experimentais de iluminação e impressões subjetivas, baseado em
suas experiências, até hoje são referencias para o IESNA lighting handbook. Em seu estudo sobre
como a luz afetava a percepção do usuário, Flynn concluiu que a luz difusa do teto pode influir na
sensação de claridade, mas tem pouca influêcia no que se refere à impressão de prazer. A pesquisadora
J.A. Veich (VEITCH 2001), menciona que não está muito claro como a equipe desenvolveu o
conjunto inicial das escalas diferenciais semânticas, também não houve certeza se os participantes
julgaram a aparência da luz ou a aparência do ambiente. Qualquer incompreensão sobre as instruções
poderia acrescentar variações nas respostas. Porém o mais grave, a partir do seu ponto de vista, seria o
fato de que esta experiência nunca tenha sido refeita.
Experiências realizadas recentemente sobre a percepção e a luz (VEITCH & NEWSHARN 1997,
MURGUIA 2002), foram feitas utilizando diferentes equipamentos lumínicos e variando os níveis de
iluminação. As pesquisas buscaram informações objetivas e subjetivas dos indivíduos analisados em
ambientes que reportavam estações de trabalho. O estudo realizado por Veitch e Newsharn não
encontrou nenhuma contribuição das variações aos itens analisados (complexidade, brilho e atração
visual), já a experiência elaborada por Murguia mostrou que houve uma melhora significativa nas


1
    Este trabalho é parte da tese de doutorado da arquiteta Mariana Lima, a ser defendida em setembro de 2005.
atividades desenvolvidas pelo sujeito quando a luz variava conforme o dia, tanto nas avaliações
objetivas como nas subjetivas e no marcador circadiano de temperatura corporal.
No Brasil, um dos autores (LIMA 2005), realizou uma pesquisa sobre a influência da iluminação no
estado de ânimo e no afeto dos indivíduos. Criando 3 sistemas lumínico distintos com intensidades
diferentes (iluminação geral alta, iluminação geral baixa + lâmpada de mesa e iluminação geral baixa)
foram analisados dados objetivos e subjetivos. A experiência foi realizada com um grupo de
estudantes de arquitetura. Através de questionários pode-se observar a variação de humor e do afeto
dos estudantes. Também foi observada a velocidade de execução da tarefa e erros cometidos, através
de testes psicotécnicos instalados em computadores, tendo sido criado um programa de computação
especifico para a experiência. Concluiu-se que houve uma indicação de interferência da iluminação no
estado de ânimo dos indivíduos e uma menor interferência no afeto. O estudo realizado na cidade do
Rio de janeiro, foi um dos poucos feitos em uma latitude próxima aos 24° sul, com foco no tema da
percepção lumínica.
As pesquisas relacionadas ao afeto procuram informações sobre as preferências lumínicas e sua
influência no desempenho e em outros fatores de comportamento. As evidencias sobre os efeitos do
desempenho associados às preferências lumínicas são, todavia introdutórias. Em sua grande maioria,
as pesquisas foram realizadas em países do hemisfério Norte em latitudes superiores a 30°, o que
significa quantidades de luz/dia e luz/ano muito diferentes das encontradas, por exemplo, próximas à
linha do Equador.
Küler e Laike (Suécia) em conjunto com Ballal (Arábia Saudita), Mikellides (Inglaterra) e Tonello
(Argentina) realizaram um estudo sobre SAD2 – Seasonal Affective Disorder (TONELLO 2001) – em
diferentes épocas do ano, em seus respectivos países, que correspondiam a distintas latitudes, visando
descobrir a distribuição temporal dos sintomas. Assim, em conjunto, se obteve importantes
informações sobre SAD. Constatou-se, entre outros, que os padrões anuais dos sintomas de SAD eram
os mesmos em lugares de latitude similar: Inglaterra (52°N) e Suécia (56°N), Arábia Saudita (26°N) e
Argentina (27°S); e eram diferentes, quando comparados com os lugares de latitudes distintas.
È necessário estudar a influência da iluminação no humor, no afeto e no comportamento das pessoas.
Como fizeram os pesquisadores a cima citados, aqueles que trabalham com o tema da iluminação e a
percepção, devem procurar criar condições favoráveis para a realização de um trabalho mais amplo em
conjunto, que apresente um formato único e que, sobretudo, seja repetido em diferentes latitudes.
Trabalhando desta forma poder-se-ia demonstrar que uma única Norma padronizada de iluminação
talvez não seja a mais adequada para todas as localidades do globo.

3-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. FLYNN J.E., SPENCER T.J, MARTYNIUK O, HENDRICK O. (1973). "Interim Study of
    Procedures for Investigating the Effect of Light on Impressions and Behavior", Journal of the
    Illuminating Engineering Society. v.3., p.87-94
2. LIMA Mariana (2005). La cultura de la luz en los ambientes de oficina. Espanha: Universidad
     Politécnica de Cataluña. Tese de Doutorado.
3. MURGUIA, S. L. (2002). La luz en la Arquitectura. Su influencia sobre la salud de las personas.
    Estudio sobre la variabilidad del alumbrado artificial en oficinas. Espanha: UPC. Tese doutoral.
4. TONELLO G. (2001). Lighting mood and seasonal fatigue in northern Argentina. Comparison to
    countries close to and further from the Equator. Sweden: Lund University.
5. VEITCH, J.A. (2001). Psychological process influencing lighting quality. Journal of the
    Illuminating Engineering Society.v. 30, no 1, p. 124-140.
6. VEITCH, JA., NEWSHARN GR. (1997) Lighting quality and energy-efficiency effects on task
    performance, mood, health satisfaction and comfort. Journal of the illuminating Engineering
    Society Conference.

2
  SAD é uma doença causada pela variação anual da quantidade de horas de luz, junto com uma mudança
inapropriada de fase do ritmo circadiano levando o ser humano a um estado de depressão aguda que ocorre
durante outono e primavera.

Mais conteúdo relacionado

Destaque

Para apresantar na próxima consulta
Para apresantar na próxima consultaPara apresantar na próxima consulta
Para apresantar na próxima consultaBruno Lisboa
 
Ser mulher
Ser mulherSer mulher
Ser mulhereuu3
 
Juan miguel publicacion 1234
Juan miguel publicacion 1234Juan miguel publicacion 1234
Juan miguel publicacion 1234juanmiguel123
 
J. herculano pires o mistério do ser ante a dor e a morte
J. herculano pires   o mistério do ser ante a dor e a morteJ. herculano pires   o mistério do ser ante a dor e a morte
J. herculano pires o mistério do ser ante a dor e a morteHelio Cruz
 
Fallstudien/Projektbeispiele Zielgruppen kennenlernen eResult GmbH
Fallstudien/Projektbeispiele Zielgruppen kennenlernen eResult GmbHFallstudien/Projektbeispiele Zielgruppen kennenlernen eResult GmbH
Fallstudien/Projektbeispiele Zielgruppen kennenlernen eResult GmbHeResult_GmbH
 
Na família
Na famíliaNa família
Na famíliaeuu3
 
Do you know why i sing
Do you know why i singDo you know why i sing
Do you know why i singvkoa12
 

Destaque (15)

Para apresantar na próxima consulta
Para apresantar na próxima consultaPara apresantar na próxima consulta
Para apresantar na próxima consulta
 
Ser mulher
Ser mulherSer mulher
Ser mulher
 
Juan miguel publicacion 1234
Juan miguel publicacion 1234Juan miguel publicacion 1234
Juan miguel publicacion 1234
 
J. herculano pires o mistério do ser ante a dor e a morte
J. herculano pires   o mistério do ser ante a dor e a morteJ. herculano pires   o mistério do ser ante a dor e a morte
J. herculano pires o mistério do ser ante a dor e a morte
 
8.5x11 2011-holiday-flyer
8.5x11 2011-holiday-flyer8.5x11 2011-holiday-flyer
8.5x11 2011-holiday-flyer
 
A struggled mind
A struggled mindA struggled mind
A struggled mind
 
Fallstudien/Projektbeispiele Zielgruppen kennenlernen eResult GmbH
Fallstudien/Projektbeispiele Zielgruppen kennenlernen eResult GmbHFallstudien/Projektbeispiele Zielgruppen kennenlernen eResult GmbH
Fallstudien/Projektbeispiele Zielgruppen kennenlernen eResult GmbH
 
Listening
ListeningListening
Listening
 
Na família
Na famíliaNa família
Na família
 
Fish
FishFish
Fish
 
Doc2
Doc2Doc2
Doc2
 
Practica 10
Practica 10Practica 10
Practica 10
 
Do you know why i sing
Do you know why i singDo you know why i sing
Do you know why i sing
 
Economia
EconomiaEconomia
Economia
 
It 236 it236
It 236 it236It 236 it236
It 236 it236
 

Semelhante a Estudar influência latitudes percepção luz

Análise experimental da influência da luz sob as emoções de estudantes univer...
Análise experimental da influência da luz sob as emoções de estudantes univer...Análise experimental da influência da luz sob as emoções de estudantes univer...
Análise experimental da influência da luz sob as emoções de estudantes univer...marelima1
 
Análise experimental da influência da luz sob as emoções de estudantes univer...
Análise experimental da influência da luz sob as emoções de estudantes univer...Análise experimental da influência da luz sob as emoções de estudantes univer...
Análise experimental da influência da luz sob as emoções de estudantes univer...marelima1
 
Modelo para a analise experimental da influencia da luz no afeto e humor dos ...
Modelo para a analise experimental da influencia da luz no afeto e humor dos ...Modelo para a analise experimental da influencia da luz no afeto e humor dos ...
Modelo para a analise experimental da influencia da luz no afeto e humor dos ...marelima1
 
Planejamento anual 2014 - 2º ano
Planejamento anual   2014 - 2º anoPlanejamento anual   2014 - 2º ano
Planejamento anual 2014 - 2º anoJacky Rocha
 
ÓPTICA GEOMÉTRICA AULA TEÓRICA 2.pptx
ÓPTICA GEOMÉTRICA AULA TEÓRICA 2.pptxÓPTICA GEOMÉTRICA AULA TEÓRICA 2.pptx
ÓPTICA GEOMÉTRICA AULA TEÓRICA 2.pptxFlavio Silva
 
ÓPTICA GEOMÉTRICA AULA TEÓRICA 2 (1).pptx
ÓPTICA GEOMÉTRICA AULA TEÓRICA 2 (1).pptxÓPTICA GEOMÉTRICA AULA TEÓRICA 2 (1).pptx
ÓPTICA GEOMÉTRICA AULA TEÓRICA 2 (1).pptxElaneAraujo11
 
Uma introdução aos delineamentos experimentais de sujeito único. interação em...
Uma introdução aos delineamentos experimentais de sujeito único. interação em...Uma introdução aos delineamentos experimentais de sujeito único. interação em...
Uma introdução aos delineamentos experimentais de sujeito único. interação em...Psicologia_2015
 
9º a, b, c ciências cida
9º a, b, c ciências cida9º a, b, c ciências cida
9º a, b, c ciências cidaFatima Moraes
 
2º a.física marcio-pdf
2º a.física marcio-pdf2º a.física marcio-pdf
2º a.física marcio-pdfFatima Moraes
 
Estudo de casos e pesquisas aplicados a engenharia ambiental ( etc.).pdf
Estudo de casos e pesquisas aplicados a engenharia ambiental ( etc.).pdfEstudo de casos e pesquisas aplicados a engenharia ambiental ( etc.).pdf
Estudo de casos e pesquisas aplicados a engenharia ambiental ( etc.).pdfMarcusPaulo56
 
Pesquisa na graduacao
Pesquisa na graduacaoPesquisa na graduacao
Pesquisa na graduacaoben
 

Semelhante a Estudar influência latitudes percepção luz (12)

Análise experimental da influência da luz sob as emoções de estudantes univer...
Análise experimental da influência da luz sob as emoções de estudantes univer...Análise experimental da influência da luz sob as emoções de estudantes univer...
Análise experimental da influência da luz sob as emoções de estudantes univer...
 
Análise experimental da influência da luz sob as emoções de estudantes univer...
Análise experimental da influência da luz sob as emoções de estudantes univer...Análise experimental da influência da luz sob as emoções de estudantes univer...
Análise experimental da influência da luz sob as emoções de estudantes univer...
 
Modelo para a analise experimental da influencia da luz no afeto e humor dos ...
Modelo para a analise experimental da influencia da luz no afeto e humor dos ...Modelo para a analise experimental da influencia da luz no afeto e humor dos ...
Modelo para a analise experimental da influencia da luz no afeto e humor dos ...
 
Planejamento anual 2014 - 2º ano
Planejamento anual   2014 - 2º anoPlanejamento anual   2014 - 2º ano
Planejamento anual 2014 - 2º ano
 
ÓPTICA GEOMÉTRICA AULA TEÓRICA 2.pptx
ÓPTICA GEOMÉTRICA AULA TEÓRICA 2.pptxÓPTICA GEOMÉTRICA AULA TEÓRICA 2.pptx
ÓPTICA GEOMÉTRICA AULA TEÓRICA 2.pptx
 
ÓPTICA GEOMÉTRICA AULA TEÓRICA 2 (1).pptx
ÓPTICA GEOMÉTRICA AULA TEÓRICA 2 (1).pptxÓPTICA GEOMÉTRICA AULA TEÓRICA 2 (1).pptx
ÓPTICA GEOMÉTRICA AULA TEÓRICA 2 (1).pptx
 
Uma introdução aos delineamentos experimentais de sujeito único. interação em...
Uma introdução aos delineamentos experimentais de sujeito único. interação em...Uma introdução aos delineamentos experimentais de sujeito único. interação em...
Uma introdução aos delineamentos experimentais de sujeito único. interação em...
 
9º a, b, c ciências cida
9º a, b, c ciências cida9º a, b, c ciências cida
9º a, b, c ciências cida
 
2º a.física marcio-pdf
2º a.física marcio-pdf2º a.física marcio-pdf
2º a.física marcio-pdf
 
Artigo epef
Artigo epefArtigo epef
Artigo epef
 
Estudo de casos e pesquisas aplicados a engenharia ambiental ( etc.).pdf
Estudo de casos e pesquisas aplicados a engenharia ambiental ( etc.).pdfEstudo de casos e pesquisas aplicados a engenharia ambiental ( etc.).pdf
Estudo de casos e pesquisas aplicados a engenharia ambiental ( etc.).pdf
 
Pesquisa na graduacao
Pesquisa na graduacaoPesquisa na graduacao
Pesquisa na graduacao
 

Último

Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfcomercial400681
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfHELENO FAVACHO
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecniCleidianeCarvalhoPer
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSOLeloIurk1
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfHELENO FAVACHO
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...HELENO FAVACHO
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfHELENO FAVACHO
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 

Último (20)

Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 

Estudar influência latitudes percepção luz

  • 1. COMO ESTUDAR A INFLUÊNCIA DAS LATITUDES NA PERCEPÇÃO LUMÍNICA?1 Mariana Regina Coimbra de Lima (1); Aldo Carlos de Moura Gonçalves(2) (1) Mestra em arquitetura; (2) Professor Doutor. PROARQ-FAU/UFRJ, Av. Brigadeiro Trompowski, s/nº, 4° andar. Cidade Universitária. Rio de Janeiro/RJ - CEP 21941-590 e-mail: marelima@hotmail.com ABSTRACT This work analyses lighting perception studies made in different countries at different seasons. The aim of this work was to point out the comparison problems among different models used. We believe that it is important to develop a model to encompass comparisons in different latitudes of the terrestrial globe for light perception studies. RESUMO Este trabalho avalia estudos feitos na área de percepção lumínica realizados em varias partes do mundo e em diferentes estações do ano. O objetivo foi ressaltar a necessidade de elaborar um modelo de conduta para pesquisas sobre o tema, tendo em vista que o grande número de variáveis dificulta uma comparação mais abrangente dos resultados em diferentes latitudes do globo. 1-INTRODUÇÃO Os sistemas lumínicos além de oferecer o nível de iluminação adequado para a realização de tarefas, influem também na percepção do espaço, modificando as funções fisiológicas do organismo, o humor e o comportamento do individuo. Uma equivocada escolha do sistema de iluminação não só pode criar problemas com os equipamentos, instalações e manutenção das luminárias, mas também prejudicar psicologicamente os funcionários. Pesquisadores, de diversas nacionalidades, vêm fazendo experiências, dentro do tema da percepção lumínica, com estudantes e profissionais através de diferentes modelos de conduta (FLYNN 1973, VEITCH e NEWSHARN 1997, TONELLO 2001). Como a percepção é um tema extremamente sutil e suas linhas divisórias são muito tênues, a inexistência de um modelo de conduta padrão dificulta que se faça uma melhor comparação entre os resultados obtidos. 2-LUZ E PERCEPÇÃO O pesquisador John FLynn foi um dos primeiros a estudar a relação entre luz e percepção na década de 70 (FLYN 1973). Seus modelos experimentais de iluminação e impressões subjetivas, baseado em suas experiências, até hoje são referencias para o IESNA lighting handbook. Em seu estudo sobre como a luz afetava a percepção do usuário, Flynn concluiu que a luz difusa do teto pode influir na sensação de claridade, mas tem pouca influêcia no que se refere à impressão de prazer. A pesquisadora J.A. Veich (VEITCH 2001), menciona que não está muito claro como a equipe desenvolveu o conjunto inicial das escalas diferenciais semânticas, também não houve certeza se os participantes julgaram a aparência da luz ou a aparência do ambiente. Qualquer incompreensão sobre as instruções poderia acrescentar variações nas respostas. Porém o mais grave, a partir do seu ponto de vista, seria o fato de que esta experiência nunca tenha sido refeita. Experiências realizadas recentemente sobre a percepção e a luz (VEITCH & NEWSHARN 1997, MURGUIA 2002), foram feitas utilizando diferentes equipamentos lumínicos e variando os níveis de iluminação. As pesquisas buscaram informações objetivas e subjetivas dos indivíduos analisados em ambientes que reportavam estações de trabalho. O estudo realizado por Veitch e Newsharn não encontrou nenhuma contribuição das variações aos itens analisados (complexidade, brilho e atração visual), já a experiência elaborada por Murguia mostrou que houve uma melhora significativa nas 1 Este trabalho é parte da tese de doutorado da arquiteta Mariana Lima, a ser defendida em setembro de 2005.
  • 2. atividades desenvolvidas pelo sujeito quando a luz variava conforme o dia, tanto nas avaliações objetivas como nas subjetivas e no marcador circadiano de temperatura corporal. No Brasil, um dos autores (LIMA 2005), realizou uma pesquisa sobre a influência da iluminação no estado de ânimo e no afeto dos indivíduos. Criando 3 sistemas lumínico distintos com intensidades diferentes (iluminação geral alta, iluminação geral baixa + lâmpada de mesa e iluminação geral baixa) foram analisados dados objetivos e subjetivos. A experiência foi realizada com um grupo de estudantes de arquitetura. Através de questionários pode-se observar a variação de humor e do afeto dos estudantes. Também foi observada a velocidade de execução da tarefa e erros cometidos, através de testes psicotécnicos instalados em computadores, tendo sido criado um programa de computação especifico para a experiência. Concluiu-se que houve uma indicação de interferência da iluminação no estado de ânimo dos indivíduos e uma menor interferência no afeto. O estudo realizado na cidade do Rio de janeiro, foi um dos poucos feitos em uma latitude próxima aos 24° sul, com foco no tema da percepção lumínica. As pesquisas relacionadas ao afeto procuram informações sobre as preferências lumínicas e sua influência no desempenho e em outros fatores de comportamento. As evidencias sobre os efeitos do desempenho associados às preferências lumínicas são, todavia introdutórias. Em sua grande maioria, as pesquisas foram realizadas em países do hemisfério Norte em latitudes superiores a 30°, o que significa quantidades de luz/dia e luz/ano muito diferentes das encontradas, por exemplo, próximas à linha do Equador. Küler e Laike (Suécia) em conjunto com Ballal (Arábia Saudita), Mikellides (Inglaterra) e Tonello (Argentina) realizaram um estudo sobre SAD2 – Seasonal Affective Disorder (TONELLO 2001) – em diferentes épocas do ano, em seus respectivos países, que correspondiam a distintas latitudes, visando descobrir a distribuição temporal dos sintomas. Assim, em conjunto, se obteve importantes informações sobre SAD. Constatou-se, entre outros, que os padrões anuais dos sintomas de SAD eram os mesmos em lugares de latitude similar: Inglaterra (52°N) e Suécia (56°N), Arábia Saudita (26°N) e Argentina (27°S); e eram diferentes, quando comparados com os lugares de latitudes distintas. È necessário estudar a influência da iluminação no humor, no afeto e no comportamento das pessoas. Como fizeram os pesquisadores a cima citados, aqueles que trabalham com o tema da iluminação e a percepção, devem procurar criar condições favoráveis para a realização de um trabalho mais amplo em conjunto, que apresente um formato único e que, sobretudo, seja repetido em diferentes latitudes. Trabalhando desta forma poder-se-ia demonstrar que uma única Norma padronizada de iluminação talvez não seja a mais adequada para todas as localidades do globo. 3-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. FLYNN J.E., SPENCER T.J, MARTYNIUK O, HENDRICK O. (1973). "Interim Study of Procedures for Investigating the Effect of Light on Impressions and Behavior", Journal of the Illuminating Engineering Society. v.3., p.87-94 2. LIMA Mariana (2005). La cultura de la luz en los ambientes de oficina. Espanha: Universidad Politécnica de Cataluña. Tese de Doutorado. 3. MURGUIA, S. L. (2002). La luz en la Arquitectura. Su influencia sobre la salud de las personas. Estudio sobre la variabilidad del alumbrado artificial en oficinas. Espanha: UPC. Tese doutoral. 4. TONELLO G. (2001). Lighting mood and seasonal fatigue in northern Argentina. Comparison to countries close to and further from the Equator. Sweden: Lund University. 5. VEITCH, J.A. (2001). Psychological process influencing lighting quality. Journal of the Illuminating Engineering Society.v. 30, no 1, p. 124-140. 6. VEITCH, JA., NEWSHARN GR. (1997) Lighting quality and energy-efficiency effects on task performance, mood, health satisfaction and comfort. Journal of the illuminating Engineering Society Conference. 2 SAD é uma doença causada pela variação anual da quantidade de horas de luz, junto com uma mudança inapropriada de fase do ritmo circadiano levando o ser humano a um estado de depressão aguda que ocorre durante outono e primavera.