O documento discute como Lucas escreveu o Evangelho de Lucas e os Atos dos Apóstolos para mostrar a obra do Espírito Santo desde o ministério de Jesus até as missões dos apóstolos. Jesus ordenou os discípulos a permanecerem em Jerusalém até serem revestidos de poder no Pentecostes, quando o Espírito Santo veio sobre eles. Assim, cada Igreja e cristão deve ter seu próprio Pentecostes diariamente ao ser íntimo de Jesus e Seu Espírito.
1. UM PENTECOSTES A CADA DIA!
“... permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder.” (Lc
24. 48-49).
Quando lemos o Evangelho de Lucas e Actos dos Apóstolos, precisamos de
entender que estamos diante de uma só obra, redigida em dois momentos. Há,
inclusive, estudiosos que defenderam a tese de que Actos teria sido escrito
antes, até por ser um testemunho no qual Lucas, em parte, é protagonista e
narrador; vejam, por exemplo, as secções “nós” nos Actos dos Apóstolos:
16.10-18. O certo é que desde o Evangelho até aos Actos dos Apóstolos, o
grande protagonista, primeiro junto do Filho de Deus, Jesus, e depois junto dos
Apóstolos, é o Espírito Santo. Lucas queria passar aos novos discípulos os factos
pelos quais Deus actuava poderosamente pelo seu Espírito, desde o Evangelho
até as missões aos confins da terra, Act 1.8. Ele disse: “...igualmente a mim me
pareceu bem, depois de acurada investigação de tudo desde sua origem, dar-
te, por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem, para que
tenhas plena certeza das verdades em que foste instruído.” (Lc 1.3-4). Depois,
em Actos, ele continua a dizer: “Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo, relatando
todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar [...] A estes, também,
depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis,
aparecendo-lhes durante quarenta dias, a falar das coisas concernentes ao
reino de Deus. E, a comer com eles, determinou-lhes que não se ausentassem
de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim
ouvistes.” (Act 1.1,3-4). O tema do Espírito percorre toda a obra de Lucas; do
anúncio do nascimento de João Baptista ao de Jesus (cf. Lc 1.15-17; 35; 41; 67;
2.25-27). Tanto o ministério de João Baptista quanto o do Filho de Deus é
realizado na unção do Espírito Santo (cf. Lc 3.3; 16; 21-22; 4.1; 18). É por isso
que a sequência da obra dos discípulos não podia abrir mão da mesma unção
do Espírito Santo. Daí vem o convite/ordenança de Jesus aos discípulos: “Vós
sois testemunhas destas coisas. Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai;
permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder.” (Lc
24.48-49). Eles ficaram, e o Espírito Santo veio sobre eles no dia de Pentecostes.
Assim, o Pentecostes, além de marco histórico na caminhada da Igreja, é
2. referência da visitação do Espírito Santo. Cada Igreja, cada geração, cada cristão
precisa de ter o seu Pentecostes. Pentecostes é ser íntimo de Jesus e do seu
Espírito Santo; é sentir a cada dia o coração a arder em fé, confiança, disposição
para fazer a obra com que Deus vocacionou a Igreja. “... e sereis minhas
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos
confins da terra.” (Act 1.8).
Equipa Pastoral!