Este documento descreve um livro sobre avaliação no ensino a distância. O livro contém 23 capítulos que discutem vários tópicos relacionados à avaliação em cursos a distância, incluindo avaliação diagnóstica, formativa e somativa; avaliação de competências, sistemas, softwares, recursos audiovisuais e mais. Cada capítulo é licenciado separadamente sob uma licença Creative Commons.
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Iniciar sessão ou Você está aqui: TWiki > Web EaD > LivroAvaliacaoEmEad r7 - 18 Feb 2011 - 08:23:02 - Main.PeterStone
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Web EaD Índice
Criar Novo Tópico
Índice 1 - Direitos autorais e licenciamento
Busca 2 - Avaliação como motivação para a aprendizagem
Alterações 2.1 - Introdução
Notificações 2.2 - O que é ensinar?
Estatísticas 2.3 - Educação a distância – contexto, limites e possibilidades.
Preferências 2.4 - A interface aluno - professor
2.5 - Como avaliar a aprendizagem
Webs 2.6 - Avaliar na educação a distância.
BrOffice
2.7 - Conclusão
EaD
3 - Avaliação diagnóstica
GrupoJava
3.1 - Os três tipos de avaliação
GrupoLinux
3.1.1 - Avaliação Diagnóstica
GrupoLogica
3.1.2 - Avaliação Formativa
GrupoWeb
3.1.3 - Avaliação Somativa
Main
3.2 - Função da avaliação diagnóstica
Ruby
3.3 - Por que tanta ênfase nas avaliações somativas?
SGBD
3.4 Aplicando avaliações diagnósticas
SO
3.5 - Avaliações diagnósticas para EaD: ATTLS e COLLES
Sandbox
3.6 - A importância de cada tipo de avaliação
TWiki
3.7 - Considerações finais
Wikeditora
4 - Avaliação formativa
WikiEdu
4.1 - Introdução
4.2 - Para que serve a avaliação formativa: discutindo o processo
4.3 - Acompanhando e Rastreando o processo de aprendizagem do aluno em EaD
4.4 - Instrumentos de avaliação
4.5 - Formação avaliativa pressupõe feedback
4.6 - Desafios de personalizar, contextualizar e gerar estratégias de feedback
4.7 - Avaliação Formativa na ótica de Otto Peters
5 - Avaliação somativa
5.1 - Introdução
5.2 - Enfoques
5.3 - Critérios para Elaboração
5.4 - Escopo de Avaliação
5.5 - Avaliação Somativa em Ambientes Virtuais de Aprendizagem
5.6 - A Importância da Avaliação Somativa
6 - Subjetividade da avaliação
6.1 - Objetividade, subjetividade e intersubjetividade na avaliação
6.2 - Mediação semiótica
6.3 - Dizeres, saberes e fazeres da avaliação
6.4 - Em síntese, mas não concluindo
7 - Avaliação Ergonômica
7.1 - Relação entre Avaliação ergonômica, Avaliação Contínua e Avaliação Formativa
7.2 - Avaliando a Ergonomia do Material didático
7.3 - Considerações Finais
8 - Avaliação de aprendizagens
8.1 Um Breve Relato sobre Avaliação de Aprendizagens em EAD
Uma visão panorâmica da origem da avaliação de aprendizagem
8.2 - Avaliação de Aprendizagens exige um novo conceito em Ambientes Virtuais de Ensino-
Aprendizagem
8.3 - Avaliação e Aprendizagens Significativas
8.4 - Qualificação x Classificação
9 - Avaliação curricular
9.1 - Introdução
9.2 - O que é um currículo em EAD
9.3 - Avaliando o currículo
9.4 - A EaD no Brasil
9.5 - Novos papeis pra o Professor e aluno
9.6 - O atendimento ao aluno via instrumento de aprendizagem
9.7 - Considerações finais
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10 - Avaliação de competências
10.1 - A Avaliação de Competências no contexto do Ensino Superior a Distância
10.1.1 - O Planejamento da Avaliação sob a ótica do ciclo PDCA
10.1.2 - O Treinamento do Professor
10.2 - Competências e Habilidades
10.2.1 - O que são Competências?
10.2.2 - Diferença fundamental entre Habilidade e Competência
10.3 - O Processo de Avaliação de Competências
10.3.1 - A metodologia A2Comp para Avaliação de Competências
10.3.2 - O Ambiente AulaNet e a Avaliação de Competências
10.4 - Avaliação de Competências X Avaliação de Desempenho
11 - Avaliação colaborativa
11.1 - Introdução
11.2 - A Interatividade
11.3 - A avaliação colaborativa
11.4 - Conclusão
12 - Avaliação da interatividade
12.1 - Interação versus Interatividade
12.2 - Avaliação da Interatividade em Ambientes de EaD
12.3 - A abordagem téorico-construtivista
12.4 - Circunstância da aprendizagem
12.5 - Recursos tecnológicos
12.6 - Suporte ao aluno
12.7 - Interatividade do estudo
12.8 - Instrumentos para avaliação
12.9 - O processo de avaliação
13 - Avaliação de softwares educativos
13.1 - Introdução
13.2 - Base Pedagógica de um Software Educativo
13.3 - Classificação
13.3.1 - Tutoriais
13.3.2 - Exercícios e Práticas
13.3.3 - Programação
13.3.4 - Aplicativos
13.3.5 - Multimídia e Internet
13.3.6 - Simulação e Modelagem
13.3.7 - Jogos
13.4 - Outros critérios de classificação
13.4.1 - Classificação por níveis de Aprendizagem
13.4.2 - Classificação de acordo com a função
13.4.3 - Classificação segundo os Fundamentos Educativos
13.5 - Avaliação de um software
13.6 - Papel do Professor na avaliação dos Softwares
14 - Avaliação de sistemas de EaD
14.1 - Direcionando nosso olhar
14.2 - A importância da Avaliação no contexto educacional
14.3 - Os principais indicadores de um projeto em Ead
14.4 - Os sistemas em Ead
14.5 - Conclusão
14.6 - Referências:
15 - Avaliação de recursos audiovisuais para EaD
15.1 - Introdução
15.2 - Por que usar o audiovisual?
15.3 - Audiovisual e público-alvo
15.4 - Produção audiovisual
15.5 - Estudo de caso: a TV Escola
15.6 - Novo cenário
15.7 - Conclusão
16 - Avaliação de AVAs
16.1 - Concepções Gerais
16.2 - Qualidade de AVA
16.3 - AVA e Recursos
16.4 - Avaliação on-line (Avaliação Em AVA)
17 - Avaliação de chats
17.1 - Avaliando chats - uma mudança no processo de avaliação nos cursos a distância
17.2 - Avaliar para quem?
17.3 - Mudando as formas de avaliar em cursos a distância
17.4 - Bibliografia.
18 - Avaliação de fóruns de discussão
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/by-nc-sa/2.5/br/legalcode
A Licença Simplificada não é uma licença propriamente dita. Ela é apenas uma referência útil para entender a
Licença Jurídica (a licença integral) - ela é uma expressão dos seus termos-chave que pode ser compreendida por
qualquer pessoa. A Licença Simplifica em si não tem valor legal e seu conteúdo não aparece na licença integral.
O Creative Commons não é um escritório de advocacia e não presta serviços jurídicos. A distribuição, exibição ou
inclusão de links para esta Licença Simplificada não estabelece qualquer relação advocatícia.
2 - Avaliação como motivação para a aprendizagem
Eliane Vasconcellos Garcia Duarte
2.1 - Introdução
“Eu quase nada sei, mas desconfio de muita coisa”.
Guimarães Rosa
Vivemos na contemporaneidade, com um cenário sócio-econômico fortemente influenciado pela globalização
econômica, exigindo dos indivíduos uma postura ativa no sentido de se adaptar e sobreviver a uma realidade de
constantes e profundas mudanças políticas, econômicas, educacionais e sociais. Exigindo, para que possamos
acompanhá-las, uma constante reciclagem, absorvendo novos conhecimentos e, também, quebrando paradigmas.
As implicações das mudanças no ambiente em que vivemos são profundas e inquietantes, tanto do ponto de vista
pessoal quanto empresarial, e nos chamam a atenção para o fato de que manter-se “atualizado” é, antes de tudo,
uma questão de sobrevivência. Também é necessário lembrar que embora vivamos em uma era de grandes avanços
tecnológicos, onde a velocidade da informação é influenciada pelo desenvolvimento das TIC’s e o uso de máquinas
está presente em nosso cotidiano, o aumento da produtividade não é função somente de tais ingredientes. Exige de
todos nós uma forma de ver, sentir e organizar a sociedade. Vendo por este prisma, a educação a distância
possibilita uma alternativa viável de oferecer educação para esta demanda crescente por conhecimento.
Segundo Drucker (1992), “a produtividade dos grupos que hoje dominam a força de trabalho, trabalhadores com
conhecimento e trabalhadores em serviços, será o maior e mais difícil desafio a ser enfrentado pelos gerentes nos
países em desenvolvidos nas próximas décadas. E o trabalho sério, a respeito dessa intimidante tarefa, apenas
começou. A explosão da produtividade, também pagou pela expansão da educação, de dez vezes. A
produtividade transformou-se na riqueza das nações”.
Na era do conhecimento a questão da produtividade está intimamente atrelada à questão do aprendizado, e ao
analisarmos a história e a evolução da Administração veremos que a ênfase sempre foi no aumento da
produtividade, basta para tanto um estudo mais detalhado das idéias de Taylor, Fayol e seus contemporâneos,
embora as ações desenvolvidas a partir desses estudos somente contribuíssem para o aumento da produção. Hoje
em dia é amplamente aceita, embora ainda não seja praticada de forma irrestrita, a teoria de que o conhecimento
que o trabalhador tem do seu trabalho é o ponto de partida para a elevação conjunta da qualidade, da produtividade
e do desempenho.
Ainda segundo Drucker [7], “mais duas lições que Taylor e Mayo não conheciam: a maior produtividade necessita
de aprendizado contínuo. Não basta reprojetar a função e treinar o trabalhador em uma nova maneira de
executá-la – o que pregava Taylor. Tem início o aprendizado, o qual nunca é um produto acabado. Na verdade, o
maior beneficio do treinamento não está em aprender o novo. Está em se fazer melhor aquilo que já fazemos
bem. E, igualmente importante, uma constatação recente: as pessoas que trabalham com conhecimentos e
serviços aprendem mais quando ensinam. A melhor maneira de aumentar a produtividade de um grande vendedor
é faze-lo apresentar os segredos do meu sucesso” numa convenção de vendas. A melhor maneira de um
cirurgião melhorar seu desempenho é fazer uma palestra a esse respeito na associação médica. Fala-se muito
que, na era da informação, toda Empresa deve transformar-se numa instituição de aprendizado. “Ela também
deve se transformar em uma instituição de ensino”.
O processo educacional é essencial para o ser humano. “O homem é um ser perfectível, um ser de cultura e
dependente da educação para levar à plenificação a sua inteligência e a sua vontade a fim de vir a ser ele
mesmo.” (Niskier [25]) damos para aprender, para crescer, para nos informar, para questionar, para socializar-nos,
enfim para sermos um cidadão. Não basta que o ensino transmita apenas habilidades e conhecimentos já
alcançados, mas que eduque o indivíduo transformando-o num homem completo.
Portanto, podemos claramente perceber o papel da educação na sociedade em que vivemos, e para tanto é
necessário que todos os envolvidos, principalmente os educadores, avaliem o contexto em que atuam e procurem
desenvolver métodos e soluções para garantir a efetividade do ensino e do aprendizado.
2.2 - O que é ensinar?
“Educar todas as crianças não é tão importante
quanto despertar nelas o desejo de aprender.”
(John Lubbock, 1834-1913)
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Procuramos enfatizar um ambiente onde está em curso um processo de mudanças tão radicais e velozes que as
instituições de ensino, a exemplo do que vem ocorrendo em outras áreas, terão de redefinir seu papel e seus
objetivos. Nas observações de alguns futuristas, o grande objetivo da educação será capacitar os indivíduos a:
Assumir responsabilidades sobre o seu próprio futuro.
Adquirir conhecimento básico que viabilize suas necessidades de reaprender continuamente e com maior
rapidez.
Neste contexto a grande tarefa do educador e professor é desenvolver ações para garantir que o aprendizado
ocorra e que o aluno possa utilizar, de forma efetiva, os conhecimentos transferidos em sala de aula.
De acordo com Jeanette Voss, em seu livro Revolucionando a Aprendizagem (São Paulo: Makron, 19XX), o ser
humano aprende, em média, 10% pelo que lê; 15% pelo que ouve e 80% pelo que vivencia. Significa que temos
sistematicamente negligenciado o fator mais importante, que é a participação ativa do aluno no processo. Vivenciar
é mudar o foco de ensinar para aprender. Isto faz do aluno o grande responsável pelo que aprende,
transformando-o em exigente “consumidor de conhecimento”. Neste cenário, não haverá lugar para currículos
massificados, pois os educadores devem estar voltados para transmitir, na medida do possível, exatamente aquilo
que o aluno necessita.
Segundo Lima [19], “o professor não ensina, ajuda o aluno a aprender”. Reforçando esta afirmativa relembramos o
filme “A Sociedade dos Poetas Mortos” onde o Professor protagonizado por Robin Williams enfatiza que “Educar é
ensinar a pensar sozinho”.
Para tanto, vemos na EAD uma modalidade que enfatiza o texto acima, onde segundo Peters [29] _“numa visão
tradicional, sob ponto de vista didático, o processo de ensino e aprendizagem tem uma ligação mais ou menos
integrada de formas do aprendizado no estudo em sala de aula, pois consta de”:
Aprender por meio de leitura e material impresso.
Aprender por meio do estudo dirigido.
Aprender por meio do trabalho científico autônomo.
Aprender por meio da comunicação pessoal.
Aprender por meio de meios auditivos e audiovisuais.
Aprender por meio da participação em tradicionais ofertas de ensino acadêmico.”_
Durante o processo de ensino-aprendizagem existem fatores intervenientes que devem ser considerados para que o
resultado seja o mais efetivo possível. Esses fatores podem ser resumidos conforme abaixo:
Por parte do aluno. O seu desejo de aprender e o nível de conhecimentos que já possui; além disso, é
importante também considerarmos que a relação entre aluno x professor, e a atitude do aluno com relação ao
conteúdo que se deseja ensinar, são também pontos importantes;
Quanto ao assunto a ser ensinado. A estrutura do conteúdo que será transmitido, os requisitos para que a
aprendizagem se efetive (conceitos, associação, princípios, etc.), e a ordem de apresentação dos assuntos;
Por parte do Professor. Os componentes da situação, a forma como verbaliza o conteúdo durante a
transmissão, sua postura e entusiasmo com relação à disciplina, sua postura como exemplo a ser seguido e,
as informações que ele transmite ao aluno acerca de seu progresso no processo de aprendizagem.
Ao longo dos últimos anos a prática docente vem se reformulando com o propósito de se adequar às mudanças do
ambiente, e também obter melhores resultados no processo de ensino-aprendizagem com o uso de recursos e
métodos mais apropriados ao mundo em que vivemos e às posturas dos alunos que entram em nossas salas de
aula (presencial ou virtual).
Uma comparação entre a antiga x nova práxis docente pode ser resumidamente apresentada:
Antigo Novo
Aula Orientação
Transmitir Construir
Copiar Participar
Prova Elaboração própria
Verdade Aproximação
Nesse contexto podemos fazer uma representação esquemática da visão do processo de ensino-aprendizagem:
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2.3 - Educação a distância – contexto, limites e possibilidades.
Para tanto a educação a distância é uma poderosa ferramenta, dentro do ambiente educacional, com possibilidades
de atender a um número quase ilimitado de alunos, com uma metodologia mais efetiva do que as outras
modalidades e com a garantia de que os serviços ofertados não perderão qualidade independente da quantidade
crescente de alunos.
Desde a década de 60 a educação a distância vem sinalizando, que é uma nova modalidade de ensino nada
convencional, comparativamente aos outros modelos, tendo ainda um grande espaço a ocupar. Com uma grande
vantagem competitiva, o atendimento de um número excessivamente grande de alunos, com grande chance de ser
eficiente, eficaz e com qualidade garantida, atendendo plenamente aos anseios de universalização do ensino no
Brasil pelas instituições educacionais, com uma demanda cada vez maior e considerando também a condição sócio-
econômica do alunado, ficam impossibilitados fisicamente de atender a procura.
Dotar as instituições de uma modalidade como a educação à distância, é oferecer a demanda sempre crescente de
pessoas ávidas por conhecimento, de um instrumento de ensino e treinamento, ágil, célere e qualitativamente melhor
com a garantia de que o conhecimento gerado intensamente pela ciência e cultura humana tem um meio apropriado
a sua permanente atualização será propagada de forma rápida e fiel.
Segundo Keegan [16] (p.11), “a educação a distância não apareceu no vácuo da educação tradicional, ela tem
uma longa história de experimentações, sucessos e fracassos. Podemos considerar que as cartas de Platão e as
epístolas de São Paulo como um meio de informação e conhecimento, portanto de educação à distância, todavia
temos evidências mais recentes, pois a partir do século XVIII já temos sinais do seu uso, muito embora somente
no meado do século XIX, a utilização de educação por correspondência foi largamente utilizada”.
Se considerarmos que nos dias atuais a utilização de multimeios, como simuladores on-line em rede de
computadores, sistemas de dados em voz-imagem via satélite ou por cabos de fibra ótica, formas avançadas de
comunicação e que podem servir de interação entre o aluno e o centro produtor, podemos deduzir o grande
potencial que a educação a distância tem para transformar a história da educação no nosso país.
No inicio do século XX, o ensino por correspondência foi a melhor alternativa encontrada dentre as varias
experiências adotadas pelos educadores, e posteriormente com a introdução do rádio, o grande meio de
comunicação utilizado para a divulgação do ensino à distância, principalmente no meio rural, onde diversos projetos
foram desenvolvidos objetivando alcançar aluno do interior carente de conhecimento, o EAD foi consolidado como a
grande revolução do ensino no Brasil.
Os nossos grandes exemplos foram à fundação, em 1939, do Instituto Rádio-Monitor, e em 1941, o Instituto
Universal Brasileiro, que alavancaram de forma agressiva, vários projetos com algum sucesso. Entretanto, como
temos um traço cultural constante nesta área que é a descontinuidade dos projetos, notadamente no âmbito
governamental, os resultados foram se perdendo no tempo e consequentemente os projetos foram diminuindo ou
interrompidos definitivamente.
Um belo exemplo do uso do EAD foi à utilização do código Morse, método desenvolvido por F. Keller em 1943,
destaque entre os vários métodos utilizados para uma capacitação rápida dos recrutas norte-americanos durante a
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II Guerra Mundial na recepção de mensagens, que mesmo após o seu termino teve uma ampla e universal utilização,
principalmente para a integração social dos atingidos pelos efeitos da guerra na sua nova capacidade laboral, vez
que a migração do campo para a reconstrução dos grandes centros pela população exigia uma rápida forma de
transmissão de informações.
No Brasil as “escolas radiofônicas”, desenvolvidas a partir do MEB - Movimento de Educação de Base, programa
voltado para alfabetização e acompanhamento dos primeiros passos dos milhares de jovens e adultos, notadamente
no Norte e Nordeste do País, foi sem dúvida o grande destaque entre os projetos voltados para a EAD.
Mas, a repressão política que foi imposta a partir do golpe militar de 1964, fez com que o projeto fosse
abandonado, esvaindo-se assim todos os esforços e ideais de educação de massa.
Mas, uma ferramenta com tantas vantagens não poderia arrefecer no seu crescimento, assim é que a partir dos
meados dos anos 60, a EAD deu um grande salto no campo da educação secundaria e superior, começando pela
Europa, na França e Inglaterra, tendo posteriormente alcançado os demais continentes.
Somando-se a estas podemos acrescentar a Universidade Nacional Aberta, da Venezuela; Universidade Nacional de
Educação a Distância, da Espanha; o Sistema de Educação a Distância, da Colômbia; a Universidade de Athabasca,
no Canadá; a Universidade para Todos os Homens e as 28 Universidades locais de televisão da China Popular, entre
muitas outras.
Atualmente milhões de estudantes são atendidos, em mais de 80 paises nos cincos continentes, nos diversos níveis
de ensino, seja pelo sistema formal ou não-formal, consolidando a EAD como um grande instrumento de formação.
Os próprios professores são treinados e aperfeiçoados através da EAD, como é o caso do México, Tanzânia,
Nigéria, Angola e Moçambique. Vários cursos, não formais de ensino, para adultos, nas áreas de saúde, agricultura
e previdência social, são oferecidos tanto pela iniciativa privada como pelos Governos. O numero de empresas e
instituições desenvolvendo cursos e treinamentos voltados para o desenvolvimento dos seus recursos humanos,
através da EAD é cada vez maior.
Na Europa o treinamento de pessoal, principalmente na área financeira, é investido de forma cada vez mais
vigorosa, por se acreditar que seja a melhor forma de obter maior produtividade e uma grande redução de custos
(Nunes, 1992 a). Nos Estados Unidos, quando em 1993 assumiu novo governo, os investimentos em formação e
treinamento de pessoal foram a grande arma utilizada para melhorar o desempenho de um modo geral e a EAD foi o
grande canal que contribuiu para o sucesso do programa desenvolvido na época.
A experiência brasileira: governamental, não-governamental ou privada, nas últimas décadas tem tido o envolvimento
de um bom número de técnicos, grandes recursos financeiros, contudo os resultados ainda não espelham o grande
esforço feito para consolidar a EAD no cenário nacional.
No Brasil algumas empresas são destaques no tema; tal como a Petrobrás, que no período entre 1998 a 2001
formou, via Internet, no curso de escolarização básica 4.500 colaboradores. A Empresa possui 40 salas de
videoconferência espalhadas pelo país, sendo uma delas no meio da selva Amazônica, às margens do rio Urucu, a
600 km de Manaus.
Alguns fatores têm contribuído decisivamente para que a não aceitação aconteça, tais como: descontinuidade dos
projetos, a ausência de memória administrativa pública brasileira e receio em se adotar procedimentos mais
rigorosos e científicos de avaliação de programas e projetos.
Dentro deste contexto podem-se estabelecer alguns fatores que limitam e dificultam a atuação da EAD como
ferramenta da educação:
População Dispersa. Considerando algumas razões como posição geográfica, condições de emprego,
incapacidade física, etc., os alunos, notadamente os adultos, tem de um lado necessidade de continuar com
seus estudos, procurando aperfeiçoar-se, ou outros motivos; por outro lado estas características dificultam
bastante o aprendizado e a comunicação do aluno do EAD com seus professores;
População Adulta. Na sua grande maioria os alunos do EAD já estão na fase adulta, apresentando
peculiaridades, todavia o programa educativo deve prever que também se terão alunos crianças e jovens, o
que exige um material completo que atenda a todos de uma forma equacionada;
Material Único. Todos os alunos recebem o mesmo programa e material, independente da idade, do
conhecimento intelectual, região geográfica, etc., talvez seja este um grande diferencial se compararmos com
a educação presencial. Como o aluno conta com pouco apoio externo, na EAD ele passa a ser o centro de
todo o processo de ensino;
Cursos pré-produzidos. Como a produção dos cursos é centralizada, uma grande limitação é a
possibilidade de alguma mudança ao longo da sua execução, pois aos alunos são fornecidos materiais
impressos, combinando com suplementos de periódicos e revistas, livros adicionais, rádio, televisão, filmes,
multimídia, etc., todavia de um modo geral sem sofrer alterações que possam adequar-se a este ou aquele
aluno, como eventualmente acontece na educação presencial;
Comunicação Massiva. Na medida em que os programas na EAD objetivam alcançar um grande número de
alunos, nos lugares mais remotos do país, algumas dificuldades são imperiosas, como por exemplo, a
linguagem a ser utilizada, pois como sabemos a cada região agregada ao curso, novos sotaques e gírias,
termos específicos do lugar, desconhecimento de outros termos apresentados nos materiais, vão aparecendo
e como o programa é formatado de maneira definitiva para aquele curso os alunos têm uma grande
dificuldade de entendimento e adaptação;
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Estudo Individualizado. Muito embora nada impeça que o aluno procure ajuda de outros alunos, na prática o
que acontece na EAD é o aluno desenvolver seu curso de forma isolada sem a integração grupal às vezes
necessária, para a troca de conhecimentos e experiências, para melhor desenvolver um determinado tema.
Outro aspecto que dificulta o aluno é a adaptação ao método EAD, uma vez que na sua grande maioria, estão
habituados ao encontro presencial e quando se vêem sozinhos diante do grande desafio que é estudar de forma
autônoma, se sentem inseguros e sem muita certeza que terão capacidade para concluir os estudos.
Custos. Como acontecem em qualquer outra atividade, o investimento para a estruturação de um projeto é
elevado e necessita que atinja um número muito grande de uma população estudantil, para justificar sua
realização.
Independente destes aspectos, cada vez mais os profissionais têm necessidade de se tornarem alunos vitalícios, e
de se manterem permanentemente qualificados, para atenderem às exigências crescentes do mercado de trabalho.
Assim, o processo de educação continuada é imprescindível e, aliado às dificuldades de encontrar tempo para
concretizar sua educação formal, abre grandes perspectivas para projetos de educação à distância no Brasil.
A EAD além de apresentar suas características próprias, nos leva a refletir sobre aspectos básicos relativos às
suas possibilidades e limitações, a saber:
A EAD não surgiu para substituir a educação tradicional, mas sim complementar.
A ênfase da EAD não é mais no professor, e sim, cada vez mais, no aluno.
O foco não é mais no ensinar, e sim no aprender a aprender.
A EAD traz consigo a necessidade de mudança no paradigma tradicional, seja no aspecto do ensino, da
absorção do conhecimento, da relação professor – aluno, e principalmente nas questões ligadas à avaliação.
Nenhuma metodologia de EAD funciona sem interatividade, e para tanto há necessidade de haver escala, pois
do contrário o projeto não tem como se viabilizar economicamente.
2.4 - A interface aluno - professor
“Ninguém começa a ser educador numa certa
Terça-feira às quatro horas da tarde. Ninguém
nasce educador ou é marcado para ser educador.
A gente se faz educador, a gente se forma como educador permanente,
na prática e na reflexão sobre a prática”. (Freire, 1986)
Na EAD a relação no processo de docente tem tríplices aspectos: professor, educador e tutor. O professor se
projeta quando colabora com o estudante para acordar a crítica e a criatividade, quando são colocadas no plano de
julgamento e aproveitamento do já vivenciado.
O educador assume seu papel, quando o foco principal são os valores que induzem à autonomia. Desta visão, os
dois papéis se concretizam no processo docente. Em outras palavras, tratando-se de construção do saber, a
docência é marcada pelo trabalho de estruturar os componentes de estudo, orientar, estimular e provocar o
participante a construir o seu próprio saber, partindo do princípio de que não há resposta feita, a cada um compete
“criar” um pronunciamento pessoal.
Na docência há uma dimensão de busca que perpassa a aprendizagem e caracteriza-se como uma presença. A
presença é representada como um campo em que podem conviver o passado e o futuro, subsidiando projeções a
serem vividas autonomamente.
A docência caracteriza-se por seu caráter solidário e interativo, possibilitando o relacionamento da pessoa como um
ser existente e vivenciado como eu, tu, nós e outros, do que decorre em conjunto de dificuldades, inclusive para
colocar-se “entre” outros, como uma presença que se põe intencionalmente.
O professor, e, principalmente o tutor, é sempre alguém que possui duas características essenciais: domínio do
conteúdo técnico-científico e, ao mesmo tempo, habilidade para estimular a busca de resposta pelo participante. Ele
é uma figura singular em todas as instituições de ensino a distância, pois é um conselheiro, um orientador, um
assessor, etc., que auxilia os alunos no processo de ensino-aprendizagem, com o fito de reduzir ou eliminar as
distâncias que definem os estudos por esta modalidade.
A orientação educativa no processo considera como relevante às necessidades dos participantes e o contexto
educativo do mesmo. Daí, o conceito de professor vai alargando-se e mesclando-se com os conceitos de professor
e educador – TUTOR!
A tutoria é exercida em momentos diferenciados, podendo ocorrer diretamente ou à distância. Destaca-se que em
qualquer dos dois momentos – diretamente ou à distância – o contato com o aluno não consiste em um “jogo” de
perguntas e respostas, consiste em discutir e indicar bibliografia que amplia o raio de visão do educando, para que
seja possível desenvolver respostas críticas e criativas, consideradas como momentos para ampliação básica do
“saber”, voltadas para oportunizar a análise de possibilidades de aplicação prática do saber conquistado.
No processo de orientação à distância o atendimento realiza-se a partir da necessidade do aluno, que busca
situar-se no contexto da aprendizagem. Neste caso, recursos tecnológicos são os intermediários do diálogo do tutor
com o participante. O tutor deve contribuir com informações adequadas para o processo de construção do
conhecimento do aluno.
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Evidentemente, o professor deve ter domínio do conhecimento em processo, além da habilidade de problematizar e
indicar fontes de consulta. Pode-se dizer que o professor é um especialista, tanto no que concerne ao conteúdo do
trabalhado na Unidade, como nos procedimentos a adotar para estimular a construção de respostas pessoais.
É essencial que o tutor esteja plenamente consciente do seu papel. Não basta dominar o conteúdo trabalhado. É
primordial saber para que e o que significa o proposto.
2.5 - Como avaliar a aprendizagem
Acreditamos que ao longo do tempo em que se discute educação e aprendizagem, a questão da forma de realizar a
avaliação daquilo que o aluno aprendeu, sempre foi uma questão polêmica e trouxe à tona questionamentos e
contradições.
Segundo Bordenave & Pereira [4], “os professores concordam em afirmar que a avaliação é uma área de enorme
falta de preparação, mesmo reconhecendo sua decisiva importância. Segundo eles, o problema mais geral da
avaliação é a ausência de um conceito integral do aluno, já que as provas medem somente certos aspectos do
mesmo, podendo ser injustas ao negligenciar aspectos importantes”.
Na EAD, tradicionalmente a avaliação é realizada de forma presencial, em caráter individual, onde o aluno faz sua
preparação prévia acerca de um conjunto de assuntos apresentados pelo professor, e em data e hora marcada são
formuladas questões abrangendo os assuntos estudados.
Nossa experiência mostra que nestas ocasiões a grande maioria do alunado concentra seu esforço de estudo no
período pré-realização das avaliações, e também é grande o percentual de alunos que literalmente decoram
conceitos e abordagens para “vomitar” durante a realização da avaliação.
Entendemos que esta abordagem relega a avaliação da aprendizagem do assunto exposto, a análise critica, o
raciocínio sistêmico, a interface entre assuntos, etc.; como uma forma de motivação. E, o pior de tudo é que, com
grande incidência, num espaço de tempo muito curto o aluno esquece tudo aquilo que decorou.
Segundo Picanço [31], “Cipriano Luckesi chama a atenção para o equívoco implícito na consideração de que esse
tipo de prática seja considerada como avaliação. De fato, ela reduz a reflexão sobre as ações dos sujeitos aos
limites de uma verificação, na qual se opera um recorte no processo de ensino-aprendizagem que considera a
manifestação de conteúdos que foram memorizados pelos alunos. No momento ritual da avaliação, a expressão do
que foi assimilado é condicionada a uma forma de registro unificada. É comum a sala de aula passar por alterações,
tanto no seu espaço físico quanto na dinâmica das relações entre professores / alunos e conhecimento no temido
dia da prova”.
Ao pensarmos em avaliação temos a obrigação de focar em algumas questões chaves:
O que queremos medir quando aplicamos uma prova?
Como elaborar as questões que integrarão a avaliação?
Quais são os nossos objetivos?
Que critérios utilizaremos ao efetuarmos a correção da produção do aluno?
Qual a relação existente entre objetivos, métodos e avaliação?
A avaliação será aplicada somente em relação ao conteúdo da disciplina, ou outros aspectos relacionados a
comportamento, interesse, etc., também serão considerados?
Como o professor avaliará e conduzirá este momento?
Segundo Bordenave & Pereira [4], “na área da educação, medir significa determinar, através de instrumentos
adequados, aspectos quantitativos e qualitativos do comportamento humano. Esses aspectos são variáveis da
personalidade, tais como traços de caráter, de temperamento, capacidade de ajustamento, interesses, atitudes; ou
aspectos relacionados diretamente com a aprendizagem sistemática: medida de aptidões, indicadores daquilo que o
indivíduo já aprendeu ou está aprendendo”.
Concluímos que, qualquer que seja o foco, o assunto é bastante complexo e requer uma reflexão profunda para nos
permitir adotar a metodologia que garanta a obtenção de melhores resultados e o ajuste dos pontos necessários
para aumentar a aprendizagem dos alunos.
Há três pontos considerados importantes e, até mesmo comuns, nos vários aspectos relativos à avaliação:
1. Deve ser estruturada considerando as características do grupo a que se destina; ou seja, não há uma fórmula
pronta para toda e qualquer ocasião;
2. Deve ser cada vez mais encarada como um momento único, onde professor e aluno, respectivamente
identificam deficiências no ensino e no processo de incorporação de conhecimentos, e procuram fazer os
ajustes necessários para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem;
3. Deve haver uma cultura consolidada que coloca um peso demasiadamente grande na nota que o aluno
precisa tirar, e termina por menosprezar o significado em si da avaliação, tanto é que, em muitos lugares, a
avaliação continua sendo conhecida como “prova”.
Considerando o mutante contexto educacional, reestruturado para atender às novas demandas e, também,
reorientado para ser compatível com um ser humano consciente da sua necessidade de educação continuada e, de
seu estado permanente de ser inacabado que está sempre em busca de um complemento para melhorar sua visão
de mundo, entendemos que há necessidade de uma reavaliação do processo de avaliação, e isto pode ser feito
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considerando os parâmetros discriminados na tabela abaixo:
Dimensões da avaliação
DE PARA
Aprender Aprender a aprender
Freqüência Participação
Prova Pesquisa
Reprodução Construção própria
2.6 - Avaliar na educação a distância.
O sistema de ensino aprendizagem tradicional prioriza a transmissão de informações e imagens mediante definições
que devem ser memorizadas progressivamente, considerando o aluno como receptador passivo.
Porém esta perspectiva, ainda existe na EAD, que muitas vezes, considera a avaliação como um momento
determinado, separado do processo de aprendizagem. A avaliação realiza-se a partir de instrumentos de
mensuração do conhecimento adquirido em determinados períodos. Muitas vezes é estabelecida uma data para
aplicação do instrumento de avaliação, tais como prova, trabalho, seminário, cujos resultados são julgados pelo
professor, que estabelece os critérios de julgamento. Na maioria das vezes esses critérios não são conhecidos
pelos alunos, tornando-os subjetivos no entendimento dos estudantes, o que pode levar à desconfiança em relação à
avaliação e provocar conflitos entre professor e aluno. Este modelo possibilita o aparecimento de desconfianças
quanto às preferências e simpatias pessoais dificultando, ainda mais, o relacionamento e o processo de ensino
aprendizagem.
Ainda perdura o processo baseado em conceitos tradicionais que privilegiam a relação de autoridade e dependência
e objetivam o controle sobre os alunos, distanciando o professor e conferindo-lhe autoridade absoluta para julgar.
Neste caso são esquecidos fatores importantes que podem influir negativamente a avaliação, tais como a
inadequação do momento, tempo e local para sua realização.
Devemos lembrar que a avaliação é um processo natural e contínuo, onde o ser humano está constantemente sendo
avaliado e avaliando. Na EAD, principalmente por questões de distância, o professor deve perceber que a avaliação
independe de utilizar ou não técnicas formais, quando distribui tarefas, define as normas para sua execução,
estabelece o assunto a ser pesquisado, aprova ou não o trabalho. Deve perceber que a avaliação é um processo
contínuo, Cumulativo e compreensivo, decorrente do ensino-aprendizagem e que procura verificar as mudanças no
comportamento, no sentido de valorizar e motivar o desenvolvimento de habilidades e atitudes.
O professor não deve somente comparar resultados obtidos com aqueles esperados. Para promover um efetivo
aprendizado, o aluno deve identificar suas deficiências de aprendizagem e as causas dessas deficiências. Para que
possa realizar essa verificação é necessário estabelecer primeiramente, objetivos claros a serem alcançados dentro
do aprendizado referente ao conteúdo de determinada disciplina e acima de tudo estar motivado.
No início de um Curso na modalidade de EAD já deve estar concebida as formas avaliativas no Guia do aluno, com o
intuito de tornar melhores o objetivo a ser atingido. Além dos objetivos é preciso estabelecer o limite do conteúdo
disciplina que vai ser avaliado, quais os padrões mínimos de desempenho esperados e que formas de medidas
serão utilizadas. Pois a avaliação é parte do processo de ensino-aprendizagem, e possibilita o acompanhamento dos
alunos em diferentes momentos, evidenciando os avanços necessários para que eles prossigam no seu processo de
crescimento.
A avaliação é um tema de fundamental importância na EAD, destaca-se como um recurso de medidas de objetivos
do ensino, de métodos, de conteúdos, de currículos, de programas e das próprias habilidades do professor.
Todos os indivíduos buscam seu auto desenvolvimento, procuram atingir seus objetivos e vencer obstáculos e
desafios. Porém a forma como atuam tentando atingir suas metas é diferente.
Os indivíduos têm comportamentos e objetivos diferentes, por isso devem ser tratados de formas das mais
diferentes possíveis. Os professores devem dar atenção às diferenças individuais, pois por este ângulo há uma
grande possibilidade de fazer com que os alunos produzam com maior satisfação, elevando o nível de
aprendizagem.
Quando o professor utiliza técnicas abertas para avaliar o crescimento no processo de aprendizagem do aluno, ele
pode obter dados que demonstrem as dificuldades ou o avanço que cada um atingiu. Tais evidências criam
referências para identificar qual a melhor maneira de desenvolver a potencialidade do estudante, satisfazendo
também suas necessidades de estima e auto-realização “pela valorização dos esforços pessoais, pela abertura de
espaços para a criatividade individual (...)” (Pontes [32]).
O aluno deve ser motivado a satisfazer sua necessidade de auto-realização aprendendo que concorrência pode
significar a superação de suas próprias dificuldades, não valorizando excessivamente os resultados obtidos pelos
outros. Cabe ao professor oferecer condições aos alunos de satisfazê-las. Nesse caso, o docente deve considerar
como verdadeira motivação, aquelas necessidades que são internas, intrínsecas ao indivíduo como a sua própria
constatação de crescimento, o reconhecimento pelos seus esforços, à possibilidade de empreender algo novo. As
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necessidades extrínsecas, mais perceptíveis, são aquelas que promovem a satisfação a partir de fatores externos à
própria pessoa, como a nota atribuída pelo professor ou as condições ambientais para realizar trabalhos. Esse tipo
de satisfação é importante, porem só estimula as pessoas, levando-as a agir, mas necessitam de incentivos
constantes. Assim, o aluno poderá deixar de motivar-se a partir do aprendizado em si, que é o fator responsável
pelo seu auto desenvolvimento e que permite a satisfação de suas necessidades internas de auto-estima e
auto-realização. Conforme dados levantados em pesquisas verificamos que alguns fatores motivacionais dos alunos
da EAD são considerados muito importantes:
Fatores Motivacionais Ocorrências - %
Atualização profissional 30
Aprimoramento e realização profissional 15
Base teórica para aplicar na profissão 15
Desafio Pessoal 10
Necessidade de Titulação 10
Possibilidade de troca de experiências 10
Interesse em ingressar em uma instituição de ensino 10
Fonte: adaptado do relatório de Perfil Geral dos Alunos a Distância do LED-UFSC, 2000.
É essa forma de satisfação que leva o aluno a envolver-se com o processo de aprendizagem motivando-se a partir
de suas próprias carências intrínsecas. Evidencia-se, então, para o aluno que o significado do processo de
avaliação é o seu desenvolvimento pessoal e não apenas a nota obtida em momentos determinados.
O feedback é uma ferramenta disponível para que o aluno tome conhecimento dos resultados alcançados durante o
processo de ensino-aprendizagem, pois analisando os resultados é possível corrigir falhas, reformular o
planejamento proposto e evidenciar os acertos e resultados positivos, elevando a auto-estima. Permite ao indivíduo
a avaliação de seu comportamento e as correções necessárias para alcançar o objetivo final.
Para tanto o feedback deve ser contínuo, reforçando os acertos, elevando a auto-estima, e identificando as falhas,
possibilitando com isso uma revisão e uma atualização eficiente por parte do professor ou do tutor. A avaliação
contínua e cumulativa é parte do processo de aprendizagem em EAD, e não somente um momento determinado,
desvinculado do processo.
Dessa forma, as fontes de satisfação e recompensa ocorrem a partir do próprio aprendizado, desencadeando a
motivação interna que surge e se mantém, principalmente, quando os alunos sabem o que se espera deles e como
será orientado e avaliado pelo professor. Quando o estudante conhece o objetivo e o conteúdo da disciplina e os
padrões de desempenho mínimos que são exigidos, tende a se comprometer buscando realizar um bom trabalho, e
sentindo a satisfação de ser bem sucedido.
O professor deve estar sempre atento aos progressos dos alunos procurando orientá-los, e incentiva-los para o
desenvolvimento de suas potencialidades, levando-os a atingir os objetivos propostos. O professor deve assumir
uma postura de motivador do processo, promovendo a aprendizagem progressiva e efetiva do conteúdo abordado.
O professor deve demonstrar confiança na capacidade dos alunos, elogiar os progressos obtidos antes de apontar
as deficiências, que devem ser analisadas conjuntamente, indicando sua disposição de auxiliar o aluno na busca por
resultados positivos. Deve enfatizar a importância do crescimento na aprendizagem e a satisfação do bom trabalho.
O professor deve ser um bom ouvinte e comunicador, pois através da participação de um diálogo construtivo,
possibilita a realização da aprendizagem de forma mais adequada e satisfatória.
De acordo com Bergamini [2] “caso se esteja verdadeiramente interessado em promover o desenvolvimento do ser
humano (...), devemos cultivar, além da técnica, a atenção e o afeto pelas pessoas.”. A partir dessa premissa o
professor pode esperar desenvolver sentimentos de segurança e confiança nos alunos, elevando sua auto-estima,
fazendo com que se sintam parte integrante e importante do grupo do qual fazem parte e evidenciando a
possibilidade verdadeira de desenvolver suas habilidades e potencialidades.
2.7 - Conclusão
Concluindo, verificamos que a forma de avaliar o aprendizado na EAD não pode ser instrumento inibidor das
manifestações de criatividade individual que levam ao maior desenvolvimento do potencial do aluno, principalmente
porque este aluno é um ser adulto, crítico e instigador. O mundo contemporâneo atual tem por exigência um
profissional inovador e criativo. Os avanços tecnológicos exigem profissionais com qualificação crescente,
necessitando de aperfeiçoamento contínuo.
A partir desta premissa evidencia-se que, a tecnologia atual, embora importante, subordina-se ao manejo do
homem, que deve estar em constante atualização. Para tanto deve desenvolver espírito empreendedor, dinâmico,
criativo, flexível e decidido. _“Essas características do profissional moderno deslocam a ênfase da especialização
para a visão mais integradora do seu trabalho, seja com o ambiente interno, seja com o contexto externo; dão mais
importância à criatividade e a inovação do que a larga experiência repetitiva; substituem a segurança do
conhecimento já testado pela audácia em enfrentar desafios e correr riscos (...)”_(Lucena [20]).
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Isto significa que está sendo valorizada crescentemente a capacidade de aprender e criar, para abrir e conquistar
novos espaços. Dessa forma torna-se cada vez mais importante o desempenho humano, tendo em vista que o aluno
deve ser considerado pela sua capacidade de realizar as tarefas e responsabilidades que lhe foram atribuídas
apresentando resultados satisfatórios. Assim o aprendizado do aluno deve ser verificado em relação aos resultados
que lhe apresenta e a sua capacidade de criar e aprimorar-se sempre, de acordo com os parâmetros
estabelecidos. A verificação desse aprendizado refletirá a capacidade do aluno de utilizar de forma eficiente seu
talento e os recursos de que dispõe par atingir as metas propostas. Porém para que tudo isto aconteça é
necessário que o aluno seja motivado constantemente, ou seja, em todas as fases avaliativas do processo ensino-
aprendizagem. Ele deve se sentir partícipe do processo com uma grande responsabilidade.
Sob esta ótica temos o professor como verificador do desempenho, acompanhando o processo de aprendizagem e
não apenas avaliando periodicamente o conhecimento obtido. Esta postura leva-o a buscar o desenvolvimento da
capacidade do aluno para enfrentar desafios, aperfeiçoar talentos, superar dificuldades, participando e se
comprometendo com o aprendizado, não somente das técnicas e habilidades, mas da forma de utilizá-las.
Para tanto, a avaliação deixa de ser apenas um instrumento técnico gerador do medo, insegurança e frustração.
Passa a ser visto como um processo natural e necessário para direcionar o aprendizado, desenvolvendo a
realização pessoal e valorizando o potencial de cada indivíduo, motivando para a busca constante e contínua do
aprender a aprender.
Além disso, é necessário que o aluno desenvolva na prática suas habilidades para planejar, organizar, dirigir e
controlar sua práxis acadêmica. Dessa forma a avaliação passa a ser considerada instrumento útil para todos os
envolvidos.
A implementação dessa mudança radical de visão na forma de avaliar o aprendizado apóia-se na busca constante
de maior investimento em educação a fim de despertar valores comprometidos com a responsabilidade, a
criatividade e a inovação. Procura ainda desenvolver a capacidade de aprender mais e mais, aperfeiçoar
continuamente suas habilidades, procurando a realização pessoal mediante a satisfação no próprio trabalho. Esses
requisitos são fundamentais para o profissional de hoje, e devem ser desenvolvidos, também, no interior de nossas
escolas.
3 - Avaliação diagnóstica
Marcelo Akira Inuzuka
3.1 - Os três tipos de avaliação
Para poder falar sobre avaliação, é importante saber classificá-las. Bloom et. all [3] classifica as avaliações em três
tipos.
3.1.1 - Avaliação Diagnóstica
Geralmente é realizada inicialmente pelo educador para diagnosticar os pontos fracos e fortes do aluno na área de
conhecimento em que se desenvolverá o processo de ensino-aprendizagem. O processo de ensino é um processo
de construção de conhecimento e diagnosticar no início é como verificar se 'a fundação da casa está boa para se
iniciar a construção', ou seja, se o aluno domina todos os pré-requisitos. Por exemplo, antes de ensinar as
operações de multiplicação, é interessante saber se aluno domina bem o processo de soma. Assim, o resultado da
avaliação diagnóstica pode apontar uma necessidade de revisão de um assunto que servirá de base para os
seguintes, que poderá ser trabalhada individualmente ou coletivamente.
3.1.2 - Avaliação Formativa
A avaliação formativa é geralmente realizada durante todo o processo de ensino-aprendizagem. É melhor
aproveitada quando o resultado (feedback) é rapidamente fornecido para os alunos, permitindo que possam corrigir
eventuais erros de interpretação do conteúdo ensinado. É um termômetro para o professor e o aluno saberem como
o aprendizado está sendo desenvolvido, bem ou mal, permitindo que o aluno se recupere agilmente.
3.1.3 - Avaliação Somativa
Geralmente é realizada no final de um curso e é conhecida como 'prova', ou seja, serve para classificar se o aluno
'passou' ou não. Pela obrigatoriedade dos professores fornecerem 'notas', é a que é mais aplicada no ensino
tradicional.
3.2 - Função da avaliação diagnóstica
A avaliação diagnóstica possui uma importância elevada no processo de ensino-aprendizagem. Luckesi [21]
argumenta que a avaliação deve ser diagnóstica, voltada para autocompreensão e participatipação do aluno.
Luckesi defende que a avaliação deva ser um instrumento auxiliar de aprendizagem (mais diagnóstica) e não para
aprovação/reprovação de alunos (menos somativa): "...que (a avaliação) ela seja um instrumento auxiliar da
aprendizagem e não um instrumento de aprovação ou reprovação dos alunos... Este é o princípio básico e
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fundamental para que ela venha a ser diagnóstica. Assim como é constitutivo do diagnóstico médico estar
preocupado com a melhoria de saúde do cliente, também é constitutivo da avaliação da aprendizagem estar
atentamente preocupada com o crescimento do educando. Caso contrário, nunca será diagnóstica"
Outro aspecto interessante é sobre a idéia de Luckesi da função da avaliação, como instrumento de
autocompreensão do professor, aluno e sistema de ensino, permitindo descobrir os desvios:
"No que se refere à proposição da avaliação e suas funções, há que se pensar na avaliação como um instrumento
de diagnóstico para o avanço e, para tanto, ele terá as funções de autocompreensão do sistema de ensino, de
autocompreensão do professor e autocompreensão do aluno... O professor, na medida em que está atento ao
andamento dos seus alunos, poderá, através da avaliação da aprendizagem, verificar o quanto o seu trabalho está
sendo eficiente, e que desvios está tendo. O aluno, por sua vez, poderá estar permanentemente descobrindo em
que nível de aprendizagem se encontra, dentro de sua atividade escolar, adquirindo consciência do seu limite e das
necessidades de avanço."
Luckesi também acrescenta que para a avaliação funcionar como ferramenta de autocompreensão, deve ter um
caráter participativo:
"Para que a avaliação funcione para os alunos como um meio de autocompreensão, importa que tenha, também, o
caráter de uma avaliação participativa. Por participativo, aqui, não estamos entendendo o espontaneísmo de certas
condutas auto-avaliativas, mas sim a conduta segundo a qual o professor, a partir dos instrumentos adequados de
avaliação, discute com os alunos o estado de aprendizagem que atingiram."
Concluindo, Luckesi defende que a avaliação diagnóstica possui elevado valor didático, uma vez que permite uma
correção de rumos do sistema de ensino, do professor e do aluno, durante o processo de ensino-aprendizagem por
meio da autocompreensão, e que para que esta ocorra, deve ser participativa, através de diálogo adequado com os
alunos.
3.3 - Por que tanta ênfase nas avaliações somativas?
Apesar de Luckesi defender de forma convincente a avaliação diagnóstica, na prática vemos uma tendência elevada
pela utilização de avaliações somativas, em detrimento das avaliações diagnósticas e formativas. A percepção de tal
tendência é nítida no predomínio do "modelo vestibular" amplamente utilizado no Brasil e o "modelo prova" na
maioria de escolas que seguem um modelo tradicional de ensino. Mas qual seriam os motivos para esta
preferência?
O produto esperado da avaliação diagnóstica é a detecção de problemas, procurando indentificar causas e apontar
soluções. Este processo deve ser realizado antes e durante todo o processo de ensino-aprendizagem, não no final,
onde já não há mais tempo hábil para que se apliquem as devidas correções. Logo percebe-se que a avaliação
diagnóstica ou formativa gera um esforço maior do professor; este precisa conhecer a deficiência específica de
cada aluno, de forma individualizada, autocompreensiva e participativa. E assim, quando não há preocupação real
com o desenvolvimento do aluno, o professor opta por priorizar a aplicação de avaliações somativas. Para agravar o
problema, alguns professores 'jogam a sujeira para baixo do tapete', afrouxando as exigências da avaliação para
que 'notas baixas' não reflitam a realidade.
É então necessário reavaliar o processo de avaliação, aplicando avaliações diagnósticas em momentos
estratégicos, e a partir da detecção de 'doenças' aplicar o 'remédio', mesmo que amargo. Somente assim é que
podemos saudavelmente desenvolver um bom nível de educação.
3.4 Aplicando avaliações diagnósticas
Como foi dito aplicação de avaliações diagnósticas pode ser tanto no início ou durante um curso e tem várias formas
de aplicação. Vamos apresentar alguns casos para que tornemos sua utilização mais clara.
Segundo Tarouco [44], a Avaliação Diagnóstica pode ser utilizada para realizar encaminhamentos ou reforço escolar
para que o aluno resolva seus problemas juntamente com especialistas como psicólogos, orientadores educacionais,
entre outros:
"...ocorre em dois momentos diferentes: antes e durante o processo de instrução; no primeiro momento, tem por
funções: verificar se o aluno possui determinadas habilidades básicas, determinar que objetivos de um curso já
foram dominados pelo aluno, agrupar alunos conforme suas características, encaminhar alunos a estratégias e
programas alternativos de ensino; no segundo momento, buscar a identificação das causas não pedagógicas dos
repetidos fracassos de aprendizagem, promovendo, inclusive quando necessário, o encaminhamento do aluno a
outros especialistas (psicólogos, orientadores educacionais, entre outros)."
Por outro lado, Swearingen [43], explica que a avaliação diagnóstica é utilizada para determinar a necessidade de
reestudo:
"Na prática, o propósito da avaliação diagnóstica é para medir, antes do processo de ensino, cada deficiência,
competência, fraqueza, conhecimentos e habilidades. Possuindo tais dados, isto permitirá que o professor oriente
seus alunos e ajustem o curriculum para suprir cada necessidade individual... Por exempl, o Departamento de
Matemática de Heritage College aplica um teste diagnóstico a todos seus estudantes de matemática... durante a
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primeira semana de cada semestre...Baseado nos resultados, a deficiência de cada estudante é determinada, e
cada estudante é subsequentemente obrigado a participar um programa tutor baseado em computador que é
confeccionado conforme suas dificuldades."
Outros autores [1] consideram que uma avaliação que a própria discussão de uma correção de prova classificatório
pode ser diagnóstica, que com certeza pode ser um elemento de autocompreensão do seu nível de aprendizado, de
forma participativa:
"...Assim, no momento em que o professor elaborar provas cujas questões forem formuladas a partir de objetivos
definidos, aplicando-as em situações novas e, após a correção, sejam elas discutidas com os alunos para
solucionar seus problemas de aprendizagem, a prova classificatória, transforma-se numa avaliação diagnóstica...
Ora, quaisquer formas de avaliações, sejam provas, trabalhos em grupo, pesquisas, participação do aluno nas
atividades rotineiras de sala de aula, ao serem avaliadas, deverão, sempre, constituir-se em novo momento de
descoberta e possibilidade de novas aprendizagens, ou seja, algo dinâmico e não estático..."
Portanto, quando a avaliação diagnóstica é aplicada no início de um curso, esta tem a função de detectar problemas
e deficiências, permitindo encaminhá-lo para outro curso de reforço para fins de resolver problemas de aprendizado
ou até para outros especialistas de outras áreas, como psicólogos ou médicos. Quando a mesma é aplicada
durante o curso, pode ser utilizada participativamente para autocompreensão, por exemplo, em correções de
'provas' juntamente com alunos.
3.5 - Avaliações diagnósticas para EaD: ATTLS e COLLES
Em EaD, um dos problemas mais comuns encontrados é a evasão, não somente do curso, mas também em
atividades. Cabe ao professor conhecer e acompanhar seus alunos, por meio de avaliações diagnósticas que
permitam direcionar ações que minimizem os problemas enfrentados pela modalidade à distância. Neste sentido,
estudaremos 2 tipos de avaliação diagnósticas voltados para o ambiente EaD: ATTLS e COLLES. Os três foram
originalmente criados para funcionar internamente no ambiente Moodle [6], porém os pelo menos os dois últimos
podem ser aplicados independentemente [5].
Conforme Inuzuka et all [14], o moodle possui uma concepção sócio-constrututivista, e suas atividades são voltadas
para a cooperação entre pares. Segundo Vygotsky, a inteligência humana origina-se de em nossa sociedade ou
cultura, e o ganho individual cognitivo ocorre primeiramente através de processos de aprendizagem inter-pessoais
(interação com o ambiente social) do que intra-pessoal (internalização). Neste sentido Filho [8], explica melhor o que
vem a ser construtivismo social ou sócio-construtivismo, aplicado no Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle:
"...O Construtivismo Social tem como fundamento teórico a visão da aprendizagem como processo dinâmico. A
aprendizagem é vista como uma atividade de elaboração conceitual em um ambiente caracterizado pela interação
social. O Construtivismo Social é uma epistemologia, ou modo de saber, em que o novo conhecimento é
construído através da colaboração recíproca, especialmente em um contexto de intercâmbio de experiências
pessoais... Um elemento central para a colaboração recíproca é o desenvolvimento de competências de
comunicação, ou seja, a habilidade de participar nas discussões com colegas e tutores em modo construtivo. As
discussões devem ser orientadas à compreensão mútua e a atividades de reflexão crítica..."
Neste sentido, as três avaliações visam avaliar os possíveis alunos que teriam mais dificuldades de cooperação e
que seriam mais propensos a não se integrarem à turma, devendo, portanto terem um acompanhamento mais
próximo do professor para que a evasão não se concretize.
Segue a descrição de FILHO [8] da avaliação *ATTLS:*
"...A sigla ATTLS (em inglês, Attitudes Towards Thinking and Learning Survey) refere-se a um tipo de questionário
baseado na teoria dos 'modos de saber' e foi desenvolvido por Galotti et al. (1999) [2] para medir a proporção em
que uma pessoa tem um saber 'conectado' (CK) ou um saber 'destacado' (SK). Pessoas com valores CK maiores
tendem a ver os processos de aprendizagem como experiências prazerosas, cooperam com maior freqüência,
procuram ser agradáveis e demonstram interesse em construir a partir da idéia dos outros, enquanto as pessoas
com valores SK mais altos tendem a ter uma posição mais crítica e criar polêmicas...Um professor pode (e deve)
aplicar o questionário ATTLS logo no início de um curso. Se analisar os resultados de cada participante do curso,
uma intervenção pessoal (conversa particular com alunos que se mostram fora da média do grupo) terá como
resultado redução na evasão (desistência) e melhor aproveitamento da turma como um todo..."
Segue a descrição da avaliação COLLES por Taylor e Maor [45]:
"... COLLES foi projetado para nos habilitar a monitorar a extensão da capacidade interativa da Internet em engajar
estudantes as práticas de aprendizado dinâmicas...a forma com que é administrada depende do propósito do
avaliador. Tipicamente aplicamos o formulário no início do curso, depois de duas semanas... e finalmente na semana
final..."
COLLES (Constructivist On-Line Learning Environment Survey) é uma auto-avaliação que avalia seis critérios:
relevância, reflexão, interatividade, suporte da tutoria, suporte entre estudantes e interpretação. É uma boa
ferramenta de autocompreensão dos relacionamentos entre professor-aluno, tutor-aluno e aluno-aluno.
3.6 - A importância de cada tipo de avaliação
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