1) A carta discute o Pacto Global sobre Migração que será assinado na Cúpula das Nações Unidas em Marrakech, promovendo uma migração segura e ordenada.
2) A Igreja participou do processo apresentando 20 pontos para apoiar migrantes que deixam sua terra em busca de dignidade.
3) A carta reflete sobre a Sagrada Família como modelo para famílias migrantes, destacando a importância de acolher migrantes vulneráveis.
Messaggio della Consigliera _ 14 dicembre 2018 por
1. PactoGlobalsobreMigração
Roma, dezembro de 2018.
Queridas Irmãs,
Uma saudação carinhosa e votos de uma fecunda preparação ao Natal.
Há pouco celebramos a Festa da Imaculada e o aniversário do Oratório salesiano. Agora, sempre em
companhia de Maria, vamos com os jovens, as famílias, os migrantes... juntos, como comunidade
educativa, ao encontro do Senhor que vem. Vem em um indefeso Menino que, na sua pequenez e
humildade, revela a grandiosidade e a ternura de um Deus feito dom de amor! A todas, boa
continuação do Advento!
Enquanto escrevo esta mensagem, ainda não foi assinado o Pacto Global sobre Migração.
Está prevista para os dias 10 e 11 de dezembro a Cúpula das Nações Unidas, em Marrakech, no
Marrocos, onde muitos dos Países do mundo vão assinar o Pacto Global. Este Pacto prevê em 23
objetivos uma migração segura, ordenada e regular. Quando um fenômeno é global, também as
abordagens e as soluções devem ser globais!
A Igreja, através do Setor Migrantes e Refugiados do “Dicastério para o Serviço do
desenvolvimento humano integral” também participou de todo o processo apresentando um
documento com propostas distribuídas em 20 pontos concretos, fruto do que a Igreja já vive e faz
pelas pessoas que são forçadas a abandonar a própria terra, cultura, língua, família... em busca de
melhores condições de vida, em busca de mais dignidade e humanidade.
Esperamos que o Pacto Global sobre Migração ajude os povos e os Governos das Nações a
vencerem o medo e a construção de muros, e a promover o diálogo e a cultura do encontro.
Seria interessante, queridas Irmãs, conhecer a posição dos Governos de seus países em
relação ao Pacto Global, e também colaborar com a Igreja local no acompanhamento deste
processo tão importante para dar passos, mesmo que pequenos, em direção aos migrantes,
especialmente os mais vulneráveis. Para uma resposta mais humana e eficaz ao fenômeno
migratório, é necessário “sair, encontrar, ser próximos”.
O Pacto Global favorece a corresponsabilidade de todas as Autoridades e sociedades dos
Países de partida, de trânsito e de chegada. Tem como objetivo dar segurança e proteção às pessoas
migrantes e também aos Países que acolhem, promovendo vias legais de migração e impedindo
assim o tráfico de seres humanos, as viagens mortíferas, a desagregação familiar e a violência.
Neste sentido, penso na Família de Nazaré: José, Maria e Jesus. O que eles experimentaram
durante a fuga para o Egito? Há quem diga que a fuga da Sagrada Família seja o arquétipo de toda
família refugiada.
Com o Evangelho de Mateus (2, 13-15) a Sagrada Família torna-se um ponto de referência
das famílias desarraigadas do próprio ambiente. E quantas delas existem no mundo...
No dia 1° de agosto de 1952 foi publicada a Constituição Apostólica «Exsul Familia», que
inicia justamente assim: «A Sagrada Família de Nazaré, que foge para o Egito, é o arquétipo de toda
família refugiada. Jesus, Maria e José, exilados no Egito para escapar da fúria de um rei maldoso
são, em todos os tempos e em todos os lugares, o exemplo e os protetores de todo migrante,
estrangeiro e refugiado de qualquer tipo que, forçado pelo medo das perseguições ou por
2. PactoGlobalsobreMigração
necessidade, é obrigado a deixar o seu país natal, os queridos pais e parentes, os amigos mais
próximos, e procurar um país estrangeiro».
Queridas Irmãs,
Refletindo sobre a adesão dos Países ao Pacto Global sobre Migração e sobre o ícone da
“Fuga para o Egito”, podemos afirmar – com o coração e a mente – que a convivência da única
família humana é possível. E com esta afirmação estamos também nós “assinando”, no nosso
pequeno mundo, o princípio que cada ser humano tem o direito de partir e de chegar, quando está
em jogo a vida e a vida em abundância proclamada por Jesus.
Convido-as, queridas Irmãs, a ler e meditar o texto de Mateus 2, 13-15 e a ajudar com a
oração, e também com o carinho e a proximidade, pessoas que vocês conheçam e que vivem o
drama da “fuga para o Egito”. Sim, talvez perto de nós existam pessoas que precisaram “fugir” de
um lugar e estabelecer-se em outro para garantir o trabalho, a casa, a saúde, a segurança, a
unidade da família, o crescimento e a educação dos filhos.
Também as convido a refletir mais intensamente sobre o fenômeno migratório presente nas
nossas realidades, onde nós FMA estamos, e onde o carisma de Dom Bosco e de Madre Mazzarello
está vivo e gera vida. Procuremos olhar o mundo e crescer na consciência de que todas as nossas
Nações são Países de origem, transito e destinação.
Com esta mensagem, comunico-lhes que, a partir de janeiro, todos os meses, vamos
focalizar a figura da Bem-Aventurada Ir. Maria Troncatti, no 50º do seu nascimento ao Céu.
Enquanto isso, o projeto “Por uma casa comum na diversidade dos povos” continuará o seu
percurso, tornando-se cada vez mais concreto e fecundo nas nossas comunidades, mais original e
mais visível através das nossas mãos, do nosso coração, do nosso passo ágil, fraterno e acolhedor.
Um grande abraço e uma oração recíproca!
Com carinho,
Conselheira para as Missões
FUGA PARA O EGITO
FAMÍLIA MIGRANTE