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Caderno de Ideias FDC - Nova Lima - 2014 -CI 1406
1
CI1406
AVALIANDO AS DIFERENÇAS REGIONAIS DA GESTÃO PARA A
SUSTENTABILIDADE NO BRASIL
Lucas Amaral Lauriano; João Henrique Dutra Bueno, Heiko Spitzeck
INTRODUÇÃO
Em 2014, o Núcleo de Sustentabilidade da Fundação
Dom Cabral lançou a segunda edição da pesquisa
Estado da Gestão para a Sustentabilidade no Brasil,
com o objetivo de acompanhar o desenvolvimento
da sustentabilidade corporativa no país. O estudo foi
realizado através de um questionário quantitativo online,
disponibilizado entre os meses de abril e maio de 2013.
As perguntas feitas aos respondentes se dividem em
sete diferentes blocos de questões, aglomeradas de
acordo com o propósito de cada questionamento. No
Quadro 1, é possível observar os assuntos considerados
na avaliação.
Caderno de Ideias FDC - Nova Lima - 2014 - CI 1406 2
A pesquisa contou com participação de mais de 400 empresas de todas as regiões brasileiras e setores da economia,
como pode ser observado nas Figuras 1 e 2.
Figura 1 – Respondentes subdivididos por região.
Fonte: LAURIANO; BUENO; SPITZECK, 2014.
Figura 2 – Respondentes subdivididos por setores da economia
Fonte: LAURIANO; BUENO; SPITZECK 2014.
Caderno de Ideias FDC - Nova Lima - 2014 -CI 1406
3
Com as respostas coletadas, é possível a realização
de inúmeras análises, ao se levar em consideração
característicasdosrespondentes,empresas,ourespostas
específicas em cada um dos blocos considerados. Neste
Caderno de Ideias, o objetivo é verificar se há diferenças
significativas na percepção da sustentabilidade para os
profissionais brasileiros de acordo com sua região.
A partir dessa divisão da amostra, cada um dos grupos
de perguntas utilizados na pesquisa Estado da Gestão
para a Sustentabilidade no Brasil foi analisado de forma
a verificar as diferenças e similaridades nas respostas
de acordo com a região. Essa avaliação é o principal
insumo deste Caderno de Ideias. Vale ressaltar que
a amostra analisada correspondente à região Norte é
muito pequena (16), o que compromete generalizações
e avaliações aprofundadas. De toda forma, o exercício
de reflexão aqui proposto é válido, ao considerar a
dificuldade de se estudar e ter acesso a informações de
empresas dessa região.
Na próxima seção, os principais resultados encontrados
serão apresentados, para que, em seguida, algumas
conclusões sejam apontadas e possíveis causas para
os achados da pesquisa sejam avaliadas. Por fim,
algumas implicações para a gestão empresarial serão
discutidas, e os próximos passos e oportunidades de
estudo, comentados.
AVALIAÇÃO POR REGIÃO
Ao considerar os sete grandes blocos de perguntas utilizadas e separar a amostra de acordo com a região dos
respondentes, obtêm-se as seguintes médias:
Bloco de pergunta
Média
Norte
Média
Centro-
Oeste
Média
Sul
Média
Sudeste
Média
Nordeste
Variação
Conceito de sustentabilidade 6,1 5,96 5,96 5,94 6,03 0,09
Intenção estratégica 5,69 5,49 5,36 5,45 5,81 0,45
Estrutura 4,62 4,29 4,14 4,25 4,58 0,48
Capacidade de resposta 5,06 4,92 4,90 4,98 5,21 0,31
Relacionamento com stakeholders 4,53 4,32 4,52 4,34 4,89 0,57
Transparência 4,48 4,32 4,44 4,24 4,64 0,40
Liderança 4,28 4,20 4,11 4,38 4,25 0,27
Avaliação global 5,19 4,98 4,98 4,98 5,27 0,29
Nota mínima possível: 1
Nota máxima possível: 7
Por essa tabela não é possível identificar variações
significativas entre as regiões brasileiras1
, e a própria
falta de divergências é um achado importante para o
estudo. Mesmo sendo importante observar e monitorar a
percepção da gestão para a sustentabilidade em todo o
território brasileiro, o comportamento das organizações,
quando avaliadas pelos grandes blocos de perguntas
considerados, é similar.
Por ora, esses pontos serão apenas apontados, para
que na próxima seção alguns desdobramentos desses
resultados sejam discutidos. Outra análise possível de
ser realizada é a avaliação de perguntas específicas
relacionadas a cada um dos aspectos, com o objetivo
de observar se há alguma divergência em algum ponto
que não é captado pela avaliação global. Essa atividade
é feita na Tabela seguinte.
1
Nessa avaliação foi determinado que diferenças menores de 1,00 ponto na escala utilizada não são significativas o suficiente
para serem consideradas.
Caderno de Ideias FDC - Nova Lima - 2014 - CI 1406 4
Bloco de
pergunta
Perguntas
Média
Norte
Média
Centro-
oeste
Média
Sul
Média
Sudeste
Média
Nordeste
Variação
Conceitodesustentabilidade
Muitas empresas fazem muito mais por suas
comunidades do que se sabe ou se comenta.
4,69 4,34 4,87 4,41 4,77 0,53
A sustentabilidade deveria ser totalmente
voluntária – não deveria ser regida por leis/
regulações.
3,44 3,61 3,75 3,40 3,45 0,35
A sustentabilidade faz uma contribuição
tangível para o resultado líquido da empresa.
5,50 5,38 5,39 5,43 5,87 0,49
A maioria das empresas promove a
sustentabilidade, porém não está
verdadeiramente engajada nela.
4,38 4,66 4,99 5,02 4,84 0,64
Intenção
estratégica
Faz parte das tradições e valores de nossa
empresa.
5,56 5,38 5,36 5,36 5,64 0,28
Faz parte de nossa estratégia de negócios. 5,38 5,84 5,51 5,54 5,81 0,46
Permite-nos participar do debate sobre políticas
públicas.
5,63 5,22 5,00 5,14 5,75 0,75
Estrutura
A sustentabilidade é parte integrante do nosso
processo de planejamento empresarial.
5,13 5,13 4,82 5,95 5,27 1,13
Temos uma pessoa ou uma equipe responsável
por questões de sustentabilidade.
4,69 5,30 4,37 4,95 5,43 1,06
Temos políticas e regulamentos sobre
sustentabilidade.
5,06 5,01 4,04 4,67 5,11 1,07
Capacidade
de resposta
Acompanhamos o que nossos competidores
estão fazendo com relação a produtos e oferta
de serviços sustentáveis.
5,56 4,41 4,82 4,67 4,88 1,15
Investimos recursos em P&D em novos
produtos e serviços sustentáveis.
4,31 3,78 4,06 4,13 5,45 1,67
Relacionamentocomstakeholders
Discutimos com os colaboradores a
sustentabilidade na empresa.
4,81 4,46 4,70 4,59 5,09 0,63
Discutimos a sustentabilidade fora da empresa,
com as partes interessadas (e.g., fornecedores,
clientes, reguladores, ONGs etc.).
4,88 4,54 4,49 4,61 4,81 0,39
Apoiamos práticas de equilíbrio da vida
profissional com a vida privada para todos os
colaboradores, incluindo os terceirizados.
4,69 4,49 4,87 4,92 4,95 0,46
Remuneramos e/ou reconhecemos os
colaboradores por ideias que resultam em
benefícios econômicos, sociais e ambientais.
4,38 4,19 4,63 4,45 5,03 0,84
Transpa-
rência
Medimos o impacto de nossas iniciativas
sociais sobre os negócios.
4,31 4,13 4,39 4,03 4,57 0,54
Medimos o impacto de nossas iniciativas
ambientais sobre os negócios.
4,75 4,23 4,42 4,33 4,6 0,52
Medimos o impacto social de nossas iniciativas
sociais.
4,31 4,20 4,45 4,12 4,57 0,45
Relatamos ao público as questões de
sustentabilidade.
4,56 4,72 4,51 4,47 4,83 0,36
Liderança
O CEO lidera a agenda da sustentabilidade
dentro da empresa.
4,19 4,16 4,33 4,59 4,08 0,51
Nosso conselho analisa e aprova nosso
programa de sustentabilidade.
4,38 4,24 3,90 4,17 4,41 0,51
Caderno de Ideias FDC - Nova Lima - 2014 -CI 1406
5
Por esses resultados, é possível observar a mesma
tendência de homogeneidade nas respostas quando
separadas por região; contudo, algumas questões
apresentam diferenças significativas, com variações
maiores que 1 ponto na escala utilizada entre a menor
e a maior nota. Seguem os pontos:
•• Em termos de estrutura para lidar com a
sustentabilidade, a região Sul é a que possui
menores índices quanto à inserção do tema
no planejamento estratégico, equipe interna
responsável pelas questões e políticas e
regulamentos sobre sustentabilidade.
•• Com relação à capacidade de resposta que as
organizações possuem ao encarar os desafios
que a sustentabilidade representa para a gestão
empresarial, a região Norte se destaca ao
acompanhar seus competidores com relação a
produtos e oferta de serviços sustentáveis. Já os
respondentes da região Nordeste apresentam
níveis mais altos de investimentos em P&D
em novos produtos e serviços sustentáveis.
Na contramão, a região Centro-Oeste é a que
apresenta níveis mais baixos em ambas as
questões.
PRINCIPAIS CONCLUSÕES
E DESDOBRAMENTOS PARA
A GESTÃO
Com a avaliação realizada, observa-se que não
há diferenças significativas de forma geral no
desenvolvimento da sustentabilidade no país, quando
se considera a localização geográfica das organizações
avaliadas no estudo. Esses resultados refletem uma
situação já demonstrada em outros países, e em
termos metodológicos aponta que a concentração dos
respondentes na região Sudeste não compromete os
resultados encontrados na avaliação global.
Outra questão que se abre com esses resultados é a
necessidade de se trabalhar no desenvolvimento das
mesmas questões em todo o território nacional, ou seja,
os mesmos grandes desafios enfrentados pelo pela
2
O relatório do estudo está disponível no site da FDC, nos materiais do Núcleo de Sustentabilidade.
região Sul são também enfrentados na região Norte.
Dessa forma, o principal resultado encontrado no estudo
Estado da Gestão para a Sustentabilidade no Brasil
pode servir de ponto de partida para organizações em
qualquer região do país.2
Quando se avaliam os resultados de forma específica,
perpassando por algumas questões-chave levantadas no
estudo, percebe-se, contudo, que em algumas situações
há diferenças maiores entre as regiões. Nesses casos, os
resultados sugerem que essas questões têm sido mais
trabalhadas por algumas regiões do país, enquanto em
outras ainda é preciso desenvolver pontos específicos.
Como observado, no caso da estrutura para lidar com os
assuntos relacionados à sustentabilidade internamente,
como equipe, metas e políticas voltadas ao tema, a
região Sul se encontra distante de outras regiões. Nesse
caso, essas organizações podem encontrar iniciativas
que já vêm sendo realizadas em outras regiões para
desenvolver esse tema. É importante ressaltar, contudo,
que esse resultado mostra apenas uma tendência, e que
cada organização possui uma realidade diferente, que
deve ser levada em consideração quando se prepara
uma estratégia para a sustentabilidade. O que os
resultados apontam é que as organizações do Sul devem
atentar mais para a questão de como a sustentabilidade
está sendo estruturada internamente, incentivando sua
institucionalização.
Da mesma forma, a região Centro-Oeste apresenta
níveis mais baixos no acompanhamento de iniciativas
de competidores e investimentos em P&D para produtos
e serviços sustentáveis. Novamente, é necessário
considerar que cada organização possui seus próprios
desafios, e que esses resultados apresentam tendências.
Como oportunidades de pesquisa futura, a análise
realizada abre questionamentos sobre o comportamento
das organizações brasileiras. O primeiro deles se
relaciona ao fato de não haver diferenças significativas
no desenvolvimento da sustentabilidade em termos
geográficos. Para entender essa situação, é preciso
utilizar outros métodos de pesquisa, como avaliações
qualitativas. Com relação às diferenças em questões
específicas, estudos de caso e troca de boas práticas
devem ser enfatizados, com o objetivo de disseminar
conhecimento que possa auxiliar essas organizações a
se desenvolver nesses aspectos.
Caderno de Ideias FDC - Nova Lima - 2014 - CI 1406 6
REFERÊNCIAS
BCCC. Weathering the storm: the state of corporate
citizenshipintheunitedStates2009,2010.Disponível em:
<http://www.bcccc.net/index.cfm?fuseaction=document.
showDocumentByID&DocumentID=1333> Acesso em:
6 set. 2013.
ESQUER-PERALTA, Javier; VELAZQUEZ, Luis;
MUNGUIA, Nora. Perceptions of Core Elements for
Sustainability. In: Management Decision, vol. 46, 2008.
p.1027-1038
HILL, Manuela Magalhães; HILL, Andrew. Investigação
por Questionário. 2009.
LAURIANO, L.A; CARVALHAES, E.; OLIVEIRA,
R.T. Estágio da Sustentabilidade das Empresas
Brasileiras. 2012. Disponível em: <http://www.fdc.org.br/
professoresepesquisa/publicacoes/Paginas/publicacao-
detalhe.aspx?publicacao=16135> Acesso em: 6 set.
2013.
LAURIANO, L.A. As Empresas Brasileiras possuem
Capacidades Internas para Responder aos Desafios da
Sustentabilidade? 2013. Disponível em: <http://www.
fdc.org.br/professoresepesquisa/publicacoes/Paginas/
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em: 6 set. 2013.
LAURIANO, L.A. Rumo à integração da Sustentabilidade
no Sistema de Gestão Empresarial. 2012. Disponível
em: <http://www.fdc.org.br/professoresepesquisa/
p u b l i c a c o e s / P a g i n a s / p u b l i c a c a o - d e t a l h e .
aspx?publicacao=16067> Acesso em: 6 set. 2013.
MIRVIS, P.H; GOOGINS, B. Stages of Corporate
Citizenship. California Management Review. vol. 48, n.2,
2006. p.104-126.
REA, Louis M.; PARKER, Richard A. Designing and
Conducting Survey Research: A Comprehensive Guide.
1997.

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Gestão sustentável no Brasil: poucas diferenças regionais

  • 1. Caderno de Ideias FDC - Nova Lima - 2014 -CI 1406 1 CI1406 AVALIANDO AS DIFERENÇAS REGIONAIS DA GESTÃO PARA A SUSTENTABILIDADE NO BRASIL Lucas Amaral Lauriano; João Henrique Dutra Bueno, Heiko Spitzeck INTRODUÇÃO Em 2014, o Núcleo de Sustentabilidade da Fundação Dom Cabral lançou a segunda edição da pesquisa Estado da Gestão para a Sustentabilidade no Brasil, com o objetivo de acompanhar o desenvolvimento da sustentabilidade corporativa no país. O estudo foi realizado através de um questionário quantitativo online, disponibilizado entre os meses de abril e maio de 2013. As perguntas feitas aos respondentes se dividem em sete diferentes blocos de questões, aglomeradas de acordo com o propósito de cada questionamento. No Quadro 1, é possível observar os assuntos considerados na avaliação.
  • 2. Caderno de Ideias FDC - Nova Lima - 2014 - CI 1406 2 A pesquisa contou com participação de mais de 400 empresas de todas as regiões brasileiras e setores da economia, como pode ser observado nas Figuras 1 e 2. Figura 1 – Respondentes subdivididos por região. Fonte: LAURIANO; BUENO; SPITZECK, 2014. Figura 2 – Respondentes subdivididos por setores da economia Fonte: LAURIANO; BUENO; SPITZECK 2014.
  • 3. Caderno de Ideias FDC - Nova Lima - 2014 -CI 1406 3 Com as respostas coletadas, é possível a realização de inúmeras análises, ao se levar em consideração característicasdosrespondentes,empresas,ourespostas específicas em cada um dos blocos considerados. Neste Caderno de Ideias, o objetivo é verificar se há diferenças significativas na percepção da sustentabilidade para os profissionais brasileiros de acordo com sua região. A partir dessa divisão da amostra, cada um dos grupos de perguntas utilizados na pesquisa Estado da Gestão para a Sustentabilidade no Brasil foi analisado de forma a verificar as diferenças e similaridades nas respostas de acordo com a região. Essa avaliação é o principal insumo deste Caderno de Ideias. Vale ressaltar que a amostra analisada correspondente à região Norte é muito pequena (16), o que compromete generalizações e avaliações aprofundadas. De toda forma, o exercício de reflexão aqui proposto é válido, ao considerar a dificuldade de se estudar e ter acesso a informações de empresas dessa região. Na próxima seção, os principais resultados encontrados serão apresentados, para que, em seguida, algumas conclusões sejam apontadas e possíveis causas para os achados da pesquisa sejam avaliadas. Por fim, algumas implicações para a gestão empresarial serão discutidas, e os próximos passos e oportunidades de estudo, comentados. AVALIAÇÃO POR REGIÃO Ao considerar os sete grandes blocos de perguntas utilizadas e separar a amostra de acordo com a região dos respondentes, obtêm-se as seguintes médias: Bloco de pergunta Média Norte Média Centro- Oeste Média Sul Média Sudeste Média Nordeste Variação Conceito de sustentabilidade 6,1 5,96 5,96 5,94 6,03 0,09 Intenção estratégica 5,69 5,49 5,36 5,45 5,81 0,45 Estrutura 4,62 4,29 4,14 4,25 4,58 0,48 Capacidade de resposta 5,06 4,92 4,90 4,98 5,21 0,31 Relacionamento com stakeholders 4,53 4,32 4,52 4,34 4,89 0,57 Transparência 4,48 4,32 4,44 4,24 4,64 0,40 Liderança 4,28 4,20 4,11 4,38 4,25 0,27 Avaliação global 5,19 4,98 4,98 4,98 5,27 0,29 Nota mínima possível: 1 Nota máxima possível: 7 Por essa tabela não é possível identificar variações significativas entre as regiões brasileiras1 , e a própria falta de divergências é um achado importante para o estudo. Mesmo sendo importante observar e monitorar a percepção da gestão para a sustentabilidade em todo o território brasileiro, o comportamento das organizações, quando avaliadas pelos grandes blocos de perguntas considerados, é similar. Por ora, esses pontos serão apenas apontados, para que na próxima seção alguns desdobramentos desses resultados sejam discutidos. Outra análise possível de ser realizada é a avaliação de perguntas específicas relacionadas a cada um dos aspectos, com o objetivo de observar se há alguma divergência em algum ponto que não é captado pela avaliação global. Essa atividade é feita na Tabela seguinte. 1 Nessa avaliação foi determinado que diferenças menores de 1,00 ponto na escala utilizada não são significativas o suficiente para serem consideradas.
  • 4. Caderno de Ideias FDC - Nova Lima - 2014 - CI 1406 4 Bloco de pergunta Perguntas Média Norte Média Centro- oeste Média Sul Média Sudeste Média Nordeste Variação Conceitodesustentabilidade Muitas empresas fazem muito mais por suas comunidades do que se sabe ou se comenta. 4,69 4,34 4,87 4,41 4,77 0,53 A sustentabilidade deveria ser totalmente voluntária – não deveria ser regida por leis/ regulações. 3,44 3,61 3,75 3,40 3,45 0,35 A sustentabilidade faz uma contribuição tangível para o resultado líquido da empresa. 5,50 5,38 5,39 5,43 5,87 0,49 A maioria das empresas promove a sustentabilidade, porém não está verdadeiramente engajada nela. 4,38 4,66 4,99 5,02 4,84 0,64 Intenção estratégica Faz parte das tradições e valores de nossa empresa. 5,56 5,38 5,36 5,36 5,64 0,28 Faz parte de nossa estratégia de negócios. 5,38 5,84 5,51 5,54 5,81 0,46 Permite-nos participar do debate sobre políticas públicas. 5,63 5,22 5,00 5,14 5,75 0,75 Estrutura A sustentabilidade é parte integrante do nosso processo de planejamento empresarial. 5,13 5,13 4,82 5,95 5,27 1,13 Temos uma pessoa ou uma equipe responsável por questões de sustentabilidade. 4,69 5,30 4,37 4,95 5,43 1,06 Temos políticas e regulamentos sobre sustentabilidade. 5,06 5,01 4,04 4,67 5,11 1,07 Capacidade de resposta Acompanhamos o que nossos competidores estão fazendo com relação a produtos e oferta de serviços sustentáveis. 5,56 4,41 4,82 4,67 4,88 1,15 Investimos recursos em P&D em novos produtos e serviços sustentáveis. 4,31 3,78 4,06 4,13 5,45 1,67 Relacionamentocomstakeholders Discutimos com os colaboradores a sustentabilidade na empresa. 4,81 4,46 4,70 4,59 5,09 0,63 Discutimos a sustentabilidade fora da empresa, com as partes interessadas (e.g., fornecedores, clientes, reguladores, ONGs etc.). 4,88 4,54 4,49 4,61 4,81 0,39 Apoiamos práticas de equilíbrio da vida profissional com a vida privada para todos os colaboradores, incluindo os terceirizados. 4,69 4,49 4,87 4,92 4,95 0,46 Remuneramos e/ou reconhecemos os colaboradores por ideias que resultam em benefícios econômicos, sociais e ambientais. 4,38 4,19 4,63 4,45 5,03 0,84 Transpa- rência Medimos o impacto de nossas iniciativas sociais sobre os negócios. 4,31 4,13 4,39 4,03 4,57 0,54 Medimos o impacto de nossas iniciativas ambientais sobre os negócios. 4,75 4,23 4,42 4,33 4,6 0,52 Medimos o impacto social de nossas iniciativas sociais. 4,31 4,20 4,45 4,12 4,57 0,45 Relatamos ao público as questões de sustentabilidade. 4,56 4,72 4,51 4,47 4,83 0,36 Liderança O CEO lidera a agenda da sustentabilidade dentro da empresa. 4,19 4,16 4,33 4,59 4,08 0,51 Nosso conselho analisa e aprova nosso programa de sustentabilidade. 4,38 4,24 3,90 4,17 4,41 0,51
  • 5. Caderno de Ideias FDC - Nova Lima - 2014 -CI 1406 5 Por esses resultados, é possível observar a mesma tendência de homogeneidade nas respostas quando separadas por região; contudo, algumas questões apresentam diferenças significativas, com variações maiores que 1 ponto na escala utilizada entre a menor e a maior nota. Seguem os pontos: •• Em termos de estrutura para lidar com a sustentabilidade, a região Sul é a que possui menores índices quanto à inserção do tema no planejamento estratégico, equipe interna responsável pelas questões e políticas e regulamentos sobre sustentabilidade. •• Com relação à capacidade de resposta que as organizações possuem ao encarar os desafios que a sustentabilidade representa para a gestão empresarial, a região Norte se destaca ao acompanhar seus competidores com relação a produtos e oferta de serviços sustentáveis. Já os respondentes da região Nordeste apresentam níveis mais altos de investimentos em P&D em novos produtos e serviços sustentáveis. Na contramão, a região Centro-Oeste é a que apresenta níveis mais baixos em ambas as questões. PRINCIPAIS CONCLUSÕES E DESDOBRAMENTOS PARA A GESTÃO Com a avaliação realizada, observa-se que não há diferenças significativas de forma geral no desenvolvimento da sustentabilidade no país, quando se considera a localização geográfica das organizações avaliadas no estudo. Esses resultados refletem uma situação já demonstrada em outros países, e em termos metodológicos aponta que a concentração dos respondentes na região Sudeste não compromete os resultados encontrados na avaliação global. Outra questão que se abre com esses resultados é a necessidade de se trabalhar no desenvolvimento das mesmas questões em todo o território nacional, ou seja, os mesmos grandes desafios enfrentados pelo pela 2 O relatório do estudo está disponível no site da FDC, nos materiais do Núcleo de Sustentabilidade. região Sul são também enfrentados na região Norte. Dessa forma, o principal resultado encontrado no estudo Estado da Gestão para a Sustentabilidade no Brasil pode servir de ponto de partida para organizações em qualquer região do país.2 Quando se avaliam os resultados de forma específica, perpassando por algumas questões-chave levantadas no estudo, percebe-se, contudo, que em algumas situações há diferenças maiores entre as regiões. Nesses casos, os resultados sugerem que essas questões têm sido mais trabalhadas por algumas regiões do país, enquanto em outras ainda é preciso desenvolver pontos específicos. Como observado, no caso da estrutura para lidar com os assuntos relacionados à sustentabilidade internamente, como equipe, metas e políticas voltadas ao tema, a região Sul se encontra distante de outras regiões. Nesse caso, essas organizações podem encontrar iniciativas que já vêm sendo realizadas em outras regiões para desenvolver esse tema. É importante ressaltar, contudo, que esse resultado mostra apenas uma tendência, e que cada organização possui uma realidade diferente, que deve ser levada em consideração quando se prepara uma estratégia para a sustentabilidade. O que os resultados apontam é que as organizações do Sul devem atentar mais para a questão de como a sustentabilidade está sendo estruturada internamente, incentivando sua institucionalização. Da mesma forma, a região Centro-Oeste apresenta níveis mais baixos no acompanhamento de iniciativas de competidores e investimentos em P&D para produtos e serviços sustentáveis. Novamente, é necessário considerar que cada organização possui seus próprios desafios, e que esses resultados apresentam tendências. Como oportunidades de pesquisa futura, a análise realizada abre questionamentos sobre o comportamento das organizações brasileiras. O primeiro deles se relaciona ao fato de não haver diferenças significativas no desenvolvimento da sustentabilidade em termos geográficos. Para entender essa situação, é preciso utilizar outros métodos de pesquisa, como avaliações qualitativas. Com relação às diferenças em questões específicas, estudos de caso e troca de boas práticas devem ser enfatizados, com o objetivo de disseminar conhecimento que possa auxiliar essas organizações a se desenvolver nesses aspectos.
  • 6. Caderno de Ideias FDC - Nova Lima - 2014 - CI 1406 6 REFERÊNCIAS BCCC. Weathering the storm: the state of corporate citizenshipintheunitedStates2009,2010.Disponível em: <http://www.bcccc.net/index.cfm?fuseaction=document. showDocumentByID&DocumentID=1333> Acesso em: 6 set. 2013. ESQUER-PERALTA, Javier; VELAZQUEZ, Luis; MUNGUIA, Nora. Perceptions of Core Elements for Sustainability. In: Management Decision, vol. 46, 2008. p.1027-1038 HILL, Manuela Magalhães; HILL, Andrew. Investigação por Questionário. 2009. LAURIANO, L.A; CARVALHAES, E.; OLIVEIRA, R.T. Estágio da Sustentabilidade das Empresas Brasileiras. 2012. Disponível em: <http://www.fdc.org.br/ professoresepesquisa/publicacoes/Paginas/publicacao- detalhe.aspx?publicacao=16135> Acesso em: 6 set. 2013. LAURIANO, L.A. As Empresas Brasileiras possuem Capacidades Internas para Responder aos Desafios da Sustentabilidade? 2013. Disponível em: <http://www. fdc.org.br/professoresepesquisa/publicacoes/Paginas/ publicacao-detalhe.aspx?publicacao=16139 > Acesso em: 6 set. 2013. LAURIANO, L.A. Rumo à integração da Sustentabilidade no Sistema de Gestão Empresarial. 2012. Disponível em: <http://www.fdc.org.br/professoresepesquisa/ p u b l i c a c o e s / P a g i n a s / p u b l i c a c a o - d e t a l h e . aspx?publicacao=16067> Acesso em: 6 set. 2013. MIRVIS, P.H; GOOGINS, B. Stages of Corporate Citizenship. California Management Review. vol. 48, n.2, 2006. p.104-126. REA, Louis M.; PARKER, Richard A. Designing and Conducting Survey Research: A Comprehensive Guide. 1997.