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Controles do PanAmericano mereciam atenção | Valor Online       http://www.valoronline.com.br/impresso/panamericano/1996/343557/con...




          Comitê de auditoria apontou em relatório de 2009 que área tinha de ser aperfeiçoada e
          redimensionada.


          Controles do PanAmericano mereciam atenção

          Por Fernando Torres | De São                       Texto:             Compartilhar
          Paulo
          29/11/2010



          As entidades externas e os órgãos internos que integravam a estrutura de supervisão e
          governança do Banco PanAmericano nunca reportaram ao Banco Central (BC) nenhum
          indício sobre as "inconsistências contábeis" que levaram o banco a precisar de um aporte
          de R$ 2,5 bilhões para se manter de pé. Mas o comitê de auditoria da instituição apontou,
          no seu relatório referente ao balanço fechado de 2009, que os controles internos do
          banco precisavam ser revisados e efetivamente implantados conforme a Circular 3.467 do
          BC, que lista os pontos que a área de controladoria deve observar.

          No texto entregue ao conselho de administração e que ficou disponível ao órgão
          regulador, o comitê de auditoria diz que concluiu que eram "efetivos os controles
          internos", mas que eles continuavam a "merecer aperfeiçoamentos, não obstante a
          significativa melhoria havida no período [segundo semestre de 2009]", indicando que a
          situação era pior seis meses antes, mas que havia melhorado.

          Na opinião do comitê, a área de controladoria da instituição tinha apresentado sensível
          evolução naquele semestre, mas continuava a "merecer atenção" e precisava ser
          "redimensionada para bem cumprir sua finalidade e missão". Na sua página na internet, o
          banco diz que a área de controle é composta por seis pessoas.

          Essas recomendações e comentários constam do relatório completo do comitê de
          auditoria do PanAmericano sobre o balanço de 2009, que foi publicado na íntegra,
          aparentemente por engano, no Relatório Anual do Grupo Silvio Santos. A versão
          resumida, divulgada junto com o balanço, dizia apenas que os controles internos foram
          considerados efetivos e que tinham sido encaminhadas "diversas recomendações" ao



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          conselho de administração durante as reuniões realizadas semanalmente.

          Segundo especialistas em auditoria ouvidos pelo Valor e pessoas que integravam órgãos
          de supervisão do PanAmericano, recomendações feitas por comitês de auditoria não se
          referem a pequenos problemas de controle, relacionados, por exemplo, com o acesso à
          portaria de prédios, mas efetivamente a questões de maior relevância para o balanço.

          Ainda assim, todos concordam que os pontos levantados não eram uma evidência de que
          havia algo da magnitude que se descobriu após investigações feitas pelo Banco Central.



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Documento não saltou aos olhos de supervisores | Valor Online       http://www.valoronline.com.br/impresso/investimentos/119/343563/doc...




           Documento não saltou aos olhos de supervisores

           | De São Paulo                                       Texto:                 Compartilhar
           29/11/2010



           O conteúdo do relatório do comitê de auditoria do PanAmericano não difere muito do
           apresentado por outros bancos de porte semelhante, segundo uma pessoa que
           acompanha as investigações oficiais do caso. "Não era nada que saltasse aos olhos", diz a
           fonte, que afirma ser comum que se recomende aperfeiçoamentos. Conforme o Valor
           apurou, dentro da Deloitte, auditoria do PanAmericano, o documento também não teria
           chamado atenção.

           É comum que relatórios desses comitês sugiram melhorias, mas pesquisando outros
           documentos a reportagem não encontrou nenhum que fosse específico em
           recomendações sobre o tamanho da área de controladoria, nem menção à necessidade de
           revisão e efetiva implantação de controles.

           A fonte que acompanha a investigação oficial lembra, no entanto, que se a suposta
           fraude agora descoberta tivesse sido identificada pelo comitê de auditoria, ou pela
           auditoria externa, haveria obrigação de comunicação ao BC. Não seria tema apenas para
           ser incluído num relatório.

           Procurados, Banco Central, Deloitte e PanAmericano não quiseram dar entrevista.
           Alegando cumprir seu código de ética profissional, a auditoria se recusou a informar
           quantos funcionários auditavam os números do banco e não quis revelar em qual nível de
           risco, na escala da firma, o banco se enquadrava. Um novo cliente de auditoria pode ser
           aprovado ou rejeitado, a depender do risco. Mesmo em caso de aceitação, há diferentes
           níveis de risco, que podem exigir medidas extras de controle, como revisão por dois
           sócios. (FT)



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          Contabilidade: Estrutura robusta de governança não foi suficiente para identificar suposta
          fraude nas contas.


          O papel de cada órgão no PanAmericano

          Por Fernando Torres | De São                       Texto:              Compartilhar
          Paulo
          29/11/2010



          Diante de todo o aparato de supervisão e governança que existia no PanAmericano, todos
          ficam intrigados e se perguntam como ninguém (aparentemente) percebeu que havia essa
          suposta fraude dentro da instituição financeira.

          Para tentar entender onde há brechas e os limites de cada agente nesse caso, o Valor
          conversou com oito fontes especializadas na área, entre auditores, contadores,
          reguladores e pessoas ligadas ao comitê de auditoria e conselho fiscal do banco.

          O relato é que a estrutura existente dava aparente tranquilidade para cada um dos órgãos
          de fiscalização fazer o seu trabalho.

          O PanAmericano tinha auditoria interna própria e era auditado externamente pela
          Deloitte - uma das quatro maiores do mercado. Além disso, tinha comitê de auditoria,
          conselho fiscal e havia passado por um processo de abertura de capital há três anos - que
          envolveu a análise de três bancos coordenadores - UBS Pactual (na época), Bradesco BBI
          e Itaú BBA. Mais recentemente, ao ter parte do capital vendido à Caixa Econômica
          Federal, foi avaliado pelo Banco Fator e passou por uma auditoria especial da KPMG. A
          regulação envolve o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários.

          Mas o fato é que todos os dados analisados pelos órgãos de supervisão e fiscalização são
          gerados pela contabilidade e aprovados, em primeiro lugar, pela diretoria do banco.

          Sem comentar o caso específico, auditores experientes dizem que faz parte da profissão
          lidar com riscos, entre os quais está o de emitir um parecer sem ressalva sobre uma
          demonstração financeira errada. Assim, mesmo que exista o princípio da boa-fé e que o


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          auditor não seja polícia, ele deve ter o chamado ceticismo profissional e não pode
          acreditar apenas nas informações passadas pela administração da companhia. Dessa
          forma, está entre suas atribuições tentar identificar erros contábeis, que podem ser
          intencionais ou não.

          O que eles reconhecem, no entanto, é que nem sempre se consegue identificar o
          problema.

          No caso das fraudes, a origem pode ser de funcionários do baixo escalão, da média
          gerência ou da alta administração. Nos dois primeiros tipos, é mais fácil de resolver o
          problema, porque a diretoria ajuda o auditor externo a identificar a falha, uma vez que
          isso também é do seu interesse.

          Já a fraude gerada na cúpula de uma companhia é a mais difícil de se descobrir,
          especialmente quanto envolve um grupo de pessoas, porque a administração faz de tudo
          para esconder as falhas e tem o poder e a hierarquia a seu favor. Os funcionários mais
          graduados das empresas costumam ser aqueles com mais poder dentro de sistemas
          informatizados de controle, que podem alterar números de contratos, por exemplo. No
          caso de mudanças que exigem confirmação por uma segunda senha, a fraude é facilitada
          quando é praticada por mais de uma pessoa.

          Além disso, os especialistas destacam que no Brasil não há exigência de uma auditoria
          específica dos controles internos, assim como ocorre com as empresas que têm ações
          negociadas nos Estados Unidos e são obrigadas a seguir a lei Sarbanes-Oxley.

          O que se faz aqui é avaliar o ambiente de controles internos, seja com testes seja com a
          observação da cultura dentro da própria companhia. Com base no julgamento do auditor
          sobre a efetividade desses controles no início do seu trabalho, ele desenha seu programa
          de auditoria. A depender do nível de confiança depositado nos controles, ele define se
          fará mais ou menos testes para cada conta.

          Em um exemplo: quando há confiança nos sistemas da empresa ele testa 300 operações
          num universo de 10 mil; se ele tem dúvidas, pode olhar 500 ou 1.000, e assim por diante.
          No caso dos bancos, isso inclui a circularização de saldos e créditos bancários.

          Quando são identificados erros acima do considerado razoável, amplia-se os testes. Para
          definir os limites, o auditor leva em conta o princípio da relevância, que também é um
          julgamento dele. É um valor arbitrado, como 5% do lucro ou do patrimônio, por exemplo.

          Assim, ele avalia que pode existir um número X de erros no balanço, mas a soma deles
          não pode ultrapassar um valor Y, que é o limite do considerado relevante no início dos
          trabalhos.

          Se o auditor não consegue identificar a existência de um erro no balanço elaborado pelo
          comando da companhia, seja ele intencional ou não, o trabalho posterior fica
          comprometido.

          O comitê de auditoria é um órgão que está ali para ajudar o conselho de administração a
          acompanhar o trabalho dos auditores externos e internos, assim como os controles
          internos. Legalmente, as reuniões devem ser no mínimo mensais, embora no caso do
          PanAmericano fossem semanais. Apesar de acompanharem os trabalhos de perto, os


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          comitês de auditoria deixam claro, nos seus relatórios semestrais, que as recomendações
          ao conselho de administração para aprovação das contas são dadas com base nos números
          preparados pela contabilidade e diretoria da empresa e já auditados.

          O conselho fiscal só tem obrigação de se reunir a cada trimestre, para aprovar ou não o
          balanço já preparado. No caso do PanAmericano, o Valor apurou que os conselheiros
          perguntavam sobre a variação de algumas contas e as explicações fornecidas pela
          diretoria pareceriam razoáveis e bem fundamentadas. Recentemente, o órgão teria
          manifestado preocupação com as provisões, que foram ajustadas neste ano. Sem que isso
          representasse uma preocupação maior, o único senão era a demora para que o balanço
          fosse disponibilizado, o que reduzia o prazo para sua avaliação.

          Com relação à verificação de números feita pela KPMG na ocasião de venda de parte do
          capital para a Caixa, os especialistas deixaram claro que trata-se de uma análise muito
          menos profunda que uma auditoria, durando uma ou duas semanas, e às vezes com acesso
          limitado aos dados, já que o vendedor não tem interesse em divulgar todos os seus
          números para potenciais interessados que podem não fechar negócio.

          Durante esse tipo de serviço, a firma apenas avalia a qualidade de algumas contas do
          balanço (como o contas a receber e imobilizado) e procura passivos ainda não reclamados
          como riscos de ações judiciais.

          Questionada sobre se a estrutura de supervisão precisa ser aperfeiçoada, para se evitar
          casos parecidos, uma fonte de órgão regulador disse que o problema não está no modelo,
          mas na forma como ele foi operado e que para inibir isso existem punições previstas na
          legislação.



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           responsavel-por-supervisao-de-auditorias-dos-bancos)




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           BC é responsável por supervisão de auditorias dos bancos

           Janes Rocha | Do Rio                                           Texto:             Compartilhar
           29/11/2010



           Embora o trabalho das auditorias seja regulado e supervisionado                            Aline Massuca/Valor
           pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), desde 1997 parte
           dessa função pertence ao Banco Central (BC), que passou a
           responder pela supervisão das empresas que auditam os bancos.

           A mudança foi instituída pela Medida Provisória (MP) nº 1470 de
           1997, instrumento usado pelo governo da época para implementar
           uma série de mudanças na Lei das Sociedades por Ações, com o
           objetivo de facilitar a privatização das estatais.

           Por esse motivo, no caso do Banco PanAmericano, se alguém tem                       (http://static.valoronline.c
           de averiguar e dar alguma resposta ao público sobre o porquê da                     om.br/sites/default/files
           empresa de auditoria não ter identificado as operações que                          /imagecache
                                                                                               /media_library_bigimage
           levaram à quebra do banco, esse alguém é o BC, explica Norma
                                                                                               //gn/10/11/foto29sa-
           Parente, ex-diretora da CVM.                                                        111-norma-d9.jpg)
                                                                                               Norma Parente,
           Atualmente coordenadora do curso de direito da PUC/RJ, Norma                        ex-diretora da CVM,
           Parente foi relatora em 2003 do processo aberto pela CVM contra                     critica fim do rodízio
                                                                                               de auditores
           os administradores do Banco Nacional, caso que ela considera
           comparável ao do PanAmericano.

           O Nacional sofreu intervenção em 1995, depois de descobertas 652 contas bancárias em
           uma contabilidade paralela, atribuída a ex-dirigentes, que escondiam um buraco de R$
           5,5 bilhões em prejuízos com a inadimplência de empréstimos. As contas foram criadas e
           mantidas durante sete anos sem que fossem captadas pelas fiscalizações do BC e muito
           menos pela auditoria da KPMG.

           "É inacreditável como acontece esse tipo de coisa", disse Norma Parente, referindo-se ao
           caso PanAmericano. Ela lembrou que a CVM julgou e condenou os administradores do



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BC é responsável por supervisão de auditorias dos bancos | Valor Online   http://www.valoronline.com.br/impresso/kpmg/3560/343561/bc-e-respo...


           Nacional, enquanto a KPMG não sofreu nenhuma condenação do BC.

           Para Norma Parente o problema é a falta de rodízio dos auditores. "O mesmo auditor fica
           muitos anos (na mesma empresa) e acaba perdendo o senso crítico."

           Opinião divergente tem o ex-diretor de normas do Banco Central Sergio Darcy. Foi Darcy
           quem recuou no sistema de rodízio para as auditorias dos bancos, ao constatar que, na
           prática, "não funcionava tão bem" e ainda elevava os custos para os bancos, que
           acabavam repassando aos clientes.

           Darcy acha que o sistema atual, de comitê de auditoria independente, é o melhor para
           garantir a qualidade dos números das instituições financeiras. O PanAmericano tinha um
           comitê desses, mas Darcy diz que não é possível entender o que falhou na auditoria do
           banco do grupo Silvio Santos pela falta de informações oficiais.

           Esse é também o ponto mais criticado por Edson Garcia, presidente da Associação dos
           Investidores no Mercado de Capitais (Amec), que se diz preocupado com a situação dos
           acionistas minoritários do PanAmericano. Para ele, há um "apagão" de informações sobre
           a real situação financeira do banco e os motivos que levaram ao rombo de R$ 2,5 bilhões.

           "Não conhecemos detalhes e há muito pouca informação oficial", queixou-se Garcia,
           inconformado também com o fato de as irregularidades do PanAmericano terem passado
           despercebidas por todos que deveriam detê-las.

           Questionada, a CVM divulgou na quinta-feira que está analisando o caso PanAmericano
           nos pontos que estão em sua "esfera de competência", que seriam os relacionados a
           "informação do mercado, exceto demonstrações financeiras e auditoria, negociações com
           valores mobiliários da instituição e fundos de investimento". O BC também foi procurado,
           mas não respondeu aos pedidos de entrevista.



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O papel de cada órgão no caso PanAmericano

  • 1.
  • 2. Controles do PanAmericano mereciam atenção | Valor Online http://www.valoronline.com.br/impresso/panamericano/1996/343557/con... Comitê de auditoria apontou em relatório de 2009 que área tinha de ser aperfeiçoada e redimensionada. Controles do PanAmericano mereciam atenção Por Fernando Torres | De São Texto: Compartilhar Paulo 29/11/2010 As entidades externas e os órgãos internos que integravam a estrutura de supervisão e governança do Banco PanAmericano nunca reportaram ao Banco Central (BC) nenhum indício sobre as "inconsistências contábeis" que levaram o banco a precisar de um aporte de R$ 2,5 bilhões para se manter de pé. Mas o comitê de auditoria da instituição apontou, no seu relatório referente ao balanço fechado de 2009, que os controles internos do banco precisavam ser revisados e efetivamente implantados conforme a Circular 3.467 do BC, que lista os pontos que a área de controladoria deve observar. No texto entregue ao conselho de administração e que ficou disponível ao órgão regulador, o comitê de auditoria diz que concluiu que eram "efetivos os controles internos", mas que eles continuavam a "merecer aperfeiçoamentos, não obstante a significativa melhoria havida no período [segundo semestre de 2009]", indicando que a situação era pior seis meses antes, mas que havia melhorado. Na opinião do comitê, a área de controladoria da instituição tinha apresentado sensível evolução naquele semestre, mas continuava a "merecer atenção" e precisava ser "redimensionada para bem cumprir sua finalidade e missão". Na sua página na internet, o banco diz que a área de controle é composta por seis pessoas. Essas recomendações e comentários constam do relatório completo do comitê de auditoria do PanAmericano sobre o balanço de 2009, que foi publicado na íntegra, aparentemente por engano, no Relatório Anual do Grupo Silvio Santos. A versão resumida, divulgada junto com o balanço, dizia apenas que os controles internos foram considerados efetivos e que tinham sido encaminhadas "diversas recomendações" ao 1 de 2 2/12/2010 08:00
  • 3. Controles do PanAmericano mereciam atenção | Valor Online http://www.valoronline.com.br/impresso/panamericano/1996/343557/con... conselho de administração durante as reuniões realizadas semanalmente. Segundo especialistas em auditoria ouvidos pelo Valor e pessoas que integravam órgãos de supervisão do PanAmericano, recomendações feitas por comitês de auditoria não se referem a pequenos problemas de controle, relacionados, por exemplo, com o acesso à portaria de prédios, mas efetivamente a questões de maior relevância para o balanço. Ainda assim, todos concordam que os pontos levantados não eram uma evidência de que havia algo da magnitude que se descobriu após investigações feitas pelo Banco Central. Compartilhar Eu & Carreira: NOTÍCIAS RELACIONADAS 29/11/2010 - 00:00 - Documento não saltou aos olhos de supervisores (/impresso/investimentos/119/343563/documento- nao-saltou-aos-olhos-de-supervisores) 2 de 2 2/12/2010 08:00
  • 4. Documento não saltou aos olhos de supervisores | Valor Online http://www.valoronline.com.br/impresso/investimentos/119/343563/doc... Documento não saltou aos olhos de supervisores | De São Paulo Texto: Compartilhar 29/11/2010 O conteúdo do relatório do comitê de auditoria do PanAmericano não difere muito do apresentado por outros bancos de porte semelhante, segundo uma pessoa que acompanha as investigações oficiais do caso. "Não era nada que saltasse aos olhos", diz a fonte, que afirma ser comum que se recomende aperfeiçoamentos. Conforme o Valor apurou, dentro da Deloitte, auditoria do PanAmericano, o documento também não teria chamado atenção. É comum que relatórios desses comitês sugiram melhorias, mas pesquisando outros documentos a reportagem não encontrou nenhum que fosse específico em recomendações sobre o tamanho da área de controladoria, nem menção à necessidade de revisão e efetiva implantação de controles. A fonte que acompanha a investigação oficial lembra, no entanto, que se a suposta fraude agora descoberta tivesse sido identificada pelo comitê de auditoria, ou pela auditoria externa, haveria obrigação de comunicação ao BC. Não seria tema apenas para ser incluído num relatório. Procurados, Banco Central, Deloitte e PanAmericano não quiseram dar entrevista. Alegando cumprir seu código de ética profissional, a auditoria se recusou a informar quantos funcionários auditavam os números do banco e não quis revelar em qual nível de risco, na escala da firma, o banco se enquadrava. Um novo cliente de auditoria pode ser aprovado ou rejeitado, a depender do risco. Mesmo em caso de aceitação, há diferentes níveis de risco, que podem exigir medidas extras de controle, como revisão por dois sócios. (FT) Compartilhar Brasil: 1 de 2 2/12/2010 08:05
  • 5. O papel de cada órgão no PanAmericano | Valor Online http://www.valoronline.com.br/impresso/investimentos/119/343555/o-pa... Contabilidade: Estrutura robusta de governança não foi suficiente para identificar suposta fraude nas contas. O papel de cada órgão no PanAmericano Por Fernando Torres | De São Texto: Compartilhar Paulo 29/11/2010 Diante de todo o aparato de supervisão e governança que existia no PanAmericano, todos ficam intrigados e se perguntam como ninguém (aparentemente) percebeu que havia essa suposta fraude dentro da instituição financeira. Para tentar entender onde há brechas e os limites de cada agente nesse caso, o Valor conversou com oito fontes especializadas na área, entre auditores, contadores, reguladores e pessoas ligadas ao comitê de auditoria e conselho fiscal do banco. O relato é que a estrutura existente dava aparente tranquilidade para cada um dos órgãos de fiscalização fazer o seu trabalho. O PanAmericano tinha auditoria interna própria e era auditado externamente pela Deloitte - uma das quatro maiores do mercado. Além disso, tinha comitê de auditoria, conselho fiscal e havia passado por um processo de abertura de capital há três anos - que envolveu a análise de três bancos coordenadores - UBS Pactual (na época), Bradesco BBI e Itaú BBA. Mais recentemente, ao ter parte do capital vendido à Caixa Econômica Federal, foi avaliado pelo Banco Fator e passou por uma auditoria especial da KPMG. A regulação envolve o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários. Mas o fato é que todos os dados analisados pelos órgãos de supervisão e fiscalização são gerados pela contabilidade e aprovados, em primeiro lugar, pela diretoria do banco. Sem comentar o caso específico, auditores experientes dizem que faz parte da profissão lidar com riscos, entre os quais está o de emitir um parecer sem ressalva sobre uma demonstração financeira errada. Assim, mesmo que exista o princípio da boa-fé e que o 1 de 4 2/12/2010 08:02
  • 6. O papel de cada órgão no PanAmericano | Valor Online http://www.valoronline.com.br/impresso/investimentos/119/343555/o-pa... auditor não seja polícia, ele deve ter o chamado ceticismo profissional e não pode acreditar apenas nas informações passadas pela administração da companhia. Dessa forma, está entre suas atribuições tentar identificar erros contábeis, que podem ser intencionais ou não. O que eles reconhecem, no entanto, é que nem sempre se consegue identificar o problema. No caso das fraudes, a origem pode ser de funcionários do baixo escalão, da média gerência ou da alta administração. Nos dois primeiros tipos, é mais fácil de resolver o problema, porque a diretoria ajuda o auditor externo a identificar a falha, uma vez que isso também é do seu interesse. Já a fraude gerada na cúpula de uma companhia é a mais difícil de se descobrir, especialmente quanto envolve um grupo de pessoas, porque a administração faz de tudo para esconder as falhas e tem o poder e a hierarquia a seu favor. Os funcionários mais graduados das empresas costumam ser aqueles com mais poder dentro de sistemas informatizados de controle, que podem alterar números de contratos, por exemplo. No caso de mudanças que exigem confirmação por uma segunda senha, a fraude é facilitada quando é praticada por mais de uma pessoa. Além disso, os especialistas destacam que no Brasil não há exigência de uma auditoria específica dos controles internos, assim como ocorre com as empresas que têm ações negociadas nos Estados Unidos e são obrigadas a seguir a lei Sarbanes-Oxley. O que se faz aqui é avaliar o ambiente de controles internos, seja com testes seja com a observação da cultura dentro da própria companhia. Com base no julgamento do auditor sobre a efetividade desses controles no início do seu trabalho, ele desenha seu programa de auditoria. A depender do nível de confiança depositado nos controles, ele define se fará mais ou menos testes para cada conta. Em um exemplo: quando há confiança nos sistemas da empresa ele testa 300 operações num universo de 10 mil; se ele tem dúvidas, pode olhar 500 ou 1.000, e assim por diante. No caso dos bancos, isso inclui a circularização de saldos e créditos bancários. Quando são identificados erros acima do considerado razoável, amplia-se os testes. Para definir os limites, o auditor leva em conta o princípio da relevância, que também é um julgamento dele. É um valor arbitrado, como 5% do lucro ou do patrimônio, por exemplo. Assim, ele avalia que pode existir um número X de erros no balanço, mas a soma deles não pode ultrapassar um valor Y, que é o limite do considerado relevante no início dos trabalhos. Se o auditor não consegue identificar a existência de um erro no balanço elaborado pelo comando da companhia, seja ele intencional ou não, o trabalho posterior fica comprometido. O comitê de auditoria é um órgão que está ali para ajudar o conselho de administração a acompanhar o trabalho dos auditores externos e internos, assim como os controles internos. Legalmente, as reuniões devem ser no mínimo mensais, embora no caso do PanAmericano fossem semanais. Apesar de acompanharem os trabalhos de perto, os 2 de 4 2/12/2010 08:02
  • 7. O papel de cada órgão no PanAmericano | Valor Online http://www.valoronline.com.br/impresso/investimentos/119/343555/o-pa... comitês de auditoria deixam claro, nos seus relatórios semestrais, que as recomendações ao conselho de administração para aprovação das contas são dadas com base nos números preparados pela contabilidade e diretoria da empresa e já auditados. O conselho fiscal só tem obrigação de se reunir a cada trimestre, para aprovar ou não o balanço já preparado. No caso do PanAmericano, o Valor apurou que os conselheiros perguntavam sobre a variação de algumas contas e as explicações fornecidas pela diretoria pareceriam razoáveis e bem fundamentadas. Recentemente, o órgão teria manifestado preocupação com as provisões, que foram ajustadas neste ano. Sem que isso representasse uma preocupação maior, o único senão era a demora para que o balanço fosse disponibilizado, o que reduzia o prazo para sua avaliação. Com relação à verificação de números feita pela KPMG na ocasião de venda de parte do capital para a Caixa, os especialistas deixaram claro que trata-se de uma análise muito menos profunda que uma auditoria, durando uma ou duas semanas, e às vezes com acesso limitado aos dados, já que o vendedor não tem interesse em divulgar todos os seus números para potenciais interessados que podem não fechar negócio. Durante esse tipo de serviço, a firma apenas avalia a qualidade de algumas contas do balanço (como o contas a receber e imobilizado) e procura passivos ainda não reclamados como riscos de ações judiciais. Questionada sobre se a estrutura de supervisão precisa ser aperfeiçoada, para se evitar casos parecidos, uma fonte de órgão regulador disse que o problema não está no modelo, mas na forma como ele foi operado e que para inibir isso existem punições previstas na legislação. Compartilhar Finanças: NOTÍCIAS RELACIONADAS 29/11/2010 - 00:00 - BC é responsável por supervisão de auditorias dos bancos (/impresso/kpmg/3560/343561/bc-e- responsavel-por-supervisao-de-auditorias-dos-bancos) 3 de 4 2/12/2010 08:02
  • 8. BC é responsável por supervisão de auditorias dos bancos | Valor Online http://www.valoronline.com.br/impresso/kpmg/3560/343561/bc-e-respo... BC é responsável por supervisão de auditorias dos bancos Janes Rocha | Do Rio Texto: Compartilhar 29/11/2010 Embora o trabalho das auditorias seja regulado e supervisionado Aline Massuca/Valor pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), desde 1997 parte dessa função pertence ao Banco Central (BC), que passou a responder pela supervisão das empresas que auditam os bancos. A mudança foi instituída pela Medida Provisória (MP) nº 1470 de 1997, instrumento usado pelo governo da época para implementar uma série de mudanças na Lei das Sociedades por Ações, com o objetivo de facilitar a privatização das estatais. Por esse motivo, no caso do Banco PanAmericano, se alguém tem (http://static.valoronline.c de averiguar e dar alguma resposta ao público sobre o porquê da om.br/sites/default/files empresa de auditoria não ter identificado as operações que /imagecache /media_library_bigimage levaram à quebra do banco, esse alguém é o BC, explica Norma //gn/10/11/foto29sa- Parente, ex-diretora da CVM. 111-norma-d9.jpg) Norma Parente, Atualmente coordenadora do curso de direito da PUC/RJ, Norma ex-diretora da CVM, Parente foi relatora em 2003 do processo aberto pela CVM contra critica fim do rodízio de auditores os administradores do Banco Nacional, caso que ela considera comparável ao do PanAmericano. O Nacional sofreu intervenção em 1995, depois de descobertas 652 contas bancárias em uma contabilidade paralela, atribuída a ex-dirigentes, que escondiam um buraco de R$ 5,5 bilhões em prejuízos com a inadimplência de empréstimos. As contas foram criadas e mantidas durante sete anos sem que fossem captadas pelas fiscalizações do BC e muito menos pela auditoria da KPMG. "É inacreditável como acontece esse tipo de coisa", disse Norma Parente, referindo-se ao caso PanAmericano. Ela lembrou que a CVM julgou e condenou os administradores do 1 de 3 2/12/2010 08:07
  • 9. BC é responsável por supervisão de auditorias dos bancos | Valor Online http://www.valoronline.com.br/impresso/kpmg/3560/343561/bc-e-respo... Nacional, enquanto a KPMG não sofreu nenhuma condenação do BC. Para Norma Parente o problema é a falta de rodízio dos auditores. "O mesmo auditor fica muitos anos (na mesma empresa) e acaba perdendo o senso crítico." Opinião divergente tem o ex-diretor de normas do Banco Central Sergio Darcy. Foi Darcy quem recuou no sistema de rodízio para as auditorias dos bancos, ao constatar que, na prática, "não funcionava tão bem" e ainda elevava os custos para os bancos, que acabavam repassando aos clientes. Darcy acha que o sistema atual, de comitê de auditoria independente, é o melhor para garantir a qualidade dos números das instituições financeiras. O PanAmericano tinha um comitê desses, mas Darcy diz que não é possível entender o que falhou na auditoria do banco do grupo Silvio Santos pela falta de informações oficiais. Esse é também o ponto mais criticado por Edson Garcia, presidente da Associação dos Investidores no Mercado de Capitais (Amec), que se diz preocupado com a situação dos acionistas minoritários do PanAmericano. Para ele, há um "apagão" de informações sobre a real situação financeira do banco e os motivos que levaram ao rombo de R$ 2,5 bilhões. "Não conhecemos detalhes e há muito pouca informação oficial", queixou-se Garcia, inconformado também com o fato de as irregularidades do PanAmericano terem passado despercebidas por todos que deveriam detê-las. Questionada, a CVM divulgou na quinta-feira que está analisando o caso PanAmericano nos pontos que estão em sua "esfera de competência", que seriam os relacionados a "informação do mercado, exceto demonstrações financeiras e auditoria, negociações com valores mobiliários da instituição e fundos de investimento". O BC também foi procurado, mas não respondeu aos pedidos de entrevista. Compartilhar Finanças: 2 de 3 2/12/2010 08:07