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                                     6th BRAZILIAN CONFERENCE ON MANUFACTURING ENGINEERING
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REFINO DE GRÃO EM AÇOS BAIXO CARBONO: UMA REVISÃO
CRÍTICA
Cleiton Lazaro Fazolo de Assis, fazolocla@usp.br1
Luciana Montanari, montanar@sc.usp.br1
Alessandro Roger Rodrigues, roger@mat.feis.unesp.br2
Juno Gallego, gallego@dem.feis.unesp.br2
Otávio Villar da Silva Neto, osvillar@bol.com.br3
1
  USP, Escola de Engenharia de São Carlos, Av. Trabalhador Sãocarlense, 400, CEP 13.566-590, São Carlos-SP
2
  UNESP, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Av. Brasil, 56, CEP 15.385-000, Ilha Solteira-SP
3
  UNIP, Instituto de Ciências e Tecnologia, Av. Pres. Juscelino Kubitschek de Oliveira, s/n, CEP 15.091-450, São José
do Rio Preto-SP

Resumo: O único mecanismo capaz de aumentar simultaneamente a resistência mecânica e a tenacidade de aços é o
refinamento dos grãos da microestrutura. Sendo assim, estudos visando o refino de grãos em aços baixo carbono têm
sido direcionados na busca por processos capazes de cumprir essa meta, porém ainda há dificuldades a serem
superadas. Nesse contexto, este trabalho visa discutir a literatura sobre refino de grão em aços baixo carbono através
de processamentos termomecânicos, expondo os principais problemas em torno da técnica e sua aplicação prática na
indústria, comparativamente às técnicas ainda de laboratório. A laminação a morno em múltiplos passes é uma
alternativa viável para contornar a necessidade de laminadores robustos que possam imprimir altas deformações no
material. A não formação de uma segunda fase dispersa em meio à matriz microestrutural, a geração de uma
microestrutura refinada em toda seção do material e em maiores espessuras são as atuais metas da pesquisa. As
temperaturas de trabalho, os níveis de deformação e os tempo/velocidades de resfriamento são as principais
ferramentas para o controle da microestrutura final com grãos ultrafinos. Os aços com grãos ultrafinos podem
explorar aplicações nas quais substituam aços com maior quantidade de carbono e elementos de liga que encarecem o
produto. Na manufatura de peças e componentes uma microestrutura refinada favorece o aumento da resistência a
deformações causadas por processos de corte, além de favorecer mais qualidade à superfície usinada. O refino de
grão em aços baixo carbono para aumento da resistência mecânica e da tenacidade envolve o uso de menos
tecnologia em relação a métodos para produção de aços com maior quantidade de elementos de liga e representa um
viés para redução de custos de fabricação.

Palavras-chave: aço baixo-carbono, grãos ultrafinos, processamento termomecânico




1. INTRODUÇÃO

     Na história dos materiais o século XX pode ser considerado como o século do aço. A produção mundial de aço
bruto no ano de 1900 foi de 31,04 milhões de toneladas e no ano 2000 atingiu os 846 milhões de toneladas. Devido o
desenvolvimento econômico de alguns países, principalmente a China, a produção mundial de aço atingiu 1220 milhões
de toneladas no ano de 2006, sendo 40 vezes maior do que em 1900 (Weng, 2009).
     Os aços com baixo teor de carbono ocupam hoje cerca de 70% da produção mundial de ligas ferrosas, objetivando
aplicações industriais das mais variadas, desde imensos componentes estruturais até pequenas peças e dispositivos
mecânicos. Para atender a demanda desse mercado, consumidor e acelerado, buscam-se materiais com características
mecânicas especiais, tais como alta resistência mecânica aliada à alta tenacidade. Por exemplo, para os aços destinados
a fins estruturais são requisitos mecânicos importantes: resistência à fadiga, ao desgaste, à corrosão atmosférica e
resistência mecânica associada à boa tenacidade, além de possuir boa conformabilidade e soldabilidade (Abdalla et al.,
2006). Uma das formas de alterar algumas propriedades mecânicas de aços com baixo teor de carbono é reduzir o
tamanho dos grãos.
     Da mesma forma que os aços estruturais, aços comuns podem ter as suas aplicações expandidas se as propriedades
puderem ser melhoradas com o refino do tamanho dos grãos sem alterar a composição química (Silva Neto, 2006).
Okitsu, Takata e Tsuji (2009) ainda citam a melhora na resistência à fratura em baixas temperaturas e alta resistência
dinâmica (suportando elevadas taxas de deformação, em torno de 103s-1) com grãos refinados.
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    Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas 2011
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     Assim , na década de 1950, dois autores estabeleceram, de forma independente e inovadora, uma correlação entre a
resistência mecânica e a microestrutura, através da redução do tamanho de grão. Em 1951, na Universidade de
Sheffield, Reino Unido, E. O. Hall escreveu uma série de três artigos que apareceram no volume 64 do Proceedings of
the Physical Society. Em seu terceiro artigo, Hall demonstrou que o comprimento das bandas de deslizamento
corresponde à ordem de tamanho de grão e, dessa forma, estabeleceu relação entre estas variáveis, concentrando seu
estudo em aços baixo-carbono.
     Baseado em seu trabalho experimental, realizado em 1946-1949, N. J. Petch, da Universidade de Leeds, Inglaterra,
publicou um artigo em 1953, independente de Hall. O trabalho de Petch visou o estudo da fratura frágil. Ao medir a
variação da tensão de clivagem com relação ao tamanho de grão ferrítico em temperaturas muito baixas, Petch
encontrou uma relação exata para o que Hall descrevera anteriormente. Assim, com base nesses estudos sobre o efeito
do tamanho de grão na resistência mecânica de aços baixo-carbono, foi proposta a relação de Hall-Petch que descreve a
relação entre limite de escoamento e tamanho de grão (Weng, 2009).
     De acordo com Weng (2009), o conceito tradicional de aços com grãos finos usado na indústria em muitos países
ocorre da seguinte forma: em conformidade com a especificação ASTM, aços com tamanho médio de grão da ordem de
1 a 3 (250 e 150 µm) são considerados grãos grosseiros; aços com tamanho médio entre 4 e 6 (88 e 44 µm) são tidos
como de granulometria média; aços com grãos de tamanho médio entre 7 e 8 (31 e 22 µm) são considerados aços de
grãos finos. Desde o início das pesquisas de aços com grãos ultrafinos em 1990, ainda não há definição unificada para
“tamanho de grão ultrafino”. Dessa forma, por consenso e levando em consideração pesquisas que verificaram a
melhora das propriedades mecânicas, como resistência mecânica e tenacidade, com relação à diminuição do tamanho de
grão, considera-se para aços de baixo-carbono um tamanho médio de grão igual ou inferior a 5 µm para definir um aço
de grãos ultrafinos.
     O desenvolvimento de aços de alta resistência mecânica com grãos ultrafinos tem sido objeto de pesquisa,
principalmente em países asiáticos. Li, Cui e Chen (2009) citam que o refino de grão é um método eficiente para o
aumento da resistência mecânica, tenacidade, resistência à fratura e resistência à fadiga. Um dos pontos-chave no
desenvolvimento desses aços é o refinamento da ferrita, geralmente conseguido pela interação entre processamentos
termomecânicos e tratamentos térmicos (Beladi et al., 2004).




             Figura 1. Elevação simultânea da tenacidade e resistência mecânica pelo refino de grão.

     De acordo com Narayana Murty e Torizuka (2008), aços com grãos ultrafinos, com composições relativamente
simples, têm grande potencial para o aumento da resistência mecânica convencional de aços baixa-liga. Os benefícios
atraentes desta abordagem são: evitar adições de elementos de liga, facilitando assim a reciclagem; evitar tratamentos
térmicos adicionais como a têmpera, reduzindo assim o custo do produto, bem como tornar o processo ambientalmente
sustentável; melhorar a soldabilidade devido ao menor teor de carbono e de elementos de liga; e a obtenção de
superplasticidade a altas taxas de deformação em temperaturas moderadas.
     Dentro desse contexto, este trabalho discorre sobre aspectos da literatura voltados ao mecanismo de refino de grão
por processamento termomecânico, mais especificamente a laminação a morno, para obtenção do aumento simultâneo
da tenacidade e resistência mecânica de aços com baixo teor de carbono e de elementos de liga. O propósito geral é
revisar os conceitos metalúrgicos, visando abordar as principais dificuldades de gerar um produto com grãos ferríticos
ultrafinos em escala industrial e em maiores espessuras que seja tecnologicamente viável, vindo a ser um substituto de
aços com maior custo agregado de produção.
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2. LITERATURA REFERENTE AO PROCESSAMENTO TERMOMECÂNICO

     Na busca pela otimização da razão resistência/custo de produtos, com o propósito de economizar energia, tornou-se
muito importante a aplicação de tecnologias avançadas visando reduzir o consumo de energia e materiais, minimizando
as emissões e atendendo ao desenvolvimento sustentável amigável. Quando se trata da laminação, por exemplo, é
necessário produzir novas gerações de produtos de aço de alto desempenho com baixo custo, usando tecnologias mais
econômicas com base na otimização do processamento (Xianghua et al., 2009). A produção de aços com grãos
ultrafinos tem apresentado grande potencial comercial nesse sentido.




             Figura 2. Efeito dos mecanismos de endurecimento de aços de acordo com Weng (2009).

     Historicamente, a obtenção de aços com melhores propriedades de resistência mecânica e tenacidade ocorre pelo
processo de normalização ou pela laminação a frio seguida de recozimento para recristalização controlada. Nos últimos
anos, o controle de processos termomecânicos tem sido empregado para controlar o estado da austenita antes da
transformação e durante a transformação (Hickson et al., 2002). Embora nos últimos 35 anos tenha havido melhora na
compreensão da importância dos fatores metalúrgicos relativos ao material para controle do refinamento de grãos
ferríticos, poucas técnicas de processamento foram desenvolvidas (Hurley e Hodgson, 2001). Além disso, apesar do
enorme esforço e despesas, o refinamento da ferrita em aços com baixo teor de carbono, sem a utilização de elementos
microligantes continua a ser uma tarefa difícil tanto científica quanto tecnologicamente (Sun et al., 2002).
     Dessa forma, estudos são dedicados ao desenvolvimento e aplicação de novos materiais. O objetivo é desenvolver
uma nova classe de aços de alta resistência em que o uso de elementos de liga é drasticamente reduzido. Várias rotas de
processamento têm sido estudadas para este fim, principalmente com simulações em laboratório. Uma vantagem dos
aços em comparação com outras ligas é que a transformação sólido-sólido da austenita em ferrita pode ser explorada
para se obter refinamento de grãos. Grãos ferríticos inferiores a 5 µm são obtidos usando rotas convencionais de
processamento industrial e resfriamento acelerado (Militzer e Brechet, 2009).
     Atualmente, existem duas rotas de processamento estabelecidas em escala de laboratório capazes de refinar grãos
até tamanhos ultrafinos: através de deformações severas e de processamento termomecânico (Han e Yue, 2003).

2.1. Refino de grãos por deformação plástica severa

     XiangHua et al. (2009) afirmam que a maioria dos métodos existentes para a produção de estruturas de grãos
ultrafinos é baseada em deformação plástica severa, tais como o Equal Channel Angular Pressing (ECAP),
Accumulative Roll-Bonding (ARB) e Severe Torsional Straining (STS), por exemplo. O estudo de materiais
processados por deformação plástica severa recebe atenção especial devido às grandes mudanças que ocorrem nas
propriedades e na microestrutura dos materiais. Este interesse surgiu porque as técnicas de deformação plástica severa
promovem grandes deformações nos materiais e são utilizadas como um método para o refino de grão de metais,
fazendo com que estes materiais apresentem granulometria ultrafina e/ou nanométrica (Baldissera et al., 2006).
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     Embora esses métodos sejam capazes de obter escalas submicrométricas ou nanométricas, a necessidade de
equipamentos especiais para alcançar a enorme pressão necessária torna inadequada e não rentável a produção em
massa de materiais com grãos ultrafinos (Xianghua et al, 2009). Park et al. (2000) citam que, além disso, tensões
residuais consideráveis ainda permanecem mesmo depois de uma grande parcela da energia interna ter sido dissipada
para o refinamento dos grãos, sendo necessário posterior tratamento para alívio dessas tensões, normalmente um
tratamento térmico para assegurar sua aplicação prática.

2.2. Refino de grãos por processamento termomecânico

     Os métodos mais comuns de obtenção de estruturas refinadas na indústria metalúrgica são processamentos
termomecânicos envolvendo seqüências de deformação plástica e tratamento térmico (Costa et al., 2005). O
processamento termomecânico tradicional demonstra ter potencial para o refinamento de grão através de recristalização
e nucleação forçada de grãos de ferrita (Shokouhi e Hodgson, 2009). Um mecanismo importante e amplamente
utilizado no refino de grão é a recristalização dinâmica, gerada pela técnica do processamento termomecânico. Essa
técnica produz grãos refinados da ordem de 2 a 5 µm em aços comerciais baixa-liga e baixo-carbono, utilizando-se para
isso laminação convencional controlada e resfriamento acelerado.
     A deformação a quente provoca mudanças na microestrutura austenítica, o que afeta a transformação da ferrita. O
efeito da deformação plástica sobre a cinética de transformação é considerada a partir de três aspectos: a mudança na
energia livre, a mudança na taxa de nucleação e a mudança na área de contorno eficaz para a nucleação (Li, Cui e Chen,
2009). Han e Yue (2003) relatam que na recristalização controlada do material, a precipitação de carbonetos estáveis
finos restringe o crescimento dos grãos austeníticos após a deformação, favorecendo a nucleação da ferrita, que tende a
crescer menos, uma vez que a ferrita nucleia preferencialmente nos contornos de grão austeníticos.
     Algumas pesquisas demonstram que a transformação dinâmica induzida pela tensão, gerada pela deformação, pode
produzir ferrita com granulometria média de 1 a 3 µm, ou menos, e tem tido significativa atenção devido à sua
simplicidade e eficiência no refinamento de grão (Zheng et al., 2008).
     Yanagimoto et al. (2009) explicam que a fabricação de aços e outros metais com grãos refinados pode ser
conduzida por deformação a morno, com redução da espessura e velocidade de deformação adequada, pois a densidade
elevada de discordâncias atinge tal condição que é possível promover a recristalização estática acelerada para os grãos
mais finos. Além disso, a transformação acelerada com elevada densidade de discordâncias é também útil para
promover o refinamento de grãos adicionais de aços, o que leva a maior valor do limite de escoamento e menor
temperatura de transição dúctil-frágil sem sacrificar a conformabilidade dos produtos. Consequentemente, a alta
densidade de discordâncias residuais é a chave para a otimização das condições de deformação a quente.

3. VISÃO CRÍTICA SOBRE REFINO DE GRÃO POR PROCESSAMENTO TERMOMECÂNICO

     O refinamento de grãos é um dos assuntos mais importantes no controle da microestrutura de materiais metálicos.
As propriedades mecânicas de um produto são fortemente dependentes da microestrutura final, que evolui através da
recuperação, recristalização e transformação de fase (Yanagimoto et al., 2009). Deste modo tem-se produzido, de forma
comercial, aços com microestruturas contendo grãos com tamanhos de 4 e 5 µm. A partir do final da década de 1990,
diversos países iniciaram projetos de pesquisa visando romper esse limite, propondo rotas de fabricação para aços com
tamanho de grão até mesmo menor que 1 µm (Gorni, Silveira e Reis, 2007).
     Vários pesquisadores têm investigado, nos últimos anos, a formação de grãos ultrafinos na ferrita em aços carbono
baixa-liga apoiados em fenômenos como a formação de subgrão/grão por deformações severas à temperatura ambiente,
transformação dinâmica de fase induzida por deformação, recristalização dinâmica contínua da ferrita em
processamento ou trabalho a morno (Silva Neto e Balancin, 2007).
     Promover intervenções na estrutura de ligas baixo-carbono para melhoria das propriedades do material não é uma
tarefa simples. Elas se baseiam em processos que exigem altas deformações e, sendo assim, é preciso, por meio da
escolha de elementos e composições adequadas, refinar procedimentos e retrabalhar etapas de processamento, sempre
visando à nucleação de uma fase ferrítica e baixa taxa de crescimento de grão. Dessa forma, é possível conciliar a
tenacidade favorecida pela ferrita com o aumento da resistência mecânica, gerado em virtude do mecanismo de
endurecimento pelos grãos ultrafinos obtidos. Tsuji (2009) afirma que o desequilíbrio entre resistência mecânica e
ductilidade é o maior problema dos materiais de grãos ultrafinos para a aplicação prática. Se o problema for superado,
os materiais de grãos ultrafinos serão bastante atraentes, pois alta resistência pode ser conseguida em composições
químicas simples, sem elementos de liga especiais. Tsuchida et al. (2008) citam que a relação tensão-deformação, que
inclui não somente a geração de tensões, mas também o fluxo de tensões ou o comportamento do encruamento em
ampla gama de taxas de deformação deve ser elucidado com mais cuidado antes de explorar novas aplicações de ligas
ultrafinas ou refinadas
     Os aços baixo-carbono vislumbram a possibilidade de ampliar seu campo de aplicações, antes restrito devido às
propriedades mecânicas não favoráveis ou que exigem alto desempenho. Zhuang (2009) menciona que aços
conformados a frio são amplamente utilizados na indústria da construção. Estes aços devem apresentar boa
conformabilidade. É necessário que o material ofereça alta resistência mecânica, a fim de atender as demandas para a
construção civil. Uma possibilidade é a utilização dos aços de médio carbono. No entanto, é difícil para o aço de médio
carbono resistir à deformação pesada durante a solicitação mecânica. Além disso, o uso de tratamentos térmicos nesses
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materiais torna a produção mais cara. Assim, recentemente, muitos estudos em grãos ultrafinos são conduzidos com o
propósito de elaborar aços estruturais (Yokoda, Fujioka e Niikura, 2005).
     A dificuldade está em viabilizar rotas de processamento capazes de produzir aços com grãos ultrafinos em toda a
seção do material e em maiores espessuras. Nesse contexto, o processamento termomecânico controlado pode melhorar
a microestrutura e as propriedades mecânicas de aços de baixo-carbono. A microestrutura refinada final pode ser obtida
através do resfriamento acelerado após a laminação convencional. O controle da temperatura do material durante a
deformação é fundamental para produzir uma região uniforme de ferrita equiaxial ultrafina. Nesse sentido, estruturas
ferríticas ultrafinas podem gerar materiais estruturais avançados, devido à sua alta resistência mecânica (Rodríguez-
Baracaldo et al., 2008).
     Narayana, Murty e Torizuka (2008) citam que diversos autores afirmam ser possível refinar grãos em aços por
laminação a morno em um único passe. No entanto, grandes deformações durante o processo de laminação para
produção de chapas é inviável do ponto de vista operacional, tendo em vista a necessidade de laminadores robustos
capazes de imprimir altas tensões no material, favorecendo altas taxas de deformação. Porém, deformações realizadas
em sucessivos passes e com controle da temperatura do processo vem a ser uma solução para este problema, pois o
processamento não exigirá tantos esforços e poderá ser realizado em temperaturas que estejam no limite da temperatura
de transformação da microestrutura.
     Outra preocupação inerente ao processo é a dispersão de uma segunda fase na estrutura ferrítica refinada. A
formação de grãos ultrafinos em aços baixo-carbono é influenciada não somente pela deformação, mas também pela
temperatura de trabalho e pelo tempo/velocidade de resfriamento do material após o término do processo. A formação
de fases como a martensita, em decorrência de resfriamentos bruscos, tende a conferir ao material alta resistência e
redução da tenacidade. Já a formação de bainita tende a aumentar a resistência mecânica, em menor grau se comparado
a martensita, porém continua a conferir boa tenacidade ao material. Estas fases dispersas na matriz microestrutural
tendem a se formar devido a velocidades de resfriamento distintas que ocorrem em diferentes partes do material.
     Contornadas as dificuldades e sendo possível a produção de aços com grãos ultrafinos em maior escala com
maiores espessuras, sua possível aplicação, de acordo com o National Institute of Materials Science (NIMS) do Japão,
seria a produção de parafusos. Geralmente, parafusos são fabricados por conformação, seguido pela etapa de
endurecimento por têmpera. No entanto, esse processo de fabricação é industrialmente caro. Uma tecnologia viável, a
fim de evitar o uso de tratamentos térmicos e aumentar a produtividade, seria o uso de laminados, porém para aumentar
a resistência mecânica do material seria necessário o incremento de elementos de liga, tais como, Cr, Ti, Nb e B. Porém
este não seria um método razoável, pois estes elementos de liga reduziriam a tenacidade do parafuso. O uso de aços
com grãos ultrafinos mostra-se como opção adequada para produção de parafusos, pois concilia elevada resistência
mecânica e alta tenacidade.
     Outros aspectos sustentam as expectativas sobre aços com grãos ultrafinos, como a usinagem. O material com grãos
ultrafinos apresentam características de usinabilidade favoráveis, como acabamento e resistência à deformação na borda
usinada, vindo a ser um possível substituto em algumas aplicações que utilizam aços com maior quantidade de
elementos ligantes que podem formar partículas abrasivas, prejudicando a usinabilidade. Além disso, uma estrutura de
grãos refinados apresenta melhor acabamento quando comparados a um material de mesma composição, química,
porém com maior tamanho médio de grão. Quanto ao mecanismo de formação de cavaco, o material com grãos
ultrafinos requer menos deformação para atingir o ponto de ruptura do cavaco, resultando comparativamente a um
homólogo de grãos maiores, num cavaco de menor espessura, favorecendo a qualidade do processo de usinagem. A
formação de cavaco é bastante influenciada pela dureza do material. Portando, a maior dureza apresentada pelo material
com grãos ultrafinos favorece a quebra do cavaco.
     Ainda em relação à borda usinada, o aumento da dureza pela redução do tamanho médio dos grãos tende a dificultar
o encruamento do material em virtude da aplicação dos parâmetros de corte, sendo a variação da microdureza
relativamente baixa ou nula, dadas algumas condições de corte como a de acabamento na qual a taxa de cisalhamento é
maior ou condições nas quais há ocorrência de maiores forças de corte (Assis, 2010). Uma explicação mais apurada
baseia-se na hipótese de os contornos de grãos atuarem como uma barreira que impede o movimento das discordâncias,
empilhando-as durante a deformação plástica. Com a diminuição do tamanho de grão, há aumento na área de contorno
de grão que funciona como barreira ao movimento das discordâncias, resultando na elevação da resistência à
deformação do metal.
     Com relação às falhas, a maioria ocorre na superfície dos materiais incluindo fratura por fadiga, desgaste, corrosão,
etc., que sensibilizam a estrutura e as propriedades da superfície do material. De acordo com Tao et al. (2002), a
otimização da estrutura superficial e demais propriedades podem efetivamente melhorar o comportamento global do
material. Além disso, aços com grãos ultrafinos exibem maior resistência ao calor quando comparado aos seus
homólogos de grãos grosseiros (Wang et al., 2008). Como resultado, a modificação da superfície de materiais de
engenharia por meio do refino de grão tende a gerar mais aplicações industriais.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

    As técnicas existentes para refino de grão, principalmente por deformação plástica severa, apesar de bem sucedidas
em escala laboratorial, apresentam problemas de ordem prática no que diz respeito à produção em larga escala de aço
com grãos ultrafinos, pois a necessidade de equipamentos capazes de suportar as altas pressões impostas pelo intenso
processo de deformação e o próprio mecanismo para gerar estas pressões, representam um significativo problema,
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tornando inviável comercial e tecnologicamente sua aplicação prática e efetiva, pelo menos até o momento. Nesse
sentido, o processamento termomecânico por laminação a morno em sucessivos passes de laminação, sinaliza ser um
método viável e eficiente para produção de chapas de aços baixo carbono com grãos ultrafinos, e devido a isso é que há
estudos que adéqüem a técnica às atuais matrizes de produção existentes na indústria.
    As possíveis aplicações dos aços com grãos ultrafinos justificam a demanda pela otimização do processamento
termomecânico, inclusive explorando as possibilidades de reduções ainda maiores do tamanho médio dos grãos na
busca por maior resistência mecânica aliada a boa tenacidade. A substituição de alguns aços, comumente utilizados na
produção de peças e componentes, por aços baixo-carbono processados para refino de grão é uma alternativa
promissora se levado em conta o preço final do produto e suas propriedades mecânicas igual ou superiormente eficazes.
Além disso, há benefícios na manufatura de peças a partir de aços com grãos ultrafinos, pois a maior resistência
proveniente do refino de grão favorece menores deformações da borda usinada, melhoria do mecanismo de formação e
quebra do cavaco e acabamento superior quando comparado a um material de mesma composição química, porém com
maior tamanho de grão.
    Como exposto, o estudo da técnica e da rota de processamento de refino de grão em aços baixo-carbono é um
campo ainda a ser explorado, seja na produção em larga escala e em maiores espessuras utilizando processamentos
termomecânicos, seja na aplicação prática do material e estudos relacionados à manufatura de peças e componentes. O
aprimoramento de métodos para refino de grão por processamento termomecânico está no controle da taxa e níveis de
deformação, nas temperaturas de operação e nos tempos/velocidades de resfriamento, culminando no controle da
microestrutura final. Vários estudos são realizados com este propósito, e a melhoria das propriedades mecânicas de aços
com composições simples poderá ser um viés para solução de problemas relacionados a custos e tecnologias atuais de
fabricação.

5. AGRADECIMENTOS

   Ao Laboratório de Processamentos Termomecânicos da Universidade Federal de São Carlos pela parceria e à
FAPESP e ao CNPq pelo fomento a pesquisa e concessão das bolsas de estudo.

6. REFERÊNCIAS

     Abdalla, A. J. et al., 2006, “Formação da fase bainítica em aços de baixo carbono”, Revista Brasileira de
Aplicações de Vácuo, Vol. 25, No. 3, pp.175-181.
     Assis, C. L. F., 2010, “Efeito do fresamento com alta velocidade de corte na usinabilidade de aços ferríticos com
grãos ultrafinos”, Dissertação de Mestrado, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Universidade Estadual Paulista,
Ilha Solteira, Brasil.
     Baldissera, M. R. et al, 2006, “Análise por elementos finitos do processo ECAP (Prensagem em Canais
Equiangulares) do aço VMB 300”, In: 17° Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciências dos Materiais, Foz do Iguaçu,
Vol. 1, pp. 6434-6443.
     Beladi, H. et al., 2004, “The evolution of ultrafine ferrite formation through dynamic strain-induced
transformation”, Materials Science and Engineering A, Vol. 371, No. 1-2, pp.343-352.
     Costa, A. L. M. et al., 2005, “Chapas de aço do tipo “IF” com estrutura ultra-refinada obtidas por laminação
severa”, Tecnologia em Metalurgia e Materiais, Vol. 2, No. 1, pp. 64-69.
     Gorni, A. A., Silveira, J. H. D. e Reis, J. S. S.,2007, “Estudo avalia o desenvolvimento de chapas de aço com grão
ultra-fino”, Corte e Conformação de Metais, Vol. 3, No. 27, pp.78-105.
     Han, B. Q. e Yue, S., 2003, “Processing of ultrafine ferrite steels”, Journal of Materials Processing Technology,
Vol. 136, No. 1-3, pp. 100-104.
     Hickson, M. R. et al., 2002, “The production of ultrafine ferrite in low-carbon steel by strain-induced
transformation”, Metallurgical and Materials Transactions A, Vol. 33, No. 4, pp. 1019-1026.
     Hurley, P. J. e Hodgson, P. D., 2001, “Formation of ultra-fine ferrite in hot rolled strip: potential mechanisms for
grain refinement”, Materials Science and Engineering A, Vol. 302, No. 2, pp. 206-214.
     Li, Q., Cui, X., Chen, H., 2009, “Effect of deformation-induced transformation process on ferrite grain size and
volume fraction in steel 12CR1MOV”, International Journal of Modern Physics B, Vol. 23, No. 5-6, pp.1197-1202.
     Militzer, M. e Brechet, Y., 2009, “Phenomenological model for deformation-induced ferrite transformation”,
Metallurgical and Materials Transactions A, Vol. 40, No. 10, pp. 2273-2282.
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     Okitsu, Y.; Takata N. e Tsuji, N., 2009, “A new route to fabricate ultrafine-grained structures in carbon steels
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215-220.
6º CONGRESSO BRASI LEIRO DE ENGENHARIA DE FABRICAÇÃO 11 a 15 de Abril de 20 11. Caxias do Sul - RS


     Shokouhi, A. e Hodgson, P. D., 2009, “Effect of transformation mechanism (static or dynamic) on final ferrite grain
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     Tsuchida, N. et al., 2008, “Effect of ferrite grain size on tensile deformation behavior of a ferrite-cementite low
carbon steel”, Materials Science and Engineering A, Vol. 488, No. 1-2, pp. 446-452.
     Tsuji, N., 2009, “Ultrafine grained steels managing both high strength and ductility”, Journal of Physics:
Conference Series, Vol. 165, Não paginado.
     Wang, T. S. et al., 2008, “A novel process to obtain ultrafine-grained low carbon steel with bimodal grain size
distribution for potentially improving ductility”, Materials Science and Engineering A, Vol. 485, No. 1-2, pp. 456-460.
     Weng, Y., 2009, “Ultra-fine grained steels”, Beijing: Metallurgical Industry Press; New York: Springer Berlin
Heidelberg, 569 p.
     Xianghua, L. et al., 2009, “High performance low cost steels with ultrafine grained and mult-phased
microstructure”, Science in China Series E: Technological Sciences, Vol. 52, No. 8, pp. 2245-2254.
     Yanagimoto, J. et al., 2009, “Control of ultrafine microstructure by single-pass heavy deformation and cold forging
of metal”, Journal of Materials Processing Technology, Vol. 209, n. 2, pp. 679-685.
     Yokota, T., Fujioka, M. e Niikura, M., 2005, “Grain structure of Fe-0.3mass%C-9mass%Ni steel processed through
’ transformation caused by spontaneous reverse transformation”, Iron Steel Institute Japan International, Vol.
45, No. 5, pp. 736-742.
     Zheng, C. et al., 2008, “On the ferrite refinement during the dynamic strain-induced transformation: a cellular
automaton modeling”, Scripta Materialia, Vol. 58, No. 10, p. 838-841.
     Zhuang, L., 2009, “Effect of thermomechanical controlled processing on mechanical properties of 490 MPa grade
low carbon cold heading steel”, Journal of Iron and Steel Research International, Vol. 16, No. 3, pp. 43-48.

7. DIREITOS AUTORAIS

    Os autores são os únicos responsáveis pelo conteúdo do material impresso incluído no seu trabalho.
6º CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE FABRICAÇÃO
                                      6th BRAZILIAN CONFERENCE ON MANUFACTURING ENGINEERING
                                             11 a 15 de abril de 2011 – Caxias do Sul – RS - Brasil
                                               April 11th to 15th, 2011 – Caxias do Sul – RS – Brazil



GRAIN REFINEMENT IN LOW-CARBON STEELS: A CRITICAL REVIEW

Cleiton Lazaro Fazolo de Assis, fazolocla@usp.br1
Luciana Montanari, montanar@sc.usp.br1
Alessandro Roger Rodrigues, roger@mat.feis.unesp.br2
Juno Gallego, gallego@dem.feis.unesp.br2
Otávio Villar da Silva Neto, osvillar@bol.com.br3
1
  USP, São Carlos School of Engineering, Av. Trabalhador Sãocarlense, 400, Zip Code 13.566-590, São Carlos-SP,
Brasil
2
  UNESP, Ilha Solteira Faculty of Engineering, Av. Brasil, 56, Zip Code 15.385-000, Ilha Solteira-SP, Brasil
3
  UNIP, Science and Technology Institute, Av. Pres. Juscelino Kubitschek de Oliveira, Zip Code 15.091-450, São José
do Rio Preto-SP, Brasil

Abstract. The only mechanism capable of increasing both mechanical strength and toughness of steels simultaneously
is the grain refinement. Thus, studies aiming at grain refinement in low-carbon steels have been targeted, but there are
still difficulties to be overcome. In this context, this paper discusses the scientific literature related to grain refinement
in low-carbon steels through thermomechanical processing, exposing the main problems of the technique and its
practical application in industry compared to laboratory methods. The warm rolling with multiple passes is a feasible
alternative to circumvent the need for robust rolling which can generate high deformations in the material. The
objectives of current researches are to avoid the second phase formation and obtain finer microstructures along the
greater thickness of material cross section. Working temperatures, strain levels and the time/cooling rates are the main
tools to control the final microstructure of steels with ultrafine grains. The ultrafine-grained steels can explore
applications in which substitute steels more expensive with higher contents of carbon and alloy elements. In the
manufacturing of components, a finer microstructure allows to increase the resistance to deformation caused by
cutting processes, as well to promote more quality to the machined surface. The grain refinement in low-carbon steels
aiming at higher strength and toughness involves less technology in relation to methods for production of steels with
higher amounts of alloy elements and represents a way to reduce manufacturing costs.

Keywords: low-carbon steel, ultrafine grains, thermomechanical processing.




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  • 1. 6º CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE FABRICAÇÃO 6th BRAZILIAN CONFERENCE ON MANUFACTURING ENGINEERING 11 a 15 de abril de 2011 – Caxias do Sul – RS - Brasil April 11th to 15th, 2011 – Caxias do Sul – RS – Brazil REFINO DE GRÃO EM AÇOS BAIXO CARBONO: UMA REVISÃO CRÍTICA Cleiton Lazaro Fazolo de Assis, fazolocla@usp.br1 Luciana Montanari, montanar@sc.usp.br1 Alessandro Roger Rodrigues, roger@mat.feis.unesp.br2 Juno Gallego, gallego@dem.feis.unesp.br2 Otávio Villar da Silva Neto, osvillar@bol.com.br3 1 USP, Escola de Engenharia de São Carlos, Av. Trabalhador Sãocarlense, 400, CEP 13.566-590, São Carlos-SP 2 UNESP, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Av. Brasil, 56, CEP 15.385-000, Ilha Solteira-SP 3 UNIP, Instituto de Ciências e Tecnologia, Av. Pres. Juscelino Kubitschek de Oliveira, s/n, CEP 15.091-450, São José do Rio Preto-SP Resumo: O único mecanismo capaz de aumentar simultaneamente a resistência mecânica e a tenacidade de aços é o refinamento dos grãos da microestrutura. Sendo assim, estudos visando o refino de grãos em aços baixo carbono têm sido direcionados na busca por processos capazes de cumprir essa meta, porém ainda há dificuldades a serem superadas. Nesse contexto, este trabalho visa discutir a literatura sobre refino de grão em aços baixo carbono através de processamentos termomecânicos, expondo os principais problemas em torno da técnica e sua aplicação prática na indústria, comparativamente às técnicas ainda de laboratório. A laminação a morno em múltiplos passes é uma alternativa viável para contornar a necessidade de laminadores robustos que possam imprimir altas deformações no material. A não formação de uma segunda fase dispersa em meio à matriz microestrutural, a geração de uma microestrutura refinada em toda seção do material e em maiores espessuras são as atuais metas da pesquisa. As temperaturas de trabalho, os níveis de deformação e os tempo/velocidades de resfriamento são as principais ferramentas para o controle da microestrutura final com grãos ultrafinos. Os aços com grãos ultrafinos podem explorar aplicações nas quais substituam aços com maior quantidade de carbono e elementos de liga que encarecem o produto. Na manufatura de peças e componentes uma microestrutura refinada favorece o aumento da resistência a deformações causadas por processos de corte, além de favorecer mais qualidade à superfície usinada. O refino de grão em aços baixo carbono para aumento da resistência mecânica e da tenacidade envolve o uso de menos tecnologia em relação a métodos para produção de aços com maior quantidade de elementos de liga e representa um viés para redução de custos de fabricação. Palavras-chave: aço baixo-carbono, grãos ultrafinos, processamento termomecânico 1. INTRODUÇÃO Na história dos materiais o século XX pode ser considerado como o século do aço. A produção mundial de aço bruto no ano de 1900 foi de 31,04 milhões de toneladas e no ano 2000 atingiu os 846 milhões de toneladas. Devido o desenvolvimento econômico de alguns países, principalmente a China, a produção mundial de aço atingiu 1220 milhões de toneladas no ano de 2006, sendo 40 vezes maior do que em 1900 (Weng, 2009). Os aços com baixo teor de carbono ocupam hoje cerca de 70% da produção mundial de ligas ferrosas, objetivando aplicações industriais das mais variadas, desde imensos componentes estruturais até pequenas peças e dispositivos mecânicos. Para atender a demanda desse mercado, consumidor e acelerado, buscam-se materiais com características mecânicas especiais, tais como alta resistência mecânica aliada à alta tenacidade. Por exemplo, para os aços destinados a fins estruturais são requisitos mecânicos importantes: resistência à fadiga, ao desgaste, à corrosão atmosférica e resistência mecânica associada à boa tenacidade, além de possuir boa conformabilidade e soldabilidade (Abdalla et al., 2006). Uma das formas de alterar algumas propriedades mecânicas de aços com baixo teor de carbono é reduzir o tamanho dos grãos. Da mesma forma que os aços estruturais, aços comuns podem ter as suas aplicações expandidas se as propriedades puderem ser melhoradas com o refino do tamanho dos grãos sem alterar a composição química (Silva Neto, 2006). Okitsu, Takata e Tsuji (2009) ainda citam a melhora na resistência à fratura em baixas temperaturas e alta resistência dinâmica (suportando elevadas taxas de deformação, em torno de 103s-1) com grãos refinados. © Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas 2011
  • 2. 6º CONGRESSO BRASI LEIRO DE ENGENHARIA DE FABRICAÇÃO 11 a 15 de Abril de 20 11. Caxias do Sul - RS Assim , na década de 1950, dois autores estabeleceram, de forma independente e inovadora, uma correlação entre a resistência mecânica e a microestrutura, através da redução do tamanho de grão. Em 1951, na Universidade de Sheffield, Reino Unido, E. O. Hall escreveu uma série de três artigos que apareceram no volume 64 do Proceedings of the Physical Society. Em seu terceiro artigo, Hall demonstrou que o comprimento das bandas de deslizamento corresponde à ordem de tamanho de grão e, dessa forma, estabeleceu relação entre estas variáveis, concentrando seu estudo em aços baixo-carbono. Baseado em seu trabalho experimental, realizado em 1946-1949, N. J. Petch, da Universidade de Leeds, Inglaterra, publicou um artigo em 1953, independente de Hall. O trabalho de Petch visou o estudo da fratura frágil. Ao medir a variação da tensão de clivagem com relação ao tamanho de grão ferrítico em temperaturas muito baixas, Petch encontrou uma relação exata para o que Hall descrevera anteriormente. Assim, com base nesses estudos sobre o efeito do tamanho de grão na resistência mecânica de aços baixo-carbono, foi proposta a relação de Hall-Petch que descreve a relação entre limite de escoamento e tamanho de grão (Weng, 2009). De acordo com Weng (2009), o conceito tradicional de aços com grãos finos usado na indústria em muitos países ocorre da seguinte forma: em conformidade com a especificação ASTM, aços com tamanho médio de grão da ordem de 1 a 3 (250 e 150 µm) são considerados grãos grosseiros; aços com tamanho médio entre 4 e 6 (88 e 44 µm) são tidos como de granulometria média; aços com grãos de tamanho médio entre 7 e 8 (31 e 22 µm) são considerados aços de grãos finos. Desde o início das pesquisas de aços com grãos ultrafinos em 1990, ainda não há definição unificada para “tamanho de grão ultrafino”. Dessa forma, por consenso e levando em consideração pesquisas que verificaram a melhora das propriedades mecânicas, como resistência mecânica e tenacidade, com relação à diminuição do tamanho de grão, considera-se para aços de baixo-carbono um tamanho médio de grão igual ou inferior a 5 µm para definir um aço de grãos ultrafinos. O desenvolvimento de aços de alta resistência mecânica com grãos ultrafinos tem sido objeto de pesquisa, principalmente em países asiáticos. Li, Cui e Chen (2009) citam que o refino de grão é um método eficiente para o aumento da resistência mecânica, tenacidade, resistência à fratura e resistência à fadiga. Um dos pontos-chave no desenvolvimento desses aços é o refinamento da ferrita, geralmente conseguido pela interação entre processamentos termomecânicos e tratamentos térmicos (Beladi et al., 2004). Figura 1. Elevação simultânea da tenacidade e resistência mecânica pelo refino de grão. De acordo com Narayana Murty e Torizuka (2008), aços com grãos ultrafinos, com composições relativamente simples, têm grande potencial para o aumento da resistência mecânica convencional de aços baixa-liga. Os benefícios atraentes desta abordagem são: evitar adições de elementos de liga, facilitando assim a reciclagem; evitar tratamentos térmicos adicionais como a têmpera, reduzindo assim o custo do produto, bem como tornar o processo ambientalmente sustentável; melhorar a soldabilidade devido ao menor teor de carbono e de elementos de liga; e a obtenção de superplasticidade a altas taxas de deformação em temperaturas moderadas. Dentro desse contexto, este trabalho discorre sobre aspectos da literatura voltados ao mecanismo de refino de grão por processamento termomecânico, mais especificamente a laminação a morno, para obtenção do aumento simultâneo da tenacidade e resistência mecânica de aços com baixo teor de carbono e de elementos de liga. O propósito geral é revisar os conceitos metalúrgicos, visando abordar as principais dificuldades de gerar um produto com grãos ferríticos ultrafinos em escala industrial e em maiores espessuras que seja tecnologicamente viável, vindo a ser um substituto de aços com maior custo agregado de produção.
  • 3. 6º CONGRESSO BRASI LEIRO DE ENGENHARIA DE FABRICAÇÃO 11 a 15 de Abril de 20 11. Caxias do Sul - RS 2. LITERATURA REFERENTE AO PROCESSAMENTO TERMOMECÂNICO Na busca pela otimização da razão resistência/custo de produtos, com o propósito de economizar energia, tornou-se muito importante a aplicação de tecnologias avançadas visando reduzir o consumo de energia e materiais, minimizando as emissões e atendendo ao desenvolvimento sustentável amigável. Quando se trata da laminação, por exemplo, é necessário produzir novas gerações de produtos de aço de alto desempenho com baixo custo, usando tecnologias mais econômicas com base na otimização do processamento (Xianghua et al., 2009). A produção de aços com grãos ultrafinos tem apresentado grande potencial comercial nesse sentido. Figura 2. Efeito dos mecanismos de endurecimento de aços de acordo com Weng (2009). Historicamente, a obtenção de aços com melhores propriedades de resistência mecânica e tenacidade ocorre pelo processo de normalização ou pela laminação a frio seguida de recozimento para recristalização controlada. Nos últimos anos, o controle de processos termomecânicos tem sido empregado para controlar o estado da austenita antes da transformação e durante a transformação (Hickson et al., 2002). Embora nos últimos 35 anos tenha havido melhora na compreensão da importância dos fatores metalúrgicos relativos ao material para controle do refinamento de grãos ferríticos, poucas técnicas de processamento foram desenvolvidas (Hurley e Hodgson, 2001). Além disso, apesar do enorme esforço e despesas, o refinamento da ferrita em aços com baixo teor de carbono, sem a utilização de elementos microligantes continua a ser uma tarefa difícil tanto científica quanto tecnologicamente (Sun et al., 2002). Dessa forma, estudos são dedicados ao desenvolvimento e aplicação de novos materiais. O objetivo é desenvolver uma nova classe de aços de alta resistência em que o uso de elementos de liga é drasticamente reduzido. Várias rotas de processamento têm sido estudadas para este fim, principalmente com simulações em laboratório. Uma vantagem dos aços em comparação com outras ligas é que a transformação sólido-sólido da austenita em ferrita pode ser explorada para se obter refinamento de grãos. Grãos ferríticos inferiores a 5 µm são obtidos usando rotas convencionais de processamento industrial e resfriamento acelerado (Militzer e Brechet, 2009). Atualmente, existem duas rotas de processamento estabelecidas em escala de laboratório capazes de refinar grãos até tamanhos ultrafinos: através de deformações severas e de processamento termomecânico (Han e Yue, 2003). 2.1. Refino de grãos por deformação plástica severa XiangHua et al. (2009) afirmam que a maioria dos métodos existentes para a produção de estruturas de grãos ultrafinos é baseada em deformação plástica severa, tais como o Equal Channel Angular Pressing (ECAP), Accumulative Roll-Bonding (ARB) e Severe Torsional Straining (STS), por exemplo. O estudo de materiais processados por deformação plástica severa recebe atenção especial devido às grandes mudanças que ocorrem nas propriedades e na microestrutura dos materiais. Este interesse surgiu porque as técnicas de deformação plástica severa promovem grandes deformações nos materiais e são utilizadas como um método para o refino de grão de metais, fazendo com que estes materiais apresentem granulometria ultrafina e/ou nanométrica (Baldissera et al., 2006).
  • 4. 6º CONGRESSO BRASI LEIRO DE ENGENHARIA DE FABRICAÇÃO 11 a 15 de Abril de 20 11. Caxias do Sul - RS Embora esses métodos sejam capazes de obter escalas submicrométricas ou nanométricas, a necessidade de equipamentos especiais para alcançar a enorme pressão necessária torna inadequada e não rentável a produção em massa de materiais com grãos ultrafinos (Xianghua et al, 2009). Park et al. (2000) citam que, além disso, tensões residuais consideráveis ainda permanecem mesmo depois de uma grande parcela da energia interna ter sido dissipada para o refinamento dos grãos, sendo necessário posterior tratamento para alívio dessas tensões, normalmente um tratamento térmico para assegurar sua aplicação prática. 2.2. Refino de grãos por processamento termomecânico Os métodos mais comuns de obtenção de estruturas refinadas na indústria metalúrgica são processamentos termomecânicos envolvendo seqüências de deformação plástica e tratamento térmico (Costa et al., 2005). O processamento termomecânico tradicional demonstra ter potencial para o refinamento de grão através de recristalização e nucleação forçada de grãos de ferrita (Shokouhi e Hodgson, 2009). Um mecanismo importante e amplamente utilizado no refino de grão é a recristalização dinâmica, gerada pela técnica do processamento termomecânico. Essa técnica produz grãos refinados da ordem de 2 a 5 µm em aços comerciais baixa-liga e baixo-carbono, utilizando-se para isso laminação convencional controlada e resfriamento acelerado. A deformação a quente provoca mudanças na microestrutura austenítica, o que afeta a transformação da ferrita. O efeito da deformação plástica sobre a cinética de transformação é considerada a partir de três aspectos: a mudança na energia livre, a mudança na taxa de nucleação e a mudança na área de contorno eficaz para a nucleação (Li, Cui e Chen, 2009). Han e Yue (2003) relatam que na recristalização controlada do material, a precipitação de carbonetos estáveis finos restringe o crescimento dos grãos austeníticos após a deformação, favorecendo a nucleação da ferrita, que tende a crescer menos, uma vez que a ferrita nucleia preferencialmente nos contornos de grão austeníticos. Algumas pesquisas demonstram que a transformação dinâmica induzida pela tensão, gerada pela deformação, pode produzir ferrita com granulometria média de 1 a 3 µm, ou menos, e tem tido significativa atenção devido à sua simplicidade e eficiência no refinamento de grão (Zheng et al., 2008). Yanagimoto et al. (2009) explicam que a fabricação de aços e outros metais com grãos refinados pode ser conduzida por deformação a morno, com redução da espessura e velocidade de deformação adequada, pois a densidade elevada de discordâncias atinge tal condição que é possível promover a recristalização estática acelerada para os grãos mais finos. Além disso, a transformação acelerada com elevada densidade de discordâncias é também útil para promover o refinamento de grãos adicionais de aços, o que leva a maior valor do limite de escoamento e menor temperatura de transição dúctil-frágil sem sacrificar a conformabilidade dos produtos. Consequentemente, a alta densidade de discordâncias residuais é a chave para a otimização das condições de deformação a quente. 3. VISÃO CRÍTICA SOBRE REFINO DE GRÃO POR PROCESSAMENTO TERMOMECÂNICO O refinamento de grãos é um dos assuntos mais importantes no controle da microestrutura de materiais metálicos. As propriedades mecânicas de um produto são fortemente dependentes da microestrutura final, que evolui através da recuperação, recristalização e transformação de fase (Yanagimoto et al., 2009). Deste modo tem-se produzido, de forma comercial, aços com microestruturas contendo grãos com tamanhos de 4 e 5 µm. A partir do final da década de 1990, diversos países iniciaram projetos de pesquisa visando romper esse limite, propondo rotas de fabricação para aços com tamanho de grão até mesmo menor que 1 µm (Gorni, Silveira e Reis, 2007). Vários pesquisadores têm investigado, nos últimos anos, a formação de grãos ultrafinos na ferrita em aços carbono baixa-liga apoiados em fenômenos como a formação de subgrão/grão por deformações severas à temperatura ambiente, transformação dinâmica de fase induzida por deformação, recristalização dinâmica contínua da ferrita em processamento ou trabalho a morno (Silva Neto e Balancin, 2007). Promover intervenções na estrutura de ligas baixo-carbono para melhoria das propriedades do material não é uma tarefa simples. Elas se baseiam em processos que exigem altas deformações e, sendo assim, é preciso, por meio da escolha de elementos e composições adequadas, refinar procedimentos e retrabalhar etapas de processamento, sempre visando à nucleação de uma fase ferrítica e baixa taxa de crescimento de grão. Dessa forma, é possível conciliar a tenacidade favorecida pela ferrita com o aumento da resistência mecânica, gerado em virtude do mecanismo de endurecimento pelos grãos ultrafinos obtidos. Tsuji (2009) afirma que o desequilíbrio entre resistência mecânica e ductilidade é o maior problema dos materiais de grãos ultrafinos para a aplicação prática. Se o problema for superado, os materiais de grãos ultrafinos serão bastante atraentes, pois alta resistência pode ser conseguida em composições químicas simples, sem elementos de liga especiais. Tsuchida et al. (2008) citam que a relação tensão-deformação, que inclui não somente a geração de tensões, mas também o fluxo de tensões ou o comportamento do encruamento em ampla gama de taxas de deformação deve ser elucidado com mais cuidado antes de explorar novas aplicações de ligas ultrafinas ou refinadas Os aços baixo-carbono vislumbram a possibilidade de ampliar seu campo de aplicações, antes restrito devido às propriedades mecânicas não favoráveis ou que exigem alto desempenho. Zhuang (2009) menciona que aços conformados a frio são amplamente utilizados na indústria da construção. Estes aços devem apresentar boa conformabilidade. É necessário que o material ofereça alta resistência mecânica, a fim de atender as demandas para a construção civil. Uma possibilidade é a utilização dos aços de médio carbono. No entanto, é difícil para o aço de médio carbono resistir à deformação pesada durante a solicitação mecânica. Além disso, o uso de tratamentos térmicos nesses
  • 5. 6º CONGRESSO BRASI LEIRO DE ENGENHARIA DE FABRICAÇÃO 11 a 15 de Abril de 20 11. Caxias do Sul - RS materiais torna a produção mais cara. Assim, recentemente, muitos estudos em grãos ultrafinos são conduzidos com o propósito de elaborar aços estruturais (Yokoda, Fujioka e Niikura, 2005). A dificuldade está em viabilizar rotas de processamento capazes de produzir aços com grãos ultrafinos em toda a seção do material e em maiores espessuras. Nesse contexto, o processamento termomecânico controlado pode melhorar a microestrutura e as propriedades mecânicas de aços de baixo-carbono. A microestrutura refinada final pode ser obtida através do resfriamento acelerado após a laminação convencional. O controle da temperatura do material durante a deformação é fundamental para produzir uma região uniforme de ferrita equiaxial ultrafina. Nesse sentido, estruturas ferríticas ultrafinas podem gerar materiais estruturais avançados, devido à sua alta resistência mecânica (Rodríguez- Baracaldo et al., 2008). Narayana, Murty e Torizuka (2008) citam que diversos autores afirmam ser possível refinar grãos em aços por laminação a morno em um único passe. No entanto, grandes deformações durante o processo de laminação para produção de chapas é inviável do ponto de vista operacional, tendo em vista a necessidade de laminadores robustos capazes de imprimir altas tensões no material, favorecendo altas taxas de deformação. Porém, deformações realizadas em sucessivos passes e com controle da temperatura do processo vem a ser uma solução para este problema, pois o processamento não exigirá tantos esforços e poderá ser realizado em temperaturas que estejam no limite da temperatura de transformação da microestrutura. Outra preocupação inerente ao processo é a dispersão de uma segunda fase na estrutura ferrítica refinada. A formação de grãos ultrafinos em aços baixo-carbono é influenciada não somente pela deformação, mas também pela temperatura de trabalho e pelo tempo/velocidade de resfriamento do material após o término do processo. A formação de fases como a martensita, em decorrência de resfriamentos bruscos, tende a conferir ao material alta resistência e redução da tenacidade. Já a formação de bainita tende a aumentar a resistência mecânica, em menor grau se comparado a martensita, porém continua a conferir boa tenacidade ao material. Estas fases dispersas na matriz microestrutural tendem a se formar devido a velocidades de resfriamento distintas que ocorrem em diferentes partes do material. Contornadas as dificuldades e sendo possível a produção de aços com grãos ultrafinos em maior escala com maiores espessuras, sua possível aplicação, de acordo com o National Institute of Materials Science (NIMS) do Japão, seria a produção de parafusos. Geralmente, parafusos são fabricados por conformação, seguido pela etapa de endurecimento por têmpera. No entanto, esse processo de fabricação é industrialmente caro. Uma tecnologia viável, a fim de evitar o uso de tratamentos térmicos e aumentar a produtividade, seria o uso de laminados, porém para aumentar a resistência mecânica do material seria necessário o incremento de elementos de liga, tais como, Cr, Ti, Nb e B. Porém este não seria um método razoável, pois estes elementos de liga reduziriam a tenacidade do parafuso. O uso de aços com grãos ultrafinos mostra-se como opção adequada para produção de parafusos, pois concilia elevada resistência mecânica e alta tenacidade. Outros aspectos sustentam as expectativas sobre aços com grãos ultrafinos, como a usinagem. O material com grãos ultrafinos apresentam características de usinabilidade favoráveis, como acabamento e resistência à deformação na borda usinada, vindo a ser um possível substituto em algumas aplicações que utilizam aços com maior quantidade de elementos ligantes que podem formar partículas abrasivas, prejudicando a usinabilidade. Além disso, uma estrutura de grãos refinados apresenta melhor acabamento quando comparados a um material de mesma composição, química, porém com maior tamanho médio de grão. Quanto ao mecanismo de formação de cavaco, o material com grãos ultrafinos requer menos deformação para atingir o ponto de ruptura do cavaco, resultando comparativamente a um homólogo de grãos maiores, num cavaco de menor espessura, favorecendo a qualidade do processo de usinagem. A formação de cavaco é bastante influenciada pela dureza do material. Portando, a maior dureza apresentada pelo material com grãos ultrafinos favorece a quebra do cavaco. Ainda em relação à borda usinada, o aumento da dureza pela redução do tamanho médio dos grãos tende a dificultar o encruamento do material em virtude da aplicação dos parâmetros de corte, sendo a variação da microdureza relativamente baixa ou nula, dadas algumas condições de corte como a de acabamento na qual a taxa de cisalhamento é maior ou condições nas quais há ocorrência de maiores forças de corte (Assis, 2010). Uma explicação mais apurada baseia-se na hipótese de os contornos de grãos atuarem como uma barreira que impede o movimento das discordâncias, empilhando-as durante a deformação plástica. Com a diminuição do tamanho de grão, há aumento na área de contorno de grão que funciona como barreira ao movimento das discordâncias, resultando na elevação da resistência à deformação do metal. Com relação às falhas, a maioria ocorre na superfície dos materiais incluindo fratura por fadiga, desgaste, corrosão, etc., que sensibilizam a estrutura e as propriedades da superfície do material. De acordo com Tao et al. (2002), a otimização da estrutura superficial e demais propriedades podem efetivamente melhorar o comportamento global do material. Além disso, aços com grãos ultrafinos exibem maior resistência ao calor quando comparado aos seus homólogos de grãos grosseiros (Wang et al., 2008). Como resultado, a modificação da superfície de materiais de engenharia por meio do refino de grão tende a gerar mais aplicações industriais. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS As técnicas existentes para refino de grão, principalmente por deformação plástica severa, apesar de bem sucedidas em escala laboratorial, apresentam problemas de ordem prática no que diz respeito à produção em larga escala de aço com grãos ultrafinos, pois a necessidade de equipamentos capazes de suportar as altas pressões impostas pelo intenso processo de deformação e o próprio mecanismo para gerar estas pressões, representam um significativo problema,
  • 6. 6º CONGRESSO BRASI LEIRO DE ENGENHARIA DE FABRICAÇÃO 11 a 15 de Abril de 20 11. Caxias do Sul - RS tornando inviável comercial e tecnologicamente sua aplicação prática e efetiva, pelo menos até o momento. Nesse sentido, o processamento termomecânico por laminação a morno em sucessivos passes de laminação, sinaliza ser um método viável e eficiente para produção de chapas de aços baixo carbono com grãos ultrafinos, e devido a isso é que há estudos que adéqüem a técnica às atuais matrizes de produção existentes na indústria. As possíveis aplicações dos aços com grãos ultrafinos justificam a demanda pela otimização do processamento termomecânico, inclusive explorando as possibilidades de reduções ainda maiores do tamanho médio dos grãos na busca por maior resistência mecânica aliada a boa tenacidade. A substituição de alguns aços, comumente utilizados na produção de peças e componentes, por aços baixo-carbono processados para refino de grão é uma alternativa promissora se levado em conta o preço final do produto e suas propriedades mecânicas igual ou superiormente eficazes. Além disso, há benefícios na manufatura de peças a partir de aços com grãos ultrafinos, pois a maior resistência proveniente do refino de grão favorece menores deformações da borda usinada, melhoria do mecanismo de formação e quebra do cavaco e acabamento superior quando comparado a um material de mesma composição química, porém com maior tamanho de grão. Como exposto, o estudo da técnica e da rota de processamento de refino de grão em aços baixo-carbono é um campo ainda a ser explorado, seja na produção em larga escala e em maiores espessuras utilizando processamentos termomecânicos, seja na aplicação prática do material e estudos relacionados à manufatura de peças e componentes. O aprimoramento de métodos para refino de grão por processamento termomecânico está no controle da taxa e níveis de deformação, nas temperaturas de operação e nos tempos/velocidades de resfriamento, culminando no controle da microestrutura final. Vários estudos são realizados com este propósito, e a melhoria das propriedades mecânicas de aços com composições simples poderá ser um viés para solução de problemas relacionados a custos e tecnologias atuais de fabricação. 5. AGRADECIMENTOS Ao Laboratório de Processamentos Termomecânicos da Universidade Federal de São Carlos pela parceria e à FAPESP e ao CNPq pelo fomento a pesquisa e concessão das bolsas de estudo. 6. REFERÊNCIAS Abdalla, A. J. et al., 2006, “Formação da fase bainítica em aços de baixo carbono”, Revista Brasileira de Aplicações de Vácuo, Vol. 25, No. 3, pp.175-181. Assis, C. L. 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  • 7. 6º CONGRESSO BRASI LEIRO DE ENGENHARIA DE FABRICAÇÃO 11 a 15 de Abril de 20 11. Caxias do Sul - RS Shokouhi, A. e Hodgson, P. D., 2009, “Effect of transformation mechanism (static or dynamic) on final ferrite grain size”, Materials Science and Technology, Vol. 25, No. 1, pp. 29-34. Silva Neto, O. V. e Balancin, O., 2007, “Efeito da precipitação de cementita na formação de contornos de angulo e refino de grão ferrítico em aço baixo carbono”, Acta Microscopica, Vol. 16, No. 1-2, pp. 31.37. Silva Neto, O. V., 2006, “Obtenção de grãos ferríticos ultrafinos em aços baixo-carbono através do processamento subcrítico”, Tese de Doutorado, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos. Stolyarov, V. V. et al., 2003, “Ultrafine-grained Al-5 wt.% Fe alloy processed by ECAP with backpressure”, Materials Science and Engineering A, Vol. 357, No. 1-2, pp. 159-167. Sun, Z. Q. et al., 2002, “Deformation enhanced transformation and dynamic recrystallization of ferrite in a low carbon steel during multipass hot deformation”, Materials Science and Engineering A, Vol. 334, No. 1-2, pp. 201-206. Tao, N. R. et al., 2002, “An investigation of surface nanocrystallization mechanism in Fe induced by surface mechanical attrition treatment”. Acta Materialia, Vol. 50, No. 18, pp. 4603-4616. Tsuchida, N. et al., 2008, “Effect of ferrite grain size on tensile deformation behavior of a ferrite-cementite low carbon steel”, Materials Science and Engineering A, Vol. 488, No. 1-2, pp. 446-452. Tsuji, N., 2009, “Ultrafine grained steels managing both high strength and ductility”, Journal of Physics: Conference Series, Vol. 165, Não paginado. Wang, T. S. et al., 2008, “A novel process to obtain ultrafine-grained low carbon steel with bimodal grain size distribution for potentially improving ductility”, Materials Science and Engineering A, Vol. 485, No. 1-2, pp. 456-460. Weng, Y., 2009, “Ultra-fine grained steels”, Beijing: Metallurgical Industry Press; New York: Springer Berlin Heidelberg, 569 p. Xianghua, L. et al., 2009, “High performance low cost steels with ultrafine grained and mult-phased microstructure”, Science in China Series E: Technological Sciences, Vol. 52, No. 8, pp. 2245-2254. Yanagimoto, J. et al., 2009, “Control of ultrafine microstructure by single-pass heavy deformation and cold forging of metal”, Journal of Materials Processing Technology, Vol. 209, n. 2, pp. 679-685. Yokota, T., Fujioka, M. e Niikura, M., 2005, “Grain structure of Fe-0.3mass%C-9mass%Ni steel processed through ’ transformation caused by spontaneous reverse transformation”, Iron Steel Institute Japan International, Vol. 45, No. 5, pp. 736-742. Zheng, C. et al., 2008, “On the ferrite refinement during the dynamic strain-induced transformation: a cellular automaton modeling”, Scripta Materialia, Vol. 58, No. 10, p. 838-841. Zhuang, L., 2009, “Effect of thermomechanical controlled processing on mechanical properties of 490 MPa grade low carbon cold heading steel”, Journal of Iron and Steel Research International, Vol. 16, No. 3, pp. 43-48. 7. DIREITOS AUTORAIS Os autores são os únicos responsáveis pelo conteúdo do material impresso incluído no seu trabalho.
  • 8. 6º CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE FABRICAÇÃO 6th BRAZILIAN CONFERENCE ON MANUFACTURING ENGINEERING 11 a 15 de abril de 2011 – Caxias do Sul – RS - Brasil April 11th to 15th, 2011 – Caxias do Sul – RS – Brazil GRAIN REFINEMENT IN LOW-CARBON STEELS: A CRITICAL REVIEW Cleiton Lazaro Fazolo de Assis, fazolocla@usp.br1 Luciana Montanari, montanar@sc.usp.br1 Alessandro Roger Rodrigues, roger@mat.feis.unesp.br2 Juno Gallego, gallego@dem.feis.unesp.br2 Otávio Villar da Silva Neto, osvillar@bol.com.br3 1 USP, São Carlos School of Engineering, Av. Trabalhador Sãocarlense, 400, Zip Code 13.566-590, São Carlos-SP, Brasil 2 UNESP, Ilha Solteira Faculty of Engineering, Av. Brasil, 56, Zip Code 15.385-000, Ilha Solteira-SP, Brasil 3 UNIP, Science and Technology Institute, Av. Pres. Juscelino Kubitschek de Oliveira, Zip Code 15.091-450, São José do Rio Preto-SP, Brasil Abstract. The only mechanism capable of increasing both mechanical strength and toughness of steels simultaneously is the grain refinement. Thus, studies aiming at grain refinement in low-carbon steels have been targeted, but there are still difficulties to be overcome. In this context, this paper discusses the scientific literature related to grain refinement in low-carbon steels through thermomechanical processing, exposing the main problems of the technique and its practical application in industry compared to laboratory methods. The warm rolling with multiple passes is a feasible alternative to circumvent the need for robust rolling which can generate high deformations in the material. The objectives of current researches are to avoid the second phase formation and obtain finer microstructures along the greater thickness of material cross section. Working temperatures, strain levels and the time/cooling rates are the main tools to control the final microstructure of steels with ultrafine grains. The ultrafine-grained steels can explore applications in which substitute steels more expensive with higher contents of carbon and alloy elements. In the manufacturing of components, a finer microstructure allows to increase the resistance to deformation caused by cutting processes, as well to promote more quality to the machined surface. The grain refinement in low-carbon steels aiming at higher strength and toughness involves less technology in relation to methods for production of steels with higher amounts of alloy elements and represents a way to reduce manufacturing costs. Keywords: low-carbon steel, ultrafine grains, thermomechanical processing. © Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas 2011