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ESTUDO DAS OBRAS DE PIETRO UBALDI Arte da Imagem, Arte da Música e Arte do Pensamento OBRA: A LEI DE DEUS CAPÍTULOS 2 – Separatismo Religioso – Respeito por Todas as Crenças  TEXTO ORIGINAL DO LIVRO Leia e medite ao som da arte musical de Chopin - Nocturne
Capítulo 2 -  Separatismo Religioso -  Respeito por todas as crenças Estou novamente convosco, continuando a nossa primeira conversa. Destas conversas faremos mui-tos elos e destes elos uma corrente de inteligência e de bondade, para construir um dique contra a ignorância e a maldade que inundam o mundo. Estas palestras singelas, estas palavras que saem dos meus lábios, serão úteis para afastar tantos mal-entendidos e dúvidas que nasceram por incompreensão do meu trabalho, desde a minha primeira vinda ao Brasil em 1951.
Peço desculpas por ter de falar de mim, o que me é desagradável. Mas não há outra maneira de esclarecer o caso. Tenho aqui de repetir mais uma vez o que foi sempre o meu lema, isto é, universalidade e imparcialidade. Devo também explicar que as minhas palavras têm de ser entendidas literalmente; elas não contêm outros significados ou subterfúgios.
Ora, imparcialidade quer dizer não-existência de partido, compreendendo-os a todos; significa não ficar fechado na forma mental de facção ou de gru-po particular algum, sobretudo quando este grupo, seja ele qual for, se impõe combater outros grupos, julgando-os errados e maus e, porque sendo dife-rentes dele próprio, persegue-os com as suas condenações.
Infelizmente, esse instinto de exclusividade, pelo qual não se pode afirmar sua própria verdade a não ser condenando como erradas as verdades dos outros, é produto do nosso nível de vida humana, sendo isso apanágio do homem em geral, qualquer que seja a religião ou grupo doutrinário ao qual pertença. Não é a diferença ideológica dos pontos de vista das religiões que deixamos de aceitar. Tudo isso é natural e lógico. Em nosso mundo relativo, não pode existir coisa alguma senão de forma relativa. Assim, nele, também a verdade não pode aparecer senão, dividida em seus aspectos diferentes.
O que não podemos aceitar é a atitude de condena-ção, de exclusividade da posse da verdade, e de agressividade, que muitas vezes se encontra nas religiões e nos grupos doutrinários. Não nos interessa tomar parte nestas rivalidades terrenas, que nada têm a ver com a pesquisa da verdade que buscamos. O nosso objetivo não é o de defender um patrimônio já adquirido, mas o de nos enrique-cermos com novas conquistas para doá-las a quem as quiser. Não estamos amarrados a quaisquer interesses terrenos que imediatamente se cons-troem por cima de toda e qualquer verdade.
Quem está mergulhado no trabalho de pesquisa não pode despender as suas energias nessa luta de rivalidades. A nossa tarefa não é a de conservar o passado defendendo-o, mas a de construir o futuro. Os nossos interesses não estão na Terra, mas somente nessa construção. O respeito que temos pela verdade de cada um, e que todos devem tem para com as verdades que o mundo possui, não pode interromper o caminho da vida e a evolução do pensamento. O passado não pode paralisar o florescimento do futuro. E no mundo há lugar para todos.
O primeiro mal-entendido nasceu quando julgaram que nós representávamos este ou aquele grupo, e por conseguinte, que éramos inimigo dos outros grupos, inimizade para nós simplesmente inconce-bível. De maneira alguma saberíamos tomar parte nessa luta de rivalidades, que requer uma forma mental para isso adaptada, que não possuímos. Assim, fugimos de qualquer grupo logo que apa-rece esse espírito de condenação. O mal-entendido consistiu em ter-se julgado encontrar um inimigo, onde não existia inimigo algum, e de pensar em guerra quando tratávamos apenas da maneira como resolver os problemas do universo.
Isto desejaria eu aqui explicar de um modo bem claro. Não somos guerreiro; somos um pensador que não tem interesses humanos a defender. “Nosso inimigo é a ignorância”, causa de tantos sofrimentos, e não o homem a quem queremos ajudar. Neste mundo podemos ser presa dos fortes e astutos, mas não somos forte nem astuto para na Terra fazer presas. Concordamos assim com todos. Os únicos seres com os quais não podemos concordar são os que não querem concordar de forma alguma, mas, pelo contrário, querem impor-se vencendo o próximo.
Ora, esta é uma mentalidade atrasada, que o homem verdadeiramente espiritualizado não pode aceitar sem retroceder milênios no caminho da evolução. Mesmo que seja permitido fazer guerra, isso só será possível contra quem quiser fazer guerra. O homem civilizado procura e sabe encontrar, não os pontos de contraste para lutar, esmagando-se uns aos outros, mas os pontos de concórdia, para colaborar, ajudando-se uns aos outros. Dizemos civilizado porque só esse tipo de homem pode fazer parte da nova humanidade que está surgindo, a qual será constituída, não por bandos de lobos, mas por uma coletividade social unida, colaborando organica-mente.
Esse novo mundo, que amanhã será melhor, é o que mais nos interessa; um mundo de compreensão e de colaboração recíprocas; o mundo do "ama o teu próximo como a ti mesmo". Assim, com tudo podemos concordar, menos com essa vontade de não concordar. Mas, não condenamos ninguém por isso, porque esse método corresponde a uma lei que pertence a um dado plano de vida. Isso não se deve considerar maldade, nem se deve chamar de mau o ser que comete erros por não ter ainda compreendido e sabido fazer melhor, pelo fato de não ser bastante evoluído.
Uma vez expliquei a alguém o meu ponto de vista da imparcialidade e universalidade. Sua face iluminou-se e, de súbito, respondeu: “compreendo, trata-se de um novo partido: o dos “imparciais e universa-listas”. Este fato mostrou-me como a forma mental comum não consegue conceber coisa alguma se não a vê bem fechada dentro dos limites do relativo, isto é, dum grupo particular bem separado dos outros e logicamente em luta com eles. Colocada. perante a idéia de universalidade, esta forma mental não consegue concebê-la senão na forma dum im-perialismo dominador de todos, que um poder cen-tral consegue submeter. E de fato, eis como se en-contra o mundo, eis o que vemos na Terra.
Quando cheguei ao Brasil a convite de um desses grupos, outro grupo levantou-se contra mim, dizen-do ter chegado um enviado de Satanás. E quando sustentei algumas teorias deste outro grupo, fui censurado pelo que me havia convidado. E assim acontece sempre, porque se trata de um mesmo tipo de homem, o qual possui uma só forma mental, que o leva a proceder sempre de igual maneira, isto é, com condenações e anátemas, pertença ele a que grupo pertencer.
É assim que nascem os mal-entendidos. O meu trabalho não é o que todos quereriam, ou seja, o do oferecer-me como um seguidor a mais para engros-sar as fileiras desse ou daquele grupo, mas é o de fazer pesquisas para resolver problemas ainda não resolvidos, esclarecer dúvidas, compreender misté-rios, responder a perguntas a que as religiões, as doutrinas e as filosofias ainda não deram resposta. Disso se conclui que a idéia comum de imperia-lismo religioso, em busca de adeptos e seguidores, não me interessa e não faz parte do meu trabalho.
Falo bem claro: não quero de maneira nenhuma chefiar coisa alguma na Terra; não quero conquistar poder algum neste mundo. Não há, assim, qualquer razão para rivalidades. O que almejo é só utilizar esta minha condenação de viver neste baixo nível de vida, para ajudar os outros a levantarem-se a um nível espiritual mais alto. Se me fosse permitido, só uma vez, ser egoísta, o meu único desejo seria o de ir-me embora, fugindo para bem longe deste mundo e não voltar mais.
Por isso, as lutas pelas conquistas humanas. que tanto interessam aos meus semelhantes, não têm sentido para mim e, achando-as muito cansativas, não cuido delas. As minhas lutas dirigem-se para objetivos totalmente diferen-tes. É necessário explicar tudo isso para que meu trabalho seja compreendido. Infelizmente, em nosso mundo esta-mos acostumados a supor que cada palavra seja uma mentira e julgamos que somos astutos quando conse-guimos descobrir essa mentira. Isso é o que, suponho, aconteceu também a meu respeito.
Daí nasceu o mal-entendido, porque neste caso acontecia o inacreditável, isto é, que as minhas palavras eram, na realidade, verdadeiras e atrás delas não havia outra idéia para encobrir. É  necessário tomar as minhas palavras literalmente, pelo fato de que elas querem dizer simplesmente o que dizem e não contêm segundas intenções. Para quem não quer conquistar poderes na Terra, é lógico que o método seja diferente do empregado pelo mundo.
Nosso método, na verdade, é oposto ao do homem comum. Nós queremos trazer harmonia ao invés de luta, paz e não guerra, esclarecimento onde exista dúvida, esperança onde haja desespero, fé onde esteja a descrença, conhecimento onde se encon-tre a ignorância. Eis o que procuramos fazer. Conseguiremos realizar o que Deus quiser. Quando sucede que o homem empregue toda a sua boa vontade, as qualidades que possui e o seu esforço para colaborar com a vontade de Deus, o restante fica nas mãos d'Ele.
O triunfo depende de elementos que não conhecemos, escapam ao nosso domínio, e pelos quais não somos responsáveis. Mas se procurarmos compreender e seguir, a vontade de Deus, certa-mente esta vontade virá ao nosso encontro para ajudar-nos. Estudando juntos esse método, apren-deremos a arte de alcançar sucesso, inclusive na vida prática.
Os homens práticos não observam que, para ob-terem êxito no campo material, é necessário uma boa orientação, antes de mais nada no campo espiritual, do qual tudo depende, não apenas os resultados dos negócios, como a conservação da saúde e a sensação de bem-estar em nós mesmos e em tudo o que nos rodeia. Em nosso universo tudo está coligado, e as coisas não podem isolar-se umas das outras. Quem não está orientado nos grandes conceitos da vida, não o pode estar tam-pouco nas coisas pequenas de cada dia, que são consequências das grandes.
O nosso trabalho nestas palestras será o de esmiuçar as teorias gerais da grande orientação até suas conseqüências concretas, que nos tocam de perto, para aprender a viver conscientemente, conhecendo o valor dos nossos atos, desde suas origens até seus últimos efeitos. Esta é a ciência da vida, que nos explica a significação dos movimen-tos da nossa alma, como dos acontecimentos que nos rodeiam. Cada vida se desenvolve, não ao aca-so, nem guiada pelos nossos caprichos, mas con-forme um plano particular, que se chama destino, e que é conseqüência do passado, na forma em que o quisemos viver. Fim do Capítulo 2
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FORMATAÇÃO: J. Meirelles   [email_address]

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Respeito por todas as crenças e universalidade

  • 1. ESTUDO DAS OBRAS DE PIETRO UBALDI Arte da Imagem, Arte da Música e Arte do Pensamento OBRA: A LEI DE DEUS CAPÍTULOS 2 – Separatismo Religioso – Respeito por Todas as Crenças TEXTO ORIGINAL DO LIVRO Leia e medite ao som da arte musical de Chopin - Nocturne
  • 2. Capítulo 2 - Separatismo Religioso - Respeito por todas as crenças Estou novamente convosco, continuando a nossa primeira conversa. Destas conversas faremos mui-tos elos e destes elos uma corrente de inteligência e de bondade, para construir um dique contra a ignorância e a maldade que inundam o mundo. Estas palestras singelas, estas palavras que saem dos meus lábios, serão úteis para afastar tantos mal-entendidos e dúvidas que nasceram por incompreensão do meu trabalho, desde a minha primeira vinda ao Brasil em 1951.
  • 3. Peço desculpas por ter de falar de mim, o que me é desagradável. Mas não há outra maneira de esclarecer o caso. Tenho aqui de repetir mais uma vez o que foi sempre o meu lema, isto é, universalidade e imparcialidade. Devo também explicar que as minhas palavras têm de ser entendidas literalmente; elas não contêm outros significados ou subterfúgios.
  • 4. Ora, imparcialidade quer dizer não-existência de partido, compreendendo-os a todos; significa não ficar fechado na forma mental de facção ou de gru-po particular algum, sobretudo quando este grupo, seja ele qual for, se impõe combater outros grupos, julgando-os errados e maus e, porque sendo dife-rentes dele próprio, persegue-os com as suas condenações.
  • 5. Infelizmente, esse instinto de exclusividade, pelo qual não se pode afirmar sua própria verdade a não ser condenando como erradas as verdades dos outros, é produto do nosso nível de vida humana, sendo isso apanágio do homem em geral, qualquer que seja a religião ou grupo doutrinário ao qual pertença. Não é a diferença ideológica dos pontos de vista das religiões que deixamos de aceitar. Tudo isso é natural e lógico. Em nosso mundo relativo, não pode existir coisa alguma senão de forma relativa. Assim, nele, também a verdade não pode aparecer senão, dividida em seus aspectos diferentes.
  • 6. O que não podemos aceitar é a atitude de condena-ção, de exclusividade da posse da verdade, e de agressividade, que muitas vezes se encontra nas religiões e nos grupos doutrinários. Não nos interessa tomar parte nestas rivalidades terrenas, que nada têm a ver com a pesquisa da verdade que buscamos. O nosso objetivo não é o de defender um patrimônio já adquirido, mas o de nos enrique-cermos com novas conquistas para doá-las a quem as quiser. Não estamos amarrados a quaisquer interesses terrenos que imediatamente se cons-troem por cima de toda e qualquer verdade.
  • 7. Quem está mergulhado no trabalho de pesquisa não pode despender as suas energias nessa luta de rivalidades. A nossa tarefa não é a de conservar o passado defendendo-o, mas a de construir o futuro. Os nossos interesses não estão na Terra, mas somente nessa construção. O respeito que temos pela verdade de cada um, e que todos devem tem para com as verdades que o mundo possui, não pode interromper o caminho da vida e a evolução do pensamento. O passado não pode paralisar o florescimento do futuro. E no mundo há lugar para todos.
  • 8. O primeiro mal-entendido nasceu quando julgaram que nós representávamos este ou aquele grupo, e por conseguinte, que éramos inimigo dos outros grupos, inimizade para nós simplesmente inconce-bível. De maneira alguma saberíamos tomar parte nessa luta de rivalidades, que requer uma forma mental para isso adaptada, que não possuímos. Assim, fugimos de qualquer grupo logo que apa-rece esse espírito de condenação. O mal-entendido consistiu em ter-se julgado encontrar um inimigo, onde não existia inimigo algum, e de pensar em guerra quando tratávamos apenas da maneira como resolver os problemas do universo.
  • 9. Isto desejaria eu aqui explicar de um modo bem claro. Não somos guerreiro; somos um pensador que não tem interesses humanos a defender. “Nosso inimigo é a ignorância”, causa de tantos sofrimentos, e não o homem a quem queremos ajudar. Neste mundo podemos ser presa dos fortes e astutos, mas não somos forte nem astuto para na Terra fazer presas. Concordamos assim com todos. Os únicos seres com os quais não podemos concordar são os que não querem concordar de forma alguma, mas, pelo contrário, querem impor-se vencendo o próximo.
  • 10. Ora, esta é uma mentalidade atrasada, que o homem verdadeiramente espiritualizado não pode aceitar sem retroceder milênios no caminho da evolução. Mesmo que seja permitido fazer guerra, isso só será possível contra quem quiser fazer guerra. O homem civilizado procura e sabe encontrar, não os pontos de contraste para lutar, esmagando-se uns aos outros, mas os pontos de concórdia, para colaborar, ajudando-se uns aos outros. Dizemos civilizado porque só esse tipo de homem pode fazer parte da nova humanidade que está surgindo, a qual será constituída, não por bandos de lobos, mas por uma coletividade social unida, colaborando organica-mente.
  • 11. Esse novo mundo, que amanhã será melhor, é o que mais nos interessa; um mundo de compreensão e de colaboração recíprocas; o mundo do "ama o teu próximo como a ti mesmo". Assim, com tudo podemos concordar, menos com essa vontade de não concordar. Mas, não condenamos ninguém por isso, porque esse método corresponde a uma lei que pertence a um dado plano de vida. Isso não se deve considerar maldade, nem se deve chamar de mau o ser que comete erros por não ter ainda compreendido e sabido fazer melhor, pelo fato de não ser bastante evoluído.
  • 12. Uma vez expliquei a alguém o meu ponto de vista da imparcialidade e universalidade. Sua face iluminou-se e, de súbito, respondeu: “compreendo, trata-se de um novo partido: o dos “imparciais e universa-listas”. Este fato mostrou-me como a forma mental comum não consegue conceber coisa alguma se não a vê bem fechada dentro dos limites do relativo, isto é, dum grupo particular bem separado dos outros e logicamente em luta com eles. Colocada. perante a idéia de universalidade, esta forma mental não consegue concebê-la senão na forma dum im-perialismo dominador de todos, que um poder cen-tral consegue submeter. E de fato, eis como se en-contra o mundo, eis o que vemos na Terra.
  • 13. Quando cheguei ao Brasil a convite de um desses grupos, outro grupo levantou-se contra mim, dizen-do ter chegado um enviado de Satanás. E quando sustentei algumas teorias deste outro grupo, fui censurado pelo que me havia convidado. E assim acontece sempre, porque se trata de um mesmo tipo de homem, o qual possui uma só forma mental, que o leva a proceder sempre de igual maneira, isto é, com condenações e anátemas, pertença ele a que grupo pertencer.
  • 14. É assim que nascem os mal-entendidos. O meu trabalho não é o que todos quereriam, ou seja, o do oferecer-me como um seguidor a mais para engros-sar as fileiras desse ou daquele grupo, mas é o de fazer pesquisas para resolver problemas ainda não resolvidos, esclarecer dúvidas, compreender misté-rios, responder a perguntas a que as religiões, as doutrinas e as filosofias ainda não deram resposta. Disso se conclui que a idéia comum de imperia-lismo religioso, em busca de adeptos e seguidores, não me interessa e não faz parte do meu trabalho.
  • 15. Falo bem claro: não quero de maneira nenhuma chefiar coisa alguma na Terra; não quero conquistar poder algum neste mundo. Não há, assim, qualquer razão para rivalidades. O que almejo é só utilizar esta minha condenação de viver neste baixo nível de vida, para ajudar os outros a levantarem-se a um nível espiritual mais alto. Se me fosse permitido, só uma vez, ser egoísta, o meu único desejo seria o de ir-me embora, fugindo para bem longe deste mundo e não voltar mais.
  • 16. Por isso, as lutas pelas conquistas humanas. que tanto interessam aos meus semelhantes, não têm sentido para mim e, achando-as muito cansativas, não cuido delas. As minhas lutas dirigem-se para objetivos totalmente diferen-tes. É necessário explicar tudo isso para que meu trabalho seja compreendido. Infelizmente, em nosso mundo esta-mos acostumados a supor que cada palavra seja uma mentira e julgamos que somos astutos quando conse-guimos descobrir essa mentira. Isso é o que, suponho, aconteceu também a meu respeito.
  • 17. Daí nasceu o mal-entendido, porque neste caso acontecia o inacreditável, isto é, que as minhas palavras eram, na realidade, verdadeiras e atrás delas não havia outra idéia para encobrir. É necessário tomar as minhas palavras literalmente, pelo fato de que elas querem dizer simplesmente o que dizem e não contêm segundas intenções. Para quem não quer conquistar poderes na Terra, é lógico que o método seja diferente do empregado pelo mundo.
  • 18. Nosso método, na verdade, é oposto ao do homem comum. Nós queremos trazer harmonia ao invés de luta, paz e não guerra, esclarecimento onde exista dúvida, esperança onde haja desespero, fé onde esteja a descrença, conhecimento onde se encon-tre a ignorância. Eis o que procuramos fazer. Conseguiremos realizar o que Deus quiser. Quando sucede que o homem empregue toda a sua boa vontade, as qualidades que possui e o seu esforço para colaborar com a vontade de Deus, o restante fica nas mãos d'Ele.
  • 19. O triunfo depende de elementos que não conhecemos, escapam ao nosso domínio, e pelos quais não somos responsáveis. Mas se procurarmos compreender e seguir, a vontade de Deus, certa-mente esta vontade virá ao nosso encontro para ajudar-nos. Estudando juntos esse método, apren-deremos a arte de alcançar sucesso, inclusive na vida prática.
  • 20. Os homens práticos não observam que, para ob-terem êxito no campo material, é necessário uma boa orientação, antes de mais nada no campo espiritual, do qual tudo depende, não apenas os resultados dos negócios, como a conservação da saúde e a sensação de bem-estar em nós mesmos e em tudo o que nos rodeia. Em nosso universo tudo está coligado, e as coisas não podem isolar-se umas das outras. Quem não está orientado nos grandes conceitos da vida, não o pode estar tam-pouco nas coisas pequenas de cada dia, que são consequências das grandes.
  • 21. O nosso trabalho nestas palestras será o de esmiuçar as teorias gerais da grande orientação até suas conseqüências concretas, que nos tocam de perto, para aprender a viver conscientemente, conhecendo o valor dos nossos atos, desde suas origens até seus últimos efeitos. Esta é a ciência da vida, que nos explica a significação dos movimen-tos da nossa alma, como dos acontecimentos que nos rodeiam. Cada vida se desenvolve, não ao aca-so, nem guiada pelos nossos caprichos, mas con-forme um plano particular, que se chama destino, e que é conseqüência do passado, na forma em que o quisemos viver. Fim do Capítulo 2
  • 22.
  • 23. FORMATAÇÃO: J. Meirelles [email_address]