Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
O ladrão e as três irmãs
1. O ladrão e as três irmãs
Era uma vez um homem que trabalhava numa fábrica e que tinha três filhas.
Estava ele um dia a preparar uma encomenda na fábrica, quando, detrás de uma
máquina, surgiu um ladrão que o quis matar.
- Não me mates, senão a minha família fica sem o meu ordenado que sustenta aquela
casa! – implorou o homem.
- Não te vou matar – disse o ladrão. – Mas para isso, vais ter de me trazer o primeiro
ser vivo que vires.
Ele anuiu.
As filhas estavam a ficar preocupadas com a sua demora e a mais velha mandou-lhe
uma mensagem através do telemóvel.
- Ele não responde, vou à procura dele. – disse ela.
Quando se encontraram o pai referiu:
-Que tristeza… Foste o primeiro ser vivo que vi e por isso vou ter de te entregar ao
ladrão, senão ele mata-nos a todos. Desculpa-me.
-Não há problema, o que tem de ser tem de ser, mas primeiro tenho de ir buscar a
maquilhagem, a consola e o meu telemóvel.
E, na manhã seguinte, partiu para a mansão do ladrão.
Depois do jantar, o ladrão pôs-lhe um chip ao pescoço e disse-lhe:
- De maneira alguma podes entrar naquela porta – apontando para uma porta de
grades ferrugentas. – Há pizza e hambúrgueres na mesa, come o que quiseres.
-Por que é que não posso entrar na porta?
Quando se virou para ouvir a resposta, ele já se tinha ido embora.
A curiosidade foi tão grande que ela não resistiu e foi espreitar para lá da porta. Mas,
subitamente, o chip que ela trazia ao pescoço apitou e o ladrão que se encontrava a fumar nas
traseiras da mansão ouviu, foi a correr em direção a ela e prendeu-a num quarto, sem janelas,
de mãos e pés atados.
No dia seguinte, o ladrão encontrou outra vez o fabricante e disse-lhe:
- Agora traz-me a filha do meio porque a mais velha está com muitas saudades das
irmãs.
Ele concordou e, quando chegou a casa, mandou a filha ir ter com a irmã.
- Ela está com muitas saudades vossas. – disse-lhe ele.
- OK, cá vou eu… - referiu a filha do meio.
Quando chegou à mansão, o ladrão pediu-lhe:
- Espera um pouco, a tua irmã foi ao centro comercial. – mentiu ele. – Tenho de te
dizer que, de maneira alguma, podes entrar naquela porta – apontando para a mesma porta
que a irmã mais velha abriu e pondo-lhe o chip.
Tal como a irmã, não resistiu e foi ver o que estava atrás da porta. Entretanto, ouviu os
gritos de socorro da irmã, mas já era tarde de mais, o chip apitou.
Desta forma, o ladrão, que estava a comer um bitoque e a beber Coca-Cola, levou a
irmã do meio para o mesmo quarto da mansão onde estava a mais velha.
Novamente, no dia seguinte, o ladrão disse ao homem:
-As tuas filhas estão com muitas saudades da irmã. Preciso de a levar.
2. A filha mais nova obedeceu e quando chegou à mansão, o ladrão disse-lhe:
- Espera um pouco, as tuas irmãs foram à piscina. – mentiu. – Agora, outra coisa, de
maneira alguma podes entrar naquela porta – apontando para a mesma porta que as irmãs
abriram e pondo-lhe o chip.
Tal como as irmãs, quis ir ver o que estava para além da porta, mas antes tirou o chip,
pois este estava a magoá-la.
Quando abriu a porta, ouviu os gritos das irmãs no quarto ao lado, foi ver o que se
passava e libertou-as, com a ajuda do fio que transportava o chip.
Quando o ladrão chegou à mansão disse-lhe:
-Vejo que cumpriste as minhas ordens. O que pretendes que eu te dê para te
agradecer?
- Só quero que dês um telemóvel novo ao meu pai.
O ladrão assim fez.
No dia seguinte, fez-lhe a mesma pergunta, ao que ela respondeu:
-Só quero que dês uma televisão ao meu pai.
E ele obedeceu.
À noite, fez-lhe a mesma pergunta, ao que ela respondeu novamente:
-Só quero que dês um computador portátil ao meu pai.
E ele cumpriu.
No dia seguinte, quando o ladrão voltou da caça, não encontrou ninguém. Foi ver ao
quarto e as raparigas não estavam lá. De seguida, foi ver se estavam ao pé da porta com
grades ferrugentas e, quando a abriu, foi empurrado para um poço sem fundo que afinal era
aquilo que estava depois da porta.
Diz-se que ainda hoje, em noites de lua cheia, se ouvem os gritos do ladrão, a implorar
socorro…
Trabalho realizado por:
Alexandra Silva, 1
Sara Maneca, 20
Susana Figueiredo, 21
7ºF