1) O sábado é contado a partir do pôr do sol de sexta-feira porque a Bíblia registra que cada dia da criação tinha "tarde e manhã", indicando que os dias bíblicos começavam à noite, não de meia-noite.
2) O calendário nunca foi mudado porque a semana de sete dias é de origem divina, não astronômica, e o sábado originalmente era o sétimo dia da semana criada por Deus.
3) Não há evidência bíblica de que o sáb
Consultoria Bíblica - respostas a perguntas sobre a Bíblia
1. CONSULTORIA
BÍBLICA
Respostas de perguntas feitas por ouvintes da Rádio Novo Tempo FM.
Compilação do Pr. Irineo E. Koch
Colaboração : Amiltom de Menezes
Digitação: José Ricardo Garcia
2. Introdução
O programa Consultoria Bíblica da Novo Tempo FM é a causa da
existência deste trabalho. Ouvintes da emissora enviavam suas
perguntas da Bíblia por carta ou por fax, e após estudo, as respostas
eram fornecidas no sábado às 8 hs da manhã. Alguns gravavam as
respostas, outros tentavam anotar o que conseguiam. Logo
começaram a pedir cópias das respostas. Alguns pediram cópias de
vários consultorias de uma só vez.
Por isto com alegria apresentamos aqui todos os consultorias que
foram possíveis até ao momento.
As respostas, são resultados de pesquisas na própria Bíblia, pois
acreditamos que ela mesma se completa; e de diversas fontes, que
recomendamos consultar na bibliografia.
No final das respostas, o sinal * * indica que a resposta foi
elaborada pelo colega Amiltom de Menezes, e o sinal * indica que foi
respondida por Irineo E. Koch.
Na boa intenção que este material seja de utilidade para os
leitores da Bíblia, desejamos que o mesmo clareie dúvidas, fortaleça a
fé e seja uma benção para os que seguirem os ensinamentos bíblicos.
O autor.
2
3. ÍNDICE DE PERGUNTAS
1 - Por que o sábado é contado a partir do pôr do sol de sexta-feira, e não a
partir da meia-noite? E o calendário nunca foi mudado?............................................ 9
2.A - Porquê Deus perdoa e não nos livra das conseqüências do pecado?.......................11
2.B - Recebemos as conseqüências do pecado, porquê?..................................................12
2.C-Porque existem leis,precisam ser seguidas?Pq.temos que pagar pelos nossos erros?12
2.D - O que Deus faz, para que eu não peque e não tenha castigo?...................................12
2.E - O castigo do pecado, é uma manifestação do poder de Deus?................................12
2.F - O que aprendemos com as conseqüências do pecado e os castigos de Deus?...13
3 - Como podiam os filhos de Adão e Eva se casar, irmão com irmã?
Até quando Deus permitiu que houvesse casamento entre parentes?...........................14
4.A - Qual era a altura do homem antes e depois do pecado?............................................16
4.B - Porque Golias era bem maior do que os homens de sua época,
se já havia pecado no mundo?...................................................................................16
5 - Êxodo 20:4 diz “não farás para ti imagem de escultura nem semelhança
do que há nos Céus e na Terra.”.....................................................................................17
6 - Jefté realmente sacrificou sua filha a Deus ou não?.......................................................18
7 - Como se harmoniza I Samuel 15:11 2 35, com I Samuel 15:29? Não foi o Senhor que
escolheu Saul para príncipe de Israel, conforme I Samuel 10:1 e Samuel 15:17?.............19
8 - O livro Bíblico de Cantares, como extrair mensagens espirituais deste
livro, com o conteúdo tão estranho comparando com o resto da Bíblia?........................20
9 - Que espírito mentiroso foi revelado pela boca do profeta? Como entender
o espírito maligno da parte de Deus?.............................................................................22
10 - Até onde posso sentir ira sem pecar?............................................................................23
11 - Criança, Velho e Maldição na Nova Terra? Qual o significado?..................................25
12 - Como podia a luz ter sido produzida no PRIMEIRO DIA, e o Sol, base
do dia, só foi criado no quarto dia?................................................................................28
13 - Como explicar que Jesus disse que “passaria três dias e três noites no seio
da terra, tal como Jonas”?............................................................................................29
14 - Quando o Diabo levou a Jesus a cidade santa, ao pináculo do templo, que
3
4. lugar era este, que podia ver todo o mundo? Como ele levou a Jesus,
onde estavam os anjos?...............................................................................................31
15 - O que significa ser o menor no reino dos céus?...........................................................33
16 - Qual é o pecado contra o E. Santo que a Bíblia diz ser o pecado imperdoável?..35
17 - Alimentos limpos e imundos. Como harmonizar esta aparente contradição?...............37
18 - Desligado na Terra, Desligado no Céu?..................................................................... 42
19.A - O que significa “Fogo Eterno”? Significa que os ímpios ficaram
eternamente sendo queimados?...................................................................................44
19.B - O que significam as palavras de Jesus quando disse para arrancar os
olhos ou um dos membros?.........................................................................................44
20 - O que Jesus quis dizer ao pronunciar os seguintes versos “Mas ai das que
estiverem grávidas, e das que amamentarem naqueles dias! Orai para que a
vossa fuga não suceda no inverno nem no sábado.”....................................................45
21 - Será que Jesus teve medo da morte? O que quer dizer o texto?...................................47
22 - Como entender as diferenças dentro da Bíblia? Não seria isto uma
prova para se descrer dos escritos sagrados?..............................................................48
23 - Os sinais que Jesus mandou nós seguirmos para crermos em Seu nome?.....................51
24 - Os mortos permanecem inconscientes na tumba até o dia da ressurreição geral?........52
25.A - Batismo é o nascer de novo com Cristo?..................................................................53
25.B - Qual sua importância, é essencial?............................................................................54
25.C - Batismo em nome de Jesus ou em nome da trindade?................................................54
25.D - Devo ser batizado somente uma vez? Posso ou não ser rebatizado?..........................55
25.E - O que significa Efésios 4:5: “Um só Senhor, uma só fé e um só batismo”?...............55
26 - Porque Deus não perdoou Adão e Eva? Porque Deus não lhes deu outra chance?........56
27 - Minha consciência é o que deve nortear as decisões? Podemos aprovar ou
reprovar o que achar certo de acordo com a sua maneira?............................................57
28 - A manifestação de falar línguas estranhas, isto é a língua dos anjos?............................59
29 - Será que Paulo proíbe as mulheres de falarem na Igreja? Será que a Bíblia
ensina que as mulheres não podem falar na Igreja? Como explicar isto?.......................62
.
30 - Seria o sábado uma sombra do Velho Testamento?.......................................................63
4
5. 31 - Por ocasião da segunda vinda de Jesus que acontecimentos terão lugar?......................65
32 - Somente os doentes deverão receber a Unção?.............................................................68
33.A - A Nova Terra será o Jardim do Éden restaurado ou uma cidade?.............................69
33.B - Porque vamos precisar de abrigo na céu?..................................................................70
33.C - Como será o relacionamento de marido, esposa e filhos no céu?..............................70
34 - Qual a origem da raça negra? Deus teria criado o homem de qual cor?.........................71
35 - Qual é a posição da Bíblia com relação ao vinho? Jesus bebia vinho?.........................73
36 - Quando é necessário empregar as palavras “amém” e “aleluia”?..................................74
37 - Qual era a medida da Arca de Noé? Como entender as outras medidas de
comprimento, peso e valores da Bíblia?.......................................................................75
38.A - Jesus nasceu mesmo no dia 25 de dezembro?............................................................77
38.B - Por quê, então, esta data foi escolhida para a comemoração do natal?......................77
38.C - Qual a origem da árvore de natal?.............................................................................78
38.D - Como surgiu o Papai Noel?.......................................................................................78
38.E - Por que Jesus não nasceu séculos antes de sua época, ou mesmo em nossos dias?...78
39 - Deus é Espírito ou Carne e Osso como Nós?...............................................................79
40 - O que a Bíblia diz sobre o divórcio? Quando pode haver uma separação
e um novo casamento?.................................................................................................80
41 - O que a Bíblia diz sobre o sexo após o casamento? Existe algum limite?
Pode haver algum tipo de pecado?...............................................................................83
.
42 - Horóscopo e Astrologia..................................................................................................85
43 - Os dinossauros existiram? Se existiram, quando foi? Porque não existem mais?...........87
44 -Cristo é Deus,ou não?Existe desde a eternidade?Maior,igual ou menor que Deus Pai?..89
45 - Qual é a origem e significado da Páscoa?.......................................................................92
46 - A oração deve ser feita a quem? Em nome de quem? Em nome de Jesus
Cristo, do Pai ou do Espírito Santo?..............................................................................94
47 - O caranaval é proibido na visão de Deus?....................................................................97
48 - O que quer dizer: a)Basã, b)Gerizim, c)Seol, d)Sinagoga, e)Circincisão?
5
6. E como morreram os discípulos?..................................................................................97
49 - ET’s: Quem são? Existem? Se comunicam conosco?....................................................99
.
50 - O que quer dizer a palavra “anti-cristo”, quem é o anti-cristo?...................................101
51 - O que quer dizer as palavras Anátema e Maranata?....................................................103
Bibliografia.........................................................................................................................104
6
7. ÍNDICE DE TEXTOS BÍBLICOS Pág.
1 - Gênesis 1 e 2:1-3...........................................................................................................9
41 - Gênesis 1:25...............................................................................................................83
2 - Gênesis 3:14.................................................................................................................11
4 - Gênesis capítulo 5........................................................................................................16
3 - Gênesis 5:4...................................................................................................................14
5 - Êxodo 20:4....................................................................................................................17
19 - Êxodo 21:1-6..............................................................................................................44
17 - Levítico capítulo 11...................................................................................................37
6 - Juízes capítulo 11.........................................................................................................18
7 - I Samuel 15:11 2 35; I Samuel 15:29............................................................................19
48 - I Reis 4:13...................................................................................................................97
9 - I Reis 22:19-28.............................................................................................................22
10 - Salmos 4:4; Efésios 4:26............................................................................................23
36 - Salmos 41:13, 14; 72:19; 89:52, 53; 106:48...............................................................77
35 - Salmos 104:15; Provérbios 20:1; Isaías 5:11 e Habacuque 2:5..................................74
8 - Cantares........................................................................................................................20
12 - Isaías 31:9...................................................................................................................28
11 - Isaías 65:20.................................................................................................................25
13 - Jonas 1:17; Mateus 12:40...........................................................................................29
14 - Mateus 4:1-11; Marcos 1:12 e 13; Lucas 4:1-13........................................................31
15 - Mateus 11:11..............................................................................................................33
16 - Mateus 12:31..............................................................................................................35
44 - Mateus 16:13..............................................................................................................89
18 - Mateus 16:19..................................................................................................................42
7
8. 20 - Mateus 24:19 e 20..........................................................................................................45
21 - Mateus 26:39..................................................................................................................47
22 - Mateus 28:1,9;8:28; Marcos 5:1; 16:1; Lucas 24:10; João 20:1; Lucas 8:27.................48
23 - Marcos 17:18..................................................................................................................51
24 - Lucas 16:19-31...............................................................................................................52
25 - João 3:6..........................................................................................................................53
39-Jo.4:24;1:14;17:5;Gen.1:26;Feli.2:6;Luc.1:35;Hebr.1:3;I Cor.15:40;15:51-55;I Jo.3:2..78
26 - Romanos 6:23................................................................................................................56
27 - Romanos 14:26..............................................................................................................57
51 - I Coríntios 12:3; I Coríntios 16:22..............................................................................103
29 - I Coríntios 14:34...........................................................................................................62
30 - Colossenses 2:16-17......................................................................................................63
31 - I Tessalonicenses 4:16....................................................................................................65
32 - Tiago 5:14.......................................................................................................................68
50 - I João 2:18. 4:13; II João 7............................................................................................101
8
9. 1 - Freqüentemente nossos ouvintes perguntam qual a razão de, como cristãos,
especialmente como adventistas do sétimo dia, contarmos a duração dos dias de forma
diferente. Por que o sábado é contado a partir do pôr do sol de sexta-feira, e não a
partir da meia-noite? Por que o ano de 1995 vai começar no pôr do sol do sábado, às
20:29 - segundo a meteorologia e não à meia-noite? E o calendário nunca foi mudado?
Poderia o sábado original ser na verdade uma segunda-feira ou estar em outro dia da
semana?
Não é difícil de entender. O CONSULTORIA BÍBLICA vai procurar responder.
“O tempo que a Terra gasta em seu movimento de oeste para leste, descrevendo uma
elipse alongada em torno do sol, forma o ano. O espaço de tempo necessário para uma
evolução completa da lua em volta da Terra forma o mês. O período que a Terra leva para
completar o movimento de rotação ao redor de seu próprio eixo, forma o dia. Com efeito, o
ano, o mês e o dia estão associados, como unidade de tempo, aos fenômenos astronômicos.
A semana, entretanto, constitui um ciclo independente, de origem divina, sem qualquer
relação com as lunações ou movimento de translação e rotação da Terra”(RA, 09-78, pág. 8
CPB).
Quando Deus criou o mundo, o fez em seis dias, descansando no sétimo. Gênesis
capítulo 1 e 2:1-3. É interessante observar que após cada dia, o escritor bíblico registra:
“houve tarde e manhã, o primeiro dia” (verso 5); “houve tarde e manhã, o segundo dia”
(verso 8); “houve tarde e manhã, o terceiro dia” (verso 13); “houve tarde e manhã, o quarto
dia” (verso 19); “houve tarde e manhã, o quinto dia” (verso 23); “houve tarde e manhã, o
sexto dia” (verso 31). Você percebeu? ... TARDE e MANHÃ. Primeiro TARDE (a parte
escura do dia), depois MANHÃ (a parte clara). Assim começou o mundo e assim eram
contados os dias.
O Dicionário da Bíblia, de John D. Davis, esclarece que “Dia era o intervalo de tempo,
compreendendo o período entre dois nascimentos sucessivos do sol. O dia na Bíblia era de
uma tarde até a outra. De um pôr do sol a outro (Lev. 23:32; Êxodo 12:18). Este modo de
medir o tempo baseava-se no costume de calcular os meses pelo aparecimento da lua nova. A
designação exata do dia civil compreendia a tarde e a manhã, ou noite e dia (Daniel 8:14; II
Cor. 11:25). Posto que a tarde servia de entrada para um novo dia, também fazia parte do dia
natural, que restritamente falando, o completava. A tarde que dava início ao dia quinze de
Nisã é designada pela expressão “desde o dia quatorze do primeiro mês à tarde, comereis
pães asmos, até a tarde do dia vinte” Êxodo 12:18; compare com II Crônicas 35:1 e Levítico
23:32. Os dias da semana não tinham nome; eram designados por números, com exceção do
sétimo dia que tinha o nome de sábado.”
O dicionário prossegue afirmando também que dia era o “nome dado ao espaço de
tempo entre a luz e as trevas, Gênesis 1:5, 8:22. Depois do exílio, tornou-se comum contar os
dias pelas horas; o dia entre o nascer do sol e o seu ocaso, dividia-se em doze horas, Mateus
20:1-12; João 11:9. A sexta hora correspondia ao meio-dia, João 4:6; Atos 10:9. A nona
hora, três da tarde, era a hora de oração, Atos 3:1.”
Ainda segundo o mesmo dicionário bíblico, NOITE era o período das trevas (Gênesis
1:5) dividido em três vigílias: do pôr do sol à meia-noite, da meia-noite ao cantar do galo e
do cantar do galo ao amanhecer (Lamentações 2:19; Juízes 7:19; Êxodo 14:24). A divisão
grega e romana repartia a noite em quatro vigílias, sistema este em vigor no tempo de Cristo
(Lucas 12:38; Marcos 6:48). O período da noite constava de 12 horas, desde o entardecer até
o romper da aurora (Atos 23:23).
A recomendação bíblica de Levítico 23:32 é “de uma tarde a outra celebrareis o
sábado.” Ou seja, do pôr do sol de sexta-feira, ao pôr do sol de sábado. Assim, pelo método
bíblico e divino de conta r os dias, estes não começam a meia-noite, e sim, de pôr do sol a
pôr do sol. Tarde e manhã. Parte escura e parte clara. Por exemplo: segunda-feira à noite,
9
10. pelo método humano de contar os dias é, biblicamente falando, terça-feira, parte escura do
dia. E, assim sucessivamente.
Assim sendo, o ano novo não começa à meia-noite, e sim ao pôr do sol. O dia 31 de
dezembro acaba ao pôr do sol. (Nesse ano, às 20:29 min.). A partir de 20:30, começamos
1995. Esta, repito, é a forma bíblica de contar os dias. Tarde e manhã. De pôr do sol a pôr do
sol.
Um outro fato interessante que vale a pena ser ressaltado aqui é de que os calendários
têm mudado, mas a semana jamais foi alterada desde o começo do mundo. Apesar de
mudanças de um calendário para outro, a semana permanece em seqüência ininterrupta desde
o começo, quando Deus trouxe à existência Sua Criação.
O Calendário Gregoriano, agora em uso em todo o mundo, é preciso e exato com
relação à ordem dos dias da semana. Alguns imaginam que ocorreram mudanças do
calendário entre o tempo de Cristo e o nosso. Houve apenas uma: a mudança do Calendário
Juliano para o Gregoriano. Essa mudança não exerceu nenhuma influência sobre os dias da
semana desde os tempos de Cristo: tão pouco houve qualquer mudança antes disso, tanto
quanto os registros o demonstrem. Os dias do mês foram deslocados, ao ser adotado o
Calendário Gregoriano; os dias da semana, porém, não. Continuaram imutáveis desde o
começo e são agora os mesmos de toda a história passada.
O calendário que foi na Palestina e em todas as províncias do Império Romano dos
dias de Cristo era conhecido como o Calendário Juliano. Entrou ele em uso por autorização e
no tempo de Júlio César, e é chamado pelo seu nome. Foi promulgado no ano 708 da cidade
de Roma, cerca de 46 A.C.
Júlio César gostava de estar em evidência. Arrogou a si muitas prerrogativas. Chamou
o sétimo mês pelo seu próprio nome, e por isso é ele conhecido como julho, derivado de
Júlio. Conta-se que ao escolher um mês para chamá-lo pelo seu próprio nome, escolheu
cuidadosamente o que tivesse trinta e um dias, pois considerava o seu nome digno de um dos
mais longos meses do ano. O mês seguinte contava, naquele tempo, apenas trinta dias. César
Augusto, o sucessor de Júlio, não se considerava de forma alguma inferior em importância
ao seu sucessor e, quando chamou de Agosto o oitavo mês, acrescentou-lhe mais um dia,
tirando-o de fevereiro, de maneira que agosto tem tantos dias quanto julho.
O Calendário Juliano foi usado durante 15 séculos depois de Cristo, praticamente em
todo o mundo civilizado. Não era, entretanto, um calendário exato. Supunha o ano como
tendo 365 dias e um quarto, quando este tem doze minutos e uns poucos segundos menos
que isso. Não parece isso ser uma grande diferença, mas com o correr dos anos aumentou.
Como resultado, durante o Calendário Juliano um pouco de tempo foi sendo perdido cada
ano, isto é, ele não se baseava exatamente nos movimentos dos corpos celestes, e o resultado
foi que, de ano para ano o equinócio vernal, que no tempo de Júlio César ocorreu por volta
de 25 de março, retrocedeu gradualmente para o dia primeiro de março. Aproximadamente
no começo do século dezesseis depois de Cristo, ocorreu por volta de 11 de março.
Foi somente no décimo terceiro século que os astrônomos começaram a escrever a
respeito da inexatidão do Calendário Juliano. Alguns países da Europa desejavam tomar uma
decisão no sentido de uma reforma no calendário. Mas nada foi feito durante muito tempo,
porque havia necessidade de liderança e acordo, a fim de empreender a revisão do
calendário, a qual o tornaria uniforme em todos os países. Por fim, foi atraída a simpatia e
interesse do próprio papado. Nos dias do papa Gregório XII o calendário foi mudado, tendo
sido feita uma correção de dez dias, a fim de que o dia 21 de março coincidisse com o
equinócio vernal, onde ficara no tempo do Concílio de Nicéia, em 321, quando a questão da
celebração da Páscoa foi solucionada por aquele concílio da igreja. (Ver Catholic
Encyclopaedia, vol. III, págs. 168 e 169, art. “O Calendário Reformado”). Publicou ele uma
bula, datada de 1 de março de 1582, anulando dez dias, de maneira que, o dia que deveria ser
contado como 5 de outubro de 1582, foi considerado como 15 de outubro. O novo calendário
10
11. recebeu o nome do papa em cujo pontificado foi instituído, o papa Gregório. É ele, por
conseguinte, conhecido como o Calendário Gregoriano.
E o Calendário Gregoriano é o mesmo que usamos em nossos lares, em nossas
agendas, de acordo com o qual quase todo o mundo se orienta na contagem do tempo. Como
já dissemos, foi introduzido por proclamação do papa de Roma em 1582 A. D. A alteração
que o fez entrar em vigor, uma alteração de dez dias entre ele e o Calendário Juliano, foi
afetuada na sexta-feira, 5 de outubro de 1582. De maneira que os dez dias que foram
alterados, o foram apenas para que esse dia, que no Calendário Juliano era considerado 5 de
outubro, fosse chamado 15 de outubro. Isso é tudo o que foi feito. E isto fez o ano do
calendário coincidir com o equinócio vernal. Note bem: o dia ainda era sexta-feira, mas em
vez de ser sexta-feira dia 5, era sexta-feira dia 15. Não houve nenhuma alteração no mês.
Este continuou sendo outubro. Nenhuma alteração houve na semana. O mesmo quanto ao dia
da semana. Continuou ele sendo sexta-feira. A diferença estava no dia do mês. Este era o dia
15 em lugar de ser 5. E isto é tudo.
O dia seguinte foi sábado, exatamente como seria se o calendário não houvesse sido
mudado. Com a diferença que era dia dezesseis, quando deveria ser seis de outubro.
Cremos que a Bíblia é a verdade. E ela menciona que no sábado, final da semana -
semana que vem de forma sistemática, sem alterações. desde a criação - Deus convida o ser
humano para receber as bênçãos desse dia que Ele separou no Éden. Esse sétimo dia idêntico
ao da criação pode ser encontrado, caso alguém deseje encontrá-lo. E ele pode ser
identificado mesmo que alguém o queira fazê-lo desaparecer. Não há meio algum pelo qual
possa ele ser perdido de vista. Quando o sol se põe na sexta-feira à noite, o mesmo sétimo
dia da criação tem início. É o mesmo sétimo dia que o mandamento de Deus nos ordena
guardar. Em qualquer lugar do mundo. Este mandamento declara: “O sétimo dia é o sábado
do Senhor teu Deus: não farás nenhuma obra.” Por conseguinte, quando o Sol se põe ma
sexta-feira à noite, estamos em tempo sagrado.
* *
2.A - Porquê Deus perdoa e não nos livra das conseqüências do pecado? Davi, por
exemplo, pecou, se arrependeu, chorou, se humilhou, e mesmo assim Deus não poupou
de castigá-lo tirando a vida de seu filho que teve com Bbabteseba. Se Deus não tira as
conseqüências, para que serve o perdão então?
Premissa: O pecado entrou no mundo pela escolha de nossos primeiros pais, segundo
relata Gênesis 3:14 e atingiu toda a raça humana, Romanos 5:12 diz “Portanto, assim como
por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte
passou a todos os homens, porquanto todos pecaram.”
Logo, concluímos que todos pecaram. As conseqüências do pecado, do erro são para
todos. Gênesis 3 diz que a mulher recebeu o castigo que o parto seria com dor, e Adão teria o
seu sustento com cansaço e suor. Portanto, toda a raça humana recebe as conseqüências do
pecado.
2.B - Recebemos as conseqüências do pecado, porquê?
Gálatas 6:7 diz “Não vos enganeis, de Deus não se zomba, pois aquilo que o homem
semear, isso também ceifará.” Colhemos aquilo que nós mesmos plantamos. Deus não
interfere nos resultados de nossa própria escolha. Ele nos dá o livre arbítrio. Se uma pessoa
fuma muitos cigarros durante sua vida, e tiver câncer do pulmão, não foi Deus quem colocou
o câncer na pessoa, mas sim ela mesma que escolheu o vício sabendo de suas conseqüências.
11
12. 2.C - Porque existem leis, que precisam se seguidas? Porque temos que pagar
pelos nossos erros?
Já imaginou o que seria um trânsito numa grande cidade sem sinaleiras e placas? O que
seria do Universo, se não houvesse sincronia dos planetas, estrelas e cometas? As leis não
tiram nossa liberdade, antes o contrário, elas mostram o caminho para vivermos bem, sem
afetar os outros, respeitando uns aos outros para todos vivermos bem. Logo, as leis de Deus,
não devem ser um fardo, mas uma satisfação, pois elas nos fazem livres e felizes.
2.D - O que Deus faz, para que eu não peque e não tenha castigo?
O amor de Deus se revela, segundo a Bíblia em I Cor. 10:13 “Não vos sobreveio
tentação que não fosse humana, mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das
vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá o livramento, de sorte
que a possais suportar.” É uma ótima notícia, sabermos que nenhuma tentação vem até nós,
sem que possamos vencê-la ou que Deus nos dê a saída. Ou seja, não somos provados além
de nossa capacidade, logo se pecamos e erramos, pagamos o preço porque merecemos.
Além de não sermos tentados além do que poderíamos, Deus ainda promete auxílio
para o cristão. “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação do séculos.” Mateus
28:20 e ainda Isaías 40:10 e 13 “Não temas porque Eu sou teu Deus, Eu te fortaleço, e te
ajudo, e te sustento com a minha destra fiel. Porque Eu...te tomo pela tua mão direita e te
digo: Não temas que Eu te ajudo.”
Deus é amor, não permitindo que seja tentado além das suas forças, e ainda promete
estar contigo e te fortalecer em tua caminhada.
2.E - O castigo do pecado, é uma manifestação do poder de Deus?
Sem dúvida, Apocalipse 3:19 diz: “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo, se
pois zeloso e arrepende-te.” Um pai ou uma mãe, por amar seu filho, nunca irá discipliná-lo?
Sem dúvida que sim. Quando gostamos sinceramente de alguém, somos tão interessados no
sucesso dos outros, que não temos receio de falar com muito tato, o que está prejudicando e
como poderia ser melhor. A correção e a disciplina é uma prova que se está interessado na
pessoa, no seu bem, no seu melhor.
2.F - O que aprendemos com as conseqüências do pecado e os castigos de Deus?
I - É uma conseqüência do pecado que está no mundo, é uma conseqüência de nossa
própria escolha.
II - Quando somos castigados pelos nossos pecados, é uma prova que Deus nos ama,
pois a Bíblia diz que Deus castiga quem Ele ama.
III - Quando pagamos por nossos erros, é uma demonstração de Deus a nós, que
aquele tipo de atitude ou estilo de vida, não compensa, precisamos nos arrepender
e mudar de vida.
IV - Nem sempre as disciplinas de Deus são castigos por nossas atitudes, podem ser
também provocações como foi com Jó. Para provar a nossa fé.
V - O ouro precisa ser purificado em altas temperaturas no fogo, depois é burilado,
trabalhado para dar o seu brilho e beleza sem igual. Assim é com o cristão, ao ser
ele provado, com algumas provocações, sofrer algumas conseqüências de decisões
erradas, ele é burilado para como diz os provérbios. “é como a luz da aurora, que
vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.”
Um exemplo: Davi que cometeu o adultério com Bateseba, mandou matar o seu
marido, teve consciência que errou, chorou, se humilhou, se arrependeu profundamente, mas
Deus não impediu que tivesse o castigo de seu erro, tirando a vida de seu filho. Deus também
perdoou a Jacó, quando traiu seu irmão para ganhar as bênçãos do pai, mas ele ficou quase
vinte anos trabalhando para voltar a rever o irmão. O “bom ladrão” na cruz, Jesus disse que
12
13. ele estaria salvo, no entanto, não impediu que ele morresse por seus pecados, sua
recompensa vem depois.
CONCLUSÃO:
Deus não é excessivamente justo e nem condescendente com o ser humano. Com
equilíbrio e sabedoria, Deus age com justiça e misericórdia na medida certa, diferente de
como o ser humano age. Embora vivamos num mundo de pecado, hoje ele pode pelo Seu
poder, nos livrar do poder do pecado, e na sua segunda vinda, Ele poderá nos livrar da
presença do pecado.
Sofremos as conseqüências dos nossos erros, para a nossa própria correção, porque é a
conseqüência do pecado, que Deus permite porque nos ama, para que possamos aprender a
andarmos na luz, e sabermos que a verdadeira felicidade está em seguirmos seus caminhos e
suas leis escritas em Sua palavra.
É melhor pagar o preço de nossos pecados aqui, e termos o perdão de Deus agora, para
no dia do Juízo, nossos pecados estarem perdoados pelo sangue de Cristo, que nos salva e
nos purifica. Após termos o perdão de Deus, nossos pecados diz Miquéias 7:19 são lançados
no fundo do mar, simbolizando claramente que Deus os esquece e não é mais imputado para
o dia do juízo.
*
3 - Como podiam os filhos de Adão e Eva se casar, irmão com irmã?
Até quando Deus permitiu que houvesse casamento entre parentes?
Primeiramente tenhamos em mente que Adão e Eva tiveram vários filhos e filhas.
Gênesis 5:4. E então vamos definir o que é incesto: segundo o Novo Dicionário Aurélio da
Língua Portuguesa, incesto é a união sexual ilícita entre parentes consangüíneos, afins ou
adotivos.
I - Então porque Deus permitiu que os filhos de Adão e Eva se casassem e tivessem
filhos? Ora, o motivo é obvio, não havia outra maneira, eram os únicos habitantes deste
planeta, Deus permitiu que assim fosse feito para expandir a raça humana por toda a terra.
Há um outro detalhe interessante, que o médico Dr. Elias Morsh nos colocou, o casal
Adão e Eva, com a sua origem perfeita, possuíam seus gens e cromossomos saudáveis, o que
permitia que sua descendência tivesse filhos sem problemas. Porém, com o passar do tempo,
o pecado trouxe a poluição, radioatividade, doenças, etc, que afetaram a espécie humana,
degenerando não somente o exterior mas também ocasionando implicações cautelosas nas
combinações genéticas, que se forem ignoradas descuidadosamente, podem ocasionar sérios
problemas aos descendentes. Portanto, dois motivos são claros do porque os filhos de Adão e
Eva podiam casar-se entre eles e ter filhos:
1 - Tinham a aprovação de Deus;
2 - Tinham as leis da saúde a seu favor, pois eram oriundos de Pais perfeitos.
II - No entanto, com a degeneração da raça humana, e a presença do pecado,
problemas e distorções foram surgindo. Logo no capítulo 6 de Gênesis, bem no início ainda,
já vieram os problemas dos antediluvianos, que como é dito no Novo Testamento, casavam e
davam-se em casamentos. Sugere este texto, que estava havendo uma distorção do plano de
Deus entre os antediluvianos. Distorção moral esta, comprovada também em Sodoma, onde
13
14. conhecemos a história dos anjos que foram pedir para Ló sair da cidade, e os habitantes
queriam “abusar” deles. Gênesis capítulo 18.
III - Um fato claro: a Bíblia revela que é o caso das filhas de Ló, que embebedaram
seu pai, para que se conservasse a descendência da família. Está relatado isto em Gênesis
19:31 a 38. O fato de elas precisarem embebedar o pai, mostra que tal atitude não era aceita
pelos padrões da época. Ou seja, era permitido a união entre irmãos, mas não de filhos com
os pais. Tão lógico que a atitude delas estava errada, que os seus filhos Bem-Ami e Moabe,
foram as pessoas que deram origem aos amonitas e moabitas, que analisando a sua história,
estes povos foram empecilhos e serviram de incômodo, por muitas vezes, ao povo de Deus, o
povo de Israel.
IV - Talvez o ouvinte já tenha feito a seguinte pergunta:
Até quando Deus tolerou que houvesse casamento entre parentes?
A resposta é encontrada na Bíblia, no livro de Levíticos capítulo 18, algumas Bíblias
trazem até o substituto de “Casamentos Ilícitos.” Foi quando Deus deu a Moisés uma série de
leis: a lei moral, lei da saúde, leis éticas, etc. para que o povo de Israel fosse diferente, não
por
ser diferente, mas por se destacar com princípios elevados de saúde e de vida. É interessante
notar que, neste capítulo, onde Moisés registra as orientações de Deus sobre os casamentos
ilícitos, o capítulo 18 de Levíticos começa assim:
“Fala aos filhos de Israel e dize-lhes, Eu Sou o Senhor vosso Deus, não fareis segundo
as obras da terra do Egito em que habitastes, nem fareis segundo as obras da terra de Canaã
para qual eu vos levo, nem andareis segundo o seu estatuto. Os meus preceitos observareis, e
os meus estatutos guardareis, para andares neles. Eu Sou o Senhor. Guardareis pois os meus
estatutos e as minhas ordenanças, pelas quais o homem observando-as, viverá. Eu sou o
Senhor. Nenhum se chegará aquela que lhe é próxima por sangue, para descobrir a sua
nudez...” Aí o texto continua descrevendo, “Não descobrirás a nudez de teus pais, irmãos,
tios, noras, etc...”
Ou seja, no tempo de Moisés, quando já haviam diversos povos e nações na terra, não
se fazia necessário que irmão casasse com irmã, pois haviam outras opções entre as muitas
famílias que existiam no mundo, por isto, Deus colocou uma proibição de união sexual entre
parentes da mesma família.
Aqui está, portanto, a linha demarcatória clara, de quando Deus proibiu tal união entre
parentes.
V - Um exemplo que isto vigorou de maneira enfática, é o caso de incesto entre os
filhos de Davi, Amom e Tamar, registrado em II Samuel 13:1-13, onde o irmão fingiu estar
doente e pediu para a irmã atendê-lo, quando então cometeu o incesto. O sentimento de
tristeza veio para Davi e sua família, até que depois de dois anos, os servos por ordem de
Absalão, assassinaram a Amom, por ter forçado a sua irmã. Um clima tenso e pesado se
gerou naquele contexto familiar, por um princípio divino que não foi seguido, e que pela
desobediência gerou outros problemas: como o monicídio que o texto revela. Ficou claro
que, já neste contexto, o incesto não era algo aprovado por Deus.
VI - Estudos e pesquisas vem sendo feitos na atualidade para se verificar os riscos do
incesto. As pesquisas e os seus resultados, estão deixando os médicos cada vez mais
conscientes de que o casamento feito entre parentes, quanto mais próximo for o parente,
maior é o risco de aparecerem inúmeras doenças e problemas. Um filho traz uma carga
genética da mãe e do pai, e a vantagem de serem de outras famílias, é que tem outro
contexto, outra disposição genética e de cromossomos que, se um é recessivo, o outro é
dominante e pode evitar que doenças surjam pela superioridade do outro. Pode ser meio
14
15. complicado explicar, pois não sou um médico, mas o fato é: a medicina contemporânea
confirma o princípio Bíblico que casamento entre parentes não é saudável para os filhos.
CONCLUSÃO:
1 - O princípio do casamento não foi alterado. O homem de vê abandonar seu pai e
mãe, deixar sua casa e unir-se a sua mulher;
2 - Deus criou uma Eva para um Adão. A monogamia sempre foi plano de Deus;
3 - A união de irmão com irmã teve seu momento; mas, logo que a Terra teve diversas
famílias e povos, perdeu-se a aprovação Divina para tal comportamento;
4 - E assim como os filhos de Adão e Eva vieram de um casal perfeito, com boa saúde,
que dava condições de os seus descendentes terem filhos, devemos lembrar que
hoje, nós não temos as mesmas condições de Adão e Eva, pois a degeneração da
espécie humana é crescente, antes os antediluvianos viviam em média 900 anos e
hoje a expectativa não chega a 10% disto. A medicina comprova este fato.
Talvez o amigo, ou a amiga ouvinte, já tenha tido conhecimento de pessoas que
nasceram resultantes de incesto, e tiveram ou tem problemas, o que confirma a veracidade
Bíblica e as ordens de saúde.
Portanto, amigo ouvinte da Novo Tempo, temos dois motivos que são mais que
suficientes para não aprovarmos o casamento entre parentes próximos:
Primeiro, o princípio divino expresso na Bíblia em Levíticos capítulo 18, que o texto
apresenta claramente: “não deve ser descoberta a nudez de irmãos, pais, tios, noras, etc.” Só
este motivo já seria suficiente, pois é Deus pela Santa Bíblia quem está nos orientando.
Segundo, a confirmação científica, nos comprovando que esta união ilícita, ou seja, o
incesto, pode causar até má formação genética. Mais uma vez está provado que vale a pena
seguir as orientações de Deus prescritas na Santa Bíblia.
*
4.A - Qual era a altura do homem antes e depois do pecado?
Começaremos por Adão, sua altura não é mencionada de maneira precisa na Bíblia.
Mas os Teólogos e Estudiosos Bíblicos, concordam em afirmar que Adão, foi criado à
imagem e semelhança de Deus, na sua mais perfeita forma, beleza e simetria. A escritora
Ellen G. White, escreveu no seu livro História da Redenção, página 21, que Adão possuía
mais que o dobro do tamanho dos homens que vivem hoje. Calcula-se então que Adão tinha
sua altura provável entre 4 e 5 metros.
A estatura nobre e simetria que Adão possuía, veio a decrescer, devido ao pecado. Ao
ser expulso do Éden, o casal perdeu o acesso à árvore da vida, e com a entrada do pecado no
mundo, veio a poluição, os venenos, etc, que somados às tendências pecaminosas como: a
falta de domínio próprio, intemperança, etc, trazem a decrepitude do ser humano, através de
todas as épocas. Um exemplo clássico é do homem que a Bíblia registra com a maior idade,
ele foi o oitavo patriarca, registrado em Gênesis capítulo 5, que viveu 969 anos, e hoje
dificilmente se chega a 10% desta longevidade privilegiada... a média de vida mundial
atualmente, é de 64 anos, cerca de 6,5% de um dos descendentes de Adão. Isto mostra
claramente a decrepitude da raça humana por causa do pecado.
4.B - Porque Golias era bem maior do que os homens de sua época, se
já havia pecado no mundo?
O gigante Golias, a Bíblia dá sua altura exata: I Samuel 17:4 “... a altura de seis
côvados e um palmo.”
O côvado vem do hebraico “ammâ”, era a distância que ia do cotovelo à ponta do
dedo. O povo hebraico considerava esta medida em 44,5 cm., e o côvado egípcio, 44,7 cm.
Mas para saber a medida exata, basta ser comparada com a extensão atribuída ao túnel de
Siloé, de 1.200 côvados, que são equivalentes a extensão de 533,10 metros. O que daria ao
15
16. côvado o comprimento de 44,4 cm. Logo, a altura de Golias, que se destacava dos homens de
sua época, era entre 2,70 a 3,10 m.
Porque Golias depois do pecado, teve uma altura privilegiada em relação aos homens
de sua época?
A Bíblia descreve a existência de vários povos “gigantes.” Os Enaquins, são um
exemplo, aqueles que os doze espias viram em Canaã, que os fez sentirem-se como
gafanhotos. Números 13:28. Também os emins Deut. 2:10, e refains Deut. 2:21, etc.
Havia até uma provérbio da época relatado em Deut. 9:2 “Quem poderá resistir aos
filhos de Enaque?”
Os homens altos, não são apenas dos tempos Bíblicos. O Guiness, livro dos recordes,
do ano corrente (1994) registra que o homem mais alto do mundo com evidências
irrefutáveis, foi o norte-americano Robert P. Wadlow, que nasceu no dia 22 de fevereiro de
1918, que tinha a altura de 2,72 m. de altura.
E não é tão raro, depararmos com pessoas altas ao nos locomovermos de um lugar para
outro, ou até observando alguns jogadores de basquete. Não podemos negar, que existiram
pessoas altas após o pecado, e que ainda hoje, se notam algumas reminiscências.
A resposta do porque disto, é mais pela medicina do que pela teologia. Segundo
informações do Dr. Gerson Trevilato, o que aconteceu com Golias, os enaquins, e o que pode
ocorrer hoje também, considerando os fatores de decrepitude, chama-se “Conincidência
Genética” que seria a combinação dos melhores genes para a estatura, ou também pode ser
“Mutações da Genética” que são conseqüências de algum efeito, tipo radioatividade, etc.
Um exemplo, que presenciei aqui na Rádio Novo Tempo, vai nos ajudar a
compreender: O Pr. João Nelsom Bilha, que apresenta o programa Conhecer Jesus é tudo,
domingo às 20 Hs, tem uma filha bonita, de olhos azuis. Interessante notar que o Pr. João
Nelsom, não tem olhos azuis, nem a esposa, e tão pouco os avós da criança; somente a
bisavó é que tem olhos azuis. Logo conclui-se que a combinação genética para a cor dos
olhos, deu certo de ser azul, pois havia antecedentes na família com características desta cor
de olhos. Concluímos que os pais podem ter olhos castanhos e no entanto, dependendo de
sua carga genética, podem ter filhos com olhos azuis.
No caso de Golias e os demais homens altos, concluímos que eles foram privilegiados
em sua altura, por causa de sua combinação genética, que trazia da descendência de Adão os
genes de uma estatura nobre. Somam-se a isto, os itens que contribuem também para a boa
formação do indivíduo: a nutrição, que é fundamental nos primeiros anos de vida e
adolescência; o estilo de vida, etc.
Concluímos então, que Adão, o primeiro homem, o Pai da raça humana, foi o homem
mais perfeito, e que todos os seus descendentes, de todas as épocas, trazem as mais
diferentes combinações genéticas, e com o pecado, a diferença gritante de algumas
características físicas daquele homem perfeito. E concluímos também, que algumas vezes, se
manifesta no homem pecador, características da altura de Adão, pelas chances da
combinação da genética, pelas mutações da genética ou pela nutrição. Como cristãos,
acreditamos que ao sermos arrebatados por Cristo aos céus, seremos transformados, e de
acordo com o tempo que Deus designar, voltaremos todos a ter a estatura de Adão e Eva no
novo céu e na nova terra, vivendo para sempre um Novo Tempo!
*
5 - Êxodo 20:4 diz “não farás para ti imagem de escultura nem
semelhança do que há nos Céus e na Terra.”
O segundo mandamento proíbe a adoração das imagens.
Se assim não fosse, deveríamos abster-nos de toda e qualquer fotografia, mesmo
quadros de paisagens, etc., e até de roupas com qualquer desenho ou estampado, pois o
16
17. mandamento se refere a qualquer semelhança do que há em cima do Céu, ou embaixo na
Terra, ou nas águas debaixo da Terra.
Não deveríamos então tirar retrato para o preparo de carteiras de identidade e outros
documentos, nem aceitar fotografias de nossos amigos. Nem poderíamos usar dinheiro, pois
nas notas e moedas aparecem efígies e estampas.
Cuidemos para fugir aos extremos.
O segundo mandamento proíbe o culto das imagens; mas Deus mesmo empregou
figuras e símbolos para apresentar aos seus profetas as lições que ele queria que fossem
dadas ao povo, e que poderiam ser melhor entendidas assim do que se fossem dadas de outra
maneira. Apelava para o entendimento através do sentido da visão.
A história profética foi apresentada a Daniel e a João por meio de símbolos que deviam
ser claramente representados para que todo aquele que o lê-se, pudesse entender.
Os israelitas, por ordem de Deus, bordaram figuras de anjos no véu do santuário e
sobre o propiciatório havia dois querubins de ouro. Também por ordem de Deus, Moisés fez
uma serpente de metal, quando da praga das serpentes ardentes. mais tarde essa serpente se
tornou objeto de idolatria, e o Rei Ezequias mandou destruí-la.
Podemos concluir então, que é aceitável o uso de ilustrações em histórias infantis
desde que não sejam usadas como objeto de adoração ou idolatria.
*
6 - Esta seja talvez, uma das passagens bíblicas mais difíceis de se
explicar. Oferecer a filha virgem em sacrifício a Deus, como diz o texto que
Jefté o fez, seria dar espaços a muitas dúvidas na mente de um cristão.
Jefté realmente sacrificou sua filha a Deus ou não?
Existem duas correntes de interpretação sobre Juízes capítulo 11:
I - Jefté não matou em sacrifício sua filha, porque:
a - este ato estaria indo contra todos os princípios bíblicos. “Não matarás” e
Deuterônomio 12:31 diz: “Não farás assim para com o Senhor teu Deus; porque
tudo o que é abominável ao Senhor, e que ele detesta, fizeram elas para com os seus
deuses; pois até seus filhos e suas filhas queimam no fogo aos seus deuses”;
b - de acordo com os originais em hebraico, poderia ser traduzido assim o verso 31 de
Juízes 11: “será do Senhor, e lhe oferecerei um holocausto”;
c - Jefté não sacrificaria sua filha, pois sabia que Deus não aceitava isto, se tivesse feito
tal ato, seu nome não poderia ter aparecido em Hebreus capítulo onze;
d - se Jefté tivesse realmente sacrificado sua filha, teríamos de encontrar na Bíblia
alguma reprovação de Deus a Jefté;
e - entende-se então que a filha de Jefté foi dedicada ao Senhor, devotada a perpétua
virgindade, como se pode inferir das declarações bíblicas: “chorou por sua
virgindade” “ela jamais foi possuída por varão.” Ela lamentou não por morrer
virgem, mas por passar o resto de sua vida, sem poder conhecer um varão, pois
naquela época, a virgindade por toda a vida e a falta de filhos era considerada como
desgraças máximas.
Logo, concluímos que a filha de Jefté foi dedicada a Deus, ficando virgem por toda a
sua vida, não podendo se casar, nem ter filhos.
II - Jefté realmente sacrificou sua filha, porque:
17
18. a - era comum as moabitas e ao povo pagão daquela época sacrificar filhos aos deuses;
b - Jefté fez este voto sem a aprovação do Senhor, foi num momento de crise, pressão
emocional, fraqueza e desespero, que levou a tomar atitude muito precipitada;
c - Abraão também ia fazer isto com seu filho Isaque, ficando fácil entender que Jefté
também cumpriu a promessa de sacrifício de sua filha;
d - o Rei Moabe, Mesa, sacrificou seu filho primogênito, conforme relatado em II Reis
3:27, era algo relativamente comum para a época;
e - o fato de Jefté ter feito este voto de sacrificar algo, e ter oferecido a sua filha, está
relatado na Bíblia não como um exemplo a ser seguido, mas sim como um fato
ocorrido, que não nos leva a concluir que isto é algo a ser praticado pelos cristãos
que seguem a Deus. Outros fatos negativos a Bíblia menciona, que não significa que
pelo simples fato de estar na Bíblia é algo que deva ser praticado. Exemplo: o
apedrejamento de Estevão, isto não significa que devemos apedrejar os cristãos, tem
que se olhar o contexto. E o contexto da Bíblia é claro em afirmar que “Não
matarás” é um mandamento escrito pelo dedo de Deus, que deve ser sempre
respeitado.
Concluímos portanto, nesta segundo hipótese, que Jefté realmente ofereceu sua filha
em sacrifício a Deus, e que isto não significa que tenha agido certo, mas sim a Bíblia
registrou este detalhe de fraqueza de sua vida, assim como registrou a fraqueza de outros
personagens como no caso de Abraão que certa feita, mentiu dizendo que sua esposa era sua
irmã.
CONCLUSÃO FINAL
Se Jefté ofereceu sua filha em sacrifício em sistema de celibato ou realmente a matou,
não podemos com certeza caracterizar, mas uma coisa podemos ter total certeza: que o ato de
oferecer filhos ou filhas em sacrifício a Deus, tirando a vida deles, é totalmente condenado
pela Bíblia, e jamais será isto ingrediente para a salvação de qualquer pessoa. Leia Lev.
18:21. Deuf. 12:31, etc.
*
7 - Como se harmoniza I Samuel 15:11 2 35, com I Samuel 15:29? Não
foi o Senhor que escolheu Saul para príncipe de Israel, conforme I Samuel
10:1 e Samuel 15:17?
Evidentemente a dificuldade está na expressão “Deus arrependeu-Se.” Poder-se-iam
ainda aduzir muitas outras passagens, como Êxodo 32:14; Juízes 2:18; II Samuel 24:16;
Jeremias 26:19; Jonas 3:10; Gênesis 6:6, etc. Parece haver contradição entre essas passagens
e I Samuel 15:29; Números 23:19; Ezequiel 24:14.
Algumas dessas passagens dizem que “Deus Se arrependeu” de determinado ato, ao
passo que as outras afirmam que Deus “não Se arrepende.”
Não esqueçamos que a Bíblia se acha escrita em linguagem popular, usando expressões
do povo, para ser mais facilmente compreendida. Demais, temos que estar lembrados de que
as palavras têm vários sentidos. Nem sempre “arrepender-se” tem o sentido de “experimentar
pesar por sua própria falta.” Significa muitas vezes ter pena, sentir, entristecer-se, lastimar-
se, ter saudades de. “Arrependimento” pode significar sentimento. dor. (Veja um bom
dicionário).
Vejamos o que diz o Seventh-day Adventist Bible Commentary, sobre Gênesis 6:6
(“então arrependeu-Se o Senhor de haver feito o homem”): “O próprio versículo explica,
logo adiante, a força de expressão “arrependeu-Se”: “pesou-Lhe em Seu coração.” Isto
mostra que o arrependimento de Deus não implica em falta de previsão de Sua parte, ou
qualquer variação em Sua natureza ou propósito. Neste sentido Deus nunca Se arrepende de
18
19. coisa alguma (I Samuel 15:29). O “arrependimento” de Deus é uma expressão que se refere à
dor que sofre o amor divino, ocasionada pela pecaminosidade do homem. Apresenta a
verdade de que Deus, em coerência com Sua imutabilidade, assume atitude mudada em
relação ao homem também mudado. A menção da tristeza divina à vista do estado depravado
do homem é comovedor indício de que Deus não aborrece o homem. O pecado dos homens
enche o coração divino de profundo pesar e compaixão. Agita todo o ilimitado oceano de
simpatia divina para com o pecador. Entretanto, leva-o também à retribuição judicial (ver
Jeremias 18:6-10; Patriarcas e Profetas, p. 700).” - Obra citada, vol. 1, p. 251.
Comentário sobre Êxodo 32:14: “As palavras “o Senhor arrependeu-Se” são fraca
tentativa de exprimir em linguagem humana a vontade divina. Falando em rigor, Deus não
pode mudar Seu propósito, pois conhece o fim desde o princípio (II Samuel 15:29; Isaías
46:9 e 10; 55:11). Entretanto, quando pecadores abandonam seu pecado e se volvem para
Ele, quando Seus filhos suplicam misericórdia e perdão, então Ele “Se arrepende.” Muda da
ira para a misericórdia, do juízo para o gracioso perdão (Salmo 106:44 e 45; Jeremias 18:5-
10; 26:3; Joel 2:12-14; Jonas 3:9 e 10; 4:2).” - Idem, p. 666.
Arrependimento: 1. Ato ou efeito de arrepender-se. 2. Compunção, contrição. 3.
Insatisfação causada por violação de lei ou de conduta moral, e quer resultar na livre
aceitação do castigo e na disposição de evitar futuras violações.
Compunção: 1. Pesar de haver cometido pecado ou ação má.
Novo Dicionário Aurélio.
*
8 - O livro Bíblico de Cantares, foi escrito para revelar o amor de um
homem por uma mulher ou para demonstrar o amor de Cristo pelo Seu
povo? Como extrair mensagens espirituais deste livro, com o conteúdo tão
estranho comparando com o resto da Bíblia?
Inicialmente vamos conhecer um pouco mais sobre o livro de Cantares ou Cântico dos
Cânticos. Este é um dos livros mais mal entendido da Bíblia. Muitos cristãos negam o seu
lugar na Bíblia. Nem a palavra Deus aparece neste livro.
O autor é apresentado no primeiro versículo, Salomão.
Em síntese, podemos dizer que o livro descreve o amor e o casamento entre Salomão e
uma camponesa, a Sulamita. Foi escrito provavelmente quando ainda era jovem, numa época
saudável de sua vida, quando não tinha outras mulheres. Depois desta época áurea, a Bíblia
menciona em I Reis 11:3 que Salomão teve 700 esposas e 300 concubinas. Interessante, que
a Bíblia relata claramente, que quando Salomão teve muitas mulheres seu coração foi
pervertido. Confirme depois, lendo I Reis 11:3 a 5.
A Sulamita, que registra Cantares 6:13, era de Suném, povo do território de Issacar, a
11 Km a oeste de Megido. Sunem, vale lembrar, foi onde o profeta Eliseu ressuscitou ao
filho de uma sunamita. Atualmente esta cidade é chamada de Solem.
Porque o livro de Cantares está escrito desta forma? Como entendê-lo?
I - É uma poesia e não uma prosa. Salomão escreveu mais de 1005 cânticos, conforme
registra I Reis 4:32. Sendo uma poesia, sua leitura tem que ser entendida com tal.
II - É um poema escrito no estilo oriental, que difere de nosso estilo ocidental. Os
orientais se comprazem em figuras de retórica, que nós não apreciamos muito.
Para os orientais, esta forma de poema, é perfeitamente normal, e mais ainda para
aquela época, que era normal a literatura poética nesta forma.
III - Tratando-se de uma parábola, temos que nos ater mais a interpretação do que a
inspiração. Por exemplo, na parábola das dez virgens, onde 5 preparadas e 5 não,
não quer dizer que a metade do mundo vai se salvar e outra metade não, ou seja,
19
20. não são os detalhes das palavras em si, mas a lição principal do texto. O mesmo
princípio de interpretação deve ser aplicado no livro de Cantares. Não os detalhes
das palavras, mas o objetivo delas, a mensagem que o livro como um todo
propõe. É uma forma poética, parábola, e não doutrinas ou profecias a cada
verso.
IV - Muitas interpretações são apresentadas para diversos textos do livro de Cantares,
mas vale advertir que muitas são forçadas, e não tem o aval do “Assim diz o
Senhor.”
V - Comentaristas da Bíblia, concordam em afirmar que o livro de Cantares, que
Salomão revela o amor pela Sulamita, é uma ilustração do amor de Cristo pela
Sua Igreja. isto vem de acordo com uma interpretação contextual da Bíblia.
No Velho Testamento, Israel é chamado esposa de Deus, confirma-se em Jeremias 3:1,
Ezequiel 16 e 23.
E também no Novo Testamento, a Igreja é chamada “noiva” de Cristo. Confirma-se em
Mateus 9:15, João 3:29, II Cor. 11:2, Efésios 5:23, Apocalipse 21:2, e outras passagens mais.
Portanto, podemos notar que o livro de Cantares, tem o objetivo de mostrar o amor
conjugal, a ternura e o devotamento do casal. Visto que o casamento é uma ordenação
divina, e que da família unida depende também a felicidade do homem, é apropriado a Bíblia
ter um espaço para retratar a união que Deus planejou.
E como vimos também, de maneira figurada, ilustrar o amor de Jesus por sua Igreja.
Johanes G. Vos, mestre em Teologia, que apresenta um estudo do livro na Bíblia da editora
Vida, afirma que “Cantares de Salomão, lembram-nos que o que sustenta todo o amor
humano puro é o maior e mais profundo dos amores - o amor de Deus, que sacrificou o Seu
Filho para redimir pecadores, e do amor do Filho de Deus que sofreu e morreu por sua
Esposa, a Igreja. Cantares de Salomão não é alegoria nem tipo, mas uma parábola do amor
divino que constitui o pano de fundo e a fonte de todo o verdadeiro amor humano. Outras
aplicações são feitas com referência a Páscoa pelos judeus. Mas ir além destas
interpretações, seria abrir precedentes para heresias.
Terminando, diria que a Bíblia não é um livro como qualquer outro, que devemos ler
de maneira corrida ou superficialmente. Toda Escritura é Inspirada por Deus, e se queremos
entendê-la e decifrá-la, conseguiremos se o estudarmos sob a orientação do Espírito Santo de
Deus. O mesmo Espírito que inspirou os escritores da Bíblia, está a nossa disposição para
entendê-la hoje, e extrair riquezas espirituais através do estudo e da comunhão.
Nada na Bíblia está por acaso, tudo tem um objetivo. Devemos antes ler, rogar a Deus
em oração, sabedoria para compreender as verdades preciosas que ela contém, e estudá-la
com atenção, para descobrirmos as riquezas deste Livro Sagrado.
*
9 - “Que espírito era aquele “enviado do Senhor” para ser espírito
mentiroso na boca do profeta de acordo com I Reis 22:19-28? Como
entender I Samuel 18:10 que fala de um espírito maligno da parte de
Deus?”
Inegavelmente nos encontramos diante de declarações que causam dificuldades aos
leitores da Palavra de Deus.
Para boa compreensão destas passagens é necessário ter em mente os seguintes fatos:
20
21. I - Tanto anjos bons quanto maus estão sujeitos ao poder de Deus. O próprio poder de
que Satanás dispõe lhe é permitido por Deus.
II - Veracidade destaca-se como atributo divino (Núm. 23:19), enquanto Satanás é o
originador da mentira (João 8:44).
III - É difícil, por vezes, transmitir em português o que os escritores bíblicos
expressaram em hebraico e grego, por serem línguas com peculiaridades distintas.
Partindo do princípio que a divindade não está imbuída de nenhum espírito maléfico, a
lógica determina que nenhum ente espiritual malfazejo integra a Essência Divina, logo
nenhuma personalidade angelical maligna pode emanar de “elohim”, precisamente o termo
hebraico ocorrente em I Samuel 18:10.
O que se deve ter em conta nesta investigação teológica é que a expressão, em
português, “da parte de” não aparece no original hebraico. O famoso interlinear de Green
traz, cautelosamente, a proposição inglesa “from” entre parênteses, querendo com isso
denotar que não pertence ao Texto Massorético.
A melhor explicação para I Samuel 18:10 é a que fornece o teólogo A. Neves de
Mesquita em sua obra “Estudo nos Livros de Samuel”, quando comenta I Samuel 16:14-23.
Ele diz: “Deus manda tanto nos espíritos bons como nos maus. Nada escapa do governo
divino, e os demônios são usados para perseguir os que estão desviados. O mundo invisível é
muito misterioso para nós que só entendemos as coisas de acordo com a vista. Pode-se
entender pelo texto que Deus tanto mandou um espírito mau para Saul, como o permitiu.
Tanto vale uma coisa com outra”, diz o teólogo. E ele continua: “Em Jó 1:7, Deus dialoga
com Satanás a respeito das atividades deste na Terra. Parece estranho, mas não é. Deus tem
sob Seu domínio anjos e demônios, como tem homens, e usa-os no Seu governo
providencial, do modo que quer”, finaliza A. Neves de Mesquita.
Há uma particularidade no sistema verbal hebraico que deve ser lembrada. O chamado
“hifil” é causativo, mas também é permissivo. É tarefa árdua distinguir nos escritores do
Antigo Testamento o que é executado por Deus e por Ele permitido. Essa informação lança
luz sobre o endurecimento do coração de Faraó.
O espírito maligno [da parte de] Deus significa por Deus.
Um outro abalizado comentário bíblico afirma: “Na linguagem bíblica, muitos atos são
atribuídos a Deus, não com a odéia de que Deus os executa, mas de que em Sua onipotência
e onisciência, não os impede.” (Com. Adventista, vol. 4, pág. 647).
A expressão, “o Senhor pôs o espírito mentiroso na boca de todos os profetas”, de I
Reis 22:23, é uma adaptação antropomórfica, que traz indestrinsável incógnita. O tal espírito
pertencia às hostes do Bem ou do Mal?
Na exegese precedente (I Sam. 18:10) “um espírito mau” pode ser entendido: um anjo
bom autorizado ou ordenado à prática de um ato mau. O anjo que sai para ferir mortalmente
os primogênitos dos egípcios pertencia às potestades benéficas, comissionado a ceifar vidas
humanas, para o cumprimento da justiça de Deus, foi em certo sentido um “anjo mau” da
parte de Deus. Preliminar e sumariamente, é útil salientar que Deus não necessita de anjos
maus para executar seus juízos, para infringir punição aos iníquos. Assim como Satanás se
transforma em anjo de luz para o exercício de ações criminosas, e seus ministros se
transfiguram em agentes justiceiros, para a consecução de resultados nefastos e nefandos,
que embargo se impõe no fato de conjeturarmos e em tese sustentarmos que as falanges
celestiais divinas sejam figuradamente denominadas maléficas, se por determinação de Jeová
desempenham em dado momento uma missão catastrófica como a morte fulminante dos 185
mil inimigos de Israel acarretada por um só anjo, da parte de Deus (II Reis 19:35).
É útil também mencionarmos aqui o comentário de Adão Clark sobre I Reis 22:23 -
“Ele permitiu ou tolerou que um espírito mentiroso influenciasse Seus profetas. É
indispensável novamente lembrar ao ouvinte que as Escrituras reiteradamente representam a
Deus como o autor daquilo que Ele, no desenrolar de Sua providência, apenas permite ou
21
22. tolera que ocorra. Nada pode ser feito no Céu, na Terra ou no Inferno, que não seja por Sua
atividade imediata ou por Sua permissão.”
Resumo: Muitas vezes anjos bons são solicitados a fazer o mal para a obtenção do
bem. Similarmente anjos maus operam o bem para a aquisição do mal, em inumeráveis
circunstâncias.
* *
10 - O que quer dizer o texto de Salmos 4:4 “Irai-vos e não pequeis...”
também Efésios 4:26 “Irai-vos e não pequeis...” Até onde posso sentir ira
sem pecar?
Primeiramente vamos definir o que é Ira: o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa
define ira como sendo cólera, raiva, indignação, desejo de vingança.
A palavra ira na Bíblia tem interpretações tão amplas que o Dicionário Teológico do
Novo Testamento de Kittel, que é considerado um dos melhores do mundo, dedica 62
páginas ao estudo da palavra ira.
Alguns textos da Bíblia são claros em seus textos para reprimir o sentimento de ira:
- Prov. 15:18 “O homem iracundo suscita contendas, mas o longânimo apazigua a
luta.”
- Prov. 18:19 “Homem de grande ira tem de sofrer o dano.”
- Mat. 5:22 “Quem se irar contra o seu irmão estará sujeito a julgamento.”
- Efésios 4:31 “Longe de vós toda a amargura, e cólera e ira...”
E outros: Gál. 5:20. Ecl. 7:9, Jó 5:2, Sal. 37:8, Prov. 14:17...
Como entender este aparente paradoxo, alguns versos bíblicos reprovam o sentimento
de ira, e já outros versos declaram Irai-vos mas não pequeis?
A explicação do texto “Irai-vos mas não pequeis” é a seguinte: Segundo o Teólogo
Pedro Apolinário, que tem o Doutorado em Línguas Bíblicas, a interpretação deste verso é a
santa ira, ou seja, o ódio bem fundado. Odiar a injustiça, o erro e o pecado, discernir o bem
do mal e o certo do errado. É a santa ira, o próprio Jesus nos deu o exemplo, como se vê na
sua maneira de falar sobre os fariseus e no seu comportamento no templo conforme relatado
em Marcos 3:5 e Mateus 21:12.
Sentir tristeza e dor, pelo mal estar, aparentemente, vencendo o bem, é uma santa ira.
Há mais uma colocação que nos ajuda a reforçar esta interpretação. Elena Ouro Branco
escreveu o seguinte a respeito desta santa ira, no livro “O Desejado de Todas as Nações”,
pág. 292: “Há uma indignação justificável, mesmo nos seguidores de Cristo. Quando vêem
que Deus é desonrado, e Seu serviço exposto ao descrédito; quando vêem o inocente opresso,
uma justa indignação agita a alma. Tal ira nascida da sensibilidade moral, não é pecado.”
Devemos entender que por possuirmos sentimentos, é óbvio sentirmos algum tipo de
reação ao vermos Deus ou a Bíblia serem ridicularizados ou desprezados. É a ira santa.
Quer dizer então que se sentirmos ira por vermos o mal sobrepor-se ao bem, podemos
reagir com cólera e vingança? Existe algum limite para esta ira santa?
Observe, amigo ouvinte, que os versos bíblicos trazem um complemento: Salmos 4:4
Irai-vos e não pequeis, falai com o vosso coração, sobre a vossa calma, calai-vos.” Note, o
verso diz inicialmente para se irar, mas não há margem para reações que venham ofender a
quem quer que seja. O texto diz falar com quem? Extravasar para quem? “Falai com o vosso
coração”, nos diz o texto, e termina dizendo: “calai-vos”, reforçando ainda mais, que
devemos nos manter calmos para impedir atos de ira.
Em Efésios 4:26 “Irai-vos e não pequeis, não se ponha o sol sobre a vossa ira.”
Também nos transmite a idéia que o sentimento de ira santa, como já apresentamos, não
deve ser conservando em nossa mente. “não se ponha o sol sobre a vossa ira.” ou seja, não
ficar guardando rancores.
22
23. Podemos interpretar da seguinte maneira: que sentir tristeza ou indignação por vermos
injustiças não é pecado. O que é pecado é extravasarmos esta ira, afetando outras pessoas, ou
conservarmos este sentimento no coração.
Devemos salientar aqui, que a justiça e o juízo pertencem a Deus. É Deus e somente
Deus, que vai retribuir a cada um, segundo a sua obra. Cabe a Deus o castigo e não a
qualquer outro cristão. Portanto, ao termos o sentimento de ira, devemos nos acalmar
sabendo que o mundo de pecado, terá um dia o seu castigo, e que Deus agirá com uma
justiça precisa e certa, para todos de todas as épocas.
Ciente disto ou não, muitas pessoas sofrem pelo sentimento de ira. O filósofo Irwin
Edman declarou “Consumimos na raiva a energia que poderia ser utilizada para melhorar as
circunstâncias que provocam nossa cólera.” O sentimento de ira, cólera, vingança, traz
conseqüências desagradáveis: o sol brilha mas não para nós, escutamos a música mas não
ouvimos com o coração, algemados por este sentimento, não conseguimos nas alegrar nem
com a felicidade alheia. A ira influencia a nossa vida, que parece envenenar o nosso sangue.
O Psicólogo Dr. José Carlos Ebling, afirma que as pessoas ressentidas, sofrem de dor de
cabeça, má digestão, insônia e fadiga. As pesquisas revelam que estas pessoas são
hospitalizadas com mais freqüência do que as pessoas que tem uma melhor disposição de
espírito. Como o ódio e o rancor destroem, o amor e a compaixão fortalecem. Diz H. E.
Fosdick “A boa vontade, mesmo para com os ingratos e inimigos, constitui elemento
indispensável de saúde emocional.”
Quando você por acaso, sentir o rancor chegar ao seu coração, siga estes conselhos:
I - Investigue a origem do ressentimento. lembre-se que você também não é perfeito, e
deve entender as falhas dos outros.
II - Após identificar a causa do ressentimento, esqueça-o. Perdoe.
III - Livre-se do que possa lhe causar ressentimentos. Tenha sonhos e lute por eles
com entusiasmo.
IV - A melhor maneira de esquecermos de nós mesmos, é ajudando aos outros. O Dr.
Pitirim Sorokim, fez estudos exaustivos nesta área, e concluiu que tratar aos outros
com boa vontade e sincera cortesia, provoca de 65 a 90% dos casos, uma reação
igualmente amistosa.
V - Quando você sentir a chegada do sentimento de ira, proponha-se a ir a sós e orar
com Deus. Comentando sobre a atitude de Cristo, Pedro escreveu: “quando
ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças; mas
entregava-se Aquele que julga retamente.” I Pedro 2:23. Conte para Deus.
Entregue os seus problemas para Ele. Confie Nele. Deixe que Ele resolva na hora
oportuna as injustiças. Siga o exemplo Dele, e sua vida será uma bênção como foi
a vida Dele.
*
11 - Criança, Velho e Maldição na Nova Terra? Qual o significado de
Isaías 65:20?
Deve-se ter em mente que boa parte das profecias do Velho Testamento é de duplo
cumprimento: um local e outro futuro. Um refere-se ao Israel literal, outro ao Israel
espiritual.
Isaías descreve, nos versículos 17 a 25, novos céus e nova terra que Deus Se proporia
instaurar de Israel atendesse às mensagens dos profetas e cumprisse o propósito divino, após
o livramento do cativeiro. Isto, no entanto, não aconteceu. Ao contrário, Israel falhou.
23
24. Em Israel não se cumpriram as condições da nova terra. Temos, então, de buscar a
aplicação secundária. É fácil concluir que esses versículos apontam para novos céus e a
Terra Restaurada a serem estabelecidos no fim do milênio.
Citemos Isaías 65:20, como está na Edição Revista e Atualizada no Brasil: “Não
haverá mais nela [na Nova Terra] criança para viver poucos dias, nem velho que não cumpra
os seus dias; porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem, e quem pecar só aos cem
anos será amaldiçoado.”
Interpretando a passagem primeiramente em relação a Israel literal, nota-se pelas
expressões “não haverá criança para viver poucos dias”, que Deus prometia acabar com a
mortalidade infantil. Não haveria mortes prematuras. Os anciãos não morreriam antes de
haver vivido todo o período designado por Deus.
Da mesma forma, os jovens não morreriam antes de ter vivido o tempo determinado
pelo Senhor - um período fixado em cem anos. Tal seria a situação de Israel, caso obedecesse
à vontade divina.
Em vista do fracasso de Israel, e como Deus está agora realizando os Seus propósitos
por meio da igreja cristã, essa passagem do livro do profeta Isaías não se cumprirá com
aqueles pormenores. O Novo Testamento esclarece bem este ponto.
Nos céus e na Nova Terra a serem instaurados no fim do milênio, não haverá morte de
modo algum, como se lê em Apocalipse 21:1-4. Tampouco maldição alguma. Em nenhuma
idade. O sentido foi ampliado para o infinito.
Conforme as Escrituras, O Evangelho do Reino será proclamado a todo o mundo, Jesus
virá, destruirá os ímpios, mas levará os santos para o céu. Mil anos mais tarde, Ele voltará,
ressuscitará os ímpios, executará o castigo final, RECRIARÁ A TERRA e a entregará aos
santos glorificados, para tornar-se a habitação deles por toda a eternidade.
Desta maneira, quando uma passagem da Bíblia é comparada com outras passagens
correlatas, e os planos e propósitos de Deus são interpretados primeiramente com referência
a Israel literal, e depois com referência à igreja cristã (Israel espiritual), verifica-se que existe
perfeita harmonia entre os diversos textos que descrevem acontecimentos futuros e assuntos
paralelos.
Esquematizando, para melhor ilustrar, temos o seguinte quadro comparativo:
PROMESSAS PARA ISRAEL
Isaías 65:20
I - Novos céus e nova terra (melhores condições climáticas e ecológicas);
II - Generoso limite para a vida humana:
a - Não morreriam criancinhas. Jovens e anciãos completariam seus dias limitados a
100 anos;
b - Para o pecador, a maldição o atingiria aos 100 anos. Quando morresse, estaria
selada sua punição.
NOTA - Israel falhou, e as promessas não foram concretizadas.
PROMESSAS PARA OS CRISTÃOS
Apoc. 21:4; 22:3
I - Novos céus e Nova Terra (condições paradisíacas);
II - Nenhum limite para a vida:
a - Não existirá marte para ninguém (crianças ou velhos);
b - Não haverá mais qualquer maldição.
NOTA - Os fiéis não falharão, e habitarão na Nova Terra.
O Milênio
O milênio é o período final da grande demanda de tempo, divino - um grande sábado
de repouso para a Terra e para o povo de Deus.
Vem em seguida à terminação da era evangélica, e precede o estabelecimento do
eterno reino de Deus na Terra.
24
25. Compreende o que na Escritura é freqüentemente chamado “o dia do Senhor”.
É assinalado e, cada extremidade por uma ressurreição.
Seu começo é assinalado pelo derramamento das sete últimas pragas, a segunda vinda
de Cristo, a ressurreição dos mortos, a prisão de Satanás, e a transladação dos santos para o
Céu; e sua terminação, pela descida da Nova Jerusalém, com Cristo e os santos, do Céu, a
ressurreição dos ímpios mortos, a soltura de Satanás, e a destruição final dos ímpios.
Durante os mil anos a Terra jaz desolada; Satanás e seus anjos aqui permanecem; e os
santos, com Cristo, empenham-se no julgamento dos ímpios, que é preparatório da
retribuição final.
Os ímpios mortos são então ressuscitados; Satanás é solto por um pouco tempo, e
juntamente com a hoste de ímpios cercam o arraial dos santos e a santa cidade, quando então
desce fogo do céu, vindo de Deus, e os devora a todos. A Terra é purificada pelo mesmo
fogo que destrói os ímpios, e torna-se a morada eterna dos santos.
A terminação do milênio assinalará o início da nova ordem na Terra.
A - Que texto apresenta positivamente o milênio?
“E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar ... e viveram
com Cristo durante mil anos.” Apoc. 20:4.
B - A quem julgarão os santos, no dizer de São Paulo?
“Ousa algum de vós, tendo algum negócio contra outro, ir a juízo perante os injustos, e
não perante os santos? Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? ... Não sabeis
vós que havemos de julgar os anjos?” I Cor. 6:1-3.
Destas passagens da Escritura depreende-se claramente que os santos de todos os
tempos cooperarão com Cristo na obra do “juízo” durante o milênio.
C - Sobre que profecia baseou São Paulo sua declaração?
“Eu olhava, e eis que esta ponta fazia guerra contra os santos, e os vencia. Até que veio
o ancião de dias, e foi dado o juízo aos santos do Altíssimo.” Dan. 7:21 e 22.
D - Quantas ressurreições haverá?
“Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos
sepulcros ouvirão a Sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os
que fizeram o mal para a ressurreição da condenação.” São João 5:28 e 29.
E - Que classe somente participa da primeira ressurreição?
“Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes
não tem poder a segunda morte.” Apoc. 20:6.
F - Quando Cristo vier, que fará Ele com os santos?
“Virei outra vez e vos levarei para Mim mesmo, para que onde Eu estiver estejais vós
também.” São João 14:3.
Noutras palavras, Cristo os levará para o Céu, para ali viverem e reinarem com Ele
durante mil anos.
G - Onde, em visão, viu João os santos?
“Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de
todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o
Cordeiro, trajando vestidos brancos e com palmas nas suas mãos.” Apoc. 7:9.
Este texto mostra claramente que os justos são todos levados para o Céu logo após a
primeira ressurreição. Isto está de acordo com as palavras de Cristo, em São João 14:1-3,
onde diz: “Vou preparar-vos lugar. E, se Eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos
levarei para Mim mesmo, para que onde Eu estiver estejais vós também.” Pedro quis
acompanhar a Jesus àquelas menções, mas Jesus lhe respondeu: “Para onde Eu vou não
podes agora seguir-Me, mas depois Me seguirás.” São João 13:36. isto esclarece que quando
Cristo voltar à Terra para receber o Seu povo, Ele os levará para a casa de Seu Pai, no Céu.
H - Que acontecerá aos ímpios vivos quando Cristo vier?
25
26. “E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem.
Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e
veio o dilúvio, e os consumiu a todos. Como também da mesma maneira aconteceu nos dias
de Ló; ... no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do Céu fogo e enxofre, e os consumiu a
todos. Assim será no dia em que o Filho do homem Se há de manifestar.” São Luc. 17:26-30.
I - Que diz a esse respeito o apóstolo São Paulo?
“Pois que, quando disserem: Há paz e segurança; então lhes sobrevirá repentina
destruição, ... e de modo nenhum escaparão.” I Tess. 5:3.
Quando Cristo vier, os justos serão libertados e levados para o Céu, e todos os ímpios
vivos serão subitamente destruídos, como o foram por ocasião do dilúvio. Para mais prova,
ver II Tess. 1:7-9; Apoc. 6:14-17; 19:11-21; Jer. 25:30-33. Não haverá ressurreição geral dos
ímpios senão ao fim do milênio. Isso deixará a Terra desolada e sem um habitante humano
durante esse período.
J - Que descrição faz o profeta Jeremias da Terra durante esse tempo?
“Observei a Terra, e eis que estava assolada e vazia; e os céus, e não tinham a sua luz.
Observei os montes, e eis que estavam tremendo; e todos os outeiros estremeciam. Observei
e vi que homem nenhum havia e que todas as aves do céu tinham fugido. Vi também que a
terra fértil era um deserto, e que todas as suas cidades estavam derribadas diante do
Senhor, diante do furor da Sua ira.” Jer. 4:23-26.
Por ocasião da vinda de Cristo, a Terra estará reduzida a um estado caótico - a um
montão de ruínas. O céu terá desaparecido como um rolo que é enrolado; as montanhas
estarão removidas de seus lugares; e a Terra ficará em estado de escuridão, terror, desolação
e deserto. Ver Isa. 24:1 e 2; Apoc. 6: 14-17.
K - Que diz Isaías acontecerá aos ímpios nessa ocasião?
“E será que naquele dia o Senhor visitará os exércitos do alto na altura, e os reis da
Terra sobre a Terra. E serão amontoados como presos numa masmorra, e serão encerrados
num cárcere; e serão visitados depois de muitos dias.” Isa. 24:21 e 22.
L - Por quanto tempo ficará Satanás preso na Terra?
“E vi descer do Céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na
mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, e Satanás, e amarrou-o por mil
anos, e lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que mais não engane
as nações, até que os mil anos se acabem.” Apoc. 20:1-3.
O termo abismo, Gên. 1:1, aqui empregado, aplica-se à Terra em seu estado desolado,
deserto, caótico, escuro e desabitado. Neste estado permanecerá ela durante mil anos. Esta
será a tenebrosa prisão de Satanás durante esse período. Aqui, por entre as ossadas dos
ímpios mortos, e que sofreram a morte por ocasião da segunda vinda de Cristo; as cidades
destruídas, e os destroços e ruínas de toda pompa e poder deste mundo, Satanás terá
oportunidade de refletir nos resultados de sua rebelião contra Deus. Mas a profecia de Isaías
diz: “Serão visitados depois de muitos dias.”
M - Os juntos mortos serão ressuscitados por ocasião da segunda de Cristo. Quando
serão ressuscitados os outros mortos - os ímpios?
“Os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram.” Apoc. 20:5.
Deduz-se daí que o começo e o fim do milênio são marcados por duas ressurreições.
O termo milênio, que significa mil anos, compreende o tempo em que Satanás estará
acorrentado e os homens ímpios e anjos maus deverão ser julgados. Este período é limitado
por dois acontecimentos diferentes. Seu começo é marcado pela terminação da graça, o
derramamento das sete últimas pragas, a segunda vinda de Cristo, e a ressurreição dos justos
mortos. Termina com a ressurreição dos ímpios e sua final destruição no lago de fogo.
*
26
27. 12 - Como podia a luz ter sido produzida no PRIMEIRO DIA, e o Sol,
base do dia, só foi criado no quarto dia?
Há duas explicações para o fato. A palavra hebraica original para designar “luz” nesse
texto é “or” e significa não apenas luz, mas também fogo. Por exemplo, em Isaías 31:9, “o
Senhor cujo fogo (or) está em Sião ...” Lemos também em Ezequiel 5:2 “A terça parte
queimarás no fogo (or) ...” A mesma palavra é traduzida por “sol” em Jó 31:26. E também o
verbo aquecer empregado em Isaías 44:16 deriva de “or” (esh), e dá a idéia de que Deus
difundiu matéria calorórica, ou calor latente em todas as partes da Natureza, mesmo que não
houvesse vegetação ou vida animal. É o que a ciência denomina de “luz cósmica”.
Comentando este assunto, conclui Adão Clarke: “Que existe luz latente, que é provavelmente
o mesmo que calor latente, pode-se demonstrar facilmente: tome dois pedaços de cristal de
rocha, ágate, cornélio, pusiflex, e esfregue-os vivamente no escuro, e a luz latente ou matéria
calorórica será imediatamente produzida, tornando-se visível. A luz ou calor desprendido
dessa maneira não é produzida da mesma forma poderosa como o calor ou fogo que se obtém
golpeando o sílex com aço, ou o que é produzido por fricção elétrica”.
A “luz” que se fez ao mundo divino era, provavelmente, a “luz cósmica” que permeava
a Natureza em fase de criação. O Nosso Comentário, em inglês, assim considera a questão:
“Haja luz. Sem luz não podia haver vida; e quando o Criador começou a obra de trazer
à ordem o caos e introduzir várias formas de plantas e de vida animal sobre a Terra, era
essencial que houvesse luz. A luz é a forma visível de energia, que pela sua ação sobre as
plantas, transforma elementos inorgânicos e forma alimentos tanto para o homem como para
os animais e controla muitos outros processos necessários à vida”.
“A luz sempre foi um símbolo da presença divina. “Deus é Luz”” (I S. João 1:5).
Portanto a luz criada no primeiro dia seria então a luz cósmica, portanto o Sol só surgiu
no quarto dia.
“O texto hebraico em Gên. 1:3 diz: Ye hi or (haja luz). A palavra “or” não se refere aos
corpos celestes mas ao fenômeno físico chamado luz, e a fonte desta luz não nos é revelado
aqui. Daí porque é lógico supor que todo o nosso sistema solar fosse formado já no primeiro
dia. Nessa ocasião, o Sol achava-se presente, mas sua luz aparecia em forma difusa através
das pesadas nuvens que, sem dúvida envolviam a Terra (...) Os últimos três dias da semana
da criação são claramente controlados pelo Sol, cujo disco apareceu visivelmente no quarto
dia, e os dias são descritos nos mesmos termos usados para limitar os primeiros três. Isto
constitui forte argumento de que os seis primeiros dias foram iguais em extensão e em
natureza, ou sejam, dias normais de vinte e quatro horas”. No mesmo livro pág. 211, lemos:
“Durante os três primeiros dias a luz estivera sobre a Terra, mas apenas de modo débil,
difuso, filtrando-se através do teto de nuvens pesadas e contínuas”.
*
13 - Diz-se haver Jesus morrido na sexta-feira. Então como explicar
que Jesus disse que “passaria três dias e três noites no seio da terra, tal
como Jonas”?
Jesus referiu-se claramente em diversos momentos ao mesmo período - o intervalo
entre sua morte e ressurreição - como “em três dias”, “ao terceiro dia”. Quando cita Jonas
(cap. 1:17), em Mateus 12:40, emprega a frase “três dias e três noites”. A menos que se
queira acusar a Jesus de contradizer-se, deve-se aceitar que as diversas frases referem-se a
um mesmo período. Ainda os sacerdotes e fariseus que disseram que Jesus havia predito Sua
ressurreição “depois de três dias”, pediram a Pilatos que se guardasse a tumba “até o terceiro
27
28. dia” (não até depois do terceiro dia). Evidentemente entenderam que as duas frases
significavam a mesma coisa.
A pergunta (quanto ao tempo que Jesus permaneceu na sepultura) surgiu de uma
incompreensão moderna do chamado “cômputo inclusivo”, método comum na Antigüidade,
segundo o qual se contava tanto o dia (ou ano ou mês) no qual começava um período, quanto
o dia em que terminava, não importando quanto pequena fosse a fração desse dia (ou ano ou
mês) inicial ou final.
O exemplo clássico desse método de computar é o período que começa no quarto ano
de Ezequias e o sétimo ano de Oséias, e que termina no sexto ano de Ezequias e o nono ano
de Oséias. Hoje diríamos que se tratava de um período de dois anos, pois restam 4 de 6 no
reinado de Ezequias, ou 7 de nove no reinado de Oséias. mas a Bíblia descreve a terminação
desse período dizendo “ao cabo de três anos” (II Reis 18:9-10). É evidente que se contava o
ano 4º, 5º e 6º (do reinado de Ezequias),ou seja, 3 anos, segundo o CÔMPUTO
INCLUSIVO.
A Bíblia dá vários períodos de “três dias” que concluíram DURANTE o terceiro dia, e
NÃO DEPOIS do terceiro dia, e que portanto não eram períodos de três dias completos de 24
horas (Gênesis 42:17-29; conferir I Reis 12:5, 12 com II Crônicas 10:5 e 12).
Há exemplos deste “cômpulo inclusivo”, não só entre os judeus, mas também entre
outros povos da Antigüidade. Esse sistema era comum no Egito, Grécia e Roma, e ainda é
usado hoje no Extremo Oriente. Em alguns países do Oriente se computa a idade dando à
pessoa um ano mais do que se dá no Ocidente. Assim um coreano que diz ter 25 anos tem
somente 24 segundo a contagem ocidental. Segundo o cômputo chinês, um menino que
nasce na última parte do ano tem dois anos no ano seguinte, pois está vivendo o segundo ano
de sua vida, conforme o calendário; e no começo do ano seguinte completará três anos de
vida mesmo que só um desses anos seja um ano completado.
Como o costume de empregar o cômputo inclusivo está bem comprovado por seu uso
entre os hebreus, em outras nações antigas no Oriente até nos tempos modernos, parece
pouco razoável entender as palavras de Jesus quanto ao período de três dias segundo o uso de
nosso método matemático moderno ocidental. Os ouvintes de Jesus contaram os “três dias”,
segundo o seu costume, em forma sucessiva:
I - O dia da crucificação;
II - O dia depois desse acontecimento;
III - O “terceiro dia” depois do dito acontecimento (segundo o cômputo moderno seria
apenas o segundo dia).
Podemos ainda perguntar em que dia se cumpriu essa profecia de Jesus acerca dos
“três dias”. A resposta é: que se cumpriu no “primeiro dia da semana” (Marcos 16:9; Mateus
28:1). Nas últimas horas desse “mesmo dia” (Lucas 24:1 e 13), dois discípulos se
encontraram com Jesus no caminho de Emaús, e ao falar da crucificação de seu Mestre e do
seu profundo desapontamento, afirmaram: “É já este o terceiro dia desde que tais coisas
sucederam” (Lucas 24:21). Quando Jesus apareceu aos doze no cenáculo, disse-lhes: “Assim
está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia”
(Lucas 24:26). O mesmo disse Paulo, mais tarde: “Ressuscitou ao terceiro dia, segundo as
Escrituras” (I Cor. 15:4). É evidente que o domingo corresponde ao “terceiro dia”.
Se o domingo é o “terceiro dia”, qual foi então o dia da crucificação? Evidentemente a
sexta-feira anterior, o dia da preparação. Isso concorda exatamente com a afirmação de
Lucas de que as mulheres saíram sem terminar o processo do embalsamento no dia da
preparação porque se aproximava o sábado, “e no sábado descansaram, segundo o
mandamento”, antes de regressarem à tumba “no primeiro dia da semana” (Lucas 23:54 a
24:1). Não esperaram vários dias, como imaginam os que afirmam que Jesus morreu na
quarta-feira e consideram que o sábado aqui mencionado era mais um dia de festa ou de
repouso cerimonial. E tem mais um detalhe, a frase: “grande o dia daquele sábado” tem feito
28
29. muitos pensarem que naquele ano o dia de festa coincidiu com o sábado semanal (veja João
19:31).
* *
14 - Quando o Diabo levou a Jesus a cidade santa, ao pináculo do
templo, que lugar era este, que podia ver todo o mundo? Como ele levou a
Jesus, onde estavam os anjos?
Estudar as tentações de Jesus, no que foi tentado, como foi tentado e como ele venceu
é um maravilhoso tema, do qual aprendemos muitos segredos preciosos para vencer o
inimigo.
A Bíblia registra as tentações que Jesus enfrentou e venceu, nos evangelhos de Mateus
4:1-11, Marcos 1:12 e 13 e Lucas 4:1-13.
Quando Jesus foi levado ao deserto para ser tentado, foi levado pelo Espírito de Deus.
Não convidou a tentação, Ele foi ao deserto para estar sozinho, a fim de considerar sua
missão e obra. Por jejum e oração se devia fortalecer para a sangrenta vereda que lhe
cumpria trilhar. Mas Satanás sabia que Jesus fora ao deserto, e julgou ser essa a melhor
ocasião para se aproximar e tentá-lo, pois presumia-se que estaria fraco sendo um alvo mais
fácil para ceder a tentação. Foi a vontade de Deus que aconteceu este episódio, não para ver
se Jesus cairia em tentação ou não, mas para demonstrar sua vitória sobre o tentador.
As três tentações tiveram apelos, ao aspecto físico, mental e espiritual, confira:
Vamos analisar a primeira tentação: Mat. 4:3 e 4
“Se tu és o filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães. Respondeu
Jesus: Não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.”
Quando o inimigo disse “Se tu és ...” Já se pode perceber que era o tentador.
A tentação de transformar as pedras em pães, era um apelo físico, ao apetite, como foi
com Adão e Eva, de comer do fruto proibido. Satanás lançou esta tentação não pelo fato do
apetite alimentar somente, mas sim esperando, que Jesus usasse uma única vez sua divindade
em favor de si próprio.
Se o Filho de Deus cedesse a esta tentação, o inimigo teria um poderoso argumento
para desanimar os homens, ele poderia dizer, veja como Jesus venceu as dificuldades, ele era
Deus, qualquer dificuldade ele fazia um milagre para ele e pronto. Ele era Deus e fazia o que
quisesse, você homem ou mulher não é Deus, por isto não consegue ser um cristão correto.
Mas Jesus, que era Deus revestido de Homem, venceu a tentação como homem. Ele
disse “Está Escrito ...” Era um profundo conhecedor das Sagradas Escrituras, o que o
habilitou, a como homem, vencer a tentação. Segredo para vencer este tipo de tentação:
Negar-se a si mesmo e confiar em Jesus.
A segunda tentação: Mat. 4:5-7
Então o diabo o levou a cidade santa e o colocou sobre o pináculo do templo e lhe
disse: “Se tu és o filho de Deus, lança-te daqui para baixo. Pois está escrito: Aos seus anjos
dará ordens a teu respeito e eles te tomarão nas mãos, para que não tropeces em alguma
pedra. Respondeu Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.”
Quando o texto diz “ o levou a cidade santa”, entende-se que ele foi levado a cidade de
Jerusalém, e o pináculo do templo, entende-se que era uma das alas mais altas do templo de
Herodes. Deus permitiu que ele fosse levado, para que em tudo fosse tentado.
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30. Esta segunda tentação vem apelar ao aspecto mental, a vontade de conseguir, a
presunção. Impressionar as multidões com a queda e o livramento divino, era a intenção do
tentador. Mostrar quantos poderes Jesus como Deus, tinha a sua disposição. Mais uma vez
ele é tentado a usar o poder divino a seu próprio favor. Deus evitaria qualquer desastre. Um
homem por exemplo, poderia colocar a mão no fogo e queixar-se que Deus não evitou que o
fogo o queimasse. A fé reivindica as promessas de Deus, já presunção as reconhece mas
tende a usá-las como pretexto para a transgressão. Adão e Eva, também passaram por isto,
pois o fruto era agradável aos olhos, induzindo a presunção, liberdade de uma eterna
restrição. Segredo para vencer este tipo de tentação: Vigiar com muita atenção os sentidos
que levam as coisas ao nosso cérebro: aquilo que vemos, ouvimos, comemos, etc.
A terceira tentação do deserto, que não foi a última, pois Jesus teve muitas outras
tentações em seu ministério entre os homens, o próprio Getsêmani foi uma dura provação
para Cristo, vencer pelo sofrimento e pela cruz ..., mas a terceira tentação do deserto,
apelou ao aspecto espiritual, de adoração. Cap. 4:8-10
“Levou-o novamente o diabo a um monte muito alto, e mostrou-lhe todos os reinos do
mundo e seu esplendor. E lhe disse: Tudo isto te darei se prostado, me adorares. Então Jesus
lhe disse: Vai-te Satanás! Pois está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.”
O fato de Satanás levá-lo para este lugar alto, mostra que foi permitido que Jesus fosse
tentado em tudo, com está escrito em Hebreus 2:17 e 18 “Convinha que em todas as cousas
se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso ... Pois aquilo que Ele mesmo
sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados.”
Não significa que os anjos ou Deus o abandonaram por completo, mas sim, que foi
permitido que como homem, Jesus fosse tentado em tudo.
O inimigo mudou Jesus de lugar, mostrou todos os reinos deste mundo e seu esplendor,
numa visão especial, para que num curto espaço de tempo, ele fosse alvo dos mais sutis e
completos ataques do inimigo, por isto pode se dizer que em tudo foi tentado, mas sem
pecado. Que lugar alto era este, ninguém pode precisar, mas o fato é que, Ele pôde ter uma
visão de todos os reinos do mundo.
Não era nenhum dos outros anjos caídos que tentava a Jesus, era o próprio Satanás.
Aqui nesta terceira tentação ele se revela por completo.
Nesta tentação, Satanás queria mostrar que por este modo, “se prostado me adorares.”
Jesus poderia evitar a cruz, e conquistar então o reino do mundo de outra forma, que
agradaria mais aos judeus.
A essência desta terceira tentação, era o aumento da estima própria e prestígio, sujeição
da alma por amor as vantagens do mundo. Lembre-se, que no Éden a tentação do casal, diz
que o fruto era desejável para dar entendimento. A satisfação material, obter as coisas
deixando de lado a Deus, este é o cerne desta terceira tentação. O segredo para vencer este
tipo de tentação, é buscar primeiramente o Reino de Deus e sua justiça.
Resumindo, a primeira tentação teve que ver com o apetite, a segunda com a presunção
e a terceira com o amor ao mundo.
Nunca um homem terá tão fortes tentações como teve Jesus. Pois ele foi em tudo
tentado. E a maneira de vencê-las ficou para seguirmos o exemplo: Cristo resistiu usando as
Escrituras. Não usou nenhum poder divino, ou outros argumentos divinos, Ele apenas usou
as Escrituras. Se as Escrituras forem bem estudadas e seguidas, o cristão terá o que precisa
para vencer as tentações do inimigo. Após vencer as tentações, diz a Bíblia, que o inimigo se
retirou, e então os anjos de Deus vieram e o serviram.
*
30
31. 15 - Ao compararmos Mateus 5:19 “Aquele que violar um destes
mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será
declarado o menor no reino dos céus...” com o texto de Mateus 11:11 “Em
verdade vos digo, que entre os filhos de mulheres, não surgiu outro maior
que João Batista. No entanto, o menor no reino dos céus é maior do que
ele.” Como entender estes versos? O que significa ser o menor no reino dos
céus?
Vamos começar pela segunda parte com João Batista. O que significa o texto de que
“Não surgiu outro maior do que João Batista ... e o menor no reino dos céus é maior do que
ele.” de Mateus 11:11. Logicamente, não tem nada a ver com a estatura.
O que significa que não surgiu outro maior do que João Batista?
Entre os profetas e mensageiros do Velho Testamento, ninguém teve o privilégio que
teve João Batista, que foi o fato de ser o profeta que precedeu a chegada de Jesus. Todos os
outros profetas do V.T. anunciaram a vinda do Messias, mas nem um deles conseguiu ver o
cumprimento de sua predição, nem a sua geração. Imagine o que significa pregar a vida
inteira um acontecimento, e morrer sem vê-lo acontecer de fato? Pois foi mais ou menos isto
que aconteceu com os outros profetas, e João Batista teve o privilégio de presenciar o
Messias, o Cristo em seu Batismo, cumprindo assim as profecias de todos os profetas que
anunciavam a chegada do Messias.
O profeta Isaías, no cap. 40 verso 3, relata: “Voz do que clama no deserto, preparai o
caminho do Senhor.” e João Batista cumpriu a risca sua missão de preparar para a chegada
de Jesus, quando ele mesmo disse: “Arrependei-vos porque é chegado o reino dos céus,
porque este é o anunciado pelo próprio profeta Isaías”, que disse: “Voz do que clama no
deserto, preparai o caminho do Senhor e endireitai as veredas.”
Após o profeta Malaquias, o último do V.T., houve um silêncio profético de 400 anos.
E João Batista, então entra em cena preparando as pessoas para a chegada de Jesus.
Isto mostra o privilégio que João Batista teve, de pregar o maior acontecimento da
história e ver o seu cumprimento, ou seja, a chegada do tão esperado Messias.
Até aquele momento, João Batista fora o homem mais privilegiado entre todos os
profetas. Por esta razão, não apareceu alguém maior que João Batista.
Agora vamos tentar entender a outra parte do verso que diz “... o menor no reino dos
céus é maior do que ele.”
Note, que Jesus dizia: “É chegado a vós, o reino de Deus.” De certa forma, onde Jesus
estava, já era o reino dos céus, ou o reino de Deus. Confira nas passagens de Lucas 10:9,
Mateus 12:28, a presença de Jesus, era o já a chegada do reino de Deus. Imagine amigo
ouvinte, Jesus andar por cima das águas ... acalmar uma tempestade ... curar leprosos ...
ressuscitar mortos ... alimentar mais de 5 mil pessoas com apenas 5 pães e dois peixes ...
tudo isto, mostrava a presença viva do reino dos céus. Então fica fácil entendermos quando
Jesus falou “... o menor no reino dos céus é maior do que ele.” porque João Batista não teve
a oportunidade de ver e presenciar o ministério das curas e milagres que Jesus operou.
Enquanto João Batista estava preso, os seus discípulos viram e contaram para ele que Jesus
curava os enfermos, e fazia outros milagres. Imagine amigo ouvinte, o que João Batista não
daria para naquele momento em que estava preso, ser o mais humilde mendigo, só para ver
Jesus realizando estes sinais? Pregou durante toda a sua vida a vinda do Messias, a chegada
do reino dos céus, e presenciar somente o batismo de Jesus, sem ver este fantástico
ministério, a chegada do reino dos céus para as pessoas de sua época? Portanto, João Batista
foi o menor de todos, pois ele quem mais pregou, mais anunciou, mais esperou, mais
preparou, e não presenciou os milagres e o ministério de Jesus.
Foi o maior de todos, por ser o mensageiro que presenciou a chegada do Messias, mas
foi o menor de todos, porque preso e logo decapitado, não pôde presenciar o ministério de
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