O bispo relata sua visita às vítimas das enchentes em Porto Velho e Ariquemes em Rondônia, onde encontrou milhares de desabrigados vivendo em condições precárias. Ele pede apoio contínuo da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil para ajudar as vítimas e apela para que as comunidades enviem doações para atender às necessidades básicas das famílias afetadas.
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IGREJA EPISCOPAL ANGLICANA DO BRASIL
Dom Francisco de Assis da Silva
Bispo Primaz
Santa Maria, 14 de abril de 2014
Palavra do Primaz sobre a visita a Porto Velho e Ariquemes
Bem aventurados os misericordiosos porque alcançarãomisericórdia (Mt 5,7)
Irmãos e Irmãs
Entre os dias 07 e 11 destemês estive visitando o Distrito Missionário Anglicano para levar
ajudahumanitáriaàsvítimas das enchentes do Rio Madeira que afetaram Porto Velho. O quadro
que encontreinaquelacidadeédesolador. São cerca de 20 mil desabrigados. Bairros alagados,
casas debaixo da água, perdasmateriaisincalculáveis e umsentimento de impotência por parte
das autoridades.
As regiõesribeirinhasforam as mais atingidas, onde o povoperdeutudo que tinha, sem tempo de
resgatarseusbens pela velocidadecom que a águasubiu. Encontreifamílias acampadas no meio
da mata, vivendoemcondiçõesdeploráveis, obrigadas a viverem barracas improvisadas de
lonas e semcondiçõessanitárias dignas, muitas delas sócom a roupa do corpo.
O atendimento da Defesa Civil nãoatende as condições mínimas a ponto de receber a cada 15
diaságuapotável que sódápara duaspessoasemumdia.
Parte dos desabrigados estáespalhadasem 37 escolas públicas, sem perspectivas de retorno
ainda por muitosdias. Estes desabrigados que estãonasescolas e emum acampamento
fornecido pela Defesa Civil são, namaioria, moradores dos bairros da capital de Rondônia. Os
ribeirinhosemsuamaioriaestãoem picadas abertasna mata por eles mesmos e
naspéssimascondições mencionadas acima.
A situaçãoagora se apresentacom a expectativa do recuo das águas. E istoépreocupante
também porque as águasestão contaminadas e o risco de epidemia de leptospirose e
outrasdoenças aumenta. Pude sentir um mal cheiro intenso nasáreas onde as águasestão
represadas, pois o refluxonãoconsegue ser total.
Emminha visita fui acompanhado pelos irmãos e irmãs da ParóquiaPhileon e tivemos o apoio
dos irmãos e irmãs da MissãoMoriá. Entregamos cestas básicas a cerca de 30 famílias e
outrasforam entregues nos acampamentos neste sábado pelos irmãos das comunidades
nossas. Não pude visitar todas as comunidades porque tivemosfortes chuvas naquarta-feira e o
acessoficouimpossível.
Reunimo-nos com o prefeito da cidade de Porto Velho e procuramos saber das medidas de
emergênciaadotadasem conjunto com a Defesa Civil e com o apoio das autoridades do Estado
e do Governo Federal. Percebi que o processo de enfrentamento da
calamidadecaminhacommuitasdeficiências e lentidão.
Aproveitando a viagem, estendiminha visita àAriquemesonde visitamos a Casa Noeli Santos e
a Paróquia da SS Trindade. Foram oportunidades de contatocom as reverendas Elineide e
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IGREJA EPISCOPAL ANGLICANA DO BRASIL
Dom Francisco de Assis da Silva
Bispo Primaz
Maytee, bem como com as lideranças da comunidade. Na visita àCasa Noeli Santos pude ver o
esforço da Reverenda Elineide e da Psicóloga Lucimereem organizar a casa e as
limitaçõesmateriais da casa. Sinais positivos se abremagoracom a assinatura de convêniocom
a Prefeitura, assinadonaquarta-feirapassada.
Diante do quadro que encontrei, das enormes necessidades dos desabrigados, reafirmo meu
apelo àIEAB que continuememoração pelo povo de Rondônia e
conclamonossosparceirosinternacionais a atender nosso apelo por apoio concreto no
enfrentamentodessasituação. Apelo a todas as comunidades da Igreja que queiramajudar a
enviaremsuascontribuições para atender as necessidadesmais básicas de tantas famílias que
perderamtudo e estãosobrevivendounicamenteatravés da solidariedade das pessoas.
Emmeio a tudoisso, o meucoração estáapertado e nossa Igreja édesafiada a assumir, nesta
semana santa as dores de nossosirmão e irmãs, que a exemplo de Jesus, sofrem as
conseqüências de um sistema injusto, insensível e excludente.
Meus sinceros agradecimentosaopovo de Porto Velho, ao Reverendo Robert, aos ministros
leigos e aopovo das comunidades Phileon e Moriápela coragem de enfrentar o desafio de levar
carinho, solidariedade e apoio concreto aos desabrigados.
Solicito aos bispos, clero e povo da IEAB que se mobilizem para atender esta emergência.
Qualquerajudaébemvinda. Se qualquerirmãoouirmãquerajudar concretamente, peço a gentileza
de contactar a Secretaria Geral da IEAB ou o Primaz, para que encaminhemos as orientações
para o envio da ajuda.
Que o amor de Deus nos motive a demonstrar nossasolidariedadecom os que sofrem!
Que o amor de Deus seja derramado emnossoscorações para servimos a Ele na vida dos
necessitados!
++Francisco de Assis da Silva
Primaz do Brasil e Diocesano em Santa Maria