SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 121
Baixar para ler offline
Desenho de Perspectiva
1
Gianpietro Sanzi
Eliane Soares Quadros
Desenho de Perspectiva
1ª Edição
www.editoraerica.com.br
cap 00.indd 1
cap 00.indd 1 31/01/14 16:05
31/01/14 16:05
2 Desenho de Perspectiva
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Sanzi, Gianpietro
Desenho de Perspectiva / Gianpietro Sanzi,
Eliane Soares Quadros. -- 1. ed. -- São Paulo : Érica, 2014.
Bibliografia.
ISBN 978-85-365-0744-6
1. Desenho – Técnicas 2. Perspectiva
I. Quadros, Eliane Soares. II. Título.
14-00926 CDD-742
Índices para catálogo sistemático:
1. Perspectiva : Desenho 742
Copyright © 2014 da Editora Érica Ltda.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem prévia autorização
da Editora Érica. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei no
9.610/98 e punido pelo Artigo 184 do Código Penal.
Coordenação Editorial: Rosana Arruda da Silva
Capa: Maurício S. de França
Edição de Texto: Beatriz M. Carneiro, Bruna Gomes Cordeiro, Carla de Oliveira Morais Tureta,
Juliana Ferreira Favoretto, Nathalia Ferrarezi, Silvia Campos
Preparação de texto
e Editoração: Join Bureau
Produção Editorial: Adriana Aguiar Santoro, Alline Bullara, Dalete Oliveira, Graziele Liborni,
Laudemir Marinho dos Santos, Rosana Aparecida Alves dos Santos,
Rosemeire Cavalheiro
Os Autores e a Editora acreditam que todas as informações aqui apresentadas estão corretas e podem ser utilizadas para qualquer fim legal.
Entretanto, não existe qualquer garantia, explícita ou implícita, de que o uso de tais informações conduzirá sempre ao resultado desejado.
Os nomes de sites e empresas, porventura mencionados, foram utilizados apenas para ilustrar os exemplos, não tendo vínculo algum com o
livro, não garantindo a sua existência nem divulgação. Eventuais erratas estarão disponíveis para download no site da Editora Érica.
Conteúdo adaptado ao Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, em execução desde 1o
de janeiro de 2009.
A ilustração de capa e algumas imagens de miolo foram retiradas de <www.shutterstock.com>, empresa com a qual se mantém contrato
ativo na data de publicação do livro. Outras foram obtidas da Coleção MasterClips/MasterPhotos© da IMSI, 100 Rowland Way, 3rd floor
Novato, CA 94945, USA, e do CorelDRAW X5 e X6, Corel Gallery e Corel Corporation Samples. Copyright© 2013 Editora Érica, Corel
Corporation e seus licenciadores. Todos os direitos reservados.
Todos os esforços foram feitos para creditar devidamente os detentores dos direitos das imagens utilizadas neste livro. Eventuais omissões
de crédito e copyright não são intencionais e serão devidamente solucionadas nas próximas edições, bastando que seus proprietários conta-
tem os editores.
Seu cadastro é muito importante para nós
Ao preencher e remeter a ficha de cadastro constante no site da Editora Érica, você passará a receber informações sobre nossos lançamentos
em sua área de preferência.
Conhecendo melhor os leitores e suas preferências, vamos produzir títulos que atendam suas necessidades.
Contato com o editorial: editorial@editoraerica.com.br
Editora Érica Ltda. | Uma Empresa do Grupo Saraiva
Rua São Gil, 159 - Tatuapé
CEP: 03401-030 - São Paulo - SP
Fone: (11) 2295-3066 - Fax: (11) 2097-4060
www.editoraerica.com.br
cap 00.indd 2
cap 00.indd 2 12/02/14 10:07
12/02/14 10:07
3
Agradecimentos
Conhecimento é o legado maior. É o que recebemos e compartilhamos. Agradeço a todos aqueles
que, durante a minha trajetória, me oportunizaram receber e também compartilhar conhecimentos.
Primeiro, aos meus pais e familiares; depois, aos colegas, aos amigos e, por fim, aos meus alunos.
Todos possibilitaram trocas, com os quais aprendi e sigo aprendendo.
Gianpietro Sanzi
Agradeço aos meus pais por acreditarem que a cultura e a educação mudam o mundo. Sou grata
por nunca me permitirem desistir ou procurar caminhos mais fáceis, já que o conhecimento é uma
dádiva que adquirimos e ninguém pode roubá-lo de nós.
Agradeço igualmente aos meus alunos, que me inspiraram e transformaram minha vida.
Eliane Soares Quadros
cap 00.indd 3
cap 00.indd 3 31/01/14 16:05
31/01/14 16:05
4 Desenho de Perspectiva
Sobre os autores
Gianpietro Sanzi
Graduado em Arquitetura e Urbanismo, mestre em Administração e Negócios - com ênfase em
Marketing, tem MBA em Comunicação e é especialista em Projeto de Produto - Desenho Industrial.
Fez cursos de extensão na área de Informática para Arquitetura, na Universitá Degli Studi di Roma.
Autor do livro Projetando com Arqui3D e coautor de Apresentação de Projetos para Arquitetos e
Designers, ambos desta editora.
Docente na graduação e pós-graduação em Design, Arquitetura e Engenharia, em cursos de de-
senho técnico e projeto espacial, especialmente com o auxílio de softwares gráficos, teoria do design
e design de interiores comerciais. Atua também como profissional liberal, principalmente nas áreas
de Programação Visual e Arquitetura de interiores, especialmente para o varejo e serviços.
Eliane Soares Quadros
Graduada em Arquitetura e Urbanismo e no Curso Superior de Formação de Professores de
Disciplinas Especializadas do Ensino Médio - Desenho Técnico e Projetos. Fez vários cursos com-
plementares nas áreas de educação e tecnologia.
Docente em escolas técnicas nas áreas de Construção Civil e Design de Interiores desde 1982,
onde foi coordenadora do curso até 2012. Atua na área de construção civil como profissional liberal.
cap 00.indd 4
cap 00.indd 4 31/01/14 16:05
31/01/14 16:05
5
Sumário
Capítulo 1 - Conceitos Básicos...................................................................................... 9
1.1 Um pouco de história.....................................................................................................................................9
1.2 Conceito de perspectiva...............................................................................................................................11
1.3 Sistemas de projeção.....................................................................................................................................11
1.3.1 Projeções cônicas .............................................................................................................................12
1.3.2 Projeções cilíndricas........................................................................................................................13
1.4 Tipos de perspectiva.....................................................................................................................................14
1.4.1 Perspectiva paralela .........................................................................................................................16
1.4.2 Perspectiva linear exata...................................................................................................................16
1.5 Dicas de composição do desenho...............................................................................................................17
Agora é com você!...............................................................................................................................................19
Capítulo 2 - Perspectiva Cavaleira .................................................................................. 23
2.1 O que é perspectiva cavaleira?.....................................................................................................................23
Agora é com você!...............................................................................................................................................28
Capítulo 3 - Perspectiva Isométrica................................................................................ 31
3.1 O que é perspectiva isométrica? .................................................................................................................31
3.2 Curvas.............................................................................................................................................................33
Agora é com você!...............................................................................................................................................36
Capítulo 4 - Introdução à Perspectiva Linear Exata......................................................... 39
4.1 O que é perspectiva linear exata?................................................................................................................39
4.2 Princípios básicos da perspectiva linear exata..........................................................................................39
Agora é com você!...............................................................................................................................................44
Capítulo 5 - Método Visuais Dominantes ........................................................................ 45
5.1 O que é o método visuais dominantes?......................................................................................................45
5.2 Técnica de desenho.......................................................................................................................................52
5.2.1 Vista superior e traçados preliminares..........................................................................................52
5.2.2 Perspectiva da vista superior ..........................................................................................................53
5.2.3 Traçado final da perspectiva...........................................................................................................59
Agora é com você!...............................................................................................................................................64
cap 00.indd 5
cap 00.indd 5 14/03/14 10:02
14/03/14 10:02
6 Desenho de Perspectiva
Capítulo 6 - Método Três Escalas................................................................................... 67
6.1 O que é o método três escalas?....................................................................................................................67
6.2 Técnica de desenho.......................................................................................................................................72
6.2.1 Traçados preliminares .....................................................................................................................73
6.2.2 Perspectiva da vista superior ..........................................................................................................74
6.2.3 Traçado final da perspectiva...........................................................................................................75
Agora é com você!...............................................................................................................................................78
Capítulo 7 - Método Pontos Medidores......................................................................... 81
7.1 O que é método pontos medidores?...........................................................................................................81
7.2 Técnica de desenho.......................................................................................................................................87
7.2.1 Traçados preliminares .....................................................................................................................88
7.2.2 Perspectiva da vista superior ..........................................................................................................88
7.2.3 Traçado final da perspectiva...........................................................................................................91
Agora é com você!.............................................................................................................................................100
Capítulo 8 - Noções de Sombras.................................................................................. 105
8.1 O que são sombras? ....................................................................................................................................105
8.2 Tipos de sombras de acordo com a fonte luminosa...............................................................................106
8.2.1 Sombras com iluminação natural................................................................................................107
8.2.2 Sombras com iluminação artificial..............................................................................................112
8.2.3 Sombras projetadas........................................................................................................................114
Agora é com você!.............................................................................................................................................116
Bibliografia................................................................................................................. 117
Glossário................................................................................................................ 119
cap 00.indd 6
cap 00.indd 6 14/03/14 10:03
14/03/14 10:03
7
Apresentação
A Perspectiva é uma disciplina facilmente simplificável. Nesta obra, o propósito foi simplificar
o que para a maioria dos profissionais da área é considerado um tabu. Com uma abordagem prática,
esta obra apresenta, por meio de exemplos e exercícios cuidadosamente elaborados, o passo a passo
das etapas de construção de diversos tipos de perspectiva. Com a forma de “estudo dirigido”, você
terá, com a reprodução desses exemplos, uma melhor apreensão do assunto.
No primeiro capítulo, além de um apanhado histórico, você compreenderá porque exis-
tem várias maneiras de desenhar perspectivas de maneiras diferentes e o que varia nos sistemas
de projeção para originar esses desenhos. Os dois capítulos que seguem tratam das perspectivas
cavaleira e isométrica, que são direcionadas às engenharias e ao desenho técnico. Duas técnicas
práticas, fáceis de desenhar e de interpretar.
O capítulo de número quatro é um glossário ilustrado, que possibilita a apropriação de termos
específicos usados em perspectiva linear exata. Ele introduz a perspectiva cônica que se caracteriza
pela identificação do desenho da mesma maneira que se comporta a visão humana. O quinto,
o sexto e o sétimo capítulos são métodos de perspectiva deste tipo de projeção e são usados, em
grande parte, para que qualquer pessoa entenda o que está sendo projetado, mesmo sem conheci-
mentos de projetos ou desenho técnico, apenas olhando o desenho da perspectiva.
No último capítulo são introduzidas maneiras de como representar graficamente a projeção
de sombras com iluminação natural e artificial sobre um objeto já desenhado em perspectiva. Isso
deixará seu projeto ainda mais atraente!
Tem que ser simples assim! O objetivo deste livro é desmistificar o desenho de perspectiva e
facilitar a apropriação do espaço pela visão tridimensional, deixando qualquer pessoa cujo conheci-
mento em desenho seja mínimo apta a traçar uma perspectiva, compreender o que vê espacialmente
e, a partir do que aprendeu nesta obra, desenhar mais e melhor.
cap 00.indd 7
cap 00.indd 7 14/03/14 10:05
14/03/14 10:05
8 Desenho de Perspectiva
cap 00.indd 8
cap 00.indd 8 31/01/14 16:05
31/01/14 16:05
9
1
Conceitos Básicos
Este capítulo tem o objetivo de definir os conceitos básicos pertinentes aos sistemas de projeções,
bem como classificar e subdividir os sistemas de projeção e os tipos de perspectiva.
Fundamenta o conceito de perspectiva e apresenta um pequeno apanhado histórico da evolução
deste traçado gráfico.
Para começar
1.1 Um pouco de história
A perspectiva existe a partir da visão do ser humano. Embora nossa visão perceba a tridimen-
sionalidade do mundo que nos cerca, transformá-la em perspectivas não é tão imediato quanto se
possa pensar.
Na Antiguidade não se fazia valoração de tridimensionalidade, mas da importância do ente
representado. Os objetos e pessoas eram desenhados conforme sua importância social. A arte
apresentava frontalismo e possuía um traçado bastante simplificado. Não havia senso de distribuição
e de equilíbrio, a maioria das pinturas apresentava uma aparência achatada.
O naturalismo grego e romano suavizou as formas, porém o traçado com representação tri-
dimensional ainda não era alcançado.
cap 01.indd 9
cap 01.indd 9 14/03/14 10:07
14/03/14 10:07
10 Desenho de Perspectiva
Com o advento da Renascença, o pensamento humano passou por grandes transformações.
As descobertas de Nicolau Copérnico desencadearam uma ruptura com a maneira anterior de que
se viam Deus, o homem e o mundo. As grandes viagens marítimas e a ampliação do conhecimento
fizeram o mundo intelectual fervilhar de novas possibilidades.
O pintor florentino Giotto é o primeiro a romper com o modo simbólico e altamente esti-
lizado do gótico. Ele passou a utilizar empiricamente o desenho de perspectiva em suas pinturas,
com base nos estudos do arquiteto Filippo Brunelleschi. A compulsão pelo conhecimento enri-
queceu este período, e os artistas da época se transformaram em astrônomos, médicos, inventores,
arquitetos e matemáticos. Como consequência, em 1511, o arquiteto Leon Baptista Alberti publicou
o primeiro tratado de desenho de perspectiva, intitulado “Della Pictura”; a ele se sucedem vários
outros, entre os quais, os de Leonardo da Vinci, que são os precursores do estudo da perspectiva
como conhecemos.
Figura 1.1 - Diagrama do experimento de Brunelleschi com perspectiva linear.
Figura 1.2 - Pintura renascentista de Giorgio Vasari.
Wikimedia
Commons/Amphicoelias
Wikimedia
Commons/Giorgio
Vasari
cap 01.indd 10
cap 01.indd 10 31/01/14 16:06
31/01/14 16:06
11
Conceitos Básicos
1.2 Conceito de perspectiva
Perspectiva é um desenho que representa a realidade tridimensional, ou seja, denota os objetos
como os vemos, dando uma ilusão de profundidade.
O desenho de perspectiva é um eficiente instrumento de estudo e avaliação de produtos. Na
arquitetura permite simular formas, percursos, espaços e pensar detalhes que ilustrará a concepção
de uma edificação.
Para que você possa entender melhor o processo do desenho de perspectiva, apresentamos
algumas definições a seguir.
1.3 Sistemas de projeção
Desenhar é uma operação gráfica. Sempre que você desenha, usa linhas; algumas o auxiliam
a representar o objeto, outras vão compor este objeto, que são formas no espaço, ou seja, estão no
mundo que conhecemos. Quando você desenha, representa esta realidade em um plano. A esta
operação gráfica damos o nome de sistema de projeção.
Em um sistema de projeção, há três elementos básicos: centro de projeção, linhas projetantes e
plano de projeção.
O centro de projeção é o lugar no espaço de onde partem as linhas projetantes que interceptam
um objeto a ser desenhado. Plano de projeção é uma superfície ilimitada onde o objeto se projeta.
Veja na Figura 1.3 o desenho da projeção de um ponto (objeto):
Figura 1.3 - Sistema de projeção.
Existem dois tipos de sistemas de projeção: o cônico e o cilíndrico, que serão apresentados
a seguir.
cap 01.indd 11
cap 01.indd 11 14/03/14 10:08
14/03/14 10:08
12 Desenho de Perspectiva
1.3.1 Projeções cônicas
Para compreender a projeção cônica, observe a Figura 1.4.
Figura 1.4 - Sistema de projeção cônica.
Você percebeu que as projetantes convergem para o centro de projeção, formando uma su-
perfície que se assemelha a um cone? Isto acontece porque o centro de projeção está a uma distância
finita em relação ao plano de projeção. Este sistema de projeção dá origem às projeções cônicas.
Um exemplo de projeção cônica é a luz de uma vela que intercepta um objeto e produz sua
sombra na parede, observe a Figura 1.5.
Figura 1.5 - Projeção cônica - Exemplo.
cap 01.indd 12
cap 01.indd 12 31/01/14 16:06
31/01/14 16:06
13
Conceitos Básicos
1.3.2 Projeções cilíndricas
Imagine o mesmo objeto da Figura 1.4, porém com o centro de projeção a uma distância in-
finita em relação ao plano de projeção, na Figura 1.6.
Figura 1.6 - Projeção cilíndrica.
Você reparou que as linhas projetantes agora estão paralelas entre si? Este sistema de projeção
dá origem à projeção cilíndrica.
Um exemplo de projeção cilíndrica é a luz do sol tocando um objeto e produzindo sua sombra,
veja na Figura 1.7.
Figura 1.7 - Projeção cilíndrica - Exemplo.
cap 01.indd 13
cap 01.indd 13 14/03/14 10:08
14/03/14 10:08
14 Desenho de Perspectiva
O desenho de perspectiva origina-se de um sistema de projeção, cujos tipos serão apresen-
tados a seguir.
1.4 Tipos de perspectiva
Os dois tipos de sistema de projeção dão origem a diversos tipos de desenho.
O foco deste livro é o estudo do desenho de perspectivas paralelas e perspectivas lineares
exatas, conforme salientado no Quadro 1.1.
Quadro 1.1 - Sistemas de projeção e tipos de desenho
Sistemas de Projeção
Cilíndrico
Projeções ortogonais
Geometria descritiva
Desenho técnico
Projeções oblíquas
Perspectivas axonométricas
(Paralelas)
Cavaleira
isométrica
Cônico
Perspectiva linear exata
Visuais dominantes
Três escalas
Pontos medidores
Perspectiva de observação
A perspectiva é um desenho que tem por objetivo representar qualquer objeto tridimensional.
A Figura 1.8 é a foto de um monumento arquitetônico. Você pode desenhá-lo a partir de projeções
oblíquas (perspectiva paralela) ou por um dos processos de perspectiva linear exata.
Figura 1.8 - Monumento ao Expedicionário em Porto Alegre - RS.
Foto
dos
autores
cap 01.indd 14
cap 01.indd 14 31/01/14 16:06
31/01/14 16:06
15
Conceitos Básicos
O desenho arquitetônico é um desenho técnico e tem origem no sistema de projeção cilíndrico. Com base na projeção
ortogonal, você pode desenhar as vistas de um objeto, conforme ilustrado na Figura 1.9.
Figura 1.9 - Projeções ortogonais.
Amplie seus conhecimentos
Escala (Esc): ao desenhar, é muito rara a possibilidade
de se representar um objeto na escala natural (1:1); por este
motivo, foram normatizadas reduções e ampliações, respei-
tando a proporcionalidade entre as medidas reais. Conforme
a ABNT (1999), escala é a relação entre as medidas lineares
do desenho e as medidas reais do objeto.
Quadro 1.2 - Escalas
Escala natural 1:1
Escala de ampliação x:1
x > 1
Escala de redução 1:x
O desenho técnico é representado em pro-
porção, que é denominada escala.
cap 01.indd 15
cap 01.indd 15 14/03/14 10:09
14/03/14 10:09
16 Desenho de Perspectiva
1.4.1 Perspectiva paralela
Tomando como base o sistema de projeção cilíndrico, você pode desenhar uma perspectiva
cujas retas projetantes são paralelas entre si, ou seja, produzirá uma perspectiva paralela, conforme
a Figura 1.10.
Figura 1.10 - Perspectiva paralela.
1.4.2 Perspectiva linear exata
Quando o sistema de projeção usado for o cônico, as retas projetantes serão convergentes ao
centro de projeção e darão origem a uma perspectiva muito semelhante à forma como você enxerga.
Esta perspectiva pode ser uma linear exata, veja na Figura 1.11.
Figura 1.11 - Perspectiva linear exata.
cap 01.indd 16
cap 01.indd 16 31/01/14 16:06
31/01/14 16:06
17
Conceitos Básicos
Os processos de desenho destes dois tipos de perspectiva serão desenvolvidos nos próxi-
mos capítulos.
1.5 Dicas de composição do desenho
Segundo Paul Klee,
Todas as formas pictóricas começam com o ponto que se põe em movimento. O
ponto move-se, a reta surge: a primeira dimensão. Se a reta se move para formar um
plano, obtemos um elemento bidimensional. No movimento de planos a espaços, o
choque de planos dá a forma tridimensional.
É fato que o ponto, por si só, apenas estabelece uma posição no espaço e, conforme ele se
move sob uma superfície, traça uma reta que retrata arestas e contornos dos objetos. Ponto, retas e
formas são elementos de comunicação visual presentes em qualquer desenho. O planejamento da
composição de tais elementos é fundamental para a mensagem que queremos transmitir por meio
do desenho. Veja a seguir algumas dicas:
» Em primeiro lugar preveja o tamanho do desenho em relação ao formato da folha. Além
do seu desenho lembre que haverá a presença de um título, textos, escala e outros sím-
bolos associados.
Figura 1.12 - Exemplo de composição.
cap 01.indd 17
cap 01.indd 17 14/03/14 10:09
14/03/14 10:09
18 Desenho de Perspectiva
» Desenhe primeiro os contornos principais e por último os detalhes. Sempre do geral para
o particular.
» Crie interesse visual e movimento, para isso evite centralizar o desenho no campo da
folha e dividir este campo em partes iguais.
» Lembre que o sentido de leitura é da esquerda para a direita e de cima para baixo, e que
uma concentração de desenhos no canto inferior esquerdo da folha, conduz a uma leitura
de maior estabilidade e assentamento.
» Para atrair o olhar para algum ponto de seu desenho, destaque usando contrastes.
Figura 1.13 - Exemplos de comnposição.
Este capítulo introduziu a base conceitual do processo de desenho de perspectiva, referenciou a
importância da Renascença para a evolução humana e científica, que também deu origem ao estudo de
perspectiva, ensinou a reconhecer os sistemas de projeção, bem como os diversos tipos perspectiva.
Vamos recapitular?
cap 01.indd 18
cap 01.indd 18 31/01/14 16:06
31/01/14 16:06
19
Conceitos Básicos
Agora é com você!
1) Observe as imagens abaixo e identifique o sistema de projeção, justificando sua resposta.
Figura 1.14
Figura 1.15
slctwrk/Shutterstock.com
Alchena/Shutterstock.com
cap 01.indd 19
cap 01.indd 19 14/03/14 10:09
14/03/14 10:09
20 Desenho de Perspectiva
2) Desenhe as perspectivas, tomando como base as Figuras 1.16, 1.17 e 1.18. Fixe sobre
cada imagem uma folha de papel transparente (papel manteiga ou vegetal) e, com
um lápis ou lapiseira com grafite macio (2B), desenhe os contornos principais dos
objetos presentes nas imagens.
Figura 1.16
jl661227/Shutterstock.com
cap 01.indd 20
cap 01.indd 20 31/01/14 16:06
31/01/14 16:06
21
Conceitos Básicos
Figura 1.17
Atiketta
Sangasaeng/Shutterstock.com
cap 01.indd 21
cap 01.indd 21 14/03/14 10:10
14/03/14 10:10
22 Desenho de Perspectiva
Figura 1.18
Roman
Kralya/Shutterstock.com
cap 01.indd 22
cap 01.indd 22 31/01/14 16:06
31/01/14 16:06
23
2
Perspectiva
Cavaleira
Este capítulo tem o objetivo de definir os conceitos básicos pertinentes à perspectiva cavaleira.
Demonstra como identificar uma figura traçada por esta técnica de desenho e detalha a técnica
de traçado.
Para começar
2.1 O que é perspectiva cavaleira?
Perspectiva cavaleira é uma perspectiva axonométrica oblíqua, na qual uma das faces
principais do objeto observado está paralela ao plano quadro, ou seja, ao plano em que o desenho
é feito. As dimensões, larguras e alturas desta face estão sempre em verdadeira grandeza, ou seja,
com as dimensões reais deste ente geométrico, veja Figura 2.1. As linhas projetantes, que darão a
sensação de profundidade, são projetadas obliquamente ao plano da figura
cap 02.indd 23
cap 02.indd 23 31/01/14 16:07
31/01/14 16:07
24 Desenho de Perspectiva
Figura 2.1 - Cubo em perspectiva cavaleira.
Repare que, na imagem, o cubo é visto com uma face vertical frontal paralela a você, sendo
possível observar uma face lateral e a face superior, que estão inclinadas; você as pode ver de uma
posição elevada.
Esta maneira de ver “por cima” desta perspectiva originou o nome “cavaleira”, que vem da expressão “a cavaleiro”.
Fique de olho!
Como se trata de uma projeção cilíndrica, não há linha do horizonte ou pontos de fuga,
mas apenas a linha de terra, sobre a qual a figura se assenta. As linhas que fazem as arestas de
profundidade, chamadas de linhas fugitivas, são paralelas entre si e formam um ângulo com a linha
de terra, que recebe a denominação de ângulo de direção.
Observe a Figura 2.1. Veja que, mesmo se tratando de um cubo, se você o medir com um es-
calímetro, as arestas fugitivas são menores que as da face frontal. Isto acontece porque nossa visão
impõe esta redução, dando a sensação de tridimensionalidade aos objetos desenhados. Para che-
gar-se ao coeficiente de redução, que é um índice representado pela letra k, são necessários cálculos
matemáticos, porém, em desenho, são convencionados três ângulos de inclinação e seus coeficientes
correspondentes.
Veja na Figura 2.2 o uso correto dos esquadros e os coeficientes de redução para cada ângulo do
desenho da perspectiva.
cap 02.indd 24
cap 02.indd 24 31/01/14 16:07
31/01/14 16:07
25
Perspectiva Cavaleira
Figura 2.2 - Coeficientes de redução.
A perspectiva cavaleira é considerada uma perspectiva
rápida e de fácil compreensão. É muito utilizada para explicar
detalhes de peças mecânicas, mobiliário e volumetria diversa. VG (Verdadeira grandeza): é um termo uti-
lizado em geometria para designar a medida
ou dimensão real de um ente geométrico.
Linha fugitiva: é um termo dado às linhas
que produzem a sensação de tridimensio-
nalidade ao objeto desenhado, com a dire-
ção das linhas projetantes.
LT (Linha de terra): é a linha resultante da
interseção do plano do chão com o plano
onde desenhamos (ver Capítulo 4).
cap 02.indd 25
cap 02.indd 25 31/01/14 16:07
31/01/14 16:07
26 Desenho de Perspectiva
Exercício resolvido
Com base nas projeções ortogonais da casa esquemática, desenharam-se as perspectivas cava-
leiras correspondentes a 30º, 45º e 60º.
Figura 2.3 - Vistas ortogonais da casa esquemática.
A face da vista lateral apresenta a direção fugitiva, cujas arestas sofreram redução pela multi-
plicação com o índice k.
Quadro 2.1 - Reduções
30º 45º 60º
3,00 m × 3/4 3,00 m × 1/2 3,00 m × 2/3
2,25 m 1,50 m 2,00 m
cap 02.indd 26
cap 02.indd 26 31/01/14 16:07
31/01/14 16:07
27
Perspectiva Cavaleira
Exercício resolvido
Figura 2.4 - Perspectivas cavaleiras da casa esquemática.
Estudamos neste capítulo a técnica de traçado da perspectiva cavaleira, de simples compreensão
e traçado. Vimos que, na perspectiva cavaleira, uma das faces principais do objeto está paralela ao
plano quadro e as linhas verticais se mantêm verticais, em verdadeira grandeza e paralelas entre si;
as linhas horizontais se mantêm horizontais, em verdadeira grandeza e paralelas entre si; as linhas de
profundidade tornam-se inclinadas, sofrem redução e continuam paralelas entre si.
Vamos recapitular?
cap 02.indd 27
cap 02.indd 27 31/01/14 16:07
31/01/14 16:07
28 Desenho de Perspectiva
Agora é com você!
1) Calcule a redução e desenhe a figura em perspectiva cavaleira a 45º.
Figura 2.5
2) Calcule a redução e desenhe a figura em perspectiva cavaleira a 30º.
Figura 2.6
cap 02.indd 28
cap 02.indd 28 31/01/14 16:07
31/01/14 16:07
29
Perspectiva Cavaleira
3) Observe o croqui da vista superior e as medidas de altura, calcule a redução e de-
senhe o objeto composto em perspectiva cavaleira a 45º.
Figura 2.7
4) Utilize as vistas da Figura 2.8, calcule a redução e desenhe em perspectiva cavaleira a 60º.
Figura 2.8
cap 02.indd 29
cap 02.indd 29 31/01/14 16:07
31/01/14 16:07
30 Desenho de Perspectiva
5) A projeção da Figura 2.9 mostra um bloco complexo. Desenhe sua perspectiva
cavaleira a 30º.
Figura 2.9
cap 02.indd 30
cap 02.indd 30 31/01/14 16:07
31/01/14 16:07
31
3
Perspectiva
Isométrica
Este capítulo tem o objetivo de definir os conceitos básicos pertinentes à perspectiva isométrica.
Demonstra como identificar uma figura traçada por esta técnica de desenho e detalha a técnica de
traçado.
Possibilita o leitor a fazer o traçado de circunferências e elementos curvilíneos em perspectiva.
Para começar
3.1 O que é perspectiva isométrica?
Perspectiva isométrica é uma perspectiva axonométrica ortogonal, cujos três eixos (profun-
didade, largura e altura) estão equidistantes entre si a 120º. Nenhuma face fica paralela com o plano
de desenho, apenas as arestas de altura. As larguras, como as profundidades, são linhas fugitivas e
apresentam um ângulo de direção de 30º em relação à linha de terra.
cap 03.indd 31
cap 03.indd 31 31/01/14 16:08
31/01/14 16:08
32 Desenho de Perspectiva
Figura 3.1 - Cubo em perspectiva isométrica.
Esta perspectiva é a mais simples de entender e desenhar.
Não há coeficiente de redução e suas medidas podem ser aufe-
ridas em qualquer parte do desenho, utilizando-se apenas um
escalímetro. É amplamente aplicada no desenho das engenha-
rias e de mobiliário.
Exercício resolvido
Com base nas projeções ortogonais da casa esquemática, desenhe a perspectiva isométrica desta.
Figura 3.2 - Perspectiva isométrica da casa esquemática.
Isometria: etimologicamente é uma pa-
lavra vinda do grego e significa igualdade
de dimensões.
cap 03.indd 32
cap 03.indd 32 31/01/14 16:08
31/01/14 16:08
33
Perspectiva Isométrica
3.2 Curvas
O desenho de circunferências e curvas é bastante simples, porém trabalhoso. Você terá
que tomar vários pontos da curva e marcar suas projeções nos três eixos cartesianos x, y, z,
determinando seu lugar no espaço. A curva aparecerá quando você interligar os pontos encontrados.
Para cada ponto, sempre existirá três coordenadas cartesianas, isto é, uma medida em profundidade,
em largura e em altura.
Figura 3.3 - Curvas.
Algumas vezes, para facilitar o traçado de curvas e circunferências, estas formas são inscritas
dentro de figuras mais simples, de lados retos. Estas são desenhadas e, dentro delas, pontos das
curvas são marcados e ligados, traçando-se assim a curva desejada. Este artifício permite, além de
executar o desenho da curva, ajustar a sua proporcionalidade. Serve para facilitar a visualização e a
execução do desenho, podendo ser usado em qualquer tipo de desenho ou de perspectiva.
Figura 3.4 - Circunferência em perspectiva isométrica.
Cristal
Tran/Shutterstock.com
cap 03.indd 33
cap 03.indd 33 31/01/14 16:08
31/01/14 16:08
34 Desenho de Perspectiva
Nos levantamentos planialtimétricos de terrenos, o método cartesiano é largamente utilizado e
permite que desenhos perspectivos do relevo dos terrenos sejam executados.
Com base em uma tabela de poligonais por coordenadas obtidas em campo no levantamento
topográfico, é possível desenhar a poligonal, os perfis do terreno e sua volumetria.
Exercício resolvido
Desenhar o relevo do terreno em perspectiva isométrica, sabendo que ele mede 20 × 20 m e
tem as coordenadas cartesianas conforme o Quadro 3.1.
Quadro 3.1
COORDENADAS C D F J M P S U
X 10 15 0 20 10 0 15 0
Y 20 20 15 15 10 5 5 0
Z 15 10 15 5 10 10 5 5
Vista superior
Figura 3.5 - Coordenadas do terreno.
cap 03.indd 34
cap 03.indd 34 31/01/14 16:08
31/01/14 16:08
35
Perspectiva Isométrica
Exercício resolvido
Nas Figuras 3.6 e 3.7, há dois passos do processo de desenho das curvas em perspectiva
isométrica.
Figura 3.6 - Encontrando os pontos da curva.
Figura 3.7 - Relevo do terreno em isométrica.
cap 03.indd 35
cap 03.indd 35 31/01/14 16:08
31/01/14 16:08
36 Desenho de Perspectiva
Desenvolvemos neste capítulo a técnica de traçado da perspectiva isométrica, na qual nenhuma
face fica paralela ao plano quadro. Vimos que as arestas verticais se mantêm verticais, em verdadeira
grandeza e paralelas entre si; as arestas de largura ficam inclinadas a 30º, em verdadeira grandeza e
paralelas entre si; as arestas de profundidade ficam inclinadas a 30º, em verdadeira grandeza e paralelas
entre si. Curvas e circunferências são referenciadas com coordenadas cartesianas ou inscritas em figuras
mais simples.
Vamos recapitular?
Agora é com você!
1) Com base no croqui da Figura 3.8, desenhe a imagem em perspectiva isométrica.
Figura 3.8
2) Desenhe em perspectiva isométrica, utilizando as vistas do objeto vazado.
Figura 3.9
cap 03.indd 36
cap 03.indd 36 31/01/14 16:08
31/01/14 16:08
37
Perspectiva Isométrica
3) Desenhe o objeto em perspectiva isométrica, observando o croqui da vista superior e
a medida de altura.
Figura 3.10
4) Desenhe a perspectiva isométrica do conjunto, com base no croqui da vista superior
e as medidas de altura dos objetos da figura composta.
Nota: A letra H refere-se à altura do objeto.
Figura 3.11
cap 03.indd 37
cap 03.indd 37 31/01/14 16:08
31/01/14 16:08
38 Desenho de Perspectiva
5) Desenhe o plano sinuoso com base no croqui da vista superior e sua altura.
Figura 3.12
cap 03.indd 38
cap 03.indd 38 31/01/14 16:08
31/01/14 16:08
39
4
Introdução à
Perspectiva
Linear Exata
Este capítulo tem o objetivo de definir e explicar os princípios básicos usados em desenho de
perspectiva linear exata.
Demonstra com simplicidade de exemplos a conceituação da nomenclatura usada em perspectiva.
Para começar
4.1 O que é perspectiva linear exata?
É uma forma particular das projeções cônicas. É o processo de desenhar sobre um plano as
figuras do espaço, tal como as observamos. Ocorre quando o objeto está atrás do quadro e o centro
de projeções antes deste a uma distância finita. Tal processo pode ser considerado uma arte, pois
está sujeito à criatividade do desenhista, e também uma ciência, pois está submetido a determinados
princípios, que serão apresentados a seguir.
4.2 Princípios básicos da perspectiva linear exata
O objetivo de desenhar em perspectiva é representar, com o máximo de fidelidade, em um
plano, aquilo que vemos ou projetamos. Na busca dessa fidelidade, é importante estabelecer
a figura de um observador, ou seja, aquele que está vendo o que se deseja desenhar, e conhecer
também a nomenclatura usada em desenho técnico, a qual o auxiliará a compreender melhor o
processo de desenho.
cap 04.indd 39
cap 04.indd 39 31/01/14 16:08
31/01/14 16:08
40 Desenho de Perspectiva
Imagine que o observador da Figura 4.1 está em pé, em um plano horizontal infinito (chão),
que se estende até onde sua visão alcança. Este plano horizontal é denominado plano geometral.
Figura 4.1 - Plano geometral.
Imagine que a visão do observador seja esta, Figura 4.2.
Figura 4.2 - Linha do horizonte.
À medida que a estrada se afasta, parece convergir para um ponto no horizonte, onde terra e céu
se tocam. O horizonte está à altura do olhar do observador, ou seja, coincide com a linha dos olhos.
Mas como fazer para desenhar o que se vê com fidelidade?
IdeaStepConceptStock/Shutterstock.com
SergeyIT/Shutterstock.com
cap 04.indd 40
cap 04.indd 40 31/01/14 16:08
31/01/14 16:08
41
Introdução à Perspectiva Linear Exata
Plano geometral
Figura 4.3 - Plano quadro (Q).
Quando você olha por uma janela, do outro lado do vidro estão os objetos e a paisagem
a serem representados. Com uma caneta hidrográfica sobre o vidro, é possível desenhar as linhas
básicas da paisagem ou dos objetos que você vê. Note que este plano vertical fica entre você e a
imagem; é onde o desenho acontece. Este plano vertical é denominado quadro (Q). Este e as demais
definições que seguem estão representados na Figura 4.4.
A linha resultante da interseção entre o plano geometral e o quadro é a LT (linha de terra).
Na nomenclatura de desenho técnico, a linha do olhar chama-se LH (linha do horizonte). Sobre
esta se encontra o PP (ponto principal), que é a projeção do olho do observador sobre o quadro.
O olho do observador, localizado no espaço, recebe a denominação de PV (ponto de vista).
A distância entre o ponto de vista e o ponto principal é chamada DP (distância principal).
Observe estes conceitos na Figura 4.4.
Plano geometral
Figura 4.4 - Nomenclatura de perspectiva.
cap 04.indd 41
cap 04.indd 41 31/01/14 16:08
31/01/14 16:08
42 Desenho de Perspectiva
Agora compare a visão a um foco luminoso, Figura 4.5.
Veja que a luz se expande, formando um cone luminoso.
Quanto mais afastado o foco estiver do chão, maior é o diâ-
metro de sua base. Com a visão acontece a mesma coisa.
Figura 4.5 - Feixe de raios luminosos.
Em perspectiva, os dois olhos são considerados apenas um centro de projeção de raios visuais,
formando um cone visual. Para que você veja com nitidez um objeto, deverá afastar-se de uma a
duas vezes e meia em relação à maior dimensão deste. Tal afastamento se faz necessário porque a
visão é limitada; você só vê nitidamente em um ângulo de visão que varia de 23 a 35 graus (ângulo-
-ótico-objeto).
Para efeitos de desenho, o ângulo-ótico-objeto de visão é aumentado, usando-se a medida
da distância principal como raio do campo visual. Esta mesma medida é colocada sobre a linha do
horizonte à direita e à esquerda do ponto principal, determinando os pontos de distância (PDE e
PDD), que são os limites do campo, visual Figura 4.6.
Gl0ck/Shutterstock.com
H (Altura): em desenho técnico, a letra H
significa altura. Esta letra é a inicial de
heigth, altura em inglês.
cap 04.indd 42
cap 04.indd 42 31/01/14 16:08
31/01/14 16:08
43
Introdução à Perspectiva Linear Exata
Cone visual
Raios visuais
Raios visuais
Plano geometral
Figura 4.6 - Cone de raios visuais.
Você viu até agora que a perspectiva é feita a partir da maneira como o observador enxerga. Se
houver variação da posição em que ele se encontra, também ocorrerá no desenho. Observe a Figura 4.7:
Figura 4.7 - Altura do observador.
Veja que, variando a altura do observador, ele pode enxergar a parte de cima do objeto ou até
sua parte inferior. A altura do observador alterará, portanto, a altura da linha do horizonte, adap-
tando-se ao que é visto ou ao que se pretende ver.
kavalenkava
volha/Shutterstock.com
cap 04.indd 43
cap 04.indd 43 31/01/14 16:08
31/01/14 16:08
44 Desenho de Perspectiva
Você já aprendeu que os raios visuais partem de um único ponto, PV, que é a reunião dos dois
olhos do observador. Este livro enfoca a maneira de uma pessoa ver em uma altura média, contudo,
é possível o observador posicionar-se acima ou abaixo dos objetos, fazendo a distância entre a linha
de terra e a linha do horizonte variar.
Você pode experimentar outras visualizações variando a altura do observador nos exemplos
deste livro.
Os conceitos apresentados neste capítulo têm como base o sistema cônico de projeção apresentado no Capítulo 1.
Revise-o antes de responder as questões da seção Agora é com você!
Fique de olho!
Aprendemos neste capítulo, por meio de imagens, a nomenclatura básica para a compreensão
de leituras de perspectiva linear exata; a existência de um plano em que os objetos e, geralmente, o
observador estão assentes; o fato de o desenho acontecer em um plano imaginário entre o observador
e o objeto. Percebemos que os olhos são o centro de onde divergem raios projetantes e são o elemento
principal para o traçado de perspectiva. Compreendemos que, na altura do olhar, está a linha do
horizonte onde a visão é transformada em pontos de fuga e medição, e, a partir do cone visual, a pers-
pectiva é desenhada.
Vamos recapitular?
Agora é com você!
1) Fixe, em uma janela, uma folha de papel transparente (manteiga ou vegetal) e,
com um lápis de grafite macio (2B a 6B), desenhe o que você vê. Dê preferência a
paisagens urbanas.
2) Explique com suas palavras:
a) Linha do horizonte.
b) Plano geometral.
c) Cone visual.
d) Plano quadro.
cap 04.indd 44
cap 04.indd 44 31/01/14 16:08
31/01/14 16:08
45
5
Método Visuais
Dominantes
Este capítulo tem o objetivo de definir os conceitos básicos pertinentes à perspectiva pelo método
visuais dominantes.
Mostra, passo a passo, o traçado desta técnica de desenho e seu produto final.
Para começar
5.1 O que é o método visuais dominantes?
É um método de representação gráfica de desenhos reais, tais quais se apresentam aos nossos
olhos. Este método, também chamado por alguns autores como método dos arquitetos, utiliza como
base as projeções ortogonais, em que a vista superior é colocada com suas arestas paralelas ao plano
geometral e inclinadas em relação ao quadro.
cap 05.indd 45
cap 05.indd 45 14/03/14 10:13
14/03/14 10:13
46 Desenho de Perspectiva
Figura 5.1 - Perspectiva dos arquitetos.
Para entender melhor este método, analise a técnica de desenho apresentada a seguir.
Os conceitos básicos de perspectiva linear exata foram apresentados no Capítulo 4. Revise-o para melhor compreender
este processo de perspectiva.
Fique de olho!
Tome como base um cubo.
O observador está vendo o objeto inclinado em relação a ele. Mas como desenhar?
Plano geometral
Figura 5.2 - Posicionamento do objeto e do plano Q.
Vector
House/Shutterstock.com
cap 05.indd 46
cap 05.indd 46 31/01/14 16:09
31/01/14 16:09
47
Método Visuais Dominantes
Primeiro você precisa ter em mente que, quanto mais inclinada a face estiver em relação
ao plano Q, menos você a verá; quanto menor for o ângulo entre o objeto e o Q, mais desta face
será observada.
Figura 5.3 - Exemplos de posicionamento do observador em relação à inclinação do objeto.
Será preciso que você conheça as vistas ortogonais do objeto e, logo após, trace a vista supe-
rior, o Q e o observador.
Figura 5.4 - Vistas ortogonais do objeto e altura do observador.
Para posicionar o observador, você deverá saber a DP (distância principal). Este afastamento
do observador quanto ao plano Q é muito importante para que todo o objeto se encontre no campo
de visão e você possa desenhá-lo. Para tanto, afaste o observador de uma a duas vezes e meia em
relação à MDO (maior dimensão do objeto). A inclinação das faces deste será proporcional ao que
se deseja detalhar melhor.
cap 05.indd 47
cap 05.indd 47 14/03/14 10:14
14/03/14 10:14
48 Desenho de Perspectiva
Vista superior
Figura 5.5 - Ponto de distância.
Em seguida, trace uma linha paralela à aresta da direita do objeto, que passe pelo observador
(PV) e intercepte o plano Q. Você acabou de encontrar o ponto de FD (fuga da direita). Proceda da
mesma maneira para o lado esquerdo, e encontrará o ponto de FE (fuga da esquerda).
Vista superior
Figura 5.6 - Pontos de fuga.
cap 05.indd 48
cap 05.indd 48 31/01/14 16:09
31/01/14 16:09
49
Método Visuais Dominantes
Ligue o PV aos vértices da vista superior. Observe que você cortará o plano Q quando
efetuar este traçado. Estas interseções marcam as medidas de profundidades e de larguras, que são
transferidas para o plano Q já com a redução visual para o traçado da perspectiva.
Vista superior
Figura 5.7 - Reduções de profundidades e larguras.
Agora você vai passar ao desenho de perspectiva propriamente dito.
Prolongue a linha de DP de maneira que tenha mais que a medida de altura do objeto. Na
parte final da linha, trace uma perpendicular de fora a fora na sua área de desenho; esta é a LT (linha
de terra). Em seguida, trace uma paralela a LT, com afastamento igual a altura do observador; esta é
a linha do horizonte - LH.
A interseção entre a linha de DP e a LH será o ponto onde repousa o olho do observador sobre
o horizonte (PP). A interseção na LT é o “pé do observador”.
Transfira o FD e o FE para a LH e, logo em seguida, trace uma linha do “pé do observador”
para o FD e outra para FE. Transfira todas as medidas reduzidas de largura e profundidade,
interceptando estas duas linhas fugitivas.
cap 05.indd 49
cap 05.indd 49 14/03/14 10:14
14/03/14 10:14
50 Desenho de Perspectiva
Vista superior
Figura 5.8 - Transferência dos pontos e medidas para a área de desenho da perspectiva.
Leve as marcações do lado da direita para o FE e as da esquerda, para FD. Você encontrará os
vértices da vista superior e poderá traçar esta vista em perspectiva.
Vista superior
Figura 5.9 - Vista superior em perspectiva.
cap 05.indd 50
cap 05.indd 50 31/01/14 16:09
31/01/14 16:09
51
Método Visuais Dominantes
Só existe um lugar onde você encontra a VG (verdadeira grandeza) em alturas em perspectiva:
o plano Q. Portanto, a aresta do cubo que está encostada no plano Q tem a VG. Estabeleça a altura do
cubo nesta linha e a transfira esta dimensão para as outras arestas segundo a direção das arestas no chão.
Vista superior
Figura 5.10 - Traçado das alturas.
Pronto! A perspectiva está concluída!
Perspectiva
Figura 5.11 - Perspectiva pelo método das visuais dominantes.
Agora acompanhe a técnica de desenho em um exemplo mais complexo.
cap 05.indd 51
cap 05.indd 51 14/03/14 10:15
14/03/14 10:15
52 Desenho de Perspectiva
5.2 Técnica de desenho
Para você desenhar uma perspectiva por este método, terá que traçar a vista superior em escala.
Vista superior
Vista frontal Vista lateral
Figura 5.12 - Vistas ortogonais e perspectiva.
5.2.1 Vista superior e traçados preliminares
Tome como exemplo a Figura 5.12. Nela, aparecem as projeções ortogonais, as dimensões do
objeto (casa esquemática) e o desenho de uma perspectiva dela, que é o último passo do método
descrito a seguir.
Todo o passo a passo está ilustrado no final do subtítulo 5.2.
Fique de olho!
O primeiro passo para realizar o desenho é posicionar a vista superior com suas arestas in-
clinadas aleatoriamente em relação ao quadro.
Em seguida, verifique a MDO (maior dimensão do objeto)
que você está desenhando; multiplique esta medida entre
uma ou duas vezes e meia seu valor numérico para achar a
distância principal.
DP = 1 a 2,5 × MDO
O Q é um plano vertical e, se você olhar por
cima, vista superior, este plano será repre-
sentado apenas por uma reta horizontal.
cap 05.indd 52
cap 05.indd 52 31/01/14 16:09
31/01/14 16:09
53
Método Visuais Dominantes
No exemplo da Figura 5.2, a MDO é a altura da chaminé, que corresponde a 3,50 m. Usando o
índice de 2, resulta uma DP = 7,00 m.
Agora posicione o observador (PV) abaixo da linha do quadro, afastando-o segundo a
DP (Distância Principal) encontrada. Trace uma reta perpendicular ao quadro, partindo do PV e
marque PP. Posicione o objeto com sua vista superior inclinada ao Q.
Usando os esquadros, trace paralelas às arestas externas frontais do objeto, uma para a direita e
outra à esquerda, com origem em PV e avançando até interceptar o plano do quadro.
Você encontrou o ponto de FD (fuga da direita) e o ponto de FE (fuga da esquerda), conforme
a Figura 5.13!
Ligue os vértices da vista do objeto ao PV com linhas de construção, cortando o quadro. Este
traçado simples permite definir as medidas reduzidas das arestas em perspectiva, veja a Figura 5.14.
Agora você pode traçar a planta baixa em perspectiva.
Abaixo do desenho, prolongue a reta que contém PV até deixar uma área livre para desenhar a
perspectiva.
Trace a LH (linha do horizonte), que é perpendicular a essa reta; na interseção, você localizará
o observador na perspectiva (PP).
Desenhe a seguir a LT (linha de terra) paralela a LH, com afastamento igual à altura do
observador. Neste exemplo, a altura do observador é de 1,50 m.
Transporte para LH o PP, o FD e o FE. Estes últimos são os pontos de fuga da perspectiva que
estamos desenhando, veja a Figura 5.15.
Após os traçados preliminares, você começará o desenho da perspectiva a partir da vista
superior “no chão” (plano geometral), conforme orientação a seguir.
5.2.2 Perspectiva da vista superior
Observe que a vertical que contém o observador é a única linha inteiramente no plano do quadro
(Q). Da interseção desta vertical com a LT, trace duas linhas fugitivas, uma para o FD e outra para o FE.
Transporte para LT as medidas reduzidas encontradas para larguras e profundidades. Com o
auxílio de perpendiculares, marque estas medidas nas linhas fugitivas externas.
Observe a sequência de traçado e leve cada vértice para o PF correspondente, veja a Figura 5.16.
Conclua inteiramente o traçado da vista superior em perspectiva para só então levantar as
alturas, conforme as indicações na Figura 5.17.
cap 05.indd 53
cap 05.indd 53 14/03/14 10:15
14/03/14 10:15
54 Desenho de Perspectiva
Vista
superior
Figura 5.13 - Vista superior e traçados preliminares.
cap 05.indd 54
cap 05.indd 54 31/01/14 16:09
31/01/14 16:09
55
Método Visuais Dominantes
Vista
superior
Figura 5.14 - Vista superior e traçados preliminares.
cap 05.indd 55
cap 05.indd 55 14/03/14 10:15
14/03/14 10:15
56 Desenho de Perspectiva
Vista
superior
Figura 5.15 - Vista superior e traçados preliminares.
cap 05.indd 56
cap 05.indd 56 31/01/14 16:09
31/01/14 16:09
57
Método Visuais Dominantes
Vista
superior
Figura 5.16 - Vista superior e traçados preliminares.
cap 05.indd 57
cap 05.indd 57 14/03/14 10:15
14/03/14 10:15
58 Desenho de Perspectiva
Vista
superior
Figura 5.17 - Vista superior em perspectiva.
cap 05.indd 58
cap 05.indd 58 31/01/14 16:09
31/01/14 16:09
59
Método Visuais Dominantes
5.2.3 Traçado final da perspectiva
Com conhecimento das vistas frontal e lateral fornecidas no exercício, você poderá traçar o
volume do objeto. Meça as alturas na linha vertical que contém o observador, pois este é o eixo onde
se encontra a VG (verdadeira grandeza). Transporte estas alturas até o seu lugar no objeto, usando os
pontos de fuga (FD e FE).
Observe sempre o traçado da vista superior em perspectiva, pois este orienta a configuração
das alturas. Faça cada volume separadamente, porque todos sempre repetirão o mesmo raciocínio.
Trace primeiro o volume do corpo da casa esquemática. Meça a altura no eixo das alturas e
faça o volume seguindo a direção dos fugas que foram utilizados no chão, veja a Figura 5.18.
Agora repita o mesmo procedimento para encontrar a cumeeira do telhado. Depois de traçá-
-la, ligue-a no corpo da casa, veja a Figura 5.19.
Por último, construa o volume da chaminé, veja a Figura 5.20.
Você traçou a casa esquemática em perspectiva pelo método das visuais dominantes. Reforce
os contornos, e visualizará melhor o desenho que acabou de fazer, veja a Figura 5.21.
cap 05.indd 59
cap 05.indd 59 14/03/14 10:16
14/03/14 10:16
60 Desenho de Perspectiva
Vista
superior
Figura 5.18 - Traçado das alturas: corpo da casa esquemática.
cap 05.indd 60
cap 05.indd 60 31/01/14 16:09
31/01/14 16:09
61
Método Visuais Dominantes
Vista
superior
Figura 5.19 - Traçado das alturas: telhado da casa esquemática.
cap 05.indd 61
cap 05.indd 61 14/03/14 10:16
14/03/14 10:16
62 Desenho de Perspectiva
Vista
superior
Figura 5.20 - Traçado das alturas: chaminé da casa esquemática.
cap 05.indd 62
cap 05.indd 62 31/01/14 16:09
31/01/14 16:09
63
Método Visuais Dominantes
Vista
superior
Figura 5.21 - Traçado da perspectiva de casa esquemática.
cap 05.indd 63
cap 05.indd 63 14/03/14 10:16
14/03/14 10:16
64 Desenho de Perspectiva
Foi desenvolvida neste capítulo a técnica de traçado de perspectiva pelo método visuais do-
minantes, no qual a vista superior é posicionada paralela ao plano geometral e inclinada ao quadro.
Apresentamos dois pontos de fuga no mínimo; as paralelas, de mesma direção, têm sobre LH o mesmo
PF. O método estudado necessita do traçado da vista ortogonal superior em escala, posicionado nos
planos geometral e Q; o eixo de alturas está no Q e em VG.
Vamos recapitular?
Agora é com você!
1) Desenhe a perspectiva do pórtico representado em projeções ortogonais, verificando
a posição do observador marcada na vista superior.
H do observador = 1,50 m (utilize escala 1:50).
Recomenda-se o uso de folha tamanho A2.
Vista superior
Vista frontal Vista lateral
Figura 5.22
cap 05.indd 64
cap 05.indd 64 31/01/14 16:09
31/01/14 16:09
65
Método Visuais Dominantes
2) Desenhe a perspectiva do conjunto de objetos representado pela projeção ortogonal,
verificando a posição do observador marcada na vista superior.
H do observador = 2,50 m (utilize escala 1:50).
Recomenda-se o uso de folha tamanho A2.
Vista superior
Vista frontal Vista lateral
Figura 5.23
3) Desenhe a perspectiva da casa representada pela projeção ortogonal, verificando a
posição do observador marcada na vista superior.
H do observador = 1,50 m (utilize escala 1:50).
Recomenda-se o uso de folha tamanho A2.
Vista superior
Vista frontal Vista lateral
Figura 5.24
cap 05.indd 65
cap 05.indd 65 14/03/14 10:17
14/03/14 10:17
66 Desenho de Perspectiva
4) Desenhe a perspectiva do conjunto de objetos representado pela projeção ortogonal,
verificando a posição do observador marcada na vista superior.
H do observador = 1,50 m (utilize escala 1:25)
Recomenda-se o uso de folha tamanho A2.
Vista superior
Vista frontal Vista lateral
Figura 5.25
5) Desenhe a perspectiva do sólido representado pela projeção ortogonal, verificando a
posição do observador marcada na vista superior.
H do observador = 1,50 m (utilize escala 1:25).
Recomenda-se o uso de folha tamanho A2.
Vista superior
Vista frontal Vista lateral
Figura 5.26
cap 05.indd 66
cap 05.indd 66 31/01/14 16:09
31/01/14 16:09
67
6
Método
Três Escalas
Este capítulo tem o objetivo de definir os conceitos básicos pertinentes à perspectiva pelo método
três escalas.
Mostra, por um passo a passo, o traçado desta técnica de desenho e seu produto final.
Para começar
6.1 O que é o método três escalas?
Método das três escalas, também conhecido como de um ponto de fuga, é um método de
desenhar a realidade tridimensional, no qual uma face do objeto se encontra paralela ao plano
quadro e o observador olha para ela de frente. É o método mais usado em perspectivas de interiores,
o qual apresenta três eixos de coordenadas: um de larguras, um de alturas e um de profundidades.
cap 06.indd 67
cap 06.indd 67 14/03/14 10:19
14/03/14 10:19
68 Desenho de Perspectiva
Figura 6.1 - Perspectiva de um ponto de fuga.
Para entender melhor este método, analise a técnica de desenho apresentada a seguir.
Tome como base um cubo.
O observador está vendo o objeto com sua frente (face frontal) paralela em relação a ele. Mas
como desenhar?
Plano geometral
Figura 6.2 - Posicionamento do objeto e do plano Q.
Vector
House/Shutterstock.com
cap 06.indd 68
cap 06.indd 68 31/01/14 16:10
31/01/14 16:10
69
Traçar uma perspectiva por este método é bastante simples. Você precisa saber a posição do
observador em relação à face frontal. Não é preciso o conhecimento das vistas ortogonais, um cro-
qui com o posicionamento e as medidas do objeto são suficientes. Também não é necessário traçar a
vista superior; você já pode passar ao traçado da perspectiva!
Figura 6.3 - Croqui com as informações necessárias para desenhar a perspectiva.
É importante salientar que os conceitos básicos de perspectiva linear exata foram apresentados no Capítulo 4. Revise-o
para melhor compreender este processo de perspectiva.
Fique de olho!
Trace a LT no terço inferior da folha; em seguida, trace uma paralela a ela, com a distân-
cia da altura do observador entre elas, esta é a LH. Olhe no croqui a posição do observador. Note
que, quanto mais se aproxima de uma face lateral, menos a verá e vice-versa. No nosso exemplo, o
observador estará centralizado.
Figura 6.4 - Exemplos de posicionamento do observador em relação às laterais do objeto.
Trace uma perpendicular com origem em LT e que avance sobre a LH. Na interseção, você
achou o PP, que, neste tipo de perspectiva, é o próprio ponto de fuga. Agora precisa encontrar o PD
(ponto de distância) sobre LH.
cap 06.indd 69
cap 06.indd 69 31/01/14 16:10
31/01/14 16:10
Método Três Escalas
70 Desenho de Perspectiva
Como no método anterior, multiplique uma ou duas vezes e meia o MDO para saber a
medida. Coloque esta medida à direita ou à esquerda do PP sobre a LH. O DP, neste método, fará a
redução das medidas de profundidade (das linhas fugitivas).
Figura 6.5 - PD (Ponto de distância).
Marque as medidas de larguras, segundo a posição do observador, sobre LT. Toda marcação de
largura deve fugar para PP.
Figura 6.6 - Posição do observador.
Se você marcou PD à esquerda do observador, deve colocar as profundidades a partir do final
das larguras sobre LT à direita. Proceda como se estivesse abrindo a figura, deixando as medidas
lado a lado.
cap 06.indd 70
cap 06.indd 70 31/01/14 16:10
31/01/14 16:10
71
Método Três Escalas
Cada marcação sobre LT deve unir-se a PD. Marque as interseções entre estas linhas e a linha
mais externa de larguras, já fugadas, na direita. Você acabou de achar as reduções das profundidades!
Figura 6.7 - Profundidades.
Trace paralelas à LT que passem pelas marcações das profundidades reduzidas. Você encon-
trará os vértices da vista superior do objeto, ou seja, a própria vista em perspectiva.
Figura 6.8 - Vista superior em perspectiva.
Lembre-se de que, em todo plano Q, você encontra as VG (verdadeiras grandezas) das
medidas das alturas; sendo assim marque as alturas sobre Q com origem em LT.
Transfira as marcações de alturas para as arestas segundo sua direção no chão.
cap 06.indd 71
cap 06.indd 71 14/03/14 10:21
14/03/14 10:21
72 Desenho de Perspectiva
Figura 6.9 - Traçado de alturas.
A perspectiva ficou pronta!
Figura 6.10 - Perspectiva pelo método das três escalas.
Agora acompanhe a técnica de desenho em um exemplo mais complexo.
6.2 Técnica de desenho
Apenas com o auxílio de um croqui posicionando o observador e sabendo-se as medidas do
objeto, é possível fazer a sua representação gráfica tridimensional.
cap 06.indd 72
cap 06.indd 72 31/01/14 16:10
31/01/14 16:10
73
Método Três Escalas
Vista superior
Vista frontal Perspectiva
Figura 6.11 - Vistas ortogonais e perspectiva de casa esquemática pelo método das três escalas.
6.2.1 Traçados preliminares
Neste método você deve imaginar que é o próprio observador; sendo assim a folha será o
plano quadro.
Inicie traçando uma horizontal no terço inferior da folha; esta será a LT. Utilizando a altura
do observador, trace LH paralela e acima da LT. Posicione a projeção do olho do observador sobre a
linha do horizonte (PP).
Neste método o PP é o ponto em que as linhas fugitivas convergem, ou seja, é o ponto de fuga. Para
que seja possível medir as profundidades, você usará um PD (ponto de distância), que se posicionará
à direita ou à esquerda do PP, sobre a LH. A distância entre PP e PD corresponde à DP (distância
principal) e mede entre uma a duas vezes e meia em relação à maior dimensão do objeto.
DP = 1 a 2,5 × MDO
Figura 6.12 - Traçados preliminares.
cap 06.indd 73
cap 06.indd 73 14/03/14 10:21
14/03/14 10:21
74 Desenho de Perspectiva
6.2.2 Perspectiva da vista superior
Marque as larguras em verdadeira grandeza sobre LT, que é o eixo das larguras. As pro-
fundidades também deverão ser apontadas sobre a LT em verdadeira grandeza, mas sofrerão re-
dução em suas medidas com o uso do PD.
Toda marcação de largura é feita na LT, e fuga, para o PP; as larguras determinam a posição
do objeto.
Figura 6.13 - Traçado das larguras.
Observe que PD está à esquerda do PP sobre a LH, logo as medidas de profundidade serão
rebatidas à direita das larguras, sobre LT.
Figura 6.14 - Redução das medidas de profundidade.
cap 06.indd 74
cap 06.indd 74 31/01/14 16:10
31/01/14 16:10
75
Método Três Escalas
Convirja as marcações de profundidade para o PD e, quando estas retas de construção
interceptarem a linha fugitiva externa, a medida de profundidade já apresentará redução. Destas
interseções, trace paralelas a LT, que definirão o restante do traçado da vista superior em perspectiva.
Figura 6.15 - Traçado da vista superior em perspectiva.
Observe, identifique e reforce a vista superior em perspectiva.
Figura 6.16 - Traçado da vista superior em perspectiva.
6.2.3 Traçado final da perspectiva
Para você desenhar a altura do objeto, basta medir a verdadeira grandeza no plano Q. Tudo
que toca o Q está em verdadeira VG (grandeza escalar). As alturas são transportadas para sua
posição correta, seguindo as mesmas direções usadas na vista superior em perspectiva.
cap 06.indd 75
cap 06.indd 75 14/03/14 10:22
14/03/14 10:22
76 Desenho de Perspectiva
Observe a parte da casa esquemática que deseja elevar em primeiro lugar. Tome o corpo da
casa; meça a sua altura em VG, que deve ter origem em LT. Com a marcação da medida desejada,
trace as direções conforme o já encontrado no “chão”.
Figura 6.17 - Traçado das alturas: corpo da casa esquemática.
Agora meça a altura do telhado em VG e, novamente, use as direções do chão para encontrar a
cumeeira. Depois de encontrá-la, ligue suas extremidades ao corpo da casa.
Figura 6.18 - Traçado das alturas: telhado da casa esquemática.
Agora, para encontrar a chaminé, repita o procedimento.
Cada parte do objeto traçado é como um objeto novo. É uma constante repetição do método.
Fique de olho!
cap 06.indd 76
cap 06.indd 76 31/01/14 16:10
31/01/14 16:10
77
Método Três Escalas
Figura 6.19 - Traçado das alturas: chaminé da casa esquemática.
Você traçou a casa esquemática em perspectiva pelo método das três escalas. Reforce os
contornos, e visualizará melhor o desenho que acabou de fazer.
Figura 6.20 - Traçado da perspectiva de casa esquemática.
Foi desenvolvida neste capítulo a técnica de traçado de perspectiva pelo método três escalas, cuja
vista superior é posicionada com uma face paralela ao Q e apresenta um ponto de fuga.
Vimos que retas paralelas à LT permanecem paralelas a LT; retas verticais, perpendiculares ao
plano geometral, continuam verticais perpendiculares a ele; retas perpendiculares ao Q fugam para PP;
e, no Q, está à verdadeira grandeza escalar. Ressaltamos que, depois de as medidas de profundidade
serem reduzidas, não se utiliza mais o ponto de distância; alturas só utilizam fugas.
Vamos recapitular?
cap 06.indd 77
cap 06.indd 77 14/03/14 10:22
14/03/14 10:22
78 Desenho de Perspectiva
Agora é com você!
Antes de resolver os exercícios abaixo:
1) Trace a perspectiva do objeto proposto na Figura 6.21, pelo método das três escalas,
sabendo que o observador está a uma altura H = 2,00 m.
Calcule PD = 1 × MDO (utilize escala 1:50).
Recomenda-se o uso de folha formato A3.
Vista superior Vista frontal
Figura 6.21
Sempre trace, em primeiro lugar, as LT e LH
e coloque os pontos de distância e fugas.
Em segundo lugar, trace a vista superior
em perspectiva.
Sempre que você estiver confuso e per-
dido em relação a alturas, observe o de-
senho da vista superior em perspectiva
no “chão”, o qual sempre indica a dire-
ção a seguir.
cap 06.indd 78
cap 06.indd 78 31/01/14 16:10
31/01/14 16:10
79
Método Três Escalas
2) Observe o croqui do conjunto de objetos. Com base nessas informações, desenhe a
perspectiva pelo método das três escalas, sabendo que o observador está a uma altura
H = 1,50 m.
Calcule PD = 1,5 × MDO (utilize escala 1:75).
Recomenda-se o uso de folha tamanho A3.
Vista superior Vista frontal
Figura 6.22
3) Trace a perspectiva do objeto proposto na Figura 6.23, pelo método das três escalas,
sabendo que o observador está a uma altura H = 4,50 m.
Calcule PD = 2 × MDO (utilize escala 1:50)
Recomenda-se o uso de folha formato A3.
Vista superior Vista frontal
Figura 6.23
cap 06.indd 79
cap 06.indd 79 14/03/14 10:22
14/03/14 10:22
80 Desenho de Perspectiva
4) Trace a perspectiva do objeto proposto na Figura 6.24, pelo método das três escalas,
sabendo que o observador está a uma altura H = 4,00 m.
Calcule PD = 2,5 × MDO (utilize escala 1:50).
Recomenda-se o uso de folha formato A3.
Vista superior Vista frontal
Figura 6.24
5) Trace a perspectiva da escada, pelo método das três escalas, sabendo que o obse-
rvador está a uma altura H = 2,50 m.
Calcule PD = 2 × MDO (utilize escala 1:25).
Recomenda-se o uso de folha formato A2.
Vista superior Vista lateral
Figura 6.25
cap 06.indd 80
cap 06.indd 80 31/01/14 16:10
31/01/14 16:10
81
7
Método Pontos
Medidores
Este capítulo tem o objetivo de definir os conceitos básicos pertinentes à perspectiva, pelo método
dos pontos medidores, sua utilização e técnica de desenho.
Mostra, passo a passo, o traçado desta técnica de desenho e seu produto final.
Para começar
7.1 O que é método pontos medidores?
De autoria do professor doutor Gastão Bahiana, este é um método de desenho para mostrar
a tridimensionalidade dos objetos. Nele há a combinação dos dois métodos já estudados. Asse-
melha-se ao das visuais dominantes, porque as larguras e profundidades estão em uma posição de
paralelismo ao plano geometral e de inclinação em relação ao quadro. Também se assemelha ao das
três escalas, porque basta um croqui que dimensione o objeto para que seja possível desenhar a
perspectiva. Outra semelhança com este método é o uso de pontos de distância, que fazem a redução
das medidas fugitivas.
cap 07.indd 81
cap 07.indd 81 14/03/14 10:23
14/03/14 10:23
82 Desenho de Perspectiva
Figura 7.1 - Perspectiva pelo método dos pontos medidores.
Para entender melhor este método, analise a técnica de desenho apresentada a seguir.
É importante salientar que os conceitos básicos de perspectiva linear exata foram apresentados no Capítulo 4. Revise-o
para melhor compreender este processo de perspectiva.
Fique de olho!
Tome como base um cubo.
Plano geometral
Figura 7.2 - Posicionamento do objeto e do plano Q.
Vector
House/Shutterstock.com
cap 07.indd 82
cap 07.indd 82 31/01/14 16:11
31/01/14 16:11
83
Método Pontos Medidores
O observador está vendo o objeto inclinado em relação a ele. Mas como desenhar?
Não é preciso o conhecimento das vistas ortogonais; um croqui com o posicionamento e as
medidas do objeto são suficientes. Não é necessário, no traçado preliminar, traçar a vista superior;
você já pode passar diretamente para a perspectiva!
Figura 7.3 - Croqui com as informações necessárias para desenhar a perspectiva.
Trace a LT no terço inferior da folha. Em seguida, desenhe uma paralela a ela, com a distância
da altura do observador entre elas; esta é a LH. Trace uma perpendicular de origem em LT, que se
prolongue além da LH. Você encontrará PP.
Olhe no croqui a posição do observador.
O objeto a perspectivar está posicionado inclinado ao
plano Q e paralelo ao plano geometral.
Com base na trigonometria e na geometria descritiva,
o professor Gastão Bahiana chegou a valores de afastamentos
específicos para cada ângulo do objeto em relação ao plano
Q. Ele desenvolveu uma tabela com índices, para facilitar
o cálculo dos pontos de fuga e dos pontos de distância. Estes últimos ele chamou de pontos
medidores. No método, FE significa fuga da esquerda; MD, medidor da direita; FD, fuga da direita e
ME, medidor da esquerda.
engenharia, foi professor da Escola Nacional de Belas Artes e da primeira Escola de Arquitetura do Brasil. Ministrou as
disciplinas de Geometria Descritiva, Estereotomina e Perspectiva e Sombras até meados do século XX.
Amplie seus conhecimentos
Quanto mais inclinada a face estiver em
relação ao plano Q, menos você a verá;
quanto menor for o ângulo entre o objeto
e o Q, mais desta face será observada.
cap 07.indd 83
cap 07.indd 83 14/03/14 10:24
14/03/14 10:24
84 Desenho de Perspectiva
Quadro 7.1 - Fragmento da tabela Gastão Bahiana
a
À esquerda de PP À direita de PP
FE MD FD ME
15º 3,7320 0,7673 0,2679 0,1316
30º 1,7320 0,5773 0,5773 0,2679
45º 1,0000 0,4142 1,0000 0,4142
60º 0,5773 0,2679 1,7320 0,5773
75º O,2679 0,1316 3,7320 0,7673
Veja qual o ângulo pedido no croqui ou como você deseja visualizar o objeto. Entre no Quadro
7.1 para o ângulo desejado. Calcule o PD multiplicando de uma a duas vezes e meia o MDO, maior
dimensão do objeto. Com posse deste valor multiplique-o pelos índices do Quadro 7.2.
Quadro 7.2
30º
FE (MDO × 2,5) × 1,732 (2,00 m × 2,5) × 1,732 8,66 m
MD (MDO × 2,5) × 0,5773 (2,00 m × 2,5) × 0,5773 2,8865 m
FD (MDO × 2,5) × 0,5773 (2,00 m × 2,5) × 0,5773 2,8865 m
ME (MDO × 2,5) × 0,2679 (2,00 m × 2,5) × 0,2679 1,3395 m
Note que você encontrou quatro medidas: duas para a
direita do observador e duas para sua esquerda. Os medidores
farão as reduções das medidas de larguras e profundidades; os
fugas serão utilizados para o traçado da perspectiva. Marque
os fugas e medidores sobre LH afastados para a direita e para a
esquerda de PP.
Trace uma linha do “pé do observador” para o FD e outra para FE.
Figura 7.4 - Traçados preliminares, pontos de fuga e medidores.
Neste método se utiliza constantemente a
leitura de ângulos complementares. Sem-
pre verifique o local do ângulo na vista
superior e na tabela.
cap 07.indd 84
cap 07.indd 84 31/01/14 16:11
31/01/14 16:11
85
Método Pontos Medidores
Marque as medidas de profundidade e de largura sobre a LT, para a direita e para a esquerda
do observador. Logo em seguida, pegue as medidas da esquerda e ligue com o ME (medidor da
esquerda), que estará à direita de PP sobre a LH. Marque as interseções entre estas linhas e a linha
fugitiva à esquerda. Você acabou de achar as reduções das medidas da esquerda!
Figura 7.5 - Redução das larguras.
Agora pegue as medidas da direita e ligue com o MD (medidor da direita), que está à esquerda
de PP sobre LH. Marque as interseções entre estas linhas e a linha fugitiva à direita. Você acabou de
achar as reduções das medidas da direita!
Figura 7.6 - Redução das profundidades.
cap 07.indd 85
cap 07.indd 85 14/03/14 10:24
14/03/14 10:24
86 Desenho de Perspectiva
Com base nas marcações destas medidas, trace linhas partindo delas em direção aos pontos de fuga.
Ligue as medidas que estão na direita ao FE; e as que estão na esquerda, ao FD.
Veja que você poderá identificar as arestas e os vértices da vista superior; portanto, você
acabou de desenhá-la em perspectiva.
Figura 7.7 - Vista superior em perspectiva.
Só existe um lugar onde você encontra a VG (verdadeira grandeza) das alturas em perspectiva:
o plano Q. Observe que uma aresta do cubo está em VG. Meça a altura nesta linha e transfira para as
outras arestas segundo a direção dos fugas já traçadas no chão.
Altura
Figura 7.8 - Traçado das alturas.
cap 07.indd 86
cap 07.indd 86 31/01/14 16:11
31/01/14 16:11
87
Método Pontos Medidores
Pronto! A perspectiva está feita!
Figura 7.9 - Perspectiva pelo método dos pontos medidores.
Agora acompanhe a técnica de desenho em um exemplo mais complexo.
7.2 Técnica de desenho
Apenas com o auxílio de um croqui posicionando o observador e sabendo-se as medidas do
objeto, é possível fazer a perspectiva pelo método dos pontos medidores.
Vista frontal Vista superior
O
bs. Perspectiva
Figura 7.10 - Vistas e perspectiva de casa esquemática pelo método dos pontos medidores.
cap 07.indd 87
cap 07.indd 87 14/03/14 10:24
14/03/14 10:24
88 Desenho de Perspectiva
7.2.1 Traçados preliminares
Trace uma horizontal no terço inferior da folha, esta será a LT. Utilizando a altura do
observador, traceje LH, paralela e acima da LT. Posicione a projeção do olho do observador sobre
a linha do horizonte e crie uma perpendicular que passe pelo PP, corte LT e se prolongue acima de
LH. Esta vertical é o eixo da VG das alturas.
Calcule a distância principal:
DP = 1 a 2,5 × MDO
Veja a inclinação do objeto em relação ao plano quadro na Figura 7.10. Procure no Qua-
dro 7.3 os índices correspondentes ao ângulo escolhido e multiplique-os pela distância principal.
Use 2 como índice de DP:
Quadro 7.3
45º
FE (MDO x 2,0) × 1,00 (3,50 m x 2) × 1,00 7,00 m
MD (MDO x 2,0) × 0,4142 (3,50 m x 2) × 0,4142 2,8994 m
FD (MDO x 2,0) × 1,00 (3,50 m x 2) × 1,00 7,00 m
ME (MDO x 2,0) × 0,4142 (3,50 m x 2) × 0,4142 2,8994 m
Marque sobre a linha do horizonte, à esquerda do PP, o valor encontrado para FE e MD. Insira
FD e ME à direita.
Os medidores têm a mesma função que o PD na perspectiva das três escalas, ou seja, eles
servem para encontrar a redução das medidas do objeto que estamos desenhando em perspectiva.
Observe que os medidores se posicionam no lado inverso das medidas que você irá reduzir.
Todo passo a passo será ilustrado a seguir.
Fique de olho!
7.2.2 Perspectiva da vista superior
Na interseção do eixo das alturas com a LT, trace uma reta fugando para FE e outra, para FD.
Estas linhas contêm as arestas externas do objeto já em perspectiva, veja a Figura 7.11.
Sobre a LT em verdadeira grandeza, marque as medidas de profundidade à direita do pé
do observador.
Trace linhas de construção ligando as medidas de profundidade ao MD. Desenhe a interse-
ção destas linhas com a linha fugitiva já traçada à direita. Você acabou de encontrar a redução das
medidas de profundidade, veja a Figura 7.12.
cap 07.indd 88
cap 07.indd 88 31/01/14 16:11
31/01/14 16:11
89
Método Pontos Medidores
Figura 7.11 - Traçados preliminares, pontos de fuga e medidores.
cap 07.indd 89
cap 07.indd 89 14/03/14 10:25
14/03/14 10:25
90 Desenho de Perspectiva
Figura 7.12 - Redução das medidas de profundidade.
cap 07.indd 90
cap 07.indd 90 31/01/14 16:11
31/01/14 16:11
91
Método Pontos Medidores
Crie linhas de construção ligando as medidas de larguras ao ME. Marque a interseção destas
linhas com a linha fugitiva já traçada à esquerda. Você acabou de encontrar a redução das medidas
de largura, veja a Figura 7.13.
Agora una as marcações sobre a linha fugitiva à es-
querda ao ponto de fuga da direita e as marcações sobre
a linha fugitiva à direita ao ponto de fuga da esquerda, veja a
Figura 7.14.
Faça uma pequena marca nas interseções destas linhas
fugitivas entre si, veja a Figura 7.15.
Observe o resultado. Você traçou a vista superior em perspectiva. Reforce esta vista, veja a
Figura 7.16.
7.2.3 Traçado final da perspectiva
Agora que você já determinou a vista superior em perspectiva, já pode completar este desenho,
colocando as alturas da casa esquemática. Você já havia traçado o eixo de VG de alturas, bem como
uma perpendicular que contém PP e corta LT e LH. Da interseção deste eixo com a LT, partiram as
primeiras linhas aos pontos de fuga. Apenas este eixo contém a VG das medidas de altura, porque
ele toca o plano Q.
Meça as alturas na linha de VG e transporte-as até o seu lugar no objeto, usando os pontos de
fuga (FD e FE).
Observe sempre o traçado da vista superior em perspectiva, pois ele orienta o traço das alturas.
Faça cada volume separadamente, porque cada volume sempre repetirá o mesmo raciocínio.
Trace primeiro o volume do corpo da casa esquemática. Meça a altura no eixo das alturas e
faça o volume seguindo a direção dos fugas que foram utilizados no chão, veja a Figura 7.17.
Agora repita o mesmo procedimento para encontrar a
cumeeira do telhado. Depois de traçá-la, ligue-a ao corpo da
casa, veja a Figura 7.18.
Por último, construa o volume da chaminé, veja a Fi-
gura 7.19.
Você traçou a casa esquemática em perspectiva pelo mé-
todo dos pontos medidores. Reforce os contornos e você visua-
lizará melhor o desenho que acabou de fazer. A perspectiva
está pronta, veja a Figura 7.20.
Depois que as medidas de largura e profun-
didade forem reduzidas, NÃO utilize mais os
medidores.
Sempre trace, em primeiro lugar, as LT e LH,
e coloque os pontos de distância e fugas.
Em segundo lugar, desenhe a vista superior
em perspectiva. Sempre que você estiver
confuso e perdido em relação a alturas,
observe o desenho da vista superior em
perspectiva no “chão”, o qual sempre in-
dica a direção a seguir.
cap 07.indd 91
cap 07.indd 91 14/03/14 10:25
14/03/14 10:25
92 Desenho de Perspectiva
Figura 7.13 - Redução das medidas de larguras.
cap 07.indd 92
cap 07.indd 92 31/01/14 16:11
31/01/14 16:11
93
Método Pontos Medidores
Figura 7.14 - Traçado das reduções até pontos de fuga.
cap 07.indd 93
cap 07.indd 93 14/03/14 10:26
14/03/14 10:26
94 Desenho de Perspectiva
Figura 7.15 - Marcação dos vértices da vista em perspectiva.
cap 07.indd 94
cap 07.indd 94 31/01/14 16:11
31/01/14 16:11
95
Método Pontos Medidores
Figura 7.16 - Vista superior em perspectiva graficada.
cap 07.indd 95
cap 07.indd 95 14/03/14 10:26
14/03/14 10:26
96 Desenho de Perspectiva
Figura 7.17 - Traçado das alturas: corpo da casa esquemática.
cap 07.indd 96
cap 07.indd 96 31/01/14 16:11
31/01/14 16:11
97
Método Pontos Medidores
Figura 7.18 - Traçado das alturas: telhado da casa esquemática.
cap 07.indd 97
cap 07.indd 97 14/03/14 10:26
14/03/14 10:26
98 Desenho de Perspectiva
Figura 7.19 - Traçado das alturas: chaminé da casa esquemática.
cap 07.indd 98
cap 07.indd 98 31/01/14 16:11
31/01/14 16:11
99
Método Pontos Medidores
Figura 7.20 - Traçado da perspectiva de casa esquemática.
cap 07.indd 99
cap 07.indd 99 14/03/14 10:26
14/03/14 10:26
100 Desenho de Perspectiva
Foi desenvolvida neste capítulo a técnica de traçado de perspectiva pelo método dos pontos
medidores, cuja vista superior é posicionada paralela ao plano geometral e inclinada ao Q. Apre-
sentamos dois pontos de fuga e dois pontos medidores. Vimos que retas paralelas ao plano geometral
e inclinadas ao Q fugam e que retas verticais perpendiculares ao plano geometral continuam verticais
e perpendiculares ao a ele. Aprendemos que, em LT, profundidades e larguras são medidas em VG, as
quais são reduzidas com o auxílio dos medidores, que, depois disto, não são mais utilizados. Notamos
que alturas só utilizam fugas e que o eixo de alturas está no Q e em VG.
Vamos recapitular?
Agora é com você!
1) Desenhe a perspectiva do conjunto de objetos representado na Figura 7.21. Note a
posição e inclinação do observador para calcular os pontos de fuga e medidores.
Vista superior Vista frontal
Figura 7.21
cap 07.indd 100
cap 07.indd 100 31/01/14 16:11
31/01/14 16:11
101
Método Pontos Medidores
H do observador = 2,00 m (utilize escala 1:25).
Recomenda-se o uso de folha tamanho A2.
Quadro 7.4
a=
FE
MD
FD
ME
2) Observe o desenho da torre. 2. Trace a perspectiva pelo método dos pontos medi-
dores, com base nas informações.
Vista superior Vista frontal
Figura 7.22
cap 07.indd 101
cap 07.indd 101 14/03/14 10:27
14/03/14 10:27
102 Desenho de Perspectiva
H do observador = 2,00 m (utilize escala 1:25).
Recomenda-se o uso de folha tamanho A2.
Quadro 7.5
a=
FE
MD
FD
ME
3) Observe o desenho com base circular. Trace a perspectiva pelo método dos pontos
medidores, utilizando as informações.
Vista superior Vista frontal
Figura 7.23
cap 07.indd 102
cap 07.indd 102 31/01/14 16:11
31/01/14 16:11
103
Método Pontos Medidores
H do observador = 1,50 m (utilize escala 1:25).
Recomenda-se o uso de folha tamanho A2.
Quadro 7.6
a=
FE
MD
FD
ME
4) Trace a perspectiva pelo método dos pontos medidores, com base no croqui do só-
lido espacial.
Vista superior Vista frontal
Figura 7.24
cap 07.indd 103
cap 07.indd 103 14/03/14 10:29
14/03/14 10:29
104 Desenho de Perspectiva
H do observador = 2,00 m (utilize escala 1:25).
Recomenda-se o uso de folha tamanho A2.
Quadro 7.7
a=
FE
MD
FD
ME
5) Desenhe a perspectiva pelo método dos pontos medidores, com base no croqui dos
dois prédios.
Vista superior Vista frontal
Figura 7.25
H do observador = 1,00 m (utilize escala 1:25).
Recomenda-se o uso de folha tamanho A2.
Quadro 7.8
a=
FE
MD
FD
ME
cap 07.indd 104
cap 07.indd 104 31/01/14 16:11
31/01/14 16:11
105
8
Noções de
Sombras
Este capítulo tem por objetivo definir algumas convenções para o traçado da projeção das sombras
nas perspectivas. Mostra as diferenças entre a origem da iluminação e as diferenças no seu traçado.
Mostra através de um passo a passo o traçado desta técnica de desenho e seu produto final.
Para começar
8.1 O que são sombras?
Para que se defina sombras será necessário falar de luz e de focos luminosos.
O estudo da ótica evidencia o princípio da propagação retilínea da luz. De um foco os raios
luminosos partem em linha reta e quando a luz encontra em seu caminho um objeto que não
permite a propagação da luz através de si, observa-se a sombra e a penumbra.
Quando um objeto está em sombra, diz-se que ele está escuro. Já quando ele está na pe-
numbra, ele recebe parte da luz em forma mais difusa. Neste estudo de traçado de sombras em
perspectiva não se leva em conta as regiões de penumbra. Apenas são marcadas as regiões escuras,
ou em sombra.
Os raios luminosos tangenciam os corpos que intercepta
em seu percurso. Este tangenciamento permite que se delineie o
contorno da região escurecida. Observa-se que fica definida uma
região iluminada, clara, e uma região escurecida, em sombra.
Retome os conceitos do capítulo 1 deste
livro, nele foram apresentados os siste-
mas de projeções cilíndrico e cônico.
cap 08.indd 105
cap 08.indd 105 31/01/14 16:12
31/01/14 16:12
106 Desenho de Perspectiva
A teoria de luz e sombra se divide em duas partes:
A fonte luminosa que projeta luz por intermédio de seus raios e ilumina a parte dos corpos
que estão expostos a eles.
As sombras que são a parte escurecida do objeto exposto, a parte contrária à exposição
luminosa (sombra própria) e sua projeção em outros corpos e planos (sombra projetada).
Figura 8.1 - Projeção de sombras.
8.2 Tipos de sombras de acordo com a fonte luminosa
O foco luminoso pode ser natural ou artificial.
Figura 8.2 - Iluminação natural. Figura 8.3 - Iluminação artificial.
sellingpix/Shutterstock.com
FooTToo/Shutterstock.com
Mark
Orfi
la/Shutterstock.com
cap 08.indd 106
cap 08.indd 106 31/01/14 16:12
31/01/14 16:12
107
Noções de Sombras
Você vai encontrar semelhanças e diferenças entre os dois tipos de iluminação. Veja que a
posição do objeto em relação à fonte luminosa vai fazer com que a percepção da sombra varie.
Na sombra por luz natural é convencionada a posição do sol em relação ao objeto.
Foco de luz
Sombra própria
Sombra projetada
Figura 8.4 - Sombras com luz natural.
Na sombra por luz artificial a posição do foco está vinculada ao tipo de luminária e seu local
relação ao objeto, você deve observar que os raios luminosos são divergentes e bem próximos ao objeto.
Foco de luz
Sombra própria
Sombra projetada
Figura 8.5 - Sombras com luz artificial.
8.2.1 Sombras com iluminação natural
Existem três tipos mais usuais de sombras provenientes da luz solar. Estão ligados a posição do
sol em relação ao observador.
cap 08.indd 107
cap 08.indd 107 31/01/14 16:12
31/01/14 16:12
108 Desenho de Perspectiva
Sol ao lado do observador
Os raios luminosos são paralelos ao Q e se mantém paralelos mesmo sobre a perspectiva.
Assemelha-se ao sol das 10 horas da manhã ou o das 14 horas. É extremamente fácil de desenhar e
de resultado visual bastante satisfatório.
Para traçar você só precisa usar o esquadro de 45º e fazer linhas auxiliares que passem pelos
vértices dos objetos, simulando os raios solares. Pelo chão, plano geometral, a sombra se propaga
pelos vértices em forma de paralelas ao Q.
Veja o passo a passo e o resultado final.
Projeção da luz
Figura 8.6 - Projeção das sombras.
Projeção da luz
Sombra
Figura 8.7 - Sombras com o sol ao lado do observador.
Sol na frente do observador
O sol está atrás do plano Q, o observador o avista e a sombra avança em sua direção. O foco de
raios luminosos é colocado acima da LH em sentido oposto ao PP e projeta-se também sobre a LH.
Suas distâncias devem ser experimentadas segundo a conveniência do desenho.
Veja o passo a passo e o resultado final.
cap 08.indd 108
cap 08.indd 108 31/01/14 16:12
31/01/14 16:12
109
Noções de Sombras
Projeção da luz
Foco de luz
Figura 8.8 - Posição do sol e do objeto.
Projeção da luz
Foco de luz
Figura 8.9 - Projeção das sombras.
cap 08.indd 109
cap 08.indd 109 31/01/14 16:12
31/01/14 16:12
110 Desenho de Perspectiva
Projeção da luz
Foco de luz
Sombra
Figura 8.10 - Sombras com o sol na frente do observador.
Sol por trás do observador
O sol está atrás do observador. O foco de raios luminosos é colocado abaixo da LH em sentido
oposto ao PP e projeta-se também sobre a LH. Suas distâncias devem ser experimentadas segundo a
conveniência do desenho.
Veja o passo a passo e o resultado final.
Projeção da luz
Foco de luz
Figura 8.11 - Posição do sol e do objeto.
cap 08.indd 110
cap 08.indd 110 31/01/14 16:12
31/01/14 16:12
111
Noções de Sombras
Projeção da luz
Foco de luz
Figura 8.12 - Projeção das sombras.
Projeção da luz
Sombra
Foco de luz
Figura 8.13 - Sombras com o sol por trás do observador.
cap 08.indd 111
cap 08.indd 111 31/01/14 16:12
31/01/14 16:12
112 Desenho de Perspectiva
8.2.2 Sombras com iluminação artificial
Na iluminação por um foco de luz artificial você precisa identificar a posição deste foco
no espaço e sua projeção no chão (plano geometral). Você sempre terá que traçar linhas de
construção pelo “pé” do foco de luz aos vértices do objeto pelo chão. Também terá que traçar com
linhas de construção a projeção, pelo espaço, dos raios luminosos até os vértices de volume do
objeto. Na iluminação artificial traçar o desenho não depende do conhecimento dos pontos de
fuga e de distância.
Veja o passo a passo e o resultado final.
Foco de luz
Figura 8.14 - Posição do foco de luz e do objeto.
cap 08.indd 112
cap 08.indd 112 31/01/14 16:12
31/01/14 16:12
113
Noções de Sombras
Foco de luz
Figura 8.15 - Projeção das sombras.
Foco de luz
Sombra
Figura 8.16 - Sombras com iluminação artificial.
cap 08.indd 113
cap 08.indd 113 31/01/14 16:12
31/01/14 16:12
114 Desenho de Perspectiva
8.2.3 Sombras projetadas
Veja a demonstração do traçado dos vários tipos de sombras. Foram escolhidas duas si-
tuações para exemplificar este traçado: uma com foco de luz artificial, outra com o sol ao lado do
observador. Preste bastante atenção este modelo de traçado pode ser usado em outras posições dos
focos luminosos.
Foco de luz
Sombra projetada
Sombra própria
Sombra
projetada
rebatida
Sombra
projetada
rebatida
Figura 8.17 - Sombras com iluminação artificial.
cap 08.indd 114
cap 08.indd 114 31/01/14 16:12
31/01/14 16:12
115
Noções de Sombras
Sombra própria
Sombra projetada
Sombra
projetada
rebatida
Figura 8.18 - Sombras com iluminação natural.
Neste capítulo aprendemos que a fonte luminosa projeta luz que se propaga pelo espaço inter-
ceptando os corpos. A parte contrária a exposição luminosa fica em sombra. A sombra projetada é
resultante da projeção do objeto em outros planos ou outros objetos.
Existem dois tipos de foco: o natural e o artificial. A luz solar pode se apresentar em três posições
em relação ao observador.
Vamos recapitular?
cap 08.indd 115
cap 08.indd 115 31/01/14 16:12
31/01/14 16:12
116 Desenho de Perspectiva
Agora é com você!
Para executar estes exercícios propostos, você terá que retomar as perspectivas já tra-
çadas nos capítulos anteriores. Fixe folhas de papel transparente (papel manteiga) sobre
as pranchas prontas e desenhe as projeções das sombras solicitadas.
1) Usando como base a perspectiva desenhada no quinto exercício do capítulo 7, trace
sombras com o sol pela frente do observador.
2) Usando como base a perspectiva desenhada no quinto exercício do capítulo 7,
trace sombras com o sol por trás do observador.
3) Usando como base a perspectiva desenhada no quinto exercício do capítulo 7, trace
sombras com o sol ao lado do observador.
4) Usando como base a perspectiva desenhada no terceiro exercício do capítulo 5,
trace sombras segundo o foco de luz artificial posicionado na vista superior.
H Poste = 7,50 m
Figura 8.19
5) Usando como base a perspectiva desenhada no terceiro exercício do capítulo 6, trace
sombras segundo o foco de luz artificial posicionado na vista superior.
H Poste = 6,00 m
Obs.
Figura 8.20
cap 08.indd 116
cap 08.indd 116 13/02/14 13:06
13/02/14 13:06
117
Bibliografia
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8196: desenho técnico: emprego de
escalas. Rio de Janeiro: ABNT, 1999.
CARVALHO, Benjamin de A. Programa de desenho: para o primeiro, segundo e terceiro ano do
curso colegial. São Paulo: Nacional, 1960.
CHING, Francis D. K. Representação gráfica para desenho e projeto. Barcelona: GG, 2007.
__________________. Representação gráfica em arquitetura. Porto Alegre: Bookman, 2011.
DOMINGUEZ, Fernando. Croquis e perspectivas. Porto Alegre: Masquatro, 2011.
MONTENEGRO, Gildo A. A perspectiva dos profissionais. São Paulo: Edgard Blücher, 2010.
QUAINTENNE, Esteban. Tratado metódico de perspectiva. Buenos Aires: Ateneo, 1944.
SCHAARWÄCHTER, Georg. Perspectiva para arquitectos. México: GG, 1996.
SESSA, Franco; FRANCO, Valdir Miguel; MARTINS, Paulo Edi Rivero. Desarq: desenho arquitetô-
nico. Porto Alegre: GG Edições Técnicas, 1980-1981. 3 v.
SILVA, Sylvio F. da. A linguagem do desenho técnico. Rio de Janeiro: LTC, 1984.
WHITE, Gwen. Perspectiva: para artistas, arquitectos e desenhadores. 4. ed. Lisboa: Presença, 2000.
Bibliografia
Bibliografia.indd 117
Bibliografia.indd 117 31/01/14 16:13
31/01/14 16:13
118 Desenho de Perspectiva
Bibliografia.indd 118
Bibliografia.indd 118 31/01/14 16:13
31/01/14 16:13
119
Glossário
Ângulo-ótico-objeto: ângulo de visão que varia de 23° a 35.
Ângulo-ótico-quadro: ângulo teoricamente estabelecido para o cone visual.
Campo visual: base do cone visual, isto é, a superfície de interseção do cone visual com o quadro.
Cone visual: feixe de raios visuais que partem do olho do observador, gerando uma superfície cônica.
DP (Distância principal): é o comprimento da projetante do olho do observador ao quadro.
LT (Linha de terra): reta resultante da interseção do quadro com o plano geometral.
LH (Linha do horizonte): linha paralela à linha de terra, sobre o quadro que contém a projeção do
olho do observador.
Plano Geometral: plano horizontal sobre o qual se situa o objeto a ser perspectivado e onde geral-
mente também está o observador.
Pontos de distância (PDE e PDD): são dois pontos simétricos, situados na linha do horizonte, equi-
distantes entre si e medindo a distância principal.
PV (Ponto de vista): lugar no espaço onde se situa o olho do observador. É o vértice do cone visual.
PP (Ponto principal): projeção do ponto de vista sobre a linha do horizonte. É a projeção no quadro
do olho do observador.
Quadro: superfície plana vertical ilimitada sobre a qual se representa o desenho de perspectiva de
um objeto.
Glossário
GLossario.indd 119
GLossario.indd 119 31/01/14 16:13
31/01/14 16:13
120 Desenho de Perspectiva
GLossario.indd 120
GLossario.indd 120 31/01/14 16:13
31/01/14 16:13

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Desenho Perspectiva

Guia de orientação dos monitores. vol. 2.
Guia de orientação dos monitores. vol. 2.Guia de orientação dos monitores. vol. 2.
Guia de orientação dos monitores. vol. 2.SteCabedelo
 
Helen pinho
Helen pinhoHelen pinho
Helen pinhogiley999
 
Adaptação inclusiva do livro infantil "The Black Book of Colors"
Adaptação inclusiva do livro infantil "The Black Book of Colors"Adaptação inclusiva do livro infantil "The Black Book of Colors"
Adaptação inclusiva do livro infantil "The Black Book of Colors"Dominique Adam
 
Adaptação inclusiva do livro infantil the black book of colors dominique adam
Adaptação inclusiva do livro infantil the black book of colors dominique adamAdaptação inclusiva do livro infantil the black book of colors dominique adam
Adaptação inclusiva do livro infantil the black book of colors dominique adamDominique Adam
 
Monografia-Diogo Magalhaes Martins e Bruno Lirio
Monografia-Diogo Magalhaes Martins e Bruno LirioMonografia-Diogo Magalhaes Martins e Bruno Lirio
Monografia-Diogo Magalhaes Martins e Bruno LirioDiogo Magalhães Martins
 
Cptet2012 relat pap_05carlosmoco_final
Cptet2012 relat pap_05carlosmoco_finalCptet2012 relat pap_05carlosmoco_final
Cptet2012 relat pap_05carlosmoco_finaltiagoferraz1907
 
Cptet2012 relat pap_05carlosmoco_final
Cptet2012 relat pap_05carlosmoco_finalCptet2012 relat pap_05carlosmoco_final
Cptet2012 relat pap_05carlosmoco_finaldowna2013
 
Curso Informática para Concurso PC-SC
Curso Informática para Concurso PC-SCCurso Informática para Concurso PC-SC
Curso Informática para Concurso PC-SCEstratégia Concursos
 

Semelhante a Desenho Perspectiva (8)

Guia de orientação dos monitores. vol. 2.
Guia de orientação dos monitores. vol. 2.Guia de orientação dos monitores. vol. 2.
Guia de orientação dos monitores. vol. 2.
 
Helen pinho
Helen pinhoHelen pinho
Helen pinho
 
Adaptação inclusiva do livro infantil "The Black Book of Colors"
Adaptação inclusiva do livro infantil "The Black Book of Colors"Adaptação inclusiva do livro infantil "The Black Book of Colors"
Adaptação inclusiva do livro infantil "The Black Book of Colors"
 
Adaptação inclusiva do livro infantil the black book of colors dominique adam
Adaptação inclusiva do livro infantil the black book of colors dominique adamAdaptação inclusiva do livro infantil the black book of colors dominique adam
Adaptação inclusiva do livro infantil the black book of colors dominique adam
 
Monografia-Diogo Magalhaes Martins e Bruno Lirio
Monografia-Diogo Magalhaes Martins e Bruno LirioMonografia-Diogo Magalhaes Martins e Bruno Lirio
Monografia-Diogo Magalhaes Martins e Bruno Lirio
 
Cptet2012 relat pap_05carlosmoco_final
Cptet2012 relat pap_05carlosmoco_finalCptet2012 relat pap_05carlosmoco_final
Cptet2012 relat pap_05carlosmoco_final
 
Cptet2012 relat pap_05carlosmoco_final
Cptet2012 relat pap_05carlosmoco_finalCptet2012 relat pap_05carlosmoco_final
Cptet2012 relat pap_05carlosmoco_final
 
Curso Informática para Concurso PC-SC
Curso Informática para Concurso PC-SCCurso Informática para Concurso PC-SC
Curso Informática para Concurso PC-SC
 

Mais de Franciele Rosa

Silvio_Colin_-_Uma_Introducao_a_Arquitetura.pdf
Silvio_Colin_-_Uma_Introducao_a_Arquitetura.pdfSilvio_Colin_-_Uma_Introducao_a_Arquitetura.pdf
Silvio_Colin_-_Uma_Introducao_a_Arquitetura.pdfFranciele Rosa
 
PT_Doug_DuBosque_-_Perspectiva_-_Desenhar_passo-a-passo.pdf
PT_Doug_DuBosque_-_Perspectiva_-_Desenhar_passo-a-passo.pdfPT_Doug_DuBosque_-_Perspectiva_-_Desenhar_passo-a-passo.pdf
PT_Doug_DuBosque_-_Perspectiva_-_Desenhar_passo-a-passo.pdfFranciele Rosa
 
Tecnicas_do_desenho_a_mao_livre_e_expressao_artistica_do_objeto_construido__d...
Tecnicas_do_desenho_a_mao_livre_e_expressao_artistica_do_objeto_construido__d...Tecnicas_do_desenho_a_mao_livre_e_expressao_artistica_do_objeto_construido__d...
Tecnicas_do_desenho_a_mao_livre_e_expressao_artistica_do_objeto_construido__d...Franciele Rosa
 
Desenho_de_Perspectiva_-_Fernando_Domingues__(1).pdf
Desenho_de_Perspectiva_-_Fernando_Domingues__(1).pdfDesenho_de_Perspectiva_-_Fernando_Domingues__(1).pdf
Desenho_de_Perspectiva_-_Fernando_Domingues__(1).pdfFranciele Rosa
 
Teoria_-_Perspectiva.pdf
Teoria_-_Perspectiva.pdfTeoria_-_Perspectiva.pdf
Teoria_-_Perspectiva.pdfFranciele Rosa
 
A_perspectiva_dos_profissionais_-_Gildo_Montenegro.pdf
A_perspectiva_dos_profissionais_-_Gildo_Montenegro.pdfA_perspectiva_dos_profissionais_-_Gildo_Montenegro.pdf
A_perspectiva_dos_profissionais_-_Gildo_Montenegro.pdfFranciele Rosa
 
MONTENEGRO_Desenho_de_projetos.pdf
MONTENEGRO_Desenho_de_projetos.pdfMONTENEGRO_Desenho_de_projetos.pdf
MONTENEGRO_Desenho_de_projetos.pdfFranciele Rosa
 

Mais de Franciele Rosa (7)

Silvio_Colin_-_Uma_Introducao_a_Arquitetura.pdf
Silvio_Colin_-_Uma_Introducao_a_Arquitetura.pdfSilvio_Colin_-_Uma_Introducao_a_Arquitetura.pdf
Silvio_Colin_-_Uma_Introducao_a_Arquitetura.pdf
 
PT_Doug_DuBosque_-_Perspectiva_-_Desenhar_passo-a-passo.pdf
PT_Doug_DuBosque_-_Perspectiva_-_Desenhar_passo-a-passo.pdfPT_Doug_DuBosque_-_Perspectiva_-_Desenhar_passo-a-passo.pdf
PT_Doug_DuBosque_-_Perspectiva_-_Desenhar_passo-a-passo.pdf
 
Tecnicas_do_desenho_a_mao_livre_e_expressao_artistica_do_objeto_construido__d...
Tecnicas_do_desenho_a_mao_livre_e_expressao_artistica_do_objeto_construido__d...Tecnicas_do_desenho_a_mao_livre_e_expressao_artistica_do_objeto_construido__d...
Tecnicas_do_desenho_a_mao_livre_e_expressao_artistica_do_objeto_construido__d...
 
Desenho_de_Perspectiva_-_Fernando_Domingues__(1).pdf
Desenho_de_Perspectiva_-_Fernando_Domingues__(1).pdfDesenho_de_Perspectiva_-_Fernando_Domingues__(1).pdf
Desenho_de_Perspectiva_-_Fernando_Domingues__(1).pdf
 
Teoria_-_Perspectiva.pdf
Teoria_-_Perspectiva.pdfTeoria_-_Perspectiva.pdf
Teoria_-_Perspectiva.pdf
 
A_perspectiva_dos_profissionais_-_Gildo_Montenegro.pdf
A_perspectiva_dos_profissionais_-_Gildo_Montenegro.pdfA_perspectiva_dos_profissionais_-_Gildo_Montenegro.pdf
A_perspectiva_dos_profissionais_-_Gildo_Montenegro.pdf
 
MONTENEGRO_Desenho_de_projetos.pdf
MONTENEGRO_Desenho_de_projetos.pdfMONTENEGRO_Desenho_de_projetos.pdf
MONTENEGRO_Desenho_de_projetos.pdf
 

Desenho Perspectiva

  • 2. 1 Gianpietro Sanzi Eliane Soares Quadros Desenho de Perspectiva 1ª Edição www.editoraerica.com.br cap 00.indd 1 cap 00.indd 1 31/01/14 16:05 31/01/14 16:05
  • 3. 2 Desenho de Perspectiva Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Sanzi, Gianpietro Desenho de Perspectiva / Gianpietro Sanzi, Eliane Soares Quadros. -- 1. ed. -- São Paulo : Érica, 2014. Bibliografia. ISBN 978-85-365-0744-6 1. Desenho – Técnicas 2. Perspectiva I. Quadros, Eliane Soares. II. Título. 14-00926 CDD-742 Índices para catálogo sistemático: 1. Perspectiva : Desenho 742 Copyright © 2014 da Editora Érica Ltda. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem prévia autorização da Editora Érica. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei no 9.610/98 e punido pelo Artigo 184 do Código Penal. Coordenação Editorial: Rosana Arruda da Silva Capa: Maurício S. de França Edição de Texto: Beatriz M. Carneiro, Bruna Gomes Cordeiro, Carla de Oliveira Morais Tureta, Juliana Ferreira Favoretto, Nathalia Ferrarezi, Silvia Campos Preparação de texto e Editoração: Join Bureau Produção Editorial: Adriana Aguiar Santoro, Alline Bullara, Dalete Oliveira, Graziele Liborni, Laudemir Marinho dos Santos, Rosana Aparecida Alves dos Santos, Rosemeire Cavalheiro Os Autores e a Editora acreditam que todas as informações aqui apresentadas estão corretas e podem ser utilizadas para qualquer fim legal. Entretanto, não existe qualquer garantia, explícita ou implícita, de que o uso de tais informações conduzirá sempre ao resultado desejado. Os nomes de sites e empresas, porventura mencionados, foram utilizados apenas para ilustrar os exemplos, não tendo vínculo algum com o livro, não garantindo a sua existência nem divulgação. Eventuais erratas estarão disponíveis para download no site da Editora Érica. Conteúdo adaptado ao Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, em execução desde 1o de janeiro de 2009. A ilustração de capa e algumas imagens de miolo foram retiradas de <www.shutterstock.com>, empresa com a qual se mantém contrato ativo na data de publicação do livro. Outras foram obtidas da Coleção MasterClips/MasterPhotos© da IMSI, 100 Rowland Way, 3rd floor Novato, CA 94945, USA, e do CorelDRAW X5 e X6, Corel Gallery e Corel Corporation Samples. Copyright© 2013 Editora Érica, Corel Corporation e seus licenciadores. Todos os direitos reservados. Todos os esforços foram feitos para creditar devidamente os detentores dos direitos das imagens utilizadas neste livro. Eventuais omissões de crédito e copyright não são intencionais e serão devidamente solucionadas nas próximas edições, bastando que seus proprietários conta- tem os editores. Seu cadastro é muito importante para nós Ao preencher e remeter a ficha de cadastro constante no site da Editora Érica, você passará a receber informações sobre nossos lançamentos em sua área de preferência. Conhecendo melhor os leitores e suas preferências, vamos produzir títulos que atendam suas necessidades. Contato com o editorial: editorial@editoraerica.com.br Editora Érica Ltda. | Uma Empresa do Grupo Saraiva Rua São Gil, 159 - Tatuapé CEP: 03401-030 - São Paulo - SP Fone: (11) 2295-3066 - Fax: (11) 2097-4060 www.editoraerica.com.br cap 00.indd 2 cap 00.indd 2 12/02/14 10:07 12/02/14 10:07
  • 4. 3 Agradecimentos Conhecimento é o legado maior. É o que recebemos e compartilhamos. Agradeço a todos aqueles que, durante a minha trajetória, me oportunizaram receber e também compartilhar conhecimentos. Primeiro, aos meus pais e familiares; depois, aos colegas, aos amigos e, por fim, aos meus alunos. Todos possibilitaram trocas, com os quais aprendi e sigo aprendendo. Gianpietro Sanzi Agradeço aos meus pais por acreditarem que a cultura e a educação mudam o mundo. Sou grata por nunca me permitirem desistir ou procurar caminhos mais fáceis, já que o conhecimento é uma dádiva que adquirimos e ninguém pode roubá-lo de nós. Agradeço igualmente aos meus alunos, que me inspiraram e transformaram minha vida. Eliane Soares Quadros cap 00.indd 3 cap 00.indd 3 31/01/14 16:05 31/01/14 16:05
  • 5. 4 Desenho de Perspectiva Sobre os autores Gianpietro Sanzi Graduado em Arquitetura e Urbanismo, mestre em Administração e Negócios - com ênfase em Marketing, tem MBA em Comunicação e é especialista em Projeto de Produto - Desenho Industrial. Fez cursos de extensão na área de Informática para Arquitetura, na Universitá Degli Studi di Roma. Autor do livro Projetando com Arqui3D e coautor de Apresentação de Projetos para Arquitetos e Designers, ambos desta editora. Docente na graduação e pós-graduação em Design, Arquitetura e Engenharia, em cursos de de- senho técnico e projeto espacial, especialmente com o auxílio de softwares gráficos, teoria do design e design de interiores comerciais. Atua também como profissional liberal, principalmente nas áreas de Programação Visual e Arquitetura de interiores, especialmente para o varejo e serviços. Eliane Soares Quadros Graduada em Arquitetura e Urbanismo e no Curso Superior de Formação de Professores de Disciplinas Especializadas do Ensino Médio - Desenho Técnico e Projetos. Fez vários cursos com- plementares nas áreas de educação e tecnologia. Docente em escolas técnicas nas áreas de Construção Civil e Design de Interiores desde 1982, onde foi coordenadora do curso até 2012. Atua na área de construção civil como profissional liberal. cap 00.indd 4 cap 00.indd 4 31/01/14 16:05 31/01/14 16:05
  • 6. 5 Sumário Capítulo 1 - Conceitos Básicos...................................................................................... 9 1.1 Um pouco de história.....................................................................................................................................9 1.2 Conceito de perspectiva...............................................................................................................................11 1.3 Sistemas de projeção.....................................................................................................................................11 1.3.1 Projeções cônicas .............................................................................................................................12 1.3.2 Projeções cilíndricas........................................................................................................................13 1.4 Tipos de perspectiva.....................................................................................................................................14 1.4.1 Perspectiva paralela .........................................................................................................................16 1.4.2 Perspectiva linear exata...................................................................................................................16 1.5 Dicas de composição do desenho...............................................................................................................17 Agora é com você!...............................................................................................................................................19 Capítulo 2 - Perspectiva Cavaleira .................................................................................. 23 2.1 O que é perspectiva cavaleira?.....................................................................................................................23 Agora é com você!...............................................................................................................................................28 Capítulo 3 - Perspectiva Isométrica................................................................................ 31 3.1 O que é perspectiva isométrica? .................................................................................................................31 3.2 Curvas.............................................................................................................................................................33 Agora é com você!...............................................................................................................................................36 Capítulo 4 - Introdução à Perspectiva Linear Exata......................................................... 39 4.1 O que é perspectiva linear exata?................................................................................................................39 4.2 Princípios básicos da perspectiva linear exata..........................................................................................39 Agora é com você!...............................................................................................................................................44 Capítulo 5 - Método Visuais Dominantes ........................................................................ 45 5.1 O que é o método visuais dominantes?......................................................................................................45 5.2 Técnica de desenho.......................................................................................................................................52 5.2.1 Vista superior e traçados preliminares..........................................................................................52 5.2.2 Perspectiva da vista superior ..........................................................................................................53 5.2.3 Traçado final da perspectiva...........................................................................................................59 Agora é com você!...............................................................................................................................................64 cap 00.indd 5 cap 00.indd 5 14/03/14 10:02 14/03/14 10:02
  • 7. 6 Desenho de Perspectiva Capítulo 6 - Método Três Escalas................................................................................... 67 6.1 O que é o método três escalas?....................................................................................................................67 6.2 Técnica de desenho.......................................................................................................................................72 6.2.1 Traçados preliminares .....................................................................................................................73 6.2.2 Perspectiva da vista superior ..........................................................................................................74 6.2.3 Traçado final da perspectiva...........................................................................................................75 Agora é com você!...............................................................................................................................................78 Capítulo 7 - Método Pontos Medidores......................................................................... 81 7.1 O que é método pontos medidores?...........................................................................................................81 7.2 Técnica de desenho.......................................................................................................................................87 7.2.1 Traçados preliminares .....................................................................................................................88 7.2.2 Perspectiva da vista superior ..........................................................................................................88 7.2.3 Traçado final da perspectiva...........................................................................................................91 Agora é com você!.............................................................................................................................................100 Capítulo 8 - Noções de Sombras.................................................................................. 105 8.1 O que são sombras? ....................................................................................................................................105 8.2 Tipos de sombras de acordo com a fonte luminosa...............................................................................106 8.2.1 Sombras com iluminação natural................................................................................................107 8.2.2 Sombras com iluminação artificial..............................................................................................112 8.2.3 Sombras projetadas........................................................................................................................114 Agora é com você!.............................................................................................................................................116 Bibliografia................................................................................................................. 117 Glossário................................................................................................................ 119 cap 00.indd 6 cap 00.indd 6 14/03/14 10:03 14/03/14 10:03
  • 8. 7 Apresentação A Perspectiva é uma disciplina facilmente simplificável. Nesta obra, o propósito foi simplificar o que para a maioria dos profissionais da área é considerado um tabu. Com uma abordagem prática, esta obra apresenta, por meio de exemplos e exercícios cuidadosamente elaborados, o passo a passo das etapas de construção de diversos tipos de perspectiva. Com a forma de “estudo dirigido”, você terá, com a reprodução desses exemplos, uma melhor apreensão do assunto. No primeiro capítulo, além de um apanhado histórico, você compreenderá porque exis- tem várias maneiras de desenhar perspectivas de maneiras diferentes e o que varia nos sistemas de projeção para originar esses desenhos. Os dois capítulos que seguem tratam das perspectivas cavaleira e isométrica, que são direcionadas às engenharias e ao desenho técnico. Duas técnicas práticas, fáceis de desenhar e de interpretar. O capítulo de número quatro é um glossário ilustrado, que possibilita a apropriação de termos específicos usados em perspectiva linear exata. Ele introduz a perspectiva cônica que se caracteriza pela identificação do desenho da mesma maneira que se comporta a visão humana. O quinto, o sexto e o sétimo capítulos são métodos de perspectiva deste tipo de projeção e são usados, em grande parte, para que qualquer pessoa entenda o que está sendo projetado, mesmo sem conheci- mentos de projetos ou desenho técnico, apenas olhando o desenho da perspectiva. No último capítulo são introduzidas maneiras de como representar graficamente a projeção de sombras com iluminação natural e artificial sobre um objeto já desenhado em perspectiva. Isso deixará seu projeto ainda mais atraente! Tem que ser simples assim! O objetivo deste livro é desmistificar o desenho de perspectiva e facilitar a apropriação do espaço pela visão tridimensional, deixando qualquer pessoa cujo conheci- mento em desenho seja mínimo apta a traçar uma perspectiva, compreender o que vê espacialmente e, a partir do que aprendeu nesta obra, desenhar mais e melhor. cap 00.indd 7 cap 00.indd 7 14/03/14 10:05 14/03/14 10:05
  • 9. 8 Desenho de Perspectiva cap 00.indd 8 cap 00.indd 8 31/01/14 16:05 31/01/14 16:05
  • 10. 9 1 Conceitos Básicos Este capítulo tem o objetivo de definir os conceitos básicos pertinentes aos sistemas de projeções, bem como classificar e subdividir os sistemas de projeção e os tipos de perspectiva. Fundamenta o conceito de perspectiva e apresenta um pequeno apanhado histórico da evolução deste traçado gráfico. Para começar 1.1 Um pouco de história A perspectiva existe a partir da visão do ser humano. Embora nossa visão perceba a tridimen- sionalidade do mundo que nos cerca, transformá-la em perspectivas não é tão imediato quanto se possa pensar. Na Antiguidade não se fazia valoração de tridimensionalidade, mas da importância do ente representado. Os objetos e pessoas eram desenhados conforme sua importância social. A arte apresentava frontalismo e possuía um traçado bastante simplificado. Não havia senso de distribuição e de equilíbrio, a maioria das pinturas apresentava uma aparência achatada. O naturalismo grego e romano suavizou as formas, porém o traçado com representação tri- dimensional ainda não era alcançado. cap 01.indd 9 cap 01.indd 9 14/03/14 10:07 14/03/14 10:07
  • 11. 10 Desenho de Perspectiva Com o advento da Renascença, o pensamento humano passou por grandes transformações. As descobertas de Nicolau Copérnico desencadearam uma ruptura com a maneira anterior de que se viam Deus, o homem e o mundo. As grandes viagens marítimas e a ampliação do conhecimento fizeram o mundo intelectual fervilhar de novas possibilidades. O pintor florentino Giotto é o primeiro a romper com o modo simbólico e altamente esti- lizado do gótico. Ele passou a utilizar empiricamente o desenho de perspectiva em suas pinturas, com base nos estudos do arquiteto Filippo Brunelleschi. A compulsão pelo conhecimento enri- queceu este período, e os artistas da época se transformaram em astrônomos, médicos, inventores, arquitetos e matemáticos. Como consequência, em 1511, o arquiteto Leon Baptista Alberti publicou o primeiro tratado de desenho de perspectiva, intitulado “Della Pictura”; a ele se sucedem vários outros, entre os quais, os de Leonardo da Vinci, que são os precursores do estudo da perspectiva como conhecemos. Figura 1.1 - Diagrama do experimento de Brunelleschi com perspectiva linear. Figura 1.2 - Pintura renascentista de Giorgio Vasari. Wikimedia Commons/Amphicoelias Wikimedia Commons/Giorgio Vasari cap 01.indd 10 cap 01.indd 10 31/01/14 16:06 31/01/14 16:06
  • 12. 11 Conceitos Básicos 1.2 Conceito de perspectiva Perspectiva é um desenho que representa a realidade tridimensional, ou seja, denota os objetos como os vemos, dando uma ilusão de profundidade. O desenho de perspectiva é um eficiente instrumento de estudo e avaliação de produtos. Na arquitetura permite simular formas, percursos, espaços e pensar detalhes que ilustrará a concepção de uma edificação. Para que você possa entender melhor o processo do desenho de perspectiva, apresentamos algumas definições a seguir. 1.3 Sistemas de projeção Desenhar é uma operação gráfica. Sempre que você desenha, usa linhas; algumas o auxiliam a representar o objeto, outras vão compor este objeto, que são formas no espaço, ou seja, estão no mundo que conhecemos. Quando você desenha, representa esta realidade em um plano. A esta operação gráfica damos o nome de sistema de projeção. Em um sistema de projeção, há três elementos básicos: centro de projeção, linhas projetantes e plano de projeção. O centro de projeção é o lugar no espaço de onde partem as linhas projetantes que interceptam um objeto a ser desenhado. Plano de projeção é uma superfície ilimitada onde o objeto se projeta. Veja na Figura 1.3 o desenho da projeção de um ponto (objeto): Figura 1.3 - Sistema de projeção. Existem dois tipos de sistemas de projeção: o cônico e o cilíndrico, que serão apresentados a seguir. cap 01.indd 11 cap 01.indd 11 14/03/14 10:08 14/03/14 10:08
  • 13. 12 Desenho de Perspectiva 1.3.1 Projeções cônicas Para compreender a projeção cônica, observe a Figura 1.4. Figura 1.4 - Sistema de projeção cônica. Você percebeu que as projetantes convergem para o centro de projeção, formando uma su- perfície que se assemelha a um cone? Isto acontece porque o centro de projeção está a uma distância finita em relação ao plano de projeção. Este sistema de projeção dá origem às projeções cônicas. Um exemplo de projeção cônica é a luz de uma vela que intercepta um objeto e produz sua sombra na parede, observe a Figura 1.5. Figura 1.5 - Projeção cônica - Exemplo. cap 01.indd 12 cap 01.indd 12 31/01/14 16:06 31/01/14 16:06
  • 14. 13 Conceitos Básicos 1.3.2 Projeções cilíndricas Imagine o mesmo objeto da Figura 1.4, porém com o centro de projeção a uma distância in- finita em relação ao plano de projeção, na Figura 1.6. Figura 1.6 - Projeção cilíndrica. Você reparou que as linhas projetantes agora estão paralelas entre si? Este sistema de projeção dá origem à projeção cilíndrica. Um exemplo de projeção cilíndrica é a luz do sol tocando um objeto e produzindo sua sombra, veja na Figura 1.7. Figura 1.7 - Projeção cilíndrica - Exemplo. cap 01.indd 13 cap 01.indd 13 14/03/14 10:08 14/03/14 10:08
  • 15. 14 Desenho de Perspectiva O desenho de perspectiva origina-se de um sistema de projeção, cujos tipos serão apresen- tados a seguir. 1.4 Tipos de perspectiva Os dois tipos de sistema de projeção dão origem a diversos tipos de desenho. O foco deste livro é o estudo do desenho de perspectivas paralelas e perspectivas lineares exatas, conforme salientado no Quadro 1.1. Quadro 1.1 - Sistemas de projeção e tipos de desenho Sistemas de Projeção Cilíndrico Projeções ortogonais Geometria descritiva Desenho técnico Projeções oblíquas Perspectivas axonométricas (Paralelas) Cavaleira isométrica Cônico Perspectiva linear exata Visuais dominantes Três escalas Pontos medidores Perspectiva de observação A perspectiva é um desenho que tem por objetivo representar qualquer objeto tridimensional. A Figura 1.8 é a foto de um monumento arquitetônico. Você pode desenhá-lo a partir de projeções oblíquas (perspectiva paralela) ou por um dos processos de perspectiva linear exata. Figura 1.8 - Monumento ao Expedicionário em Porto Alegre - RS. Foto dos autores cap 01.indd 14 cap 01.indd 14 31/01/14 16:06 31/01/14 16:06
  • 16. 15 Conceitos Básicos O desenho arquitetônico é um desenho técnico e tem origem no sistema de projeção cilíndrico. Com base na projeção ortogonal, você pode desenhar as vistas de um objeto, conforme ilustrado na Figura 1.9. Figura 1.9 - Projeções ortogonais. Amplie seus conhecimentos Escala (Esc): ao desenhar, é muito rara a possibilidade de se representar um objeto na escala natural (1:1); por este motivo, foram normatizadas reduções e ampliações, respei- tando a proporcionalidade entre as medidas reais. Conforme a ABNT (1999), escala é a relação entre as medidas lineares do desenho e as medidas reais do objeto. Quadro 1.2 - Escalas Escala natural 1:1 Escala de ampliação x:1 x > 1 Escala de redução 1:x O desenho técnico é representado em pro- porção, que é denominada escala. cap 01.indd 15 cap 01.indd 15 14/03/14 10:09 14/03/14 10:09
  • 17. 16 Desenho de Perspectiva 1.4.1 Perspectiva paralela Tomando como base o sistema de projeção cilíndrico, você pode desenhar uma perspectiva cujas retas projetantes são paralelas entre si, ou seja, produzirá uma perspectiva paralela, conforme a Figura 1.10. Figura 1.10 - Perspectiva paralela. 1.4.2 Perspectiva linear exata Quando o sistema de projeção usado for o cônico, as retas projetantes serão convergentes ao centro de projeção e darão origem a uma perspectiva muito semelhante à forma como você enxerga. Esta perspectiva pode ser uma linear exata, veja na Figura 1.11. Figura 1.11 - Perspectiva linear exata. cap 01.indd 16 cap 01.indd 16 31/01/14 16:06 31/01/14 16:06
  • 18. 17 Conceitos Básicos Os processos de desenho destes dois tipos de perspectiva serão desenvolvidos nos próxi- mos capítulos. 1.5 Dicas de composição do desenho Segundo Paul Klee, Todas as formas pictóricas começam com o ponto que se põe em movimento. O ponto move-se, a reta surge: a primeira dimensão. Se a reta se move para formar um plano, obtemos um elemento bidimensional. No movimento de planos a espaços, o choque de planos dá a forma tridimensional. É fato que o ponto, por si só, apenas estabelece uma posição no espaço e, conforme ele se move sob uma superfície, traça uma reta que retrata arestas e contornos dos objetos. Ponto, retas e formas são elementos de comunicação visual presentes em qualquer desenho. O planejamento da composição de tais elementos é fundamental para a mensagem que queremos transmitir por meio do desenho. Veja a seguir algumas dicas: » Em primeiro lugar preveja o tamanho do desenho em relação ao formato da folha. Além do seu desenho lembre que haverá a presença de um título, textos, escala e outros sím- bolos associados. Figura 1.12 - Exemplo de composição. cap 01.indd 17 cap 01.indd 17 14/03/14 10:09 14/03/14 10:09
  • 19. 18 Desenho de Perspectiva » Desenhe primeiro os contornos principais e por último os detalhes. Sempre do geral para o particular. » Crie interesse visual e movimento, para isso evite centralizar o desenho no campo da folha e dividir este campo em partes iguais. » Lembre que o sentido de leitura é da esquerda para a direita e de cima para baixo, e que uma concentração de desenhos no canto inferior esquerdo da folha, conduz a uma leitura de maior estabilidade e assentamento. » Para atrair o olhar para algum ponto de seu desenho, destaque usando contrastes. Figura 1.13 - Exemplos de comnposição. Este capítulo introduziu a base conceitual do processo de desenho de perspectiva, referenciou a importância da Renascença para a evolução humana e científica, que também deu origem ao estudo de perspectiva, ensinou a reconhecer os sistemas de projeção, bem como os diversos tipos perspectiva. Vamos recapitular? cap 01.indd 18 cap 01.indd 18 31/01/14 16:06 31/01/14 16:06
  • 20. 19 Conceitos Básicos Agora é com você! 1) Observe as imagens abaixo e identifique o sistema de projeção, justificando sua resposta. Figura 1.14 Figura 1.15 slctwrk/Shutterstock.com Alchena/Shutterstock.com cap 01.indd 19 cap 01.indd 19 14/03/14 10:09 14/03/14 10:09
  • 21. 20 Desenho de Perspectiva 2) Desenhe as perspectivas, tomando como base as Figuras 1.16, 1.17 e 1.18. Fixe sobre cada imagem uma folha de papel transparente (papel manteiga ou vegetal) e, com um lápis ou lapiseira com grafite macio (2B), desenhe os contornos principais dos objetos presentes nas imagens. Figura 1.16 jl661227/Shutterstock.com cap 01.indd 20 cap 01.indd 20 31/01/14 16:06 31/01/14 16:06
  • 22. 21 Conceitos Básicos Figura 1.17 Atiketta Sangasaeng/Shutterstock.com cap 01.indd 21 cap 01.indd 21 14/03/14 10:10 14/03/14 10:10
  • 23. 22 Desenho de Perspectiva Figura 1.18 Roman Kralya/Shutterstock.com cap 01.indd 22 cap 01.indd 22 31/01/14 16:06 31/01/14 16:06
  • 24. 23 2 Perspectiva Cavaleira Este capítulo tem o objetivo de definir os conceitos básicos pertinentes à perspectiva cavaleira. Demonstra como identificar uma figura traçada por esta técnica de desenho e detalha a técnica de traçado. Para começar 2.1 O que é perspectiva cavaleira? Perspectiva cavaleira é uma perspectiva axonométrica oblíqua, na qual uma das faces principais do objeto observado está paralela ao plano quadro, ou seja, ao plano em que o desenho é feito. As dimensões, larguras e alturas desta face estão sempre em verdadeira grandeza, ou seja, com as dimensões reais deste ente geométrico, veja Figura 2.1. As linhas projetantes, que darão a sensação de profundidade, são projetadas obliquamente ao plano da figura cap 02.indd 23 cap 02.indd 23 31/01/14 16:07 31/01/14 16:07
  • 25. 24 Desenho de Perspectiva Figura 2.1 - Cubo em perspectiva cavaleira. Repare que, na imagem, o cubo é visto com uma face vertical frontal paralela a você, sendo possível observar uma face lateral e a face superior, que estão inclinadas; você as pode ver de uma posição elevada. Esta maneira de ver “por cima” desta perspectiva originou o nome “cavaleira”, que vem da expressão “a cavaleiro”. Fique de olho! Como se trata de uma projeção cilíndrica, não há linha do horizonte ou pontos de fuga, mas apenas a linha de terra, sobre a qual a figura se assenta. As linhas que fazem as arestas de profundidade, chamadas de linhas fugitivas, são paralelas entre si e formam um ângulo com a linha de terra, que recebe a denominação de ângulo de direção. Observe a Figura 2.1. Veja que, mesmo se tratando de um cubo, se você o medir com um es- calímetro, as arestas fugitivas são menores que as da face frontal. Isto acontece porque nossa visão impõe esta redução, dando a sensação de tridimensionalidade aos objetos desenhados. Para che- gar-se ao coeficiente de redução, que é um índice representado pela letra k, são necessários cálculos matemáticos, porém, em desenho, são convencionados três ângulos de inclinação e seus coeficientes correspondentes. Veja na Figura 2.2 o uso correto dos esquadros e os coeficientes de redução para cada ângulo do desenho da perspectiva. cap 02.indd 24 cap 02.indd 24 31/01/14 16:07 31/01/14 16:07
  • 26. 25 Perspectiva Cavaleira Figura 2.2 - Coeficientes de redução. A perspectiva cavaleira é considerada uma perspectiva rápida e de fácil compreensão. É muito utilizada para explicar detalhes de peças mecânicas, mobiliário e volumetria diversa. VG (Verdadeira grandeza): é um termo uti- lizado em geometria para designar a medida ou dimensão real de um ente geométrico. Linha fugitiva: é um termo dado às linhas que produzem a sensação de tridimensio- nalidade ao objeto desenhado, com a dire- ção das linhas projetantes. LT (Linha de terra): é a linha resultante da interseção do plano do chão com o plano onde desenhamos (ver Capítulo 4). cap 02.indd 25 cap 02.indd 25 31/01/14 16:07 31/01/14 16:07
  • 27. 26 Desenho de Perspectiva Exercício resolvido Com base nas projeções ortogonais da casa esquemática, desenharam-se as perspectivas cava- leiras correspondentes a 30º, 45º e 60º. Figura 2.3 - Vistas ortogonais da casa esquemática. A face da vista lateral apresenta a direção fugitiva, cujas arestas sofreram redução pela multi- plicação com o índice k. Quadro 2.1 - Reduções 30º 45º 60º 3,00 m × 3/4 3,00 m × 1/2 3,00 m × 2/3 2,25 m 1,50 m 2,00 m cap 02.indd 26 cap 02.indd 26 31/01/14 16:07 31/01/14 16:07
  • 28. 27 Perspectiva Cavaleira Exercício resolvido Figura 2.4 - Perspectivas cavaleiras da casa esquemática. Estudamos neste capítulo a técnica de traçado da perspectiva cavaleira, de simples compreensão e traçado. Vimos que, na perspectiva cavaleira, uma das faces principais do objeto está paralela ao plano quadro e as linhas verticais se mantêm verticais, em verdadeira grandeza e paralelas entre si; as linhas horizontais se mantêm horizontais, em verdadeira grandeza e paralelas entre si; as linhas de profundidade tornam-se inclinadas, sofrem redução e continuam paralelas entre si. Vamos recapitular? cap 02.indd 27 cap 02.indd 27 31/01/14 16:07 31/01/14 16:07
  • 29. 28 Desenho de Perspectiva Agora é com você! 1) Calcule a redução e desenhe a figura em perspectiva cavaleira a 45º. Figura 2.5 2) Calcule a redução e desenhe a figura em perspectiva cavaleira a 30º. Figura 2.6 cap 02.indd 28 cap 02.indd 28 31/01/14 16:07 31/01/14 16:07
  • 30. 29 Perspectiva Cavaleira 3) Observe o croqui da vista superior e as medidas de altura, calcule a redução e de- senhe o objeto composto em perspectiva cavaleira a 45º. Figura 2.7 4) Utilize as vistas da Figura 2.8, calcule a redução e desenhe em perspectiva cavaleira a 60º. Figura 2.8 cap 02.indd 29 cap 02.indd 29 31/01/14 16:07 31/01/14 16:07
  • 31. 30 Desenho de Perspectiva 5) A projeção da Figura 2.9 mostra um bloco complexo. Desenhe sua perspectiva cavaleira a 30º. Figura 2.9 cap 02.indd 30 cap 02.indd 30 31/01/14 16:07 31/01/14 16:07
  • 32. 31 3 Perspectiva Isométrica Este capítulo tem o objetivo de definir os conceitos básicos pertinentes à perspectiva isométrica. Demonstra como identificar uma figura traçada por esta técnica de desenho e detalha a técnica de traçado. Possibilita o leitor a fazer o traçado de circunferências e elementos curvilíneos em perspectiva. Para começar 3.1 O que é perspectiva isométrica? Perspectiva isométrica é uma perspectiva axonométrica ortogonal, cujos três eixos (profun- didade, largura e altura) estão equidistantes entre si a 120º. Nenhuma face fica paralela com o plano de desenho, apenas as arestas de altura. As larguras, como as profundidades, são linhas fugitivas e apresentam um ângulo de direção de 30º em relação à linha de terra. cap 03.indd 31 cap 03.indd 31 31/01/14 16:08 31/01/14 16:08
  • 33. 32 Desenho de Perspectiva Figura 3.1 - Cubo em perspectiva isométrica. Esta perspectiva é a mais simples de entender e desenhar. Não há coeficiente de redução e suas medidas podem ser aufe- ridas em qualquer parte do desenho, utilizando-se apenas um escalímetro. É amplamente aplicada no desenho das engenha- rias e de mobiliário. Exercício resolvido Com base nas projeções ortogonais da casa esquemática, desenhe a perspectiva isométrica desta. Figura 3.2 - Perspectiva isométrica da casa esquemática. Isometria: etimologicamente é uma pa- lavra vinda do grego e significa igualdade de dimensões. cap 03.indd 32 cap 03.indd 32 31/01/14 16:08 31/01/14 16:08
  • 34. 33 Perspectiva Isométrica 3.2 Curvas O desenho de circunferências e curvas é bastante simples, porém trabalhoso. Você terá que tomar vários pontos da curva e marcar suas projeções nos três eixos cartesianos x, y, z, determinando seu lugar no espaço. A curva aparecerá quando você interligar os pontos encontrados. Para cada ponto, sempre existirá três coordenadas cartesianas, isto é, uma medida em profundidade, em largura e em altura. Figura 3.3 - Curvas. Algumas vezes, para facilitar o traçado de curvas e circunferências, estas formas são inscritas dentro de figuras mais simples, de lados retos. Estas são desenhadas e, dentro delas, pontos das curvas são marcados e ligados, traçando-se assim a curva desejada. Este artifício permite, além de executar o desenho da curva, ajustar a sua proporcionalidade. Serve para facilitar a visualização e a execução do desenho, podendo ser usado em qualquer tipo de desenho ou de perspectiva. Figura 3.4 - Circunferência em perspectiva isométrica. Cristal Tran/Shutterstock.com cap 03.indd 33 cap 03.indd 33 31/01/14 16:08 31/01/14 16:08
  • 35. 34 Desenho de Perspectiva Nos levantamentos planialtimétricos de terrenos, o método cartesiano é largamente utilizado e permite que desenhos perspectivos do relevo dos terrenos sejam executados. Com base em uma tabela de poligonais por coordenadas obtidas em campo no levantamento topográfico, é possível desenhar a poligonal, os perfis do terreno e sua volumetria. Exercício resolvido Desenhar o relevo do terreno em perspectiva isométrica, sabendo que ele mede 20 × 20 m e tem as coordenadas cartesianas conforme o Quadro 3.1. Quadro 3.1 COORDENADAS C D F J M P S U X 10 15 0 20 10 0 15 0 Y 20 20 15 15 10 5 5 0 Z 15 10 15 5 10 10 5 5 Vista superior Figura 3.5 - Coordenadas do terreno. cap 03.indd 34 cap 03.indd 34 31/01/14 16:08 31/01/14 16:08
  • 36. 35 Perspectiva Isométrica Exercício resolvido Nas Figuras 3.6 e 3.7, há dois passos do processo de desenho das curvas em perspectiva isométrica. Figura 3.6 - Encontrando os pontos da curva. Figura 3.7 - Relevo do terreno em isométrica. cap 03.indd 35 cap 03.indd 35 31/01/14 16:08 31/01/14 16:08
  • 37. 36 Desenho de Perspectiva Desenvolvemos neste capítulo a técnica de traçado da perspectiva isométrica, na qual nenhuma face fica paralela ao plano quadro. Vimos que as arestas verticais se mantêm verticais, em verdadeira grandeza e paralelas entre si; as arestas de largura ficam inclinadas a 30º, em verdadeira grandeza e paralelas entre si; as arestas de profundidade ficam inclinadas a 30º, em verdadeira grandeza e paralelas entre si. Curvas e circunferências são referenciadas com coordenadas cartesianas ou inscritas em figuras mais simples. Vamos recapitular? Agora é com você! 1) Com base no croqui da Figura 3.8, desenhe a imagem em perspectiva isométrica. Figura 3.8 2) Desenhe em perspectiva isométrica, utilizando as vistas do objeto vazado. Figura 3.9 cap 03.indd 36 cap 03.indd 36 31/01/14 16:08 31/01/14 16:08
  • 38. 37 Perspectiva Isométrica 3) Desenhe o objeto em perspectiva isométrica, observando o croqui da vista superior e a medida de altura. Figura 3.10 4) Desenhe a perspectiva isométrica do conjunto, com base no croqui da vista superior e as medidas de altura dos objetos da figura composta. Nota: A letra H refere-se à altura do objeto. Figura 3.11 cap 03.indd 37 cap 03.indd 37 31/01/14 16:08 31/01/14 16:08
  • 39. 38 Desenho de Perspectiva 5) Desenhe o plano sinuoso com base no croqui da vista superior e sua altura. Figura 3.12 cap 03.indd 38 cap 03.indd 38 31/01/14 16:08 31/01/14 16:08
  • 40. 39 4 Introdução à Perspectiva Linear Exata Este capítulo tem o objetivo de definir e explicar os princípios básicos usados em desenho de perspectiva linear exata. Demonstra com simplicidade de exemplos a conceituação da nomenclatura usada em perspectiva. Para começar 4.1 O que é perspectiva linear exata? É uma forma particular das projeções cônicas. É o processo de desenhar sobre um plano as figuras do espaço, tal como as observamos. Ocorre quando o objeto está atrás do quadro e o centro de projeções antes deste a uma distância finita. Tal processo pode ser considerado uma arte, pois está sujeito à criatividade do desenhista, e também uma ciência, pois está submetido a determinados princípios, que serão apresentados a seguir. 4.2 Princípios básicos da perspectiva linear exata O objetivo de desenhar em perspectiva é representar, com o máximo de fidelidade, em um plano, aquilo que vemos ou projetamos. Na busca dessa fidelidade, é importante estabelecer a figura de um observador, ou seja, aquele que está vendo o que se deseja desenhar, e conhecer também a nomenclatura usada em desenho técnico, a qual o auxiliará a compreender melhor o processo de desenho. cap 04.indd 39 cap 04.indd 39 31/01/14 16:08 31/01/14 16:08
  • 41. 40 Desenho de Perspectiva Imagine que o observador da Figura 4.1 está em pé, em um plano horizontal infinito (chão), que se estende até onde sua visão alcança. Este plano horizontal é denominado plano geometral. Figura 4.1 - Plano geometral. Imagine que a visão do observador seja esta, Figura 4.2. Figura 4.2 - Linha do horizonte. À medida que a estrada se afasta, parece convergir para um ponto no horizonte, onde terra e céu se tocam. O horizonte está à altura do olhar do observador, ou seja, coincide com a linha dos olhos. Mas como fazer para desenhar o que se vê com fidelidade? IdeaStepConceptStock/Shutterstock.com SergeyIT/Shutterstock.com cap 04.indd 40 cap 04.indd 40 31/01/14 16:08 31/01/14 16:08
  • 42. 41 Introdução à Perspectiva Linear Exata Plano geometral Figura 4.3 - Plano quadro (Q). Quando você olha por uma janela, do outro lado do vidro estão os objetos e a paisagem a serem representados. Com uma caneta hidrográfica sobre o vidro, é possível desenhar as linhas básicas da paisagem ou dos objetos que você vê. Note que este plano vertical fica entre você e a imagem; é onde o desenho acontece. Este plano vertical é denominado quadro (Q). Este e as demais definições que seguem estão representados na Figura 4.4. A linha resultante da interseção entre o plano geometral e o quadro é a LT (linha de terra). Na nomenclatura de desenho técnico, a linha do olhar chama-se LH (linha do horizonte). Sobre esta se encontra o PP (ponto principal), que é a projeção do olho do observador sobre o quadro. O olho do observador, localizado no espaço, recebe a denominação de PV (ponto de vista). A distância entre o ponto de vista e o ponto principal é chamada DP (distância principal). Observe estes conceitos na Figura 4.4. Plano geometral Figura 4.4 - Nomenclatura de perspectiva. cap 04.indd 41 cap 04.indd 41 31/01/14 16:08 31/01/14 16:08
  • 43. 42 Desenho de Perspectiva Agora compare a visão a um foco luminoso, Figura 4.5. Veja que a luz se expande, formando um cone luminoso. Quanto mais afastado o foco estiver do chão, maior é o diâ- metro de sua base. Com a visão acontece a mesma coisa. Figura 4.5 - Feixe de raios luminosos. Em perspectiva, os dois olhos são considerados apenas um centro de projeção de raios visuais, formando um cone visual. Para que você veja com nitidez um objeto, deverá afastar-se de uma a duas vezes e meia em relação à maior dimensão deste. Tal afastamento se faz necessário porque a visão é limitada; você só vê nitidamente em um ângulo de visão que varia de 23 a 35 graus (ângulo- -ótico-objeto). Para efeitos de desenho, o ângulo-ótico-objeto de visão é aumentado, usando-se a medida da distância principal como raio do campo visual. Esta mesma medida é colocada sobre a linha do horizonte à direita e à esquerda do ponto principal, determinando os pontos de distância (PDE e PDD), que são os limites do campo, visual Figura 4.6. Gl0ck/Shutterstock.com H (Altura): em desenho técnico, a letra H significa altura. Esta letra é a inicial de heigth, altura em inglês. cap 04.indd 42 cap 04.indd 42 31/01/14 16:08 31/01/14 16:08
  • 44. 43 Introdução à Perspectiva Linear Exata Cone visual Raios visuais Raios visuais Plano geometral Figura 4.6 - Cone de raios visuais. Você viu até agora que a perspectiva é feita a partir da maneira como o observador enxerga. Se houver variação da posição em que ele se encontra, também ocorrerá no desenho. Observe a Figura 4.7: Figura 4.7 - Altura do observador. Veja que, variando a altura do observador, ele pode enxergar a parte de cima do objeto ou até sua parte inferior. A altura do observador alterará, portanto, a altura da linha do horizonte, adap- tando-se ao que é visto ou ao que se pretende ver. kavalenkava volha/Shutterstock.com cap 04.indd 43 cap 04.indd 43 31/01/14 16:08 31/01/14 16:08
  • 45. 44 Desenho de Perspectiva Você já aprendeu que os raios visuais partem de um único ponto, PV, que é a reunião dos dois olhos do observador. Este livro enfoca a maneira de uma pessoa ver em uma altura média, contudo, é possível o observador posicionar-se acima ou abaixo dos objetos, fazendo a distância entre a linha de terra e a linha do horizonte variar. Você pode experimentar outras visualizações variando a altura do observador nos exemplos deste livro. Os conceitos apresentados neste capítulo têm como base o sistema cônico de projeção apresentado no Capítulo 1. Revise-o antes de responder as questões da seção Agora é com você! Fique de olho! Aprendemos neste capítulo, por meio de imagens, a nomenclatura básica para a compreensão de leituras de perspectiva linear exata; a existência de um plano em que os objetos e, geralmente, o observador estão assentes; o fato de o desenho acontecer em um plano imaginário entre o observador e o objeto. Percebemos que os olhos são o centro de onde divergem raios projetantes e são o elemento principal para o traçado de perspectiva. Compreendemos que, na altura do olhar, está a linha do horizonte onde a visão é transformada em pontos de fuga e medição, e, a partir do cone visual, a pers- pectiva é desenhada. Vamos recapitular? Agora é com você! 1) Fixe, em uma janela, uma folha de papel transparente (manteiga ou vegetal) e, com um lápis de grafite macio (2B a 6B), desenhe o que você vê. Dê preferência a paisagens urbanas. 2) Explique com suas palavras: a) Linha do horizonte. b) Plano geometral. c) Cone visual. d) Plano quadro. cap 04.indd 44 cap 04.indd 44 31/01/14 16:08 31/01/14 16:08
  • 46. 45 5 Método Visuais Dominantes Este capítulo tem o objetivo de definir os conceitos básicos pertinentes à perspectiva pelo método visuais dominantes. Mostra, passo a passo, o traçado desta técnica de desenho e seu produto final. Para começar 5.1 O que é o método visuais dominantes? É um método de representação gráfica de desenhos reais, tais quais se apresentam aos nossos olhos. Este método, também chamado por alguns autores como método dos arquitetos, utiliza como base as projeções ortogonais, em que a vista superior é colocada com suas arestas paralelas ao plano geometral e inclinadas em relação ao quadro. cap 05.indd 45 cap 05.indd 45 14/03/14 10:13 14/03/14 10:13
  • 47. 46 Desenho de Perspectiva Figura 5.1 - Perspectiva dos arquitetos. Para entender melhor este método, analise a técnica de desenho apresentada a seguir. Os conceitos básicos de perspectiva linear exata foram apresentados no Capítulo 4. Revise-o para melhor compreender este processo de perspectiva. Fique de olho! Tome como base um cubo. O observador está vendo o objeto inclinado em relação a ele. Mas como desenhar? Plano geometral Figura 5.2 - Posicionamento do objeto e do plano Q. Vector House/Shutterstock.com cap 05.indd 46 cap 05.indd 46 31/01/14 16:09 31/01/14 16:09
  • 48. 47 Método Visuais Dominantes Primeiro você precisa ter em mente que, quanto mais inclinada a face estiver em relação ao plano Q, menos você a verá; quanto menor for o ângulo entre o objeto e o Q, mais desta face será observada. Figura 5.3 - Exemplos de posicionamento do observador em relação à inclinação do objeto. Será preciso que você conheça as vistas ortogonais do objeto e, logo após, trace a vista supe- rior, o Q e o observador. Figura 5.4 - Vistas ortogonais do objeto e altura do observador. Para posicionar o observador, você deverá saber a DP (distância principal). Este afastamento do observador quanto ao plano Q é muito importante para que todo o objeto se encontre no campo de visão e você possa desenhá-lo. Para tanto, afaste o observador de uma a duas vezes e meia em relação à MDO (maior dimensão do objeto). A inclinação das faces deste será proporcional ao que se deseja detalhar melhor. cap 05.indd 47 cap 05.indd 47 14/03/14 10:14 14/03/14 10:14
  • 49. 48 Desenho de Perspectiva Vista superior Figura 5.5 - Ponto de distância. Em seguida, trace uma linha paralela à aresta da direita do objeto, que passe pelo observador (PV) e intercepte o plano Q. Você acabou de encontrar o ponto de FD (fuga da direita). Proceda da mesma maneira para o lado esquerdo, e encontrará o ponto de FE (fuga da esquerda). Vista superior Figura 5.6 - Pontos de fuga. cap 05.indd 48 cap 05.indd 48 31/01/14 16:09 31/01/14 16:09
  • 50. 49 Método Visuais Dominantes Ligue o PV aos vértices da vista superior. Observe que você cortará o plano Q quando efetuar este traçado. Estas interseções marcam as medidas de profundidades e de larguras, que são transferidas para o plano Q já com a redução visual para o traçado da perspectiva. Vista superior Figura 5.7 - Reduções de profundidades e larguras. Agora você vai passar ao desenho de perspectiva propriamente dito. Prolongue a linha de DP de maneira que tenha mais que a medida de altura do objeto. Na parte final da linha, trace uma perpendicular de fora a fora na sua área de desenho; esta é a LT (linha de terra). Em seguida, trace uma paralela a LT, com afastamento igual a altura do observador; esta é a linha do horizonte - LH. A interseção entre a linha de DP e a LH será o ponto onde repousa o olho do observador sobre o horizonte (PP). A interseção na LT é o “pé do observador”. Transfira o FD e o FE para a LH e, logo em seguida, trace uma linha do “pé do observador” para o FD e outra para FE. Transfira todas as medidas reduzidas de largura e profundidade, interceptando estas duas linhas fugitivas. cap 05.indd 49 cap 05.indd 49 14/03/14 10:14 14/03/14 10:14
  • 51. 50 Desenho de Perspectiva Vista superior Figura 5.8 - Transferência dos pontos e medidas para a área de desenho da perspectiva. Leve as marcações do lado da direita para o FE e as da esquerda, para FD. Você encontrará os vértices da vista superior e poderá traçar esta vista em perspectiva. Vista superior Figura 5.9 - Vista superior em perspectiva. cap 05.indd 50 cap 05.indd 50 31/01/14 16:09 31/01/14 16:09
  • 52. 51 Método Visuais Dominantes Só existe um lugar onde você encontra a VG (verdadeira grandeza) em alturas em perspectiva: o plano Q. Portanto, a aresta do cubo que está encostada no plano Q tem a VG. Estabeleça a altura do cubo nesta linha e a transfira esta dimensão para as outras arestas segundo a direção das arestas no chão. Vista superior Figura 5.10 - Traçado das alturas. Pronto! A perspectiva está concluída! Perspectiva Figura 5.11 - Perspectiva pelo método das visuais dominantes. Agora acompanhe a técnica de desenho em um exemplo mais complexo. cap 05.indd 51 cap 05.indd 51 14/03/14 10:15 14/03/14 10:15
  • 53. 52 Desenho de Perspectiva 5.2 Técnica de desenho Para você desenhar uma perspectiva por este método, terá que traçar a vista superior em escala. Vista superior Vista frontal Vista lateral Figura 5.12 - Vistas ortogonais e perspectiva. 5.2.1 Vista superior e traçados preliminares Tome como exemplo a Figura 5.12. Nela, aparecem as projeções ortogonais, as dimensões do objeto (casa esquemática) e o desenho de uma perspectiva dela, que é o último passo do método descrito a seguir. Todo o passo a passo está ilustrado no final do subtítulo 5.2. Fique de olho! O primeiro passo para realizar o desenho é posicionar a vista superior com suas arestas in- clinadas aleatoriamente em relação ao quadro. Em seguida, verifique a MDO (maior dimensão do objeto) que você está desenhando; multiplique esta medida entre uma ou duas vezes e meia seu valor numérico para achar a distância principal. DP = 1 a 2,5 × MDO O Q é um plano vertical e, se você olhar por cima, vista superior, este plano será repre- sentado apenas por uma reta horizontal. cap 05.indd 52 cap 05.indd 52 31/01/14 16:09 31/01/14 16:09
  • 54. 53 Método Visuais Dominantes No exemplo da Figura 5.2, a MDO é a altura da chaminé, que corresponde a 3,50 m. Usando o índice de 2, resulta uma DP = 7,00 m. Agora posicione o observador (PV) abaixo da linha do quadro, afastando-o segundo a DP (Distância Principal) encontrada. Trace uma reta perpendicular ao quadro, partindo do PV e marque PP. Posicione o objeto com sua vista superior inclinada ao Q. Usando os esquadros, trace paralelas às arestas externas frontais do objeto, uma para a direita e outra à esquerda, com origem em PV e avançando até interceptar o plano do quadro. Você encontrou o ponto de FD (fuga da direita) e o ponto de FE (fuga da esquerda), conforme a Figura 5.13! Ligue os vértices da vista do objeto ao PV com linhas de construção, cortando o quadro. Este traçado simples permite definir as medidas reduzidas das arestas em perspectiva, veja a Figura 5.14. Agora você pode traçar a planta baixa em perspectiva. Abaixo do desenho, prolongue a reta que contém PV até deixar uma área livre para desenhar a perspectiva. Trace a LH (linha do horizonte), que é perpendicular a essa reta; na interseção, você localizará o observador na perspectiva (PP). Desenhe a seguir a LT (linha de terra) paralela a LH, com afastamento igual à altura do observador. Neste exemplo, a altura do observador é de 1,50 m. Transporte para LH o PP, o FD e o FE. Estes últimos são os pontos de fuga da perspectiva que estamos desenhando, veja a Figura 5.15. Após os traçados preliminares, você começará o desenho da perspectiva a partir da vista superior “no chão” (plano geometral), conforme orientação a seguir. 5.2.2 Perspectiva da vista superior Observe que a vertical que contém o observador é a única linha inteiramente no plano do quadro (Q). Da interseção desta vertical com a LT, trace duas linhas fugitivas, uma para o FD e outra para o FE. Transporte para LT as medidas reduzidas encontradas para larguras e profundidades. Com o auxílio de perpendiculares, marque estas medidas nas linhas fugitivas externas. Observe a sequência de traçado e leve cada vértice para o PF correspondente, veja a Figura 5.16. Conclua inteiramente o traçado da vista superior em perspectiva para só então levantar as alturas, conforme as indicações na Figura 5.17. cap 05.indd 53 cap 05.indd 53 14/03/14 10:15 14/03/14 10:15
  • 55. 54 Desenho de Perspectiva Vista superior Figura 5.13 - Vista superior e traçados preliminares. cap 05.indd 54 cap 05.indd 54 31/01/14 16:09 31/01/14 16:09
  • 56. 55 Método Visuais Dominantes Vista superior Figura 5.14 - Vista superior e traçados preliminares. cap 05.indd 55 cap 05.indd 55 14/03/14 10:15 14/03/14 10:15
  • 57. 56 Desenho de Perspectiva Vista superior Figura 5.15 - Vista superior e traçados preliminares. cap 05.indd 56 cap 05.indd 56 31/01/14 16:09 31/01/14 16:09
  • 58. 57 Método Visuais Dominantes Vista superior Figura 5.16 - Vista superior e traçados preliminares. cap 05.indd 57 cap 05.indd 57 14/03/14 10:15 14/03/14 10:15
  • 59. 58 Desenho de Perspectiva Vista superior Figura 5.17 - Vista superior em perspectiva. cap 05.indd 58 cap 05.indd 58 31/01/14 16:09 31/01/14 16:09
  • 60. 59 Método Visuais Dominantes 5.2.3 Traçado final da perspectiva Com conhecimento das vistas frontal e lateral fornecidas no exercício, você poderá traçar o volume do objeto. Meça as alturas na linha vertical que contém o observador, pois este é o eixo onde se encontra a VG (verdadeira grandeza). Transporte estas alturas até o seu lugar no objeto, usando os pontos de fuga (FD e FE). Observe sempre o traçado da vista superior em perspectiva, pois este orienta a configuração das alturas. Faça cada volume separadamente, porque todos sempre repetirão o mesmo raciocínio. Trace primeiro o volume do corpo da casa esquemática. Meça a altura no eixo das alturas e faça o volume seguindo a direção dos fugas que foram utilizados no chão, veja a Figura 5.18. Agora repita o mesmo procedimento para encontrar a cumeeira do telhado. Depois de traçá- -la, ligue-a no corpo da casa, veja a Figura 5.19. Por último, construa o volume da chaminé, veja a Figura 5.20. Você traçou a casa esquemática em perspectiva pelo método das visuais dominantes. Reforce os contornos, e visualizará melhor o desenho que acabou de fazer, veja a Figura 5.21. cap 05.indd 59 cap 05.indd 59 14/03/14 10:16 14/03/14 10:16
  • 61. 60 Desenho de Perspectiva Vista superior Figura 5.18 - Traçado das alturas: corpo da casa esquemática. cap 05.indd 60 cap 05.indd 60 31/01/14 16:09 31/01/14 16:09
  • 62. 61 Método Visuais Dominantes Vista superior Figura 5.19 - Traçado das alturas: telhado da casa esquemática. cap 05.indd 61 cap 05.indd 61 14/03/14 10:16 14/03/14 10:16
  • 63. 62 Desenho de Perspectiva Vista superior Figura 5.20 - Traçado das alturas: chaminé da casa esquemática. cap 05.indd 62 cap 05.indd 62 31/01/14 16:09 31/01/14 16:09
  • 64. 63 Método Visuais Dominantes Vista superior Figura 5.21 - Traçado da perspectiva de casa esquemática. cap 05.indd 63 cap 05.indd 63 14/03/14 10:16 14/03/14 10:16
  • 65. 64 Desenho de Perspectiva Foi desenvolvida neste capítulo a técnica de traçado de perspectiva pelo método visuais do- minantes, no qual a vista superior é posicionada paralela ao plano geometral e inclinada ao quadro. Apresentamos dois pontos de fuga no mínimo; as paralelas, de mesma direção, têm sobre LH o mesmo PF. O método estudado necessita do traçado da vista ortogonal superior em escala, posicionado nos planos geometral e Q; o eixo de alturas está no Q e em VG. Vamos recapitular? Agora é com você! 1) Desenhe a perspectiva do pórtico representado em projeções ortogonais, verificando a posição do observador marcada na vista superior. H do observador = 1,50 m (utilize escala 1:50). Recomenda-se o uso de folha tamanho A2. Vista superior Vista frontal Vista lateral Figura 5.22 cap 05.indd 64 cap 05.indd 64 31/01/14 16:09 31/01/14 16:09
  • 66. 65 Método Visuais Dominantes 2) Desenhe a perspectiva do conjunto de objetos representado pela projeção ortogonal, verificando a posição do observador marcada na vista superior. H do observador = 2,50 m (utilize escala 1:50). Recomenda-se o uso de folha tamanho A2. Vista superior Vista frontal Vista lateral Figura 5.23 3) Desenhe a perspectiva da casa representada pela projeção ortogonal, verificando a posição do observador marcada na vista superior. H do observador = 1,50 m (utilize escala 1:50). Recomenda-se o uso de folha tamanho A2. Vista superior Vista frontal Vista lateral Figura 5.24 cap 05.indd 65 cap 05.indd 65 14/03/14 10:17 14/03/14 10:17
  • 67. 66 Desenho de Perspectiva 4) Desenhe a perspectiva do conjunto de objetos representado pela projeção ortogonal, verificando a posição do observador marcada na vista superior. H do observador = 1,50 m (utilize escala 1:25) Recomenda-se o uso de folha tamanho A2. Vista superior Vista frontal Vista lateral Figura 5.25 5) Desenhe a perspectiva do sólido representado pela projeção ortogonal, verificando a posição do observador marcada na vista superior. H do observador = 1,50 m (utilize escala 1:25). Recomenda-se o uso de folha tamanho A2. Vista superior Vista frontal Vista lateral Figura 5.26 cap 05.indd 66 cap 05.indd 66 31/01/14 16:09 31/01/14 16:09
  • 68. 67 6 Método Três Escalas Este capítulo tem o objetivo de definir os conceitos básicos pertinentes à perspectiva pelo método três escalas. Mostra, por um passo a passo, o traçado desta técnica de desenho e seu produto final. Para começar 6.1 O que é o método três escalas? Método das três escalas, também conhecido como de um ponto de fuga, é um método de desenhar a realidade tridimensional, no qual uma face do objeto se encontra paralela ao plano quadro e o observador olha para ela de frente. É o método mais usado em perspectivas de interiores, o qual apresenta três eixos de coordenadas: um de larguras, um de alturas e um de profundidades. cap 06.indd 67 cap 06.indd 67 14/03/14 10:19 14/03/14 10:19
  • 69. 68 Desenho de Perspectiva Figura 6.1 - Perspectiva de um ponto de fuga. Para entender melhor este método, analise a técnica de desenho apresentada a seguir. Tome como base um cubo. O observador está vendo o objeto com sua frente (face frontal) paralela em relação a ele. Mas como desenhar? Plano geometral Figura 6.2 - Posicionamento do objeto e do plano Q. Vector House/Shutterstock.com cap 06.indd 68 cap 06.indd 68 31/01/14 16:10 31/01/14 16:10
  • 70. 69 Traçar uma perspectiva por este método é bastante simples. Você precisa saber a posição do observador em relação à face frontal. Não é preciso o conhecimento das vistas ortogonais, um cro- qui com o posicionamento e as medidas do objeto são suficientes. Também não é necessário traçar a vista superior; você já pode passar ao traçado da perspectiva! Figura 6.3 - Croqui com as informações necessárias para desenhar a perspectiva. É importante salientar que os conceitos básicos de perspectiva linear exata foram apresentados no Capítulo 4. Revise-o para melhor compreender este processo de perspectiva. Fique de olho! Trace a LT no terço inferior da folha; em seguida, trace uma paralela a ela, com a distân- cia da altura do observador entre elas, esta é a LH. Olhe no croqui a posição do observador. Note que, quanto mais se aproxima de uma face lateral, menos a verá e vice-versa. No nosso exemplo, o observador estará centralizado. Figura 6.4 - Exemplos de posicionamento do observador em relação às laterais do objeto. Trace uma perpendicular com origem em LT e que avance sobre a LH. Na interseção, você achou o PP, que, neste tipo de perspectiva, é o próprio ponto de fuga. Agora precisa encontrar o PD (ponto de distância) sobre LH. cap 06.indd 69 cap 06.indd 69 31/01/14 16:10 31/01/14 16:10 Método Três Escalas
  • 71. 70 Desenho de Perspectiva Como no método anterior, multiplique uma ou duas vezes e meia o MDO para saber a medida. Coloque esta medida à direita ou à esquerda do PP sobre a LH. O DP, neste método, fará a redução das medidas de profundidade (das linhas fugitivas). Figura 6.5 - PD (Ponto de distância). Marque as medidas de larguras, segundo a posição do observador, sobre LT. Toda marcação de largura deve fugar para PP. Figura 6.6 - Posição do observador. Se você marcou PD à esquerda do observador, deve colocar as profundidades a partir do final das larguras sobre LT à direita. Proceda como se estivesse abrindo a figura, deixando as medidas lado a lado. cap 06.indd 70 cap 06.indd 70 31/01/14 16:10 31/01/14 16:10
  • 72. 71 Método Três Escalas Cada marcação sobre LT deve unir-se a PD. Marque as interseções entre estas linhas e a linha mais externa de larguras, já fugadas, na direita. Você acabou de achar as reduções das profundidades! Figura 6.7 - Profundidades. Trace paralelas à LT que passem pelas marcações das profundidades reduzidas. Você encon- trará os vértices da vista superior do objeto, ou seja, a própria vista em perspectiva. Figura 6.8 - Vista superior em perspectiva. Lembre-se de que, em todo plano Q, você encontra as VG (verdadeiras grandezas) das medidas das alturas; sendo assim marque as alturas sobre Q com origem em LT. Transfira as marcações de alturas para as arestas segundo sua direção no chão. cap 06.indd 71 cap 06.indd 71 14/03/14 10:21 14/03/14 10:21
  • 73. 72 Desenho de Perspectiva Figura 6.9 - Traçado de alturas. A perspectiva ficou pronta! Figura 6.10 - Perspectiva pelo método das três escalas. Agora acompanhe a técnica de desenho em um exemplo mais complexo. 6.2 Técnica de desenho Apenas com o auxílio de um croqui posicionando o observador e sabendo-se as medidas do objeto, é possível fazer a sua representação gráfica tridimensional. cap 06.indd 72 cap 06.indd 72 31/01/14 16:10 31/01/14 16:10
  • 74. 73 Método Três Escalas Vista superior Vista frontal Perspectiva Figura 6.11 - Vistas ortogonais e perspectiva de casa esquemática pelo método das três escalas. 6.2.1 Traçados preliminares Neste método você deve imaginar que é o próprio observador; sendo assim a folha será o plano quadro. Inicie traçando uma horizontal no terço inferior da folha; esta será a LT. Utilizando a altura do observador, trace LH paralela e acima da LT. Posicione a projeção do olho do observador sobre a linha do horizonte (PP). Neste método o PP é o ponto em que as linhas fugitivas convergem, ou seja, é o ponto de fuga. Para que seja possível medir as profundidades, você usará um PD (ponto de distância), que se posicionará à direita ou à esquerda do PP, sobre a LH. A distância entre PP e PD corresponde à DP (distância principal) e mede entre uma a duas vezes e meia em relação à maior dimensão do objeto. DP = 1 a 2,5 × MDO Figura 6.12 - Traçados preliminares. cap 06.indd 73 cap 06.indd 73 14/03/14 10:21 14/03/14 10:21
  • 75. 74 Desenho de Perspectiva 6.2.2 Perspectiva da vista superior Marque as larguras em verdadeira grandeza sobre LT, que é o eixo das larguras. As pro- fundidades também deverão ser apontadas sobre a LT em verdadeira grandeza, mas sofrerão re- dução em suas medidas com o uso do PD. Toda marcação de largura é feita na LT, e fuga, para o PP; as larguras determinam a posição do objeto. Figura 6.13 - Traçado das larguras. Observe que PD está à esquerda do PP sobre a LH, logo as medidas de profundidade serão rebatidas à direita das larguras, sobre LT. Figura 6.14 - Redução das medidas de profundidade. cap 06.indd 74 cap 06.indd 74 31/01/14 16:10 31/01/14 16:10
  • 76. 75 Método Três Escalas Convirja as marcações de profundidade para o PD e, quando estas retas de construção interceptarem a linha fugitiva externa, a medida de profundidade já apresentará redução. Destas interseções, trace paralelas a LT, que definirão o restante do traçado da vista superior em perspectiva. Figura 6.15 - Traçado da vista superior em perspectiva. Observe, identifique e reforce a vista superior em perspectiva. Figura 6.16 - Traçado da vista superior em perspectiva. 6.2.3 Traçado final da perspectiva Para você desenhar a altura do objeto, basta medir a verdadeira grandeza no plano Q. Tudo que toca o Q está em verdadeira VG (grandeza escalar). As alturas são transportadas para sua posição correta, seguindo as mesmas direções usadas na vista superior em perspectiva. cap 06.indd 75 cap 06.indd 75 14/03/14 10:22 14/03/14 10:22
  • 77. 76 Desenho de Perspectiva Observe a parte da casa esquemática que deseja elevar em primeiro lugar. Tome o corpo da casa; meça a sua altura em VG, que deve ter origem em LT. Com a marcação da medida desejada, trace as direções conforme o já encontrado no “chão”. Figura 6.17 - Traçado das alturas: corpo da casa esquemática. Agora meça a altura do telhado em VG e, novamente, use as direções do chão para encontrar a cumeeira. Depois de encontrá-la, ligue suas extremidades ao corpo da casa. Figura 6.18 - Traçado das alturas: telhado da casa esquemática. Agora, para encontrar a chaminé, repita o procedimento. Cada parte do objeto traçado é como um objeto novo. É uma constante repetição do método. Fique de olho! cap 06.indd 76 cap 06.indd 76 31/01/14 16:10 31/01/14 16:10
  • 78. 77 Método Três Escalas Figura 6.19 - Traçado das alturas: chaminé da casa esquemática. Você traçou a casa esquemática em perspectiva pelo método das três escalas. Reforce os contornos, e visualizará melhor o desenho que acabou de fazer. Figura 6.20 - Traçado da perspectiva de casa esquemática. Foi desenvolvida neste capítulo a técnica de traçado de perspectiva pelo método três escalas, cuja vista superior é posicionada com uma face paralela ao Q e apresenta um ponto de fuga. Vimos que retas paralelas à LT permanecem paralelas a LT; retas verticais, perpendiculares ao plano geometral, continuam verticais perpendiculares a ele; retas perpendiculares ao Q fugam para PP; e, no Q, está à verdadeira grandeza escalar. Ressaltamos que, depois de as medidas de profundidade serem reduzidas, não se utiliza mais o ponto de distância; alturas só utilizam fugas. Vamos recapitular? cap 06.indd 77 cap 06.indd 77 14/03/14 10:22 14/03/14 10:22
  • 79. 78 Desenho de Perspectiva Agora é com você! Antes de resolver os exercícios abaixo: 1) Trace a perspectiva do objeto proposto na Figura 6.21, pelo método das três escalas, sabendo que o observador está a uma altura H = 2,00 m. Calcule PD = 1 × MDO (utilize escala 1:50). Recomenda-se o uso de folha formato A3. Vista superior Vista frontal Figura 6.21 Sempre trace, em primeiro lugar, as LT e LH e coloque os pontos de distância e fugas. Em segundo lugar, trace a vista superior em perspectiva. Sempre que você estiver confuso e per- dido em relação a alturas, observe o de- senho da vista superior em perspectiva no “chão”, o qual sempre indica a dire- ção a seguir. cap 06.indd 78 cap 06.indd 78 31/01/14 16:10 31/01/14 16:10
  • 80. 79 Método Três Escalas 2) Observe o croqui do conjunto de objetos. Com base nessas informações, desenhe a perspectiva pelo método das três escalas, sabendo que o observador está a uma altura H = 1,50 m. Calcule PD = 1,5 × MDO (utilize escala 1:75). Recomenda-se o uso de folha tamanho A3. Vista superior Vista frontal Figura 6.22 3) Trace a perspectiva do objeto proposto na Figura 6.23, pelo método das três escalas, sabendo que o observador está a uma altura H = 4,50 m. Calcule PD = 2 × MDO (utilize escala 1:50) Recomenda-se o uso de folha formato A3. Vista superior Vista frontal Figura 6.23 cap 06.indd 79 cap 06.indd 79 14/03/14 10:22 14/03/14 10:22
  • 81. 80 Desenho de Perspectiva 4) Trace a perspectiva do objeto proposto na Figura 6.24, pelo método das três escalas, sabendo que o observador está a uma altura H = 4,00 m. Calcule PD = 2,5 × MDO (utilize escala 1:50). Recomenda-se o uso de folha formato A3. Vista superior Vista frontal Figura 6.24 5) Trace a perspectiva da escada, pelo método das três escalas, sabendo que o obse- rvador está a uma altura H = 2,50 m. Calcule PD = 2 × MDO (utilize escala 1:25). Recomenda-se o uso de folha formato A2. Vista superior Vista lateral Figura 6.25 cap 06.indd 80 cap 06.indd 80 31/01/14 16:10 31/01/14 16:10
  • 82. 81 7 Método Pontos Medidores Este capítulo tem o objetivo de definir os conceitos básicos pertinentes à perspectiva, pelo método dos pontos medidores, sua utilização e técnica de desenho. Mostra, passo a passo, o traçado desta técnica de desenho e seu produto final. Para começar 7.1 O que é método pontos medidores? De autoria do professor doutor Gastão Bahiana, este é um método de desenho para mostrar a tridimensionalidade dos objetos. Nele há a combinação dos dois métodos já estudados. Asse- melha-se ao das visuais dominantes, porque as larguras e profundidades estão em uma posição de paralelismo ao plano geometral e de inclinação em relação ao quadro. Também se assemelha ao das três escalas, porque basta um croqui que dimensione o objeto para que seja possível desenhar a perspectiva. Outra semelhança com este método é o uso de pontos de distância, que fazem a redução das medidas fugitivas. cap 07.indd 81 cap 07.indd 81 14/03/14 10:23 14/03/14 10:23
  • 83. 82 Desenho de Perspectiva Figura 7.1 - Perspectiva pelo método dos pontos medidores. Para entender melhor este método, analise a técnica de desenho apresentada a seguir. É importante salientar que os conceitos básicos de perspectiva linear exata foram apresentados no Capítulo 4. Revise-o para melhor compreender este processo de perspectiva. Fique de olho! Tome como base um cubo. Plano geometral Figura 7.2 - Posicionamento do objeto e do plano Q. Vector House/Shutterstock.com cap 07.indd 82 cap 07.indd 82 31/01/14 16:11 31/01/14 16:11
  • 84. 83 Método Pontos Medidores O observador está vendo o objeto inclinado em relação a ele. Mas como desenhar? Não é preciso o conhecimento das vistas ortogonais; um croqui com o posicionamento e as medidas do objeto são suficientes. Não é necessário, no traçado preliminar, traçar a vista superior; você já pode passar diretamente para a perspectiva! Figura 7.3 - Croqui com as informações necessárias para desenhar a perspectiva. Trace a LT no terço inferior da folha. Em seguida, desenhe uma paralela a ela, com a distância da altura do observador entre elas; esta é a LH. Trace uma perpendicular de origem em LT, que se prolongue além da LH. Você encontrará PP. Olhe no croqui a posição do observador. O objeto a perspectivar está posicionado inclinado ao plano Q e paralelo ao plano geometral. Com base na trigonometria e na geometria descritiva, o professor Gastão Bahiana chegou a valores de afastamentos específicos para cada ângulo do objeto em relação ao plano Q. Ele desenvolveu uma tabela com índices, para facilitar o cálculo dos pontos de fuga e dos pontos de distância. Estes últimos ele chamou de pontos medidores. No método, FE significa fuga da esquerda; MD, medidor da direita; FD, fuga da direita e ME, medidor da esquerda. engenharia, foi professor da Escola Nacional de Belas Artes e da primeira Escola de Arquitetura do Brasil. Ministrou as disciplinas de Geometria Descritiva, Estereotomina e Perspectiva e Sombras até meados do século XX. Amplie seus conhecimentos Quanto mais inclinada a face estiver em relação ao plano Q, menos você a verá; quanto menor for o ângulo entre o objeto e o Q, mais desta face será observada. cap 07.indd 83 cap 07.indd 83 14/03/14 10:24 14/03/14 10:24
  • 85. 84 Desenho de Perspectiva Quadro 7.1 - Fragmento da tabela Gastão Bahiana a À esquerda de PP À direita de PP FE MD FD ME 15º 3,7320 0,7673 0,2679 0,1316 30º 1,7320 0,5773 0,5773 0,2679 45º 1,0000 0,4142 1,0000 0,4142 60º 0,5773 0,2679 1,7320 0,5773 75º O,2679 0,1316 3,7320 0,7673 Veja qual o ângulo pedido no croqui ou como você deseja visualizar o objeto. Entre no Quadro 7.1 para o ângulo desejado. Calcule o PD multiplicando de uma a duas vezes e meia o MDO, maior dimensão do objeto. Com posse deste valor multiplique-o pelos índices do Quadro 7.2. Quadro 7.2 30º FE (MDO × 2,5) × 1,732 (2,00 m × 2,5) × 1,732 8,66 m MD (MDO × 2,5) × 0,5773 (2,00 m × 2,5) × 0,5773 2,8865 m FD (MDO × 2,5) × 0,5773 (2,00 m × 2,5) × 0,5773 2,8865 m ME (MDO × 2,5) × 0,2679 (2,00 m × 2,5) × 0,2679 1,3395 m Note que você encontrou quatro medidas: duas para a direita do observador e duas para sua esquerda. Os medidores farão as reduções das medidas de larguras e profundidades; os fugas serão utilizados para o traçado da perspectiva. Marque os fugas e medidores sobre LH afastados para a direita e para a esquerda de PP. Trace uma linha do “pé do observador” para o FD e outra para FE. Figura 7.4 - Traçados preliminares, pontos de fuga e medidores. Neste método se utiliza constantemente a leitura de ângulos complementares. Sem- pre verifique o local do ângulo na vista superior e na tabela. cap 07.indd 84 cap 07.indd 84 31/01/14 16:11 31/01/14 16:11
  • 86. 85 Método Pontos Medidores Marque as medidas de profundidade e de largura sobre a LT, para a direita e para a esquerda do observador. Logo em seguida, pegue as medidas da esquerda e ligue com o ME (medidor da esquerda), que estará à direita de PP sobre a LH. Marque as interseções entre estas linhas e a linha fugitiva à esquerda. Você acabou de achar as reduções das medidas da esquerda! Figura 7.5 - Redução das larguras. Agora pegue as medidas da direita e ligue com o MD (medidor da direita), que está à esquerda de PP sobre LH. Marque as interseções entre estas linhas e a linha fugitiva à direita. Você acabou de achar as reduções das medidas da direita! Figura 7.6 - Redução das profundidades. cap 07.indd 85 cap 07.indd 85 14/03/14 10:24 14/03/14 10:24
  • 87. 86 Desenho de Perspectiva Com base nas marcações destas medidas, trace linhas partindo delas em direção aos pontos de fuga. Ligue as medidas que estão na direita ao FE; e as que estão na esquerda, ao FD. Veja que você poderá identificar as arestas e os vértices da vista superior; portanto, você acabou de desenhá-la em perspectiva. Figura 7.7 - Vista superior em perspectiva. Só existe um lugar onde você encontra a VG (verdadeira grandeza) das alturas em perspectiva: o plano Q. Observe que uma aresta do cubo está em VG. Meça a altura nesta linha e transfira para as outras arestas segundo a direção dos fugas já traçadas no chão. Altura Figura 7.8 - Traçado das alturas. cap 07.indd 86 cap 07.indd 86 31/01/14 16:11 31/01/14 16:11
  • 88. 87 Método Pontos Medidores Pronto! A perspectiva está feita! Figura 7.9 - Perspectiva pelo método dos pontos medidores. Agora acompanhe a técnica de desenho em um exemplo mais complexo. 7.2 Técnica de desenho Apenas com o auxílio de um croqui posicionando o observador e sabendo-se as medidas do objeto, é possível fazer a perspectiva pelo método dos pontos medidores. Vista frontal Vista superior O bs. Perspectiva Figura 7.10 - Vistas e perspectiva de casa esquemática pelo método dos pontos medidores. cap 07.indd 87 cap 07.indd 87 14/03/14 10:24 14/03/14 10:24
  • 89. 88 Desenho de Perspectiva 7.2.1 Traçados preliminares Trace uma horizontal no terço inferior da folha, esta será a LT. Utilizando a altura do observador, traceje LH, paralela e acima da LT. Posicione a projeção do olho do observador sobre a linha do horizonte e crie uma perpendicular que passe pelo PP, corte LT e se prolongue acima de LH. Esta vertical é o eixo da VG das alturas. Calcule a distância principal: DP = 1 a 2,5 × MDO Veja a inclinação do objeto em relação ao plano quadro na Figura 7.10. Procure no Qua- dro 7.3 os índices correspondentes ao ângulo escolhido e multiplique-os pela distância principal. Use 2 como índice de DP: Quadro 7.3 45º FE (MDO x 2,0) × 1,00 (3,50 m x 2) × 1,00 7,00 m MD (MDO x 2,0) × 0,4142 (3,50 m x 2) × 0,4142 2,8994 m FD (MDO x 2,0) × 1,00 (3,50 m x 2) × 1,00 7,00 m ME (MDO x 2,0) × 0,4142 (3,50 m x 2) × 0,4142 2,8994 m Marque sobre a linha do horizonte, à esquerda do PP, o valor encontrado para FE e MD. Insira FD e ME à direita. Os medidores têm a mesma função que o PD na perspectiva das três escalas, ou seja, eles servem para encontrar a redução das medidas do objeto que estamos desenhando em perspectiva. Observe que os medidores se posicionam no lado inverso das medidas que você irá reduzir. Todo passo a passo será ilustrado a seguir. Fique de olho! 7.2.2 Perspectiva da vista superior Na interseção do eixo das alturas com a LT, trace uma reta fugando para FE e outra, para FD. Estas linhas contêm as arestas externas do objeto já em perspectiva, veja a Figura 7.11. Sobre a LT em verdadeira grandeza, marque as medidas de profundidade à direita do pé do observador. Trace linhas de construção ligando as medidas de profundidade ao MD. Desenhe a interse- ção destas linhas com a linha fugitiva já traçada à direita. Você acabou de encontrar a redução das medidas de profundidade, veja a Figura 7.12. cap 07.indd 88 cap 07.indd 88 31/01/14 16:11 31/01/14 16:11
  • 90. 89 Método Pontos Medidores Figura 7.11 - Traçados preliminares, pontos de fuga e medidores. cap 07.indd 89 cap 07.indd 89 14/03/14 10:25 14/03/14 10:25
  • 91. 90 Desenho de Perspectiva Figura 7.12 - Redução das medidas de profundidade. cap 07.indd 90 cap 07.indd 90 31/01/14 16:11 31/01/14 16:11
  • 92. 91 Método Pontos Medidores Crie linhas de construção ligando as medidas de larguras ao ME. Marque a interseção destas linhas com a linha fugitiva já traçada à esquerda. Você acabou de encontrar a redução das medidas de largura, veja a Figura 7.13. Agora una as marcações sobre a linha fugitiva à es- querda ao ponto de fuga da direita e as marcações sobre a linha fugitiva à direita ao ponto de fuga da esquerda, veja a Figura 7.14. Faça uma pequena marca nas interseções destas linhas fugitivas entre si, veja a Figura 7.15. Observe o resultado. Você traçou a vista superior em perspectiva. Reforce esta vista, veja a Figura 7.16. 7.2.3 Traçado final da perspectiva Agora que você já determinou a vista superior em perspectiva, já pode completar este desenho, colocando as alturas da casa esquemática. Você já havia traçado o eixo de VG de alturas, bem como uma perpendicular que contém PP e corta LT e LH. Da interseção deste eixo com a LT, partiram as primeiras linhas aos pontos de fuga. Apenas este eixo contém a VG das medidas de altura, porque ele toca o plano Q. Meça as alturas na linha de VG e transporte-as até o seu lugar no objeto, usando os pontos de fuga (FD e FE). Observe sempre o traçado da vista superior em perspectiva, pois ele orienta o traço das alturas. Faça cada volume separadamente, porque cada volume sempre repetirá o mesmo raciocínio. Trace primeiro o volume do corpo da casa esquemática. Meça a altura no eixo das alturas e faça o volume seguindo a direção dos fugas que foram utilizados no chão, veja a Figura 7.17. Agora repita o mesmo procedimento para encontrar a cumeeira do telhado. Depois de traçá-la, ligue-a ao corpo da casa, veja a Figura 7.18. Por último, construa o volume da chaminé, veja a Fi- gura 7.19. Você traçou a casa esquemática em perspectiva pelo mé- todo dos pontos medidores. Reforce os contornos e você visua- lizará melhor o desenho que acabou de fazer. A perspectiva está pronta, veja a Figura 7.20. Depois que as medidas de largura e profun- didade forem reduzidas, NÃO utilize mais os medidores. Sempre trace, em primeiro lugar, as LT e LH, e coloque os pontos de distância e fugas. Em segundo lugar, desenhe a vista superior em perspectiva. Sempre que você estiver confuso e perdido em relação a alturas, observe o desenho da vista superior em perspectiva no “chão”, o qual sempre in- dica a direção a seguir. cap 07.indd 91 cap 07.indd 91 14/03/14 10:25 14/03/14 10:25
  • 93. 92 Desenho de Perspectiva Figura 7.13 - Redução das medidas de larguras. cap 07.indd 92 cap 07.indd 92 31/01/14 16:11 31/01/14 16:11
  • 94. 93 Método Pontos Medidores Figura 7.14 - Traçado das reduções até pontos de fuga. cap 07.indd 93 cap 07.indd 93 14/03/14 10:26 14/03/14 10:26
  • 95. 94 Desenho de Perspectiva Figura 7.15 - Marcação dos vértices da vista em perspectiva. cap 07.indd 94 cap 07.indd 94 31/01/14 16:11 31/01/14 16:11
  • 96. 95 Método Pontos Medidores Figura 7.16 - Vista superior em perspectiva graficada. cap 07.indd 95 cap 07.indd 95 14/03/14 10:26 14/03/14 10:26
  • 97. 96 Desenho de Perspectiva Figura 7.17 - Traçado das alturas: corpo da casa esquemática. cap 07.indd 96 cap 07.indd 96 31/01/14 16:11 31/01/14 16:11
  • 98. 97 Método Pontos Medidores Figura 7.18 - Traçado das alturas: telhado da casa esquemática. cap 07.indd 97 cap 07.indd 97 14/03/14 10:26 14/03/14 10:26
  • 99. 98 Desenho de Perspectiva Figura 7.19 - Traçado das alturas: chaminé da casa esquemática. cap 07.indd 98 cap 07.indd 98 31/01/14 16:11 31/01/14 16:11
  • 100. 99 Método Pontos Medidores Figura 7.20 - Traçado da perspectiva de casa esquemática. cap 07.indd 99 cap 07.indd 99 14/03/14 10:26 14/03/14 10:26
  • 101. 100 Desenho de Perspectiva Foi desenvolvida neste capítulo a técnica de traçado de perspectiva pelo método dos pontos medidores, cuja vista superior é posicionada paralela ao plano geometral e inclinada ao Q. Apre- sentamos dois pontos de fuga e dois pontos medidores. Vimos que retas paralelas ao plano geometral e inclinadas ao Q fugam e que retas verticais perpendiculares ao plano geometral continuam verticais e perpendiculares ao a ele. Aprendemos que, em LT, profundidades e larguras são medidas em VG, as quais são reduzidas com o auxílio dos medidores, que, depois disto, não são mais utilizados. Notamos que alturas só utilizam fugas e que o eixo de alturas está no Q e em VG. Vamos recapitular? Agora é com você! 1) Desenhe a perspectiva do conjunto de objetos representado na Figura 7.21. Note a posição e inclinação do observador para calcular os pontos de fuga e medidores. Vista superior Vista frontal Figura 7.21 cap 07.indd 100 cap 07.indd 100 31/01/14 16:11 31/01/14 16:11
  • 102. 101 Método Pontos Medidores H do observador = 2,00 m (utilize escala 1:25). Recomenda-se o uso de folha tamanho A2. Quadro 7.4 a= FE MD FD ME 2) Observe o desenho da torre. 2. Trace a perspectiva pelo método dos pontos medi- dores, com base nas informações. Vista superior Vista frontal Figura 7.22 cap 07.indd 101 cap 07.indd 101 14/03/14 10:27 14/03/14 10:27
  • 103. 102 Desenho de Perspectiva H do observador = 2,00 m (utilize escala 1:25). Recomenda-se o uso de folha tamanho A2. Quadro 7.5 a= FE MD FD ME 3) Observe o desenho com base circular. Trace a perspectiva pelo método dos pontos medidores, utilizando as informações. Vista superior Vista frontal Figura 7.23 cap 07.indd 102 cap 07.indd 102 31/01/14 16:11 31/01/14 16:11
  • 104. 103 Método Pontos Medidores H do observador = 1,50 m (utilize escala 1:25). Recomenda-se o uso de folha tamanho A2. Quadro 7.6 a= FE MD FD ME 4) Trace a perspectiva pelo método dos pontos medidores, com base no croqui do só- lido espacial. Vista superior Vista frontal Figura 7.24 cap 07.indd 103 cap 07.indd 103 14/03/14 10:29 14/03/14 10:29
  • 105. 104 Desenho de Perspectiva H do observador = 2,00 m (utilize escala 1:25). Recomenda-se o uso de folha tamanho A2. Quadro 7.7 a= FE MD FD ME 5) Desenhe a perspectiva pelo método dos pontos medidores, com base no croqui dos dois prédios. Vista superior Vista frontal Figura 7.25 H do observador = 1,00 m (utilize escala 1:25). Recomenda-se o uso de folha tamanho A2. Quadro 7.8 a= FE MD FD ME cap 07.indd 104 cap 07.indd 104 31/01/14 16:11 31/01/14 16:11
  • 106. 105 8 Noções de Sombras Este capítulo tem por objetivo definir algumas convenções para o traçado da projeção das sombras nas perspectivas. Mostra as diferenças entre a origem da iluminação e as diferenças no seu traçado. Mostra através de um passo a passo o traçado desta técnica de desenho e seu produto final. Para começar 8.1 O que são sombras? Para que se defina sombras será necessário falar de luz e de focos luminosos. O estudo da ótica evidencia o princípio da propagação retilínea da luz. De um foco os raios luminosos partem em linha reta e quando a luz encontra em seu caminho um objeto que não permite a propagação da luz através de si, observa-se a sombra e a penumbra. Quando um objeto está em sombra, diz-se que ele está escuro. Já quando ele está na pe- numbra, ele recebe parte da luz em forma mais difusa. Neste estudo de traçado de sombras em perspectiva não se leva em conta as regiões de penumbra. Apenas são marcadas as regiões escuras, ou em sombra. Os raios luminosos tangenciam os corpos que intercepta em seu percurso. Este tangenciamento permite que se delineie o contorno da região escurecida. Observa-se que fica definida uma região iluminada, clara, e uma região escurecida, em sombra. Retome os conceitos do capítulo 1 deste livro, nele foram apresentados os siste- mas de projeções cilíndrico e cônico. cap 08.indd 105 cap 08.indd 105 31/01/14 16:12 31/01/14 16:12
  • 107. 106 Desenho de Perspectiva A teoria de luz e sombra se divide em duas partes: A fonte luminosa que projeta luz por intermédio de seus raios e ilumina a parte dos corpos que estão expostos a eles. As sombras que são a parte escurecida do objeto exposto, a parte contrária à exposição luminosa (sombra própria) e sua projeção em outros corpos e planos (sombra projetada). Figura 8.1 - Projeção de sombras. 8.2 Tipos de sombras de acordo com a fonte luminosa O foco luminoso pode ser natural ou artificial. Figura 8.2 - Iluminação natural. Figura 8.3 - Iluminação artificial. sellingpix/Shutterstock.com FooTToo/Shutterstock.com Mark Orfi la/Shutterstock.com cap 08.indd 106 cap 08.indd 106 31/01/14 16:12 31/01/14 16:12
  • 108. 107 Noções de Sombras Você vai encontrar semelhanças e diferenças entre os dois tipos de iluminação. Veja que a posição do objeto em relação à fonte luminosa vai fazer com que a percepção da sombra varie. Na sombra por luz natural é convencionada a posição do sol em relação ao objeto. Foco de luz Sombra própria Sombra projetada Figura 8.4 - Sombras com luz natural. Na sombra por luz artificial a posição do foco está vinculada ao tipo de luminária e seu local relação ao objeto, você deve observar que os raios luminosos são divergentes e bem próximos ao objeto. Foco de luz Sombra própria Sombra projetada Figura 8.5 - Sombras com luz artificial. 8.2.1 Sombras com iluminação natural Existem três tipos mais usuais de sombras provenientes da luz solar. Estão ligados a posição do sol em relação ao observador. cap 08.indd 107 cap 08.indd 107 31/01/14 16:12 31/01/14 16:12
  • 109. 108 Desenho de Perspectiva Sol ao lado do observador Os raios luminosos são paralelos ao Q e se mantém paralelos mesmo sobre a perspectiva. Assemelha-se ao sol das 10 horas da manhã ou o das 14 horas. É extremamente fácil de desenhar e de resultado visual bastante satisfatório. Para traçar você só precisa usar o esquadro de 45º e fazer linhas auxiliares que passem pelos vértices dos objetos, simulando os raios solares. Pelo chão, plano geometral, a sombra se propaga pelos vértices em forma de paralelas ao Q. Veja o passo a passo e o resultado final. Projeção da luz Figura 8.6 - Projeção das sombras. Projeção da luz Sombra Figura 8.7 - Sombras com o sol ao lado do observador. Sol na frente do observador O sol está atrás do plano Q, o observador o avista e a sombra avança em sua direção. O foco de raios luminosos é colocado acima da LH em sentido oposto ao PP e projeta-se também sobre a LH. Suas distâncias devem ser experimentadas segundo a conveniência do desenho. Veja o passo a passo e o resultado final. cap 08.indd 108 cap 08.indd 108 31/01/14 16:12 31/01/14 16:12
  • 110. 109 Noções de Sombras Projeção da luz Foco de luz Figura 8.8 - Posição do sol e do objeto. Projeção da luz Foco de luz Figura 8.9 - Projeção das sombras. cap 08.indd 109 cap 08.indd 109 31/01/14 16:12 31/01/14 16:12
  • 111. 110 Desenho de Perspectiva Projeção da luz Foco de luz Sombra Figura 8.10 - Sombras com o sol na frente do observador. Sol por trás do observador O sol está atrás do observador. O foco de raios luminosos é colocado abaixo da LH em sentido oposto ao PP e projeta-se também sobre a LH. Suas distâncias devem ser experimentadas segundo a conveniência do desenho. Veja o passo a passo e o resultado final. Projeção da luz Foco de luz Figura 8.11 - Posição do sol e do objeto. cap 08.indd 110 cap 08.indd 110 31/01/14 16:12 31/01/14 16:12
  • 112. 111 Noções de Sombras Projeção da luz Foco de luz Figura 8.12 - Projeção das sombras. Projeção da luz Sombra Foco de luz Figura 8.13 - Sombras com o sol por trás do observador. cap 08.indd 111 cap 08.indd 111 31/01/14 16:12 31/01/14 16:12
  • 113. 112 Desenho de Perspectiva 8.2.2 Sombras com iluminação artificial Na iluminação por um foco de luz artificial você precisa identificar a posição deste foco no espaço e sua projeção no chão (plano geometral). Você sempre terá que traçar linhas de construção pelo “pé” do foco de luz aos vértices do objeto pelo chão. Também terá que traçar com linhas de construção a projeção, pelo espaço, dos raios luminosos até os vértices de volume do objeto. Na iluminação artificial traçar o desenho não depende do conhecimento dos pontos de fuga e de distância. Veja o passo a passo e o resultado final. Foco de luz Figura 8.14 - Posição do foco de luz e do objeto. cap 08.indd 112 cap 08.indd 112 31/01/14 16:12 31/01/14 16:12
  • 114. 113 Noções de Sombras Foco de luz Figura 8.15 - Projeção das sombras. Foco de luz Sombra Figura 8.16 - Sombras com iluminação artificial. cap 08.indd 113 cap 08.indd 113 31/01/14 16:12 31/01/14 16:12
  • 115. 114 Desenho de Perspectiva 8.2.3 Sombras projetadas Veja a demonstração do traçado dos vários tipos de sombras. Foram escolhidas duas si- tuações para exemplificar este traçado: uma com foco de luz artificial, outra com o sol ao lado do observador. Preste bastante atenção este modelo de traçado pode ser usado em outras posições dos focos luminosos. Foco de luz Sombra projetada Sombra própria Sombra projetada rebatida Sombra projetada rebatida Figura 8.17 - Sombras com iluminação artificial. cap 08.indd 114 cap 08.indd 114 31/01/14 16:12 31/01/14 16:12
  • 116. 115 Noções de Sombras Sombra própria Sombra projetada Sombra projetada rebatida Figura 8.18 - Sombras com iluminação natural. Neste capítulo aprendemos que a fonte luminosa projeta luz que se propaga pelo espaço inter- ceptando os corpos. A parte contrária a exposição luminosa fica em sombra. A sombra projetada é resultante da projeção do objeto em outros planos ou outros objetos. Existem dois tipos de foco: o natural e o artificial. A luz solar pode se apresentar em três posições em relação ao observador. Vamos recapitular? cap 08.indd 115 cap 08.indd 115 31/01/14 16:12 31/01/14 16:12
  • 117. 116 Desenho de Perspectiva Agora é com você! Para executar estes exercícios propostos, você terá que retomar as perspectivas já tra- çadas nos capítulos anteriores. Fixe folhas de papel transparente (papel manteiga) sobre as pranchas prontas e desenhe as projeções das sombras solicitadas. 1) Usando como base a perspectiva desenhada no quinto exercício do capítulo 7, trace sombras com o sol pela frente do observador. 2) Usando como base a perspectiva desenhada no quinto exercício do capítulo 7, trace sombras com o sol por trás do observador. 3) Usando como base a perspectiva desenhada no quinto exercício do capítulo 7, trace sombras com o sol ao lado do observador. 4) Usando como base a perspectiva desenhada no terceiro exercício do capítulo 5, trace sombras segundo o foco de luz artificial posicionado na vista superior. H Poste = 7,50 m Figura 8.19 5) Usando como base a perspectiva desenhada no terceiro exercício do capítulo 6, trace sombras segundo o foco de luz artificial posicionado na vista superior. H Poste = 6,00 m Obs. Figura 8.20 cap 08.indd 116 cap 08.indd 116 13/02/14 13:06 13/02/14 13:06
  • 118. 117 Bibliografia ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8196: desenho técnico: emprego de escalas. Rio de Janeiro: ABNT, 1999. CARVALHO, Benjamin de A. Programa de desenho: para o primeiro, segundo e terceiro ano do curso colegial. São Paulo: Nacional, 1960. CHING, Francis D. K. Representação gráfica para desenho e projeto. Barcelona: GG, 2007. __________________. Representação gráfica em arquitetura. Porto Alegre: Bookman, 2011. DOMINGUEZ, Fernando. Croquis e perspectivas. Porto Alegre: Masquatro, 2011. MONTENEGRO, Gildo A. A perspectiva dos profissionais. São Paulo: Edgard Blücher, 2010. QUAINTENNE, Esteban. Tratado metódico de perspectiva. Buenos Aires: Ateneo, 1944. SCHAARWÄCHTER, Georg. Perspectiva para arquitectos. México: GG, 1996. SESSA, Franco; FRANCO, Valdir Miguel; MARTINS, Paulo Edi Rivero. Desarq: desenho arquitetô- nico. Porto Alegre: GG Edições Técnicas, 1980-1981. 3 v. SILVA, Sylvio F. da. A linguagem do desenho técnico. Rio de Janeiro: LTC, 1984. WHITE, Gwen. Perspectiva: para artistas, arquitectos e desenhadores. 4. ed. Lisboa: Presença, 2000. Bibliografia Bibliografia.indd 117 Bibliografia.indd 117 31/01/14 16:13 31/01/14 16:13
  • 119. 118 Desenho de Perspectiva Bibliografia.indd 118 Bibliografia.indd 118 31/01/14 16:13 31/01/14 16:13
  • 120. 119 Glossário Ângulo-ótico-objeto: ângulo de visão que varia de 23° a 35. Ângulo-ótico-quadro: ângulo teoricamente estabelecido para o cone visual. Campo visual: base do cone visual, isto é, a superfície de interseção do cone visual com o quadro. Cone visual: feixe de raios visuais que partem do olho do observador, gerando uma superfície cônica. DP (Distância principal): é o comprimento da projetante do olho do observador ao quadro. LT (Linha de terra): reta resultante da interseção do quadro com o plano geometral. LH (Linha do horizonte): linha paralela à linha de terra, sobre o quadro que contém a projeção do olho do observador. Plano Geometral: plano horizontal sobre o qual se situa o objeto a ser perspectivado e onde geral- mente também está o observador. Pontos de distância (PDE e PDD): são dois pontos simétricos, situados na linha do horizonte, equi- distantes entre si e medindo a distância principal. PV (Ponto de vista): lugar no espaço onde se situa o olho do observador. É o vértice do cone visual. PP (Ponto principal): projeção do ponto de vista sobre a linha do horizonte. É a projeção no quadro do olho do observador. Quadro: superfície plana vertical ilimitada sobre a qual se representa o desenho de perspectiva de um objeto. Glossário GLossario.indd 119 GLossario.indd 119 31/01/14 16:13 31/01/14 16:13
  • 121. 120 Desenho de Perspectiva GLossario.indd 120 GLossario.indd 120 31/01/14 16:13 31/01/14 16:13