O documento discute como tabelas e gráficos podem ser usados para investigar fenômenos e elaborar leis, descrevendo o processo de realizar experimentos científicos, coletar e organizar dados em tabelas, e analisar os resultados por meio de cálculos, novas tabelas e gráficos. Ele fornece instruções detalhadas sobre como construir tabelas e gráficos científicos de forma adequada e um exemplo de gráfico.
1. Tabelas e Gráficos
Uma das formas de se investigar o comportamento de um fenômeno
possibilitando a elaboração de leis é a partir da confecção de gráficos para correlacionar
as grandezas envolvidas.
Naturalmente, um estudo de determinado fenômeno se inicia com a
elaboração detalhada de um experimento. Esta elaboração envolve inicialmente a
observação do evento, determinação das grandezas e os instrumentos de medidas a serem
utilizados, levando-se em consideração a precisão necessária para a obtenção de
resultados, organização dos dados coletados, feitos através de tabelas, a análise estatística
destes dados que envolvem elaboração de cálculos, confecção de novas tabelas e gráficos
para redução análise e conclusão do experimento.
Para que o estudo seja cientificamente adequado, os resultados devem ser
legíveis para permitirem uma análise, por parte de terceiros, detalhada ou genérica.
De maneira geral, os artigos científicos exigem um certo rigor na elaboração
das tabelas para que alem de se encaixarem na diagramação satisfaça os requisitos de
legibilidade. Além disso há normas internacionais que orientam a confecção de artigos,
relatórios, etc. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) é a entidade que
orienta estes processos no Brasil.
De qualquer forma, mesmo sem a utilização da norma, o bom senso deve
imperar para que um trabalho seja visto e compreendido nas diversas áreas do
conhecimento humano.
Confecção de Tabelas:
Dentro de um texto, a tabela é chamada por um número (de acordo com a
posição) e no local onde é disponibilizada há o número da tabela e o título que deve
retratar o conteúdo da mesma. Deve ser dividida em colunas com linhas de separação ou
não, identificação de cada coluna na primeira linha, sendo que se for grandeza física,
deverá haver indicação da unidade.
Exemplo:
Tabela 1: Variação da massa em função do volume de um líquido medido em uma
proveta e balança analítica.
Massa da
Volume
Medida proveta com o
(ml)
líquido (g)
1 50 172,5
2 105 237,0
3 148 271,5
4 204 334,0
5 245 373,5
2. Tabela 2: Variação da posição como função do tempo de um corpo em queda livre.
t(s) s(cm)
0 0
0,1 5
0,2 19
0,3 45
0,4 78
0,5 123
Tabela 3: Atividade de uma amostra radioativa em função do tempo.
t(s) N(desintegração)
0 402
40 274
80 183
120 126
160 88
200 57
240 39
280 28
Confecção de Gráficos:
Da mesma forma que a construção da tabela, o gráfico possui o título,
posicionado abaixo da figura e ao centro horizontal da folha.
Nosso primeiro trabalho será a confecção de gráficos em papel melimetrado.
Neste sentido, são necessárias as adoções de algumas regras:
A Tabela 1 refere-se a um experimento para determinação da densidade do
leite. Para tanto o experimentador utilizou uma proveta onde medir o volume de leite e a
balança para medir o peso do leite mais a proveta.
a) Determinação dos eixos:
A variável independente faz parte do eixo x e a dependente do eixo y: no
nosso caso:
x - volume
y - massa
b) Escolha da escala:
Supondo possuir-se um papel de 20 cm x 15 cm e se pretende utilizar o
máximo possível da escala:
∆x = 15 cm ∆v = 245 ml
∆y = 20 cm ∆m = 373,5 ml
3. calculando-se
∆v/∆x=245/15=16,3333…ml/cm adota-se: 20 ml/cm
∆m/∆y=373,5/20=18,675 g/cm adota-se: 20 g/cm
Que são as escalas mais simples (arredondando-se para cima para caber
no papel) que envolvem todos os valores tabelados
Obs: As escalas não precisam ser iguais.
c) Divisões dos eixos:
A colocação dos valores referentes às grandezas nos eixos deve ser feita
de forma eqüidistante e, de preferência, valores inteiros. Se os valores
forem fracionários, é interessante que se utilize poucas casas decimais e
números de fácil leitura (legíveis).
d) Colocação dos pontos no gráfico:
Como o papel é melimetrado, é desnecessário o uso de linhas de
chamada a partir dos eixos até o ponto correspondente ao par ordenado.
Basta marcar apenas o ponto na posição correspondente. Além disso,
não se deve indicar os valores, correspondentes aos pontos, nos eixos do
gráfico. Além de ser desnecessário, pois existe a tabela para isto, torna o
gráfico muito poluído.
e) Traçado da curva média:
Após a colocação dos pontos no gráfico, dá para se observar como as
grandezas se correlacionam, há um comportamento na distribuição dos
pontos em torno da área do gráfico. Este comportamento pode ser linear
ou não.
É importante observar que mesmo sendo um comportamento linear, a
simples ligação dos pontos podem não apresentar uma reta perfeita,
desta forma é necessário que se passe uma reta média em torno destes
pontos (utilizando-se uma régua).
No caso da curva não ser uma reta, pode-se, com auxilio de uma cruva
francesa ou outro dispositivo que permita o traçado de curvas, traças a
curva média em torno dos pontos experimentais.
Há outras formas de se traçar curvas utilizando-se métodos estatísticos de
analise e determinação de parâmetros de funções, mas isto não é o escopo deste capítulo.
Exemplo: Na figura 1 será apresentado o exemplo de gráfico referente à tabela
1.
4. 350
m(g)
300
250
200
150
100
50
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260
v(ml)
Figura 1: Variação da massa em função do volume de um líquido medido em uma
proveta e balança analítica.
Observe que as adoções das escalas foram diferentes para o caso do papel
melimetrado. As linhas de grade foram colocadas só para se dar uma idéia de como é o
papel melimetrado.
Exercícios:
Seguindo as instruções acima, trace os gráficos, em papel melimetrado, para
os dados correspondentes às tabelas 2 e 3.
Obtenção da equação a partir do gráfico: