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                                                       Esta revista faz parte integrante do Diário Económico n.º 5122 de 24 de Fevereiro de 2011 e não pode ser vendida separadamente.
PME LÍDER 2011 | AS 6700 PME QUE LIDERAM EM PORTUGAL




                                                                              PORTUGAL Como podem as PME contribuir para o futuro do País ENTREVISTAS Basílio Horta,
                                                                             João Castello Branco, António Souto INTERNACIONALIZAR Investir no exterior para fugir à crise
                                                                      PRODUZIR A competitividade começa no mercado interno INOVAR O crescimento de Portugal na inovação
                                                                     VENDER Como se vende a marca Portugal TURISMO As PME que lideram ANÁLISE As líderes, sector a sector
editorial


Negócios com valor
  acrescentado
   Exportar é vital, mas o que se exporta é ainda mais determinante. A chave está na inovação:
                                é preciso inovar para crescer mais.

                      HELENA CRISTINA COELHO Subdirectora




 i“Inovar” tornou-se uma palavra-chave
  nos discursos de políticos, nos progra-
  mas de governantes e na estratégia
  de muitos empresários. Dos primeiros
  ouvem-se palavras bonitas, dos segun-
  dos esperam-se condições para uma
  conjuntura favorável, mas é aos últi-
  mos, aos empresários, que se exigem
  resultados e números que alimentem
  o crescimento da economia. E, embo-
  ra o número de empresas portuguesas
                                                  dependerá da aptidão das empresas
                                                  nacionais para vender mais dentro e,
                                                  sobretudo, fora de Portugal.
                                                  Exportar é vital, mas o que se exporta
                                                  é ainda mais determinante. É no valor
                                                  acrescentado das suas criações e pro-
                                                  duções que os portugueses marcam a
                                                  diferença. Daí a importância do inves-
                                                  timento em investigação, desenvolvi-
                                                  mento, inovação ‘made in Portugal’. Os
                                                  apoios de 275 milhões de euros anun-
  que estão a marcar pontos no país e em          ciados pelo Governo para apoiar as em-
  vários mercados internacionais com a            presas exportadoras são um precioso
  criação de produtos e serviços inova-           alento, sobretudo num período de cri-
  dores, a verdade é que ainda são insu-          se como o actual, para alavancar negó-
  ficientes para acelerar a economia na-           cios. Mas devem ser encarados apenas
  cional. Há poucas que são muito boas            como isso, um apoio, não podem ali-
  – mas são precisas mais.                        mentar uma situação de dependência.
  A chave está na inovação: é preci-              “A inovação distingue os líderes dos
  so inovar para crescer mais. E essa             seguidores”, defendeu um dia um em-
  capacidade - como vários casos de               preendedor norte-americano. Esse ho-
  Pequenas e Médias Empresas (PME)                mem chama-se Steve Jobs, começou a
  nesta edição provam -, depende mais             trabalhar num negócio de futuro in-
  do investimento e do esforço do que             certo numa pequena garagem e hoje é
  da dimensão. E agora que o país vive            dono da Apple, uma das mais valiosas e
  um momento especialmente críti-                 inovadoras companhias do planeta. Os
  co, essa capacidade de inovar torna-            melhores exemplos, às vezes começam
  se ainda mais vital para potenciar a            pequenos. Fazê-los crescer depende
  criatividade, a retenção de talentos, o         muito da convicção, da criatividade e
  aumento de produção e o crescimen-              do momento certo. E hoje a economia
  to das exportações. Cada vez mais, a            portuguesa precisa mais de líderes do
  performance da economia portuguesa              que de seguidores.

                                                                                                 PME LÍDER 2011
índice
04
                                                                                                            ABERTURA


                                                                  Que futuro
                                                                       para Portugal?
                                                       Especialistas explicam por que via deve Portugal caminhar
                                                para chegar a bom porto. Entre internacionalizar, inovar, produzir
                                                       e saber vender, saiba o que propõem os gestores e conheça
                                                                    13 casos de empresas de sucesso. págs. 6 a 51




                                                                                                                                  FOTO BRUNO BARBOSA
                    ENTREVISTA
      60
                    Luís Filipe Costa, presidente do IAPMEI:                                   Director
                                                                                               António Costa
                    “Muitas empresas têm resistido                                             Director-executivo
                                                                                               Bruno Proença
                                                                                               Subdirectores
                    bem à crise”                                                               Francisco Ferreira da Silva,
                                                                                               Helena Cristina Coelho,
                                                                                               Pedro Sousa Carvalho
                    pág. 60                                                                    e Vitor Costa
                                                                                               Editor
                                                                                               Irina Marcelino
                                                                                               Coordenação
                                                                                               Ana Cunha Almeida
                    PME LÍDER                                                                  Redacção
                                                                                               Ana Cunha Almeida, António
                    Os oito passos para alcançar                                               Freitas de Sousa, Cátia Simões,
                                                                                               Dírcia Lopes, Elisabete Felismino,
                                                                                               Elisabete Soares, Hermínia Saraiva,
                    a liderança                                                                Marina Conceição, Nuno Miguel
                                                                                               Silva, Raquel Carvalho,
      66            pág. 56                                                                    Sónia Santos Pereira
                                                                                               Produção
                                                                                               Ana Marques (chefia),
                                                                                               Artur Camarão, Carlos Martins
                                                                                               João Santos e Rui Rato
                    ENTREVISTA                                                                 Departamento Gráfico
                                                                                               Dário Rodrigues (editor),
                    Turismo de Portugal: “Estamos                                              Ana Maria Almeida
                                                                                               e Inês Rodrigues
                                                                                               Tratamento de Imagem
                    optimistas em relação a 2011”                                              Samuel Rainho (coordenação),
                                                                                               Paulo Garcia, Pedro Filipe
                                                                                               e Tiago Maia
                    pág. 66                                                                    Fotografia
                                                                                               Paulo Figueiredo (editor),
                                                                                               João Paulo Dias, Paula Nunes,
                                                                                               Paulo Alexandre Coelho
                                                                                               e Cristina Bernardo
                    INTERNACIONALIZAÇÃO                                                        Impressão e Acabamento
                                                                                               Sogapal
                    Os melhores mercados para
      82            as empresas portuguesas                                                    Presidente
                                                                                               Nuno Vasconcellos
                    pág. 82                                                                    Vice-presidente
                                                                                               Rafael Mora
                                                                                               Administradores
                                                                                               Paulo Gomes e António Costa
                                                                                               Directora Administrativa
                    ANÁLISE                                                                    e Financeira
                                                                                               Elisabete Seixo
                    Top 15 e análise de 16 sectores                                            Director Geral Comercial
                                                                                               Bruno Vasconcelos
                                                                                               Director de Operações
                    págs. 204 a 235                                                            e Controlo
                                                                                               Pedro Ivo de Carvalho
                                                                                               Redacção

                    As 6700 PME Líder                                                          Rua Vieira da Silva, nº45,
                                                                                               1350-342 Lisboa,
                                                                                               Tel.: 21 323 67 00/ 21 323 68 00
                    págs. 68 a 71 (turismo) e 96 a 203 (geral)                                 Fax: 21 323 68 01


PME LÍDER 2011
O ano da consolidação
      do estatuto das PME Líder
                                     COFACE SERVIÇOS PORTUGAL
                                           Direcção de Marketing e Qualidade




f
Foi com grande satisfação que a Coface Serviços Por-
tugal abraçou mais uma edição das empresas PME LÍ-
DER, juntamente com o Diário Económico, ao fornecer
a informação complementar sobre as entidades que
constam na listagem cedida pelo IAPMEI no âmbito do
programa de incentivo às empresas FINCRESCE, criado
em parceria protocolar com os cinco principais grupos
bancários a operar em Portugal.
O Programa PME Líder é já uma referência na classifica-
ção do tecido empresarial português, enquanto elemen-
to impulsionador de novas exigências e de modelos de
                                                               tentado e a preparação de modelos de gestão inovado-
                                                               res e adequados a cada negócio.
                                                               As PME Líder têm um Volume de Negócios superior a
                                                               27 Mil Milhões de Euros, dos quais cerca de 4 mil e qui-
                                                               nhentos milhões são relativos a exportações, uma vez
                                                               que cerca de 54% das empresas desta listagem são ex-
                                                               portadoras. É importante destacar que a soma do total
                                                               do activo de todas estas empresas representa mais de
                                                               23 Mil Milhões de Euros, um valor excepcional que é
                                                               também um bom indicador da qualidade de gestão.
                                                               Em relação aos Distritos com maior número de pre-
gestão inovadores e responsáveis, representando uma            senças, destacamos o Porto (20%), Lisboa (16%), Aveiro
selecção de destaque ao nível da gestão empresarial            (13%), Braga (12%) e Leiria (9%), denota-se, uma vez
portuguesa, com gestores focalizados na excelência de          mais, a concentração das empresas localizadas nas
resultados, com base no investimento em capital huma-          regiões centro e norte do País, provenientes dos mais
no e em critérios de qualidade rigorosos.                      variados sectores de actividade, entre os quais desta-
Analisando os dados das empresas que constam na                camos as indústrias alimentar e têxtil, o comércio por
listagem deste ano das PME LÍDER, em termos gerais             grosso e a construção. No conjunto, estas empresas e
verificamos que nesta edição de 2011 o conjunto das             empresários empregam 231.058 mil funcionários, um
empresas e empresários reconhecidos com este esta-             número que denota a sua importância no seio das co-
tuto são cerca de 6.562. Ou seja, mais 1.344 entidades         munidades, bem como, a sua responsabilidade social
que na edição anterior de 2010, o que demonstra um             enquanto facilitadoras do equilíbrio socioeconómico
claro interesse do tecido empresarial por esta iniciati-       das famílias da sua região, directa e indirectamente
va, associada não só ao reconhecimento das valias de           consigo relacionadas.
cada empresa, por um conjunto de entidades priva-              A adesão ao programa, bem como, os números que
das e organismos públicos, mas principalmente pelos            apresentamos, levantam o véu do que poderá ser o ce-
benefícios que traz com vista ao reconhecimento dos            nário do próximo ano, quando não devemos falar de
seus pares, ao nível da visibilidade e notoriedade as-         uma alteração de mentalidades na gestão portuguesa,
sociadas, que se traduzem no reforço da sua imagem             mas sim na consolidação de novos modelos de gestão e
e vantagens competitivas face ao mercado. Tais como,           atitudes, criadas a partir da inovação e da excelência e
o acesso privilegiado a linhas de financiamento exclu-          que, no seu todo, representam apenas um grande ob-
sivas, com o propósito de fomentar o crescimento sus-          jectivo global: o progresso.

                                                                                                                    PME LÍDER 2011
PME Líder
06                     futuro




         ?
         Qual                                                         STÉPHANE GARELLI
                                                                       Centro para a Competitividade
                                                                                                                     BASILIO
                                                                                                                      HORTA


       o futuro “                                                                 Mundial


                                                                     As pequenas e médias empresas
                                                                                                           “
                                                                                                                       AICEP


                                                                                                           Neste momento é inegável que


         para                                                        desempenham um papel funda-
                                                                     mental na evolução económica.
                                                                     Dão algo de fundamental à
                                                                     economia: diversidade. Quando
                                                                                                           já nos distinguimos em muitos
                                                                                                           mercados internacionais exigen-
                                                                                                           tes como bons fornecedores de
                                                                                                           bens e serviços em áreas, como


       as PME
                                                                     só existem grandes empresas,          por exemplo as das energias re-
                                                                     é-se vítima da crise. As PME dão      nováveis, das novas tecnologias
                                                                     estabilidade e emprego para as        de informação e comunicação,
                                                                     classes médias , e a estabilidade,    da saúde, da biotecnologia, do
                                                                     é um factor-chave para a compe-       automóvel, da aeronáutica, da

       e para a                                                      titividade de um país. A Suíça, a
                                                                     Suécia e Alemanha são casos de
                                                                     sucesso no que respeita a PME
                                                                     exportadoras. Mas não se deve
                                                                                                           defesa e das nano-tecnologias.
                                                                                                           Houve também uma resposta
                                                                                                           inovadora à forte concorrência
                                                                                                           internacional nos sectores ditos


      Economia                                                       apenas exportar. Deve-se tam-
                                                                     bém ter em conta o mercado in-
                                                                     terno. As exportações portugue-
                                                                     sas - baseadas em produtos de
                                                                                                           tradicionais, que reconquista-
                                                                                                           ram notoriedade e prestígio pela
                                                                                                           qualidade, inovação, design e
                                                                                                           marketing.
                                                                     valor - devem estar viradas para      Há que persistir na via da ino-
                                                                     os mercados emergentes, como o        vação, do conhecimento e da
                                                                     Brasil, Angola e o resto de África,   qualidade dos nossos produtos
                                                                     que prefere, em geral, fazer ne-      e serviços, para que se consolide
                                                                     gócios com pequenas empresas          e reforce a imagem positiva que
           Portugal já entrou ou não em recessão? Carlos Costa,
                                                                     e países. As PME portuguesas          as nossas empresas têm vindo a
       governador do Banco de Portugal, diz que sim. Basílio Horta
           afirma que não. Mas enquanto se discutem números,
                                                                     devem apostar na produção de          granjear no exterior.
           as empresas lutam pela sua própria vida e pela vida       alimentos, na especialização e
       do País. Alguns especialistas disseram ao Diário Económico    na tecnologia.
        o que pensam que podem as pequenas e médias empresas
            portuguesas fazer para ajudar o País a sair da crise
                    e o que pode o País fazer por elas.


                         POR IRINA MARCELINO



PME LÍDER 2011
JORGE ROCHA DE                        JOÃO CASTELLO                               JOÃO                                JOÃO
      MATOS                                BRANCO                                CONFRARIA                           RODRIGUES
        AIP                                 McKinsey                               Economista                          Economista



“
Duas áreas em que devem haver
mudanças:
Na campanha nacional contra os
                                     “
                                     É fundamental para a nossas
                                     PME desenvolverem uma voca-
                                     ção de exportação e internacio-
                                                                          “
                                                                          Parece-me importante centrar
                                                                          os apoios a empresas que pro-
                                                                          duzam bens transaccionáveis.
                                                                                                              “
                                                                                                              As dificuldades no acesso ao crédi-
                                                                                                              to e a recessão induzida por polí-
                                                                                                              ticas de austeridade contraprodu-
atrasos de pagamentos, cabendo       nalização. O seu sucesso e o do      Como exemplos:                      centes e com escala europeia que
ao Governo criar as condições em     País estão intimamente ligados       a) Criar condições para reduzir     comprimem a procura interna são
termos de execução efectiva no       à abertura de novos mercados         os custos unitários do trabalho,    a maior ameaça às PME e à eco-
que respeita ao funcionamento        além-fronteiras. Para que este       designadamente através de           nomia nacional. Neste contexto, o
da justiça económica. Refira-se      reforço da internacionalização       uma redução das contribuições       Governo nacional, em articulação
que a próxima transposição da        seja possível, é necessária uma      sociais a cargo da entidade pa-     com os outros governos das pe-
nova directiva comunitária re-       aposta na diferenciação e na         tronal.                             riferias, deveria fazer pressão no
lacionada com o ‘late payment’       inovação através do investimen-      b) Reduzir os prazos de paga-       próximo conselho europeu para
torna esta medida ainda mais         to interno em I&D, em recursos       mentos, designadamente dos          que o fundo europeu se transfor-
oportuna. Justificação: redução      humanos de qualidade, em par-        pagamentos devidos pelo Esta-       masse num fundo de verdadeiro
da necessidade de recursos fi-       cerias estratégicas com outras       do e pelas administrações locais.   apoio à economia, prescindido de
nanceiros e consequentes custos      instituições líderes e universida-   c) Reforçar articulação com cen-    receitas recessivas e atenuando
para o funcionamento normal          des. Dados os nossos problemas       tros de tecnologia e de investi-    as dificuldades de financiamento
da economia.                         de dimensão também creio que         gação.                              nacionais. Este fundo deveria dar
Na revisão da tributação na es-      as empresas portuguesas te-          d) Simplificar leis e procedimen-   ao país mais tempo para efectu-
fera pessoal (IRS) dos rendimen-     rão que aprender a associar-se       tos, reduzindo custos legais en-    ar uma consolidação orçamental
tos auferidos pelos empresários      e inclusivamente consolidar-se       frentados pelas empresas.           apoiada no crescimento econó-
de micro e pequenas empresas         muito mais.                                                              mico e abrir caminho à emissão
(por um período de cinco anos)                                                                                de dívida pública europeia. Por
no sentido de promover a sua re-                                                                              outro lado, dadas as assimetrias
dução significativa. Justificação:                                                                            de competitividade na União,
aumentar os recursos financei-                                                                                países como Portugal deveriam
ros das empresas sem recurso a                                                                                recuperar margem de manobra
dívida e fomento do empreen-                                                                                  para definir políticas industriais
dedorismo.                                                                                                    assertivas de apoio aos sectores
                                                                                                              industriais nacionais mais inova-
                                                                                                              dores, ajudando assim a debelar
                                                                                                              os seus desequilíbrios com o ex-
                                                                                                              terior.
                                                                                                                                         PME LÍDER 2011
que futuro poderá Portugal seguir
08                                         internacionalizar


                             Investir no exterior para
                             fugir à crise
                             Internacionalizar parece ser fundamental para os representantes associativos e para   O consumo interno está a baixar, os in-
                             alguns empresários. Mas para ir para fora não é preciso apenas coragem. É preciso     vestimentos não param de decrescer e
                             conhecer os mercados para onde se vai, ir com um projecto definido e... ter sorte.    o abrandamento económico teima em
                                                                                                                   ensombrar as contas do País. Este é o ce-
                             POR DÍRCIA LOPES                                                                      nário com que as empresas portuguesas
                                                                                                                   se deparam no dia-a-dia e para o qual
                                                                                                                   procuram uma solução. Para o Governo
                                                                                                                   e agentes económicos a resposta para
                                                                                                                   reverter ou minimizar este cenário só
                                                                                                                   pode ser uma: internacionalizar.




                                                                                                                          ANTÓNIO SARAIVA
                                                                                                                          Presidente da CIP




                                                                                                                       “     O mercado nacional é muito
                                                                                                                             limitado para a esmagadora
                                                                                                                             maioria das empresas
    FOTO BOBBY YIP/REUTERS




                                                                                                                             portuguesas.




PME LÍDER 2011
A aposta no investimento no exterior    Assim, para estas empresas, a inter-       Por isso, sugere que “há que persistir
não podia estar mais na ordem do dia,   nacionalização é um imperativo, uma        na via da inovação, do conhecimento
sobretudo neste mês de Fevereiro que    necessidade premente”. De acordo           e da qualidade dos nossos produtos e
ficou marcado pela realização do Con-    com o presidente da CIP, preparar as       serviços, para que se consolide e re-
gresso das Exportações, onde o Gover-   empresas, em particular as Pequenas        force a imagem positiva que as nossas
no anunciou novos apoios às empresas    e Médias Empresas, para um novo ci-        empresas têm vindo a granjear no ex-
exportadoras de mais de 275 milhões     clo de crescimento coloca como con-        terior”. A fasquia no que se refere às
de euros. Durante este Congresso, o     dição um forte incremento da pro-          exportações é ambiciosa: aumentar, a
Primeiro-ministro José Sócrates lem-    dutividade e da competitividade. Por       médio prazo, o peso no PIB para 40%,
brou que as exportações devem “ser      isso a aposta das estratégias empre-       sendo que no final do terceiro trimes-
uma prioridade indiscutível na econo-   sariais e das políticas públicas “deve     tre de 2010 situava-se nos 33%.
mia portuguesa para o ano de 2011” e    se centrar no sector das actividades       Francisco Van Zeller, presidente do
garantiu que “o Estado e as empresas    transaccionáveis, ou seja, com uma         Conselho para a Promoção da Inter-
estão determinados a fazer uma agen-    orientação para a exportação e in-         nacionalização, afirmou que “as em-
da comum” neste domínio.                ternacionalização. Nestas condições,       presas têm de investir no estrangeiro
António Saraiva, presidente da Con-     diria que a internacionalização é o ca-    para se tornarem competitivas. Todos
federação da Indústria Portuguesa       minho certo para o futuro”.                os esforços têm de ser no sentido das
(CIP), em declarações ao Diário Eco-    Neste âmbito, Basílio Horta, presiden-     exportações e de redução das impor-
nómico, não tem dúvidas que “o mer-     te da AICEP – Portugal Global, salientou   tações”. O presidente do CPI lamenta
cado nacional é muito limitado                      que “é inegável que já nos     que ainda haja poucas PME exporta-
para a esmagadora maioria                           distinguimos em muitos         doras, já que de um total de 370 mil
das empresas portuguesas.                           mercados internacionais        empresas em Portugal cerca de 94%
                                                   exigentes como bons for-        do total das exportações têm origem
                                                  necedores de bens e serviços     em apenas três mil entidades. Van
                                                em áreas como por exemplo as       Zeller defende que o País deve diver-
                                           das energias renováveis, das novas      sificar mais os países alvos para se
                                        tecnologias de informação e comuni-        conseguir ser independente das crises
                                        cação, da saúde, da biotecnologia, do      da Europa. Assim, deve-se olhar para
                                        automóvel, da aeronáutica, da defesa       o Atlântico Sul, América Latina, Líba-
                                        e das nano-tecnologias”. O presidente      no, Síria, Jordânia, Egipto, Iraque, su-
                                        da AICEP referiu que houve também          doeste asiático (sobretudo Singapura)
                                        uma resposta inovadora à forte con-        como destinos alternativos.
                                        corrência internacional nos sectores       Exemplo de inovação e de protagonis-
                                        ditos tradicionais, que reconquista-       ta no panorama internacional desde
                                        ram notoriedade e prestígio pela qua-      1992 é a Logoplaste. Presente em 17
                                        lidade, inovação, design e marketing.      países com 54 fábricas e 1400 cola- >




                  FRANCISCO VAN VELLER                                                  FILIPE DE BOTTON
                  Presidente do Conselho para a                                         Presidente da Logoplaste
                  Promoção da Internacionalização



                “     As empresas têm de investir
                      no estrangeiro para se
                      tornarem competitivas.                                         “     As empresas têm que
                                                                                           pensar que o seu mercado,
                                                                                           no mínimo, é a Europa.




                                                                                                                      PME LÍDER 2011
que futuro poderá Portugal seguir
10               internacionalizar


  > boradores assume-se como uma em-
      presa portuguesa com forte cariz in-
      ternacional. O objectivo era simples:
      encontrar espaço para continuar a
      crescer, já que o mercado português
      começava a ser muito limitado. Fili-
      pe de Botton, presidente da empresa
      que facturou 350 milhões de euros
      em 2010, coloca a internacionaliza-
      ção como ponto fundamental da es-
      tratégia empresarial. “As empresas
      têm que pensar que o seu mercado,
      no mínimo, é a Europa. Hoje não há o
      conceito de mercado local, é preciso
      pensar que o mercado é internacio-
      nal”, explicou. Com base nesta estra-
      tégia, a Logoplaste está a crescer em
      todas as geografias onde está presen-
      te, sendo que cerca de 50% da factu-
      ração da empresa é conseguida em
      Portugal, Brasil e Reino Unido. Se-
      gundo Filipe de Botton, as vendas no
      mercado português têm um peso de
      15% na facturação, o que é justificado
      não por um decréscimo dos negócios
      no mercado português, mas porque
      os mercados internacionais e novos
      estão a crescer. No mercado brasilei-
      ro lidera e assume que detém a maior
      empresa produtora de plásticos.
      Para o empresário o trunfo para
      conquistar novos mercados e con-
      tratos assenta na inovação isto por-
      que apresentam soluções diferentes
      face aos principais concorrentes.
      Questionado sobre se a crise não li-
      mitou o investimento em inovação,
      Filipe de Botton é peremptório em
      afirmar que “nestas alturas é que
      mais se deve apostar em inovação.
      Continuamos a crescer e a cimentar
      a posição de liderança porque man-
      tivemos o investimento em pesquisa
      e desenvolvimento, que por sua vez
      leva à inovação”. No ano passado a
      empresa investiu 11 milhões de eu-
      ros em I&D.
      O presidente da Logoplaste escusou-
      se a sugerir os melhores mercados
      e estratégias a adoptar isto porque
      “quem deve escolher a sua geografia
      de eleição é cada uma das empresas.
      São elas que terão de saber onde es-
      tão as suas vantagens competitivas”.

PME LÍDER 2011
ENTREVISTA A BASÍLIO HORTA,
                   PRESIDENTE DA AICEP PORTUGAL GLOBAL


                   “As nossas exportações cresceram
                   o ano passado cerca de 15%”
                   Basílio Horta,         A internacionalização é a alternativa         Quais os apoios previstos
                   presidente da AICEP,   viável para as empresas continuarem           para as PME que pretendam
                   alerta que num         a crescer?                                    internacionalizar?
                   contexto de crise a    Um País cujo mercado interno é de apenas      Desde logo, apoios de índole financeira e
                   internacionalização    de 10 milhões de consumidores e que se in-    de facilitação do acesso ao financiamento.
                   torna-se ainda         tegra no processo de globalização tem de      Os sistemas de incentivo do QREN estão
                   mais imperiosa.        encarar a exportação como uma via de sen-     quase exclusivamente focalizados na te-
                   Para as PME que        tido obrigatório indispensável ao cresci-     mática da internacionalização, em espe-
                   pretendam avançar      mento económico. Num contexto de crise,       cial no reforço das capacidades produti-
                   para o exterior        a internacionalização apresenta-se como       vas e de inovação das empresas que sejam
                   estão previstos        uma necessidade ainda mais imperiosa.         orientadas para os bens transaccionáveis
                   apoios, por            Felizmente as nossas empresas têm dado        e para os mercados internacionais, bem
                   exemplo, ao nível do   uma resposta à altura. Contrariando todas     como no reforço da actuação directa das
                   financiamento.         as previsões nacionais e internacionais, as   empresas nos mercados externos. No úl-
                                          nossas exportações cresceram o ano passa-     timo Concurso para a Internacionalização
                   POR DÍRCIA LOPES       do cerca de 15%, em pleno ciclo dominado      de PME a AICEP recebeu 320 novas candi-
                                          pela crise internacional. Estou confiante      daturas de PME, que traduzem intenções
                                          em que a resposta este corrente há-de con-    de investimento da ordem dos 120 milhões
                                          tinuar a ser determinantemente positiva.      de euros na área da promoção internacio-
                                                                                        nal, da prospecção de novos mercados de
                                          As PME estão a triunfar no exterior?          exportação e do incremento do esforço
                                          Sem dúvida. Há cada vez mais PME a ex-        de marketing cada vez mais necessário à
                                          portar para mais e diversificados merca-       presença das empresas portuguesas num
                                          dos e a competir em segmentos muito exi-      mercado globalizado e extremamente
                                          gentes e de vanguarda. A par do esforço       competitivo.
                                          no sentido da diversificação de mercados
                                          e da melhoria do padrão das exportações,      E quais os apoios para vencer a crise?
                                          um dos nossos objectivos estratégicos é o     Nos últimos dois anos, no contexto das
                                          alargamento da base exportadora, objecti-     Medidas Anti-Crise, foi dada particular
                                          vo que tem vindo a ser realizado com uma      atenção ao acesso ao financiamento,
                                          crescente integração de PME no arco ex-       tendo sido criadas e reforçadas as li-
                                          portador nacional. O País pode orgulhar-se    nhas de crédito PME Investe, que visam
                                          dos feitos das suas empresas nos mercados     o acesso ao crédito em condições prefe-
                                          internacionais, em nichos onde a criativi-    renciais, através da bonificação das ta-
                                          dade e a inovação se apresentam como          xas de juro associadas ao financiamento
                                          factores determinantes de êxito. Poderia      e da minimização do risco das operações
                                          citar muitos outros além dos sectores das     bancárias. As seis linhas PME Investe
                                          TIC, da nano tecnologia, biomédicas, mol-     permitiram já enquadrar mais de 81 mil
FOTO PAULA NUNES




                                          des, engenharias e arquitectura, energias     operações, correspondendo a 53 mil em-
                                          e ambiente, onde muitas PME nacionais se      presas apoiadas por este instrumento,
                                          têm destacado como empresas de prestí-        num montante de crédito superior a 7,3
                                          gio em mercados de grande exigência.          mil milhões de euros.

                                                                                                                           PME LÍDER 2011
case-study
12                Frulact




      Fruta da Frulact
      faz as delícias
      do mundo


a     As fábricas de preparado de fruta
      da portuguesa Frulact são as for-
      necedoras de matéria-prima dos
      iogurtes de marcas tão conheci-
      das como a Danone ou a Nestlé.
      Esta empresa familiar nasceu na
      Maia em 1987, mas cedo perce-
      beu “que o mercado doméstico
      não tinha escala capaz de nos
      permitir atingir os níveis de
      competitividade exigidos, bem
      como permitir a libertação de
      recursos capazes, de efectuar
      a aposta que sempre esteve no
                                             As fábricas da
                                             Frulact são
                                             responsáveis
                                             pela matéria-
                                             prima de
                                             iogurtes de
                                             várias marcas
                                             internacionais.


                                             POR DÍRCIA
                                             LOPES
                                                               Hoje, a componente externa
                                                               representa 96% do volume de
                                                               negócios da empresa que se si-
                                                               tua nos 70 milhões de euros. O
                                                               mercado ibérico e francês, bem
                                                               como o Norte de África e Médio
                                                               Oriente são os mais representa-
                                                               tivos da actividade. Questionado
                                                               sobre se equaciona entrar nou-
                                                               tros países, João Miranda admi-
                                                               tiu que a “Frulact continua aten-
                                                               ta a novas geografias”.
                                                               Hoje, as fábricas da Covilhã (con-
                                                               sideradas uma das melhores da
      DNA dos seus mentores”, salien-                          Europa no sector) e a de Apt, em
      ta João Miranda, presidente do                           França, têm localizações geoes-
      grupo Frulact. Com esta ideia
      em mente, a empresa iniciou o
      processo de internacionaliza-
      ção em 1992, quando terminou
      o primeiro grande investimento
      de três milhões de euros numa
      nova fábrica na Maia, com tec-
      nologia de ponta e capacidade
      instalada suficiente para abor-
      dar os mercados externos.
      João Miranda recorda que “nessa
      altura tínhamos duas certezas: só
      facturávamos dois milhões de eu-
      ros, e tínhamos consciência que
      a aposta efectuada não permitia
      erros nem falhas”. Mas o primeiro
      cliente só surgiria dois anos depois
      de terem efectuado o investimen-
      to fruto de muita persistência.

PME LÍDER 2011
DADOS
                                                                       DA EMPRESA
                                                                       • Volume de negócios
                                                                         70 milhões de euros
                                                                       • Peso do exterior
                                                                         96%
                                                                       • Início da internacionalização
                                                                         1992
                                                                       • Número de fábricas
                                                                         6




                                                                     tratégicas, baseadas na lógica
                                                                     da proximidade aos mercados
                                                                     de maior consumo da Europa do
                                                                     sul e central e do próprio apro-
                                                                     visionamento. O mesmo acon-
                                                                     tece com a fábrica de Larache
                                                                     em Marrocos, de onde a Frulact
                                                                     exporta para o Norte de África e
                                                                     Médio Oriente. A fábrica de Ak-
                                                                     bou na Argélia, é a única que re-
                                                FOTO BRUNO BARBOSA




                                                                     sulta de uma partilha de capital,
                                                                     em que a Frulact é maioritária, e
                                                                     que pretende responder ao mer-
                                                                     cado argelino e adaptada à reali-
                                                                     dade sociopolítica.
                          Na foto:                                   O presidente do grupo explicou
                          João Miranda,                              que a abordagem ao mercado é
                          presidente da                              feita de forma faseada e diferen-
                          Frulact, uma                               ciada, privilegiando sempre a
                          empresa familiar                           proximidade ao cliente e numa
                          que dá cartas                              lógica de criação de uma man-
                          no mercado                                 cha geográfica de influência. O
                          internacional.                             “conhecimento das expectativas
                          Recentemente                               e apetências do consumidor em
                          apostou na nova                            cada país, bem como o “acultu-
                          marca Fru dedicada                         ramento” da nossa organização,
                          a produtos                                 sempre foi para nós a chave para
                          ‘gourmet’ (ao lado)                        um maior sucesso”, afirmou João
                                                                     Miranda. O presidente da Frulact
                                                                     aconselha às PME que pretendam
FOTO CEDIDA POR FRULACT




                                                                     avançar para o mercado externo
                                                                     a “avaliar o risco e investir no
                                                                     essencial, ou seja, conhecimento
                                                                     e capital humano. Persistência,
                                                                     persistência, persistência…”

                                                                                                 PME LÍDER 2011
case-study
14               Diviminho



      Diviminho prepara                                                                                   DADOS
                                                                                                          DA EMPRESA
                                                                                                          • Facturação do grupo


      entrada no Brasil,                                                                                    Diviminho em 2010
                                                                                                            60 milhões de euros
                                                                                                          • Número de colaboradores
                                                                                                            da Diviminho S.A.


      Argélia e Líbia                                                                                       140
                                                                                                          • Estimativa de facturação
                                                                                                            da Diviminho S.A. em 2011
                                                                                                            34 milhões de euros




a     A Diviminho, empresa do nor-
      te especializada em tectos fal-
      sos, divisórias e revestimen-
      tos deu os primeiros passos na
      área internacional no biénio
      2005/2006. Na altura, Angola e
      Espanha foram os dois países es-
      colhidos para o arranque da ex-
      pansão além-fronteiras. Depois
      de a empresa ter estado envolvi-
      da na maioria das grandes obras
      de construção civil que surgi-
      ram na última década em Por-
      tugal (como os estádios do Euro
                                         Perante
                                         a incapacidade
                                         de continuar
                                         a crescer
                                         no mercado
                                         interno,
                                         a Diviminho
                                         investiu
                                         num plano de
                                         internacionalização
                                         em 2005.


                                         POR DÍRCIA
                                         LOPES
      2004), foi “confrontada com a
      necessidade de crescer para po-                          presente em Espanha, França,       as duas componentes internas e
      der corresponder aos desafios e                           Angola, Tunísia e Cabo Verde.      externa.
      cumprir com os compromissos                              O presidente da empresa afir-       António Sá destacou que nalguns
      assumidos”, explicou António                             mou que todos estes países são     mercados como Angola, França
      Sá, presidente e administrador                           igualmente importantes para        ou Tunísia, a Diviminho tem opta-
      da Diviminho. O abrandamento                             Portugal mas, “neste momento,      do por ter presença física, com es-
      da economia e em especial da                             Angola e França assumem espe-      critórios próprios que dão apoio
      actividade imobiliária em Por-                           cial importância pelo dinamis-     às equipas e pessoal que aí se en-
      tugal e Espanha, levou também                            mo que têm evidenciado”. Mas a     contram, sendo que estão dotados
      à necessidade de “procura de                             expansão para o exterior não se    de grande autonomia financeira e
      mercados alternativos no exte-                           fica por aqui. Isto porque “estão   gestão. Noutros mercados, como
      rior, onde a capacidade e ‘know-                         a ser dados passos muito firmes     os de Espanha e Cabo Verde op-
      how’ da empresa pudessem ser                             para entrar, em breve e com        tou-se pela gestão dos projectos
      aproveitados. Em simultâneo, a                           grande intensidade, nos merca-     com as mesmas equipas a serem
      internacionalização é, desde há                          dos brasileiro e também no mer-    deslocadas de Portugal, como em
      alguns anos, considerada como                            cado argelino e líbio”, adiantou   qualquer outra obra em território
      uma vertente importante da es-                           António Sá. A componente ex-       nacional, uma vez que o volume
      tratégia de crescimento e conso-                         terna atingiu, em 2010, cerca de   actual de negócios não justifica,
      lidação da empresa e do grupo”,                          30% do volume total de negócios    para já, a instalação de escritórios
      salientou António Sá. Hoje, além                         da empresa. O objectivo para o     nesses mesmos países.
      de Portugal, a Diviminho está                            corrente ano será o de equiparar   Questionado sobre o conselho

PME LÍDER 2011
OBRAS INTERNACIONAIS

                                                                                     Angola: Edificio Escon




                                                                                     Espanha: Villa Magna



                                                       FOTOS CEDIDAS POR DIVIMINHO




                                                                                     França: Auditório de Poitiers
                                    Na foto:
                                    António Sá,
                                    presidente da
                                    Diviminho,
que daria a uma PME que pre-        afirmou que
tenda avançar para o merca-         neste momento
do externo, António Sá sugere       Angola e França
que, antes de mais, defina uma       assumem especial
estratégia clara sobre o que pre-   importância no
tende atingir a médio e a lon-      que se refere ao
go prazo, bem como garantir a       investimento
disponibilidade dos recursos e      externo.
competências necessários para
                                                                                     S. Tomé: Hotel Pestana
a prossecução do mesmo. Deve
procurar “conhecer bem o mer-
cado e as realidades do país, de-
vendo atender especialmente à
estabilidade política, ao quadro
administrativo-legal, às normas
fiscais, às diferenças culturais
e a toda a uma panóplia de ele-
mentos, tais como a concorrên-
cia existente, a disponibilidade
de infra-estruturas, de trabalha-
dores qualificados, etc.”.

                                                                                                                     PME LÍDER 2011
case-study
16               Cenor




      Cenor obtém 20%                                                                               DADOS
                                                                                                    DA EMPRESA
                                                                                                    • Peso da área internacional


      da facturação no                                                                                17%
                                                                                                    • Número de colaboradores
                                                                                                      Cerca de 250
                                                                                                    • Facturação


      mercado externo                                                                                 Cerca de 20 milhões de euros




o     O mercado externo “é complexo,
      exigente e requer capacidade de
      financiamento próprio. Às PME
      aconselharia a associarem-se
      para ganhar dimensão e poderem
      concorrer nesses mercados”. Esta
      é a estratégia que Pedro Tavares,
      presidente do conselho de admi-
      nistração do grupo Cenor, espe-
      cialista em consultoria de enge-
      nharia, que sugere às empresas
      que pretendam avançar com um
      plano de internacionalização. No
      entanto, não tem dúvidas que a
                                          Os PALOP têm
                                          sido o principal
                                          destino de
                                          internacionalização
                                          da empresa
                                          especialista
                                          em consultoria
                                          de engenharia.
                                          Para 2011
                                          a estimativa é
                                          que a componente
                                          externa atinja
                                          20% do volume
                                          de negócios.
                                                                2010, o peso da área interna-
                                                                cional atingiu cerca de 17 % do
                                                                volume de negócios do grupo
                                                                Cenor, prevendo-se que cresça
                                                                para 20 % em 2011.
                                                                O primeiro destino de expansão
                                                                foi os PALOP, sendo que hoje o
                                                                principal mercado de exporta-
                                                                ção é Angola. Onde começou por
                                                                constituir uma sucursal em 2006
                                                                e neste momento já opera com
                                                                uma empresa local, a Cenor Con-
                                                                sultores (Angola).
                                                                Segundo o presidente da Cenor,
      internacionalização é “a única                            a empresa está a iniciar em Cabo
      solução que permitirá manter o      POR DÍRCIA            Verde os primeiros projectos na
      nível do emprego e ultrapassar      LOPES                 área das barragens associadas a
      o aviltamento dos preços que se                           sistemas de rega. Ainda no âm-
      verifica, actualmente, no merca-                           bito dos PALOP, “iniciámos, em
      do nacional”.                                             2010, os primeiros contactos com
      Em 2005, perante a evidência                              Moçambique, estando previsto
      que “a capacidade da consulto-                            para 2011 o estabelecimento de
      ria portuguesa de engenharia só                           uma participação numa empresa
      seria sustentável com o recurso                           local”, avançou Pedro Tavares.
      à internacionalização, o grupo                            De acordo com o presidente da
      avançou para o exterior para                              Cenor, a empresa está presente
      ganhar dimensão. Pedro Tava-                              em Timor, em participação com
      res lembra que nessa altura para                          mais duas portuguesas, na DALAN,
      o grupo Cenor, já com cerca de                            Engenharia, Estudos e Projectos
      160 colaboradores, “tornava-                              Lda., empresa de consultoria de
      se imperioso investir em novos                            arquitectura e engenharia que tem
      mercados, dado que o ciclo das                            vindo a consolidar a sua posição
      grandes obras de infraestrutu-                            naquele território, desde 2005.
      ras em Portugal tinha entrado                             O investimento em novos mer-
      na sua curva descendente”. Em                             cados já levou a companhia para

PME LÍDER 2011
Na foto:             a Roménia, onde está presente
                    Pedro Tavares,       através da Cenorvia Proiect SRL,
                    presidente           empresa detida em partes iguais
                    da Cenor. Angola     pela Cenor e pela Norvia.
                    é hoje o principal   Já em 2011 “obtivemos o nos-
                    mercado              so primeiro contrato no Brasil,
                    de exportação        estando neste momento em
                    da empresa.          análise a forma de nos estabele-
                                         cermos naquele território. Com
                                         efeito, o volume de projectos de
                                         infraestruturas previsto para o
                                         Brasil na próxima década obriga
                                         a uma reflexão aprofundada do
                                         tipo de intervenção e das par-
                                         cerias a estabelecer”, adiantou
                                         Pedro Tavares.
                                         No Magreb (Marrocos e Argélia)
                                         a empresa já está a trabalhar
                                         através do apoio de projecto de
                                         empreiteiros portugueses, estan-
                                         do em análise o estabelecimento
                                         de uma empresa na Argélia que
                                         permita um apoio mais próximo
                                         naquela zona. Mas a instabilida-
                                         de que se abateu sobre aquela
                                         região “recomenda ponderação
                                         na tomada de decisão dos inves-
                                         timentos a efectuar”, salientou
                                         Pedro Tavares. Quanto à possi-
                                         bilidade de alargar a presença
                                         internacional afirmou que, neste
                                         momento, a estratégia passa por
                                         consolidar o mercado do Brasil e
                                         desenvolver o de Moçambique.
                                         No entanto, “estaremos atentos
FOTOS PAULA NUNES




                                         a outras geografias onde surjam
                                         oportunidades      interessantes
                                         para a nossa área de negócios ou
                                         parceiros com idêntica filosofia”.

                                                                   PME LÍDER 2011
que futuro poderá Portugal seguir
18                    inovar



      Portugal no grupo
      dos inovadores
      “moderados”
                                                                                               As energias




i
                                                                                               renováveis são
                                                                                               outra das áreas
                                                                                               onde Portugal tem
                                                                                               dado nas vistas
                                                                                               nos últimos anos.
      Inovação. Invenção. Ideia. Pa-     Num universo      tudo, sobretudo das políticas do
      lavras que se relacionam entre     de 27 estados     conhecimento. Portugal obteve
      si mas que falam de coisas dife-   membros da        estes resultados pela aposta no
      rentes. O que é a inovação? É o    União Europeia,   conhecimento científico e pela
      concretizar de uma nova ideia      Portugal surge    aposta na educação”, como co-
      que crie valor para a economia.    em 15ª posição    mentou o primeiro-ministro,
      Independentemente de falar-        no último         José Sócrates.
      mos de um produto específico        ranking europeu   Portugal foi o país da União
      ou de uma solução tecnológica,     dos países mais   Europeia que mais cresceu no
      a inovação surge apenas quan-      inovadores.       Ranking Europeu da Inovação.
      do se cria algo melhor do que já   Um motivo de      Nos últimos cinco anos conse-
      existe, quando se verifica a sua    orgulho para      guiu crescer mais de 10% face
      aplicabilidade na vida real.       empresas,         à média da União Europeia. Na
      E por muitos projectos, por mui-   universidades,    terminologia da União Europeia,
      tas invenções que se tenham no     empreendedores    Portugal já está inserido no gru-
      mercado português, nem todas       que trabalham     po designado por “inovadores
      se transformam – como seria        diariamente com   moderados”, juntamente como
      desejado – em inovação. Mas de     a missão pela     Espanha, por exemplo.
      ano para ano vão sendo dados       inovação.         Para Daniel Bessa, director-geral
      passos gigantes. Universidades,                      da COTEC Portugal, esta entida-
      empresas, inventores. Sozinhos     POR ANA CUNHA     de “continua convencida de que
      ou em parceria, são cada vez       ALMEIDA           estamos a fazer melhor no que
      mais os casos que demonstram                         se refere aos recursos afectos à
      que este é um País em ascensão                       inovação (seja em investimento
      na rota da inovação. E a prová-                      em I&D) em percentagem do PIB,
      lo está o facto de Portugal ter                      seja nos recursos humanos qua-
      subido um degrau no ranking                          lificados) do que no que se refere
      europeu dos países mais ino-                         aos resultados económicos con-
      vadores, tendo conquistado a                         seguidos com estes recursos.” É
      15ª posição no universo dos 27                       por isso que esta é uma “frente
      estados membros da União Eu-                         em que nos propomos trabalhar
      ropeia. Um ranking que “fala de                      mais intensamente: melhorar >

PME LÍDER 2011
NÚMEROS


1,71%
Do PIB, despesa total em I&D atingiu,
em Portugal, em 2009, 1,71% do PIB,
valor ligeiramente inferior à média
da UE.




8,2
investigadores
Número de investigadores por milhar
de trabalhadores, valor que excede
a média da OCDE.




                                            FOTO ADRIANO MACHADO/BLOOMBERG




                                    PME LÍDER 2011
que futuro poderá Portugal seguir
20               inovar


  > a qualidade e a eficiência dos
      nossos processos de inovação,
      traduzindo-se, se possível mais
      depressa, em maior emprego
      qualificado, maior valor acres-
      centado e salários médios mais
      elevados”, acrescenta o mesmo
      responsável.

      Áreas de actividade
      onde Portugal inova
      Mas inovação não se resume
      apenas a tudo o que tenha a ver
      directamente com tecnologia.
      Daniel Bessa não considere ser
      “legítimo” falar nas áreas de ac-
      tividade em que Portugal que b
      têm tido posições de destaque
      no mercado internacional por-
      que todas elas têm dado passos
      importantes. Claro que não se
      pode negar a evolução em áre-
      as como as TIC – Tecnologias de
      Informação e Comunicação, e na
      Biotecnologia, mas também aqui
      os outros países têm feito pro-
      gressos. As energias renováveis
                                                                                  FOTO PAULO FIGUEIREDO




      são outra das áreas onde Portu-
      gal tem dado nas vistas nos úl-
      timos anos. Mas “para que não
      se pense em inovação se reduz
      a actividades de grande inten-
      sidade tecnológica, a evolução
      extremamente favorável, em
      Portugal, de um sector tão tradi-      rência não possa replicar essa
      cional como o calçado”, salienta       invenção.
      Daniel Bessa.                          A perspectiva de internacional
      As grandes áreas de futuro em          o negócio também surge asso-
      termos de investimento em Ino-         ciada à Inovação, demonstran-
      vação são precisamente estas           do ambição, persistência para
      das TIC, Biotecnologia, Energia,       criar, mais uma vez, mais valor
      mas também Tecnologias da              económico.
      Saúde, Floresta, novos materiais       Portugal tem cada vez mais recur-
      e as tecnologias da produção.          sos humanos. Joaquim Goes, admi-
      “Não sendo certo que venhamos          nistrador executivo do BES lembra
      a dar cartas em todas estas áre-       que em 2008 havia um índice de es-
      as, estamos, em todas elas, a re-      tudantes de Doutoramento por ha-
      alizar um esforço considerável”,       bitante superior à média europeia
      acrescentou o director-geral da        em 40% e tínhamos igualmente
      COTEC Portugal.                        um total de 75 mil investigadores
      Algo que seja inovador deve ser        (quase o dobro desde 2005). Esta-
      protegido, através de um pedi-         mos a par da Alemanha e acima de
      do de patente, por exemplo. E          países como a Holanda e a Espa-
      assim assegurar que a concor-          nha, por exemplo.”

PME LÍDER 2011
FOTO ARQUIVO ECONÓMICO
                       Nas fotos:
                       As grandes áreas      O mesmo gestor lembra que
                       de futuro em          hoje 33% dos novos licenciados
                       termos de             em Portugal são licenciados em
                       investimento em       Ciências e Engenharia (somos lí-
                       Inovação são as       deres na Europa).”
                       TIC, Biotecnologia,   A questão do capital humano
                       Energia, mas          qualificado é determinante para
                       também                a evolução pela inovação mas
                       Tecnologias da        é também necessário reforçar
                       Saúde, Floresta,      práticas em três dimensões, se-
                       Calçado, novos        gundo Joaquim Goes. São elas:
                       materiais e as        “o financiamento à inovação, a
                       tecnologias da        articulação entre as Universida-
                       produção.             des e a Indústria e um aspecto
                                             mais complexo que tem a ver
                                             coma reduzida valorização que
FOTO JOÃO PAULO DIAS




                                             culturalmente atribuímos à ini-
                                             ciativa pessoal e ao empreende-
                                             dorismo”, defende o administra-
                                             dor executivo do BES.

                                                                       PME LÍDER 2011
case-study
22               M.A.R. Kayaks




      De Vila do Conde
      para o mundo


a     A M.A.R. Kayaks nasceu em 1978
      numas instalações que não ti-
      nham mais de 50 metros quadra-
      dos. E se tudo começou pela mão
      de Manuel Ramos, com a produ-
      ção de barcos para uso próprio,
      aquele que viria a ser empresá-
      rio da conceituada marca “Nelo”
      foi deixando seguir a ordem na-
      tural das coisas e à medida que o
      desporto foi crescendo em Por-
      tugal, também ele foi produzin-
      do mais barcos e aumentando a
                                          A empresa
                                          que se dedica
                                          à produção de
                                          barcos para
                                          canoagem sob
                                          a marca “Nelo”
                                          recebeu da
                                          AEP o galardão
                                          “Produtividade
                                          pela Inovação
                                          2010” .


                                          POR ANA CUNHA
                                                           ma João Costa, director finan-
                                                           ceiro da empresa.
                                                           Como se inova num negócio de
                                                           barcos para a prática da canoa-
                                                           gem? Em primeiro lugar, pelas
                                                           pessoas. Cerca de um terço dos
                                                           funcionários são praticantes ou
                                                           ex-praticantes de canoagem. “É
                                                           importante para a motivação,
                                                           para o alinhamento com os ob-
                                                           jectivos da empresa, ajuda a
                                                           criar um sentimento de perten-
                                                           ça à organização. E isso é crucial
      dimensão da fábrica.                ALMEIDA          pois potencia uma cultura de
      A empresa que rapidamente                            inovação ímpar”, avança João
      expandiu o seu negócio para                          Costa.
      Espanha e hoje está espalhada                        Depois investe-se em inovação.
      em todo o mundo por intermé-                         Se em 2009 a empresa investiu
      dio de agentes revendedores,
      assume que “é uma das maio-
      res empresas do mundo e sem
      dúvida uma das melhores”. Um                           DADOS
      verdadeiro caso de inovação                            DA EMPRESA
      ‘made in’ Portugal. “Somos lí-
      deres mundiais neste mercado:                          • Número de trabalhadores
      a representatividade da nossa                            91
      marca nos principais eventos                           • Facturação 2010
      da canoagem (i.e., campeonatos                           3,6 milhões de euros
                                                             • Investimento em I&D 2010
                                                                                                FOTOS BRUNO BARBOSA




      do mundo e jogos olímpicos) é
                                                               250 mil euros
      maior que os nossos concorren-
                                                             • Produção anual
      tes juntos. Isto mede-se em me-                          3000 barcos
      dalhas conquistadas e número
      de barcos em competição”, afir-

PME LÍDER 2011
Nas fotos:
Todos os barcos,
quer de turismo,
quer de competição
são desenhados
pela equipa de 91
pessoas da M.A.R.
E todos são uma
peça fundamental
quando a palavra
de ordem é inovar.
Em baixo, Manuel
Ramos, o fundador
da empresa, que
começou em 1978
a produzir barcos
para uso próprio.




                     182 mil euros, em 2010 a fasquia
                     foi bem alta, nos 250 mil euros.
                     E esta aposta em I&D é um tra-
                     balho de todos, já que “desde a
                     administração até aos operado-
                     res” todos estão envolvidos no
                     departamento.
                     Com uma estrutura de 91 pesso-
                     as – dos quais 11 têm licenciatu-
                     ra ou grau superior – a M.A.R.
                     Kayaks tem hoje 8.000 metros
                     quadrados de fábrica, onde pro-
                     duz 3000 barcos/ano entre os
                     mais variados modelos de bar-
                     cos de turismo ou de competi-
                     ção. Mas todos são desenhados
                     e concebidos pela empresa, re-
                     correndo a técnicas avançadas e
                     suportados no investimento em
                     I&D que envolve maquinaria e
                     prototipagem rápida.
                     O ano de 2011 não podia ter co-
                     meçado da melhor maneira para
                     a M.A.R. Kayaks, já que recebeu
                     da AEP o galardão “Produtivida-
                     de pela Inovação 2010”.
                     Nos últimos três anos, a em-
                     presa que facturou cerca de 3,6
                     milhões de euros em 2010 tem
                     vendido para 63 países, não ha-
                     vendo um mais importante que
                     o outro, como salienta o director
                     financeiro.

                                               PME LÍDER 2011
case-study
24               BERD




      Descomplicar a engenharia de


à     À equipa de 22 trabalhadores
      da BERD são pedidas três coi-
      sas: que pensem no processo
      construtivo de uma ponte de
      forma racional, ou seja, que
      este seja seguro, económico e
      rápido; que disponibilizem os
      grandes equipamentos cons-
      trutivos necessários e que
      dêem formação e apoio técni-
      co na construção das pontes. A
      explicação é de Rodrigo Graça
      Moura, vice-presidente e CFO
      da BERD – Bridge Engineering
                                       A empresa
                                       que tem como
                                       accionistas
                                       institucionais
                                       a AICEP Capital,
                                       FEUP – Faculdade
                                       de Engenharia
                                       da Universidade
                                       do Porto e Mota-
                                       -Engil não pára
                                       de dar cartas no
                                       mercado mundial.


                                       POR ANA CUNHA
                                                          A empresa, criada em 2006, ain-
                                                          da “não facturou um euro em
                                                          Portugal”, o que significa que
                                                          nasceu já com uma enorme ver-
                                                          tente de exportação. “E isto é
                                                          o que é mais exigente, a BERD
                                                          teve 100% de exportação”,
                                                          afirma o vice-presidente. Três
                                                          meses depois do arranque, os
                                                          responsáveis da empresa per-
                                                          ceberam que a sobrevivência,
                                                          de início, e o sucesso, a médio
                                                          prazo, “passavam incontor-
                                                          navelmente pela exportação”.
                                                                                            quanto aos resultados e à ori-
                                                                                            gem dos mesmos.
                                                                                            Em 2010 a BERD esteve envol-
                                                                                            vida em quatro/cinco projec-
                                                                                            tos em quatro países, mas onde
                                                                                            tem uma presença mais forte é
                                                                                            na República Checa. A ponte de
                                                                                            Hostovsky Creek Valley, na Es-
                                                                                            lováquia foi o maior desafio do
                                                                                            ano passado.




      Research & Design.               ALMEIDA            Não houve, portanto, surpresas

PME LÍDER 2011
Na foto:
                                                                          O dia-a-dia nos
                                                                          escritórios da BERD,
                                                                          em Matosinhos,
                                                                          trabalhando num
                                                                          dos projectos
                                                                          de clientes
                 DADOS                                                    internacionais.
                 DA EMPRESA                                               Pedro Pacheco,
                                                                          presidente da
                 • Número de trabalhadores                                empresa, e um
                   22                                                     dos projectos que
                 • Facturação 2010                                        constituiu um dos
                                                  FOTOS HERNÂNI PEREIRA




                   4 milhões de euros                                     maiores desafios
                 • Budget em I&D 2011
                                                                          de 2010: a ponte
                   350 mil euros
                                                                          de Hostovsky
                                                                          Creek Valley, na
                                                                          Eslováquia.




pontes
  O sistema OPS – Sistema de Pré-      Este ano “muito pode aconte-                              incontornável”, garante o vice-
  Esforço Orgânico, a base do tra-     cer”. Será um ano de “enorme                              presidente.
  balho de engenharia em pontes,       investimento e de aumento                                 A BERD avança também que
  tem sido alvo de vários prémios,     de carteira de clientes, onde                             2012/2013 será um ano de forte
  como um prémio na área da Ciên-      Portugal fará parte do desen-                             aumento de facturação, tendo
  cia (da Federation Internacional     volvimento do negócio a curto                             neste momento “a facturação
  du Beton) e dois na área da Ino-     prazo, embora a grande voca-                              assegurada para esse período.”
  vação (Prémio BES, Prémio Five e     ção da BERD continua a ser a                              O orçamento deste ano ao nível
  Prémio Infante D. Henrique). Com     vertente de exportação. “Será                             de I&D aponta para os 350 mil
  orgulho de serem portugueses,        sempre preponderante – isso é                             euros. A empresa está concen-
  a equipa é “profundamente res-                                                                 trada em consolidar os negócios
  peitada e admirada pelos círculos                                                              âncora mas já admite que entrar
  mais prestigiados de engenharia                                                                em novos negócios é um cená-
  de Pontes, a nível mundial”, asse-                                                             rio muito provável. Mas sempre
  gura Rodrigo Graça Moura.                                                                      com muita disciplina.

                                                                                                                          PME LÍDER 2011
case-study
26               Vortal




      Ajudar os clientes
      a comprar melhor
      e a vender mais


c     Com 10 anos de actividade, a
      Vortal tem o desafio constante
      de inovar num mercado que não
      podia ser mais competitivo, o das
      Tecnologias de Informação, mais
      concretamente no segmento de
      internet ‘business’. “O esforço
      para estar sempre à frente exige
      um investimento ainda maior”,
      afirma Rui Dias Ferreira, CEO da
      Vortal. “Todos os dias somos con-
      frontados com inovações disrup-
      tivas, com gigantes a aparecerem
      e a desaparecerem, onde operam
                                          Com escritórios
                                          no Porto, Lisboa,
                                          Madrid e também
                                          em Inglaterra,
                                          a empresa
                                          portuguesa
                                          especializada em
                                          internet business
                                          continua a
                                          crescer, sempre
                                          com uma forte
                                          política de
                                          investimento em
                                          I&D.
                                                              actividade. Parar é morrer nesta
                                                              área de actividade.
                                                              A empresa tem uma equipa de
                                                              mais de 120 colaboradores que
                                                              se encontram distribuídos não
                                                              só em Portugal, nos escritórios
                                                              do Porto e Lisboa, mas também
                                                              em Espanha, Madrid, e Ingla-
                                                              terra. A Vortal desenvolve a
                                                              soluções sempre adaptadas às
                                                              necessidades dos clientes. E
                                                              nesta perspectiva, a empresa
                                                              faz periodicamente inquéritos e
                                                              workshops para perceber quais
                                                                                                 DADOS
                                                                                                 DA EMPRESA
                                                                                                 • Número de trabalhadores
                                                                                                   120 colaboradores
                                                                                                 • Facturação 2010
                                                                                                   11 milhões de euros
                                                                                                 • Investimento em I&D 2010
                                                                                                   Mais de um milhão de euros
                                                                                                 • Número de clientes
                                                                                                   25 mil




      nomes como a Google, LinkedIn,                          as áreas onde é preciso melho-
      Alibaba, GroupOn, etc”, acres-      POR ANA CUNHA       rar alguma coisa sempre “com
      centou o CEO.                       ALMEIDA             o objectivo de continuar a ter
      Com mais de 25 mil empresas                             uma oferta válida para os mer-
      clientes e um crescimento mé-                           cados onde actuamos”, salienta
      dio anual de 20% - em 2010 a                            Rui Dias Ferreira.
      empresa facturou 11 milhões de                          A ideia do negócio da Vortal é
      euros – a Vortal direcciona mais                        ajudar os clientes a comprar
      de um milhão de euros para I&D,                         melhor e a vender mais. Como?
      tendo uma equipa de 30 pessoas                          “Disponibilizando soluções na
      exclusivamente afectas a esta                           rede que lhes permitam encon-

PME LÍDER 2011
FOTOS PAULA NUNES
                                          Na foto:
                                          O Laboratório         trar os melhores parceiros de
                                          de Inovação e         negócio. (…) Hoje passam pelas
                                          Desenvolvimento,      nossas plataformas 2,5% do PIB
                                          Vortal Innovation     Nacional”, admite o CEO.
                                          Lab, em Lisboa,       E se o ano correu bem em 2010,
                                          recebe anualmente     com a consolidação de liderança
                                          estudantes e          em Portugal, a nível internacio-
                                          recém-licenciados     nal a empresa assume ter obtido
                                          para integrarem a     importantes reconhecimentos.
                                          empresa em regime     A Gartner Group, consultora na
                                          de estágio ou de      área das TI, fala da Vortal nos
                                          primeiro emprego.     seus relatórios “Cool vendors
                                          È aqui que            in Procurment Applications”
                                          trabalham mais de     e Strategies dor Public Sector
                                          30 engenheiros e ao   Investment in Procurement
                                          qual corresponde      Applications” como uma das
                                          um investimento       quatro maiores ‘players’ mun-
                                          superior a sete       diais em soluções de contrata-
                                          milhões de euros.     ção electrónica. E atribuem-lhe
Rui Dias Ferreira, CEO da VORTAL, para                          uma quota de mercado de 7%
quem a dedicação, o empenho e enfoque                           na Europa.
no cliente são os grandes conselhos que                         Até final deste ano, a Vortal es-
recomenda a todos os que se iniciam                             tima investir mais de dois mi-
agora no meio empresarial.                                      lhões de euros em projectos de
                                                                cursos.

                                                                                          PME LÍDER 2011
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  • 1. Uma iniciativa de: Esta revista faz parte integrante do Diário Económico n.º 5122 de 24 de Fevereiro de 2011 e não pode ser vendida separadamente. PME LÍDER 2011 | AS 6700 PME QUE LIDERAM EM PORTUGAL PORTUGAL Como podem as PME contribuir para o futuro do País ENTREVISTAS Basílio Horta, João Castello Branco, António Souto INTERNACIONALIZAR Investir no exterior para fugir à crise PRODUZIR A competitividade começa no mercado interno INOVAR O crescimento de Portugal na inovação VENDER Como se vende a marca Portugal TURISMO As PME que lideram ANÁLISE As líderes, sector a sector
  • 2.
  • 3. editorial Negócios com valor acrescentado Exportar é vital, mas o que se exporta é ainda mais determinante. A chave está na inovação: é preciso inovar para crescer mais. HELENA CRISTINA COELHO Subdirectora i“Inovar” tornou-se uma palavra-chave nos discursos de políticos, nos progra- mas de governantes e na estratégia de muitos empresários. Dos primeiros ouvem-se palavras bonitas, dos segun- dos esperam-se condições para uma conjuntura favorável, mas é aos últi- mos, aos empresários, que se exigem resultados e números que alimentem o crescimento da economia. E, embo- ra o número de empresas portuguesas dependerá da aptidão das empresas nacionais para vender mais dentro e, sobretudo, fora de Portugal. Exportar é vital, mas o que se exporta é ainda mais determinante. É no valor acrescentado das suas criações e pro- duções que os portugueses marcam a diferença. Daí a importância do inves- timento em investigação, desenvolvi- mento, inovação ‘made in Portugal’. Os apoios de 275 milhões de euros anun- que estão a marcar pontos no país e em ciados pelo Governo para apoiar as em- vários mercados internacionais com a presas exportadoras são um precioso criação de produtos e serviços inova- alento, sobretudo num período de cri- dores, a verdade é que ainda são insu- se como o actual, para alavancar negó- ficientes para acelerar a economia na- cios. Mas devem ser encarados apenas cional. Há poucas que são muito boas como isso, um apoio, não podem ali- – mas são precisas mais. mentar uma situação de dependência. A chave está na inovação: é preci- “A inovação distingue os líderes dos so inovar para crescer mais. E essa seguidores”, defendeu um dia um em- capacidade - como vários casos de preendedor norte-americano. Esse ho- Pequenas e Médias Empresas (PME) mem chama-se Steve Jobs, começou a nesta edição provam -, depende mais trabalhar num negócio de futuro in- do investimento e do esforço do que certo numa pequena garagem e hoje é da dimensão. E agora que o país vive dono da Apple, uma das mais valiosas e um momento especialmente críti- inovadoras companhias do planeta. Os co, essa capacidade de inovar torna- melhores exemplos, às vezes começam se ainda mais vital para potenciar a pequenos. Fazê-los crescer depende criatividade, a retenção de talentos, o muito da convicção, da criatividade e aumento de produção e o crescimen- do momento certo. E hoje a economia to das exportações. Cada vez mais, a portuguesa precisa mais de líderes do performance da economia portuguesa que de seguidores. PME LÍDER 2011
  • 4. índice 04 ABERTURA Que futuro para Portugal? Especialistas explicam por que via deve Portugal caminhar para chegar a bom porto. Entre internacionalizar, inovar, produzir e saber vender, saiba o que propõem os gestores e conheça 13 casos de empresas de sucesso. págs. 6 a 51 FOTO BRUNO BARBOSA ENTREVISTA 60 Luís Filipe Costa, presidente do IAPMEI: Director António Costa “Muitas empresas têm resistido Director-executivo Bruno Proença Subdirectores bem à crise” Francisco Ferreira da Silva, Helena Cristina Coelho, Pedro Sousa Carvalho pág. 60 e Vitor Costa Editor Irina Marcelino Coordenação Ana Cunha Almeida PME LÍDER Redacção Ana Cunha Almeida, António Os oito passos para alcançar Freitas de Sousa, Cátia Simões, Dírcia Lopes, Elisabete Felismino, Elisabete Soares, Hermínia Saraiva, a liderança Marina Conceição, Nuno Miguel Silva, Raquel Carvalho, 66 pág. 56 Sónia Santos Pereira Produção Ana Marques (chefia), Artur Camarão, Carlos Martins João Santos e Rui Rato ENTREVISTA Departamento Gráfico Dário Rodrigues (editor), Turismo de Portugal: “Estamos Ana Maria Almeida e Inês Rodrigues Tratamento de Imagem optimistas em relação a 2011” Samuel Rainho (coordenação), Paulo Garcia, Pedro Filipe e Tiago Maia pág. 66 Fotografia Paulo Figueiredo (editor), João Paulo Dias, Paula Nunes, Paulo Alexandre Coelho e Cristina Bernardo INTERNACIONALIZAÇÃO Impressão e Acabamento Sogapal Os melhores mercados para 82 as empresas portuguesas Presidente Nuno Vasconcellos pág. 82 Vice-presidente Rafael Mora Administradores Paulo Gomes e António Costa Directora Administrativa ANÁLISE e Financeira Elisabete Seixo Top 15 e análise de 16 sectores Director Geral Comercial Bruno Vasconcelos Director de Operações págs. 204 a 235 e Controlo Pedro Ivo de Carvalho Redacção As 6700 PME Líder Rua Vieira da Silva, nº45, 1350-342 Lisboa, Tel.: 21 323 67 00/ 21 323 68 00 págs. 68 a 71 (turismo) e 96 a 203 (geral) Fax: 21 323 68 01 PME LÍDER 2011
  • 5. O ano da consolidação do estatuto das PME Líder COFACE SERVIÇOS PORTUGAL Direcção de Marketing e Qualidade f Foi com grande satisfação que a Coface Serviços Por- tugal abraçou mais uma edição das empresas PME LÍ- DER, juntamente com o Diário Económico, ao fornecer a informação complementar sobre as entidades que constam na listagem cedida pelo IAPMEI no âmbito do programa de incentivo às empresas FINCRESCE, criado em parceria protocolar com os cinco principais grupos bancários a operar em Portugal. O Programa PME Líder é já uma referência na classifica- ção do tecido empresarial português, enquanto elemen- to impulsionador de novas exigências e de modelos de tentado e a preparação de modelos de gestão inovado- res e adequados a cada negócio. As PME Líder têm um Volume de Negócios superior a 27 Mil Milhões de Euros, dos quais cerca de 4 mil e qui- nhentos milhões são relativos a exportações, uma vez que cerca de 54% das empresas desta listagem são ex- portadoras. É importante destacar que a soma do total do activo de todas estas empresas representa mais de 23 Mil Milhões de Euros, um valor excepcional que é também um bom indicador da qualidade de gestão. Em relação aos Distritos com maior número de pre- gestão inovadores e responsáveis, representando uma senças, destacamos o Porto (20%), Lisboa (16%), Aveiro selecção de destaque ao nível da gestão empresarial (13%), Braga (12%) e Leiria (9%), denota-se, uma vez portuguesa, com gestores focalizados na excelência de mais, a concentração das empresas localizadas nas resultados, com base no investimento em capital huma- regiões centro e norte do País, provenientes dos mais no e em critérios de qualidade rigorosos. variados sectores de actividade, entre os quais desta- Analisando os dados das empresas que constam na camos as indústrias alimentar e têxtil, o comércio por listagem deste ano das PME LÍDER, em termos gerais grosso e a construção. No conjunto, estas empresas e verificamos que nesta edição de 2011 o conjunto das empresários empregam 231.058 mil funcionários, um empresas e empresários reconhecidos com este esta- número que denota a sua importância no seio das co- tuto são cerca de 6.562. Ou seja, mais 1.344 entidades munidades, bem como, a sua responsabilidade social que na edição anterior de 2010, o que demonstra um enquanto facilitadoras do equilíbrio socioeconómico claro interesse do tecido empresarial por esta iniciati- das famílias da sua região, directa e indirectamente va, associada não só ao reconhecimento das valias de consigo relacionadas. cada empresa, por um conjunto de entidades priva- A adesão ao programa, bem como, os números que das e organismos públicos, mas principalmente pelos apresentamos, levantam o véu do que poderá ser o ce- benefícios que traz com vista ao reconhecimento dos nário do próximo ano, quando não devemos falar de seus pares, ao nível da visibilidade e notoriedade as- uma alteração de mentalidades na gestão portuguesa, sociadas, que se traduzem no reforço da sua imagem mas sim na consolidação de novos modelos de gestão e e vantagens competitivas face ao mercado. Tais como, atitudes, criadas a partir da inovação e da excelência e o acesso privilegiado a linhas de financiamento exclu- que, no seu todo, representam apenas um grande ob- sivas, com o propósito de fomentar o crescimento sus- jectivo global: o progresso. PME LÍDER 2011
  • 6. PME Líder 06 futuro ? Qual STÉPHANE GARELLI Centro para a Competitividade BASILIO HORTA o futuro “ Mundial As pequenas e médias empresas “ AICEP Neste momento é inegável que para desempenham um papel funda- mental na evolução económica. Dão algo de fundamental à economia: diversidade. Quando já nos distinguimos em muitos mercados internacionais exigen- tes como bons fornecedores de bens e serviços em áreas, como as PME só existem grandes empresas, por exemplo as das energias re- é-se vítima da crise. As PME dão nováveis, das novas tecnologias estabilidade e emprego para as de informação e comunicação, classes médias , e a estabilidade, da saúde, da biotecnologia, do é um factor-chave para a compe- automóvel, da aeronáutica, da e para a titividade de um país. A Suíça, a Suécia e Alemanha são casos de sucesso no que respeita a PME exportadoras. Mas não se deve defesa e das nano-tecnologias. Houve também uma resposta inovadora à forte concorrência internacional nos sectores ditos Economia apenas exportar. Deve-se tam- bém ter em conta o mercado in- terno. As exportações portugue- sas - baseadas em produtos de tradicionais, que reconquista- ram notoriedade e prestígio pela qualidade, inovação, design e marketing. valor - devem estar viradas para Há que persistir na via da ino- os mercados emergentes, como o vação, do conhecimento e da Brasil, Angola e o resto de África, qualidade dos nossos produtos que prefere, em geral, fazer ne- e serviços, para que se consolide gócios com pequenas empresas e reforce a imagem positiva que Portugal já entrou ou não em recessão? Carlos Costa, e países. As PME portuguesas as nossas empresas têm vindo a governador do Banco de Portugal, diz que sim. Basílio Horta afirma que não. Mas enquanto se discutem números, devem apostar na produção de granjear no exterior. as empresas lutam pela sua própria vida e pela vida alimentos, na especialização e do País. Alguns especialistas disseram ao Diário Económico na tecnologia. o que pensam que podem as pequenas e médias empresas portuguesas fazer para ajudar o País a sair da crise e o que pode o País fazer por elas. POR IRINA MARCELINO PME LÍDER 2011
  • 7. JORGE ROCHA DE JOÃO CASTELLO JOÃO JOÃO MATOS BRANCO CONFRARIA RODRIGUES AIP McKinsey Economista Economista “ Duas áreas em que devem haver mudanças: Na campanha nacional contra os “ É fundamental para a nossas PME desenvolverem uma voca- ção de exportação e internacio- “ Parece-me importante centrar os apoios a empresas que pro- duzam bens transaccionáveis. “ As dificuldades no acesso ao crédi- to e a recessão induzida por polí- ticas de austeridade contraprodu- atrasos de pagamentos, cabendo nalização. O seu sucesso e o do Como exemplos: centes e com escala europeia que ao Governo criar as condições em País estão intimamente ligados a) Criar condições para reduzir comprimem a procura interna são termos de execução efectiva no à abertura de novos mercados os custos unitários do trabalho, a maior ameaça às PME e à eco- que respeita ao funcionamento além-fronteiras. Para que este designadamente através de nomia nacional. Neste contexto, o da justiça económica. Refira-se reforço da internacionalização uma redução das contribuições Governo nacional, em articulação que a próxima transposição da seja possível, é necessária uma sociais a cargo da entidade pa- com os outros governos das pe- nova directiva comunitária re- aposta na diferenciação e na tronal. riferias, deveria fazer pressão no lacionada com o ‘late payment’ inovação através do investimen- b) Reduzir os prazos de paga- próximo conselho europeu para torna esta medida ainda mais to interno em I&D, em recursos mentos, designadamente dos que o fundo europeu se transfor- oportuna. Justificação: redução humanos de qualidade, em par- pagamentos devidos pelo Esta- masse num fundo de verdadeiro da necessidade de recursos fi- cerias estratégicas com outras do e pelas administrações locais. apoio à economia, prescindido de nanceiros e consequentes custos instituições líderes e universida- c) Reforçar articulação com cen- receitas recessivas e atenuando para o funcionamento normal des. Dados os nossos problemas tros de tecnologia e de investi- as dificuldades de financiamento da economia. de dimensão também creio que gação. nacionais. Este fundo deveria dar Na revisão da tributação na es- as empresas portuguesas te- d) Simplificar leis e procedimen- ao país mais tempo para efectu- fera pessoal (IRS) dos rendimen- rão que aprender a associar-se tos, reduzindo custos legais en- ar uma consolidação orçamental tos auferidos pelos empresários e inclusivamente consolidar-se frentados pelas empresas. apoiada no crescimento econó- de micro e pequenas empresas muito mais. mico e abrir caminho à emissão (por um período de cinco anos) de dívida pública europeia. Por no sentido de promover a sua re- outro lado, dadas as assimetrias dução significativa. Justificação: de competitividade na União, aumentar os recursos financei- países como Portugal deveriam ros das empresas sem recurso a recuperar margem de manobra dívida e fomento do empreen- para definir políticas industriais dedorismo. assertivas de apoio aos sectores industriais nacionais mais inova- dores, ajudando assim a debelar os seus desequilíbrios com o ex- terior. PME LÍDER 2011
  • 8. que futuro poderá Portugal seguir 08 internacionalizar Investir no exterior para fugir à crise Internacionalizar parece ser fundamental para os representantes associativos e para O consumo interno está a baixar, os in- alguns empresários. Mas para ir para fora não é preciso apenas coragem. É preciso vestimentos não param de decrescer e conhecer os mercados para onde se vai, ir com um projecto definido e... ter sorte. o abrandamento económico teima em ensombrar as contas do País. Este é o ce- POR DÍRCIA LOPES nário com que as empresas portuguesas se deparam no dia-a-dia e para o qual procuram uma solução. Para o Governo e agentes económicos a resposta para reverter ou minimizar este cenário só pode ser uma: internacionalizar. ANTÓNIO SARAIVA Presidente da CIP “ O mercado nacional é muito limitado para a esmagadora maioria das empresas FOTO BOBBY YIP/REUTERS portuguesas. PME LÍDER 2011
  • 9. A aposta no investimento no exterior Assim, para estas empresas, a inter- Por isso, sugere que “há que persistir não podia estar mais na ordem do dia, nacionalização é um imperativo, uma na via da inovação, do conhecimento sobretudo neste mês de Fevereiro que necessidade premente”. De acordo e da qualidade dos nossos produtos e ficou marcado pela realização do Con- com o presidente da CIP, preparar as serviços, para que se consolide e re- gresso das Exportações, onde o Gover- empresas, em particular as Pequenas force a imagem positiva que as nossas no anunciou novos apoios às empresas e Médias Empresas, para um novo ci- empresas têm vindo a granjear no ex- exportadoras de mais de 275 milhões clo de crescimento coloca como con- terior”. A fasquia no que se refere às de euros. Durante este Congresso, o dição um forte incremento da pro- exportações é ambiciosa: aumentar, a Primeiro-ministro José Sócrates lem- dutividade e da competitividade. Por médio prazo, o peso no PIB para 40%, brou que as exportações devem “ser isso a aposta das estratégias empre- sendo que no final do terceiro trimes- uma prioridade indiscutível na econo- sariais e das políticas públicas “deve tre de 2010 situava-se nos 33%. mia portuguesa para o ano de 2011” e se centrar no sector das actividades Francisco Van Zeller, presidente do garantiu que “o Estado e as empresas transaccionáveis, ou seja, com uma Conselho para a Promoção da Inter- estão determinados a fazer uma agen- orientação para a exportação e in- nacionalização, afirmou que “as em- da comum” neste domínio. ternacionalização. Nestas condições, presas têm de investir no estrangeiro António Saraiva, presidente da Con- diria que a internacionalização é o ca- para se tornarem competitivas. Todos federação da Indústria Portuguesa minho certo para o futuro”. os esforços têm de ser no sentido das (CIP), em declarações ao Diário Eco- Neste âmbito, Basílio Horta, presiden- exportações e de redução das impor- nómico, não tem dúvidas que “o mer- te da AICEP – Portugal Global, salientou tações”. O presidente do CPI lamenta cado nacional é muito limitado que “é inegável que já nos que ainda haja poucas PME exporta- para a esmagadora maioria distinguimos em muitos doras, já que de um total de 370 mil das empresas portuguesas. mercados internacionais empresas em Portugal cerca de 94% exigentes como bons for- do total das exportações têm origem necedores de bens e serviços em apenas três mil entidades. Van em áreas como por exemplo as Zeller defende que o País deve diver- das energias renováveis, das novas sificar mais os países alvos para se tecnologias de informação e comuni- conseguir ser independente das crises cação, da saúde, da biotecnologia, do da Europa. Assim, deve-se olhar para automóvel, da aeronáutica, da defesa o Atlântico Sul, América Latina, Líba- e das nano-tecnologias”. O presidente no, Síria, Jordânia, Egipto, Iraque, su- da AICEP referiu que houve também doeste asiático (sobretudo Singapura) uma resposta inovadora à forte con- como destinos alternativos. corrência internacional nos sectores Exemplo de inovação e de protagonis- ditos tradicionais, que reconquista- ta no panorama internacional desde ram notoriedade e prestígio pela qua- 1992 é a Logoplaste. Presente em 17 lidade, inovação, design e marketing. países com 54 fábricas e 1400 cola- > FRANCISCO VAN VELLER FILIPE DE BOTTON Presidente do Conselho para a Presidente da Logoplaste Promoção da Internacionalização “ As empresas têm de investir no estrangeiro para se tornarem competitivas. “ As empresas têm que pensar que o seu mercado, no mínimo, é a Europa. PME LÍDER 2011
  • 10. que futuro poderá Portugal seguir 10 internacionalizar > boradores assume-se como uma em- presa portuguesa com forte cariz in- ternacional. O objectivo era simples: encontrar espaço para continuar a crescer, já que o mercado português começava a ser muito limitado. Fili- pe de Botton, presidente da empresa que facturou 350 milhões de euros em 2010, coloca a internacionaliza- ção como ponto fundamental da es- tratégia empresarial. “As empresas têm que pensar que o seu mercado, no mínimo, é a Europa. Hoje não há o conceito de mercado local, é preciso pensar que o mercado é internacio- nal”, explicou. Com base nesta estra- tégia, a Logoplaste está a crescer em todas as geografias onde está presen- te, sendo que cerca de 50% da factu- ração da empresa é conseguida em Portugal, Brasil e Reino Unido. Se- gundo Filipe de Botton, as vendas no mercado português têm um peso de 15% na facturação, o que é justificado não por um decréscimo dos negócios no mercado português, mas porque os mercados internacionais e novos estão a crescer. No mercado brasilei- ro lidera e assume que detém a maior empresa produtora de plásticos. Para o empresário o trunfo para conquistar novos mercados e con- tratos assenta na inovação isto por- que apresentam soluções diferentes face aos principais concorrentes. Questionado sobre se a crise não li- mitou o investimento em inovação, Filipe de Botton é peremptório em afirmar que “nestas alturas é que mais se deve apostar em inovação. Continuamos a crescer e a cimentar a posição de liderança porque man- tivemos o investimento em pesquisa e desenvolvimento, que por sua vez leva à inovação”. No ano passado a empresa investiu 11 milhões de eu- ros em I&D. O presidente da Logoplaste escusou- se a sugerir os melhores mercados e estratégias a adoptar isto porque “quem deve escolher a sua geografia de eleição é cada uma das empresas. São elas que terão de saber onde es- tão as suas vantagens competitivas”. PME LÍDER 2011
  • 11. ENTREVISTA A BASÍLIO HORTA, PRESIDENTE DA AICEP PORTUGAL GLOBAL “As nossas exportações cresceram o ano passado cerca de 15%” Basílio Horta, A internacionalização é a alternativa Quais os apoios previstos presidente da AICEP, viável para as empresas continuarem para as PME que pretendam alerta que num a crescer? internacionalizar? contexto de crise a Um País cujo mercado interno é de apenas Desde logo, apoios de índole financeira e internacionalização de 10 milhões de consumidores e que se in- de facilitação do acesso ao financiamento. torna-se ainda tegra no processo de globalização tem de Os sistemas de incentivo do QREN estão mais imperiosa. encarar a exportação como uma via de sen- quase exclusivamente focalizados na te- Para as PME que tido obrigatório indispensável ao cresci- mática da internacionalização, em espe- pretendam avançar mento económico. Num contexto de crise, cial no reforço das capacidades produti- para o exterior a internacionalização apresenta-se como vas e de inovação das empresas que sejam estão previstos uma necessidade ainda mais imperiosa. orientadas para os bens transaccionáveis apoios, por Felizmente as nossas empresas têm dado e para os mercados internacionais, bem exemplo, ao nível do uma resposta à altura. Contrariando todas como no reforço da actuação directa das financiamento. as previsões nacionais e internacionais, as empresas nos mercados externos. No úl- nossas exportações cresceram o ano passa- timo Concurso para a Internacionalização POR DÍRCIA LOPES do cerca de 15%, em pleno ciclo dominado de PME a AICEP recebeu 320 novas candi- pela crise internacional. Estou confiante daturas de PME, que traduzem intenções em que a resposta este corrente há-de con- de investimento da ordem dos 120 milhões tinuar a ser determinantemente positiva. de euros na área da promoção internacio- nal, da prospecção de novos mercados de As PME estão a triunfar no exterior? exportação e do incremento do esforço Sem dúvida. Há cada vez mais PME a ex- de marketing cada vez mais necessário à portar para mais e diversificados merca- presença das empresas portuguesas num dos e a competir em segmentos muito exi- mercado globalizado e extremamente gentes e de vanguarda. A par do esforço competitivo. no sentido da diversificação de mercados e da melhoria do padrão das exportações, E quais os apoios para vencer a crise? um dos nossos objectivos estratégicos é o Nos últimos dois anos, no contexto das alargamento da base exportadora, objecti- Medidas Anti-Crise, foi dada particular vo que tem vindo a ser realizado com uma atenção ao acesso ao financiamento, crescente integração de PME no arco ex- tendo sido criadas e reforçadas as li- portador nacional. O País pode orgulhar-se nhas de crédito PME Investe, que visam dos feitos das suas empresas nos mercados o acesso ao crédito em condições prefe- internacionais, em nichos onde a criativi- renciais, através da bonificação das ta- dade e a inovação se apresentam como xas de juro associadas ao financiamento factores determinantes de êxito. Poderia e da minimização do risco das operações citar muitos outros além dos sectores das bancárias. As seis linhas PME Investe TIC, da nano tecnologia, biomédicas, mol- permitiram já enquadrar mais de 81 mil FOTO PAULA NUNES des, engenharias e arquitectura, energias operações, correspondendo a 53 mil em- e ambiente, onde muitas PME nacionais se presas apoiadas por este instrumento, têm destacado como empresas de prestí- num montante de crédito superior a 7,3 gio em mercados de grande exigência. mil milhões de euros. PME LÍDER 2011
  • 12. case-study 12 Frulact Fruta da Frulact faz as delícias do mundo a As fábricas de preparado de fruta da portuguesa Frulact são as for- necedoras de matéria-prima dos iogurtes de marcas tão conheci- das como a Danone ou a Nestlé. Esta empresa familiar nasceu na Maia em 1987, mas cedo perce- beu “que o mercado doméstico não tinha escala capaz de nos permitir atingir os níveis de competitividade exigidos, bem como permitir a libertação de recursos capazes, de efectuar a aposta que sempre esteve no As fábricas da Frulact são responsáveis pela matéria- prima de iogurtes de várias marcas internacionais. POR DÍRCIA LOPES Hoje, a componente externa representa 96% do volume de negócios da empresa que se si- tua nos 70 milhões de euros. O mercado ibérico e francês, bem como o Norte de África e Médio Oriente são os mais representa- tivos da actividade. Questionado sobre se equaciona entrar nou- tros países, João Miranda admi- tiu que a “Frulact continua aten- ta a novas geografias”. Hoje, as fábricas da Covilhã (con- sideradas uma das melhores da DNA dos seus mentores”, salien- Europa no sector) e a de Apt, em ta João Miranda, presidente do França, têm localizações geoes- grupo Frulact. Com esta ideia em mente, a empresa iniciou o processo de internacionaliza- ção em 1992, quando terminou o primeiro grande investimento de três milhões de euros numa nova fábrica na Maia, com tec- nologia de ponta e capacidade instalada suficiente para abor- dar os mercados externos. João Miranda recorda que “nessa altura tínhamos duas certezas: só facturávamos dois milhões de eu- ros, e tínhamos consciência que a aposta efectuada não permitia erros nem falhas”. Mas o primeiro cliente só surgiria dois anos depois de terem efectuado o investimen- to fruto de muita persistência. PME LÍDER 2011
  • 13. DADOS DA EMPRESA • Volume de negócios 70 milhões de euros • Peso do exterior 96% • Início da internacionalização 1992 • Número de fábricas 6 tratégicas, baseadas na lógica da proximidade aos mercados de maior consumo da Europa do sul e central e do próprio apro- visionamento. O mesmo acon- tece com a fábrica de Larache em Marrocos, de onde a Frulact exporta para o Norte de África e Médio Oriente. A fábrica de Ak- bou na Argélia, é a única que re- FOTO BRUNO BARBOSA sulta de uma partilha de capital, em que a Frulact é maioritária, e que pretende responder ao mer- cado argelino e adaptada à reali- dade sociopolítica. Na foto: O presidente do grupo explicou João Miranda, que a abordagem ao mercado é presidente da feita de forma faseada e diferen- Frulact, uma ciada, privilegiando sempre a empresa familiar proximidade ao cliente e numa que dá cartas lógica de criação de uma man- no mercado cha geográfica de influência. O internacional. “conhecimento das expectativas Recentemente e apetências do consumidor em apostou na nova cada país, bem como o “acultu- marca Fru dedicada ramento” da nossa organização, a produtos sempre foi para nós a chave para ‘gourmet’ (ao lado) um maior sucesso”, afirmou João Miranda. O presidente da Frulact aconselha às PME que pretendam FOTO CEDIDA POR FRULACT avançar para o mercado externo a “avaliar o risco e investir no essencial, ou seja, conhecimento e capital humano. Persistência, persistência, persistência…” PME LÍDER 2011
  • 14. case-study 14 Diviminho Diviminho prepara DADOS DA EMPRESA • Facturação do grupo entrada no Brasil, Diviminho em 2010 60 milhões de euros • Número de colaboradores da Diviminho S.A. Argélia e Líbia 140 • Estimativa de facturação da Diviminho S.A. em 2011 34 milhões de euros a A Diviminho, empresa do nor- te especializada em tectos fal- sos, divisórias e revestimen- tos deu os primeiros passos na área internacional no biénio 2005/2006. Na altura, Angola e Espanha foram os dois países es- colhidos para o arranque da ex- pansão além-fronteiras. Depois de a empresa ter estado envolvi- da na maioria das grandes obras de construção civil que surgi- ram na última década em Por- tugal (como os estádios do Euro Perante a incapacidade de continuar a crescer no mercado interno, a Diviminho investiu num plano de internacionalização em 2005. POR DÍRCIA LOPES 2004), foi “confrontada com a necessidade de crescer para po- presente em Espanha, França, as duas componentes internas e der corresponder aos desafios e Angola, Tunísia e Cabo Verde. externa. cumprir com os compromissos O presidente da empresa afir- António Sá destacou que nalguns assumidos”, explicou António mou que todos estes países são mercados como Angola, França Sá, presidente e administrador igualmente importantes para ou Tunísia, a Diviminho tem opta- da Diviminho. O abrandamento Portugal mas, “neste momento, do por ter presença física, com es- da economia e em especial da Angola e França assumem espe- critórios próprios que dão apoio actividade imobiliária em Por- cial importância pelo dinamis- às equipas e pessoal que aí se en- tugal e Espanha, levou também mo que têm evidenciado”. Mas a contram, sendo que estão dotados à necessidade de “procura de expansão para o exterior não se de grande autonomia financeira e mercados alternativos no exte- fica por aqui. Isto porque “estão gestão. Noutros mercados, como rior, onde a capacidade e ‘know- a ser dados passos muito firmes os de Espanha e Cabo Verde op- how’ da empresa pudessem ser para entrar, em breve e com tou-se pela gestão dos projectos aproveitados. Em simultâneo, a grande intensidade, nos merca- com as mesmas equipas a serem internacionalização é, desde há dos brasileiro e também no mer- deslocadas de Portugal, como em alguns anos, considerada como cado argelino e líbio”, adiantou qualquer outra obra em território uma vertente importante da es- António Sá. A componente ex- nacional, uma vez que o volume tratégia de crescimento e conso- terna atingiu, em 2010, cerca de actual de negócios não justifica, lidação da empresa e do grupo”, 30% do volume total de negócios para já, a instalação de escritórios salientou António Sá. Hoje, além da empresa. O objectivo para o nesses mesmos países. de Portugal, a Diviminho está corrente ano será o de equiparar Questionado sobre o conselho PME LÍDER 2011
  • 15. OBRAS INTERNACIONAIS Angola: Edificio Escon Espanha: Villa Magna FOTOS CEDIDAS POR DIVIMINHO França: Auditório de Poitiers Na foto: António Sá, presidente da Diviminho, que daria a uma PME que pre- afirmou que tenda avançar para o merca- neste momento do externo, António Sá sugere Angola e França que, antes de mais, defina uma assumem especial estratégia clara sobre o que pre- importância no tende atingir a médio e a lon- que se refere ao go prazo, bem como garantir a investimento disponibilidade dos recursos e externo. competências necessários para S. Tomé: Hotel Pestana a prossecução do mesmo. Deve procurar “conhecer bem o mer- cado e as realidades do país, de- vendo atender especialmente à estabilidade política, ao quadro administrativo-legal, às normas fiscais, às diferenças culturais e a toda a uma panóplia de ele- mentos, tais como a concorrên- cia existente, a disponibilidade de infra-estruturas, de trabalha- dores qualificados, etc.”. PME LÍDER 2011
  • 16. case-study 16 Cenor Cenor obtém 20% DADOS DA EMPRESA • Peso da área internacional da facturação no 17% • Número de colaboradores Cerca de 250 • Facturação mercado externo Cerca de 20 milhões de euros o O mercado externo “é complexo, exigente e requer capacidade de financiamento próprio. Às PME aconselharia a associarem-se para ganhar dimensão e poderem concorrer nesses mercados”. Esta é a estratégia que Pedro Tavares, presidente do conselho de admi- nistração do grupo Cenor, espe- cialista em consultoria de enge- nharia, que sugere às empresas que pretendam avançar com um plano de internacionalização. No entanto, não tem dúvidas que a Os PALOP têm sido o principal destino de internacionalização da empresa especialista em consultoria de engenharia. Para 2011 a estimativa é que a componente externa atinja 20% do volume de negócios. 2010, o peso da área interna- cional atingiu cerca de 17 % do volume de negócios do grupo Cenor, prevendo-se que cresça para 20 % em 2011. O primeiro destino de expansão foi os PALOP, sendo que hoje o principal mercado de exporta- ção é Angola. Onde começou por constituir uma sucursal em 2006 e neste momento já opera com uma empresa local, a Cenor Con- sultores (Angola). Segundo o presidente da Cenor, internacionalização é “a única a empresa está a iniciar em Cabo solução que permitirá manter o POR DÍRCIA Verde os primeiros projectos na nível do emprego e ultrapassar LOPES área das barragens associadas a o aviltamento dos preços que se sistemas de rega. Ainda no âm- verifica, actualmente, no merca- bito dos PALOP, “iniciámos, em do nacional”. 2010, os primeiros contactos com Em 2005, perante a evidência Moçambique, estando previsto que “a capacidade da consulto- para 2011 o estabelecimento de ria portuguesa de engenharia só uma participação numa empresa seria sustentável com o recurso local”, avançou Pedro Tavares. à internacionalização, o grupo De acordo com o presidente da avançou para o exterior para Cenor, a empresa está presente ganhar dimensão. Pedro Tava- em Timor, em participação com res lembra que nessa altura para mais duas portuguesas, na DALAN, o grupo Cenor, já com cerca de Engenharia, Estudos e Projectos 160 colaboradores, “tornava- Lda., empresa de consultoria de se imperioso investir em novos arquitectura e engenharia que tem mercados, dado que o ciclo das vindo a consolidar a sua posição grandes obras de infraestrutu- naquele território, desde 2005. ras em Portugal tinha entrado O investimento em novos mer- na sua curva descendente”. Em cados já levou a companhia para PME LÍDER 2011
  • 17. Na foto: a Roménia, onde está presente Pedro Tavares, através da Cenorvia Proiect SRL, presidente empresa detida em partes iguais da Cenor. Angola pela Cenor e pela Norvia. é hoje o principal Já em 2011 “obtivemos o nos- mercado so primeiro contrato no Brasil, de exportação estando neste momento em da empresa. análise a forma de nos estabele- cermos naquele território. Com efeito, o volume de projectos de infraestruturas previsto para o Brasil na próxima década obriga a uma reflexão aprofundada do tipo de intervenção e das par- cerias a estabelecer”, adiantou Pedro Tavares. No Magreb (Marrocos e Argélia) a empresa já está a trabalhar através do apoio de projecto de empreiteiros portugueses, estan- do em análise o estabelecimento de uma empresa na Argélia que permita um apoio mais próximo naquela zona. Mas a instabilida- de que se abateu sobre aquela região “recomenda ponderação na tomada de decisão dos inves- timentos a efectuar”, salientou Pedro Tavares. Quanto à possi- bilidade de alargar a presença internacional afirmou que, neste momento, a estratégia passa por consolidar o mercado do Brasil e desenvolver o de Moçambique. No entanto, “estaremos atentos FOTOS PAULA NUNES a outras geografias onde surjam oportunidades interessantes para a nossa área de negócios ou parceiros com idêntica filosofia”. PME LÍDER 2011
  • 18. que futuro poderá Portugal seguir 18 inovar Portugal no grupo dos inovadores “moderados” As energias i renováveis são outra das áreas onde Portugal tem dado nas vistas nos últimos anos. Inovação. Invenção. Ideia. Pa- Num universo tudo, sobretudo das políticas do lavras que se relacionam entre de 27 estados conhecimento. Portugal obteve si mas que falam de coisas dife- membros da estes resultados pela aposta no rentes. O que é a inovação? É o União Europeia, conhecimento científico e pela concretizar de uma nova ideia Portugal surge aposta na educação”, como co- que crie valor para a economia. em 15ª posição mentou o primeiro-ministro, Independentemente de falar- no último José Sócrates. mos de um produto específico ranking europeu Portugal foi o país da União ou de uma solução tecnológica, dos países mais Europeia que mais cresceu no a inovação surge apenas quan- inovadores. Ranking Europeu da Inovação. do se cria algo melhor do que já Um motivo de Nos últimos cinco anos conse- existe, quando se verifica a sua orgulho para guiu crescer mais de 10% face aplicabilidade na vida real. empresas, à média da União Europeia. Na E por muitos projectos, por mui- universidades, terminologia da União Europeia, tas invenções que se tenham no empreendedores Portugal já está inserido no gru- mercado português, nem todas que trabalham po designado por “inovadores se transformam – como seria diariamente com moderados”, juntamente como desejado – em inovação. Mas de a missão pela Espanha, por exemplo. ano para ano vão sendo dados inovação. Para Daniel Bessa, director-geral passos gigantes. Universidades, da COTEC Portugal, esta entida- empresas, inventores. Sozinhos POR ANA CUNHA de “continua convencida de que ou em parceria, são cada vez ALMEIDA estamos a fazer melhor no que mais os casos que demonstram se refere aos recursos afectos à que este é um País em ascensão inovação (seja em investimento na rota da inovação. E a prová- em I&D) em percentagem do PIB, lo está o facto de Portugal ter seja nos recursos humanos qua- subido um degrau no ranking lificados) do que no que se refere europeu dos países mais ino- aos resultados económicos con- vadores, tendo conquistado a seguidos com estes recursos.” É 15ª posição no universo dos 27 por isso que esta é uma “frente estados membros da União Eu- em que nos propomos trabalhar ropeia. Um ranking que “fala de mais intensamente: melhorar > PME LÍDER 2011
  • 19. NÚMEROS 1,71% Do PIB, despesa total em I&D atingiu, em Portugal, em 2009, 1,71% do PIB, valor ligeiramente inferior à média da UE. 8,2 investigadores Número de investigadores por milhar de trabalhadores, valor que excede a média da OCDE. FOTO ADRIANO MACHADO/BLOOMBERG PME LÍDER 2011
  • 20. que futuro poderá Portugal seguir 20 inovar > a qualidade e a eficiência dos nossos processos de inovação, traduzindo-se, se possível mais depressa, em maior emprego qualificado, maior valor acres- centado e salários médios mais elevados”, acrescenta o mesmo responsável. Áreas de actividade onde Portugal inova Mas inovação não se resume apenas a tudo o que tenha a ver directamente com tecnologia. Daniel Bessa não considere ser “legítimo” falar nas áreas de ac- tividade em que Portugal que b têm tido posições de destaque no mercado internacional por- que todas elas têm dado passos importantes. Claro que não se pode negar a evolução em áre- as como as TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação, e na Biotecnologia, mas também aqui os outros países têm feito pro- gressos. As energias renováveis FOTO PAULO FIGUEIREDO são outra das áreas onde Portu- gal tem dado nas vistas nos úl- timos anos. Mas “para que não se pense em inovação se reduz a actividades de grande inten- sidade tecnológica, a evolução extremamente favorável, em Portugal, de um sector tão tradi- rência não possa replicar essa cional como o calçado”, salienta invenção. Daniel Bessa. A perspectiva de internacional As grandes áreas de futuro em o negócio também surge asso- termos de investimento em Ino- ciada à Inovação, demonstran- vação são precisamente estas do ambição, persistência para das TIC, Biotecnologia, Energia, criar, mais uma vez, mais valor mas também Tecnologias da económico. Saúde, Floresta, novos materiais Portugal tem cada vez mais recur- e as tecnologias da produção. sos humanos. Joaquim Goes, admi- “Não sendo certo que venhamos nistrador executivo do BES lembra a dar cartas em todas estas áre- que em 2008 havia um índice de es- as, estamos, em todas elas, a re- tudantes de Doutoramento por ha- alizar um esforço considerável”, bitante superior à média europeia acrescentou o director-geral da em 40% e tínhamos igualmente COTEC Portugal. um total de 75 mil investigadores Algo que seja inovador deve ser (quase o dobro desde 2005). Esta- protegido, através de um pedi- mos a par da Alemanha e acima de do de patente, por exemplo. E países como a Holanda e a Espa- assim assegurar que a concor- nha, por exemplo.” PME LÍDER 2011
  • 21. FOTO ARQUIVO ECONÓMICO Nas fotos: As grandes áreas O mesmo gestor lembra que de futuro em hoje 33% dos novos licenciados termos de em Portugal são licenciados em investimento em Ciências e Engenharia (somos lí- Inovação são as deres na Europa).” TIC, Biotecnologia, A questão do capital humano Energia, mas qualificado é determinante para também a evolução pela inovação mas Tecnologias da é também necessário reforçar Saúde, Floresta, práticas em três dimensões, se- Calçado, novos gundo Joaquim Goes. São elas: materiais e as “o financiamento à inovação, a tecnologias da articulação entre as Universida- produção. des e a Indústria e um aspecto mais complexo que tem a ver coma reduzida valorização que FOTO JOÃO PAULO DIAS culturalmente atribuímos à ini- ciativa pessoal e ao empreende- dorismo”, defende o administra- dor executivo do BES. PME LÍDER 2011
  • 22. case-study 22 M.A.R. Kayaks De Vila do Conde para o mundo a A M.A.R. Kayaks nasceu em 1978 numas instalações que não ti- nham mais de 50 metros quadra- dos. E se tudo começou pela mão de Manuel Ramos, com a produ- ção de barcos para uso próprio, aquele que viria a ser empresá- rio da conceituada marca “Nelo” foi deixando seguir a ordem na- tural das coisas e à medida que o desporto foi crescendo em Por- tugal, também ele foi produzin- do mais barcos e aumentando a A empresa que se dedica à produção de barcos para canoagem sob a marca “Nelo” recebeu da AEP o galardão “Produtividade pela Inovação 2010” . POR ANA CUNHA ma João Costa, director finan- ceiro da empresa. Como se inova num negócio de barcos para a prática da canoa- gem? Em primeiro lugar, pelas pessoas. Cerca de um terço dos funcionários são praticantes ou ex-praticantes de canoagem. “É importante para a motivação, para o alinhamento com os ob- jectivos da empresa, ajuda a criar um sentimento de perten- ça à organização. E isso é crucial dimensão da fábrica. ALMEIDA pois potencia uma cultura de A empresa que rapidamente inovação ímpar”, avança João expandiu o seu negócio para Costa. Espanha e hoje está espalhada Depois investe-se em inovação. em todo o mundo por intermé- Se em 2009 a empresa investiu dio de agentes revendedores, assume que “é uma das maio- res empresas do mundo e sem dúvida uma das melhores”. Um DADOS verdadeiro caso de inovação DA EMPRESA ‘made in’ Portugal. “Somos lí- deres mundiais neste mercado: • Número de trabalhadores a representatividade da nossa 91 marca nos principais eventos • Facturação 2010 da canoagem (i.e., campeonatos 3,6 milhões de euros • Investimento em I&D 2010 FOTOS BRUNO BARBOSA do mundo e jogos olímpicos) é 250 mil euros maior que os nossos concorren- • Produção anual tes juntos. Isto mede-se em me- 3000 barcos dalhas conquistadas e número de barcos em competição”, afir- PME LÍDER 2011
  • 23. Nas fotos: Todos os barcos, quer de turismo, quer de competição são desenhados pela equipa de 91 pessoas da M.A.R. E todos são uma peça fundamental quando a palavra de ordem é inovar. Em baixo, Manuel Ramos, o fundador da empresa, que começou em 1978 a produzir barcos para uso próprio. 182 mil euros, em 2010 a fasquia foi bem alta, nos 250 mil euros. E esta aposta em I&D é um tra- balho de todos, já que “desde a administração até aos operado- res” todos estão envolvidos no departamento. Com uma estrutura de 91 pesso- as – dos quais 11 têm licenciatu- ra ou grau superior – a M.A.R. Kayaks tem hoje 8.000 metros quadrados de fábrica, onde pro- duz 3000 barcos/ano entre os mais variados modelos de bar- cos de turismo ou de competi- ção. Mas todos são desenhados e concebidos pela empresa, re- correndo a técnicas avançadas e suportados no investimento em I&D que envolve maquinaria e prototipagem rápida. O ano de 2011 não podia ter co- meçado da melhor maneira para a M.A.R. Kayaks, já que recebeu da AEP o galardão “Produtivida- de pela Inovação 2010”. Nos últimos três anos, a em- presa que facturou cerca de 3,6 milhões de euros em 2010 tem vendido para 63 países, não ha- vendo um mais importante que o outro, como salienta o director financeiro. PME LÍDER 2011
  • 24. case-study 24 BERD Descomplicar a engenharia de à À equipa de 22 trabalhadores da BERD são pedidas três coi- sas: que pensem no processo construtivo de uma ponte de forma racional, ou seja, que este seja seguro, económico e rápido; que disponibilizem os grandes equipamentos cons- trutivos necessários e que dêem formação e apoio técni- co na construção das pontes. A explicação é de Rodrigo Graça Moura, vice-presidente e CFO da BERD – Bridge Engineering A empresa que tem como accionistas institucionais a AICEP Capital, FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e Mota- -Engil não pára de dar cartas no mercado mundial. POR ANA CUNHA A empresa, criada em 2006, ain- da “não facturou um euro em Portugal”, o que significa que nasceu já com uma enorme ver- tente de exportação. “E isto é o que é mais exigente, a BERD teve 100% de exportação”, afirma o vice-presidente. Três meses depois do arranque, os responsáveis da empresa per- ceberam que a sobrevivência, de início, e o sucesso, a médio prazo, “passavam incontor- navelmente pela exportação”. quanto aos resultados e à ori- gem dos mesmos. Em 2010 a BERD esteve envol- vida em quatro/cinco projec- tos em quatro países, mas onde tem uma presença mais forte é na República Checa. A ponte de Hostovsky Creek Valley, na Es- lováquia foi o maior desafio do ano passado. Research & Design. ALMEIDA Não houve, portanto, surpresas PME LÍDER 2011
  • 25. Na foto: O dia-a-dia nos escritórios da BERD, em Matosinhos, trabalhando num dos projectos de clientes DADOS internacionais. DA EMPRESA Pedro Pacheco, presidente da • Número de trabalhadores empresa, e um 22 dos projectos que • Facturação 2010 constituiu um dos FOTOS HERNÂNI PEREIRA 4 milhões de euros maiores desafios • Budget em I&D 2011 de 2010: a ponte 350 mil euros de Hostovsky Creek Valley, na Eslováquia. pontes O sistema OPS – Sistema de Pré- Este ano “muito pode aconte- incontornável”, garante o vice- Esforço Orgânico, a base do tra- cer”. Será um ano de “enorme presidente. balho de engenharia em pontes, investimento e de aumento A BERD avança também que tem sido alvo de vários prémios, de carteira de clientes, onde 2012/2013 será um ano de forte como um prémio na área da Ciên- Portugal fará parte do desen- aumento de facturação, tendo cia (da Federation Internacional volvimento do negócio a curto neste momento “a facturação du Beton) e dois na área da Ino- prazo, embora a grande voca- assegurada para esse período.” vação (Prémio BES, Prémio Five e ção da BERD continua a ser a O orçamento deste ano ao nível Prémio Infante D. Henrique). Com vertente de exportação. “Será de I&D aponta para os 350 mil orgulho de serem portugueses, sempre preponderante – isso é euros. A empresa está concen- a equipa é “profundamente res- trada em consolidar os negócios peitada e admirada pelos círculos âncora mas já admite que entrar mais prestigiados de engenharia em novos negócios é um cená- de Pontes, a nível mundial”, asse- rio muito provável. Mas sempre gura Rodrigo Graça Moura. com muita disciplina. PME LÍDER 2011
  • 26. case-study 26 Vortal Ajudar os clientes a comprar melhor e a vender mais c Com 10 anos de actividade, a Vortal tem o desafio constante de inovar num mercado que não podia ser mais competitivo, o das Tecnologias de Informação, mais concretamente no segmento de internet ‘business’. “O esforço para estar sempre à frente exige um investimento ainda maior”, afirma Rui Dias Ferreira, CEO da Vortal. “Todos os dias somos con- frontados com inovações disrup- tivas, com gigantes a aparecerem e a desaparecerem, onde operam Com escritórios no Porto, Lisboa, Madrid e também em Inglaterra, a empresa portuguesa especializada em internet business continua a crescer, sempre com uma forte política de investimento em I&D. actividade. Parar é morrer nesta área de actividade. A empresa tem uma equipa de mais de 120 colaboradores que se encontram distribuídos não só em Portugal, nos escritórios do Porto e Lisboa, mas também em Espanha, Madrid, e Ingla- terra. A Vortal desenvolve a soluções sempre adaptadas às necessidades dos clientes. E nesta perspectiva, a empresa faz periodicamente inquéritos e workshops para perceber quais DADOS DA EMPRESA • Número de trabalhadores 120 colaboradores • Facturação 2010 11 milhões de euros • Investimento em I&D 2010 Mais de um milhão de euros • Número de clientes 25 mil nomes como a Google, LinkedIn, as áreas onde é preciso melho- Alibaba, GroupOn, etc”, acres- POR ANA CUNHA rar alguma coisa sempre “com centou o CEO. ALMEIDA o objectivo de continuar a ter Com mais de 25 mil empresas uma oferta válida para os mer- clientes e um crescimento mé- cados onde actuamos”, salienta dio anual de 20% - em 2010 a Rui Dias Ferreira. empresa facturou 11 milhões de A ideia do negócio da Vortal é euros – a Vortal direcciona mais ajudar os clientes a comprar de um milhão de euros para I&D, melhor e a vender mais. Como? tendo uma equipa de 30 pessoas “Disponibilizando soluções na exclusivamente afectas a esta rede que lhes permitam encon- PME LÍDER 2011
  • 27. FOTOS PAULA NUNES Na foto: O Laboratório trar os melhores parceiros de de Inovação e negócio. (…) Hoje passam pelas Desenvolvimento, nossas plataformas 2,5% do PIB Vortal Innovation Nacional”, admite o CEO. Lab, em Lisboa, E se o ano correu bem em 2010, recebe anualmente com a consolidação de liderança estudantes e em Portugal, a nível internacio- recém-licenciados nal a empresa assume ter obtido para integrarem a importantes reconhecimentos. empresa em regime A Gartner Group, consultora na de estágio ou de área das TI, fala da Vortal nos primeiro emprego. seus relatórios “Cool vendors È aqui que in Procurment Applications” trabalham mais de e Strategies dor Public Sector 30 engenheiros e ao Investment in Procurement qual corresponde Applications” como uma das um investimento quatro maiores ‘players’ mun- superior a sete diais em soluções de contrata- milhões de euros. ção electrónica. E atribuem-lhe Rui Dias Ferreira, CEO da VORTAL, para uma quota de mercado de 7% quem a dedicação, o empenho e enfoque na Europa. no cliente são os grandes conselhos que Até final deste ano, a Vortal es- recomenda a todos os que se iniciam tima investir mais de dois mi- agora no meio empresarial. lhões de euros em projectos de cursos. PME LÍDER 2011