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Priscilla Indianara Di Paula Pinto
Maria Zélia Araújo
Danilo de Oliveira Aleixo
(Organizadores)
FISIOTERAPIA E PESQUISA: UMA NOVA PROPOSTA DE QUALIDADE
DE VIDA
UNESC
2014
UNIÃO DE ENSINO SUPERIOR DE CAMPINA GRANDE-UNESC
FACULDADE DE CAMPINA GRANDE-FAC-CG
Diretora Executiva
Ana Lígia Costa Feliciano
Gerência Administrativa
Gustavo Costa Feliciano
Gerência Financeira
Tiago Torquato Lêdo
Coordenação Acadêmica
Danilo de Oliveira Aleixo
Coordenação de Fisioterapia
Priscilla Indianara Di Paula Pinto
Coordenação do Núcleo de Pesquisa e Extensão
Maria Zélia Araújo
Normalização Técnica
Severina Sueli da Silva Oliveira CRB-15/225
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DA UNESC
F56 Fisioterapia e pesquisa: uma nova proposta de qualidade de vida / Priscilla
Indianara Di Paula Pinto, Maria Zélia Araújo, Danilo de Oliveira Aleixo
(Organizadores). – Campina Grande: UNESC, 2014.
200 p. : il. color.
ISBN 978-85-92586-03-4
2 1. Fisioterapia. 2. Saúde. 3. Fisioterapia – Qualidade de Vida. I. Pinto,
Priscilla Indianara Di Paula. II. Araújo, Maria Zélia. III. Aleixo, Danilo de
Oliveira. IV. Título.
CDU 615
FISIOTERAPIA E PESQUISA: UMA NOVA PROPOSTA DE
QUALIDADE DE VIDA
Argumentar sobre a FISIOTERAPIA como ciência, é de suma
importância que esse argumento parta da definição que é apresentada pelo
Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), pois
dessa forma está se partindo da base que é defendida pelo órgão oficial que
regimenta os profissionais dessa área de conhecimento. De acordo com esse
Conselho Fisioterapia “é uma ciência da Saúde que estuda, previne e trata os
distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo
humano, gerados por alterações genéticas, por traumas e por doenças
adquiridas”. Ainda complementa que ela “fundamenta suas ações em
mecanismos terapêuticos próprios, sistematizados pelos estudos da Biologia,
das ciências morfológicas, das ciências fisiológicas, das patologias, da
bioquímica, da biofísica, da biomecânica, da cinesia, da sinergia funcional, e da
patologia de órgãos e sistemas do corpo humano e as disciplinas
comportamentais e sociais”. Vê-se nesta definição que a Fisioterapia trata o
ser humano, enquanto objeto de estudo, de forma completa, envolvendo, não
somente o lado físico, mas também o social.
Além do que fora dito, vale ressaltar que na atuação dessa ciência, ela
se propõe não somente ao processo de estudar, prevenir e tratar os distúrbios
cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano,
gerados por alterações genéticas, por traumas e por doenças adquiridas, mas
que vê o sujeito social como um todo. E, para tanto, a sua proposição é de
apresentar uma nova proposta de qualidade de vida mediante o
desenvolvimento tecnológico dos dias hodiernos, os quais têm modificados os
modelos de vidas singulares que se tinham em épocas anteriores, as quais não
provocavam tantos transtornos aos seres humanos, principalmente, os da
terceira idade.
É do conhecimento dos profissionais dessa área de conhecimento que o
seu objetivo é preservar, manter, desenvolver ou restaurar (reabilitação) a
integridade de órgãos, sistemas ou funções. Utiliza-se de conhecimento e
recursos próprios como parte do processo terapêutico nas condições psico-
físico-social para promover melhoria de qualidade de vida.
Portanto, nessa construção vale também destacar o que é definido por
qualidade de vida apresentada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que
compreende: “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da
cultura e sistema de valores nos quais vive e em relação aos seus objetivos,
expectativas, padrões e preocupações”, o que tem sido discutido pelos alunos
que se formaram na União de Ensino Superior de Campina Grande, em
2014, ao realizarem suas pesquisas de conclusão de Curso.
Portanto, esta coletânea que é intitulada de “FISIOTERAPIA E PESQUISA:
UMA NOVA PROPOSTA DE QUALIDADE DE VIDA” apresenta em sua
composição os artigos intitulados:
v FISIOTERAPIA INTENSIVA NA BRONQUIOLITE: UMA REVISÃO DE
LITERATURA;
v OS BENEFÍCIOS DO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DE DOR
LOMBAR: REVISÃO DE LITERATURA;
v USO DA VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA NA PREVENÇÃO DE
COMPLICAÇÕES NO PÓS OPERATORIO DE CIRÚRGIA CARDÍACA;
v FUNÇÃO PULMONAR EM MINERADORES DA INDÚSTRIA DE
BENEFICIAMENTO DE CAULIM;
v GRAU DE OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS E USO DE
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI’S):
REPERCUSSÕES NA SAÚDE DOS TRABALHADORES DA
INDÚSTRIA DO GRANITO;
v CUIDADOS NA ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA PARA PREVENÇÃO
DA PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA (PAVM):
UMA REVISÃO DE LITERATURA;
v CORRELAÇÃO ENTRE ÂNGULO “Q” E A SÍNDROME DA DOR
PATELOFEMORAL EM MULHERES;
v ATUALIDADES SOBRE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA EM
PEDIATRIA E NEONATOLOGIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA;
v A FISIOTERAPIA SOBRE A PERCEPÇÃO DOS CUIDADORES DE
CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS EM ESCOLA DE
ENSINO REGULAR;
v A FISIOTERAPIA NA PERCEPÇÃO DE CUIDADORES DE
SEQUELADOS DE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO;
v RELAÇÃO DA EXPOSIÇÃO SOLAR E O ENVELHECIMENTO
PRECOCE: UMA REVISÃO SISTEMATIZADA;
v EFICÁCIA DO TREINO DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO
NO TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA: UMA
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.
Artigos esses que vieram, tão somente, endossar o conhecimento da
Fisioterapia no tocante a qualidade de vida dos sujeitos sociais, daqueles que
necessitam de sua atuação na vida em sociedade, uma vez que, tem realizado
pesquisas que apresentam uma nova proposta de qualidade de vida, e, assim
ampliar os horizontes dessa ciência em pleno século XXI.
Os Organizadores
SUMÁRIO
1 FISIOTERAPIA INTENSIVA NA BRONQUIOLITE: UMA REVISÃO DE
LITERATURA......................................................................................................8
Helder Araujo de Menezes
Isabella Pinheiro de Farias Bispo
2 OS BENEFÍCIOS DO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DE DOR
LOMBAR: REVISÃO DE LITERATURA...........................................................20
Marina Gadelha de Menezes
Sheila Bezerra Costa
3 USO DA VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA NA PREVENÇÃO DE
COMPLICAÇÕES NO PÓS OPERATORIO DE CIRÚRGIA CARDÍACA........33
Adna Dilleã Nunes Pereira
Isabella Pinheiro de Farias Bispo
4 FUNÇÃO PULMONAR EM MINERADORES DA INDÚSTRIA DE
BENEFICIAMENTO DE CAULIM......................................................................44
Christiane da Silva Sales
Priscilla Indianara Di Paula Pinto
5 GRAU DE OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS E USO DE
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI’S): REPERCUSSÕES
NA SAÚDE DOS TRABALHADORES DA INDÚSTRIA DO GRANITO.........68
Telma da Silva Araújo
Priscilla Indianara Di Paula Pinto Taques
6 CUIDADOS NA ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA PARA PREVENÇÃO DA
PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA (PAVM): UMA
REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................89
Stela Ticyanne de Castro Dantas
Vitor Ávila Rozeira Silva
7 CORRELAÇÃO ENTRE ÂNGULO “Q” E A SÍNDROME DA DOR
PATELOFEMORAL EM MULHERES.............................................................107
Rudiney da Silva Araújo
Eliete Moreira Colaço
8 ATUALIDADES SOBRE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA EM PEDIATRIA E
NEONATOLOGIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA..................................121
Géssica Rayanne Cândido Ferreira Guedes
Isabella Pinheiro de Farias Bispo
9 A FISIOTERAPIA SOBRE A PERCEPÇÃO DOS CUIDADORES DE
CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS EM ESCOLA DE ENSINO
REGULAR.......................................................................................................134
Hellubya Apolinario da Silva
Rubia Karine Diniz Dutra
10 A FISIOTERAPIA NA PERCEPÇÃO DE CUIDADORES DE SEQUELADOS
DE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO...................................................150
Maria Cláudia de Almeida Silva
Rubia Karine Diniz Dutra
11 RELAÇÃO DA EXPOSIÇÃO SOLAR E O ENVELHECIMENTO PRECOCE:
UMA REVISÃO SISTEMATIZADA.................................................................166
Alexandra de Oliveira Santana
Rubia Karine Diniz Dutra
12 EFICÁCIA DO TREINO DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO NO
TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA............................................................................................185
Maíra Creusa Farias Belo
Sara Cris Santos
6
SUMÁRIO
1 FISIOTERAPIA INTENSIVA NA BRONQUIOLITE: UMA REVISÃO DE
LITERATURA......................................................................................................8
Helder Araujo de Menezes
Isabella Pinheiro de Farias Bispo
2 OS BENEFÍCIOS DO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DE DOR
LOMBAR: REVISÃO DE LITERATURA...........................................................20
Marina Gadelha de Menezes
Sheila Bezerra Costa
3 USO DA VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA NA PREVENÇÃO DE
COMPLICAÇÕES NO PÓS OPERATORIO DE CIRÚRGIA CARDÍACA........33
Adna Dilleã Nunes Pereira
Isabella Pinheiro de Farias Bispo
4 FUNÇÃO PULMONAR EM MINERADORES DA INDÚSTRIA DE
BENEFICIAMENTO DE CAULIM......................................................................44
Christiane da Silva Sales
Priscilla Indianara Di Paula Pinto
5 GRAU DE OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS E USO DE
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI’S): REPERCUSSÕES
NA SAÚDE DOS TRABALHADORES DA INDÚSTRIA DO GRANITO.........68
Telma da Silva Araújo
Priscilla Indianara Di Paula Pinto Taques
6 CUIDADOS NA ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA PARA PREVENÇÃO DA
PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA (PAVM): UMA
REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................89
Stela Ticyanne de Castro Dantas
Vitor Ávila Rozeira Silva
7 CORRELAÇÃO ENTRE ÂNGULO “Q” E A SÍNDROME DA DOR
PATELOFEMORAL EM MULHERES.............................................................107
Rudiney da Silva Araújo
Eliete Moreira Colaço
8 ATUALIDADES SOBRE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA EM PEDIATRIA E
NEONATOLOGIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA..................................121
Géssica Rayanne Cândido Ferreira Guedes
Isabella Pinheiro de Farias Bispo
9 A FISIOTERAPIA SOBRE A PERCEPÇÃO DOS CUIDADORES DE
CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS EM ESCOLA DE ENSINO
REGULAR.......................................................................................................134
Hellubya Apolinario da Silva
Rubia Karine Diniz Dutra
7
10 A FISIOTERAPIA NA PERCEPÇÃO DE CUIDADORES DE SEQUELADOS
DE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO...................................................150
Maria Cláudia de Almeida Silva
Rubia Karine Diniz Dutra
11 RELAÇÃO DA EXPOSIÇÃO SOLAR E O ENVELHECIMENTO PRECOCE:
UMA REVISÃO SISTEMATIZADA.................................................................166
Alexandra de Oliveira Santana
Rubia Karine Diniz Dutra
12 EFICÁCIA DO TREINO DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO NO
TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA............................................................................................185
Maíra Creusa Farias Belo
Sara Cris Santos
8
FISIOTERAPIA INTENSIVA NA BRONQUIOLITE: UMA REVISÃO DE
LITERATURA
Helder Araujo de Menezes1
Isabella Pinheiro de Farias Bispo2
RESUMO
Objetivos: analisar e verificar a atuação fisioterapia respiratória no tratamento
da bronquiolite. Métodos: revisão bibliográfica de artigos com base nos bancos
de dados Scielo e Lilacs, ambos inseridos na Bireme, com uso de descritores
específicos e termos de busca simples. Resultados: Foram selecionados 16
artigos referentes ao tema proposto atingindo os critérios de inclusão.
Conclusão: os estudos mostraram que a fisioterapia respiratória aplicada em
crianças com bronquiolite foi eficaz no tratamento da doença enquanto, para
outros estudos sua eficácia não se faz presente podendo contribuir para piora
do quadro clínico do paciente. Houve, portanto, controvérsias quanto sua
eficácia, sendo importante esse estudo de revisão o efeito da fisioterapia no
tratamento da bronquiolite foi importante para evolução da melhora das
crianças com bronquiolite.
Palavra Chave: Bronquiolite. Fisioterapia. Unidades de Terapia Intensiva.
PHYSICAL THERAPY IN INTENSIVE BRONCHIOLITIS: A LITERATURE
REVIEW
ABSTRACT
Objectives: To analyze and verify the performance respiratory therapy in the
treatment of bronchiolitis. Methods: Literature review articles based on the
databases Scielo and Lilacs, both inserted in Bireme with use of specific
descriptors and terms of simple search. Results: We selected 16 articles on the
topic proposed reaching the inclusion criteria. Conclusion: studies have shown
that respiratory therapy given to children with bronchiolitis was effective in
treating the disease while other studies for its effectiveness is not present and
may contribute to worsening of the patient's condition. Therefore, there was
controversy about its effectiveness, it is important that review study the effect of
physiotherapy in the treatment of bronchiolitis was important for development of
the improvement of children with bronchiolitis.
Keywords: Bronchiolitis. Physical Therapy. Intensive Care Units.
1Graduando do Curso de Fisioterapia da União de Ensino Superior de Campina Grande-
UNESC.
2Professora do Curso de Fisioterapia da União de Ensino Superior de Campina Grande-
UNESC. Especialista em Saúde Pública pela Faculdade Integrada de Patos-FIP. Especialista
em Fisioterapia Itensiva pela Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva-SOBRATI.
Fisioterapeuta do Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande.
9
1 INTRODUÇÃO
A bronquiolite é uma doença de característica sazonal que atinge os
brônquios superiores e inferiores causando uma inflamação dos mesmos,
tendo como público alvo lactentes e crianças de até 2 anos. Alguns estudos
apontam que os principais vírus causadores da bronquiolite são: rinovírus,
adenovírus, vírus sincicial, coranovirus, parainfluenza, influenza e o
metapneumovirus humano, sendo o vírus sincicial o principal causador da
doença (LUISI, 2008).
Tal infecção do sistema respiratório se divide em bronquiolite viral aguda
e bronquiolite obliterante. A bronquiolite viral aguda se caracteriza por atingir o
trato respiratório superior e inferior, já a bronquiolite obliterante obstrui as
pequenas vias aéreas que apresentam um diâmetro inferior a 2mm
(SARMENTO, 2011).
A etiopatogenia viral ocorre num período de incubação de 4 a 5 dias,
período o qual desenvolve-se uma resposta imunológica no sentido de
combater a infecção, não sendo evidenciados sintomas neste período. Caso a
infecção não seja debelada na fase inicial, pode ocorrer comprometimento das
vias aéreas inferiores desenvolvendo uma reação inflamatória imediata e
adaptativa (CARVALHO; JOHNSTON; FONSECA, 2007).
Na obstrução parcial das vias aéreas, o paciente sente uma dificuldade
em respirar devido ao alvéolo não esvaziar até o seu limite fisiológico na fase
expiratória. Com isso a capacidade residual do alvéolo fica acima do normal,
levando a uma hiperinsuflação pulmonar. Essa alteração causa déficits de
ventilação e perfusão, caracterizado quando os alvéolos se enchem de líquido,
fazendo com que partes do pulmão não sejam ventiladas embora ainda sejam
perfundidas sendo esse mecanismo classificado como shunt intrapulmonar,
com diminuição de oxigênio no sangue e retenção de gás carbônico à
diminuição do Ph sanguíneo levando a uma acidose respiratória (TARANTINO,
2008).
Estudos evidenciaram que a bronquiolite causada pelo vírus sincicial
respiratório é uma doença imunomediada, ou seja, as próprias células de
defesa causam a inflamação das vias aéreas e essa liberação de células
especializadas nas defesas do corpo humano está devido a um defeito na
10
regulação imunológica nas fases agudas da doença, devido ao aumento de
imunoglobulina E (IgE) especifica para o vírus sincicial respiratório (VSR) nas
vias aéreas superiores e inferiores (SARMENTO, 2011).
Segundo Tarantino (2008), o tratamento para crianças que estejam com
bronquiolite pode ser realizados em casa, no hospital e através da fisioterapia.
Quando os sintomas já estiverem presentes o tratamento deve ser aplicado o
mais cedo possível. Mesmo com o grande avanço da saúde, o número de
hospitalização de crianças com a bronquiolite viral aguda aumentou nos últimos
anos. A porcentagem é de 1 a 3%, sendo que os lactentes que são acometidos
da bronquiolite necessitam ser hospitalizados, onde uma parte dessa
população precisa ser internada nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI)
pediátricas (BUENO, 2009).
Durante os últimos anos o uso da ventilação mecânica não-invasiva
teve o seu uso aumentado nas UTI’s pediátricas, além do uso da pressão
positiva contínua nas vias aéreas ou CPAP, que é aplicada através de uma
cânula nasal ou máscara facial em crianças com bronquiolite viral aguda
(NIZARALI, 2012). De acordo com Bueno (2009), a ventilação mecânica é
administrada em 1 a 15% de crianças internadas com bronquiolite. Essa
porcentagem aumenta em crianças com doenças cardíacas ou respiratórias
crônicas e as mortes em crianças com bronquiolite em ventilação mecânica
estão associada a complicações secundárias como: pneumotórax, infecções
pulmonares secundárias, sepse, insuficiência respiratória progressiva e falência
múltipla de órgãos.
A fisioterapia respiratória no tratamento da bronquiolite está presente
nas Unidades de Terapia Intensivas Pediátricas (UTIP) e desde o ano de 2000
o fisioterapeuta tem uma participação importante nos cuidados intensivos
pediátricos e neonatais. Essa importância voltada para a fisioterapia se dá
através de doenças do sistema respiratório que afetam a qualidade de vida das
pessoas. Visando uma melhora na função respiratória, buscaram objetivos para
a melhora da oxigenação, devido a fatores da má oxigenação e deficiência na
ventilação pulmonar (SARMENTO, 2011).
A bronquiolite por se tratar de uma epidemia anual ou estar no quadro
das epidemias anuais no mundo todo e ocorrer no outono e inverno, é
considerada como problema de saúde pública, pois leva à um número de
11
maiores atendimentos em clínicas e internações hospitalares no inverno. Entre
as crianças hospitalizadas, cerca de 2 a 7% evoluem para insuficiência
ventilatória grave levando a utilização da ventilação mecânica para auxiliar nas
trocas gasosas e facilitar a respiração.
Voltando-se mais para a UTIP, o fisioterapeuta que atua em Terapia
Intensiva promove a assistência ao paciente baseado em diretrizes médicas,
na qual o profissional deve ser capaz de avaliar adequadamente o paciente e
aplicar o melhor procedimento pesando os benefícios e os possíveis riscos
sempre presentes em pacientes críticos, sempre tendo em mente e entender a
condição clínica do paciente, além dos objetivos traçados e a competência,
limitações de cada instrumento, procedimento e, ainda, determinar se o
procedimento a ser realizado tem alta probabilidade de alcançar os resultados
clínicos (SOUZA, 2007).
O fisioterapeuta trabalha junto à equipe multidisciplinar, atuando no
controle e na aplicação de gases medicinais, ventilação mecânica invasiva e
não-invasiva, início do desmame e da extubação do ventilador mecânico, além
de outras aplicações que é de conhecimento do profissional fisioterapeuta
(CARVALHO; JOHNSTON; FONSECA, 2007).
Para Sarmento (2011) o fisioterapeuta tem como competência conhecer
e identificar a história da doença atual do paciente, fazer uma análise dos
exames clínicos e escolher a técnica ou procedimento fisioterápico que mais se
adapte ao caso do seu paciente, ter muito cuidado ao avaliar um recém-
nascido e um adolescente, por mais que as UTI´s pediátricas considerem
idades até 18 anos como criança, existe uma grande diferença
anatomofisiológicas, compreensão e colaboração que podem fazer a diferença
no atendimento. Algumas técnicas e equipamentos podem ser utilizados no
tratamento da bronquiolite. Cada técnica tem uma eficácia maior ou melhor que
outra, sendo que o fisioterapeuta tem que avaliar qual a melhor técnica a ser
usada seja ela no hospital (UTI), pois cada criança é única (JOHNSTON, et al.
2012). Por tanto esse estudo tem como objetivo analisar a partir de uma
revisão bibliográfica o emprego da fisioterapia respiratória no tratamento da
bronquiolite, diante das evidências científicas na área.
12
2 MÉTODOS
O artigo segue as normas da ABNT e enquadra-se em uma revisão
bibliográfica, de caráter exploratório, com uma abordagem qualitativa e de
natureza descritiva, tendo como material de pesquisa artigos retirados dos
bancos de dados da SCIELO (Scientific Eletronic Library Online) e LILACS
(Índice da Literatura Científica e Técnica da América Latina e Caribe) inseridos
na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS - BIREME). Os critérios de inclusão foram
artigos referentes à bronquiolite, atuação da fisioterapia na bronquiolite e com
publicações a partir do ano de 2004. Os critérios de exclusão foram artigos
que, mesmo sendo encontrados a partir dos descritores e termos simples de
busca, não se enquadraram na busca da proposta ou se distanciaram do tema.
Os descritores utilizados na pesquisa foram anteriormente consultados
no DECS (Descritores em Saúde), disponível em http://decs.bvs.br/, tornando-
se, portanto palavras chaves para o estudo. São eles: Bronquiolite,
Fisioterapia, UTI. Além dos descritores foram também utilizados os termos de
busca simples: Ventilação Mecânica na Bronquiolite, Fisioterapia em
Bronquiolite, Bronquiolite em UTI Pediátrica, Bronquiolite e Reabilitação. O
limite do número de artigos selecionados foi de acordo com o perfil necessário
e condizente com o tema. Foi feito uma leitura e estudo para ser possível
construir uma síntese e discussão do mesmo.
3 RESULTADOS
Foram selecionados 16 artigos para a discussão do tema proposto,
conforme a (Tabela 1) abaixo:
Tabela 1- Artigos selecionados
TITULO AUTOR ANO
Indicacion de la fisioterapia respiratoria
convencional em la bronquiolitis aguda BOHE, L. 2004
Bronquiolite aguda por rinovírus em
lactentes jovens. PITREZ, P. M. et al. 2005
Dual infection of infants by human
metapneumovirus and human
respiratory syncytial virus is strongly
associated with severe bronchiolitis SEMPLE, M. G. et al. 2005
13
Bronquiolite aguda, uma revisão
atualizada
CARVALO, W. B.;
JOHNSTON, C.;
FONSECA, M. C. 2007
Fisioterapia respiratória em lactentes
com bornquiolite: realizar ou não? LANZA, F. C. et al. 2008
O papel da fisioterapia respiratória na
bronquiolite viral aguda LUISI, F. 2008
Fisioterapia respiratória nas crianças
com bronquiolite viral aguda: visão
critica MUCCIOLLO, M. H. et al. 2008
Evolução e característica de lactentes
com bronquiolite viral aguda submetidos
à ventilação mecânica em uma unidade
de terapia intensiva pediátrica brasileira. BUENO, Fu et al. 2008
Comparação dos efeitos de duas
técnicas fisioterapêuticas respiratórias
em parâmetros cardiorrespiratórios de
lactentes com bronquiolite viral aguda PUPIN, M. K. et al. 2009
Análise dos sintomas, sinais clínicos e
suporte de oxigênio em pacientes com
bronquiolite antes e após a fisioterapia
respiratória durante a internação
hospitalar CASTRO, G. et al. 2011
Bronquiolite obliterante pós-infecciosa
em crianças. CHAMPS, N. S. et al. 2011
Gravidade da coinfecções virais em
lactentes hospitalizados com infecção
por vírus sincicial respiratório PAULIS, N. D. et al. 2011
Características epidemiológicas e
influência da coinfecção por vírus
respiratórios na gravidade da
bronquiolite aguda em lactentes
SPARREMBERGER, C. A.
et al. 2011
Ventilação não invasiva na insuficiência
respiratória aguda na bronquiolite por
vírus sincicial respiratório NIZARALI, Z. et al. 2012
I Recomendação brasileira de
fisioterapia respiratória em unidade de
terapia intensiva pediátrica neonatal. JOHNSTON, C. et al. 2012
Sinais clínicos de disfagia em lactentes
com bronquiolite viral aguda.
BARBOSA, L. R.;
GOMES, E.;
FISCHER, G. B. 2014
Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
4 DISCUSSÃO
A bronquiolite é causada por vários tipos de vírus, e de acordo com
Pitrez (2005) foi demonstrado que o rinovírus foi encontrado nas vias
14
superiores de lactentes que apresentavam sibilâncias e estava presente em
torno de 19 a 29% nessas crianças. Carvalho, Johnston e Fonseca (2007) ao
tratar da bronquiolite, relatam que o diagnóstico clínico da mesma pelo vírus
influenza tem uma baixa sensibilidade em crianças com idade menor que três
anos. Apesar de a infecção ser limitada, ela pode acarretar complicações
como: pneumonia, síndrome de Reye, miosite, convulsão e encefalopatia
aguda.
Carvalho, Johnston e Fonseca (2007), em seus estudos, dizem que as
manifestações clínicas da bronquiolite apresentadas inicialmente são rinorréia
abundante e tosse, além dos sinais como: taquipnénia, hipóxia e desconforto
respiratório. Nos exames realizados através da ausculta pulmonar podem ser
observados os sons crepitantes ou roncos e sibilos. Na inspeção é visualizada
a diminuição da expansibilidade torácica e o prolongamento da fase expiratória,
além de que os lactentes podem apresentar o abdômen distendido devido à
hiperinsuflação dos pulmões.
Champs (2011) aborda que as manifestações da bronquiolite são
inespecíficas em relação à gravidade e com a extensão da lesão
broncopulmonar. Nos estudos sobre as manifestações clinicas da doença,
principalmente na BOPI (BRONQUIOLITE OBLITERANTE PÓS- INFECCIOSA)
são acrescentados sinais clínicos como: taquipnéia persistente, sibilância,
tosse produtiva, hipoxemia, baixa saturação arterial de oxigênio e crepitações
no segmento pulmonar.
Estudo recente mostra que alterações na deglutição estão presentes em
pacientes com bronquiolite e que pode levar a aspiração de líquidos
provocando tosse além da dessaturação de oxigênio, respiração ruidosa e voz
molhada. Foram encontradas pausas prolongadas na fase oral, houve um
aumento significativo da frequência respiratória e taquipneia no pré e pós-
alimentação (BARBOSA, 2014).
Sparremberger (2011), em um estudo transversal realizado em crianças
com bronquiolite, analisou e percebeu que o vírus que mais se destacou no
fator de surgimento da bronquiolite foi o vírus sincicial respiratório (VSR) e junto
com esse vírus percebeu que havia uma infecção dupla e, em alguns casos,
infecção tripla ou coinfecção; e os vírus relacionados são o adenovírus,
influenza, e parainfluenza.
15
Paulis (2011), corroborando com Sparremberger (2011) em seu estudo
de coorte com crianças bronquiolíticas, detectou a presença de coinfecção
entre o VSR, metapneumovírus humano (MPVh) e adenovírus (ADV) e durante
a conclusão dos seus estudos ambos os autores constataram que mesmo com
um quadro de infecção por mais de um vírus não houve alterações no
prognóstico clinico dos pacientes.
Contudo o pesquisador e médico americano Semple (2005) relata
afirmando que em seu estudo com crianças recém-nascidas e prematuras a
coinfecção pelo metapneumovírus aumentou a gravidade da bronquiolite em
72% sendo essa porcentagem nos recém-nascidos, levando esses a pacientes
ao uso da ventilação mecânica. A admissão de crianças nas unidades de
terapia intensiva se dá pelo alto nível de infecção das vias aéreas do trato
respiratório, estando a bronquiolite como um fator de internação além dos
fatores de risco tais como a alta taxa de anemia que, segundo Bueno (2009),
demandaram transfusão de sangue e que dois terços de recém-nascidos pré-
termos não obtiveram uma resposta ao tratamento com CPAP ou VNI. Essas
modalidades podem evitar a VMI, porém a resposta desse tratamento não é
aceito por muito paciente, e a ventilação mecânica invasiva mostrou-se efetiva
na redução de mortes infantis, menos as que evoluíram para lesão pulmonar,
entretanto o autor não fez citações da fisioterapia em seu estudo.
O uso da VNI em crianças com bronquiolite grave por vírus sincicial
respiratório obteve uma resposta na diminuição da necessidade de
complicações infecciosas e da necessidade de intubação afirmando que
lactentes bronquiolíticos pode se beneficiar com o uso da VNI (NIZARALI,
2012).
Entre sinais de desconforto respiratório e ruídos adventícios, o
atendimento fisioterapêutico constituído por, aceleração do fluxo aéreo (AFE),
posicionamento, vibração manual, aspiração nasotraqueal e tapotagem com
uma duração de 40 a 50 minutos mostraram ter um efeito a curto prazo nos
pacientes pediátricos em um estudo realizado por Castro (2011), contudo
ainda é preciso ser feitas mais pesquisas relacionadas à efetividade da
fisioterapia respiratórias em pacientes hospitalizados por bronquiolite. Quanto a
um estudo realizado por Lanza (2008) as manobras de vibrocompressão,
16
tapotagem associada à drenagem postural reduziram secreção e sinais de
desconforto respiratório, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
O tratamento da bronquiolite pode ser iniciado durante todo o curso da
doença, desde que sejam justificadas as características fisiopatológicas da
mesma. Carvalho, Johnston e Fonseca (2007) abordam a fisioterapia e os
objetivos da mesma que são a desobstrução brônquica, desinsuflação
pulmonar e recrutamento alveolar e que o tratamento fisioterápico na
bronquiolite consiste em: terapia de posicionamento, AFE, hiperinsuflação
pulmonar manual, higiene pulmonar com aparelho de Ventilação Pulmonar
Mecânica, associada ou não à técnica de direcionamento de fluxo manual e
aspiração das vias aéreas.
Das técnicas citadas acima, todas se mostram eficazes ou foram
indicadas para o tratamento da bronquiolite, porém apenas três estudos
randomizados e controlados avaliaram os efeitos da fisioterapia respiratória no
tratamento da doença, além do que a aspiração da vias aéreas é usada como
uma medida paliativa e efetiva na desobstrução traqueobrônquica das crianças
com quadro clinica de bronquiolite (CARVALHO; JOHNSTON; FONSECA
2007).
Pupin (2009) utilizou duas técnicas fisioterapêuticas em lactentes com
bronquiolite: a fisioterapia respiratória convencional (drenagem, percussão,
tosse assistida e aspiração orofaríngea) e AFE (aceleração do fluxo aéreo).
Essas técnicas foram utilizadas em conjunto e não se mostraram eficazes na
dinâmica cardiorrespiratória, porém, o seu uso isolado teve efeito somente na
redução da frequência respiratória.
Luisi (2008) elucida a importância e o papel da fisioterapia respiratória
na bronquiolite viral aguda, contudo as técnicas usadas pela fisioterapia não
tiveram garantia no tratamento. Corroborando com os estudos supra-citados,
Mucciollo (2008) realizou uma pesquisa usando duas literaturas: uma anglo-
saxônica, na qual a fisioterapia respiratória não é reconhecida como parte
integrante do tratamento da bronquiolite e outra franco-belga, que indica
amplamente a fisioterapia na bronquiolite devido à fisiopatologia da doença,
porém o seu estudo mostrou que não existe uma forte evidencia da real
eficácia da fisioterapia no tratamento da bronquiolite.
17
Johnston (2012) aborda a fisioterapia na UTI e a contribuição do
profissional para a segurança dos pacientes pediátricos e neonatos. Dentre as
recomendações das manobras da fisioterapia respiratória, as referidas em seu
estudo foram: aceleração do fluxo aéreo (AFE), hiperinsuflação manual (HM),
percussão torácica, aspiração de vias aéreas, inaloterapia e tosse assistida.
Todas essas técnicas e manobras são voltadas para a UTI com ou sem o uso
de ventilação mecânica invasiva e que a extubação tenha ocorrido em um
período de 12h. Contudo seus estudos não especificaram a efetividade desses
recursos nos pacientes.
Das técnicas citadas acima e empregadas no tratamento da bronquiolite,
Johnston (2012) classificou cada uma de acordo com o grau de recomendação
pelo método Oxford Center realizado por cinco fisioterapeutas. Tais técnicas
utilizadas isoladamente e associadas a outras foram classificadas de A a D,
sendo a primeira a mais utilizada e a última com menor grau de recomendação.
Bohe (2004) no seu estudo selecionou trinta e dois pacientes, separando
em grupos (tratamento e controle) submetidos à fisioterapia convencional e
aspiração endotraqueal. Observou que não houve uma melhora significativa
entre os dois grupos tanto em dias de internação quanto em relação à
diminuição da angústia respiratória. Concluíram que a fisioterapia respiratória
para o tratamento da bronquiolite aguda pode ser prejudicial aumentando o
quadro clínico desses pacientes (obstrução brônquica, dessaturação, angustia
respiratória).
5 CONCLUSÕES
Dentre os trabalhos pesquisados do ano de 2004 a 2014, foi observada
uma grande frequência de infecção das vias aéreas pelo vírus sincicial
respiratório em crianças estando presente em 100% dos artigos pesquisados, a
incidência era maior em recém-nascidos pré-termos e crianças até os dois
anos de idade com uma prevalência maior no sexo masculino, sendo uma
proporção de 3/1 em relação ao sexo feminino. Foi analisado o emprego da
fisioterapia respiratória e suas técnicas, mostrando sua utilidade no tratamento
da bronquiolite e efetividade enquanto outras mostram ser menos efetivas com
um curto prazo de melhorar apresentado pelo paciente. Mesmo existindo
18
poucos artigos nacionais que tratem da abordagem da fisioterapia na
bronquiolite foi comprovado na maior parte dos materiais pesquisados que a
fisioterapia respiratória e o fisioterapeuta têm um papel importante no
tratamento de pacientes bronquioliticos, pois o profissional em questão é
capacitado e habilitado em oferecer o melhor protocolo de tratamento para os
pacientes portadores da doença.
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20
OS BENEFÍCIOS DO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DE DOR
LOMBAR: REVISÃO DE LITERATURA
Marina Gadelha de Menezes3
Sheila Bezerra Costa4
RESUMO
A lombalgia é uma condição dolorosa da coluna vertebral e classificada como
uma causa freqüente de incapacidade funcional, e geralmente associada a
fatores individuais, como fraqueza dos músculos abdominais e espinhais,
postura inadequada, excesso de peso, falta de condicionamento físico,
sedentarismo, além de fatores ocupacionais. O Método Pilates é capaz de
fortalecer a musculatura abdominal, como também proporcionar melhora na
flexibilidade, da postura e conseqüentemente melhora da dor, incluindo a da
região lombar. Objetivo: Descrever os benefícios do Método Pilates no
tratamento de dor lombar. Métodos: A pesquisa desenvolvida é de caráter
descritivo e apresenta como objeto de estudo o levantamento bibliográfico. A
população constituiu-se de acervo literário disponível em bibliotecas de
graduação e pós-graduação, como também de material disponível em meio
eletrônico. Foram pesquisados livros, monografias, teses e artigos com data de
publicação entre 2000-2014, artigos esses que constavam na Biblioteca Virtual
da Saúde (BVS – Bireme) e na Scientific Eletronic Library Online (Scielo). Os
descritores usados foram: Dor lombar, Lombalgia e Pilates. Conclusão: Na
lombalgia, a dor é uma manifestação resultante de vários fatores, sobretudo a
má postura e os desequilíbrios musculares. O Método Pilates propõe que, para
reduzir as dores lombares, os músculos abdominais devem ser fortalecidos,
pois desta forma manter-se-á adequadamente alinhada a coluna, suportando e
distribuindo o estresse sofrido por ela. Conseqüentemente ajudando a restaurar
a boa postura. Resultando, assim na redução dos quadros de dor lombar.
Palavras-Chave: Dor Lombar. Lombalgia. Pilates.
THE METHOD PILATES BENEFITS IN LUMBAR PAIN TREATMENT:
LITERATURE REVIEW
ABSTRACT
Low back pain is a painful condition of the spine and classified as a frequent
cause of disability, and usually associated with individual factors such as weak
abdominal and spinal muscles, poor posture, being overweight, lack of
physical fitness, physical inactivity, and occupational factors. Pilates Method is
able to strengthen the abdominal muscles, increase flexibility, providing relief
from painful symptoms in the lumbar region, given that the abdominal muscles
3
Graduanda do Curso de Fisioterapia da União de Ensino Superior de Campina Grande-
UNESC.
4Professora do Curso de Fisioterapia da União de Ensino Superior de Campina Grande-
UNESC. Especialista em Saúde Pública pela Faculdade de Ciências Médicas de Campina
Grande-FCM-CG. Especialista em Fisioterapia em Traumortopedia pela Universidade Gama
Filho-UGF. Fisioterapeuta.
21
have the function of stabilizing the lumbar spine and the pelvis to keep this pain-
free region Objective: describe the benefits of Pilates method in the treatment of
low back pain. Methods: The developed research is descriptive in nature and
has as object of study the literature. The population consisted of literary
collection available in libraries undergraduate and graduate, as well as material
available electronically. Books were researched monographs, theses and
articles with publication date between 2000-2014, these articles appearing on
the Virtual Health Library (VHL - Bireme) and Scientific Electronic Library Online
(SciELO). The keywords used were: low back pain, low back pain and Pilates.
Conclusion: In low back pain, pain is a manifestation resulting from several
factors, especially poor posture and muscle imbalances. The Pilates Method
proposes to reduce back pain, abdominal muscles should be strengthened,
because in this way will remain properly aligned spine, supporting and
distributing the stress suffered by him. Consequently helping to restore good
posture. There by resulting in the reduction of back pain frame.
Keywords: Low Back Pain. Pilates.
1 INTRODUÇÃO
Do ponto de vista biomecânico, a coluna é uma das regiões mais
complexas do corpo humano. A proximidade e a relação da medula espinhal,
das raízes nervosas e dos nervos periféricos com a coluna vertebral aumentam
a complexidade dessa região (PRENTICE; VOIGHT, 2003).
Os músculos transverso abdominal, oblíquo interno e oblíquo externo
têm fundamental importância no mecanismo contrátil da estabilização lombar.
A função estabilizadora dos músculos citados é explicada pelas suas relações
diretas e indiretas com a coluna lombar (LOUREIRO; MARTINS; FERREIRA,
1997).
O maior desafio do homem tem sido ficar em pé sem forçar sua estrutura
óssea e/ou articulações. Com a evolução do Homo sapiens para a postura
ereta e, conseqüentemente, a verticalização da coluna vertebral, a região
lombar (3 ª vértebra) se transformou no centro de gravidade do corpo humano.
Para esse ponto e adjacências se convergem as forças resultantes da ação
gravitacional terrestre, passando a dor lombar a ser o tributo que o homem
paga à sua condição de animal mais evoluído na escala zoológica (CECIN,
2000).
A região lombar desempenha papel fundamental na acomodação de
cargas decorrentes do peso corporal, da ação muscular e das forças aplicadas
22
externamente, devendo ser forte e rígida para manter as relações anatômicas
intervertebrais e proteger os elementos neurais, em contraposição, devendo
também ser flexível o suficiente para permitir a mobilidade articular (ALMEIDA
et al., 2008).
As dores lombares são resultados de um desvio da postura normal da
coluna estática e de um desvio do funcionamento normal da coluna cinética. A
postura e a cinética normal em uma coluna normal, não provocam dor
(CAILLIET, 2001). A dor lombar, também denominada lombalgia, é uma das
mais comuns afecções músculo-esqueléticas e sua importância pode ser
verificada pelas medidas de incidência e prevalência na população geral de
adultos e em comunidades de trabalhadores (MATOS et al., 2008).
Segundo Souchard e Migliorin (2007), a lombalgia é uma condição
dolorosa da coluna vertebral e classificada como uma causa freqüente de
incapacidade funcional, e geralmente associada a fatores individuais, como
fraqueza dos músculos abdominais e espinhais, postura inadequada, excesso
de peso, falta de condicionamento físico, sedentarismo, além de fatores
ocupacionais.
A dor lombar constitui uma das principais causas de afastamento ao
trabalho, ultrapassando o câncer, o acidente vascular encefálico e a síndrome
de imunodeficiência adquirida, como causa de incapacidade nos indivíduos na
faixa etária produtiva. É uma das causas mais onerosas de afecções do
aparelho locomotor e a segunda, mais comum de procura por assistência
médica em conseqüência de doenças crônicas (IMAMURA; KAZIYAMA;
IMAMURA, 2001).
A lombalgia é um problema de saúde pública, afetando 80% da população.
Geralmente ocorre devido a alterações posturais, aumento da frouxidão
ligamentar, e diminuição da função abdominal. Seus sintomas geralmente pioram
com a fadiga muscular, posturas estáticas, ou à medida que vai passando o dia
(CECIN, 2000). A lombalgia alinha-se entre as patologias de etiologia complexa
e multifatorial, constituindo um problema de saúde importante. A dor lombar
pode vir associada a características psicossociais e comportamentais, às
atividades profissionais e extras profissionais, discrepância dos membros
inferiores e anormalidades das curvas fisiológicas da coluna e à capacidade
física ou funcional do tronco (SANTOS; SILVA, 2003).
23
Para muitos profissionais da área da saúde a região lombar é de
particular interesse, pois a lombalgia é o principal problema médico e sócio-
econômico vigente e atinge, principalmente, certas populações como: atletas,
executivos, pedreiros, motoristas, borracheiros, lenhadores, médicos e
fisioterapeutas (SANTOS et al., 2007).
De acordo com Craig (2004), o Método Pilates trabalha o corpo de
dentro para fora, uma diferença fundamental entre essa e outras abordagens.
Os pequenos músculos profundos do corpo são destinados a fornecer apoio à
coluna e a camada mais superficial da musculatura, que mantêm a integridade
postural. Quanto mais forte for esta camada interna profunda, mais
eficientemente os músculos superficiais poderão trabalhar sem colocar o corpo
em risco. Acredita-se, que o Método Pilates seja capaz de fortalecer a
musculatura abdominal, aumentar a flexibilidade, proporcionando alívio da
sintomatologia dolorosa na região lombar, haja vista que a musculatura
abdominal ter a função de estabilizar a coluna lombar e a pelve para manter
esta região livre de dor (PANELLI; MARCO, 2006).
Para Carvalho (2006), os músculos abdominais participam no suporte da
coluna, diminuindo a tensão exercida sobre a mesma. Desta forma com o
enfraquecimento de tal musculatura esse suporte poderá ser diminuído. Os
exercícios e tratamentos capazes de fortalecer os músculos abdominais
aumentam a estabilidade da coluna vertebral. Existem evidências convincentes
de que a realização de um programa de exercícios com ênfase no
fortalecimento da musculatura extensora do tronco restaura a função da coluna
lombar e pode prevenir o surgimento da lombalgia.
O método oferece um programa de exercícios que estimulam a
circulação e oxigenação do sangue, melhorando o condicionamento físico
geral, a flexibilidade, a amplitude muscular e o alinhamento postural. Além
disso, promove melhorias nos níveis de consciência corporal, da coordenação
motora e do controle muscular (PEREIRA, 2012). A técnica Pilates apresenta
muitas variações de exercícios e pode ser realizada por pessoas que buscam
alguma atividade física e por indivíduos que apresentam alguma doença em
que a reabilitação é necessária (MENDONÇA; SILVA, 2010).
Este conceito está contido na aplicação dos seis princípios básicos,
fundamentais do método, que são; Centro: é considerado ser o ponto principal
24
do Método Pilates, núcleo do corpo. Concentração: é importante para a
realização dos exercícios. “A mente que guia o corpo”. Controle: é o controle
consciente de todos os movimentos musculares executados pelo corpo.
Precisão: é a coordenação dos movimentos perfeitos, terem o controle do
corpo e executar movimentos precisos ao se exercitar. Respiração: é para ser
realizada em todos os movimentos, com ritmo. Como regra geral, deve-se
inspirar quando se prepara para fazer um movimento e expirar quando o
executa. Fluidez: nos exercícios, depois de adquirir coordenação nos
movimentos, com a prática, desenvolver-se-á um ritmo, passando de um
exercício para o outro sem interrupção (PÉREZ; APARÍCIO 2005).
Portanto estudar a incidência, os principais fatores de risco e os
benefícios do Método Pilates no tratamento de dor lombar são de grande valia,
não apenas para tentar reduzir os desconfortos e incapacidades que a
lombalgia possa provocar como também para subsidiar elementos para
prevenção e para intervenção terapêutica dessa manifestação clínica.
O objetivo do presente trabalho é de oferecer mais informações aos
profissionais fisioterapeutas e à sociedade em geral sobre os benefícios do
Método Pilates em uma ocorrência clínica de alta incidência como a lombalgia.
2 MÉTODO
A pesquisa desenvolvida é de caráter descritivo e apresenta como objeto
de estudo o levantamento bibliográfico. Segundo Prestes (2003) esse tipo de
pesquisa “se efetiva tentando-se resolver um problema ou adquirir
conhecimentos a partir do emprego predominante de informações provenientes
de material gráfico, sonoro ou informatizado”. Conforme Gil (2002) a pesquisa
bibliográfica é construída através de material elaborado, podendo ser: livros,
periódicos científicos, teses, dissertações, anais de encontros científicos e
periódicos de indexação.
A população constituiu-se de acervo literário disponível em bibliotecas
de graduação e pós-graduação, como também de material disponível em meio
eletrônico. Foram pesquisados livros monografias, teses e artigos com data de
publicação entre 2000-2014 que constavam na Biblioteca Virtual da Saúde
(BVS – Bireme) e na Scientific Eletronic Library Online (Scielo). Os descritores
25
usados foram: Dor Lombar, Lombalgia e Pilates, disponíveis em:
http://decs.bvs.br/, as buscas foram realizadas usando palavras encontradas
nos títulos e resumos dos artigos.
Quanto ao critério de exclusão foram descartados artigos com datas
anteriores ao ano de 2000 e os que não condiziam aos objetivos do estudo. A
pesquisa contendo coleta bibliográfica e elaboração do trabalho escrito foi
realizada durante o período de agosto a novembro de 2014. A partir da
abordagem dos diversos autores, os dados foram analisados e discutidos.
Exceto duas referências dos anos de 1997e 1998, que foram de grande
importância para o conteúdo deste artigo.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A coluna lombar é formada por cinco vértebras lombares (L1 a L5) que
estão equilibradas pelo sacro e encontram-se situadas entre dois ossos da
pelve, os ilíacos. Estas vértebras em geral aumentam de tamanho a fim de
sustentar o peso do corpo (ROCHA et al., 2007; DUTTON, 2010). Segundo
Dutton (2010), as vértebras lombares unem-se por meio de três articulações,
uma delas constitui-se entre dois corpos vertebrais e o disco intervertebral, as
outras duas são formadas pelo processo articular superior de uma vértebra e
por outro processo articular da vértebra imediatamente acima, estas são
conhecidas como articulações zigoapofisárias que tem como principal função
proteger o segmento motor contra forças de flexão, rotação excessiva e
cisalhamento anterior.
Conforme Moore (2001), as articulações dos corpos vertebrais são
articulações cartilagíneas, usadas para suportar o peso e resistência, as faces
articulares das vértebras adjacentes são fixadas por meio dos discos
intervertebrais e ligamentos. Germain (2002) conceitua o disco intervertebral
como sendo um conjunto de amortecedor, feito principalmente para suportar as
pressões que são impostas as vértebras.
Rocha et al. (2007), em seus estudos afirmam que, os músculos são
essenciais ao movimento, pois proporcionam estabilidade e proteção,
absorvem os choques e nutrem as articulações, eles são divididos em grupo
anterior e posterior, o grupo anterior apresenta uma camada superficial que são
26
os eretores da coluna que atuam como estabilizadores do tronco, uma camada
média que são os multífidos bipenados, e uma camada profunda que são os
rotadores que são responsáveis pela estabilização segmentar.
Almeida et al. (2008), revelam em seu estudo que o sedentarismo
favorece a fraqueza dos músculos paravertebrais e abdominais, reduz a
flexibilidade da cadeia muscular anterior e posterior, diminuindo a mobilidade
articular. Logo pode ser considerado fator de risco para a origem da lombalgia.
Dentre as afecções da coluna vertebral, a lombalgia é a mais freqüente, capaz
de provocar desde limitação do movimento até invalidez temporária. Já para
Barros, Angelo e Uchoa (2011), dizem que além da carência de mobilidade
articular existe a fadiga dos músculos extensores espinhais representam
fatores que podem comprometer o alinhamento e a estabilidade da coluna,
contribuindo para o surgimento do desconforto lombar.
Sendo importante ressaltar que há autores que reconhecem a etiologia
da dor lombar como multifatorial, incluindo fatores sócio-econômicos e
demográficos, estilo de vida urbano sedentário, obesidade, fumo, posturas
viciosas durante o trabalho, aumento da sobrevida média da população e
outros. Inúmeros estudos epidemiológicos buscam a relação de dor lombar
com exigências físicas do trabalho e fatores ergonômicos como o levantamento
de cargas, flexões e torções do tronco, vibrações e esforços repetitivos
(MATOS et al., 2008).
Segundo Reinehr et al. (2008), relatam que para o tratamento de dor
lombar, exercícios abdominais têm sido uma estratégia terapêutica
amplamente utilizada, a fim de proporcionar um melhor suporte a coluna
lombar, promovendo maior estabilidade nessa região.
Para Ikedo e Trevisan (1998), diz em seu estudo que o músculo
transverso do abdome é o principal responsável pela estabilização da coluna
lombar, sua ativação contribui para a manutenção do equilíbrio postural,
diminui a tensão de rotação, inclinação e cisalhamento na coluna lombar,
protege os elementos neurais e proporciona alívio das dores lombares. Já para
os autores Pérez e Aparício (2005), a incapacidade de estabilização da coluna
vertebral causada pelo desequilíbrio entre a função dos músculos extensores e
flexores do tronco é outro forte indício para o desenvolvimento de distúrbios da
coluna lombar.
27
Diante disso, Camarão (2004), afirma que portadores de lombalgias têm
buscado terapias complementares, na tentativa de uma melhora efetiva de
suas afecções, sendo o Pilates um dos métodos procurados.
O método inclui um programa de exercícios que fortalecem a
musculatura abdominal e paravertebral, bem como os de flexibilidade da
coluna, além de exercícios para o corpo todo (KOLYNIAK et al., 2004).
Segundo Camarão (2004), o método fortalece, alonga e equilibra toda a
musculatura, proporcionando um realinhamento da coluna, alívio das tensões
musculares, prevenindo pinçamentos ou compressões dos discos
intervertebrais e melhorando a hidratação dessas estruturas.
De acordo com Craig (2004), a boa postura é o alinhamento vertical do
corpo, que permite ao corpo se movimentar com eficiência. Para obter esse
alinhamento, os músculos, os ligamentos, os ossos e as articulações precisam
funcionar em conjunto, no intuito de conservar o equilíbrio, realizar os
movimentos e manter o corpo ereto. O Método Pilates, por meio do
alongamento, ajuda a restaurar a boa postura ao corrigir os desequilíbrios
musculares, melhorando a mobilidade articular, aumentando a flexibilidade e
fortalecendo os músculos posturais.
Para Dillman (2004) um dos principais elementos da boa postura é
possuir uma musculatura abdominal forte, capaz de dar sustentação à coluna e
à pelve. Através do centro de força, o praticante desenvolve força, controle e
estabilidade do tronco que repercutirá positivamente sobre todos os
movimentos. Camarão (2004) ressalta que Método Pilates, propõe que para
reduzir as dores lombares os músculos abdominais devem ser fortalecidos,
mantendo a coluna adequadamente alinhada, suportando e distribuindo o
estresse localizado nela. Consiste em manter e corrigir a curvatura da coluna,
além da preocupação com a consciência corporal e respiração em sintonia com
os movimentos.
Joseph Pilates classificou a área abdominal como o centro de força do
corpo, sendo o foco do movimento. Quando os músculos abdominais são
fortes, eles mantêm a coluna adequadamente alinhada, suportam e distribuem
o estresse localizado nela desempenhando um importante fator para uma boa
postura.
28
Em geral, qualquer debilidade nos músculos abdominais afetas a
estabilidade da coluna lombar, podendo causar dor. Ressalta-se que o músculo
transverso do abdome é o principal responsável pela estabilização da coluna
lombar (CRAIG, 2004). Esta afirmação é reforçada pelo estudo de Endleman e
Critchley (2008), que comprovaram através do exame de ultrassom
(diagnóstico) um aumento na espessura dos músculos transverso e oblíquos
internos abdominais, em 18 mulheres e oito homens praticantes de Pilates, por
mais de seis meses, Estes músculos juntamente com os multifidos, são
músculos estabilizadores da coluna vertebral.
Segundo Kolyniak et al. (2004), apresentaram em seu estudo outro
raciocínio importante que podemos relacionar com a diminuição da intensidade
da dor na coluna vertebral é o fato de que a maioria dos exercícios executados
pela metodologia de Pilates é realizada na posição deitada, havendo
diminuição dos impactos nas articulações de sustentação do corpo na posição
ortostática e, principalmente, na coluna vertebral, permitindo a recuperação das
estruturas musculares, articulares e ligamentares, particularmente da região
sacrolombar. Já Maher (2004), realizou um estudo sobre tratamento da dor
lombar e concluiu que os exercícios de contração dos músculos multifidos e
transverso abdominal, associados à respiração são clinicamente importantes
para o ganho de movimento e diminuição da dor.
De acordo com Craig (2004), a respiração utilizada no Método como
princípio básico, nutre o corpo eliminando toxinas. A respiração é uma força
poderosa para aliviar a tensão nervosa, melhorar a concentração e controlar os
níveis de energia. O Pilates se caracteriza por movimentos projetados de forma
que os executantes mantenham a posição neutra da coluna vertebral,
minimizando o recrutamento muscular desnecessário, prevenindo a fadiga
precoce e a diminuição da estabilidade corporal.
Hamill e Knutzen (2002) concordam com Craig (2004), afirmando em
seu estudo que treinamento com esse método visa melhorar a flexibilidade
geral do corpo, a força muscular, a postura e a coordenação da respiração com
o movimento, sendo, portanto, esses fatores essenciais no processo de
reabilitação postural. Alfieri et al. (2008), acrescentam concluindo em seu
estudo dizendo que o sistema básico inclui um programa de exercícios que
fortalecem a musculatura abdominal e paravertebral, bem como os de
29
flexibilidade da coluna, alem de exercícios para o corpo todo. Já no sistema
intermediário-adiantado são introduzidos, gradualmente, exercícios de
extensão do tronco, alem de outros exercícios para o corpo todo, procurando
melhorar a relação de equilíbrio agonista e antagonista.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando-se que "o bem-estar físico relaciona-se à ausência ou a
mínimos graus de doença, incapacidade ou desconfortos, em especial,
relacionados ao sistema músculo-esquelético", o alívio da lombalgia deve ser
preocupação dos profissionais de saúde. De fato, a lombalgia pode ser um
sintoma, porém em graus maiores causa incapacidade motora, insônia,
depressão, que impedem a pessoa de levar uma vida normal.
Diante da constatação dos estudos incluídos na pesquisa descrevem
que o Método Pilates é amplamente indicado para a melhora da dor lombar,
visto que proporciona o fortalecimento da musculatura extensora do tronco e
abdominal, principalmente transverso do abdome, e alonga os músculos da
coluna e membros inferiores. Os benefícios gerais da técnica são: ganho de
flexibilidade e força muscular geral, melhora da postura, da consciência
corporal, da respiração, do equilíbrio, da coordenação motora; promovendo um
relaxamento muscular e conseqüentemente, melhora da dor; inclusive na
região lombar, pelo realinhamento do corpo. No caso da dor estar presente,
sempre se deve tomar os devidos cuidados com os exercícios a prescrever, ou
seja, primeiramente os exercícios programados para iniciantes, alongamentos
de coluna e dos membros superiores e inferiores e também fortalecimento leve.
E com o quadro mais estável pode-se aplicar exercícios de fortalecimento:
abdominal, membros superiores e inferiores (avançados), equilíbrio, postura,
coordenação.
Então se pode entender que o Método Pilates mostra-se uma alternativa
terapêutica eficaz na flexibilidade prevenindo e recuperando lesões
musculares, bem como uma maneira de diversificar o tratamento
fisioterapêutico. Que é eficaz com fim de condicionamento físico, prevenindo
desconfortos lombares e que pode ser utilizado também como modalidade de
tratamento.
30
O trabalho fisioterapêutico viabilizado por meios confiáveis e não-
agressivos garante as pessoas o alivio dos incômodos indesejáveis e o bem-
estar com o próprio corpo. Nesse sentido o fisioterapeuta apresenta-se como
um profissional de saúde capaz de contribuir com a melhora da qualidade de
vida de todos, amenizando suas queixas, através de um programa de pilates
terapêutico.
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33
USO DA VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA NA PREVENÇÃO DE
COMPLICAÇÕES NO PÓS OPERATORIO DE CIRÚRGIA CARDÍACA
Adna Dilleã Nunes Pereira5
Isabella Pinheiro de Farias Bispo6
RESUMO
Objetivo: O estudo busca verificar o uso da ventilação não invasiva (VNI) na
prevenção de complicações no pós-operatório de cirurgia cardíaca. Método:
Pesquisa descritiva, apoiada na revisão de literatura, com busca de artigos nas
bases de dados Scielo e Lilacs, com descritores específicos e termo simples de
busca. Resultados: Foram identificados 18 artigos pertinentes ao tema e, após
leitura criteriosa, foi feita uma reflexão sobre os mesmos. Conclusão: Os
artigos mostraram que a aplicação da ventilação não invasiva é eficaz na
prevenção de complicações no pós-operatório de cirurgia cardíaca, sendo
estas complicações responsáveis pelo prolongamento no tempo de internação.
As modalidades da VNI descritas na literatura foram utilizadas com resultados
satisfatórios, pois essa técnica além de melhorar a oxigenação, reduz a taxa de
reentubação, dentre outros benefícios.
Palavras-Chave: Ventilação não Invasiva. Cirurgia Cardíaca. Terapia
Intensiva.
USE OF NON INVASIVE VENTILATION IN THE PREVENTION OF
COMPLICATIONS IN CARDIAC SURGERY OF POSTOPERATIVE
ABSTRACT
Objective: This study aims to verify the use of noninvasive ventilation in
preventing complications after cardiac surgery. Results: We identified 18
articles relevant to the topic and, after careful reading, was made a reflection on
them. Method: a descriptive study, based on literature review, with search
articles from the Scielo and Lilacs bases with specific descriptors and simple
search term. Conclusion: The articles showed that the application of
noninvasive ventilation in a preventive manner is effective in preventing
complications after cardiac surgery, and these complications are responsible for
extended hospitalization times. The modalities of NIV described in the literature
were used with satisfactory results, as this technique and improve oxygenation,
reduces the reintubation rate, among other benefits.
Keywords: Noninvasive Ventilation. Cardiac Surgery. Intensive Care.
5 Graduanda do Curso de Fisioterapia da União de Ensino Superior de Campina Grande-
UNESC.
6 Professora do Curso de Fisioterapia da União de Ensino Superior de Campina Grande-
UNESC. Especialista em Saúde Pública pela Faculdade Integrada de Patos-FIP. Especialista
em Fisioterapia Intensiva pela Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva-SOBRATI.
Fisioterapeuta do Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande.
34
1 INTRODUÇÃO
É fato conhecido que no Brasil, até fins do século XIX, não eram
realizados procedimentos cirúrgicos, a não serem aqueles mais simples, com
isso abriu espaço para a atuação do segundo grupo e outros praticantes
menores, os quais ficavam a cargo do “barbeiro”, “barbeiro-sangrador” ou
“cirurgião-barbeiro”, que praticava sangrias e escarificações, aplicava ventosas,
sanguessugas e clisteres, lancetava abscessos, fazia curativos, excisava
prepúcios, tratava as mordeduras de cobras, arrancava dentes, etc., a grande
maioria era constituída por leigos, classe social humilde e inculta (BRAILE;
GODOY, 2012).
Foi somente há pouco mais que quatro décadas que a cirurgia cardíaca,
nos molde como a conhecemos hoje, começou a se delinear e, desde então, o
progresso tem sido vertiginoso. Devido ao avanço científico do século XX
desmistificou o coração como sede da alma, colocando-o em um patamar
hierárquico não muito distante dos demais órgãos do corpo. A evolução
histórica é marcada pelo desejo de progresso e a busca pela perfeição,
apresentando pontos edificantes. Iniciou-se assim, a história da cirurgia
cardíaca (SOUZA, 2007).
A cirurgia cardíaca no Brasil encontra-se hoje em nível equivalente ao
dos grandes centros, com vários polos de destaque ao longo do território
nacional, mais isso só aconteceu devido aos diversos nomes que contribuíram
para que o Brasil pudesse ocupar essa posição de destaque, podemos citar os
fundadores da especialidade no Brasil: Hugo Felipozzi, Euryclides de Jesus
Zerbini, Domingos Junqueira de Moraes e Andre Esteves Lima (BRAILE;
GODOY, 2012). De acordo com Braile e Godoy (2012), “No ano de 2011 foram
realizadas no Brasil 100 mil operações cardíacas 50 mil com circulação
extracorpórea (CEC) sendo mais de metade delas para revascularização
miocárdica.”.
Os pacientes no pré-operatório de cirurgia cardíaca podem ser
internados em regime de emergência ou eletivo. Na primeira situação, a
avaliação clínica e fisioterapêutica pode ser inviável devido à velocidade dos
acontecimentos, bem como ao risco de vida que o paciente está exposto. Nos
pacientes eletivos, o controle e avaliação são de extrema importância, a fim de
35
minimizar a quantidade de complicações previstas no pós-operatório
cardiovascular (SARMENTO, 2009). De acordo com Sarmento (2010) “esse
período do pós-operatório inicia-se quando o paciente é transportado do centro
cirúrgico para a unidade de terapia intensiva (UTI) e é também denominada
recuperação cardíaca pós-operatória”.
De acordo com Machado (2012) “As complicações respiratórias podem
ser consideradas as maiores causas de mortalidade no pós-operatório de
cirurgia cardíaca.”. Dentre as complicações respiratórias que estão diretamente
associadas ao maior risco de morte e ao tempo de permanência hospitalar,
destacam-se as atelectasias, pneumonias e insuficiência respiratória aguda
(REGENGA, 2012)
Após o término da cirurgia cardiovascular os pacientes são geralmente
transferidos para UTI ainda sob efeito anestésico e com intubação traqueal. A
assistência ventilátoria será mantida por cerca de 6 a 12 horas, dependendo
fundamentalmente das funções pulmonar e cardíaca pré-operatório, do tipo de
cirurgia e da condição hemodinâmica intra e pós-operatória (SOUZA, 2007).
A equipe de Fisioterapia recebe as informações coletadas na fase pré-
operatória por meio de um formulário, o qual contém as seguintes informações:
dados pessoais, antecedentes, história da doença atual, resultados dos
exames pré-operatórios e os dados da avaliação fisioterapêutica (SARMENTO
et al., 2010). Após a admissão do paciente, é feita uma avaliação completa. O
exame físico deve conter a avaliação do nível de consciência, inspeção geral,
estática e dinâmica, palpação, percussão e ausculta. Normalmente são
analisados os dados vitais (frequência respiratória, frequência cardíaca e
pressão arterial) e os exames complementares realizados (laboratoriais, raios-
X, tomografias e outros), bem como os tipos de monitorizações utilizadas e a
presença de sondas e cateteres (MACHADO, 2012).
A fisioterapia respiratória tem como objetivo, normalmente, prevenir e
tratar complicações respiratórias decorrentes do processo cirúrgico, tais como
retenção de secreções, atelectasias e pneumonias, através da utilização de
uma ampla variedade de técnicas (MACHADO, 2012). Atualmente, observa-se
um incremento significativo na utilização da Ventilação Não-Invasiva (VNI) na
UTI a fim de buscar reduzir complicações secundárias à intubação orotraqueal
associada à utilização da ventilação mecânica invasiva, e da possibilidade da
36
redução na morbimortalidade e no tempo de internação hospitalar
(SARMENTO et al., 2010).
A ventilação não invasiva fornece suporte ventilatório em duas
modalidades: através da aplicação do mesmo nível de pressão positiva nas
vias aéreas durante a inspiração e expiração (pressão positiva contínua nas
vias aéreas – CPAP) e através da aplicação de dois níveis de pressão positiva
inspiratória nas vias aéreas-(BIPAP), um maior na inspiração (pressão positiva
inspiratória nas vias aéreas-IPAP) e outro menor na expiração (pressão
positiva expiratória nas vias aéreas-EPAP). A aplicação da ventilação não
invasiva diminui a necessidade de intubação, portanto reduz o custo do
tratamento, a mortalidade, dimuinui o trabalho muscular respiratório e assim
melhora as trocas gasosas por recrutamento de alvéolos hipoventilados. É um
método de fácil aplicação e remoção, e tem se mostrado de confiança por
apresentar eficiência e clínica comprovada (SANTIAGO et al., 2011).
O uso da ventilação não invasiva é indicado para todos os pacientes que
apresentam complicações pulmonares, como: hipoxemia arterial, atelectasias,
insuficiência cardíaca congestiva, pós-recuperação da Síndrome do
desconforto respiratório agudo (SDRA)/sepse, lesão do nervo frênico com
disfunção diafragmática e fraqueza muscular respiratória. O uso dos seguintes
parâmetros, pressão positiva expiratória final (PEEP) de 5cm H2O e pressão
de suporte para prover um volume corrente de 6 a 8 ml/kg, mostrou reduzir, de
forma significativa, as atelectasias pós-operatórias (MACHADO, 2012).
Devido à considerável incidência de complicações no pós-operatório de
cirurgia cardíaca, existe grande interesse em obter novos conhecimentos,
necessitando-se, portanto, descrever a importância da ventilação não invasiva
neste processo, a fim de prevenir complicações e com isso reduzir o tempo de
internação na unidade de terapia intensiva.
2 MÉTODOS
A pesquisa foi do tipo teórico, apoiado na revisão de literatura,
exploratória, descritiva que busca levantar informações sobre um determinado
recurso e tratamento fisioterápico na unidade de terapia intensiva. Foram
incluídos artigos publicados no período de 2007 a 2012, presentes na base de
37
dados Lilacs (Índice da Literatura Científica e Técnica da América Latina e
Caribe) e Scielo (Scientific Eletronic Library Online), que se encontram na
Biblioteca Virtual da Saúde (BVS-Bireme), sendo a escolha dos artigos de
acordo com o objetivo do estudo. Foram excluídos da pesquisa artigos que
mesmo aparecendo nos resultados de busca, não apresentaram conteúdo
condizente com o assunto referido.
A busca foi realizada atendendo aos seguintes descritores: Ventilação
não invasiva, Cirurgia cardíaca, Terapia Intensiva. Tais descritores foram
anteriormente consultados no DECS (Descritores em Saúde), disponível em
http://decs.bvs.br/, tornando-se, portanto palavras-chave para esta pesquisa
Além disso, foram utilizados alguns termos simples de busca como:
Fisioterapia na UTI, Complicações pós-operatória, sendo para tanto realizada
uma busca integrada na Bireme, com as bases de dados Lilacs e Scielo.
Após seleção dos artigos e livros possíveis de serem utilizados, foi
realizada uma triagem dos títulos e assuntos relacionados ao tema em
questão. Os que foram coerentes com o tema proposto e fundamentados de
acordo com a pesquisa foram lidos detalhadamente, ser possível construir uma
síntese reflexiva sobre o tema.
3 RESULTADOS
Foram selecionados 18 artigos pertinentes ao tema, segundo a (Tabela
1) abaixo:
Tabela 1 – Artigos selecionados
TÍTULO AUTOR ANO
Ventilação mecânica não-invasiva no
pós-operatório de cirurgia cardíaca:
atualização da literatura FERREIRA, L. L. et al. 2012
Prevalência das principais complicações
pós-operatórias em Cirurgias Cardíacas. SOARES, G. M. et al. 2011
Avaliação da ventilação não-invasiva com
dois níveis de pressão positiva nas vias
aéreas após cirurgia cardíaca FRANCO, A. M. et al. 2011
Fisioterapia respiratória no pré e pós-
operatório de cirurgia cardíaca de
revascularização do miocárdio CAVENAGHI, S. et al. 2011
38
Recrutamento alveolar em pacientes no
pós-operatório imediato de cirurgia
cardíaca
PADOVANI, C.;
CAVENAGHI, O. M. 2011
Comparação do uso da pressão positiva
com a fisioterapia convencional após
cirurgia cardíaca: revisão de literatura SILVEIRA, A. C. et al. 2011
Fisioterapia no pós-operatório de cirurgia
cardíaca: a percepção do paciente
LIMA, P. M. B. et al. 2011
Pressão expiratória positiva na via aérea
por máscara facial na hemodinâmica de
pós-operatórios cardíacos SENA, A. C. B. et al. 2010
Incidência de complicações pulmonares
na cirurgia de revascularização do
miocárdio ORTIZ, L. D. N. et al. 2010
Ventilação mecânica não invasiva no
pós-operatório imediato de cirurgia
cardíaca
MAZULLO FILHO, J. B. R.;
BONFIM, V. J. G.;
AQUIM, E. E. 2010
Complicações que aumentam o tempo de
permanência na unidade de terapia
intensiva na cirurgia cardíaca
LAIZO, A.;
DELGADO, E. F.;
ROCHA, G. M. 2010
Conhecimento e experiência de
fisioterapeutas sobre ventilação não
invasiva SANTIAGO, I. M. et al. 2010
Espirometria de incentivo com pressão
positiva expiratória é benéfica após
revascularização do miocárdio. FERREIRA, G. M. et al. 2010
Estudo das complicações pulmonares e
do suporte ventilatório não invasivo no
pós-operatório de cirurgia cardíaca.
ALCÂNTARA, E. C.;
SANTOS, V. N. 2009
Ventilação não invasiva na insuficiência
cardíaca QUINTÃO, M. et al. 2009
Cuidados pré e pós-operatório em
cirurgia cardiotorácica: uma abordagem
fisioterapêutica ARCÊNCIO, L. et al. 2008
Benefícios da ventilação não-invasiva
após extubação no pós-operatório de
cirurgia cardíaca LOPES, C. R. et al. 2008
Aplicação da ventilação não-invasiva em
insuficiência respiratória aguda após
cirurgia cardiovascular COIMBRA, V. R. M. et al. 2007
Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
4 DISCUSSÃO
Conforme Lima (2011), a cirurgia cardíaca é definida como um processo
de restauração e restituição das capacidades vitais, compatíveis com a
39
capacidade funcional do coração daqueles pacientes que já apresentaram
anteriormente doenças cardíacas. Embora tenham evoluído nos últimos anos,
as cirurgias cardíacas não estão livres de complicações no pós-operatório.
Pacientes que são submetidos à cirurgia de revascularização do
miocárdio (CRM) apresentam um alto risco de desenvolver complicações,
principalmente as pulmonares como atelectasias, pneumonia e derrame pleural
(FERREIRA, 2012).
Soares (2011) realizou um estudo transversal com 204 pacientes
submetidos à cirurgia cardíaca onde foi observada uma considerável
prevalência de complicações, principalmente pulmonares. Em outro estudo,
Laizo (2010) demonstrou que as complicações que aumentam o tempo de
permanência na UTI estão relacionadas à função respiratória, doença pulmonar
obstrutiva crônica, tabagismo, congestão pulmonar, desmame da VM
prolongado, diabetes, infecções, insuficiência renal, acidente vascular
encefálico e instabilidade hemodinâmica.
Padovani e Cavenaghi (2011), também realizaram um estudo onde é
relatado que as complicações no pós-operatório de cirurgia cardíaca são
observadas com frequência, dentre as existentes destacam-se a atelectasia e
hipoxemia.
A utilização da ventilação não invasiva promove o decréscimo do
trabalho ventilatório, diminuição do índice de dispneia e o aumento do volume
residual, desta forma previne a presença de atelectasias, favorecendo o
recrutamento alveolar, como também incrementando a pressão parcial de
oxigênio no sangue arterial (PaO2) (ARCÊNIO, 2008).
Franco (2011) e Mazullo Filho (2010) em seus estudos verificaram a
importância da Ventilação Não Invasiva (VNI) associada a fisioterapia
respiratória. Franco (2011) no seu estudo verificou que a aplicação da
Ventilação Não Invasiva de forma preventiva no pós-operatório é segura, pois
os parâmetros hemodinâmicos estáveis e sem qualquer outro tipo de
complicação. Mazullo Filho (2010) realizou um estudo controlado, onde os
pacientes em pós-operatório imediato de cirurgia cardíaca foram randomizados
em dois grupos que receberam VNI no modo de pressão de suporte com
expiração final positiva. Após extubação durante 2 horas. Verificou-se que a
VNI se mostrou eficaz em pós-operatório de cirurgia cardíaca, pois incrementou
40
a capacidade vital, diminuiu a frequência respiratória, preveniu a insuficiência
aguda pós-extubação e reduziu os índices de reintubação.
Lopes (2008) realizou um estudo prospectivo, randomizado e controlado,
onde foi evidenciado que houve eficácia no uso da VNI por 30 minutos após
extubação, no pós-operatório imediato de cirurgia cardíaca produziu melhora
na oxigenação do paciente.
Quintão (2009) também realizou um estudo, sendo confirmada a eficácia
da VNI com modo CPAP em pacientes com Insuficiência Cardíaca Aguda, e
reduzindo a necessidade de intubação, assim como a morbimortalidade.
Segundo Santiago (2010) a eficácia da VNI depende da indicação do
equipamento adequado, do tipo de paciente assistido, disponibilidade dos
aparelhos e do grau de conhecimento e treinamento da equipe que assiste o
paciente. De acordo com Sena (2010) o uso da pressão positiva em pacientes
cardiopatas já faz parte do arsenal terapêutico principalmente sob a forma de
ventilação mecânica não invasiva. (VMNI). Nesse estudo, o autor avaliou
pacientes em repouso, estáveis hemodinamicamente e com cateter de Swan-
Ganz, após o uso de 10 cmH O de EPAP, foi verificado que o uso da pressão
positiva sob forma de EPAP como técnica fisioterapêutica foi seguro e bem
tolerado, não tendo efeitos deletérios.
Posteriormente, Ferreira (2012) veio corroborar o autor acima,
mostrando por meio do seu estudo qualitativo do tipo revisão de literatura, que
as modalidades de VNI descritas na literatura, CPAP, BIPAP e respiração com
pressão positiva intermitente (RPPI) foram utilizadas no pós-operatório de
cirurgia cardíaca, acrescidas de modalidades atuais PSV+PEEP obtiveram teve
resultados satisfatórios. Verificou-se que a RPPI reverte a hipoxemia e o BIPAP
melhora a oxigenação, frequência respiratória e frequência cardíaca dos
pacientes, em comparação com as demais modalidades.
Silveira (2011) relata em seu estudo que dentre as diferentes
modalidades de VNI, quando comparadas, não se pode afirmar que uma
técnica apresenta superioridade em relação às outras, merecendo algum tipo
de destaque, visto que nenhum dos estudos encontrados pelo autor comparou
as três modalidades, VNI-2P, CPAP e RPPI, foi possível verificar que todas as
técnicas estudadas mostraram-se úteis na recuperação da função pulmonar no
pós-operatório. A fisioterapia é utilizada no pós-operatório de cirurgias
41
cardíacas para o tratamento de complicações pulmonares, dentre eles, as
atelectasias, derrame pleural e pneumonia, na tentativa de acelerar o processo
de recuperação da função pulmonar. (CAVENAGHI, 2011).
De acordo com Alcântara et al. (2009), há necessidade de um
atendimento com VNI ser conduzido pelo fisioterapeuta na Unidade de Terapia
Intensiva (UTI), tem o propósito de minimizar e evitar os efeitos do pós-
operatório, minimizar o tempo hospitalar e assim diminuir o número de
complicações pulmonares. No seu estudo, verificou-se que o uso da VNI no
pós-operatório de CRM melhora significamente o volume corrente e o volume
minuto, prevenindo distúrbios que cursam com a diminuição desses
parâmetros, como a atelectasias e o derrame pleural.
Coimbra et al. (2007), demonstrou em seu estudo que os pacientes com
insuficiência respiratória hipoxêmica no pós-operatório de cirurgia cardíaca
apresentaram uma melhora da oxigenação, frequência respiratória e frequência
cardíaca durante a aplicação da VNI.
A fisioterapia é um colaborador na prevenção de complicações no pós-
operatório, principalmente quando o fisioterapeuta compreende todas as
alterações que ocorrem na cirurgia e suas consequências, desta forma o
manejo no tratamento do paciente se torna eficaz. (ORTIZ et al., 2010).
Santiago (2010) realizou um estudo com os fisioterapeutas das
enfermarias e das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) adulto sobre
conhecimento teórico e prático em VNI. Foi verificado que os fisioterapeutas
das UTI apresentam maior experiência quanto à administração, instalação e
monitorização da VNI quando comparado aos fisioterapeutas das enfermarias
que não se sentem aptos a instalar e monitorizar a VNI.
5 CONCLUSÕES
O estudo permitiu identificar as principais complicações decorrentes do
pós-operatório de cirurgia cardíaca. Sabendo disso, a Fisioterapia entra como
parte integrante do tratamento e prevenção de complicações, através da
técnica de ventilação não invasiva, melhorando e revertendo o quadro clínico
do paciente. É necessário que os fisioterapeutas atualizem seus
conhecimentos, tornando-se um profissional capacitado e seguro para aplicar a
42
VNI tanto na UTI como nas enfermarias. Portanto, o estudo oferece uma base
de dados a respeito do tema, porém necessita-se de pesquisas mais
aprofundadas, que discorram de forma mais ampla sobre a temática proposta.
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44
FUNÇÃO PULMONAR EM MINERADORES DA INDÚSTRIA DE
BENEFICIAMENTO DE CAULIM
Christiane da Silva Sales7
Priscilla Indianara Di Paula Pinto8
RESUMO
Objetivo: Avaliar o pico de fluxo expiratório (PFE) em mineradores da indústria
de beneficiamento de caulim, com o intuito de mensurar os valores da função
pulmonar, construir um perfil bio-demográfico. Método: estudo descritivo,
abordagem quantitativa, levantamento de dados em duas indústrias no
município de Junco do Seridó-PB. A amostra foi constituída por 50 sujeitos,
sendo 25 sujeitos de cada empresa. A amostra foi não probabilística, por
acessibilidade. Para coleta dos dados foi utilizado um questionário bio-
demográfico e um protocolo de avaliação respiratória onde se registrou a
mensuração do Pico de Fluxo Expiratório através do Peak Flow. Os dados
foram analisados através de estatística descritiva com software Microsoft Office
Excel 2007. Resultados: 100% da amostra do sexo masculino, média de idade
de 29 anos, raça parda 76%, casados 60%, com ensino fundamental
incompleto 48% e moradores da zona urbana 96%. O hábito de fumar foi
informado por 36%, com média de 14,2 unidades de cigarro/dia. Os sinais vitais
mensurados sugerem normalidades. Foram encontradas variações nos valores
de Pico de Fluxo Expiratório mensurado dentre os sujeitos das empresas I e II.
Conclusão: Os achados sugerem acometimento dos padrões respiratórios
pelos valores de PFE obtido. É recomendado o uso adequado dos EPIs,
acompanhamentos periódicos da função pulmonar, assim como ações dos
serviços de saúde para prevenir maiores complicações respiratórias na saúde
do homem.
Palavras-chave: Saúde do Trabalhador. Doenças Ocupacionais. Pico de Fluxo
Expiratório.
LUNG FUNCTION IN THE MINING KAOLIN PROCESSING INDUSTRY
ABSTRACT
Objective: To evaluate the peak expiratory flow (PEF) in miners of kaolin
processing industry, in order to determine the amounts of lung function, build a
bio-demographic profile. Method: a descriptive study, quantitative approach,
data collection in two industries in Reed county Seridó - PB. A sample consisted
of 50 subjects, 25 subjects in each company. The sample was not probability for
acessibilidade. Para data collection was used a bio-demographic questionnaire
and a respiratory assessment protocol that in which the measurement of PEF
7 Graduanda do Curso de Fisioterapia da União de Ensino Superior de Campina Grande-
UNESC.
8 Mestra em Saúde Pública pela Universidade Estadual da Paraíba-UEPB. Especialista em
Saúde Pública e em Fisioterapia Pneumofuncional. Coordenadora do Curso de Fisioterapia da
União de Ensino Superior de Campina Grande-UNESC. Professora substituta da Universidade
Estadual da Paraíba-UEPB. Fisioterapeuta.
45
by Peak Flow. Data were analyzed using statistics with Microsoft Office Excel
2007. Results software: 100 % of the male sample, average age 29, mulatto
76%, 60% married, with incomplete primary education 48% and area residents
urban 96%. Smoking was reported by 36% with an average of 14.2 cigarettes
units / day. Foram found variations in peak expiratory flow values measured
among the subjects of the companies I and II. Conclusion: The findings suggest
involvement of the respiratory patterns by PEF values obtido. Recomenda is the
proper use of PPE, periodicals accompaniments of lung function, as well as
actions of health services to prevent further respiratory complications in human
health.
Keywords: Occupational Health. Occupational Diseases.Peak Expiratory Flow.
1 INTRODUÇÃO
As atividades extrativas minerais em corpos pegmatíticos na região do
Seridó, estado da Paraíba, perduram por mais de meio século dentro de ciclo
envolvido pela informalidade, ilegalidade, uso de técnicas inadequadas, baixa
capacidade de investimento, pela baixa produtividade e baixo valor agregado, o
chamado “ciclo negativo”. Conforme orientação do relatório de procedimento do
Artisinal Mining Intennacional Workshop, organizado pelo banco mundial, e de
acordo com Martins, Cortez e Farias (2007), o rompimento deste ciclo é dado
em primeira instância pela legalização das atividades extrativas, para o qual
precede o “passo zero” formação de empresas de pequeno porte ou formação
de cooperativas de pequenos mineradores.
Tratando-se de uma atividade econômica importante para muitos
municípios da região do Seridó, a mineração de pegmatitos gera uma demanda
importante por bens e serviços oferecidos localmente. O comércio, a prestação
de serviços de transportes, os serviços de manutenção são impulsionados pela
atividade mineradora. Brito, Lima e Pereira (2007), estimam que no Estado da
Paraíba, nas regiões de Pedra Lavrada e Junco do Seridó, sejam
comercializadas cerca de 6.000 toneladas/mês de feldspato e 10.880
toneladas/ mês de caulim, induzindo a circulação de R$ 140 mil/mês e R$ 1,3
milhão/mês, respectivamente.
A atividade em busca de uma melhor qualidade de vida e a constante
vigilância na saúde e segurança do trabalhador são temas de abordagem
contínua nas reuniões da COOPERJUNCO (Cooperativa de mineradores do
46
município de Junco do Seridó-PB), que desde o ano da sua implantação, foram
realizadas palestras sobre o assunto nas indústrias de mineração no município.
O município do Junco do Seridó está localizado no Nordeste do Brasil,
no estado da Paraíba, limitando-se ao norte com os municípios de São José do
Sabugi-PB e Equador-RN, a leste com Tenório-PB e Assunção-PB, ao sul com
Salgadinho-PB e a oeste com Santa Luzia-PB. De acordo com os dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2006), a cidade possui um
território de 160 km², com 6.116 habitantes, a sua densidade demográfica é de
37,28hab/km². É uma região de baixa pluviometria e de grandes quantidades
de minérios, sendo sua principal atividade econômica a extração e o
beneficiamento de caulim e outros minerais e pedras.
De acordo com Souza (2007) na região nordeste, as principais indústrias
mineradoras de caulim estão instaladas na região da Província Pegmatítica de
Borborema do Seridó, localizada nos municípios do Equador (RN) e Junco do
Seridó (PB). Esse minério conhecido como caulim, retirado da natureza através
de extração, é encontrado nas montanhas entre rochas, constituída de material
argiloso, com baixo teor de ferro e cor branca.
O trabalho realizado por mineradores de caulim na região do Seridó é
feita por meios manuais, que é inicialmente a céu aberto, podendo evoluir para
a lavra subterrânea, com abertura de poços e galerias, segundo os
procedimentos característicos da mineração artesanal. De acordo com Cabral
et al. (2009), o beneficiamento consta das etapas de desagregação,
peneiramento, decantação e secagem em pátio de secagem ou em forno à
lenha. As doenças ocupacionais e os acidentes de trabalho constituem um
grande problema de saúde pública. (BRASIL, 2006).
Baseado na Lei N. 8.080/90, a sílica livre deve ser considerada um fator
de risco de natureza ocupacional, estando associada a agravos de doenças
como a neoplasia maligna dos brônquios e do pulmão, cor pulmonale, outras
doenças pulmonares obstrutivas crônicas, sílicose entre outras (CASTRO;
SILVA; VICENTIN, 2005).
Por significar a principal interface entre o organismo humano e o
ambiente, o aparelho respiratório assume um significado extremamente
importante quando se procura penetrar no universo das doenças provocadas
particularmente pelos ambientes e condições de trabalho. Sua relevância é
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Revisao
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Fisioterapia e pesquisa

  • 1. Priscilla Indianara Di Paula Pinto Maria Zélia Araújo Danilo de Oliveira Aleixo (Organizadores) FISIOTERAPIA E PESQUISA: UMA NOVA PROPOSTA DE QUALIDADE DE VIDA UNESC 2014
  • 2. UNIÃO DE ENSINO SUPERIOR DE CAMPINA GRANDE-UNESC FACULDADE DE CAMPINA GRANDE-FAC-CG Diretora Executiva Ana Lígia Costa Feliciano Gerência Administrativa Gustavo Costa Feliciano Gerência Financeira Tiago Torquato Lêdo Coordenação Acadêmica Danilo de Oliveira Aleixo Coordenação de Fisioterapia Priscilla Indianara Di Paula Pinto Coordenação do Núcleo de Pesquisa e Extensão Maria Zélia Araújo Normalização Técnica Severina Sueli da Silva Oliveira CRB-15/225 FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DA UNESC F56 Fisioterapia e pesquisa: uma nova proposta de qualidade de vida / Priscilla Indianara Di Paula Pinto, Maria Zélia Araújo, Danilo de Oliveira Aleixo (Organizadores). – Campina Grande: UNESC, 2014. 200 p. : il. color. ISBN 978-85-92586-03-4 2 1. Fisioterapia. 2. Saúde. 3. Fisioterapia – Qualidade de Vida. I. Pinto, Priscilla Indianara Di Paula. II. Araújo, Maria Zélia. III. Aleixo, Danilo de Oliveira. IV. Título. CDU 615
  • 3. FISIOTERAPIA E PESQUISA: UMA NOVA PROPOSTA DE QUALIDADE DE VIDA Argumentar sobre a FISIOTERAPIA como ciência, é de suma importância que esse argumento parta da definição que é apresentada pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), pois dessa forma está se partindo da base que é defendida pelo órgão oficial que regimenta os profissionais dessa área de conhecimento. De acordo com esse Conselho Fisioterapia “é uma ciência da Saúde que estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas, por traumas e por doenças adquiridas”. Ainda complementa que ela “fundamenta suas ações em mecanismos terapêuticos próprios, sistematizados pelos estudos da Biologia, das ciências morfológicas, das ciências fisiológicas, das patologias, da bioquímica, da biofísica, da biomecânica, da cinesia, da sinergia funcional, e da patologia de órgãos e sistemas do corpo humano e as disciplinas comportamentais e sociais”. Vê-se nesta definição que a Fisioterapia trata o ser humano, enquanto objeto de estudo, de forma completa, envolvendo, não somente o lado físico, mas também o social. Além do que fora dito, vale ressaltar que na atuação dessa ciência, ela se propõe não somente ao processo de estudar, prevenir e tratar os distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas, por traumas e por doenças adquiridas, mas que vê o sujeito social como um todo. E, para tanto, a sua proposição é de apresentar uma nova proposta de qualidade de vida mediante o desenvolvimento tecnológico dos dias hodiernos, os quais têm modificados os modelos de vidas singulares que se tinham em épocas anteriores, as quais não provocavam tantos transtornos aos seres humanos, principalmente, os da terceira idade. É do conhecimento dos profissionais dessa área de conhecimento que o seu objetivo é preservar, manter, desenvolver ou restaurar (reabilitação) a integridade de órgãos, sistemas ou funções. Utiliza-se de conhecimento e recursos próprios como parte do processo terapêutico nas condições psico- físico-social para promover melhoria de qualidade de vida.
  • 4. Portanto, nessa construção vale também destacar o que é definido por qualidade de vida apresentada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que compreende: “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”, o que tem sido discutido pelos alunos que se formaram na União de Ensino Superior de Campina Grande, em 2014, ao realizarem suas pesquisas de conclusão de Curso. Portanto, esta coletânea que é intitulada de “FISIOTERAPIA E PESQUISA: UMA NOVA PROPOSTA DE QUALIDADE DE VIDA” apresenta em sua composição os artigos intitulados: v FISIOTERAPIA INTENSIVA NA BRONQUIOLITE: UMA REVISÃO DE LITERATURA; v OS BENEFÍCIOS DO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DE DOR LOMBAR: REVISÃO DE LITERATURA; v USO DA VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA NA PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES NO PÓS OPERATORIO DE CIRÚRGIA CARDÍACA; v FUNÇÃO PULMONAR EM MINERADORES DA INDÚSTRIA DE BENEFICIAMENTO DE CAULIM; v GRAU DE OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS E USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI’S): REPERCUSSÕES NA SAÚDE DOS TRABALHADORES DA INDÚSTRIA DO GRANITO; v CUIDADOS NA ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA PARA PREVENÇÃO DA PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA (PAVM): UMA REVISÃO DE LITERATURA; v CORRELAÇÃO ENTRE ÂNGULO “Q” E A SÍNDROME DA DOR PATELOFEMORAL EM MULHERES; v ATUALIDADES SOBRE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA EM PEDIATRIA E NEONATOLOGIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA; v A FISIOTERAPIA SOBRE A PERCEPÇÃO DOS CUIDADORES DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS EM ESCOLA DE ENSINO REGULAR; v A FISIOTERAPIA NA PERCEPÇÃO DE CUIDADORES DE SEQUELADOS DE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO;
  • 5. v RELAÇÃO DA EXPOSIÇÃO SOLAR E O ENVELHECIMENTO PRECOCE: UMA REVISÃO SISTEMATIZADA; v EFICÁCIA DO TREINO DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO NO TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. Artigos esses que vieram, tão somente, endossar o conhecimento da Fisioterapia no tocante a qualidade de vida dos sujeitos sociais, daqueles que necessitam de sua atuação na vida em sociedade, uma vez que, tem realizado pesquisas que apresentam uma nova proposta de qualidade de vida, e, assim ampliar os horizontes dessa ciência em pleno século XXI. Os Organizadores
  • 6. SUMÁRIO 1 FISIOTERAPIA INTENSIVA NA BRONQUIOLITE: UMA REVISÃO DE LITERATURA......................................................................................................8 Helder Araujo de Menezes Isabella Pinheiro de Farias Bispo 2 OS BENEFÍCIOS DO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DE DOR LOMBAR: REVISÃO DE LITERATURA...........................................................20 Marina Gadelha de Menezes Sheila Bezerra Costa 3 USO DA VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA NA PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES NO PÓS OPERATORIO DE CIRÚRGIA CARDÍACA........33 Adna Dilleã Nunes Pereira Isabella Pinheiro de Farias Bispo 4 FUNÇÃO PULMONAR EM MINERADORES DA INDÚSTRIA DE BENEFICIAMENTO DE CAULIM......................................................................44 Christiane da Silva Sales Priscilla Indianara Di Paula Pinto 5 GRAU DE OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS E USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI’S): REPERCUSSÕES NA SAÚDE DOS TRABALHADORES DA INDÚSTRIA DO GRANITO.........68 Telma da Silva Araújo Priscilla Indianara Di Paula Pinto Taques 6 CUIDADOS NA ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA PARA PREVENÇÃO DA PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA (PAVM): UMA REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................89 Stela Ticyanne de Castro Dantas Vitor Ávila Rozeira Silva 7 CORRELAÇÃO ENTRE ÂNGULO “Q” E A SÍNDROME DA DOR PATELOFEMORAL EM MULHERES.............................................................107 Rudiney da Silva Araújo Eliete Moreira Colaço 8 ATUALIDADES SOBRE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA EM PEDIATRIA E NEONATOLOGIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA..................................121 Géssica Rayanne Cândido Ferreira Guedes Isabella Pinheiro de Farias Bispo 9 A FISIOTERAPIA SOBRE A PERCEPÇÃO DOS CUIDADORES DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS EM ESCOLA DE ENSINO REGULAR.......................................................................................................134 Hellubya Apolinario da Silva Rubia Karine Diniz Dutra
  • 7. 10 A FISIOTERAPIA NA PERCEPÇÃO DE CUIDADORES DE SEQUELADOS DE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO...................................................150 Maria Cláudia de Almeida Silva Rubia Karine Diniz Dutra 11 RELAÇÃO DA EXPOSIÇÃO SOLAR E O ENVELHECIMENTO PRECOCE: UMA REVISÃO SISTEMATIZADA.................................................................166 Alexandra de Oliveira Santana Rubia Karine Diniz Dutra 12 EFICÁCIA DO TREINO DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO NO TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................................185 Maíra Creusa Farias Belo Sara Cris Santos
  • 8. 6 SUMÁRIO 1 FISIOTERAPIA INTENSIVA NA BRONQUIOLITE: UMA REVISÃO DE LITERATURA......................................................................................................8 Helder Araujo de Menezes Isabella Pinheiro de Farias Bispo 2 OS BENEFÍCIOS DO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DE DOR LOMBAR: REVISÃO DE LITERATURA...........................................................20 Marina Gadelha de Menezes Sheila Bezerra Costa 3 USO DA VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA NA PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES NO PÓS OPERATORIO DE CIRÚRGIA CARDÍACA........33 Adna Dilleã Nunes Pereira Isabella Pinheiro de Farias Bispo 4 FUNÇÃO PULMONAR EM MINERADORES DA INDÚSTRIA DE BENEFICIAMENTO DE CAULIM......................................................................44 Christiane da Silva Sales Priscilla Indianara Di Paula Pinto 5 GRAU DE OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS E USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI’S): REPERCUSSÕES NA SAÚDE DOS TRABALHADORES DA INDÚSTRIA DO GRANITO.........68 Telma da Silva Araújo Priscilla Indianara Di Paula Pinto Taques 6 CUIDADOS NA ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA PARA PREVENÇÃO DA PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA (PAVM): UMA REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................89 Stela Ticyanne de Castro Dantas Vitor Ávila Rozeira Silva 7 CORRELAÇÃO ENTRE ÂNGULO “Q” E A SÍNDROME DA DOR PATELOFEMORAL EM MULHERES.............................................................107 Rudiney da Silva Araújo Eliete Moreira Colaço 8 ATUALIDADES SOBRE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA EM PEDIATRIA E NEONATOLOGIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA..................................121 Géssica Rayanne Cândido Ferreira Guedes Isabella Pinheiro de Farias Bispo 9 A FISIOTERAPIA SOBRE A PERCEPÇÃO DOS CUIDADORES DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS EM ESCOLA DE ENSINO REGULAR.......................................................................................................134 Hellubya Apolinario da Silva Rubia Karine Diniz Dutra
  • 9. 7 10 A FISIOTERAPIA NA PERCEPÇÃO DE CUIDADORES DE SEQUELADOS DE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO...................................................150 Maria Cláudia de Almeida Silva Rubia Karine Diniz Dutra 11 RELAÇÃO DA EXPOSIÇÃO SOLAR E O ENVELHECIMENTO PRECOCE: UMA REVISÃO SISTEMATIZADA.................................................................166 Alexandra de Oliveira Santana Rubia Karine Diniz Dutra 12 EFICÁCIA DO TREINO DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO NO TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................................185 Maíra Creusa Farias Belo Sara Cris Santos
  • 10. 8 FISIOTERAPIA INTENSIVA NA BRONQUIOLITE: UMA REVISÃO DE LITERATURA Helder Araujo de Menezes1 Isabella Pinheiro de Farias Bispo2 RESUMO Objetivos: analisar e verificar a atuação fisioterapia respiratória no tratamento da bronquiolite. Métodos: revisão bibliográfica de artigos com base nos bancos de dados Scielo e Lilacs, ambos inseridos na Bireme, com uso de descritores específicos e termos de busca simples. Resultados: Foram selecionados 16 artigos referentes ao tema proposto atingindo os critérios de inclusão. Conclusão: os estudos mostraram que a fisioterapia respiratória aplicada em crianças com bronquiolite foi eficaz no tratamento da doença enquanto, para outros estudos sua eficácia não se faz presente podendo contribuir para piora do quadro clínico do paciente. Houve, portanto, controvérsias quanto sua eficácia, sendo importante esse estudo de revisão o efeito da fisioterapia no tratamento da bronquiolite foi importante para evolução da melhora das crianças com bronquiolite. Palavra Chave: Bronquiolite. Fisioterapia. Unidades de Terapia Intensiva. PHYSICAL THERAPY IN INTENSIVE BRONCHIOLITIS: A LITERATURE REVIEW ABSTRACT Objectives: To analyze and verify the performance respiratory therapy in the treatment of bronchiolitis. Methods: Literature review articles based on the databases Scielo and Lilacs, both inserted in Bireme with use of specific descriptors and terms of simple search. Results: We selected 16 articles on the topic proposed reaching the inclusion criteria. Conclusion: studies have shown that respiratory therapy given to children with bronchiolitis was effective in treating the disease while other studies for its effectiveness is not present and may contribute to worsening of the patient's condition. Therefore, there was controversy about its effectiveness, it is important that review study the effect of physiotherapy in the treatment of bronchiolitis was important for development of the improvement of children with bronchiolitis. Keywords: Bronchiolitis. Physical Therapy. Intensive Care Units. 1Graduando do Curso de Fisioterapia da União de Ensino Superior de Campina Grande- UNESC. 2Professora do Curso de Fisioterapia da União de Ensino Superior de Campina Grande- UNESC. Especialista em Saúde Pública pela Faculdade Integrada de Patos-FIP. Especialista em Fisioterapia Itensiva pela Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva-SOBRATI. Fisioterapeuta do Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande.
  • 11. 9 1 INTRODUÇÃO A bronquiolite é uma doença de característica sazonal que atinge os brônquios superiores e inferiores causando uma inflamação dos mesmos, tendo como público alvo lactentes e crianças de até 2 anos. Alguns estudos apontam que os principais vírus causadores da bronquiolite são: rinovírus, adenovírus, vírus sincicial, coranovirus, parainfluenza, influenza e o metapneumovirus humano, sendo o vírus sincicial o principal causador da doença (LUISI, 2008). Tal infecção do sistema respiratório se divide em bronquiolite viral aguda e bronquiolite obliterante. A bronquiolite viral aguda se caracteriza por atingir o trato respiratório superior e inferior, já a bronquiolite obliterante obstrui as pequenas vias aéreas que apresentam um diâmetro inferior a 2mm (SARMENTO, 2011). A etiopatogenia viral ocorre num período de incubação de 4 a 5 dias, período o qual desenvolve-se uma resposta imunológica no sentido de combater a infecção, não sendo evidenciados sintomas neste período. Caso a infecção não seja debelada na fase inicial, pode ocorrer comprometimento das vias aéreas inferiores desenvolvendo uma reação inflamatória imediata e adaptativa (CARVALHO; JOHNSTON; FONSECA, 2007). Na obstrução parcial das vias aéreas, o paciente sente uma dificuldade em respirar devido ao alvéolo não esvaziar até o seu limite fisiológico na fase expiratória. Com isso a capacidade residual do alvéolo fica acima do normal, levando a uma hiperinsuflação pulmonar. Essa alteração causa déficits de ventilação e perfusão, caracterizado quando os alvéolos se enchem de líquido, fazendo com que partes do pulmão não sejam ventiladas embora ainda sejam perfundidas sendo esse mecanismo classificado como shunt intrapulmonar, com diminuição de oxigênio no sangue e retenção de gás carbônico à diminuição do Ph sanguíneo levando a uma acidose respiratória (TARANTINO, 2008). Estudos evidenciaram que a bronquiolite causada pelo vírus sincicial respiratório é uma doença imunomediada, ou seja, as próprias células de defesa causam a inflamação das vias aéreas e essa liberação de células especializadas nas defesas do corpo humano está devido a um defeito na
  • 12. 10 regulação imunológica nas fases agudas da doença, devido ao aumento de imunoglobulina E (IgE) especifica para o vírus sincicial respiratório (VSR) nas vias aéreas superiores e inferiores (SARMENTO, 2011). Segundo Tarantino (2008), o tratamento para crianças que estejam com bronquiolite pode ser realizados em casa, no hospital e através da fisioterapia. Quando os sintomas já estiverem presentes o tratamento deve ser aplicado o mais cedo possível. Mesmo com o grande avanço da saúde, o número de hospitalização de crianças com a bronquiolite viral aguda aumentou nos últimos anos. A porcentagem é de 1 a 3%, sendo que os lactentes que são acometidos da bronquiolite necessitam ser hospitalizados, onde uma parte dessa população precisa ser internada nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) pediátricas (BUENO, 2009). Durante os últimos anos o uso da ventilação mecânica não-invasiva teve o seu uso aumentado nas UTI’s pediátricas, além do uso da pressão positiva contínua nas vias aéreas ou CPAP, que é aplicada através de uma cânula nasal ou máscara facial em crianças com bronquiolite viral aguda (NIZARALI, 2012). De acordo com Bueno (2009), a ventilação mecânica é administrada em 1 a 15% de crianças internadas com bronquiolite. Essa porcentagem aumenta em crianças com doenças cardíacas ou respiratórias crônicas e as mortes em crianças com bronquiolite em ventilação mecânica estão associada a complicações secundárias como: pneumotórax, infecções pulmonares secundárias, sepse, insuficiência respiratória progressiva e falência múltipla de órgãos. A fisioterapia respiratória no tratamento da bronquiolite está presente nas Unidades de Terapia Intensivas Pediátricas (UTIP) e desde o ano de 2000 o fisioterapeuta tem uma participação importante nos cuidados intensivos pediátricos e neonatais. Essa importância voltada para a fisioterapia se dá através de doenças do sistema respiratório que afetam a qualidade de vida das pessoas. Visando uma melhora na função respiratória, buscaram objetivos para a melhora da oxigenação, devido a fatores da má oxigenação e deficiência na ventilação pulmonar (SARMENTO, 2011). A bronquiolite por se tratar de uma epidemia anual ou estar no quadro das epidemias anuais no mundo todo e ocorrer no outono e inverno, é considerada como problema de saúde pública, pois leva à um número de
  • 13. 11 maiores atendimentos em clínicas e internações hospitalares no inverno. Entre as crianças hospitalizadas, cerca de 2 a 7% evoluem para insuficiência ventilatória grave levando a utilização da ventilação mecânica para auxiliar nas trocas gasosas e facilitar a respiração. Voltando-se mais para a UTIP, o fisioterapeuta que atua em Terapia Intensiva promove a assistência ao paciente baseado em diretrizes médicas, na qual o profissional deve ser capaz de avaliar adequadamente o paciente e aplicar o melhor procedimento pesando os benefícios e os possíveis riscos sempre presentes em pacientes críticos, sempre tendo em mente e entender a condição clínica do paciente, além dos objetivos traçados e a competência, limitações de cada instrumento, procedimento e, ainda, determinar se o procedimento a ser realizado tem alta probabilidade de alcançar os resultados clínicos (SOUZA, 2007). O fisioterapeuta trabalha junto à equipe multidisciplinar, atuando no controle e na aplicação de gases medicinais, ventilação mecânica invasiva e não-invasiva, início do desmame e da extubação do ventilador mecânico, além de outras aplicações que é de conhecimento do profissional fisioterapeuta (CARVALHO; JOHNSTON; FONSECA, 2007). Para Sarmento (2011) o fisioterapeuta tem como competência conhecer e identificar a história da doença atual do paciente, fazer uma análise dos exames clínicos e escolher a técnica ou procedimento fisioterápico que mais se adapte ao caso do seu paciente, ter muito cuidado ao avaliar um recém- nascido e um adolescente, por mais que as UTI´s pediátricas considerem idades até 18 anos como criança, existe uma grande diferença anatomofisiológicas, compreensão e colaboração que podem fazer a diferença no atendimento. Algumas técnicas e equipamentos podem ser utilizados no tratamento da bronquiolite. Cada técnica tem uma eficácia maior ou melhor que outra, sendo que o fisioterapeuta tem que avaliar qual a melhor técnica a ser usada seja ela no hospital (UTI), pois cada criança é única (JOHNSTON, et al. 2012). Por tanto esse estudo tem como objetivo analisar a partir de uma revisão bibliográfica o emprego da fisioterapia respiratória no tratamento da bronquiolite, diante das evidências científicas na área.
  • 14. 12 2 MÉTODOS O artigo segue as normas da ABNT e enquadra-se em uma revisão bibliográfica, de caráter exploratório, com uma abordagem qualitativa e de natureza descritiva, tendo como material de pesquisa artigos retirados dos bancos de dados da SCIELO (Scientific Eletronic Library Online) e LILACS (Índice da Literatura Científica e Técnica da América Latina e Caribe) inseridos na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS - BIREME). Os critérios de inclusão foram artigos referentes à bronquiolite, atuação da fisioterapia na bronquiolite e com publicações a partir do ano de 2004. Os critérios de exclusão foram artigos que, mesmo sendo encontrados a partir dos descritores e termos simples de busca, não se enquadraram na busca da proposta ou se distanciaram do tema. Os descritores utilizados na pesquisa foram anteriormente consultados no DECS (Descritores em Saúde), disponível em http://decs.bvs.br/, tornando- se, portanto palavras chaves para o estudo. São eles: Bronquiolite, Fisioterapia, UTI. Além dos descritores foram também utilizados os termos de busca simples: Ventilação Mecânica na Bronquiolite, Fisioterapia em Bronquiolite, Bronquiolite em UTI Pediátrica, Bronquiolite e Reabilitação. O limite do número de artigos selecionados foi de acordo com o perfil necessário e condizente com o tema. Foi feito uma leitura e estudo para ser possível construir uma síntese e discussão do mesmo. 3 RESULTADOS Foram selecionados 16 artigos para a discussão do tema proposto, conforme a (Tabela 1) abaixo: Tabela 1- Artigos selecionados TITULO AUTOR ANO Indicacion de la fisioterapia respiratoria convencional em la bronquiolitis aguda BOHE, L. 2004 Bronquiolite aguda por rinovírus em lactentes jovens. PITREZ, P. M. et al. 2005 Dual infection of infants by human metapneumovirus and human respiratory syncytial virus is strongly associated with severe bronchiolitis SEMPLE, M. G. et al. 2005
  • 15. 13 Bronquiolite aguda, uma revisão atualizada CARVALO, W. B.; JOHNSTON, C.; FONSECA, M. C. 2007 Fisioterapia respiratória em lactentes com bornquiolite: realizar ou não? LANZA, F. C. et al. 2008 O papel da fisioterapia respiratória na bronquiolite viral aguda LUISI, F. 2008 Fisioterapia respiratória nas crianças com bronquiolite viral aguda: visão critica MUCCIOLLO, M. H. et al. 2008 Evolução e característica de lactentes com bronquiolite viral aguda submetidos à ventilação mecânica em uma unidade de terapia intensiva pediátrica brasileira. BUENO, Fu et al. 2008 Comparação dos efeitos de duas técnicas fisioterapêuticas respiratórias em parâmetros cardiorrespiratórios de lactentes com bronquiolite viral aguda PUPIN, M. K. et al. 2009 Análise dos sintomas, sinais clínicos e suporte de oxigênio em pacientes com bronquiolite antes e após a fisioterapia respiratória durante a internação hospitalar CASTRO, G. et al. 2011 Bronquiolite obliterante pós-infecciosa em crianças. CHAMPS, N. S. et al. 2011 Gravidade da coinfecções virais em lactentes hospitalizados com infecção por vírus sincicial respiratório PAULIS, N. D. et al. 2011 Características epidemiológicas e influência da coinfecção por vírus respiratórios na gravidade da bronquiolite aguda em lactentes SPARREMBERGER, C. A. et al. 2011 Ventilação não invasiva na insuficiência respiratória aguda na bronquiolite por vírus sincicial respiratório NIZARALI, Z. et al. 2012 I Recomendação brasileira de fisioterapia respiratória em unidade de terapia intensiva pediátrica neonatal. JOHNSTON, C. et al. 2012 Sinais clínicos de disfagia em lactentes com bronquiolite viral aguda. BARBOSA, L. R.; GOMES, E.; FISCHER, G. B. 2014 Fonte: Dados da pesquisa, 2014. 4 DISCUSSÃO A bronquiolite é causada por vários tipos de vírus, e de acordo com Pitrez (2005) foi demonstrado que o rinovírus foi encontrado nas vias
  • 16. 14 superiores de lactentes que apresentavam sibilâncias e estava presente em torno de 19 a 29% nessas crianças. Carvalho, Johnston e Fonseca (2007) ao tratar da bronquiolite, relatam que o diagnóstico clínico da mesma pelo vírus influenza tem uma baixa sensibilidade em crianças com idade menor que três anos. Apesar de a infecção ser limitada, ela pode acarretar complicações como: pneumonia, síndrome de Reye, miosite, convulsão e encefalopatia aguda. Carvalho, Johnston e Fonseca (2007), em seus estudos, dizem que as manifestações clínicas da bronquiolite apresentadas inicialmente são rinorréia abundante e tosse, além dos sinais como: taquipnénia, hipóxia e desconforto respiratório. Nos exames realizados através da ausculta pulmonar podem ser observados os sons crepitantes ou roncos e sibilos. Na inspeção é visualizada a diminuição da expansibilidade torácica e o prolongamento da fase expiratória, além de que os lactentes podem apresentar o abdômen distendido devido à hiperinsuflação dos pulmões. Champs (2011) aborda que as manifestações da bronquiolite são inespecíficas em relação à gravidade e com a extensão da lesão broncopulmonar. Nos estudos sobre as manifestações clinicas da doença, principalmente na BOPI (BRONQUIOLITE OBLITERANTE PÓS- INFECCIOSA) são acrescentados sinais clínicos como: taquipnéia persistente, sibilância, tosse produtiva, hipoxemia, baixa saturação arterial de oxigênio e crepitações no segmento pulmonar. Estudo recente mostra que alterações na deglutição estão presentes em pacientes com bronquiolite e que pode levar a aspiração de líquidos provocando tosse além da dessaturação de oxigênio, respiração ruidosa e voz molhada. Foram encontradas pausas prolongadas na fase oral, houve um aumento significativo da frequência respiratória e taquipneia no pré e pós- alimentação (BARBOSA, 2014). Sparremberger (2011), em um estudo transversal realizado em crianças com bronquiolite, analisou e percebeu que o vírus que mais se destacou no fator de surgimento da bronquiolite foi o vírus sincicial respiratório (VSR) e junto com esse vírus percebeu que havia uma infecção dupla e, em alguns casos, infecção tripla ou coinfecção; e os vírus relacionados são o adenovírus, influenza, e parainfluenza.
  • 17. 15 Paulis (2011), corroborando com Sparremberger (2011) em seu estudo de coorte com crianças bronquiolíticas, detectou a presença de coinfecção entre o VSR, metapneumovírus humano (MPVh) e adenovírus (ADV) e durante a conclusão dos seus estudos ambos os autores constataram que mesmo com um quadro de infecção por mais de um vírus não houve alterações no prognóstico clinico dos pacientes. Contudo o pesquisador e médico americano Semple (2005) relata afirmando que em seu estudo com crianças recém-nascidas e prematuras a coinfecção pelo metapneumovírus aumentou a gravidade da bronquiolite em 72% sendo essa porcentagem nos recém-nascidos, levando esses a pacientes ao uso da ventilação mecânica. A admissão de crianças nas unidades de terapia intensiva se dá pelo alto nível de infecção das vias aéreas do trato respiratório, estando a bronquiolite como um fator de internação além dos fatores de risco tais como a alta taxa de anemia que, segundo Bueno (2009), demandaram transfusão de sangue e que dois terços de recém-nascidos pré- termos não obtiveram uma resposta ao tratamento com CPAP ou VNI. Essas modalidades podem evitar a VMI, porém a resposta desse tratamento não é aceito por muito paciente, e a ventilação mecânica invasiva mostrou-se efetiva na redução de mortes infantis, menos as que evoluíram para lesão pulmonar, entretanto o autor não fez citações da fisioterapia em seu estudo. O uso da VNI em crianças com bronquiolite grave por vírus sincicial respiratório obteve uma resposta na diminuição da necessidade de complicações infecciosas e da necessidade de intubação afirmando que lactentes bronquiolíticos pode se beneficiar com o uso da VNI (NIZARALI, 2012). Entre sinais de desconforto respiratório e ruídos adventícios, o atendimento fisioterapêutico constituído por, aceleração do fluxo aéreo (AFE), posicionamento, vibração manual, aspiração nasotraqueal e tapotagem com uma duração de 40 a 50 minutos mostraram ter um efeito a curto prazo nos pacientes pediátricos em um estudo realizado por Castro (2011), contudo ainda é preciso ser feitas mais pesquisas relacionadas à efetividade da fisioterapia respiratórias em pacientes hospitalizados por bronquiolite. Quanto a um estudo realizado por Lanza (2008) as manobras de vibrocompressão,
  • 18. 16 tapotagem associada à drenagem postural reduziram secreção e sinais de desconforto respiratório, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. O tratamento da bronquiolite pode ser iniciado durante todo o curso da doença, desde que sejam justificadas as características fisiopatológicas da mesma. Carvalho, Johnston e Fonseca (2007) abordam a fisioterapia e os objetivos da mesma que são a desobstrução brônquica, desinsuflação pulmonar e recrutamento alveolar e que o tratamento fisioterápico na bronquiolite consiste em: terapia de posicionamento, AFE, hiperinsuflação pulmonar manual, higiene pulmonar com aparelho de Ventilação Pulmonar Mecânica, associada ou não à técnica de direcionamento de fluxo manual e aspiração das vias aéreas. Das técnicas citadas acima, todas se mostram eficazes ou foram indicadas para o tratamento da bronquiolite, porém apenas três estudos randomizados e controlados avaliaram os efeitos da fisioterapia respiratória no tratamento da doença, além do que a aspiração da vias aéreas é usada como uma medida paliativa e efetiva na desobstrução traqueobrônquica das crianças com quadro clinica de bronquiolite (CARVALHO; JOHNSTON; FONSECA 2007). Pupin (2009) utilizou duas técnicas fisioterapêuticas em lactentes com bronquiolite: a fisioterapia respiratória convencional (drenagem, percussão, tosse assistida e aspiração orofaríngea) e AFE (aceleração do fluxo aéreo). Essas técnicas foram utilizadas em conjunto e não se mostraram eficazes na dinâmica cardiorrespiratória, porém, o seu uso isolado teve efeito somente na redução da frequência respiratória. Luisi (2008) elucida a importância e o papel da fisioterapia respiratória na bronquiolite viral aguda, contudo as técnicas usadas pela fisioterapia não tiveram garantia no tratamento. Corroborando com os estudos supra-citados, Mucciollo (2008) realizou uma pesquisa usando duas literaturas: uma anglo- saxônica, na qual a fisioterapia respiratória não é reconhecida como parte integrante do tratamento da bronquiolite e outra franco-belga, que indica amplamente a fisioterapia na bronquiolite devido à fisiopatologia da doença, porém o seu estudo mostrou que não existe uma forte evidencia da real eficácia da fisioterapia no tratamento da bronquiolite.
  • 19. 17 Johnston (2012) aborda a fisioterapia na UTI e a contribuição do profissional para a segurança dos pacientes pediátricos e neonatos. Dentre as recomendações das manobras da fisioterapia respiratória, as referidas em seu estudo foram: aceleração do fluxo aéreo (AFE), hiperinsuflação manual (HM), percussão torácica, aspiração de vias aéreas, inaloterapia e tosse assistida. Todas essas técnicas e manobras são voltadas para a UTI com ou sem o uso de ventilação mecânica invasiva e que a extubação tenha ocorrido em um período de 12h. Contudo seus estudos não especificaram a efetividade desses recursos nos pacientes. Das técnicas citadas acima e empregadas no tratamento da bronquiolite, Johnston (2012) classificou cada uma de acordo com o grau de recomendação pelo método Oxford Center realizado por cinco fisioterapeutas. Tais técnicas utilizadas isoladamente e associadas a outras foram classificadas de A a D, sendo a primeira a mais utilizada e a última com menor grau de recomendação. Bohe (2004) no seu estudo selecionou trinta e dois pacientes, separando em grupos (tratamento e controle) submetidos à fisioterapia convencional e aspiração endotraqueal. Observou que não houve uma melhora significativa entre os dois grupos tanto em dias de internação quanto em relação à diminuição da angústia respiratória. Concluíram que a fisioterapia respiratória para o tratamento da bronquiolite aguda pode ser prejudicial aumentando o quadro clínico desses pacientes (obstrução brônquica, dessaturação, angustia respiratória). 5 CONCLUSÕES Dentre os trabalhos pesquisados do ano de 2004 a 2014, foi observada uma grande frequência de infecção das vias aéreas pelo vírus sincicial respiratório em crianças estando presente em 100% dos artigos pesquisados, a incidência era maior em recém-nascidos pré-termos e crianças até os dois anos de idade com uma prevalência maior no sexo masculino, sendo uma proporção de 3/1 em relação ao sexo feminino. Foi analisado o emprego da fisioterapia respiratória e suas técnicas, mostrando sua utilidade no tratamento da bronquiolite e efetividade enquanto outras mostram ser menos efetivas com um curto prazo de melhorar apresentado pelo paciente. Mesmo existindo
  • 20. 18 poucos artigos nacionais que tratem da abordagem da fisioterapia na bronquiolite foi comprovado na maior parte dos materiais pesquisados que a fisioterapia respiratória e o fisioterapeuta têm um papel importante no tratamento de pacientes bronquioliticos, pois o profissional em questão é capacitado e habilitado em oferecer o melhor protocolo de tratamento para os pacientes portadores da doença. REFERÊNCIAS BARBOSA, L. R.; GOMES, E.; FISCHER, G. B. Sinais clínicos de disfagia em lactentes com bronquiolite viral aguda. Sociedade de Pediatria, São Paulo, 2014. BOHE, L. et al. Indicación de la fisioterapia respiratoria convencional enlabronquiolitisaguda. Medicina B. Aires, Buenos Aires, v. 64, n. 3, p. 198-200, 2004. BUENO, Fu et al. Evolução e característica de lactentes com bronquiolite viral aguda submetidos à ventilação mecânica em uma unidade de terapia intensiva pediátrica brasileira. Rev. Bras Ter Intensiva, São Paulo, 2009, v. 21, n. 2, p. 174-182, 2009. CARVALHO, W. B.; JOHNSTON, C.; FONSECA, M. C. Bronquiolite aguda, uma revisão atualizada. Rev. Associação Medicina Brasileira, v. 53, n. 2, p. 182-188, 2007. CASTRO, G. et al. Análise dos sintomas, sinais clínicos e suporte de oxigênio em pacientes com bronquiolite antes e após fisioterapia respiratória durante a internação hospitalar. Rev. Paul Pediatr, v. 24, n. 4, p. 599-605, 2011. CHAMPS, N. S. et al. Bronquiolite obliterante pós-infecciosa em crianças. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 87, n. 3, p. 187-198, 2011. JOHNSTON, C. et al. I recomendação brasileira de fisioterapia respiratória em unidade de terapia intensiva pediátrica e neonatal. Rev. Bras Ter Intensiva, v. 24, n. 2, p. 119-129, 2012. LANZA, F. C. et al. Fisioterapia respiratoria em lactentes com bronquiolite: realize ou não? O Mundo da Saúde, São Paulo, v. 32, n. 2, p. 183-188, 2008. LUISI, F. O papel da fisioterapia respiratória na bornquiolite viral aguda. Scientia Medica, Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 39-44, 2008. MUCCIOLLO, M. H. et al. Fisioterapia respiratória nas crianças com bronquiolite viral aguda: visão crítica. Pediatria, São Paulo, v. 30, n. 4, p. 257- 264, 2008.
  • 21. 19 NIZARALI, Z. et al. Ventilação não invasiva na insuficiência respiratória aguda na bronquiolite por vírus sincicial respiratório. Rev. Bras. Ter. Intensiva, São Paulo, v. 24, n. 4, p. 375-380, 2012. PAULIS, M. D. et al. Gravidade das coinfecções virais em lactentes hospitalizados com infecção por vírus sincicial respiratório. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 87, n. 2, p. 307-313, 2011. PITREZ, P. M. et al. Bronquiolite aguda por rinovírus em lactentes jovens. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 81, p. 417-420, 2005. PUPIN, M. K. et al. Comparação de duas técnicas fisioterapêuticas respiratórias em parâmetros cardiorrespiratórios de lactentes com bronquiolite viral aguda. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 35, n. 9, p. 860-867, 2009. SARMENTO, J. G. Fisioterapia respiratória em pediatria e neonatologia. 2. ed. São Paulo: Manole, 2011. SEMPLE, M. G. et al. Dual Infection of infants by human metapneumovirus and human respiratory syncytial virus is strongly associated with severe bronchiolitis. The Journal of Infectious Diseases, Oxford, v. 191, n. 3, p. 382- 386, 2005. SOUZA, L. C. Fisioterapia intensiva. São Paulo: Atheneu, 2007. SPARREMBERGER, C. A. et al. Características epidemiológicas e influência de coinfecção por vírus respiratórios na gravidade da bronquiolite aguda em lactentes. ScienticaAmerica, Porto Alegre, v. 21, n. 3, p. 101-106, 2011. TARANTINO, A. B. Doenças pulmonares. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
  • 22. 20 OS BENEFÍCIOS DO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DE DOR LOMBAR: REVISÃO DE LITERATURA Marina Gadelha de Menezes3 Sheila Bezerra Costa4 RESUMO A lombalgia é uma condição dolorosa da coluna vertebral e classificada como uma causa freqüente de incapacidade funcional, e geralmente associada a fatores individuais, como fraqueza dos músculos abdominais e espinhais, postura inadequada, excesso de peso, falta de condicionamento físico, sedentarismo, além de fatores ocupacionais. O Método Pilates é capaz de fortalecer a musculatura abdominal, como também proporcionar melhora na flexibilidade, da postura e conseqüentemente melhora da dor, incluindo a da região lombar. Objetivo: Descrever os benefícios do Método Pilates no tratamento de dor lombar. Métodos: A pesquisa desenvolvida é de caráter descritivo e apresenta como objeto de estudo o levantamento bibliográfico. A população constituiu-se de acervo literário disponível em bibliotecas de graduação e pós-graduação, como também de material disponível em meio eletrônico. Foram pesquisados livros, monografias, teses e artigos com data de publicação entre 2000-2014, artigos esses que constavam na Biblioteca Virtual da Saúde (BVS – Bireme) e na Scientific Eletronic Library Online (Scielo). Os descritores usados foram: Dor lombar, Lombalgia e Pilates. Conclusão: Na lombalgia, a dor é uma manifestação resultante de vários fatores, sobretudo a má postura e os desequilíbrios musculares. O Método Pilates propõe que, para reduzir as dores lombares, os músculos abdominais devem ser fortalecidos, pois desta forma manter-se-á adequadamente alinhada a coluna, suportando e distribuindo o estresse sofrido por ela. Conseqüentemente ajudando a restaurar a boa postura. Resultando, assim na redução dos quadros de dor lombar. Palavras-Chave: Dor Lombar. Lombalgia. Pilates. THE METHOD PILATES BENEFITS IN LUMBAR PAIN TREATMENT: LITERATURE REVIEW ABSTRACT Low back pain is a painful condition of the spine and classified as a frequent cause of disability, and usually associated with individual factors such as weak abdominal and spinal muscles, poor posture, being overweight, lack of physical fitness, physical inactivity, and occupational factors. Pilates Method is able to strengthen the abdominal muscles, increase flexibility, providing relief from painful symptoms in the lumbar region, given that the abdominal muscles 3 Graduanda do Curso de Fisioterapia da União de Ensino Superior de Campina Grande- UNESC. 4Professora do Curso de Fisioterapia da União de Ensino Superior de Campina Grande- UNESC. Especialista em Saúde Pública pela Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande-FCM-CG. Especialista em Fisioterapia em Traumortopedia pela Universidade Gama Filho-UGF. Fisioterapeuta.
  • 23. 21 have the function of stabilizing the lumbar spine and the pelvis to keep this pain- free region Objective: describe the benefits of Pilates method in the treatment of low back pain. Methods: The developed research is descriptive in nature and has as object of study the literature. The population consisted of literary collection available in libraries undergraduate and graduate, as well as material available electronically. Books were researched monographs, theses and articles with publication date between 2000-2014, these articles appearing on the Virtual Health Library (VHL - Bireme) and Scientific Electronic Library Online (SciELO). The keywords used were: low back pain, low back pain and Pilates. Conclusion: In low back pain, pain is a manifestation resulting from several factors, especially poor posture and muscle imbalances. The Pilates Method proposes to reduce back pain, abdominal muscles should be strengthened, because in this way will remain properly aligned spine, supporting and distributing the stress suffered by him. Consequently helping to restore good posture. There by resulting in the reduction of back pain frame. Keywords: Low Back Pain. Pilates. 1 INTRODUÇÃO Do ponto de vista biomecânico, a coluna é uma das regiões mais complexas do corpo humano. A proximidade e a relação da medula espinhal, das raízes nervosas e dos nervos periféricos com a coluna vertebral aumentam a complexidade dessa região (PRENTICE; VOIGHT, 2003). Os músculos transverso abdominal, oblíquo interno e oblíquo externo têm fundamental importância no mecanismo contrátil da estabilização lombar. A função estabilizadora dos músculos citados é explicada pelas suas relações diretas e indiretas com a coluna lombar (LOUREIRO; MARTINS; FERREIRA, 1997). O maior desafio do homem tem sido ficar em pé sem forçar sua estrutura óssea e/ou articulações. Com a evolução do Homo sapiens para a postura ereta e, conseqüentemente, a verticalização da coluna vertebral, a região lombar (3 ª vértebra) se transformou no centro de gravidade do corpo humano. Para esse ponto e adjacências se convergem as forças resultantes da ação gravitacional terrestre, passando a dor lombar a ser o tributo que o homem paga à sua condição de animal mais evoluído na escala zoológica (CECIN, 2000). A região lombar desempenha papel fundamental na acomodação de cargas decorrentes do peso corporal, da ação muscular e das forças aplicadas
  • 24. 22 externamente, devendo ser forte e rígida para manter as relações anatômicas intervertebrais e proteger os elementos neurais, em contraposição, devendo também ser flexível o suficiente para permitir a mobilidade articular (ALMEIDA et al., 2008). As dores lombares são resultados de um desvio da postura normal da coluna estática e de um desvio do funcionamento normal da coluna cinética. A postura e a cinética normal em uma coluna normal, não provocam dor (CAILLIET, 2001). A dor lombar, também denominada lombalgia, é uma das mais comuns afecções músculo-esqueléticas e sua importância pode ser verificada pelas medidas de incidência e prevalência na população geral de adultos e em comunidades de trabalhadores (MATOS et al., 2008). Segundo Souchard e Migliorin (2007), a lombalgia é uma condição dolorosa da coluna vertebral e classificada como uma causa freqüente de incapacidade funcional, e geralmente associada a fatores individuais, como fraqueza dos músculos abdominais e espinhais, postura inadequada, excesso de peso, falta de condicionamento físico, sedentarismo, além de fatores ocupacionais. A dor lombar constitui uma das principais causas de afastamento ao trabalho, ultrapassando o câncer, o acidente vascular encefálico e a síndrome de imunodeficiência adquirida, como causa de incapacidade nos indivíduos na faixa etária produtiva. É uma das causas mais onerosas de afecções do aparelho locomotor e a segunda, mais comum de procura por assistência médica em conseqüência de doenças crônicas (IMAMURA; KAZIYAMA; IMAMURA, 2001). A lombalgia é um problema de saúde pública, afetando 80% da população. Geralmente ocorre devido a alterações posturais, aumento da frouxidão ligamentar, e diminuição da função abdominal. Seus sintomas geralmente pioram com a fadiga muscular, posturas estáticas, ou à medida que vai passando o dia (CECIN, 2000). A lombalgia alinha-se entre as patologias de etiologia complexa e multifatorial, constituindo um problema de saúde importante. A dor lombar pode vir associada a características psicossociais e comportamentais, às atividades profissionais e extras profissionais, discrepância dos membros inferiores e anormalidades das curvas fisiológicas da coluna e à capacidade física ou funcional do tronco (SANTOS; SILVA, 2003).
  • 25. 23 Para muitos profissionais da área da saúde a região lombar é de particular interesse, pois a lombalgia é o principal problema médico e sócio- econômico vigente e atinge, principalmente, certas populações como: atletas, executivos, pedreiros, motoristas, borracheiros, lenhadores, médicos e fisioterapeutas (SANTOS et al., 2007). De acordo com Craig (2004), o Método Pilates trabalha o corpo de dentro para fora, uma diferença fundamental entre essa e outras abordagens. Os pequenos músculos profundos do corpo são destinados a fornecer apoio à coluna e a camada mais superficial da musculatura, que mantêm a integridade postural. Quanto mais forte for esta camada interna profunda, mais eficientemente os músculos superficiais poderão trabalhar sem colocar o corpo em risco. Acredita-se, que o Método Pilates seja capaz de fortalecer a musculatura abdominal, aumentar a flexibilidade, proporcionando alívio da sintomatologia dolorosa na região lombar, haja vista que a musculatura abdominal ter a função de estabilizar a coluna lombar e a pelve para manter esta região livre de dor (PANELLI; MARCO, 2006). Para Carvalho (2006), os músculos abdominais participam no suporte da coluna, diminuindo a tensão exercida sobre a mesma. Desta forma com o enfraquecimento de tal musculatura esse suporte poderá ser diminuído. Os exercícios e tratamentos capazes de fortalecer os músculos abdominais aumentam a estabilidade da coluna vertebral. Existem evidências convincentes de que a realização de um programa de exercícios com ênfase no fortalecimento da musculatura extensora do tronco restaura a função da coluna lombar e pode prevenir o surgimento da lombalgia. O método oferece um programa de exercícios que estimulam a circulação e oxigenação do sangue, melhorando o condicionamento físico geral, a flexibilidade, a amplitude muscular e o alinhamento postural. Além disso, promove melhorias nos níveis de consciência corporal, da coordenação motora e do controle muscular (PEREIRA, 2012). A técnica Pilates apresenta muitas variações de exercícios e pode ser realizada por pessoas que buscam alguma atividade física e por indivíduos que apresentam alguma doença em que a reabilitação é necessária (MENDONÇA; SILVA, 2010). Este conceito está contido na aplicação dos seis princípios básicos, fundamentais do método, que são; Centro: é considerado ser o ponto principal
  • 26. 24 do Método Pilates, núcleo do corpo. Concentração: é importante para a realização dos exercícios. “A mente que guia o corpo”. Controle: é o controle consciente de todos os movimentos musculares executados pelo corpo. Precisão: é a coordenação dos movimentos perfeitos, terem o controle do corpo e executar movimentos precisos ao se exercitar. Respiração: é para ser realizada em todos os movimentos, com ritmo. Como regra geral, deve-se inspirar quando se prepara para fazer um movimento e expirar quando o executa. Fluidez: nos exercícios, depois de adquirir coordenação nos movimentos, com a prática, desenvolver-se-á um ritmo, passando de um exercício para o outro sem interrupção (PÉREZ; APARÍCIO 2005). Portanto estudar a incidência, os principais fatores de risco e os benefícios do Método Pilates no tratamento de dor lombar são de grande valia, não apenas para tentar reduzir os desconfortos e incapacidades que a lombalgia possa provocar como também para subsidiar elementos para prevenção e para intervenção terapêutica dessa manifestação clínica. O objetivo do presente trabalho é de oferecer mais informações aos profissionais fisioterapeutas e à sociedade em geral sobre os benefícios do Método Pilates em uma ocorrência clínica de alta incidência como a lombalgia. 2 MÉTODO A pesquisa desenvolvida é de caráter descritivo e apresenta como objeto de estudo o levantamento bibliográfico. Segundo Prestes (2003) esse tipo de pesquisa “se efetiva tentando-se resolver um problema ou adquirir conhecimentos a partir do emprego predominante de informações provenientes de material gráfico, sonoro ou informatizado”. Conforme Gil (2002) a pesquisa bibliográfica é construída através de material elaborado, podendo ser: livros, periódicos científicos, teses, dissertações, anais de encontros científicos e periódicos de indexação. A população constituiu-se de acervo literário disponível em bibliotecas de graduação e pós-graduação, como também de material disponível em meio eletrônico. Foram pesquisados livros monografias, teses e artigos com data de publicação entre 2000-2014 que constavam na Biblioteca Virtual da Saúde (BVS – Bireme) e na Scientific Eletronic Library Online (Scielo). Os descritores
  • 27. 25 usados foram: Dor Lombar, Lombalgia e Pilates, disponíveis em: http://decs.bvs.br/, as buscas foram realizadas usando palavras encontradas nos títulos e resumos dos artigos. Quanto ao critério de exclusão foram descartados artigos com datas anteriores ao ano de 2000 e os que não condiziam aos objetivos do estudo. A pesquisa contendo coleta bibliográfica e elaboração do trabalho escrito foi realizada durante o período de agosto a novembro de 2014. A partir da abordagem dos diversos autores, os dados foram analisados e discutidos. Exceto duas referências dos anos de 1997e 1998, que foram de grande importância para o conteúdo deste artigo. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A coluna lombar é formada por cinco vértebras lombares (L1 a L5) que estão equilibradas pelo sacro e encontram-se situadas entre dois ossos da pelve, os ilíacos. Estas vértebras em geral aumentam de tamanho a fim de sustentar o peso do corpo (ROCHA et al., 2007; DUTTON, 2010). Segundo Dutton (2010), as vértebras lombares unem-se por meio de três articulações, uma delas constitui-se entre dois corpos vertebrais e o disco intervertebral, as outras duas são formadas pelo processo articular superior de uma vértebra e por outro processo articular da vértebra imediatamente acima, estas são conhecidas como articulações zigoapofisárias que tem como principal função proteger o segmento motor contra forças de flexão, rotação excessiva e cisalhamento anterior. Conforme Moore (2001), as articulações dos corpos vertebrais são articulações cartilagíneas, usadas para suportar o peso e resistência, as faces articulares das vértebras adjacentes são fixadas por meio dos discos intervertebrais e ligamentos. Germain (2002) conceitua o disco intervertebral como sendo um conjunto de amortecedor, feito principalmente para suportar as pressões que são impostas as vértebras. Rocha et al. (2007), em seus estudos afirmam que, os músculos são essenciais ao movimento, pois proporcionam estabilidade e proteção, absorvem os choques e nutrem as articulações, eles são divididos em grupo anterior e posterior, o grupo anterior apresenta uma camada superficial que são
  • 28. 26 os eretores da coluna que atuam como estabilizadores do tronco, uma camada média que são os multífidos bipenados, e uma camada profunda que são os rotadores que são responsáveis pela estabilização segmentar. Almeida et al. (2008), revelam em seu estudo que o sedentarismo favorece a fraqueza dos músculos paravertebrais e abdominais, reduz a flexibilidade da cadeia muscular anterior e posterior, diminuindo a mobilidade articular. Logo pode ser considerado fator de risco para a origem da lombalgia. Dentre as afecções da coluna vertebral, a lombalgia é a mais freqüente, capaz de provocar desde limitação do movimento até invalidez temporária. Já para Barros, Angelo e Uchoa (2011), dizem que além da carência de mobilidade articular existe a fadiga dos músculos extensores espinhais representam fatores que podem comprometer o alinhamento e a estabilidade da coluna, contribuindo para o surgimento do desconforto lombar. Sendo importante ressaltar que há autores que reconhecem a etiologia da dor lombar como multifatorial, incluindo fatores sócio-econômicos e demográficos, estilo de vida urbano sedentário, obesidade, fumo, posturas viciosas durante o trabalho, aumento da sobrevida média da população e outros. Inúmeros estudos epidemiológicos buscam a relação de dor lombar com exigências físicas do trabalho e fatores ergonômicos como o levantamento de cargas, flexões e torções do tronco, vibrações e esforços repetitivos (MATOS et al., 2008). Segundo Reinehr et al. (2008), relatam que para o tratamento de dor lombar, exercícios abdominais têm sido uma estratégia terapêutica amplamente utilizada, a fim de proporcionar um melhor suporte a coluna lombar, promovendo maior estabilidade nessa região. Para Ikedo e Trevisan (1998), diz em seu estudo que o músculo transverso do abdome é o principal responsável pela estabilização da coluna lombar, sua ativação contribui para a manutenção do equilíbrio postural, diminui a tensão de rotação, inclinação e cisalhamento na coluna lombar, protege os elementos neurais e proporciona alívio das dores lombares. Já para os autores Pérez e Aparício (2005), a incapacidade de estabilização da coluna vertebral causada pelo desequilíbrio entre a função dos músculos extensores e flexores do tronco é outro forte indício para o desenvolvimento de distúrbios da coluna lombar.
  • 29. 27 Diante disso, Camarão (2004), afirma que portadores de lombalgias têm buscado terapias complementares, na tentativa de uma melhora efetiva de suas afecções, sendo o Pilates um dos métodos procurados. O método inclui um programa de exercícios que fortalecem a musculatura abdominal e paravertebral, bem como os de flexibilidade da coluna, além de exercícios para o corpo todo (KOLYNIAK et al., 2004). Segundo Camarão (2004), o método fortalece, alonga e equilibra toda a musculatura, proporcionando um realinhamento da coluna, alívio das tensões musculares, prevenindo pinçamentos ou compressões dos discos intervertebrais e melhorando a hidratação dessas estruturas. De acordo com Craig (2004), a boa postura é o alinhamento vertical do corpo, que permite ao corpo se movimentar com eficiência. Para obter esse alinhamento, os músculos, os ligamentos, os ossos e as articulações precisam funcionar em conjunto, no intuito de conservar o equilíbrio, realizar os movimentos e manter o corpo ereto. O Método Pilates, por meio do alongamento, ajuda a restaurar a boa postura ao corrigir os desequilíbrios musculares, melhorando a mobilidade articular, aumentando a flexibilidade e fortalecendo os músculos posturais. Para Dillman (2004) um dos principais elementos da boa postura é possuir uma musculatura abdominal forte, capaz de dar sustentação à coluna e à pelve. Através do centro de força, o praticante desenvolve força, controle e estabilidade do tronco que repercutirá positivamente sobre todos os movimentos. Camarão (2004) ressalta que Método Pilates, propõe que para reduzir as dores lombares os músculos abdominais devem ser fortalecidos, mantendo a coluna adequadamente alinhada, suportando e distribuindo o estresse localizado nela. Consiste em manter e corrigir a curvatura da coluna, além da preocupação com a consciência corporal e respiração em sintonia com os movimentos. Joseph Pilates classificou a área abdominal como o centro de força do corpo, sendo o foco do movimento. Quando os músculos abdominais são fortes, eles mantêm a coluna adequadamente alinhada, suportam e distribuem o estresse localizado nela desempenhando um importante fator para uma boa postura.
  • 30. 28 Em geral, qualquer debilidade nos músculos abdominais afetas a estabilidade da coluna lombar, podendo causar dor. Ressalta-se que o músculo transverso do abdome é o principal responsável pela estabilização da coluna lombar (CRAIG, 2004). Esta afirmação é reforçada pelo estudo de Endleman e Critchley (2008), que comprovaram através do exame de ultrassom (diagnóstico) um aumento na espessura dos músculos transverso e oblíquos internos abdominais, em 18 mulheres e oito homens praticantes de Pilates, por mais de seis meses, Estes músculos juntamente com os multifidos, são músculos estabilizadores da coluna vertebral. Segundo Kolyniak et al. (2004), apresentaram em seu estudo outro raciocínio importante que podemos relacionar com a diminuição da intensidade da dor na coluna vertebral é o fato de que a maioria dos exercícios executados pela metodologia de Pilates é realizada na posição deitada, havendo diminuição dos impactos nas articulações de sustentação do corpo na posição ortostática e, principalmente, na coluna vertebral, permitindo a recuperação das estruturas musculares, articulares e ligamentares, particularmente da região sacrolombar. Já Maher (2004), realizou um estudo sobre tratamento da dor lombar e concluiu que os exercícios de contração dos músculos multifidos e transverso abdominal, associados à respiração são clinicamente importantes para o ganho de movimento e diminuição da dor. De acordo com Craig (2004), a respiração utilizada no Método como princípio básico, nutre o corpo eliminando toxinas. A respiração é uma força poderosa para aliviar a tensão nervosa, melhorar a concentração e controlar os níveis de energia. O Pilates se caracteriza por movimentos projetados de forma que os executantes mantenham a posição neutra da coluna vertebral, minimizando o recrutamento muscular desnecessário, prevenindo a fadiga precoce e a diminuição da estabilidade corporal. Hamill e Knutzen (2002) concordam com Craig (2004), afirmando em seu estudo que treinamento com esse método visa melhorar a flexibilidade geral do corpo, a força muscular, a postura e a coordenação da respiração com o movimento, sendo, portanto, esses fatores essenciais no processo de reabilitação postural. Alfieri et al. (2008), acrescentam concluindo em seu estudo dizendo que o sistema básico inclui um programa de exercícios que fortalecem a musculatura abdominal e paravertebral, bem como os de
  • 31. 29 flexibilidade da coluna, alem de exercícios para o corpo todo. Já no sistema intermediário-adiantado são introduzidos, gradualmente, exercícios de extensão do tronco, alem de outros exercícios para o corpo todo, procurando melhorar a relação de equilíbrio agonista e antagonista. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando-se que "o bem-estar físico relaciona-se à ausência ou a mínimos graus de doença, incapacidade ou desconfortos, em especial, relacionados ao sistema músculo-esquelético", o alívio da lombalgia deve ser preocupação dos profissionais de saúde. De fato, a lombalgia pode ser um sintoma, porém em graus maiores causa incapacidade motora, insônia, depressão, que impedem a pessoa de levar uma vida normal. Diante da constatação dos estudos incluídos na pesquisa descrevem que o Método Pilates é amplamente indicado para a melhora da dor lombar, visto que proporciona o fortalecimento da musculatura extensora do tronco e abdominal, principalmente transverso do abdome, e alonga os músculos da coluna e membros inferiores. Os benefícios gerais da técnica são: ganho de flexibilidade e força muscular geral, melhora da postura, da consciência corporal, da respiração, do equilíbrio, da coordenação motora; promovendo um relaxamento muscular e conseqüentemente, melhora da dor; inclusive na região lombar, pelo realinhamento do corpo. No caso da dor estar presente, sempre se deve tomar os devidos cuidados com os exercícios a prescrever, ou seja, primeiramente os exercícios programados para iniciantes, alongamentos de coluna e dos membros superiores e inferiores e também fortalecimento leve. E com o quadro mais estável pode-se aplicar exercícios de fortalecimento: abdominal, membros superiores e inferiores (avançados), equilíbrio, postura, coordenação. Então se pode entender que o Método Pilates mostra-se uma alternativa terapêutica eficaz na flexibilidade prevenindo e recuperando lesões musculares, bem como uma maneira de diversificar o tratamento fisioterapêutico. Que é eficaz com fim de condicionamento físico, prevenindo desconfortos lombares e que pode ser utilizado também como modalidade de tratamento.
  • 32. 30 O trabalho fisioterapêutico viabilizado por meios confiáveis e não- agressivos garante as pessoas o alivio dos incômodos indesejáveis e o bem- estar com o próprio corpo. Nesse sentido o fisioterapeuta apresenta-se como um profissional de saúde capaz de contribuir com a melhora da qualidade de vida de todos, amenizando suas queixas, através de um programa de pilates terapêutico. REFERÊNCIAS ALFIERI, F. M. et al. Análise da funcionalidade, dor, flexibilidade e força muscular de portadores de lombalgia crônica submetidos a diferentes intervenções fisioterapêuticas. Revista Cientifica dos Profissionais de Fisioterapia, Rio de Janeiro, v. 3, n. 2, 2008. ALMEIDA, I. C. G. B. et al. Prevalência de dor lombar crônica na população da cidade de Salvador. Rev Bras Ortop, São Paulo, v. 43, n. 3, p. 96-102, 2008. BARROS, S. S.; ANGELO, R. C. O.; UCHOA E. P. B. L. Lombalgia ocupacional e a postura sentada. Rev Dor, 2011. CAILLIET, R. Síndrome da dor lombar. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2001. CAMARÃO, T. C. Pilates com bola no Brasil: corpo definido e bem estar. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. CARVALHO, D. A.; LIMA. Iax. Os princípios do método pilates no solo na lombalgia crônica. 2006. 10 f. Trabalho Acadêmico (Graduação em Fisioterapia)- Universidade do Sul de Santa Catarina, Palhoça, 2006. CECIN, H. A. Consenso brasileiro sobre lombalgias e lombociatalgia. São Paulo: Sociedade Brasileira de Reumatologia, 2000. CRAIG, C. Treinamento de força com bola: uma abordagem do pilates para otimizar força e equilíbrio. São Paulo: Phorte, 2004. DILLMAN, E. O pequeno livro de pilates: guia prático que dispensa professores e equipamentos. Rio de Janeiro: Record, 2004. DUTTON, M. Fisioterapia ortopédica: exame, avaliação e intervenção. Porto Alegre: Artmed, 2010. ENDLEMAN, I.; CRITCHLEY, D. J. Transversus abdominis and obliquus internus activity during pilates exercises: measurement with ultrasund scanning. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation, v. 89, n. 11, p. 2205- 2212, nov. 2008.
  • 33. 31 GERMAIN, B. C. Anatomia para o movimento humano: introdução à análise das técnicas corporais. São Paulo: Manole, 2002. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. HAMILL, J.; KNUTZEN, K. As bases biomecânicas do movimento humano. São Paulo: Manole, 2002. IKEDO, F.; TREVISAN, F. A. Associação entre lombalgia e deficiência de importantes grupos musculares posturais. Rev Bras Reumatol., São Paulo, v. 38, n. 6, p. 321-326, 1998. IMAMURA, S. T.; KAZIYAMA, H. H. S.; IMAMURA, M. Lombalgia. Rev Med. São Paulo, v. 80, n. 2, p. 375-390, 2001. KOLYNIAK, I. E. G.; CAVALCANTI, S. M. B.; AOKI, M. S. Avaliação isocinética da musculatura envolvida na flexão e extensão do tronco: efeito do método pilates. Rev Bras Med Esporte, Niterói, v. 10, n. 6, p. 487-490, nov./dez. 2004. LOUREIRO, M. A.; MARTINS, D. M.; FERREIRA, P. H. Relação entre curvatura lombar e ação muscular lombo-pélvica. Rev Fisioterapia em Movimento, Paraná. v. 9, n. 1, p. 102-110, abr./set. 1997. MAHER, C. G. Effective physical treatment for chronic low back pain. Orthopedic Clinics of North America, v. 35, n. 1, p. 57-64, 2004. MATOS, M. G. et al. Dor lombar em usuários de um plano de saúde: prevalência e fatores associados. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 9, p. 2115-2122, 2008. MENDONÇA, A. L. S.; SILVA, D. M. Efeitos do método pilates nas algias e nas curvaturas da coluna vertebral: um estudo de caso. 2010. Disponível em: <http://www.frasce.edu.br/nova/prod_cientifica/pilates.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2014. MOORE, K. L.; DALLEY, A. F. Anatomia orientada para clínica. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. PANELLI, C.; MARCO, A. Método pilates de condicionamento do corpo: um programa para toda vida. São Paulo: Phorte, 2006. PEREIRA, M. C. Efeitos do método pilates na dor lombar. Monografia. 2012. (Especialista em Fisioterapia Traumato-Ortopédica e Desportiva)- Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2012. PÉREZ, J.; APARICIO, E. O autêntico método pilates: a arte do controle. São Paulo: Planeta, 2005.
  • 34. 32 PRENTICE, William E.; VOIGHT, Michael L. Técnicas em reabilitação musculoesquelética. Porto Alegre: Artmed, 2003. PRESTES, M. L. M. A pesquisa e a construção do conhecimento científico: do planejamento aos textos, da escola à academia. São Paulo: Rêspel, 2003. REINEHR, F. B.; CARPES, F. P.; MOTA, C. B. Influência do treinamento de estabilização central sobre a dor e a estabilidade lombar. Fisioter. Mov., Curitiba, v. 21, n. 1, p. 123-129, jan./mar. 2008. ROCHA, S.; SALGADO, M.; MACHADO, S. Pilates e a terapia manual na hérnia de disco lombar. Ceará: Sobral Gráfica, 2010. SANTOS, K. G. L.; SILVA, M. A. G. A prevalência de lombalgia em mulheres praticantes de ginástica em academias esportivas. Fisioterapia Brasil, Rio de Janeiro, v. 4, n. 2, p. 117-125, mar./abr. 2003. ______, S. S.; GUIMARÃES, F. J. S. P. de. Avaliação biomecânica de atletas paraolímpicos brasileiros. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Niterói, v. 8, n. 3, maio/jun. 2007. SOUCHARD, F.; MIGLIORIN, C. Prevalência de lombalgia em cuidadores de idosos. Ijuí: Unijuí, 2007.
  • 35. 33 USO DA VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA NA PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES NO PÓS OPERATORIO DE CIRÚRGIA CARDÍACA Adna Dilleã Nunes Pereira5 Isabella Pinheiro de Farias Bispo6 RESUMO Objetivo: O estudo busca verificar o uso da ventilação não invasiva (VNI) na prevenção de complicações no pós-operatório de cirurgia cardíaca. Método: Pesquisa descritiva, apoiada na revisão de literatura, com busca de artigos nas bases de dados Scielo e Lilacs, com descritores específicos e termo simples de busca. Resultados: Foram identificados 18 artigos pertinentes ao tema e, após leitura criteriosa, foi feita uma reflexão sobre os mesmos. Conclusão: Os artigos mostraram que a aplicação da ventilação não invasiva é eficaz na prevenção de complicações no pós-operatório de cirurgia cardíaca, sendo estas complicações responsáveis pelo prolongamento no tempo de internação. As modalidades da VNI descritas na literatura foram utilizadas com resultados satisfatórios, pois essa técnica além de melhorar a oxigenação, reduz a taxa de reentubação, dentre outros benefícios. Palavras-Chave: Ventilação não Invasiva. Cirurgia Cardíaca. Terapia Intensiva. USE OF NON INVASIVE VENTILATION IN THE PREVENTION OF COMPLICATIONS IN CARDIAC SURGERY OF POSTOPERATIVE ABSTRACT Objective: This study aims to verify the use of noninvasive ventilation in preventing complications after cardiac surgery. Results: We identified 18 articles relevant to the topic and, after careful reading, was made a reflection on them. Method: a descriptive study, based on literature review, with search articles from the Scielo and Lilacs bases with specific descriptors and simple search term. Conclusion: The articles showed that the application of noninvasive ventilation in a preventive manner is effective in preventing complications after cardiac surgery, and these complications are responsible for extended hospitalization times. The modalities of NIV described in the literature were used with satisfactory results, as this technique and improve oxygenation, reduces the reintubation rate, among other benefits. Keywords: Noninvasive Ventilation. Cardiac Surgery. Intensive Care. 5 Graduanda do Curso de Fisioterapia da União de Ensino Superior de Campina Grande- UNESC. 6 Professora do Curso de Fisioterapia da União de Ensino Superior de Campina Grande- UNESC. Especialista em Saúde Pública pela Faculdade Integrada de Patos-FIP. Especialista em Fisioterapia Intensiva pela Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva-SOBRATI. Fisioterapeuta do Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande.
  • 36. 34 1 INTRODUÇÃO É fato conhecido que no Brasil, até fins do século XIX, não eram realizados procedimentos cirúrgicos, a não serem aqueles mais simples, com isso abriu espaço para a atuação do segundo grupo e outros praticantes menores, os quais ficavam a cargo do “barbeiro”, “barbeiro-sangrador” ou “cirurgião-barbeiro”, que praticava sangrias e escarificações, aplicava ventosas, sanguessugas e clisteres, lancetava abscessos, fazia curativos, excisava prepúcios, tratava as mordeduras de cobras, arrancava dentes, etc., a grande maioria era constituída por leigos, classe social humilde e inculta (BRAILE; GODOY, 2012). Foi somente há pouco mais que quatro décadas que a cirurgia cardíaca, nos molde como a conhecemos hoje, começou a se delinear e, desde então, o progresso tem sido vertiginoso. Devido ao avanço científico do século XX desmistificou o coração como sede da alma, colocando-o em um patamar hierárquico não muito distante dos demais órgãos do corpo. A evolução histórica é marcada pelo desejo de progresso e a busca pela perfeição, apresentando pontos edificantes. Iniciou-se assim, a história da cirurgia cardíaca (SOUZA, 2007). A cirurgia cardíaca no Brasil encontra-se hoje em nível equivalente ao dos grandes centros, com vários polos de destaque ao longo do território nacional, mais isso só aconteceu devido aos diversos nomes que contribuíram para que o Brasil pudesse ocupar essa posição de destaque, podemos citar os fundadores da especialidade no Brasil: Hugo Felipozzi, Euryclides de Jesus Zerbini, Domingos Junqueira de Moraes e Andre Esteves Lima (BRAILE; GODOY, 2012). De acordo com Braile e Godoy (2012), “No ano de 2011 foram realizadas no Brasil 100 mil operações cardíacas 50 mil com circulação extracorpórea (CEC) sendo mais de metade delas para revascularização miocárdica.”. Os pacientes no pré-operatório de cirurgia cardíaca podem ser internados em regime de emergência ou eletivo. Na primeira situação, a avaliação clínica e fisioterapêutica pode ser inviável devido à velocidade dos acontecimentos, bem como ao risco de vida que o paciente está exposto. Nos pacientes eletivos, o controle e avaliação são de extrema importância, a fim de
  • 37. 35 minimizar a quantidade de complicações previstas no pós-operatório cardiovascular (SARMENTO, 2009). De acordo com Sarmento (2010) “esse período do pós-operatório inicia-se quando o paciente é transportado do centro cirúrgico para a unidade de terapia intensiva (UTI) e é também denominada recuperação cardíaca pós-operatória”. De acordo com Machado (2012) “As complicações respiratórias podem ser consideradas as maiores causas de mortalidade no pós-operatório de cirurgia cardíaca.”. Dentre as complicações respiratórias que estão diretamente associadas ao maior risco de morte e ao tempo de permanência hospitalar, destacam-se as atelectasias, pneumonias e insuficiência respiratória aguda (REGENGA, 2012) Após o término da cirurgia cardiovascular os pacientes são geralmente transferidos para UTI ainda sob efeito anestésico e com intubação traqueal. A assistência ventilátoria será mantida por cerca de 6 a 12 horas, dependendo fundamentalmente das funções pulmonar e cardíaca pré-operatório, do tipo de cirurgia e da condição hemodinâmica intra e pós-operatória (SOUZA, 2007). A equipe de Fisioterapia recebe as informações coletadas na fase pré- operatória por meio de um formulário, o qual contém as seguintes informações: dados pessoais, antecedentes, história da doença atual, resultados dos exames pré-operatórios e os dados da avaliação fisioterapêutica (SARMENTO et al., 2010). Após a admissão do paciente, é feita uma avaliação completa. O exame físico deve conter a avaliação do nível de consciência, inspeção geral, estática e dinâmica, palpação, percussão e ausculta. Normalmente são analisados os dados vitais (frequência respiratória, frequência cardíaca e pressão arterial) e os exames complementares realizados (laboratoriais, raios- X, tomografias e outros), bem como os tipos de monitorizações utilizadas e a presença de sondas e cateteres (MACHADO, 2012). A fisioterapia respiratória tem como objetivo, normalmente, prevenir e tratar complicações respiratórias decorrentes do processo cirúrgico, tais como retenção de secreções, atelectasias e pneumonias, através da utilização de uma ampla variedade de técnicas (MACHADO, 2012). Atualmente, observa-se um incremento significativo na utilização da Ventilação Não-Invasiva (VNI) na UTI a fim de buscar reduzir complicações secundárias à intubação orotraqueal associada à utilização da ventilação mecânica invasiva, e da possibilidade da
  • 38. 36 redução na morbimortalidade e no tempo de internação hospitalar (SARMENTO et al., 2010). A ventilação não invasiva fornece suporte ventilatório em duas modalidades: através da aplicação do mesmo nível de pressão positiva nas vias aéreas durante a inspiração e expiração (pressão positiva contínua nas vias aéreas – CPAP) e através da aplicação de dois níveis de pressão positiva inspiratória nas vias aéreas-(BIPAP), um maior na inspiração (pressão positiva inspiratória nas vias aéreas-IPAP) e outro menor na expiração (pressão positiva expiratória nas vias aéreas-EPAP). A aplicação da ventilação não invasiva diminui a necessidade de intubação, portanto reduz o custo do tratamento, a mortalidade, dimuinui o trabalho muscular respiratório e assim melhora as trocas gasosas por recrutamento de alvéolos hipoventilados. É um método de fácil aplicação e remoção, e tem se mostrado de confiança por apresentar eficiência e clínica comprovada (SANTIAGO et al., 2011). O uso da ventilação não invasiva é indicado para todos os pacientes que apresentam complicações pulmonares, como: hipoxemia arterial, atelectasias, insuficiência cardíaca congestiva, pós-recuperação da Síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA)/sepse, lesão do nervo frênico com disfunção diafragmática e fraqueza muscular respiratória. O uso dos seguintes parâmetros, pressão positiva expiratória final (PEEP) de 5cm H2O e pressão de suporte para prover um volume corrente de 6 a 8 ml/kg, mostrou reduzir, de forma significativa, as atelectasias pós-operatórias (MACHADO, 2012). Devido à considerável incidência de complicações no pós-operatório de cirurgia cardíaca, existe grande interesse em obter novos conhecimentos, necessitando-se, portanto, descrever a importância da ventilação não invasiva neste processo, a fim de prevenir complicações e com isso reduzir o tempo de internação na unidade de terapia intensiva. 2 MÉTODOS A pesquisa foi do tipo teórico, apoiado na revisão de literatura, exploratória, descritiva que busca levantar informações sobre um determinado recurso e tratamento fisioterápico na unidade de terapia intensiva. Foram incluídos artigos publicados no período de 2007 a 2012, presentes na base de
  • 39. 37 dados Lilacs (Índice da Literatura Científica e Técnica da América Latina e Caribe) e Scielo (Scientific Eletronic Library Online), que se encontram na Biblioteca Virtual da Saúde (BVS-Bireme), sendo a escolha dos artigos de acordo com o objetivo do estudo. Foram excluídos da pesquisa artigos que mesmo aparecendo nos resultados de busca, não apresentaram conteúdo condizente com o assunto referido. A busca foi realizada atendendo aos seguintes descritores: Ventilação não invasiva, Cirurgia cardíaca, Terapia Intensiva. Tais descritores foram anteriormente consultados no DECS (Descritores em Saúde), disponível em http://decs.bvs.br/, tornando-se, portanto palavras-chave para esta pesquisa Além disso, foram utilizados alguns termos simples de busca como: Fisioterapia na UTI, Complicações pós-operatória, sendo para tanto realizada uma busca integrada na Bireme, com as bases de dados Lilacs e Scielo. Após seleção dos artigos e livros possíveis de serem utilizados, foi realizada uma triagem dos títulos e assuntos relacionados ao tema em questão. Os que foram coerentes com o tema proposto e fundamentados de acordo com a pesquisa foram lidos detalhadamente, ser possível construir uma síntese reflexiva sobre o tema. 3 RESULTADOS Foram selecionados 18 artigos pertinentes ao tema, segundo a (Tabela 1) abaixo: Tabela 1 – Artigos selecionados TÍTULO AUTOR ANO Ventilação mecânica não-invasiva no pós-operatório de cirurgia cardíaca: atualização da literatura FERREIRA, L. L. et al. 2012 Prevalência das principais complicações pós-operatórias em Cirurgias Cardíacas. SOARES, G. M. et al. 2011 Avaliação da ventilação não-invasiva com dois níveis de pressão positiva nas vias aéreas após cirurgia cardíaca FRANCO, A. M. et al. 2011 Fisioterapia respiratória no pré e pós- operatório de cirurgia cardíaca de revascularização do miocárdio CAVENAGHI, S. et al. 2011
  • 40. 38 Recrutamento alveolar em pacientes no pós-operatório imediato de cirurgia cardíaca PADOVANI, C.; CAVENAGHI, O. M. 2011 Comparação do uso da pressão positiva com a fisioterapia convencional após cirurgia cardíaca: revisão de literatura SILVEIRA, A. C. et al. 2011 Fisioterapia no pós-operatório de cirurgia cardíaca: a percepção do paciente LIMA, P. M. B. et al. 2011 Pressão expiratória positiva na via aérea por máscara facial na hemodinâmica de pós-operatórios cardíacos SENA, A. C. B. et al. 2010 Incidência de complicações pulmonares na cirurgia de revascularização do miocárdio ORTIZ, L. D. N. et al. 2010 Ventilação mecânica não invasiva no pós-operatório imediato de cirurgia cardíaca MAZULLO FILHO, J. B. R.; BONFIM, V. J. G.; AQUIM, E. E. 2010 Complicações que aumentam o tempo de permanência na unidade de terapia intensiva na cirurgia cardíaca LAIZO, A.; DELGADO, E. F.; ROCHA, G. M. 2010 Conhecimento e experiência de fisioterapeutas sobre ventilação não invasiva SANTIAGO, I. M. et al. 2010 Espirometria de incentivo com pressão positiva expiratória é benéfica após revascularização do miocárdio. FERREIRA, G. M. et al. 2010 Estudo das complicações pulmonares e do suporte ventilatório não invasivo no pós-operatório de cirurgia cardíaca. ALCÂNTARA, E. C.; SANTOS, V. N. 2009 Ventilação não invasiva na insuficiência cardíaca QUINTÃO, M. et al. 2009 Cuidados pré e pós-operatório em cirurgia cardiotorácica: uma abordagem fisioterapêutica ARCÊNCIO, L. et al. 2008 Benefícios da ventilação não-invasiva após extubação no pós-operatório de cirurgia cardíaca LOPES, C. R. et al. 2008 Aplicação da ventilação não-invasiva em insuficiência respiratória aguda após cirurgia cardiovascular COIMBRA, V. R. M. et al. 2007 Fonte: Dados da pesquisa, 2014. 4 DISCUSSÃO Conforme Lima (2011), a cirurgia cardíaca é definida como um processo de restauração e restituição das capacidades vitais, compatíveis com a
  • 41. 39 capacidade funcional do coração daqueles pacientes que já apresentaram anteriormente doenças cardíacas. Embora tenham evoluído nos últimos anos, as cirurgias cardíacas não estão livres de complicações no pós-operatório. Pacientes que são submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) apresentam um alto risco de desenvolver complicações, principalmente as pulmonares como atelectasias, pneumonia e derrame pleural (FERREIRA, 2012). Soares (2011) realizou um estudo transversal com 204 pacientes submetidos à cirurgia cardíaca onde foi observada uma considerável prevalência de complicações, principalmente pulmonares. Em outro estudo, Laizo (2010) demonstrou que as complicações que aumentam o tempo de permanência na UTI estão relacionadas à função respiratória, doença pulmonar obstrutiva crônica, tabagismo, congestão pulmonar, desmame da VM prolongado, diabetes, infecções, insuficiência renal, acidente vascular encefálico e instabilidade hemodinâmica. Padovani e Cavenaghi (2011), também realizaram um estudo onde é relatado que as complicações no pós-operatório de cirurgia cardíaca são observadas com frequência, dentre as existentes destacam-se a atelectasia e hipoxemia. A utilização da ventilação não invasiva promove o decréscimo do trabalho ventilatório, diminuição do índice de dispneia e o aumento do volume residual, desta forma previne a presença de atelectasias, favorecendo o recrutamento alveolar, como também incrementando a pressão parcial de oxigênio no sangue arterial (PaO2) (ARCÊNIO, 2008). Franco (2011) e Mazullo Filho (2010) em seus estudos verificaram a importância da Ventilação Não Invasiva (VNI) associada a fisioterapia respiratória. Franco (2011) no seu estudo verificou que a aplicação da Ventilação Não Invasiva de forma preventiva no pós-operatório é segura, pois os parâmetros hemodinâmicos estáveis e sem qualquer outro tipo de complicação. Mazullo Filho (2010) realizou um estudo controlado, onde os pacientes em pós-operatório imediato de cirurgia cardíaca foram randomizados em dois grupos que receberam VNI no modo de pressão de suporte com expiração final positiva. Após extubação durante 2 horas. Verificou-se que a VNI se mostrou eficaz em pós-operatório de cirurgia cardíaca, pois incrementou
  • 42. 40 a capacidade vital, diminuiu a frequência respiratória, preveniu a insuficiência aguda pós-extubação e reduziu os índices de reintubação. Lopes (2008) realizou um estudo prospectivo, randomizado e controlado, onde foi evidenciado que houve eficácia no uso da VNI por 30 minutos após extubação, no pós-operatório imediato de cirurgia cardíaca produziu melhora na oxigenação do paciente. Quintão (2009) também realizou um estudo, sendo confirmada a eficácia da VNI com modo CPAP em pacientes com Insuficiência Cardíaca Aguda, e reduzindo a necessidade de intubação, assim como a morbimortalidade. Segundo Santiago (2010) a eficácia da VNI depende da indicação do equipamento adequado, do tipo de paciente assistido, disponibilidade dos aparelhos e do grau de conhecimento e treinamento da equipe que assiste o paciente. De acordo com Sena (2010) o uso da pressão positiva em pacientes cardiopatas já faz parte do arsenal terapêutico principalmente sob a forma de ventilação mecânica não invasiva. (VMNI). Nesse estudo, o autor avaliou pacientes em repouso, estáveis hemodinamicamente e com cateter de Swan- Ganz, após o uso de 10 cmH O de EPAP, foi verificado que o uso da pressão positiva sob forma de EPAP como técnica fisioterapêutica foi seguro e bem tolerado, não tendo efeitos deletérios. Posteriormente, Ferreira (2012) veio corroborar o autor acima, mostrando por meio do seu estudo qualitativo do tipo revisão de literatura, que as modalidades de VNI descritas na literatura, CPAP, BIPAP e respiração com pressão positiva intermitente (RPPI) foram utilizadas no pós-operatório de cirurgia cardíaca, acrescidas de modalidades atuais PSV+PEEP obtiveram teve resultados satisfatórios. Verificou-se que a RPPI reverte a hipoxemia e o BIPAP melhora a oxigenação, frequência respiratória e frequência cardíaca dos pacientes, em comparação com as demais modalidades. Silveira (2011) relata em seu estudo que dentre as diferentes modalidades de VNI, quando comparadas, não se pode afirmar que uma técnica apresenta superioridade em relação às outras, merecendo algum tipo de destaque, visto que nenhum dos estudos encontrados pelo autor comparou as três modalidades, VNI-2P, CPAP e RPPI, foi possível verificar que todas as técnicas estudadas mostraram-se úteis na recuperação da função pulmonar no pós-operatório. A fisioterapia é utilizada no pós-operatório de cirurgias
  • 43. 41 cardíacas para o tratamento de complicações pulmonares, dentre eles, as atelectasias, derrame pleural e pneumonia, na tentativa de acelerar o processo de recuperação da função pulmonar. (CAVENAGHI, 2011). De acordo com Alcântara et al. (2009), há necessidade de um atendimento com VNI ser conduzido pelo fisioterapeuta na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), tem o propósito de minimizar e evitar os efeitos do pós- operatório, minimizar o tempo hospitalar e assim diminuir o número de complicações pulmonares. No seu estudo, verificou-se que o uso da VNI no pós-operatório de CRM melhora significamente o volume corrente e o volume minuto, prevenindo distúrbios que cursam com a diminuição desses parâmetros, como a atelectasias e o derrame pleural. Coimbra et al. (2007), demonstrou em seu estudo que os pacientes com insuficiência respiratória hipoxêmica no pós-operatório de cirurgia cardíaca apresentaram uma melhora da oxigenação, frequência respiratória e frequência cardíaca durante a aplicação da VNI. A fisioterapia é um colaborador na prevenção de complicações no pós- operatório, principalmente quando o fisioterapeuta compreende todas as alterações que ocorrem na cirurgia e suas consequências, desta forma o manejo no tratamento do paciente se torna eficaz. (ORTIZ et al., 2010). Santiago (2010) realizou um estudo com os fisioterapeutas das enfermarias e das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) adulto sobre conhecimento teórico e prático em VNI. Foi verificado que os fisioterapeutas das UTI apresentam maior experiência quanto à administração, instalação e monitorização da VNI quando comparado aos fisioterapeutas das enfermarias que não se sentem aptos a instalar e monitorizar a VNI. 5 CONCLUSÕES O estudo permitiu identificar as principais complicações decorrentes do pós-operatório de cirurgia cardíaca. Sabendo disso, a Fisioterapia entra como parte integrante do tratamento e prevenção de complicações, através da técnica de ventilação não invasiva, melhorando e revertendo o quadro clínico do paciente. É necessário que os fisioterapeutas atualizem seus conhecimentos, tornando-se um profissional capacitado e seguro para aplicar a
  • 44. 42 VNI tanto na UTI como nas enfermarias. Portanto, o estudo oferece uma base de dados a respeito do tema, porém necessita-se de pesquisas mais aprofundadas, que discorram de forma mais ampla sobre a temática proposta. REFERÊNCIAS ARCÊNIO, L. et al. Cuidados pré e pós-operatório em cirurgia cardiotorácica: uma abordagem fisioterapêutica. Rev Bras Cir Cardiovasc, São Paulo, v. 23, n. 3, p. 400-410, 2008. ALCÂNTARA, E. C.; SANTOS, V. N. Estudo das complicações pulmonares e do suporte ventilatório não invasivo no pós-operatório de cirurgia cardíaca. Rev Med Minas Gerais, v. 19, n. 5, p. 5-12, 2009. BRAILE, D. M.; GODOY. M. F. História da cirurgia cardíaca no mundo. Rev Bras Cir Cardiovasc, São Paulo, v. 27, n. 1, p. 125-34, 2012. CAVENAGHI, S. et al. Fisioterapia respiratória no pré e pós-operatório de cirurgia de revascularização do miocárdio. Rev Bras Cir Cardiovasc, São Paulo, v. 26, n. 3, p. 455-61, 2011. COIMBRA, V. R. M. et al. Aplicação da venliação não-invasiva em insuficiência respiratória aguda após cirurgia cardiovascular. Arq Bras Cardiol, São Paulo, v. 89, n. 5, p. 298-305, 2007. FERREIRA, G. M. et al. Espirometria de incentivo com pressão positiva expiratória é benéfica após revascularização do miocárdio. Arq Bras Cardiol, São Paulo, v. 94, n. 2, p. 298-305, fev. 2010. ______, L. L. et al. Ventilação mecânica não-invasiva no pós- operatório de cirurgia cardíaca: atualização da literatura. Rev Bras Cir Cardiovasc, São Paulo, v. 27, n. 3, p. 446-52, 2012. FRANCO, A. M. et al. Avaliação da ventilação não-invasiva com dois níveis de pressão positiva nas vias aéreas após cirurgia cardíaca. Rev Bras Cir Cardiovasc, São Paulo, v. 26, n. 4, p. 582-90, 2011. LAIZO, A.; DELGADO, E. F.; ROCHA, G. M. Complicações que aumentam o tempo de permanência na unidade de terapia intensiva na cirurgia cardíaca. Rev Bras Cir Cardiovasc, São Paulo, v. 25, n. 2, p. 166-171, 2010. LIMA, P. M. B. et al. Fisioterapia no pós-operatório de cirurgia cardíaca: a percepção do paciente. Rev Bras Cir Cardiovasc, São Paulo, v. 26, n. 2, p. 244-249, 2011. LOPES, C. R. et al. Benefícios da ventilação não-invasiva após extubação no pós-operatório de cirurgia cardíaca. Rev Bras Cir Cardiovasc, São Paulo, v. 23, n. 3, p. 344-350, 2008.
  • 45. 43 MAZULLO FILHO, J. B. R.; BONFIM, V. J. G.; AQUIM, E. E. Ventilação mecânica não invasiva no pós-operatório imediato de cirurgia cardíaca. Rev Bras Ter Intensiva, São Paulo, v. 22, n. 4, p. 363-368, 2010. MACHADO, M. G. R. Bases da fisioterapia respiratória: terapia intensiva e reabilitação. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. ORTIZ, L. D. N. et al. Incidência de complicações pulmonares na cirurgia cardíaca de revascularização do miocárdio. Arq Bras Cardiol, São Paulo, v. 95, n. 4, p. 441-447, 2010. PADOVANI, C.; CAVENAGHI, O. M. Recrutamento alveolar em pacientes no pós-operatório imediato de cirurgia cardíaca. Rev Bras Cir Cardiovasc, São Paulo, v. 26, n. 1, p. 116-121, 2011. QUINTÃO, M. et al. Ventilação não invasiva na insuficiência cardíaca. Rev SOCERJ, v. 22, n. 6, p. 387-397, 2009. REGENGA, M. M. Fisioterapia em cardiologia: da unidade de terapia intensiva à reabilitação. 2. ed. São Paulo: Roca, 2012. SARMENTO, G. J. V. Fisioterapia hospitalar pré e pós-operatório. São Paulo: Manole, 2009. ______.; VEJA, J. M.; LOPES, N. S. Fisioterapia em UTI. São Paulo: Atheneu, 2010. SANTIAGO, I. M. et al. Conhecimento e experiência de fisioterapeutas sobre ventilação não invasiva. RBPS, Fortaleza, v. 24, n. 3, p. 214-220, jul./set., 2010. SENA, A. C. B. et al. Pressão expiratória positiva na via aérea por máscara facial na hemodinâmica de pós-operatórios cardíacos. Arq Bras Cardiol, São Paulo, v. 95, n. 5, p. 594-599, 2010. SILVEIRA, A. C. et al. Comparação do uso da pressão positiva com a fisioterapia convencional e incentivadores respiratórios após cirurgia cardíaca: revisão de literatura. Medicina (Ribeirão Preto), v. 44, n. 4, p. 338-46, 2011. SOARES, G. M. et al. Prevalência das principais complicações pós-operatórias em cirurgias cardíacas. Rev. Bras Cardiol, São Paulo, v. 24, n. 3, p. 139-146, 2011. SOUZA, L. C. Fisioterapia intensiva. São Paulo: Atheneu, 2007.
  • 46. 44 FUNÇÃO PULMONAR EM MINERADORES DA INDÚSTRIA DE BENEFICIAMENTO DE CAULIM Christiane da Silva Sales7 Priscilla Indianara Di Paula Pinto8 RESUMO Objetivo: Avaliar o pico de fluxo expiratório (PFE) em mineradores da indústria de beneficiamento de caulim, com o intuito de mensurar os valores da função pulmonar, construir um perfil bio-demográfico. Método: estudo descritivo, abordagem quantitativa, levantamento de dados em duas indústrias no município de Junco do Seridó-PB. A amostra foi constituída por 50 sujeitos, sendo 25 sujeitos de cada empresa. A amostra foi não probabilística, por acessibilidade. Para coleta dos dados foi utilizado um questionário bio- demográfico e um protocolo de avaliação respiratória onde se registrou a mensuração do Pico de Fluxo Expiratório através do Peak Flow. Os dados foram analisados através de estatística descritiva com software Microsoft Office Excel 2007. Resultados: 100% da amostra do sexo masculino, média de idade de 29 anos, raça parda 76%, casados 60%, com ensino fundamental incompleto 48% e moradores da zona urbana 96%. O hábito de fumar foi informado por 36%, com média de 14,2 unidades de cigarro/dia. Os sinais vitais mensurados sugerem normalidades. Foram encontradas variações nos valores de Pico de Fluxo Expiratório mensurado dentre os sujeitos das empresas I e II. Conclusão: Os achados sugerem acometimento dos padrões respiratórios pelos valores de PFE obtido. É recomendado o uso adequado dos EPIs, acompanhamentos periódicos da função pulmonar, assim como ações dos serviços de saúde para prevenir maiores complicações respiratórias na saúde do homem. Palavras-chave: Saúde do Trabalhador. Doenças Ocupacionais. Pico de Fluxo Expiratório. LUNG FUNCTION IN THE MINING KAOLIN PROCESSING INDUSTRY ABSTRACT Objective: To evaluate the peak expiratory flow (PEF) in miners of kaolin processing industry, in order to determine the amounts of lung function, build a bio-demographic profile. Method: a descriptive study, quantitative approach, data collection in two industries in Reed county Seridó - PB. A sample consisted of 50 subjects, 25 subjects in each company. The sample was not probability for acessibilidade. Para data collection was used a bio-demographic questionnaire and a respiratory assessment protocol that in which the measurement of PEF 7 Graduanda do Curso de Fisioterapia da União de Ensino Superior de Campina Grande- UNESC. 8 Mestra em Saúde Pública pela Universidade Estadual da Paraíba-UEPB. Especialista em Saúde Pública e em Fisioterapia Pneumofuncional. Coordenadora do Curso de Fisioterapia da União de Ensino Superior de Campina Grande-UNESC. Professora substituta da Universidade Estadual da Paraíba-UEPB. Fisioterapeuta.
  • 47. 45 by Peak Flow. Data were analyzed using statistics with Microsoft Office Excel 2007. Results software: 100 % of the male sample, average age 29, mulatto 76%, 60% married, with incomplete primary education 48% and area residents urban 96%. Smoking was reported by 36% with an average of 14.2 cigarettes units / day. Foram found variations in peak expiratory flow values measured among the subjects of the companies I and II. Conclusion: The findings suggest involvement of the respiratory patterns by PEF values obtido. Recomenda is the proper use of PPE, periodicals accompaniments of lung function, as well as actions of health services to prevent further respiratory complications in human health. Keywords: Occupational Health. Occupational Diseases.Peak Expiratory Flow. 1 INTRODUÇÃO As atividades extrativas minerais em corpos pegmatíticos na região do Seridó, estado da Paraíba, perduram por mais de meio século dentro de ciclo envolvido pela informalidade, ilegalidade, uso de técnicas inadequadas, baixa capacidade de investimento, pela baixa produtividade e baixo valor agregado, o chamado “ciclo negativo”. Conforme orientação do relatório de procedimento do Artisinal Mining Intennacional Workshop, organizado pelo banco mundial, e de acordo com Martins, Cortez e Farias (2007), o rompimento deste ciclo é dado em primeira instância pela legalização das atividades extrativas, para o qual precede o “passo zero” formação de empresas de pequeno porte ou formação de cooperativas de pequenos mineradores. Tratando-se de uma atividade econômica importante para muitos municípios da região do Seridó, a mineração de pegmatitos gera uma demanda importante por bens e serviços oferecidos localmente. O comércio, a prestação de serviços de transportes, os serviços de manutenção são impulsionados pela atividade mineradora. Brito, Lima e Pereira (2007), estimam que no Estado da Paraíba, nas regiões de Pedra Lavrada e Junco do Seridó, sejam comercializadas cerca de 6.000 toneladas/mês de feldspato e 10.880 toneladas/ mês de caulim, induzindo a circulação de R$ 140 mil/mês e R$ 1,3 milhão/mês, respectivamente. A atividade em busca de uma melhor qualidade de vida e a constante vigilância na saúde e segurança do trabalhador são temas de abordagem contínua nas reuniões da COOPERJUNCO (Cooperativa de mineradores do
  • 48. 46 município de Junco do Seridó-PB), que desde o ano da sua implantação, foram realizadas palestras sobre o assunto nas indústrias de mineração no município. O município do Junco do Seridó está localizado no Nordeste do Brasil, no estado da Paraíba, limitando-se ao norte com os municípios de São José do Sabugi-PB e Equador-RN, a leste com Tenório-PB e Assunção-PB, ao sul com Salgadinho-PB e a oeste com Santa Luzia-PB. De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2006), a cidade possui um território de 160 km², com 6.116 habitantes, a sua densidade demográfica é de 37,28hab/km². É uma região de baixa pluviometria e de grandes quantidades de minérios, sendo sua principal atividade econômica a extração e o beneficiamento de caulim e outros minerais e pedras. De acordo com Souza (2007) na região nordeste, as principais indústrias mineradoras de caulim estão instaladas na região da Província Pegmatítica de Borborema do Seridó, localizada nos municípios do Equador (RN) e Junco do Seridó (PB). Esse minério conhecido como caulim, retirado da natureza através de extração, é encontrado nas montanhas entre rochas, constituída de material argiloso, com baixo teor de ferro e cor branca. O trabalho realizado por mineradores de caulim na região do Seridó é feita por meios manuais, que é inicialmente a céu aberto, podendo evoluir para a lavra subterrânea, com abertura de poços e galerias, segundo os procedimentos característicos da mineração artesanal. De acordo com Cabral et al. (2009), o beneficiamento consta das etapas de desagregação, peneiramento, decantação e secagem em pátio de secagem ou em forno à lenha. As doenças ocupacionais e os acidentes de trabalho constituem um grande problema de saúde pública. (BRASIL, 2006). Baseado na Lei N. 8.080/90, a sílica livre deve ser considerada um fator de risco de natureza ocupacional, estando associada a agravos de doenças como a neoplasia maligna dos brônquios e do pulmão, cor pulmonale, outras doenças pulmonares obstrutivas crônicas, sílicose entre outras (CASTRO; SILVA; VICENTIN, 2005). Por significar a principal interface entre o organismo humano e o ambiente, o aparelho respiratório assume um significado extremamente importante quando se procura penetrar no universo das doenças provocadas particularmente pelos ambientes e condições de trabalho. Sua relevância é