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OS PRINCÍPIOS E AS
DISPENSAÇÕES DE DEUS
Uma das primeirasliçõesque todoaqueleque estudaaBíbliadeve aprenderé adiferençaentre osprincípiose as
dispensaçõesde Deus.
Os oponentesaodispensacionalismo têm-nosacusadomuitasvezes,afirmandoporexemplo,que nósensinamos
que sob o VelhoTestamentooshomenseramsalvospelasobrasdalei,enquantoque hojesãosalvospelagraçapor
meioda fé.
Esta acusação é,pelomenos,ilusória,poisnenhumdispensacionalistainteligente ensinariaque asobras da lei emsi
mesmas poderiamsalvar,oumesmoajudarasalvar alguém.
Nóscompreendemoscomclarezaque "nenhuma carneserá justificada diantedeDeuspelas obrasda lei, porque
pela lei vemo conhecimento do pecado"(Rom.3:20). Nemsequersupomosque asobrasda lei cerimonial tenham
qualquerpoderessencial parasalvar.Nãonostemosesquecidoque asEscriturastambémensinamque "éimpossível
queo sanguedostoirose dosbodestire ospecados" (Heb.10:4).
Não alimentamosquaisquerilusõesquantoàincapacidade total dohomememagradar a Deuspelasobras, como
tal, emqualquerépoca.Ohomemtemsidosempre salvo,essencialmente,pelagraçade Deus,pormeioda fé.Não
poderiahaveroutromodode ser salvo.Este é umprincípiofixooqual Hebreus11 testemunharepetidasvezese que
deveriaserclarividente paraaquelesque aceitamcomofactosa depravaçãototal do homeme a infinitasantidade
de Deus.
Porémistonão alterao factode que o modode Deus tratar com os homense ostermosde aceitaçãoestabelecidos
por Ele têmsidomudadosrepetidasvezesatravésdosséculose que afé n’Ele seriaportantoexpressade modos
diferentes.Hebreus11tambémtestemunhaconsistentementeeste facto.
É mais doque certo que a fé nosaproximade Deus,segundooSeuplano,emqualqueraltura,e procurarganhar a
Sua aceitaçãodoutromodocertamente que seria incredulidadee egoísmo.Assim, apesardasobrasnunca terem
salvonempoderemsalvar, como tal,puderam,umavez,salvarcomo expressõesdefé.
OS PRINCÍPIOS DE DEUS
Um princípio, como emcima usamosa palavra,é uma regra fixade moralidade oude conduta.Nósrespeitamosos
homensde princípios;homensque se levantampelaverdadecuste oque custar.Certamente que Deuspossui os
maiselevadosprincípiose nuncase desviadeles.Ele sempre odioue odiaráopecado.O pecadosempre foi e
sempre serácontrárioà Sua naturezasanta.Nunca emqualquerépocaeste factose verificoudumaformamais
acentuadaque noutra.Semelhantemente Deussempre se deleitoue sempre se deleitaránajustiça,namisericórdia
e noamor. Deusnunca se desviou,nemse desviaránomaisleve grau,destesprincípios.
O princípio da lei,oude justiça,porexemplo,temcontinuadoimutávelaolongodosséculos.Emqualquer
dispensação,quandooerroé cometido,osentidode justiça é ofendido.Istopode serdemonstradodumaforma
simplesportrêsexemplosbíblicos:
Caim viveuantes dadispensaçãodalei dispensadaporMoisés.CaimmatouoseuirmãoAbel.Estariacerto ou
errado?Será que ele se meteuemdificuldadesdevidoaisso?Éclaro que sim, emboraa lei escritanãotivesse sido
aindadada.
David viveusob a lei de Moisés.Ele tambémcometeuhomicídio.Estariacertoouerrado?Errado, certamente,e ele
tambémse meteuemdificuldadesdevidoaisso.
Tu e eu vivemos depois dalei,sobadispensaçãodagraça. Suponhamosque cometíamosoacto de homicídio.
Estaria certoou errado?Meter-nos-íamosemdificuldades - comDeus?O factode Cristoterlevadosobre si os
nossospecadosnoCalváriotornará o homicídiomenoserrado?ContemplaráDeusesse actocomomenos
pecaminosoporque ocorreusobadispensaçãodagraça?
Talvezdigaque actualmente,paraoverdadeirocrente,aplenacondenaçãolegal dopecadofoi suportadaporCristo,
e,aindaque o nãosoubesse,Davidtambémfoi perdoadonabase desse fundamento.Masomesmofacto de que os
pecadosde Davide os nossosforam pagos, emvezde passadosporaltonão prova que osprincípiosda lei e da
justiçapermanecemfixos?
O princípioda graça é igualmente imutável.Issopode serdemonstradodumaformaigualmentesimplespormeio
dumapassagembíblica:Romanos4:1-6:
Abraão viveuantesdadispensaçãodalei.Comofoi ele justificado? "Abraão creu a Deus e isso lhe foiimputado como
justiça"(Rom.4:3).
David viveusob a lei.Comofoi ele justificado? "AssimtambémDavid declara bem-aventuradoo homema quem
Deus imputaa justiça sem as obras" (Rom.4:6).
Tu e eu vivemos depois dalei,soba dispensaçãodagraça. Comosomosnósjustificados? "Aquelequenão pratica,
mascrê n’Aquelequejustifica o ímpio, a sua félhe é imputada como justiça" (Rom.4:5).
Ora nos casosde Abraãoe de David,as obras eram requeridas para a salvação;enquantoque nonossocaso as obras
para a salvaçãosãoclaramente proibidas;aindaassime apesarde tudo as passagensacimacitadasevidenciamcom
clarezaque Abraão,Davide nósfomos todos salvos essencialmentepelagraçapor meioda fé e que as obras como
tais nunca tiveramemsi qualquervalorsalvador.
AS DISPENSAÇÕES DE DEUS
O QUE É UMA DISPENSAÇÃO?
Enquantoos princípiosde Deustêma ver com o Seu carácter, com a Sua natureza,asdispensaçõesde Deusdizem
respeitoàsSuas formasdetratar comos que a Ele estãosujeitos,especialmentecomahomem.
Muitas pessoastêmsidoespantadasdodispensacionalismodevidoaocomprimentodaprópriapalavra,
especialmentedesdeque algunsque procuramdividirbemaPalavrade Deustêm sidorotuladosde
Ultradispensacionalistas! Contudoaraizdestapalavraenorme possui umsignificadomuitosimples,poisapalavra
dispensarapenasquerdizerdistribuir. A palavradispensação,portanto,significao acto de dispensarou de distribuir,
ou aquilo queé dispensado ou distribuído.Existemporexemplo dispensários médicosondeosmedicamentossão
dispensados aospobres.Porvezesessasdispensaçõessãoconduzidasnumdiaparticularde cada semana.Ora tal
dispensaçãode medicamentospodedurarumasdoze horascompletascada semana,porémissonãoquerdizerque
uma dispensaçãosejaumperíodode doze horas!Aindaassime apesardissohá algunsque quandopensamem
dispensaçõesnãoconseguempensaremnadamaissenãoemperíodosde tempo!Naverdade,umdosmaiores
ensinadoresbíblicosdapassadageraçãodefiniuumadispensaçãocomose segue:"Umadispensaçãoé umperíodo
de tempodurante o qual o homemé provadono que respeitaàobediênciaaalgumarevelaçãoespecíficada
vontade de Deus".
Issoestá incorrecto,poisumadispensaçãonão é umperíodode tempo,maso acto de distribuir ou aquilo queé
distribuído.O ensinadorbíblicoacimareferidosemdúvidaque queriadizerumadispensação cobreumperíodode
tempo.
A palavradispensação nãoé um merotermoteológico.ÉmuitasvezesusadanaBíblia,aindaque nemsempre seja
assimtraduzida.Em Ef.3:2, por exemplo,Pauloescreve acercada "dispensação da graça deDeus,que para
convosco mefoi dada". Precisamentecomoadispensaçãodalei foraconfiadaa Moisés(João1:17), a dispensaçãoda
graça de Deusfoi confiadaa Paulo.
O significadoorgânicodapalavra"oikonomia" - palavraoriginal donde vemapalavra dispensação - é a
administração ougoverno da casa.Estapalavraé traduzidaalgumasvezespormordomia nanossaversão.Istoé
interessanteporque apalavra mordomo (oikonomos),emvezde significar servo, comoalgunssupõem, significa
antesadministradorougovernadorda casa.Omordomoerao dirigente,o cérebro, aquele emcujasmãoso governo
da casa era depositado.Eraele que distribuíaodinheiroparaasnecessidadesdacasa,dispensavaacomidae o
vestuárioparaos servose para as crianças, pagavaos salários,etc.Tudolhe estavaentregue paraque dispensasse
sábiae fielmente.Ele erao dispenseiro designadodosbensdoseusenhore dosnegóciosdacasa. 1
Deste modolemosemLucas 12:42:
"E disse o Senhor:Qual é poiso mordomo(oikonomos) fiel e prudente,aquemosenhorpôssobre os seusservos,
para lhesdar a tempoa ração?"
Em Lucas 16:1-2 onde as palavras oikonomos e oikonomia sãonovamente traduzidaspormordomo e pormordomia,
temosa mesmaideia:
"E diziatambémaosSeusdiscípulos:Haviaumcerto homemrico,o qual tinhaum mordomo;e este foi acusado
perante ele de dissiparosseusbens.
"E ele,chamando-odisse-lhe:Que é istoque ouçode ti?Dá contas da tua mordomia,porque jánãopoderásser
maismeumordomo".
Em I Cor. 9:16-17 estamesmapalavraé novamente traduzidapor dispensação, e umavezmaisexprime omesmo
pensamento:
"Porque,se anunciooevangelhonãotenhode que me gloriar,poisME É IMPOSTA ESSA OBRIGAÇÃO;e ai de mimse
não anunciaro evangelho!
"Porque se o faço de boa mente,terei prêmio;mas,(mesmo) se de mávontade (EUDEVO FAZÊ-LO, pois) APENAS
UMA DISPENSAÇÃOMEÉ CONFIADA".
Notemosque emcada umdessescasosa idéiade responsabilidadeestáenvolvida.Foi um"mordomo fiele
prudente"que oSenhorprocuroucolocar sobre a Sua casa. O homemrico despediuoseumordomoporque ele
dissipouosseusbens.A responsabilidadepesavasobre Pauloporque"umadispensaçãodoevangelho"lhe tinha
sidoconfiada.
Uma da passagensmaisclarasnestarelaçãoé encontradaem I Cor.4:1-2 onde o apóstoloPaulodiz:
"QUE OSHOMENS NOSCONSIDEREMCOMO MINISTROS(SERVOS) DECRISTO,E DISPENSEIROSDOSMISTÉRIOSDE
DEUS.
"ALÉM DISSO,REQUER.SE NOSDISPENSEIROSDE DEUS QUE CADA UM SE ACHE FIEL".
Mantenhamosclaramente fixonasnossasmenteseste significadodapalavra dispensação. Aoconstatarmosque
uma dispensaçãoenvolvee denotamais responsabilidadeque ummeroperíodode tempo,se sinceramente
desejarmosestarnavontade de Deus,procuraremoscompreendercomclarezae levara cabo fielmente,a
dispensaçãodagraça de Deusque nosfoi confiada.
MUDANÇAS NAS DISPENSAÇÕES DE DEUS
Deve serevidente paraoleitormenosatentodasEscriturasque na quedadohomemocorreuuma grande mudança
nos tratosde Deuscom ele.AntesdissoAdãoe EvatinhamgozadocomunhãoininterruptacomDeus,habitandona
inocênciaextática,nobelojardimdoÉden.
Porémagora tudomudou.O pecadoseparara-osde Deus.Adãoe Eva foram expulsosdojardim.Umprofundo
sentimentode vergonhapassouadominá-los,oqual,desde então,governariagrande parte dassuasacções.Agora,
envergonhadosde apareceremdiantede Deus,comose encontravam, tiveramde se vestir.Adãotinhade ganhara
vidapara si e para a sua famíliatrabalhandoarduamente,e Evateriafilhoscomdor.Piorde tudo,o pecadoentrara
no mundo,e a morte pelopecado.Certamente que tudoistoenvolveuumamudançanasresponsabilidadesdos
homensparacom Deus e com os outros.
Daqui em diante ostratosde Deuscom os homensmudaramrepetidasvezes.OGovernoHumanofoi instituídoapós
o dilúvio,comNoé (Gen.9:6), a dispensaçãodapromessacomeçoucomAbrão(Gen.12:1-3), "a lei foi dadapor
Moisés"(João1:17), " a graça e a verdade vieramporJesusCristo(João1;17) e foi dispensadaporPaulo,oprincipal
dos pecadoressalvopelagraça(Ef.3:1-3).
já mencionadorepresentaalgumasdasproeminentesmudançasdispensacionaisaté àdata, mas estaspodemser
subdivididase háaindaoutras futuras.
Assim,enquantoosprincípiosde Deusnuncamudam, asSuas dispensações,osSeustratoscom oshomens,mudam
de temposa tempos.Istoinclui mesmoostermosde aceitaçãopara com Deus.Noprincípioeramrequeridos
sacrifícioscruentos(comsangue) (Gén.17:14; Heb.11:4): depois,maistarde,foi acrescentadaacircuncisão(Gên.
17:14); depoisa obediênciaatodaa lei Mosaicafoi exigida(Ex.19:5-6; Rom.10:5); depois"obaptismodo
arrependimentoparaa remissãode pecados"(Mar.1:4; Act.2:38) e hoje é:
"ÀQUELE QUE NÃOPRATICA,MAS CRÊ NAQUELE QUE JUSTIFICA OÍMPIO, A SUA PÉ LHE É IMPUTADA COMO
JUSTIÇA"(Rom.4:5)
Chart
Esta carta não pretende indicarotérminode qualquerdispensação,masantesasmudançasou
avançosnos tratos de Deuspara com os homens,poisalgumasdasdispensaçõesaindanão
terminaram.Porexemplo:apesardachamada de AbraãoTer introduzidoa dispensaçãoda
promessa,nãotrouxe a dispensaçãoprecedenteaumfim, poiso governohumanoaindahoje se
encontraemvigor.
Notemoscuidadosamenteque apesarde hoje Deus recusarobraspara a salvação requereu-ascontudosoboutras
dispensações.Istonãoaconteceu,comojáexplicamos,porqueasobras em si mesmas pudessemsalvar,masporque
elaserama expressãode fé necessáriaquandoassimrequeridas.
A tradiçãodizque os homensforamsempre salvospormeiodafé no sangue derramadode Cristo;que mesmo
aquelesque viveramantesdacruz tiveramde olharpelafé,para diante,paraa morte de umCristoque haviade vir,
para a salvação.
É tempodessafalsanoção,tão profundamente enraizadanasmentesaté de crentessinceros,serdespedaçada,pois
não tema mínima base bíblica.
Não descompreendamos.Éverdade que todosossantosdosséculospassadosforamsalvospormeiodos méritos do
sangue derramadode Cristo,masnão por meiodasua fé nesse sangue derramado.Aossantosdosséculospassados
só lheserarequeridocreremnoque Deustinhareveladoaté eles,ounoque Ele lhestinhareveladoa eles. Por
outras palavras,eleseramsalvossimplesmenteporque confiavamemDeuse criamno que Ele dizia.Oplanopleno
da salvaçãofoi reveladodesde então,masasEscrituras tornamclaro como a água cristalinaque essescrentesforam
salvossemmesmoteremcompreendidoque Cristomorreriaporeles.
I Pedro1: 10-11, apenastornaistoclaro:
"DA QUAL SALVAÇÃOINQUIRIRAMETRATARAMDILIGENTEMENTE OS PROFESTASque profetizaramdagraça que
vosfoi dada, INDAGANDA QUEou que ocasiãode tempoOESPÍRITODE CRISTO,QUE ESTAVA NELES,INDICAVA,
ANTERIORMENTETESTIFICANDOOSSOFRIMENTOSQUE A CRISTOHAVIAMDE VIR,E A GLÓRIA QUE SE LHES HAVIA
DE SEGUIR".
Notemos bemque elesnãoindagarammeramentearespeitoda"ocasiãode tempo",istoé,docarácter dos tempos,
durante os quaisessascoisastranspirariam.Elesindagarame inquiriramdiligentemente afimde descobrirem"O
QUE ...o Espírito ...indicava",istoé,o que Ele queria dizer, quandode antemãotestificou"ossofrimentosque a
Cristohaviamde vir,e a glóriaque se lheshaviade seguir".E o versículoa seguircontinuaaexplicarque Deus
revelou-lhesque elesestavamaministrar,nãoasi mesmosmasaos dumtempofuturo.
Poderiaalgumacoisaclarificarmaisisto,que ofacto de que nem eles mesmo compreendiam oque o Espíritoqueria
dizerquandoEle predisse ossofrimentosde Cristo?Comoé que entãoelespoderiamtersidosalvospormeiodafé
no Seu sangue derramado?
Um indignadooponentedodispensacionalismoperguntou-nosumavez:"Quereisdizer-nosque Moisésmandou
edificarotabernáculocoma sua porta, as suascortinas,o seualtar e piade cobre,a sua mesadospãesda
proposição,oseucastiçal e altar de incenso,asua arca doconcerto e propiciatório, enão lhes disseque todasestas
coisaseram típicas de Cristo e da Sua obra consumada?
A nossaréplicafoi simplesmente, "Oquedizemas Escrituras?" Há algumaindício,qualquerque seja,de que Moisés
lhesdisse que aquelascoisasapontavamparaCristoouque ele própriotinhaalgumaidéiaacercadoseusignificado?
Nósagora sabemosque aquelascoisaseramtípicasde Cristoe da Suaobra redentora,e regozijamo-nosaovermos
que Deusteve sempre issoemmente;que acruz não constituiunemumacidente nemumremédio,porémessa
revelaçãoencontra-se visivelmenteausentedoregistrodoVelhoTestamento.Nãoháqualquerindíciode que
mesmoMoiséssoubesse,muitomenosensinasse,que aquelascoisaseramtípicasde Cristo.2
Se é verdade que Moisése osprofetasconheciame compreendiamalgoacercada morte futura de Cristoe tinham
de confiarno Seusangue derramadopara a sua salvação,issonãodeveriaserverdade tambémemrelaçãoaosdoze
apóstolos?Aindaassime apesarde tudo,eleslabutaramcomCristodurante umtempoconsiderável,pregandoo
evangelhodoreino,antesmesmoque Ele principiasseadizer-lhesque Ele deveriasofrere morrer,e quandoEle lhes
disse,Pedrorepreendeu-OpelaSuaatitude "derrotista"!
Mateus 16:21-21: "Desde entãocomeçouJesusamostrar aosSeusdiscípulosque convinhaira Jerusalém, e padecer
muitodosanciãos,e dosprincipaisdossacerdotes,e dosescribas,e sermortoe ressuscitaraoterceirodia.
"E Pedro,tomando-Ode parte,começoua repreendê-lO,dizendo:Senhor,temcompaixãode Ti;de modonenhum
Te aconteceráisso".
Mais tarde,quandoEle lhesdisse de novoque essascoisasdeveriamacontecer,comopreditaspelosprofetas,eles
não tinhama mais leve idéiadoque Ele lhesdizia.Este factoé imprimidoemnóspormeiode umaênfase triplaem
Lucas 18:34:
1. "E ELES NADA DISTO ENTENDIAM:
2. "E ESTA PALAVRA LHESERA ENCOBERTA,
3. "NÃOPERCEBIAMO QUE SE LHES DIZIA."
NestaalturaelesestavamassociadosaCristo,pregandooevangelhodoreinoe operandomilagres,hápelomenos
doisanos,aindaassime apesardisso,nãosabiamsequerque Ele haviade sofrere morrer.Significaráistoque
nenhumdelesestavasalvo?Certamente que nãoSimplesmente confirmaoque Pedrodizacerca dosprofetas
inquirireme trataremdiligentemente oque oEspírito,que falavapor meiodeles,queriadizerquandotestificavade
antemãoos sofrimentosde Cristoe a glóriaque se lhesdeveriaseguir.
Pode surpreenderalguns dosnossosleitoresadescobertade que mesmoapósaressurreiçãoemPentecostes,o
próprioPedronãoviuna morte de Cristoo que nóshoje vemosnela.Écerto que ele a gora conheciaa crucificação
como umfacto histórico,masele nãobaseouqualquerofertade salvaçãonesse facto.Naverdade,ele culpouIsrael
por issoe quandoos seusouvintesforamconvencidosdosseupecadose perguntaramoque deviamfazer,ele
replicou:
"ARREPENDEI-VOS,ECADA UM DE VÓSSEJA BAPTIZADOEMNOME DE JESUS CRISTO,PARA PERDÃODE PECADOS
..."(Actos2:38).
Istoaconteceuporque ele se encontravaforada vontade de Deusoucego pelaincredulidade?Não,eleestava
"cheiodoEspírito Santo"(Actos2:4). Aconteceusimplesmenteque "otempodevido"aindanãotinhachegandopara
que essascoisasse tornassemconhecidas.
Istoleva-nosde novoà importânciadoreconhecimentodoministériodistintode Paulo.Nãoé antesde Pauloque
temosaquiloque é propriamente chamado"apregaçãoda cruz". É ele que dizprimeiro:
"MAS AGORA SE MANIFESTOU SEM A LEI A JUSTIÇA DE DEUS ...
"Istoé a justiçade Deuspelafé em JesusCristoparatodose sobre todosos que crêem...
"SENDOJUSTIFICADOSGRATUITAMENTE PELA SUA GRAÇA,PELA REDENÇÃO QUE HÁ EM CRISTO JESUS,
"Aoqual Deuspropôspara propiciaçãoPELA RÉ NOSEU SANGUE,para demonstrarA SUA JUSTIÇA PELA REMISSÃO
DOS PECADOSDANTESCOMETIDOS, 3 sob a paciênciade Deus;
"Para demonstraçãodaSua justiçaNESTA TEMPO PRESENTE,para que Ele sejaJUSTO E JUSTIFICADORDAQUELES
QUE TÊM FÉ EM JESUS" (Rom.3:21-26.
Era a istoque Paulose referiapela
"FÉ QUE SE HAVIA DE MANIFESTAR"(Gál.3:23).
Era a istoque ele se referiaquandoescreveude Cristo:
"O Qual se deua Si mesmoempreço de redençãoportodos,PARA SERVIRDE TESTEMUNHO A SEU TEMPO.
"PARA O QUE (DIGOA VERDADEEM CRISTO,NÃOMINTO) FUI CONSTITUÍDOPREGADOR,E APÓSTOLO,E DOUTOR
DOS GENTIOSNA FÉ E NA VERDADE(I Tim.2:6-7).
Contudoistoserádiscutidonumaliçãoadiante.Tudooque estamosa procurar estabeleceraqui é o factoda
revelação progressiva e o completoanti-biblicismodatradiçãoque dizque osque viveramantesde Cristoforam
salvosporteremolhadopara diante,emfé,paraa Suaobra consumada.
Istonão é estabelecidonasEscriturassomente negativamente;tambémo é positivamente.Nãoé meramente
tornadoclaro que os santosdos séculospassados não compreendiamnadaacercada morte de Cristo,masem
muitoscasosé-nosditoexactamente oque eles sabiame criampara encontrarema aceitaçãode Deus.
Nósjá declaramosque Hebreus11 torna claro que a salvaçãotemsidosempre a recompensadafé.Há uma
constanteque corre ao longodo capítulo:"Pela fé... Pela fé... Pela fé."Na introduçãoà longalistade actos de fé
operadosporindivíduos,lemosque "Porela (fé) osantigosalcançaramtestemunho"e que "semfé é impossível
agradar-Lhe (a Deus)"e a longalistaterminacoma declaração:"Todosestes,tendo tido testemunho pela fé"(vers.2,
6, 39).
Mas emHebreus11 tambémhá inconstantes ouvariáveis,poisemquase todososcasos estesheróisdafé creram
numarevelaçãode Deusdiferentee expressaramasua fé diferentemente.Porémemparte algumadestalistade
santoslemosde alguémque fosse salvopelafé namorte de umCristoque haviade vir.Somosnósque agora
sabemosque elesforamsalvospormeiodamorte de Cristo.E quandoCristo nosé pregado, nósrevelamosanossa
fé cessandoas nossasobrase aceitandocomhumilde gratidãooque Ele fezpor nós.
Em Heb.11:4 é-nosditocomprecisãocomo Abel obteve testemunhodivinode que erajusto:
"PELA FÉ ABEL OFERECEU A DEUS MAIOR SACRIFÍCIODOQUE A CAIM, PELOQUAL ALCANÇOUTESTEMUNHO DE
QUE ERA JUSTO; DANDODEUS TESTEMUNHO DOS SEUS DONS,e por ele depoisde mortoaindafala".
Istoconcorda com o registrode Gên.4:4-5:
"E atentouo Senhorpara ABEL E PARA A SUA OFERTA,mas para CAÍME para A SUA OFERTA não atentou".
Não há aqui uma únicapalavraacerca da fé na morte de Cristo.Abel teve testemunhode que erajusto porque
trouxeo sacrifício requerido e Deustestificou,nãodasuafé emCristo,mas das suasofertas.
Em Heb.11:7 é-nosditotambémcomexactidãocomoNoé se tornouherdeiroda"justiça queé pela fé".
"PELA FÉ NOÉ,divinamenteavisadodascoisasque aindase nãoviam, temeu,e,paraa salvaçãoda suafamília,
PREPAROUA ARCA,PELA QUAL CONDENOUO MUNDO, E FOIFEITO HERDEIRO DA JUSTIÇA QUE É SEGUNDO A FÉ".
Poderiaalgumacoisasermaisclara que isto?Como é que Noé se tornou herdeirodajustiçaque é pelafé?Ao
confiarna morte de Cristoque haviade vir?Não,mas ao crer no que Deusdisseraacerca dodilúvio,e daedificação
da arca.
E assimaté ao fimdo capítulo.Cada umdos antigosobteve umbomtestemunhoporquecreunaPalavrade Deus
dirigidaasi.
Que dizeracerca de Abraão,o grande exemplode fé daparte de Deus?Comofoi ele justificado?
"Poisque diza Escritura? CREU ABRAÃOA DEUS, E ISSO LHE FOI IMPUTADO COMO JUSTIÇA"(Rom.4:3).
Mas o que tinhaDeusditoque Abraãocreu? Tinha-lhe DeusfaladoacercadumCristoque haviade vire que
morrerianumacruz por ele?Serábomlermoso registroe vermos,poisestapassagemde Romanosé umacitação de
Gén.15:5-6:
"Então o levoufora,e disse:Olhaagorapara os céus,e conta as estrelas,se aspodescontar.E disse-lhe:Assimserá
a tua semente.
"E CREU ELE NOSENHOR, E FOI-LHEIMPUTADO ISTO POR JUSTIÇA"
Perguntemosde novo:poderiaalgumacoisasermaisclara que isto?Existe aqui algumapalavraa respeitodamorte
de Cristo?Certamente que não.Deusaqui simplesmente prometeumultiplicarasemente de Abraãoe Abraãocreu
emDeuse confioun’Ele guardandoaSua Palavra.Foi estasimplesfé emDeusque Deuslhe contouporjustiça. Nós
agora sabemosque foi nabaseda futuramorte de Cristoque Deuspodiafazeristojustamente,masissoaindanão
tinhasidoreveladoaAbraão.
Mais tarde Deusdeu a lei e exigiuobediênciaperfeitaàmesmaa fimde se poderseraceite n’Ele (Êx.19:5-6; Rom.
10:5). Certamente que Ele sabiaque ninguémapoderiaguardarperfeitamente,masEle tambémsabiaque os
verdadeiroscrentesprocurariamguardá-lafervorosamente e Ele honrariaafé delesn’Ele. EletambémtinhaCristo
emmente para pagar a puniçãoduma lei quebradade modoaque a Sua justiçapudesse serimputadaàquelesque
tinhamtomadoa sérioa Sua Palavra.
Que Ele teve sempre oplanoda redençãoemmente é indicadopelofactode Ele terde lhespôro concerto da lei
numcaixão4 e de se encontrarcom eles,pormeiodoseusumosacerdote,nopropiciatórioespargidocomsangue;
contudoEle não lhesexplicouosignificadode tudoisto.Ele teve de demonstrarprimeiramenteacompleta
incapacidade daparte do homememguardar a santa lei de Deus.
Nóssabemos,porexemplo,que Davidfoi realmente salvopelagraçade Deus,e nãopelassuasprópriasobras
frágeis,massuponhamosque ele tivesseproclamadoasalvação"sema lei" ou,como Paulo,tivesse dito:"Ninguém
vosjulguepelo comer,ou pelo beber,ou porcausa dosdiasde festa,ou da lua nova,ou dossábados" (Col.2:16)!Ele
depressateriasidoforçadoa abdicardo tronoe teriasidomortopor desprezara lei de Deusescrita.
É-nostambémditocom exactidãocomoosouvintesde JoãoBaptistareceberamaremissãode pecados.Teriasido
pelafé na morte de Cristo,que entretantojátinhaaparecidoemcena?AnalisemosasEscriturase vejamos:
"ApareceuJoãoBaptistanodeserto,e pregandoOBAPTISMO DE ARREPENDIMENTO,PARA A REMISSÃO DE
PECADOS"(Mar. 1:4.
Se estaspalavrasnão queremdizeroque dizem,entãoasEscriturasnão servem para nadacomo revelaçãode Deus
ao homem.5
Suponhamosque enquantoJoãopregavaobaptismode arrependimentopararemissãode pecados,se erguiaum
Israelitaparadizer:"Àquelequenão pratica,mascrê n’Aquelequejustifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como
justiça"(Rom.4:5)! Ele serialogotomadoe apedrejadode acordocom a lei.
Sim,e positivamenteé-nosigualmenteditocomooscerca de 3000 em Pentecostesencontraramaremissãode
pecados:
"E, ouvindoelesisto,compungiram-seemseucoração,e perguntaramaPedroe aos demaisapóstolos:Que
faremos,varõesirmãos?
"E disse-lhesPedro..."
O que é que ele lhesdisse?Notemo-locuidadosamente.Seráque disse:"Cristomorreupelosvossospecados.
Confiai simplesmente n’Ele e avidaeternaserávossa"?Ele não disse isso.Procuraremosemvãoemtodaa sua
mensagemPentecostal umatal declaração.Naverdade,osouvintesde Pedrotinham-setornadoconvictosporque
ele ostinhaacusado de culpapelamorte de Cristo.E quandoelesperguntaramoque deveriamfazer,Pedro
replicou:
"ARREPENDEI-VOS,ECADA UM DE VÓSSEJA BAPTIZADOEMNOME DE JESUS CRISTO,PARA PERDÃODOS PECADOS;
E RECEBEREIS O DOMDO ESPÍRITOSANTO"(Actos2:37-38).
Istoencontrava-se emperfeitaconformidade comosrequisitosda chamada"grande comissão"que a Igrejade hoje
procura levara cabo a meiofôlego:
"E disse-lhes:ide portodoomundoe pregai oevangelho6a todaa criatura.
"QUEM CRER E FOR BAPTIZADOSERÁ SALVO;MASQUEM NÃO7 CRER SERÁ CONDENADO"(Marcos 16:15-16).
Sabemosque alguns,paradefenderemassuasprópriasteoriassobre obaptismo,têminterpretadoistocomo
significando"Quemcrere for salvo,deve serbaptizado",masnumtal torcerdas palavrasclaras das Escriturasnão se
pode senãodesagradara Deus e perverteranossacompreensãodoSeuprograma.
Tanto positivacomonegativamente esperamosnovamente pelolevantamentode Pauloparaapreendermos"o
evangelhodagraça de Deus"(Actos20:24), "a dispensaçãodagraça de Deus"(Ef.3;1-2) e "a pregação da cruz",
como boasnovasa seremaceitespelafé paraa salvação(ICor. 1:18, 23; Gál. 6:14; Rom.3:25-26).
É entãoevidente que ossantosdosséculospassadosnãoeramtodossalvosao creremnasmesmascoisas,poisDeus
não lhesrevelouatodosasmesmascoisas.Na realidade,até mesmoostermosdeclaradosde salvaçãoeram
mudadosde temposa tempos.
ANTECIPAR REVELAÇÃO
Um dos primeirosprincípiosdasãinterpretaçãodaBíbliaé o nãoanteciparrevelação;aindaassime apesardisso
quantosinconscientementeofazem!LêemosregistrosdoVelhoTestamentoe dosevangelhoscomose ossantos
dessestemposcompreendessemtudoacercada morte de Cristocomo nosapresentaRomanos,Gálatase Efésios!
Pensemosummomento:Se Abel tivesse compreendidoamorte de Cristopelopecado,ter-lhe-iasidorequeridoum
sacrifíciocruento(comsangue)?Em tal caso ele nãodeveriaterdescansadonaredençãoconsumadaque seria
operadapor Cristo?Em tal caso a negligênciaemnãotrazerum sacrifíciocruentonão seriaindicaçãode
incredulidadeemvezde fé?
Agora que a morte de Cristotem sidoproclamadapara a salvação,seráque Deus nos mandaoferecermosanimais
emsacrifício?Suponhamosque oferecíamostaissacrifíciosapenascomosímbolosdaSuamorte a fimde nosajudar
a adorá-lOmelhor:seráque issoseriameramente desnecessário ouseráque seriaerrado?À luzdas epístolasde
Paulocertamente que seriaerrado.8Aindaassimmuitostêmumaideiavagade que os que viveramantesde Cristo
ofereceramosseussacrifícioscoma compreensãoplenade que elestipificavamamorte de CristonoCalvário.O
facto,contudo,é que essestiposnuncaforamcompreendidosantesdoAntítipoteraparecido.Nós agora regozijam-
nos quandoosconsideramos,comoprovade que Deusteve sempre oCalvárioemmente;que amorte de Cristonão
foi um acidente,nemumasoluçãode momento,masDeusestavaaensinarumaliçãode cada vez:primeiroas
sombras,depoisasubstância;primeiroossacrifícios,depoismaistarde CristooSacrifíciogrande,todo-suficiente.
A HARMONIAENTRE OS PRINCÍPIOS E AS DISPENSAÇÕES DE DEUS
Mas osprincípiose as dispensaçõesde Deusnãose chocam?De modoalgum.Em todas as dispensaçõesoshomens
sempre se salvaramsimplesmente por creremem Deus e se aproximaremd’Ele damaneiraporEle requerida.
Quandoas obras eramrequeridasparaa salvação,elasnão salvavam como tais,masapenascomo expressãode fé
requerida.Comossantosdo VelhoTestamentoaofertadossacrifíciosrequeridos,etc.,constituía"aobediênciada
fé".Conosco,odescansarna obra consumadade Cristopara a salvaçãoé "a obediênciadafé".VerRomanos1:5;
6:17; 15:18; 16:26; Hebreus5:9; 11:8.
QuandoDeusdiz:"Oferece umanimal emsacrifícioe Eu aceitar-te-ei",oque faza fé?Certamente que afé oferece
um animal emsacrifício.Abel fezissoe foi aceite,nãoporque osangue dosanimaispudessetirarospecados,mas
porque se aproximoude Deusdaforma por Ele requerida."A obediênciadafé"é isto.
No caso de Caím temosuma indicação clarade que Deusnão ficasatisfeitocommerasobras,comotais,poisCaim
ofereceuumsacrifíciomuitomaisatraente àvistaque Abel,e foi rejeitado,porque nãotrouxe osacrifícioque Deus
requerera(Gên.4:5).
QuandoDeusdiz."Constrói umaarca e salvar-te-ei ati e aos teusdosdilúvio",oque faza fé?Certamente que afé
constrói uma arca. E quandoNoé a construiurevelouasuafé emDeuse "tornou-se herdeirodajustiçaque é pela
fé".
QuandoDeusdiz:"Obedece àminhavoze serásMeu", o que faza fé?A fé tentaobedecerfervorosamente.Dizestu:
Mas elesnãopodiamobedecerperfeitamente,porissoseriamrejeitadosporDeus.Nósreplicamosque jáprovamos
que,emsi mesmas,as obrasnão podemsalvar.Era somente quandoosIsraelitasreconheciamalei comoa Palavra
de Deuspara elese poressarazão procuravam obedecer-lheque eramsalvos.Umtal esforçoemguardar a lei
representava"aobediênciadafé".
QuandoDeusdiz."Arrependei-vose sede baptizadosparaa remissãode pecados",oque faza fé?Somente uma
únicacoisa: arrepender-se e serbaptizada.Nóssabemosque oceanosde águanãopodemlavarum únicopecado,
no entantoquandoJoãoBaptistae Pedropregaramo arrependimentoe obaptismoparaa remissãode pecados
nenhumdosseusouvintesinterpretouaspalavrasdelescomosignificando:"Confiai namorte de Cristopara a vossa
salvação".Naverdade,quandoDeusrequeriaobaptismonaágua para a salvaçãoa únicamaneirade se revelarfé
era ser-se baptizado,e osque se recusassemafazê-loseriamcondenadospelasuaincredulidade:
"Mas osFariseuse os doutoresdalei REJEITARAMO CONSELHODE DEUS CONTRA SIMESMOS, NÃOTENDO SIDO
BAPTIZADOSPORELE" (Lucas 7:30).
E quandoDeusdiz,"MASAGORA se manifestou,sema lei, a justiça de Deus"(Rom.3:21); "Aquelequenão pratica,
mascrê n’Aquelequejustifica o ímpio, a sua félhe é imputada como justiça" (Rom4:5); "Sendo justificados
gratuitamentepela Sua graça,pela redenção quehá em Cristo Jesus" (Rom.3:24); "Em Quemtemosa redenção pelo
Seu sangue,a remissão dasofensas,segundoasriquezasda Sua graça" (Ef.1:7); "Não pelasobrasde justiça que
houvéssemosfeito,massegundo a Sua misericórdia,nossalvou" (Tito3:5);"Não vemde vós,é domde Deus; não
vemdas obraspara queninguémseglorie" (Ef.2:8-9) - quandoDeusagora dizisto,o que fará a fé?A fé diz:"Esta é a
ofertamaismaravilhosajamaisfeitaporDeusaohomem.Nãopossorecusá-la.ConfioemCristocomomeuSalvador
e aceitoa salvaçãocomo Domgratuitoda graça de Deus".
Assimasdispensaçõesde Deusde formaalgumase chocam com osSeusprincípios,poisossantosdo Velho
Testamento,apesarde salvosinstrumentalmente9pelasobras,foramsalvosessencialmente pelagraçapor meioda
fé.Mas agora a justiçade Deusse há manifestado semalei (Rom.3:21).Foi "testificada a seu tempo"por
intermédiodoApóstoloPaulo(ITim.2:6-7)).Ele dizque lhe foi dadoa demonstrar"a Suajustiça neste tempo
presente,para que Ele sejaJustoe Justificadord’Aquele que temfé emJesus"(Rom.3:26).Assim, otrazerhoje obras
a Deuspara a salvaçãoseriaincredulidade.
Um proeminente adversáriodestasverdadestemargumentadoque averdade é horizontal,e nãovertical,istoé,
que elaatravessaos séculosinalterávele imutável.Issoé verdade.A verdadeé horizontal,masarevelação da
verdadeé vertical, istoé,Deustemreveladoaverdade aohomem, nãoduma só vez,maspouco a pouco,
progressivamente, historicamente. Noéconheciamaisdarevelaçãode Deusque Adão,Abraãoque Noé,Moisésque
Abraão,os doze que Moisés,Pauloque osdoze.
Assim,tambémos princípios de Deussão horizontais;continuamimutáveise inalteráveisaolongodosséculos.Mas
as dispensações sãoverticais e seguem-se umasapósoutrasà medidaque Deus comunicanovasrevelaçõesao
homem.10
Entrar para o reino é entrar para o domínio de Deus. Não significa esperar
até Jesus voltar para com Ele reinar, o que também será realidade, mas o
reino de Deus é agora. Quando você se entregou a Cristo e declarou que Ele
é o Senhor de sua vida, você passou a viver como um cidadão do Reino do
Senhor.
Em Romanos 14:17 o apóstolo Paulo diz que o Reino de Deus é "justiça, paz
e alegria no Espírito Santo". Um cidadão do reino de Deus anda no poder do
Espírito Santo de Deus. Ele é quem nos capacita a viver segundo as regras do
reino.
Quais são as regras do reino?
Em Mateus 5:17 Jesus nos diz que não veio para revogar a lei, mas sim para
cumpri-la.
Os israelitas tinham recebido a lei através de Moisés e tinham descoberto
que, mesmo com esforço, era muito difícil seu cumprimento.
Jesus veio para nos revelar qual o segredo para cumprir a Lei de
Deus.Quando lhe perguntaram (Mateus 22:36-39) qual era o maior dos
mandamentos, Ele resumiu toda a lei em dois mandamentos:
"Amarás a Deus sobre todas as coisas e amarás a teu próximo como a ti
mesmo".
Foi com base nesse ensino de Jesus que o apóstolo Paulo escreveu em
Romanos 13:10 que o cumprimento da lei é o amor.
Ao entrarmos no Reino de Deus pelo poder de Deus, Ele nos reveste de seu
amor e podemos nos tornar cumpridores de suas leis, não porque nos seja
dada uma lista de regras a seguir, mas sim porque os princípios do reino de
Deus entram em nós.
Qual a diferença entre Lei e Princípio?
A lei é exterior e o princípio é interior. Alei não explica. A lei só regulamenta
minhas ações e o princípio regulamenta as minhas atitudes e minhas
motivações.
Em Mateus 5:3-12 está registrado o início do Sermão da Montanha. Em
poucos versículos, também conhecidos como AS BEM AVENTURANÇAS, Jesus
resumiu todos os princípios que regem a vida do Filho de Deus.
Lembre-se que cumprir com os princípios não é resultado de esforço próprio,
mas sim do poder do Espírito Santo agindo em um coração disposto.
vers.3 - que significa ser "pobre de espírito"? Não é nem o pobre de
conhecimento, nem o pobre de bolso, mas o espírito quebrantado que não se
julga superior ao outro em nada, nem as coisas espirituais.
vers.4 - quem é o que chora? Não é o que se lamenta de dores ou
sofrimentos, mas o que se lamenta de seus pecados e chora na presença de
Deus para ser perdoado e restaurado.
vers.5 - quem são os mansos? Não são pessoas sem ação, parados,
esperando que os outros ajam por eles, mas sim são aqueles que entregaram
a Deus todos os direitos que possuíam, e por isso não têm necessidade de se
defender quando são atacados, injustiçados ou prejudicados.
vers.6 - que é ter fome e sede de justiça? Não é sair brigando com uma
espada na mão, mas é comer e beber a Palavra de Deus, que é Pão e Água
viva para alimentar nossa vida. Alimentados pela Palavra, a justiça de Deus
fartará nossa vida e nós não alcançaremos justiça dos dos homens, mas sim,
seremos justos.
vers.7 - quem são os misericordiosos? São aqueles que aprenderam a
perdoar seus inimigos e amar aqueles por quem são perseguidos.
vers.8 - que é pureza de coração? É a inocência que nossos ancestrais
perderam no Jardim do Éden. É resultado da limpeza que a Palavra faz em
nós, quando deixamos de nos alimentar de coisas torpes e imundas, e
quando nossa consciência se torna limpa por termos aprendido a pedir
perdão de nossos pecados a Deus e aos homens.
vers.9 - quem são os pacificadores? Não são os que entram no meio de uma
briga para apaziguar os outros, mas sim aqueles que reconhecem seus
próprios erros e fazem paz com os outros.
vers.10 - quem é o perseguido pela justiça? Certamente não é aquele que
sofre perseguição pelos próprios erros, mas aquele que, tendo entrado no
reino e acertado sua vida com Deus e com os homens, ainda sofre a
discriminação e incompreensão dos que o rodeiam, pois as trevas nao
compreendem a luz!
Nos cansamos de ouvir as mesmas coisas?
Qual é o tema das escrituras? Qual o tema abordado por toda a escritura?
O Reino de Deus.
“E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás. E vivia entre as feras, e os anjos o serviam. E,
depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galileia, pregando o evangelho do Reino de
Deus.” Marcos 1:13-14
Somos capazes de proclamar o Reino?
Deus não nos deixou outra opção de proclamação além desta. Quando há entendimento do Reino as coisas
mudam e essa é a maneira de saber se estamos pregando o Reino.
O que Deus quer que o homem conheça é o Evangelho do Reino.
“E, sendo já dia, saiu, e foi para um lugar deserto; e a multidão o procurava, e chegou junto dele; e o
detinham, para que não se ausentasse deles. Ele, porém, lhes disse: Também é necessário que eu anuncie a
outras cidades o evangelho do reino de Deus; porque para isso fui enviado.” Lucas 4:42-43
Não foi outra pessoa que proferiu estas palavras senão o próprio Jesus. Ele foi enviado para pregar o
evangelho e quando o Reino é pregado tudo muda. O coração que recebe o Reino compreende as coisas que
antes não conseguia e isso chega até a assustar um pouco, pois coisas que ainda não foram ditas a ela são
compreendidas e no dia em que o Reino parar de impactar a sua vida é melhor pedir ajuda.
Esse tema tem que fazer parte de nossa vida e estar em nosso coração. Se os anos se passarem e nos
acostumarmos com estas palavras e não sentirmos mais nada é sinal de que estamos virando religiosos.
A solução para que as pessoas que estão ao nosso redor se convertam é a pregação do Evangelho do Reino
porque ainda hoje há quem pergunte: Não tem outra coisa pra falar além deste? Não. Deus já definiu o que
devemos pregar. Se o tema de Jesus durante sua vida foi O Reino de Deus, por que mudar? Esse tema dever
o único durante nossa pregação, nossos dias, nossas conversas,…
“Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar, Até ao
dia em que foi recebido em cima, depois de ter dado mandamentos, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que
escolhera; Aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas,
sendo visto por eles por espaço de quarenta dias, e falando das coisas concernentes ao reino de Deus.”
Atos 1:1-3
Só existe uma palavra que transforma, a palavra do Reino.
“E, havendo-lhe eles assinalado um dia, muitos foram ter com ele à pousada, aos quais declarava com bom
testemunho o reino de Deus, e procurava persuadi-los à fé em Jesus, tanto pela lei de Moisés como pelos
profetas, desde a manhã até à tarde.” Atos 28:23
Paulo não mudou a maneira que Jesus ensinou a pregar. Ele continuou pregando sobre o Reino de Deus
durante sua vida. Ele passou dois anos preso em sua própria casa e nessa situação ele aproveitou para pregar
o Reino aos guardas que o vigiavam e a consequência disso foi que toda a tropa ouviu sobre o Reino e
depois de tanto repetir as mesmas coisas, o Reino foi revelado e muitas pessoas dali se converteram.
A única consequência de proclamar sempre o Reino é as pessoas se converterem. Se não vemos a mudança
na vida das pessoas que pregamos é porque na verdade não estamos pregando o Reino.
Precisamos fazer como Jesus fez até o final de sua permanência na terra porque mesmo depois da
ressurreição Ele proclamou sobre o Reino e se nosso coração não estiver cheio destas coisas, o nosso corpo
não estará.
“Quando Deus reina, alegram-se as nações.”
Existe um Reino e por consequência um rei que reina em amor e justiça e não um imperador que invade o
coração do homem. Esse rei é Jesus. E o que Ele fez por nós descendo do seu trono, se fazendo homem e
morrendo na cruz, nos transportando do império das trevas para a sua luz se chama conversão.
Nós sabemos o que é o Reino de Deus e o Seugoverno?
Independente do que nós acreditamos e do que aconteça na terra, Ele Reina sobre tudo e sobre todos. Ele é o
Rei do Universo! Foi Ele que estabeleceu Seu governo e assim deve ser feito.
A submissão de Jesus.
Ao chegar para ser batizado, Jesus não passou na frente dos que aguardavam, mesmo Ele sendo autoridade
na terra e após o seu batismo o céu se abre e o Senhor diz: Este é meu filho em quem me satisfaço. Porque
Deus disse isto e o que Jesus havia feito até então? Ele foi totalmente submisso às vontades de Deus e
entendeu que Ele é dono de todas as coisas.
Devemos entender que só há um governo sobre nossas vidas, o governo de Deus.
A rebelião é coisa de Satanás e ele quer desvirtuar esta palavra “governo” porque o governo e a submissão
às autoridades dadas por Deus é sadio para nós. Seremos sãos e limpos porque Deus vai mandar em nossas
vidas e trazer a Sua ordem.
Governo natural sobra a criação.
“Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê
não foi feito do que é aparente.” Hebreus 11:3
Querem atribuir os acontecimentos naturais à “mãe natureza”, mas tudo está debaixo de Seu governo e está
no controle de tudo. Ele não cochila e está atento a todas as coisas inclusive em nossos corações e quer tirar
toda a rebelião.
Ele sustenta todas as coisas sob sua palavra. Essa é a autoridade de Deus sobre a natureza. A bíblia diz que
Deus mediu os céus a palmo e tem na palma de Sua mão todos os oceanos.
Esse é o governo natural de Deus sobre a natureza, e sobre os homens?
Para prender Satanás, Deus mandará apenas um anjo para prendê-lo por mil anos. A autoridade de Deus será
representada por um anjo com autoridade concedida por Ele.
Existe uma classe de pessoas que são chamados de “admiradores do Reino”. Estas pessoas acreditam que
existe um Reino, acham espetacular essa história de que Existe um reino onde quem governa é Deus, mas
nada disso tem validade se realmente o governo de Deus não for praticado em nossas vidas. O Reino é algo
tão prático que chega a ser difícil de criar teorias. Então temos que vigiar para não nos transformarmos em
admiradores do Reino.
A aplicação do Reino é diária, em todas as circunstâncias em que somos submetidos a ordens de autoridades
em nossa vida, nas horas onde temos que ceder o nosso “direito”, na hora que erramos e devemos pedir
perdão. Cantar louvores onde falam do Reino não validado se não temos atitudes práticas.
Para os homens, Deus não impõe este governo e nós, como criaturas feitas por Ele, devemos a honra
consciente, sabendo que Ele é digno de ser honrado. Não fomos criados para estarmos soltos no universo,
fomos criados para participar de um Reino e obedecer a uma autoridade.
Quando Jesus veio ao mundo, já sabia que iria morrer, Ele não foi pego de surpresa em sua morte e ainda
assim ele veio para nos mostrar que ele estava debaixo de uma autoridade e que iria obedecê-la a qualquer
custo, inclusive a sua vida.
Deus espera que tomemos a decisão de se posicionar debaixo de sua autoridade. Ele aguarda ansiosamente o
dia em que façamos a escolha do Seu governos por que ele quer que nós nos tornemos limpos do pecado que
habita na nossa carne e que nos transportar para sua luz.
[19:40, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: Introdução ao Livro de Habacuque – A lógica
teológica!
Não nos é revelado nada no texto sobreo profeta Habacuque. Seu livro, ao invés de
guardar seus oráculos, servecomo um diário de suas crises teológicas e existenciais. Seu
livro é distinto dos demais escritos proféticos por assumir um tom mais filosófico e de
diálogo com Deus. O tema deste diálogo filosófico se concentra em torno da justiça divina.
O vácuo de informações a respeito de Habacuquegerou uma grandegama de
especulações sobrea data de seus escritos e a própria pessoa do profeta. O consenso
geral é que Habacuquetenha pertencido à época do rei Jeoaquim (609 – 598 a.C.). Em
virtude disso, seus questionamentos teológicos podem ser datados entre a ascensão de
Jeoaquim ao trono de Judá e a Batalha de Carquêmis em 605 a.C.
Este período é escolhido em razão de:
-4 apresenta combina coma decadência
moral com os dias de reinado de Jeoaquim, conformeJeremias denunciou.
da realização dos eventos descritos em 1:6-11, conformea
expressão “nos dias de vocês” no verso 5. Javé havia prometido a Josias que seu
reinado não terminara com a invasão e cativeiro (2 Rs. 22:18-20).Talvez os
oráculos de Habacuquese refiramaos últimos 20 anos de independência de Judá.
no período previsto em Habacuque, embora isso não sirva como prova irrefutável.
O verso 5 ainda nos ajuda a definir esse período, pois, tendo o Egito como aliado, Judá
dificilmente acreditaria que seriam vencidos pela Babilônia; o que de fato aconteceu
quando Nabucodonosor derrotou o faraó Neco em Carquêmis (Jeremias 46:2,6,10; II Reis
24:7).
Alguns argumentamque as denúncias de injustiça de Habacuquenão se encaixam no
período de governo do rei Josias (pai de Jeoaquim), uma vez que este recebe uma
avaliação tão boa. Entretanto, a reforma que o rei Josias fez, abrangeu apenas a parte
litúrgica da sociedade hebraica, sem atingir a parte social. Por isso a reclamação de
Habacuqueacerca da injustiça não se choca com os relatos do governo de Josias,
embora tenha tido uma boa apreciação. Além disso, os efeitos negativos dos cinquenta
anos do reinado catastrófico de Manassés (avô de Josias) demorariam a desaparecer.
Habacuquebaseou seus questionamentos em sua experiência com os eventos históricos
[19:40, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: deseu tempo. Tal qual Jeremias (Jr. 22:13-23),
Habacuquetambém seindignou com a
situação de injustiça, violência e opressão gritantes em Judá; por isso reclama para Deus
pedindo o castigo para os maus e a defesa dos justos. A criseteológica de Habacuque
começa justamente como atraso do julgamento dos líderes injustos.
Habacuquefica espantado e confuso diante da revelação de Deus sobrea vinda dos
babilônios como instrumento de Deus para o julgamento de Judá, ao invés de um
discurso sobrea salvação ou livramento. O questionamento de Habacuquefoi: poderia
um Deus justo e bom usar meios perversos para executar sua justiça? (Hc. 1:12-17).
Estrutura de Habacuque
O livro de Habacuquepode ser dividido em diálogos da seguinte maneira:
– Habacuquequestiona a justiça divina – 1:1-11
– Habacuquequestiona a coerência divina - 1:12 – 2:20
– Habacuquelouva a Deus por suas intervenções na história – 3:1-19
O diálogo 1 começa com a reclamação de Habacuque a Deus sobreas injustiças que
estavamà sua volta, e porqueos perversos não eram julgados. Judá ainda não havia sido
julgada por sua impiedade, e o primeiro alvo da queixa de Habacuquenão é o povo, mas
Deus (1:2-4). Deus então respondea Habacuque(1:5-11) dizendo queessa situação de
opressão e injustiça não duraria muito tempo mais, pois, ainda nessa geração, os ímpios
seriamcastigados. Deus usaria a nação da Babilônia para aplicar o seu julgamento. Até
este momento, as nações vizinhas eram alvo do castigo divino, e a surpresa de
Habacuquereside no fato de Deus escolher uma das nações mais agressivas daquele
tempo para executar seu julgamento contra Judá. Em vez de anunciar o livramento e
restauração em forma de promessa, o livramento e a salvação viriam por meio do ataque
de uma nação inimiga. Aqui, Deus não respondeapenas ao profeta, mas a toda nação,
conformepercebemos pelo emprego do plural.
O segundo diálogo propõeum problema lógico. Além de não resolver o problema da
injustiça, as pessoas corretas seriamprejudicadas; e, ademais, um inimigo impiedoso
seria vitorioso a despeito de ser castigado. Habacuque afirma a Deus que essa medida de
julgamento não se ajusta com o caráter santo de Deus (1:12). Habacuque, embora
soubessedas injustiças deJudá, achava que a perversidadedos babilônios era muito
pior. Por isso sehorroriza ao imaginar a destruição que os babilônios fariam em Judá.
Habacuqueos compara com um pescador inescrupuloso quepesca pelo simples prazer
[19:40, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: dematar os peixes. Outro problema de lógica
levantado por Habacuqueé em relação à
soberania de Deus, que não interviria para proteger o seu povo. Habacuquenão faz essa
declaração de maneira leviana ou desrespeitosa, entretanto buscava sinceramenteuma
resposta. Deus respondequeo julgamento se cumpriria e não procura defender sua
justiça, mas afirma que o justo seria preservado (2:4). No NT Paulo usa este versículo
para ressaltar a fé do cristão, contudo, no contexto de Habacuque, indica a integridade na
vida do servo de Deus, mesmo que não consiga entender todo o processo. Deus
prossegueem sua resposta apontando para a sua justiça, na qual o perverso écastigado.
Habacuqueabre o terceiro diálogo expondo sua confiança em Deus, que a seu tempo
castigaria o ímpio; e apelou à sua misericórdia na execução do julgamento de Judá. A
consciência do verdadeiro relacionamento comDeus produziu o salmo de louvor
registrado em 3:3-15, quedescreveos feitos poderosos deDeus, não somente para
julgar, mas também para livrar (3:13). Habacuquerecorreà história de Israel
comprovando sua obra redentora contra os inimigos do seu povo, fazendo um
contraponto literário coma ameaça babilônica no capítulo 1. O livro termina com a
confiança de Habacuquena justiça de Deus. Mesmo com tantas desgraças que viriam
acontecer, a fé inabalável de Habacuquepermitiu-lhe ter a alegria que não dependia mais
das circunstâncias externas, mas do seu relacionamento verdadeiro com Deus.
Propósito e conteúdo
Habacuquetrata sobreos seguintes temas principais:
a despeito das circunstâncias históricas
O império Assírio estava no domínio do Antigo Oriente Médio há mais de um século.
Entretanto, começou a entrar em declínio, e Judá ainda não havia sido punida pela
quebra de Aliança, conformeanúncio dos profetas. Esta foi a razão da queixa inicial de
Habacuque. A resposta de Deus revelou que os babilônios seriam o instrumento do
julgamento de Deus.
O problema, para Habacuque, estava na teodiceia, isto é, a justificação dos atos de Deus
quando a humanidade sofre. Em nenhum momento Habacuquequestiona o merecimento
da punição de Judá; mas, se preocupa com a vitória dos babilônios em detrimento da
ruína de Judá. De certa forma pareceria que Deus estava aprovando os métodos
[19:41, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: genocidas da Babilônia. Como Deus, sendo justo,
poderia permitir que uma nação
perversa prosperasse?
O problema em Habacuquegira basicamente em torno do mesmo tema de Jó. No final do
livro que narra seu drama, Deus aparece para mostrar quea finitude humana não
conseguedar respostas para todas as questões da vida; mas, Deus está presente em
todos os momentos de dúvidas e aflição pelos quais a humanidade passa. Em
Habacuque, a teofania do capítulo três tem a mesma função. Muito embora Habacuque
não tivessetodas as respostas, a presença de Deus era suficiente para dar toda a
confiança que o profeta precisava para aquele momento.
Contudo, em Habacuque, Deus revelou algumas respostas queserviram como eixo do
livro. A primeira delas está em 2:4-5 e trata sobrea responsabilidadeindividualque não é
descartada mesmo em caso de tempos sombrios. Nessas circunstânciasa confiança em
Deus torna-semais difícil e a fidelidade do justo adquiredestaque.
A segunda resposta, encontrada em 2:6-20, Deus anuncia quecastigaria os babilônios em
virtude dos seus crimes contra a humanidade, mas ainda não havia chegado o momento.
O fato dos babilônios serem o instrumento de Deus para o julgamento de Judá não
significava que Deus aprovasseseus métodos. A certeza que Habacuqueteve é que eles
também seriam julgados, tanto por seus crimes de guerra, quanto pela impotência de
seus deuses. Habacuqueentendeu naquele momento é que Deus governava o mundo
e sua história a partir do templo; por isso, em virtude de sua soberania, todos deveriam
calar-sediante dele (2:20).
O agir de Deus com as nações
No Antigo Testamento, as ações boas e más de todas as nações são pesadas. Quando o
lado com as ações más atinge um determinado limite o julgamento de Deus é acionado.
Cada geração contribui com as ações boas e más contrapostas umas às outras e
retardamou adiantam a execução do juízo de Deus. O arrependimento era uma forma de
se retardar o julgamento, como se as ações boas fossem somadas diminuindo o limite
das ações más (Jn. 3:10; 2 Rs. 22:19-20). A nação voltaria a enfrentar o risco de
julgamento somente sevoltassea realizar ações más. O texto de Jeremias 18:7-10
exemplifica essetratamento que Deus dava às nações.
Além desseaspecto do "peso" das boas e más ações a misericórdia de Deus tem um
efeito mais prolongado do que seu castigo, de acordo comDeuteronômio 5:9-10. Outra
[19:41, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: característica deDeus em seu agir com as nações é
que sua misericórdia, aplicada sobre
o lado das boas ações retarda o julgamento pelas más ações, entretanto o peso das más
ações não é eliminado até que o castigo seja aplicado. O texto de Êxodo 32:34 mostra
como este princípio de aplica. Deus não puniu o povo naquele momento, por terem feito o
bezerro de ouro em virtudede sua misericórdia. Contudo, chegaria a hora de serem
punidos também por isso futuramente.
Ainda mais um princípio pode ser entendido. Os povos quecontavam coma revelação de
Deus, tal qual os hebreus, eram punidos commais severidadeem detrimento daqueles
que não conheciam acerca de sua revelação indicando que a tolerância de Deus com os
pagãos é maior. O Novo Testamento aplica esse princípio em Lc. 12:48.
Esseprincípio pode ser aplicado a Judá. Embora os babilônios fossem realmente muito
mais cruéis os israelitas deveriam ter sido mais obedientes em virtudeda revelação da
Lei e do aviso constante dos profetas sobresua apostasia. Agora o momento da
execução do castigo havia chegado.
Esseesquema só é atribuído às nações, não a indivíduos e não se trata de salvação. Por
isso não há a preocupação de uma salvação baseada em boas obras.
A vida de fidelidade
Deus mostrara a Habacuqueque, embora o castigo fossesevero, isso não seria o fim de
Judá, mas haveria um remanescente preservado. O fundamento da preservação seria a
fidelidade. No Novo Testamento, o apóstolo Paulo usa o conceito de Habacuque2:4 para
fundamentar a doutrina da justificação pela fé. Paulo cria uma ponte entre 'emûnâ, que
significa fidelidade e pistis, fé.
Em Habacuquea fidelidade, ou o posicionamento correto diante das circunstâncias
adversas foipercebido por Paulo como o elemento universalde salvação, expresso mais
claramente por Paulo em Romanos 8
O profeta Habacuqueenfrentou a violência e a injustiça do rei Jeoaquim (609-597 a.C ver
Jer 22:13-18), bemcomo o ataque cruel de Babilônia. Curiosamenteo livro que leva seu
nome começa com uma descrição estendida da vinda dos caldeus. Isto tem um efeito
perturbador sobreHabacuque(1:6-11), levando-o a focar os problemas em torno dele
ainda mais. O livro termina com uma revelação da incrível vinda de Deus (3:3-15). Isso faz
com que Habacuquese concentrar em Deus, o que resulta em paz alegre (3:17-19).
O livro começa com um lamento perguntando “porquê” e “quanto tempo”, mas termina
com um cântico de vitória. O triunfo da fé na vida de Habacuquemostra que a nossa maior
luta não vêm em nosso relacionamento com outras pessoas, mas em nosso relacionamento
com Deus.
[13:59, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: Teologia
As obras de Deus são incompreensíveis, estupefaciente, e às vezes terríveis (1:5, 3:2, 16).
Ele tem o controle soberano sobrea história humana. O aparentemente invencível exército
caldeu torna-setotalmente subservienteao Seu desejo (1:6). Seus decretos parecem lento,
mas eles são infalíveis e cheios de certeza (2:3). Ele é entronizado no seu santo templo e
toda a terra deve manter silêncio diante dEle (2:20).
Deus é eterno e imortal (1:12). Eleé santo e incapaz de ver o mal (1:13). Sua sua glória se
estende por todas as forças da natureza. O sol e a lua são oprimidos por Seu brilhantismo
(3:3, 11). Todos os fenômenos terríveis da tempestade participam de Sua vinda, mas ele é
separado de tudo isso. Toda a natureza é uma criação passiva quedeve fazer o Sua
vontade. Ele é exaltado no seu templo (2:20), mas Ele é um Deus pessoalque pode ser
chamado de “meu Deus” (1:12). Elepossuiestabilidade imutável tal que pode ser chamado
de “Rocha” (1:12).
Deus não é afetado pela idade. Ele pode atuar hojecom o poder como semprefez.
Habacuqueencontra em cima de sua torre de vigia uma teologia suficiente, mesmo para
uma nação confrontada como seu desaparecimento. O salmo no capítulo 3 reflete os
pensamentos de Habacuquesobreos atos salvadores de Deus do passado (v. 2). Talvez ele
regularmente tenha ouvido os cantos sobreos atos redentores de Deus em Moisés (Dt
33:2-5, 26-29), por Débora eBaraque(Juízes 5), e por David (Salmo 18). Seu salmo é quase
de citações diretas deles (cf. Salmo 18:33; comHab 3:19).
A diferença mais marcante é que as antigas tradições do profeta baseia-seregularmente na
força retratar da vinda do Guerreiro Divino no tempo perfeito do verbo hebraico,
denotando ação concluída. Habacuque, no entanto, consistentemente usa o pretérito
imperfeito para enfatizar a ação progressiva, mostrando claramentequeEle vê esses
eventos acontecendo diante de seus olhos em uma visão de fé. Habacuquevê o Deus que
vem, não para derrotar o deus do mar como na mitologia cananéia, mas em nome de seu
povo oprimido e disperso. Através dos olhos da fé pode ver Habacuqueo incrível poder de
Deus que foi desatado em seus dias contra as nações arrogantes que destruiriam os
escolhidos de Deus (3:13, 16).
[14:00, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: Todas as forças da morte e destruição estão sob o
comando de Deus. Todos os tipos de armas invencíveis estão à sua disposição. Carros não
pertencem ao faraó, mas a Deus. Seu lanças brilhante e suas espadas deslumbrantes
assustamaté mesmo o sol e a lua, em silêncio atordoado (3:11). Ele atropela o mar em sua
fúria antiga (3:8, 15). Os objetos mais permanentes e imóveis são sacudidos violentamente
na sua vinda (3:6, 10). A geografia em sié radicalmente alterada diante dEle (3:9). Os
espectadores ao longo do percurso de sua marcha estão abalados (3:7). O palácio de Baal
se desintegra em pó quando o Senhor, o Guerreiro Divino, passa em seu caminho para a
batalha em outro lugar.
§ 2 Antropologia
As pessoas tendem a ser violentas, impulsivas, destrutivas einjustas. A natureza humana é
tal que se a justiça é tardia, eles são rápidos a fazer o mal. Os seres humanos são propensos
a recolher o que não pertence a eles com ganância insaciável (1:5-6, 9; 2:5-8). Eles adoram
poder, ou o que eles consideramser necessário para um estilo de vida elegante (1:11, 16).
[14:01, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: Mas enquanto as pessoas possam ser ferozes, eles
também são frágeis, dependentes e propensas a auto-destruição (1:14-15). Eles podemser
tão indefeso como um peixe capturado em uma rede (1:14). Eles podem ser tão erráticos
como criaturas rastejando sobrea terra. Apenas um ato direto de Deus pode nos salvar de
nós mesmos. A verdadeira vida não é para ser encontrado em uma atitude arrogantee
auto-confiante, mas pela fé em Deus (2:4).
§ 3 Soteriologia
Habacuqueprocura febrilmente respostas teóricas, mas ao invés disso, a ele é dada uma
forma prática de se relacionar com sua vida. Ele é desafiado para uma vida de fé que vai
levá-lo ao longo do período entre profecia e cumprimento: “O justo viverá pela sua fé”
(2:4). A fidelidade é um sentimento interno de dependência total, uma atitude interior,
bem como a conduta que produz, ao invés de um comportamento exterior. Aqueles de fé
vão olhar para trás para os atos salvadores deDeus e serão capazes de enfrentar o futuro
desconhecido sem medo. Fé de Habacuque é tão vívida que através dos olhos de sua alma
ele já pode ver a salvação de Deus.
Fé de Habacuque vempelo ouvir a palavra. Ele enche seu coração com as palavras de Deus.
Tornam-setão real para ele que ele é capaz de falar abertamente delas, para adicionar o
seu próprio testamento à fé como uma das maiores afirmações de confiança em toda a
Bíblia. Ele sente que em sua vida, ele pode ver privações e fome, mas também sua fé,
baseada nas tradições recebidas, permanece viva em seu coração no presente, o que lhe dá
alegria (3:18). Sua fé proporciona alívio e êxtase. Ele é tão livre quanto um cervo nas
montanhas (3:17-19). A pessoa quevive pela fé é contrastada com a pessoa arrogante,
soberbar cuja alma não é correta com Deus. O escritor do livro de Hebreus segue a
Septuaginta, que verte a primeira parte do verso como “se ele recuar, não estarei satisfeito
com ele” (Hb 10:38), edepois continua a dizer que “nós não somos daqueles que recuame
são destruídos, mas dos que creem e são salvos”.
[14:01, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: §4 Ética
A ganância insaciávelleva apenas à frustração (2:5). Tais pessoas setornam vítimas de
picantes provérbios (2:6). A propriedadepessoalé inviolável aos olhos de Deus (1:6).
Aqueles que vivem apenas para as coisas e tentam escravizar ou usar o seu próximo em seu
benefício vão ter o mesmo destino (2:6-7). Deus éespecialmente sensívelao sofrimento
dos mais fracos e indefesos, pronunciando um ai sobreaqueles que se aproveitam deles
(2:10-12). O edifício não é errado em si, mas fazê-lo à custa dos outros faz mesmo as vigas
gritar (2:11-12). Deus está igualmente preocupado com a exploração dos recursos naturais,
como cedros do Líbano usados no programa de construção de Nabucodonosor eos animais
que ele implacavelmente caçava (2:17).
Pessoas queestão arrogantemente tentar estabelecer seu ninho nos céus à custa dos
outros estão realmente pecando contra simesmo (2:9-10). Não está claro sea desgraça
pronunciada contra a bebida é literal ou figurada, mas o cálice acabará por passar devolta
para o primeiro que ofereceu (2:15-16). A idolatria carrega seu próprio julgamento,
deixando o adorador semesperança (2:18-19). Os problemas diversos pronunciados por
Deus indicam que ele vêtudo, certamente mais do que o profeta vê. Em seu próprio tempo
bom Ele vai agir. Mas Ele não será impulsionado pelas emoções, não vai agir até que a
plenitude dos tempos venham.
[14:01, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: §5 Escatologia
Haverá um dia em que a Terra estará cheia do conhecimento da glória de Deus como as
águas cobrem o mar (2:14). Esteé o objetivo final de toda obra de Deus. A história não é
cíclica, a repetição interminável de uma coisa ruim depois da outra. É linear, movendo em
direção à meta do reino de Deus. O profeta sabeque não há poder no mundo da natureza
ou de qualquer governantehumano que possa subverter o plano de Deus para o mundo.
Deus ainda está trabalhando na arena da história humana. Ele ainda não abandonou o
profética para o apocalípse. Precisamos do senso vivo da fé de Habacuque. O que está
acontecendo em nosso mundo é a obra de Deus, embora nem sempreentendamos essa
obra.
Paul Ferguson
[14:04, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: 
Introdução ao Livro de Habacuque– A lógica teológica!
Não nos é revelado nada no texto sobreo profeta Habacuque. Seu livro, ao invés de
guardar seus oráculos, servecomo um diário de suas crises teológicas e existenciais. Seu
livro é distinto dos demais escritos proféticos por assumir um tom mais filosófico e de
diálogo com Deus. O tema deste diálogo filosófico se concentra em torno da justiça divina.
O vácuo de informações a respeito de Habacuquegerou uma grandegama de especulações
sobrea data de seus escritos e a própria pessoa do profeta. O consenso geralé que
Habacuquetenha pertencido à época do rei Jeoaquim (609 – 598 a.C.). Em virtudedisso,
seus questionamentos teológicos podem ser datados entre a ascensão de Jeoaquim ao
trono de Judá e a Batalha de Carquêmis em 605 a.C.
Este período é escolhido em razão de:
O caos ético e social que o texto de 1:2-4 apresenta combina com a decadência moral com
os dias de reinado de Jeoaquim, conformeJeremias denunciou.
A proximidade da realização dos eventos descritos em 1:6-11, conformea expressão “nos
dias de vocês” no verso 5. Javéhavia prometido a Josias que seu reinado não terminara
com a invasão e cativeiro (2 Rs. 22:18-20). Talvez os oráculos deHabacuquese refiram aos
últimos 20 anos de independência de Judá.
A ascensão da Babilônia como superpotência mundial no século VII a.C. aconteceno
período previsto em Habacuque, embora isso não sirva como prova irrefutável.
[14:05, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: O verso 5 ainda nos ajuda a definir esseperíodo,
pois, tendo o Egito como aliado, Judá dificilmente acreditaria que seriam vencidos pela
Babilônia; o que de fato aconteceu quando Nabucodonosor derrotou o faraó Neco em
Carquêmis (Jeremias 46:2,6,10; II Reis 24:7).
Alguns argumentamque as denúncias de injustiça de Habacuquenão se encaixam no
período de governo do rei Josias (pai de Jeoaquim), uma vez que este recebe uma avaliação
tão boa. Entretanto, a reforma que o rei Josias fez, abrangeu apenas a parte litúrgica da
sociedade hebraica, sem atingir a parte social. Por isso a reclamação de Habacuqueacerca
da injustiça não se choca comos relatos do governo de Josias, embora tenha tido uma boa
apreciação. Além disso, os efeitos negativos dos cinquenta anos do reinado catastrófico de
Manassés (avô de Josias) demorariam a desaparecer.
Habacuquebaseou seus questionamentos em sua experiência com os eventos históricos de
seu tempo. Tal qual Jeremias (Jr. 22:13-23), Habacuquetambém se indignou com a situação
de injustiça, violência e opressão gritantes em Judá; por isso reclama para Deus pedindo o
castigo para os maus e a defesa dos justos. A criseteológica de Habacuque começa
justamente como atraso do julgamento dos líderes injustos.
Habacuquefica espantado e confuso diante da revelação de Deus sobrea vinda dos
babilônios como instrumento de Deus para o julgamento de Judá, ao invés de um discurso
sobrea salvação ou livramento. O questionamento de Habacuquefoi: poderia um Deus
justo e bom usar meios perversos para executar sua justiça? (Hc. 1:12-17).
[14:05, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: Estrutura deHabacuque
O livro de Habacuquepode ser dividido em diálogos da seguinte maneira:
Diálogo 1 – Habacuquequestiona a justiça divina – 1:1-11
Diálogo 2 – Habacuquequestiona a coerência divina – 1:12 – 2:20
Diálogo 3 – Habacuquelouva a Deus por suas intervenções na história – 3:1-19
O diálogo 1 começa com a reclamação de Habacuque a Deus sobreas injustiças que
estavamà sua volta, e porqueos perversos não eram julgados. Judá ainda não havia sido
julgada por sua impiedade, e o primeiro alvo da queixa de Habacuquenão é o povo, mas
Deus (1:2-4). Deus então respondea Habacuque(1:5-11) dizendo queessa situação de
opressão e injustiça não duraria muito tempo mais, pois, ainda nessa geração, os ímpios
seriamcastigados. Deus usaria a nação da Babilônia para aplicar o seu julgamento. Até este
momento, as nações vizinhas eramalvo do castigo divino, e a surpresa deHabacuque
reside no fato de Deus escolher uma das nações mais agressivas daqueletempo para
executar seu julgamento contra Judá. Em vez de anunciar o livramento e restauração em
forma de promessa, o livramento e a salvação viriam por meio do ataque de uma nação
inimiga. Aqui, Deus não respondeapenas ao profeta, mas a toda nação, conforme
percebemos pelo emprego do plural.
[14:06, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: plural.
O segundo diálogo propõeum problema lógico. Além de não resolver o problema da
injustiça, as pessoas corretas seriamprejudicadas; e, ademais, um inimigo impiedoso seria
vitorioso a despeito de ser castigado. Habacuqueafirma a Deus que essa medida de
julgamento não se ajusta com o caráter santo de Deus (1:12). Habacuque, embora soubesse
das injustiças de Judá, achava que a perversidade dos babilônios era muito pior. Por isso se
horroriza ao imaginar a destruição que os babilônios fariam em Judá. Habacuque os
compara com um pescador inescrupuloso quepesca pelo simples prazer de matar os
peixes. Outro problema de lógica levantado por Habacuqueé em relação à soberania de
Deus, que não interviria para proteger o seu povo. Habacuquenão faz essa declaração de
maneira leviana ou desrespeitosa, entretanto buscava sinceramenteuma resposta. Deus
respondeque o julgamento se cumpriria e não procura defender sua justiça, mas afirma
que o justo seria preservado (2:4). No NTPaulo usa este versículo para ressaltar a fé do
cristão, contudo, no contexto de Habacuque, indica a integridade na vida do servo de Deus,
mesmo que não consiga entender todo o processo. Deus prossegueem sua resposta
apontando para a sua justiça, na qual o perverso é castigado.
Habacuqueabre o terceiro diálogo expondo sua confiança em Deus, que a seu tempo
castigaria o ímpio; e apelou à sua misericórdia na execução do julgamento de Judá. A
consciência do verdadeiro relacionamento comDeus produziu o salmo de louvor registrado
em 3:3-15, quedescreveos feitos poderosos de Deus, não somente para julgar, mas
também para livrar (3:13). Habacuquerecorreà história de Israelcomprovando sua obra
redentora contra os inimigos do seu povo, fazendo um contraponto literário com a ameaça
babilônica no capítulo 1. O livro termina com a confiança de Habacuquena justiça de Deus.
Mesmo comtantas desgraças queviriam acontecer, a fé inabalável de Habacuquepermitiu-
lhe ter a alegria que não dependia mais das circunstâncias externas, mas do seu
relacionamento verdadeiro com Deus.
[14:07, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: comDeus.
Propósito e conteúdo
Habacuquetrata sobreos seguintes temas principais:
A justiça de Deus ao lidar com as nações
A confiança em Deus a despeito das circunstâncias históricas
O castigo de Judá por meio dos babilônios e o castigo da Babilônia
O império Assírio estava no domínio do Antigo Oriente Médio há mais de um século.
Entretanto, começou a entrar em declínio, e Judá ainda não havia sido punida pela quebra
de Aliança, conformeanúncio dos profetas. Esta foi a razão da queixa inicial de Habacuque.
A resposta de Deus revelou que os babilônios seriam o instrumento do julgamento de Deus.
O problema, para Habacuque, estava na teodiceia, isto é, a justificação dos atos de Deus
quando a humanidade sofre. Em nenhum momento Habacuquequestiona o merecimento
da punição de Judá; mas, se preocupa com a vitória dos babilônios em detrimento da ruína
de Judá. De certa forma pareceria que Deus estava aprovando os métodos genocidas da
Babilônia. Como Deus, sendo justo, poderia permitir que uma nação perversa prosperasse?
O problema em Habacuquegira basicamente em torno do mesmo tema de Jó. No final do
livro que narra seu drama, Deus aparece para mostrar quea finitude humana não consegue
dar respostas para todas as questões da vida; mas, Deus está presente em todos os
momentos de dúvidas e aflição pelos quais a humanidade passa. Em Habacuque, a teofania
do capítulo três tem a mesma função. Muito embora Habacuquenão tivesse todas as
respostas, a presença de Deus era suficiente para dar toda a confiança que o profeta
precisava para aquele momento.
Contudo, em Habacuque, Deus revelou algumas respostas queserviram como eixo do livro.
A primeira delas está em 2:4-5 e trata sobrea responsabilidadeindividual que não é
descartada mesmo em caso de tempos sombrios. Nessas circunstânciasa confiança em
Deus torna-semais difícil e a fidelidade do justo adquiredestaque.
A segunda resposta, encontrada em 2:6-20, Deus anuncia quecastigaria os babilônios em
virtude dos seus crimes contra a humanidade, mas ainda não havia chegado o momento. O
fato dos babilônios seremo instrumento de Deus para o julgamento de Judá não significava
que Deus aprovasseseus métodos. A certeza que Habacuqueteve é que eles também
seriamjulgados, tanto por seus crimes de guerra, quanto pela impotência de seus deuses. O
Habacuqueentendeu naquele momento é que Deus governava o mundo e sua história a
partir do templo; por isso, em virtudede sua soberania, todos deveriam calar-se diante dele
(2:20).
[14:07, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: O agir de Deus com as nações
No Antigo Testamento, as ações boas e más de todas as nações são pesadas. Quando o lado
com as ações más atinge um determinado limite o julgamento de Deus é acionado. Cada
geração contribui com as ações boas e más contrapostas umas às outras e retardam ou
adiantam a execução do juízo de Deus. O arrependimento era uma forma de se retardar o
julgamento, como se as ações boas fossem somadas diminuindo o limite das ações más (Jn.
3:10; 2 Rs. 22:19-20). A nação voltaria a enfrentar o risco de julgamento somente se
voltassea realizar ações más. O texto de Jeremias 18:7-10 exemplifica essetratamento que
Deus dava às nações.
Além desseaspecto do “peso” das boas e más ações a misericórdia de Deus tem um efeito
mais prolongado do que seu castigo, de acordo com Deuteronômio 5:9-10. Outra
característica de Deus em seu agir com as nações é que sua misericórdia, aplicada sobreo
lado das boas ações retarda o julgamento pelas más ações, entretanto o peso das más
ações não é eliminado até que o castigo seja aplicado. O texto de Êxodo 32:34 mostra como
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Habacuque

  • 1. OS PRINCÍPIOS E AS DISPENSAÇÕES DE DEUS Uma das primeirasliçõesque todoaqueleque estudaaBíbliadeve aprenderé adiferençaentre osprincípiose as dispensaçõesde Deus. Os oponentesaodispensacionalismo têm-nosacusadomuitasvezes,afirmandoporexemplo,que nósensinamos que sob o VelhoTestamentooshomenseramsalvospelasobrasdalei,enquantoque hojesãosalvospelagraçapor meioda fé. Esta acusação é,pelomenos,ilusória,poisnenhumdispensacionalistainteligente ensinariaque asobras da lei emsi mesmas poderiamsalvar,oumesmoajudarasalvar alguém. Nóscompreendemoscomclarezaque "nenhuma carneserá justificada diantedeDeuspelas obrasda lei, porque pela lei vemo conhecimento do pecado"(Rom.3:20). Nemsequersupomosque asobrasda lei cerimonial tenham qualquerpoderessencial parasalvar.Nãonostemosesquecidoque asEscriturastambémensinamque "éimpossível queo sanguedostoirose dosbodestire ospecados" (Heb.10:4). Não alimentamosquaisquerilusõesquantoàincapacidade total dohomememagradar a Deuspelasobras, como tal, emqualquerépoca.Ohomemtemsidosempre salvo,essencialmente,pelagraçade Deus,pormeioda fé.Não poderiahaveroutromodode ser salvo.Este é umprincípiofixooqual Hebreus11 testemunharepetidasvezese que deveriaserclarividente paraaquelesque aceitamcomofactosa depravaçãototal do homeme a infinitasantidade de Deus. Porémistonão alterao factode que o modode Deus tratar com os homense ostermosde aceitaçãoestabelecidos por Ele têmsidomudadosrepetidasvezesatravésdosséculose que afé n’Ele seriaportantoexpressade modos diferentes.Hebreus11tambémtestemunhaconsistentementeeste facto. É mais doque certo que a fé nosaproximade Deus,segundooSeuplano,emqualqueraltura,e procurarganhar a Sua aceitaçãodoutromodocertamente que seria incredulidadee egoísmo.Assim, apesardasobrasnunca terem salvonempoderemsalvar, como tal,puderam,umavez,salvarcomo expressõesdefé. OS PRINCÍPIOS DE DEUS Um princípio, como emcima usamosa palavra,é uma regra fixade moralidade oude conduta.Nósrespeitamosos
  • 2. homensde princípios;homensque se levantampelaverdadecuste oque custar.Certamente que Deuspossui os maiselevadosprincípiose nuncase desviadeles.Ele sempre odioue odiaráopecado.O pecadosempre foi e sempre serácontrárioà Sua naturezasanta.Nunca emqualquerépocaeste factose verificoudumaformamais acentuadaque noutra.Semelhantemente Deussempre se deleitoue sempre se deleitaránajustiça,namisericórdia e noamor. Deusnunca se desviou,nemse desviaránomaisleve grau,destesprincípios. O princípio da lei,oude justiça,porexemplo,temcontinuadoimutávelaolongodosséculos.Emqualquer dispensação,quandooerroé cometido,osentidode justiça é ofendido.Istopode serdemonstradodumaforma simplesportrêsexemplosbíblicos: Caim viveuantes dadispensaçãodalei dispensadaporMoisés.CaimmatouoseuirmãoAbel.Estariacerto ou errado?Será que ele se meteuemdificuldadesdevidoaisso?Éclaro que sim, emboraa lei escritanãotivesse sido aindadada. David viveusob a lei de Moisés.Ele tambémcometeuhomicídio.Estariacertoouerrado?Errado, certamente,e ele tambémse meteuemdificuldadesdevidoaisso. Tu e eu vivemos depois dalei,sobadispensaçãodagraça. Suponhamosque cometíamosoacto de homicídio. Estaria certoou errado?Meter-nos-íamosemdificuldades - comDeus?O factode Cristoterlevadosobre si os nossospecadosnoCalváriotornará o homicídiomenoserrado?ContemplaráDeusesse actocomomenos pecaminosoporque ocorreusobadispensaçãodagraça? Talvezdigaque actualmente,paraoverdadeirocrente,aplenacondenaçãolegal dopecadofoi suportadaporCristo, e,aindaque o nãosoubesse,Davidtambémfoi perdoadonabase desse fundamento.Masomesmofacto de que os pecadosde Davide os nossosforam pagos, emvezde passadosporaltonão prova que osprincípiosda lei e da justiçapermanecemfixos? O princípioda graça é igualmente imutável.Issopode serdemonstradodumaformaigualmentesimplespormeio dumapassagembíblica:Romanos4:1-6: Abraão viveuantesdadispensaçãodalei.Comofoi ele justificado? "Abraão creu a Deus e isso lhe foiimputado como justiça"(Rom.4:3). David viveusob a lei.Comofoi ele justificado? "AssimtambémDavid declara bem-aventuradoo homema quem Deus imputaa justiça sem as obras" (Rom.4:6). Tu e eu vivemos depois dalei,soba dispensaçãodagraça. Comosomosnósjustificados? "Aquelequenão pratica, mascrê n’Aquelequejustifica o ímpio, a sua félhe é imputada como justiça" (Rom.4:5). Ora nos casosde Abraãoe de David,as obras eram requeridas para a salvação;enquantoque nonossocaso as obras para a salvaçãosãoclaramente proibidas;aindaassime apesarde tudo as passagensacimacitadasevidenciamcom clarezaque Abraão,Davide nósfomos todos salvos essencialmentepelagraçapor meioda fé e que as obras como tais nunca tiveramemsi qualquervalorsalvador. AS DISPENSAÇÕES DE DEUS O QUE É UMA DISPENSAÇÃO?
  • 3. Enquantoos princípiosde Deustêma ver com o Seu carácter, com a Sua natureza,asdispensaçõesde Deusdizem respeitoàsSuas formasdetratar comos que a Ele estãosujeitos,especialmentecomahomem. Muitas pessoastêmsidoespantadasdodispensacionalismodevidoaocomprimentodaprópriapalavra, especialmentedesdeque algunsque procuramdividirbemaPalavrade Deustêm sidorotuladosde Ultradispensacionalistas! Contudoaraizdestapalavraenorme possui umsignificadomuitosimples,poisapalavra dispensarapenasquerdizerdistribuir. A palavradispensação,portanto,significao acto de dispensarou de distribuir, ou aquilo queé dispensado ou distribuído.Existemporexemplo dispensários médicosondeosmedicamentossão dispensados aospobres.Porvezesessasdispensaçõessãoconduzidasnumdiaparticularde cada semana.Ora tal dispensaçãode medicamentospodedurarumasdoze horascompletascada semana,porémissonãoquerdizerque uma dispensaçãosejaumperíodode doze horas!Aindaassime apesardissohá algunsque quandopensamem dispensaçõesnãoconseguempensaremnadamaissenãoemperíodosde tempo!Naverdade,umdosmaiores ensinadoresbíblicosdapassadageraçãodefiniuumadispensaçãocomose segue:"Umadispensaçãoé umperíodo de tempodurante o qual o homemé provadono que respeitaàobediênciaaalgumarevelaçãoespecíficada vontade de Deus". Issoestá incorrecto,poisumadispensaçãonão é umperíodode tempo,maso acto de distribuir ou aquilo queé distribuído.O ensinadorbíblicoacimareferidosemdúvidaque queriadizerumadispensação cobreumperíodode tempo. A palavradispensação nãoé um merotermoteológico.ÉmuitasvezesusadanaBíblia,aindaque nemsempre seja assimtraduzida.Em Ef.3:2, por exemplo,Pauloescreve acercada "dispensação da graça deDeus,que para convosco mefoi dada". Precisamentecomoadispensaçãodalei foraconfiadaa Moisés(João1:17), a dispensaçãoda graça de Deusfoi confiadaa Paulo. O significadoorgânicodapalavra"oikonomia" - palavraoriginal donde vemapalavra dispensação - é a administração ougoverno da casa.Estapalavraé traduzidaalgumasvezespormordomia nanossaversão.Istoé interessanteporque apalavra mordomo (oikonomos),emvezde significar servo, comoalgunssupõem, significa antesadministradorougovernadorda casa.Omordomoerao dirigente,o cérebro, aquele emcujasmãoso governo da casa era depositado.Eraele que distribuíaodinheiroparaasnecessidadesdacasa,dispensavaacomidae o vestuárioparaos servose para as crianças, pagavaos salários,etc.Tudolhe estavaentregue paraque dispensasse sábiae fielmente.Ele erao dispenseiro designadodosbensdoseusenhore dosnegóciosdacasa. 1 Deste modolemosemLucas 12:42: "E disse o Senhor:Qual é poiso mordomo(oikonomos) fiel e prudente,aquemosenhorpôssobre os seusservos, para lhesdar a tempoa ração?" Em Lucas 16:1-2 onde as palavras oikonomos e oikonomia sãonovamente traduzidaspormordomo e pormordomia, temosa mesmaideia: "E diziatambémaosSeusdiscípulos:Haviaumcerto homemrico,o qual tinhaum mordomo;e este foi acusado perante ele de dissiparosseusbens. "E ele,chamando-odisse-lhe:Que é istoque ouçode ti?Dá contas da tua mordomia,porque jánãopoderásser maismeumordomo". Em I Cor. 9:16-17 estamesmapalavraé novamente traduzidapor dispensação, e umavezmaisexprime omesmo pensamento:
  • 4. "Porque,se anunciooevangelhonãotenhode que me gloriar,poisME É IMPOSTA ESSA OBRIGAÇÃO;e ai de mimse não anunciaro evangelho! "Porque se o faço de boa mente,terei prêmio;mas,(mesmo) se de mávontade (EUDEVO FAZÊ-LO, pois) APENAS UMA DISPENSAÇÃOMEÉ CONFIADA". Notemosque emcada umdessescasosa idéiade responsabilidadeestáenvolvida.Foi um"mordomo fiele prudente"que oSenhorprocuroucolocar sobre a Sua casa. O homemrico despediuoseumordomoporque ele dissipouosseusbens.A responsabilidadepesavasobre Pauloporque"umadispensaçãodoevangelho"lhe tinha sidoconfiada. Uma da passagensmaisclarasnestarelaçãoé encontradaem I Cor.4:1-2 onde o apóstoloPaulodiz: "QUE OSHOMENS NOSCONSIDEREMCOMO MINISTROS(SERVOS) DECRISTO,E DISPENSEIROSDOSMISTÉRIOSDE DEUS. "ALÉM DISSO,REQUER.SE NOSDISPENSEIROSDE DEUS QUE CADA UM SE ACHE FIEL". Mantenhamosclaramente fixonasnossasmenteseste significadodapalavra dispensação. Aoconstatarmosque uma dispensaçãoenvolvee denotamais responsabilidadeque ummeroperíodode tempo,se sinceramente desejarmosestarnavontade de Deus,procuraremoscompreendercomclarezae levara cabo fielmente,a dispensaçãodagraça de Deusque nosfoi confiada. MUDANÇAS NAS DISPENSAÇÕES DE DEUS Deve serevidente paraoleitormenosatentodasEscriturasque na quedadohomemocorreuuma grande mudança nos tratosde Deuscom ele.AntesdissoAdãoe EvatinhamgozadocomunhãoininterruptacomDeus,habitandona inocênciaextática,nobelojardimdoÉden. Porémagora tudomudou.O pecadoseparara-osde Deus.Adãoe Eva foram expulsosdojardim.Umprofundo sentimentode vergonhapassouadominá-los,oqual,desde então,governariagrande parte dassuasacções.Agora, envergonhadosde apareceremdiantede Deus,comose encontravam, tiveramde se vestir.Adãotinhade ganhara vidapara si e para a sua famíliatrabalhandoarduamente,e Evateriafilhoscomdor.Piorde tudo,o pecadoentrara no mundo,e a morte pelopecado.Certamente que tudoistoenvolveuumamudançanasresponsabilidadesdos homensparacom Deus e com os outros. Daqui em diante ostratosde Deuscom os homensmudaramrepetidasvezes.OGovernoHumanofoi instituídoapós o dilúvio,comNoé (Gen.9:6), a dispensaçãodapromessacomeçoucomAbrão(Gen.12:1-3), "a lei foi dadapor Moisés"(João1:17), " a graça e a verdade vieramporJesusCristo(João1;17) e foi dispensadaporPaulo,oprincipal dos pecadoressalvopelagraça(Ef.3:1-3). já mencionadorepresentaalgumasdasproeminentesmudançasdispensacionaisaté àdata, mas estaspodemser subdivididase háaindaoutras futuras. Assim,enquantoosprincípiosde Deusnuncamudam, asSuas dispensações,osSeustratoscom oshomens,mudam de temposa tempos.Istoinclui mesmoostermosde aceitaçãopara com Deus.Noprincípioeramrequeridos sacrifícioscruentos(comsangue) (Gén.17:14; Heb.11:4): depois,maistarde,foi acrescentadaacircuncisão(Gên.
  • 5. 17:14); depoisa obediênciaatodaa lei Mosaicafoi exigida(Ex.19:5-6; Rom.10:5); depois"obaptismodo arrependimentoparaa remissãode pecados"(Mar.1:4; Act.2:38) e hoje é: "ÀQUELE QUE NÃOPRATICA,MAS CRÊ NAQUELE QUE JUSTIFICA OÍMPIO, A SUA PÉ LHE É IMPUTADA COMO JUSTIÇA"(Rom.4:5) Chart Esta carta não pretende indicarotérminode qualquerdispensação,masantesasmudançasou avançosnos tratos de Deuspara com os homens,poisalgumasdasdispensaçõesaindanão terminaram.Porexemplo:apesardachamada de AbraãoTer introduzidoa dispensaçãoda promessa,nãotrouxe a dispensaçãoprecedenteaumfim, poiso governohumanoaindahoje se encontraemvigor. Notemoscuidadosamenteque apesarde hoje Deus recusarobraspara a salvação requereu-ascontudosoboutras dispensações.Istonãoaconteceu,comojáexplicamos,porqueasobras em si mesmas pudessemsalvar,masporque elaserama expressãode fé necessáriaquandoassimrequeridas. A tradiçãodizque os homensforamsempre salvospormeiodafé no sangue derramadode Cristo;que mesmo aquelesque viveramantesdacruz tiveramde olharpelafé,para diante,paraa morte de umCristoque haviade vir, para a salvação. É tempodessafalsanoção,tão profundamente enraizadanasmentesaté de crentessinceros,serdespedaçada,pois não tema mínima base bíblica. Não descompreendamos.Éverdade que todosossantosdosséculospassadosforamsalvospormeiodos méritos do sangue derramadode Cristo,masnão por meiodasua fé nesse sangue derramado.Aossantosdosséculospassados só lheserarequeridocreremnoque Deustinhareveladoaté eles,ounoque Ele lhestinhareveladoa eles. Por outras palavras,eleseramsalvossimplesmenteporque confiavamemDeuse criamno que Ele dizia.Oplanopleno da salvaçãofoi reveladodesde então,masasEscrituras tornamclaro como a água cristalinaque essescrentesforam salvossemmesmoteremcompreendidoque Cristomorreriaporeles. I Pedro1: 10-11, apenastornaistoclaro: "DA QUAL SALVAÇÃOINQUIRIRAMETRATARAMDILIGENTEMENTE OS PROFESTASque profetizaramdagraça que vosfoi dada, INDAGANDA QUEou que ocasiãode tempoOESPÍRITODE CRISTO,QUE ESTAVA NELES,INDICAVA, ANTERIORMENTETESTIFICANDOOSSOFRIMENTOSQUE A CRISTOHAVIAMDE VIR,E A GLÓRIA QUE SE LHES HAVIA DE SEGUIR". Notemos bemque elesnãoindagarammeramentearespeitoda"ocasiãode tempo",istoé,docarácter dos tempos, durante os quaisessascoisastranspirariam.Elesindagarame inquiriramdiligentemente afimde descobrirem"O QUE ...o Espírito ...indicava",istoé,o que Ele queria dizer, quandode antemãotestificou"ossofrimentosque a Cristohaviamde vir,e a glóriaque se lheshaviade seguir".E o versículoa seguircontinuaaexplicarque Deus revelou-lhesque elesestavamaministrar,nãoasi mesmosmasaos dumtempofuturo.
  • 6. Poderiaalgumacoisaclarificarmaisisto,que ofacto de que nem eles mesmo compreendiam oque o Espíritoqueria dizerquandoEle predisse ossofrimentosde Cristo?Comoé que entãoelespoderiamtersidosalvospormeiodafé no Seu sangue derramado? Um indignadooponentedodispensacionalismoperguntou-nosumavez:"Quereisdizer-nosque Moisésmandou edificarotabernáculocoma sua porta, as suascortinas,o seualtar e piade cobre,a sua mesadospãesda proposição,oseucastiçal e altar de incenso,asua arca doconcerto e propiciatório, enão lhes disseque todasestas coisaseram típicas de Cristo e da Sua obra consumada? A nossaréplicafoi simplesmente, "Oquedizemas Escrituras?" Há algumaindício,qualquerque seja,de que Moisés lhesdisse que aquelascoisasapontavamparaCristoouque ele própriotinhaalgumaidéiaacercadoseusignificado? Nósagora sabemosque aquelascoisaseramtípicasde Cristoe da Suaobra redentora,e regozijamo-nosaovermos que Deusteve sempre issoemmente;que acruz não constituiunemumacidente nemumremédio,porémessa revelaçãoencontra-se visivelmenteausentedoregistrodoVelhoTestamento.Nãoháqualquerindíciode que mesmoMoiséssoubesse,muitomenosensinasse,que aquelascoisaseramtípicasde Cristo.2 Se é verdade que Moisése osprofetasconheciame compreendiamalgoacercada morte futura de Cristoe tinham de confiarno Seusangue derramadopara a sua salvação,issonãodeveriaserverdade tambémemrelaçãoaosdoze apóstolos?Aindaassime apesarde tudo,eleslabutaramcomCristodurante umtempoconsiderável,pregandoo evangelhodoreino,antesmesmoque Ele principiasseadizer-lhesque Ele deveriasofrere morrer,e quandoEle lhes disse,Pedrorepreendeu-OpelaSuaatitude "derrotista"! Mateus 16:21-21: "Desde entãocomeçouJesusamostrar aosSeusdiscípulosque convinhaira Jerusalém, e padecer muitodosanciãos,e dosprincipaisdossacerdotes,e dosescribas,e sermortoe ressuscitaraoterceirodia. "E Pedro,tomando-Ode parte,começoua repreendê-lO,dizendo:Senhor,temcompaixãode Ti;de modonenhum Te aconteceráisso". Mais tarde,quandoEle lhesdisse de novoque essascoisasdeveriamacontecer,comopreditaspelosprofetas,eles não tinhama mais leve idéiadoque Ele lhesdizia.Este factoé imprimidoemnóspormeiode umaênfase triplaem Lucas 18:34: 1. "E ELES NADA DISTO ENTENDIAM: 2. "E ESTA PALAVRA LHESERA ENCOBERTA, 3. "NÃOPERCEBIAMO QUE SE LHES DIZIA." NestaalturaelesestavamassociadosaCristo,pregandooevangelhodoreinoe operandomilagres,hápelomenos doisanos,aindaassime apesardisso,nãosabiamsequerque Ele haviade sofrere morrer.Significaráistoque nenhumdelesestavasalvo?Certamente que nãoSimplesmente confirmaoque Pedrodizacerca dosprofetas inquirireme trataremdiligentemente oque oEspírito,que falavapor meiodeles,queriadizerquandotestificavade antemãoos sofrimentosde Cristoe a glóriaque se lhesdeveriaseguir. Pode surpreenderalguns dosnossosleitoresadescobertade que mesmoapósaressurreiçãoemPentecostes,o próprioPedronãoviuna morte de Cristoo que nóshoje vemosnela.Écerto que ele a gora conheciaa crucificação como umfacto histórico,masele nãobaseouqualquerofertade salvaçãonesse facto.Naverdade,ele culpouIsrael por issoe quandoos seusouvintesforamconvencidosdosseupecadose perguntaramoque deviamfazer,ele replicou:
  • 7. "ARREPENDEI-VOS,ECADA UM DE VÓSSEJA BAPTIZADOEMNOME DE JESUS CRISTO,PARA PERDÃODE PECADOS ..."(Actos2:38). Istoaconteceuporque ele se encontravaforada vontade de Deusoucego pelaincredulidade?Não,eleestava "cheiodoEspírito Santo"(Actos2:4). Aconteceusimplesmenteque "otempodevido"aindanãotinhachegandopara que essascoisasse tornassemconhecidas. Istoleva-nosde novoà importânciadoreconhecimentodoministériodistintode Paulo.Nãoé antesde Pauloque temosaquiloque é propriamente chamado"apregaçãoda cruz". É ele que dizprimeiro: "MAS AGORA SE MANIFESTOU SEM A LEI A JUSTIÇA DE DEUS ... "Istoé a justiçade Deuspelafé em JesusCristoparatodose sobre todosos que crêem... "SENDOJUSTIFICADOSGRATUITAMENTE PELA SUA GRAÇA,PELA REDENÇÃO QUE HÁ EM CRISTO JESUS, "Aoqual Deuspropôspara propiciaçãoPELA RÉ NOSEU SANGUE,para demonstrarA SUA JUSTIÇA PELA REMISSÃO DOS PECADOSDANTESCOMETIDOS, 3 sob a paciênciade Deus; "Para demonstraçãodaSua justiçaNESTA TEMPO PRESENTE,para que Ele sejaJUSTO E JUSTIFICADORDAQUELES QUE TÊM FÉ EM JESUS" (Rom.3:21-26. Era a istoque Paulose referiapela "FÉ QUE SE HAVIA DE MANIFESTAR"(Gál.3:23). Era a istoque ele se referiaquandoescreveude Cristo: "O Qual se deua Si mesmoempreço de redençãoportodos,PARA SERVIRDE TESTEMUNHO A SEU TEMPO. "PARA O QUE (DIGOA VERDADEEM CRISTO,NÃOMINTO) FUI CONSTITUÍDOPREGADOR,E APÓSTOLO,E DOUTOR DOS GENTIOSNA FÉ E NA VERDADE(I Tim.2:6-7). Contudoistoserádiscutidonumaliçãoadiante.Tudooque estamosa procurar estabeleceraqui é o factoda revelação progressiva e o completoanti-biblicismodatradiçãoque dizque osque viveramantesde Cristoforam salvosporteremolhadopara diante,emfé,paraa Suaobra consumada. Istonão é estabelecidonasEscriturassomente negativamente;tambémo é positivamente.Nãoé meramente tornadoclaro que os santosdos séculospassados não compreendiamnadaacercada morte de Cristo,masem muitoscasosé-nosditoexactamente oque eles sabiame criampara encontrarema aceitaçãode Deus. Nósjá declaramosque Hebreus11 torna claro que a salvaçãotemsidosempre a recompensadafé.Há uma constanteque corre ao longodo capítulo:"Pela fé... Pela fé... Pela fé."Na introduçãoà longalistade actos de fé operadosporindivíduos,lemosque "Porela (fé) osantigosalcançaramtestemunho"e que "semfé é impossível agradar-Lhe (a Deus)"e a longalistaterminacoma declaração:"Todosestes,tendo tido testemunho pela fé"(vers.2, 6, 39). Mas emHebreus11 tambémhá inconstantes ouvariáveis,poisemquase todososcasos estesheróisdafé creram
  • 8. numarevelaçãode Deusdiferentee expressaramasua fé diferentemente.Porémemparte algumadestalistade santoslemosde alguémque fosse salvopelafé namorte de umCristoque haviade vir.Somosnósque agora sabemosque elesforamsalvospormeiodamorte de Cristo.E quandoCristo nosé pregado, nósrevelamosanossa fé cessandoas nossasobrase aceitandocomhumilde gratidãooque Ele fezpor nós. Em Heb.11:4 é-nosditocomprecisãocomo Abel obteve testemunhodivinode que erajusto: "PELA FÉ ABEL OFERECEU A DEUS MAIOR SACRIFÍCIODOQUE A CAIM, PELOQUAL ALCANÇOUTESTEMUNHO DE QUE ERA JUSTO; DANDODEUS TESTEMUNHO DOS SEUS DONS,e por ele depoisde mortoaindafala". Istoconcorda com o registrode Gên.4:4-5: "E atentouo Senhorpara ABEL E PARA A SUA OFERTA,mas para CAÍME para A SUA OFERTA não atentou". Não há aqui uma únicapalavraacerca da fé na morte de Cristo.Abel teve testemunhode que erajusto porque trouxeo sacrifício requerido e Deustestificou,nãodasuafé emCristo,mas das suasofertas. Em Heb.11:7 é-nosditotambémcomexactidãocomoNoé se tornouherdeiroda"justiça queé pela fé". "PELA FÉ NOÉ,divinamenteavisadodascoisasque aindase nãoviam, temeu,e,paraa salvaçãoda suafamília, PREPAROUA ARCA,PELA QUAL CONDENOUO MUNDO, E FOIFEITO HERDEIRO DA JUSTIÇA QUE É SEGUNDO A FÉ". Poderiaalgumacoisasermaisclara que isto?Como é que Noé se tornou herdeirodajustiçaque é pelafé?Ao confiarna morte de Cristoque haviade vir?Não,mas ao crer no que Deusdisseraacerca dodilúvio,e daedificação da arca. E assimaté ao fimdo capítulo.Cada umdos antigosobteve umbomtestemunhoporquecreunaPalavrade Deus dirigidaasi. Que dizeracerca de Abraão,o grande exemplode fé daparte de Deus?Comofoi ele justificado? "Poisque diza Escritura? CREU ABRAÃOA DEUS, E ISSO LHE FOI IMPUTADO COMO JUSTIÇA"(Rom.4:3). Mas o que tinhaDeusditoque Abraãocreu? Tinha-lhe DeusfaladoacercadumCristoque haviade vire que morrerianumacruz por ele?Serábomlermoso registroe vermos,poisestapassagemde Romanosé umacitação de Gén.15:5-6: "Então o levoufora,e disse:Olhaagorapara os céus,e conta as estrelas,se aspodescontar.E disse-lhe:Assimserá a tua semente. "E CREU ELE NOSENHOR, E FOI-LHEIMPUTADO ISTO POR JUSTIÇA" Perguntemosde novo:poderiaalgumacoisasermaisclara que isto?Existe aqui algumapalavraa respeitodamorte de Cristo?Certamente que não.Deusaqui simplesmente prometeumultiplicarasemente de Abraãoe Abraãocreu emDeuse confioun’Ele guardandoaSua Palavra.Foi estasimplesfé emDeusque Deuslhe contouporjustiça. Nós agora sabemosque foi nabaseda futuramorte de Cristoque Deuspodiafazeristojustamente,masissoaindanão tinhasidoreveladoaAbraão. Mais tarde Deusdeu a lei e exigiuobediênciaperfeitaàmesmaa fimde se poderseraceite n’Ele (Êx.19:5-6; Rom.
  • 9. 10:5). Certamente que Ele sabiaque ninguémapoderiaguardarperfeitamente,masEle tambémsabiaque os verdadeiroscrentesprocurariamguardá-lafervorosamente e Ele honrariaafé delesn’Ele. EletambémtinhaCristo emmente para pagar a puniçãoduma lei quebradade modoaque a Sua justiçapudesse serimputadaàquelesque tinhamtomadoa sérioa Sua Palavra. Que Ele teve sempre oplanoda redençãoemmente é indicadopelofactode Ele terde lhespôro concerto da lei numcaixão4 e de se encontrarcom eles,pormeiodoseusumosacerdote,nopropiciatórioespargidocomsangue; contudoEle não lhesexplicouosignificadode tudoisto.Ele teve de demonstrarprimeiramenteacompleta incapacidade daparte do homememguardar a santa lei de Deus. Nóssabemos,porexemplo,que Davidfoi realmente salvopelagraçade Deus,e nãopelassuasprópriasobras frágeis,massuponhamosque ele tivesseproclamadoasalvação"sema lei" ou,como Paulo,tivesse dito:"Ninguém vosjulguepelo comer,ou pelo beber,ou porcausa dosdiasde festa,ou da lua nova,ou dossábados" (Col.2:16)!Ele depressateriasidoforçadoa abdicardo tronoe teriasidomortopor desprezara lei de Deusescrita. É-nostambémditocom exactidãocomoosouvintesde JoãoBaptistareceberamaremissãode pecados.Teriasido pelafé na morte de Cristo,que entretantojátinhaaparecidoemcena?AnalisemosasEscriturase vejamos: "ApareceuJoãoBaptistanodeserto,e pregandoOBAPTISMO DE ARREPENDIMENTO,PARA A REMISSÃO DE PECADOS"(Mar. 1:4. Se estaspalavrasnão queremdizeroque dizem,entãoasEscriturasnão servem para nadacomo revelaçãode Deus ao homem.5 Suponhamosque enquantoJoãopregavaobaptismode arrependimentopararemissãode pecados,se erguiaum Israelitaparadizer:"Àquelequenão pratica,mascrê n’Aquelequejustifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça"(Rom.4:5)! Ele serialogotomadoe apedrejadode acordocom a lei. Sim,e positivamenteé-nosigualmenteditocomooscerca de 3000 em Pentecostesencontraramaremissãode pecados: "E, ouvindoelesisto,compungiram-seemseucoração,e perguntaramaPedroe aos demaisapóstolos:Que faremos,varõesirmãos? "E disse-lhesPedro..." O que é que ele lhesdisse?Notemo-locuidadosamente.Seráque disse:"Cristomorreupelosvossospecados. Confiai simplesmente n’Ele e avidaeternaserávossa"?Ele não disse isso.Procuraremosemvãoemtodaa sua mensagemPentecostal umatal declaração.Naverdade,osouvintesde Pedrotinham-setornadoconvictosporque ele ostinhaacusado de culpapelamorte de Cristo.E quandoelesperguntaramoque deveriamfazer,Pedro replicou: "ARREPENDEI-VOS,ECADA UM DE VÓSSEJA BAPTIZADOEMNOME DE JESUS CRISTO,PARA PERDÃODOS PECADOS; E RECEBEREIS O DOMDO ESPÍRITOSANTO"(Actos2:37-38). Istoencontrava-se emperfeitaconformidade comosrequisitosda chamada"grande comissão"que a Igrejade hoje procura levara cabo a meiofôlego: "E disse-lhes:ide portodoomundoe pregai oevangelho6a todaa criatura.
  • 10. "QUEM CRER E FOR BAPTIZADOSERÁ SALVO;MASQUEM NÃO7 CRER SERÁ CONDENADO"(Marcos 16:15-16). Sabemosque alguns,paradefenderemassuasprópriasteoriassobre obaptismo,têminterpretadoistocomo significando"Quemcrere for salvo,deve serbaptizado",masnumtal torcerdas palavrasclaras das Escriturasnão se pode senãodesagradara Deus e perverteranossacompreensãodoSeuprograma. Tanto positivacomonegativamente esperamosnovamente pelolevantamentode Pauloparaapreendermos"o evangelhodagraça de Deus"(Actos20:24), "a dispensaçãodagraça de Deus"(Ef.3;1-2) e "a pregação da cruz", como boasnovasa seremaceitespelafé paraa salvação(ICor. 1:18, 23; Gál. 6:14; Rom.3:25-26). É entãoevidente que ossantosdosséculospassadosnãoeramtodossalvosao creremnasmesmascoisas,poisDeus não lhesrevelouatodosasmesmascoisas.Na realidade,até mesmoostermosdeclaradosde salvaçãoeram mudadosde temposa tempos. ANTECIPAR REVELAÇÃO Um dos primeirosprincípiosdasãinterpretaçãodaBíbliaé o nãoanteciparrevelação;aindaassime apesardisso quantosinconscientementeofazem!LêemosregistrosdoVelhoTestamentoe dosevangelhoscomose ossantos dessestemposcompreendessemtudoacercada morte de Cristocomo nosapresentaRomanos,Gálatase Efésios! Pensemosummomento:Se Abel tivesse compreendidoamorte de Cristopelopecado,ter-lhe-iasidorequeridoum sacrifíciocruento(comsangue)?Em tal caso ele nãodeveriaterdescansadonaredençãoconsumadaque seria operadapor Cristo?Em tal caso a negligênciaemnãotrazerum sacrifíciocruentonão seriaindicaçãode incredulidadeemvezde fé? Agora que a morte de Cristotem sidoproclamadapara a salvação,seráque Deus nos mandaoferecermosanimais emsacrifício?Suponhamosque oferecíamostaissacrifíciosapenascomosímbolosdaSuamorte a fimde nosajudar a adorá-lOmelhor:seráque issoseriameramente desnecessário ouseráque seriaerrado?À luzdas epístolasde Paulocertamente que seriaerrado.8Aindaassimmuitostêmumaideiavagade que os que viveramantesde Cristo ofereceramosseussacrifícioscoma compreensãoplenade que elestipificavamamorte de CristonoCalvário.O facto,contudo,é que essestiposnuncaforamcompreendidosantesdoAntítipoteraparecido.Nós agora regozijam- nos quandoosconsideramos,comoprovade que Deusteve sempre oCalvárioemmente;que amorte de Cristonão foi um acidente,nemumasoluçãode momento,masDeusestavaaensinarumaliçãode cada vez:primeiroas sombras,depoisasubstância;primeiroossacrifícios,depoismaistarde CristooSacrifíciogrande,todo-suficiente. A HARMONIAENTRE OS PRINCÍPIOS E AS DISPENSAÇÕES DE DEUS Mas osprincípiose as dispensaçõesde Deusnãose chocam?De modoalgum.Em todas as dispensaçõesoshomens sempre se salvaramsimplesmente por creremem Deus e se aproximaremd’Ele damaneiraporEle requerida. Quandoas obras eramrequeridasparaa salvação,elasnão salvavam como tais,masapenascomo expressãode fé
  • 11. requerida.Comossantosdo VelhoTestamentoaofertadossacrifíciosrequeridos,etc.,constituía"aobediênciada fé".Conosco,odescansarna obra consumadade Cristopara a salvaçãoé "a obediênciadafé".VerRomanos1:5; 6:17; 15:18; 16:26; Hebreus5:9; 11:8. QuandoDeusdiz:"Oferece umanimal emsacrifícioe Eu aceitar-te-ei",oque faza fé?Certamente que afé oferece um animal emsacrifício.Abel fezissoe foi aceite,nãoporque osangue dosanimaispudessetirarospecados,mas porque se aproximoude Deusdaforma por Ele requerida."A obediênciadafé"é isto. No caso de Caím temosuma indicação clarade que Deusnão ficasatisfeitocommerasobras,comotais,poisCaim ofereceuumsacrifíciomuitomaisatraente àvistaque Abel,e foi rejeitado,porque nãotrouxe osacrifícioque Deus requerera(Gên.4:5). QuandoDeusdiz."Constrói umaarca e salvar-te-ei ati e aos teusdosdilúvio",oque faza fé?Certamente que afé constrói uma arca. E quandoNoé a construiurevelouasuafé emDeuse "tornou-se herdeirodajustiçaque é pela fé". QuandoDeusdiz:"Obedece àminhavoze serásMeu", o que faza fé?A fé tentaobedecerfervorosamente.Dizestu: Mas elesnãopodiamobedecerperfeitamente,porissoseriamrejeitadosporDeus.Nósreplicamosque jáprovamos que,emsi mesmas,as obrasnão podemsalvar.Era somente quandoosIsraelitasreconheciamalei comoa Palavra de Deuspara elese poressarazão procuravam obedecer-lheque eramsalvos.Umtal esforçoemguardar a lei representava"aobediênciadafé". QuandoDeusdiz."Arrependei-vose sede baptizadosparaa remissãode pecados",oque faza fé?Somente uma únicacoisa: arrepender-se e serbaptizada.Nóssabemosque oceanosde águanãopodemlavarum únicopecado, no entantoquandoJoãoBaptistae Pedropregaramo arrependimentoe obaptismoparaa remissãode pecados nenhumdosseusouvintesinterpretouaspalavrasdelescomosignificando:"Confiai namorte de Cristopara a vossa salvação".Naverdade,quandoDeusrequeriaobaptismonaágua para a salvaçãoa únicamaneirade se revelarfé era ser-se baptizado,e osque se recusassemafazê-loseriamcondenadospelasuaincredulidade: "Mas osFariseuse os doutoresdalei REJEITARAMO CONSELHODE DEUS CONTRA SIMESMOS, NÃOTENDO SIDO BAPTIZADOSPORELE" (Lucas 7:30). E quandoDeusdiz,"MASAGORA se manifestou,sema lei, a justiça de Deus"(Rom.3:21); "Aquelequenão pratica, mascrê n’Aquelequejustifica o ímpio, a sua félhe é imputada como justiça" (Rom4:5); "Sendo justificados gratuitamentepela Sua graça,pela redenção quehá em Cristo Jesus" (Rom.3:24); "Em Quemtemosa redenção pelo Seu sangue,a remissão dasofensas,segundoasriquezasda Sua graça" (Ef.1:7); "Não pelasobrasde justiça que houvéssemosfeito,massegundo a Sua misericórdia,nossalvou" (Tito3:5);"Não vemde vós,é domde Deus; não vemdas obraspara queninguémseglorie" (Ef.2:8-9) - quandoDeusagora dizisto,o que fará a fé?A fé diz:"Esta é a ofertamaismaravilhosajamaisfeitaporDeusaohomem.Nãopossorecusá-la.ConfioemCristocomomeuSalvador e aceitoa salvaçãocomo Domgratuitoda graça de Deus". Assimasdispensaçõesde Deusde formaalgumase chocam com osSeusprincípios,poisossantosdo Velho Testamento,apesarde salvosinstrumentalmente9pelasobras,foramsalvosessencialmente pelagraçapor meioda fé.Mas agora a justiçade Deusse há manifestado semalei (Rom.3:21).Foi "testificada a seu tempo"por intermédiodoApóstoloPaulo(ITim.2:6-7)).Ele dizque lhe foi dadoa demonstrar"a Suajustiça neste tempo presente,para que Ele sejaJustoe Justificadord’Aquele que temfé emJesus"(Rom.3:26).Assim, otrazerhoje obras a Deuspara a salvaçãoseriaincredulidade. Um proeminente adversáriodestasverdadestemargumentadoque averdade é horizontal,e nãovertical,istoé,
  • 12. que elaatravessaos séculosinalterávele imutável.Issoé verdade.A verdadeé horizontal,masarevelação da verdadeé vertical, istoé,Deustemreveladoaverdade aohomem, nãoduma só vez,maspouco a pouco, progressivamente, historicamente. Noéconheciamaisdarevelaçãode Deusque Adão,Abraãoque Noé,Moisésque Abraão,os doze que Moisés,Pauloque osdoze. Assim,tambémos princípios de Deussão horizontais;continuamimutáveise inalteráveisaolongodosséculos.Mas as dispensações sãoverticais e seguem-se umasapósoutrasà medidaque Deus comunicanovasrevelaçõesao homem.10 Entrar para o reino é entrar para o domínio de Deus. Não significa esperar até Jesus voltar para com Ele reinar, o que também será realidade, mas o reino de Deus é agora. Quando você se entregou a Cristo e declarou que Ele é o Senhor de sua vida, você passou a viver como um cidadão do Reino do Senhor. Em Romanos 14:17 o apóstolo Paulo diz que o Reino de Deus é "justiça, paz e alegria no Espírito Santo". Um cidadão do reino de Deus anda no poder do Espírito Santo de Deus. Ele é quem nos capacita a viver segundo as regras do reino. Quais são as regras do reino? Em Mateus 5:17 Jesus nos diz que não veio para revogar a lei, mas sim para cumpri-la. Os israelitas tinham recebido a lei através de Moisés e tinham descoberto que, mesmo com esforço, era muito difícil seu cumprimento. Jesus veio para nos revelar qual o segredo para cumprir a Lei de Deus.Quando lhe perguntaram (Mateus 22:36-39) qual era o maior dos mandamentos, Ele resumiu toda a lei em dois mandamentos: "Amarás a Deus sobre todas as coisas e amarás a teu próximo como a ti mesmo". Foi com base nesse ensino de Jesus que o apóstolo Paulo escreveu em Romanos 13:10 que o cumprimento da lei é o amor. Ao entrarmos no Reino de Deus pelo poder de Deus, Ele nos reveste de seu amor e podemos nos tornar cumpridores de suas leis, não porque nos seja dada uma lista de regras a seguir, mas sim porque os princípios do reino de Deus entram em nós. Qual a diferença entre Lei e Princípio? A lei é exterior e o princípio é interior. Alei não explica. A lei só regulamenta minhas ações e o princípio regulamenta as minhas atitudes e minhas motivações. Em Mateus 5:3-12 está registrado o início do Sermão da Montanha. Em poucos versículos, também conhecidos como AS BEM AVENTURANÇAS, Jesus resumiu todos os princípios que regem a vida do Filho de Deus. Lembre-se que cumprir com os princípios não é resultado de esforço próprio, mas sim do poder do Espírito Santo agindo em um coração disposto. vers.3 - que significa ser "pobre de espírito"? Não é nem o pobre de conhecimento, nem o pobre de bolso, mas o espírito quebrantado que não se julga superior ao outro em nada, nem as coisas espirituais. vers.4 - quem é o que chora? Não é o que se lamenta de dores ou
  • 13. sofrimentos, mas o que se lamenta de seus pecados e chora na presença de Deus para ser perdoado e restaurado. vers.5 - quem são os mansos? Não são pessoas sem ação, parados, esperando que os outros ajam por eles, mas sim são aqueles que entregaram a Deus todos os direitos que possuíam, e por isso não têm necessidade de se defender quando são atacados, injustiçados ou prejudicados. vers.6 - que é ter fome e sede de justiça? Não é sair brigando com uma espada na mão, mas é comer e beber a Palavra de Deus, que é Pão e Água viva para alimentar nossa vida. Alimentados pela Palavra, a justiça de Deus fartará nossa vida e nós não alcançaremos justiça dos dos homens, mas sim, seremos justos. vers.7 - quem são os misericordiosos? São aqueles que aprenderam a perdoar seus inimigos e amar aqueles por quem são perseguidos. vers.8 - que é pureza de coração? É a inocência que nossos ancestrais perderam no Jardim do Éden. É resultado da limpeza que a Palavra faz em nós, quando deixamos de nos alimentar de coisas torpes e imundas, e quando nossa consciência se torna limpa por termos aprendido a pedir perdão de nossos pecados a Deus e aos homens. vers.9 - quem são os pacificadores? Não são os que entram no meio de uma briga para apaziguar os outros, mas sim aqueles que reconhecem seus próprios erros e fazem paz com os outros. vers.10 - quem é o perseguido pela justiça? Certamente não é aquele que sofre perseguição pelos próprios erros, mas aquele que, tendo entrado no reino e acertado sua vida com Deus e com os homens, ainda sofre a discriminação e incompreensão dos que o rodeiam, pois as trevas nao compreendem a luz! Nos cansamos de ouvir as mesmas coisas? Qual é o tema das escrituras? Qual o tema abordado por toda a escritura? O Reino de Deus. “E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás. E vivia entre as feras, e os anjos o serviam. E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galileia, pregando o evangelho do Reino de Deus.” Marcos 1:13-14 Somos capazes de proclamar o Reino? Deus não nos deixou outra opção de proclamação além desta. Quando há entendimento do Reino as coisas mudam e essa é a maneira de saber se estamos pregando o Reino. O que Deus quer que o homem conheça é o Evangelho do Reino. “E, sendo já dia, saiu, e foi para um lugar deserto; e a multidão o procurava, e chegou junto dele; e o detinham, para que não se ausentasse deles. Ele, porém, lhes disse: Também é necessário que eu anuncie a outras cidades o evangelho do reino de Deus; porque para isso fui enviado.” Lucas 4:42-43
  • 14. Não foi outra pessoa que proferiu estas palavras senão o próprio Jesus. Ele foi enviado para pregar o evangelho e quando o Reino é pregado tudo muda. O coração que recebe o Reino compreende as coisas que antes não conseguia e isso chega até a assustar um pouco, pois coisas que ainda não foram ditas a ela são compreendidas e no dia em que o Reino parar de impactar a sua vida é melhor pedir ajuda. Esse tema tem que fazer parte de nossa vida e estar em nosso coração. Se os anos se passarem e nos acostumarmos com estas palavras e não sentirmos mais nada é sinal de que estamos virando religiosos. A solução para que as pessoas que estão ao nosso redor se convertam é a pregação do Evangelho do Reino porque ainda hoje há quem pergunte: Não tem outra coisa pra falar além deste? Não. Deus já definiu o que devemos pregar. Se o tema de Jesus durante sua vida foi O Reino de Deus, por que mudar? Esse tema dever o único durante nossa pregação, nossos dias, nossas conversas,… “Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar, Até ao dia em que foi recebido em cima, depois de ter dado mandamentos, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que escolhera; Aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias, e falando das coisas concernentes ao reino de Deus.” Atos 1:1-3 Só existe uma palavra que transforma, a palavra do Reino. “E, havendo-lhe eles assinalado um dia, muitos foram ter com ele à pousada, aos quais declarava com bom testemunho o reino de Deus, e procurava persuadi-los à fé em Jesus, tanto pela lei de Moisés como pelos profetas, desde a manhã até à tarde.” Atos 28:23 Paulo não mudou a maneira que Jesus ensinou a pregar. Ele continuou pregando sobre o Reino de Deus durante sua vida. Ele passou dois anos preso em sua própria casa e nessa situação ele aproveitou para pregar o Reino aos guardas que o vigiavam e a consequência disso foi que toda a tropa ouviu sobre o Reino e depois de tanto repetir as mesmas coisas, o Reino foi revelado e muitas pessoas dali se converteram. A única consequência de proclamar sempre o Reino é as pessoas se converterem. Se não vemos a mudança na vida das pessoas que pregamos é porque na verdade não estamos pregando o Reino. Precisamos fazer como Jesus fez até o final de sua permanência na terra porque mesmo depois da ressurreição Ele proclamou sobre o Reino e se nosso coração não estiver cheio destas coisas, o nosso corpo não estará. “Quando Deus reina, alegram-se as nações.” Existe um Reino e por consequência um rei que reina em amor e justiça e não um imperador que invade o coração do homem. Esse rei é Jesus. E o que Ele fez por nós descendo do seu trono, se fazendo homem e morrendo na cruz, nos transportando do império das trevas para a sua luz se chama conversão. Nós sabemos o que é o Reino de Deus e o Seugoverno? Independente do que nós acreditamos e do que aconteça na terra, Ele Reina sobre tudo e sobre todos. Ele é o Rei do Universo! Foi Ele que estabeleceu Seu governo e assim deve ser feito. A submissão de Jesus. Ao chegar para ser batizado, Jesus não passou na frente dos que aguardavam, mesmo Ele sendo autoridade na terra e após o seu batismo o céu se abre e o Senhor diz: Este é meu filho em quem me satisfaço. Porque Deus disse isto e o que Jesus havia feito até então? Ele foi totalmente submisso às vontades de Deus e entendeu que Ele é dono de todas as coisas.
  • 15. Devemos entender que só há um governo sobre nossas vidas, o governo de Deus. A rebelião é coisa de Satanás e ele quer desvirtuar esta palavra “governo” porque o governo e a submissão às autoridades dadas por Deus é sadio para nós. Seremos sãos e limpos porque Deus vai mandar em nossas vidas e trazer a Sua ordem. Governo natural sobra a criação. “Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.” Hebreus 11:3 Querem atribuir os acontecimentos naturais à “mãe natureza”, mas tudo está debaixo de Seu governo e está no controle de tudo. Ele não cochila e está atento a todas as coisas inclusive em nossos corações e quer tirar toda a rebelião. Ele sustenta todas as coisas sob sua palavra. Essa é a autoridade de Deus sobre a natureza. A bíblia diz que Deus mediu os céus a palmo e tem na palma de Sua mão todos os oceanos. Esse é o governo natural de Deus sobre a natureza, e sobre os homens? Para prender Satanás, Deus mandará apenas um anjo para prendê-lo por mil anos. A autoridade de Deus será representada por um anjo com autoridade concedida por Ele. Existe uma classe de pessoas que são chamados de “admiradores do Reino”. Estas pessoas acreditam que existe um Reino, acham espetacular essa história de que Existe um reino onde quem governa é Deus, mas nada disso tem validade se realmente o governo de Deus não for praticado em nossas vidas. O Reino é algo tão prático que chega a ser difícil de criar teorias. Então temos que vigiar para não nos transformarmos em admiradores do Reino. A aplicação do Reino é diária, em todas as circunstâncias em que somos submetidos a ordens de autoridades em nossa vida, nas horas onde temos que ceder o nosso “direito”, na hora que erramos e devemos pedir perdão. Cantar louvores onde falam do Reino não validado se não temos atitudes práticas. Para os homens, Deus não impõe este governo e nós, como criaturas feitas por Ele, devemos a honra consciente, sabendo que Ele é digno de ser honrado. Não fomos criados para estarmos soltos no universo, fomos criados para participar de um Reino e obedecer a uma autoridade. Quando Jesus veio ao mundo, já sabia que iria morrer, Ele não foi pego de surpresa em sua morte e ainda assim ele veio para nos mostrar que ele estava debaixo de uma autoridade e que iria obedecê-la a qualquer custo, inclusive a sua vida. Deus espera que tomemos a decisão de se posicionar debaixo de sua autoridade. Ele aguarda ansiosamente o dia em que façamos a escolha do Seu governos por que ele quer que nós nos tornemos limpos do pecado que habita na nossa carne e que nos transportar para sua luz. [19:40, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: Introdução ao Livro de Habacuque – A lógica teológica! Não nos é revelado nada no texto sobreo profeta Habacuque. Seu livro, ao invés de guardar seus oráculos, servecomo um diário de suas crises teológicas e existenciais. Seu
  • 16. livro é distinto dos demais escritos proféticos por assumir um tom mais filosófico e de diálogo com Deus. O tema deste diálogo filosófico se concentra em torno da justiça divina. O vácuo de informações a respeito de Habacuquegerou uma grandegama de especulações sobrea data de seus escritos e a própria pessoa do profeta. O consenso geral é que Habacuquetenha pertencido à época do rei Jeoaquim (609 – 598 a.C.). Em virtude disso, seus questionamentos teológicos podem ser datados entre a ascensão de Jeoaquim ao trono de Judá e a Batalha de Carquêmis em 605 a.C. Este período é escolhido em razão de: -4 apresenta combina coma decadência moral com os dias de reinado de Jeoaquim, conformeJeremias denunciou. da realização dos eventos descritos em 1:6-11, conformea expressão “nos dias de vocês” no verso 5. Javé havia prometido a Josias que seu reinado não terminara com a invasão e cativeiro (2 Rs. 22:18-20).Talvez os oráculos de Habacuquese refiramaos últimos 20 anos de independência de Judá. no período previsto em Habacuque, embora isso não sirva como prova irrefutável. O verso 5 ainda nos ajuda a definir esse período, pois, tendo o Egito como aliado, Judá dificilmente acreditaria que seriam vencidos pela Babilônia; o que de fato aconteceu quando Nabucodonosor derrotou o faraó Neco em Carquêmis (Jeremias 46:2,6,10; II Reis 24:7). Alguns argumentamque as denúncias de injustiça de Habacuquenão se encaixam no período de governo do rei Josias (pai de Jeoaquim), uma vez que este recebe uma avaliação tão boa. Entretanto, a reforma que o rei Josias fez, abrangeu apenas a parte litúrgica da sociedade hebraica, sem atingir a parte social. Por isso a reclamação de Habacuqueacerca da injustiça não se choca com os relatos do governo de Josias, embora tenha tido uma boa apreciação. Além disso, os efeitos negativos dos cinquenta
  • 17. anos do reinado catastrófico de Manassés (avô de Josias) demorariam a desaparecer. Habacuquebaseou seus questionamentos em sua experiência com os eventos históricos [19:40, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: deseu tempo. Tal qual Jeremias (Jr. 22:13-23), Habacuquetambém seindignou com a situação de injustiça, violência e opressão gritantes em Judá; por isso reclama para Deus pedindo o castigo para os maus e a defesa dos justos. A criseteológica de Habacuque começa justamente como atraso do julgamento dos líderes injustos. Habacuquefica espantado e confuso diante da revelação de Deus sobrea vinda dos babilônios como instrumento de Deus para o julgamento de Judá, ao invés de um discurso sobrea salvação ou livramento. O questionamento de Habacuquefoi: poderia um Deus justo e bom usar meios perversos para executar sua justiça? (Hc. 1:12-17). Estrutura de Habacuque O livro de Habacuquepode ser dividido em diálogos da seguinte maneira: – Habacuquequestiona a justiça divina – 1:1-11 – Habacuquequestiona a coerência divina - 1:12 – 2:20 – Habacuquelouva a Deus por suas intervenções na história – 3:1-19 O diálogo 1 começa com a reclamação de Habacuque a Deus sobreas injustiças que estavamà sua volta, e porqueos perversos não eram julgados. Judá ainda não havia sido julgada por sua impiedade, e o primeiro alvo da queixa de Habacuquenão é o povo, mas Deus (1:2-4). Deus então respondea Habacuque(1:5-11) dizendo queessa situação de opressão e injustiça não duraria muito tempo mais, pois, ainda nessa geração, os ímpios seriamcastigados. Deus usaria a nação da Babilônia para aplicar o seu julgamento. Até este momento, as nações vizinhas eram alvo do castigo divino, e a surpresa de Habacuquereside no fato de Deus escolher uma das nações mais agressivas daquele tempo para executar seu julgamento contra Judá. Em vez de anunciar o livramento e restauração em forma de promessa, o livramento e a salvação viriam por meio do ataque
  • 18. de uma nação inimiga. Aqui, Deus não respondeapenas ao profeta, mas a toda nação, conformepercebemos pelo emprego do plural. O segundo diálogo propõeum problema lógico. Além de não resolver o problema da injustiça, as pessoas corretas seriamprejudicadas; e, ademais, um inimigo impiedoso seria vitorioso a despeito de ser castigado. Habacuque afirma a Deus que essa medida de julgamento não se ajusta com o caráter santo de Deus (1:12). Habacuque, embora soubessedas injustiças deJudá, achava que a perversidadedos babilônios era muito pior. Por isso sehorroriza ao imaginar a destruição que os babilônios fariam em Judá. Habacuqueos compara com um pescador inescrupuloso quepesca pelo simples prazer [19:40, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: dematar os peixes. Outro problema de lógica levantado por Habacuqueé em relação à soberania de Deus, que não interviria para proteger o seu povo. Habacuquenão faz essa declaração de maneira leviana ou desrespeitosa, entretanto buscava sinceramenteuma resposta. Deus respondequeo julgamento se cumpriria e não procura defender sua justiça, mas afirma que o justo seria preservado (2:4). No NT Paulo usa este versículo para ressaltar a fé do cristão, contudo, no contexto de Habacuque, indica a integridade na vida do servo de Deus, mesmo que não consiga entender todo o processo. Deus prossegueem sua resposta apontando para a sua justiça, na qual o perverso écastigado. Habacuqueabre o terceiro diálogo expondo sua confiança em Deus, que a seu tempo castigaria o ímpio; e apelou à sua misericórdia na execução do julgamento de Judá. A consciência do verdadeiro relacionamento comDeus produziu o salmo de louvor registrado em 3:3-15, quedescreveos feitos poderosos deDeus, não somente para julgar, mas também para livrar (3:13). Habacuquerecorreà história de Israel comprovando sua obra redentora contra os inimigos do seu povo, fazendo um contraponto literário coma ameaça babilônica no capítulo 1. O livro termina com a confiança de Habacuquena justiça de Deus. Mesmo com tantas desgraças que viriam
  • 19. acontecer, a fé inabalável de Habacuquepermitiu-lhe ter a alegria que não dependia mais das circunstâncias externas, mas do seu relacionamento verdadeiro com Deus. Propósito e conteúdo Habacuquetrata sobreos seguintes temas principais: a despeito das circunstâncias históricas O império Assírio estava no domínio do Antigo Oriente Médio há mais de um século. Entretanto, começou a entrar em declínio, e Judá ainda não havia sido punida pela quebra de Aliança, conformeanúncio dos profetas. Esta foi a razão da queixa inicial de Habacuque. A resposta de Deus revelou que os babilônios seriam o instrumento do julgamento de Deus. O problema, para Habacuque, estava na teodiceia, isto é, a justificação dos atos de Deus quando a humanidade sofre. Em nenhum momento Habacuquequestiona o merecimento da punição de Judá; mas, se preocupa com a vitória dos babilônios em detrimento da ruína de Judá. De certa forma pareceria que Deus estava aprovando os métodos [19:41, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: genocidas da Babilônia. Como Deus, sendo justo, poderia permitir que uma nação perversa prosperasse? O problema em Habacuquegira basicamente em torno do mesmo tema de Jó. No final do livro que narra seu drama, Deus aparece para mostrar quea finitude humana não conseguedar respostas para todas as questões da vida; mas, Deus está presente em todos os momentos de dúvidas e aflição pelos quais a humanidade passa. Em Habacuque, a teofania do capítulo três tem a mesma função. Muito embora Habacuque não tivessetodas as respostas, a presença de Deus era suficiente para dar toda a confiança que o profeta precisava para aquele momento.
  • 20. Contudo, em Habacuque, Deus revelou algumas respostas queserviram como eixo do livro. A primeira delas está em 2:4-5 e trata sobrea responsabilidadeindividualque não é descartada mesmo em caso de tempos sombrios. Nessas circunstânciasa confiança em Deus torna-semais difícil e a fidelidade do justo adquiredestaque. A segunda resposta, encontrada em 2:6-20, Deus anuncia quecastigaria os babilônios em virtude dos seus crimes contra a humanidade, mas ainda não havia chegado o momento. O fato dos babilônios serem o instrumento de Deus para o julgamento de Judá não significava que Deus aprovasseseus métodos. A certeza que Habacuqueteve é que eles também seriam julgados, tanto por seus crimes de guerra, quanto pela impotência de seus deuses. Habacuqueentendeu naquele momento é que Deus governava o mundo e sua história a partir do templo; por isso, em virtude de sua soberania, todos deveriam calar-sediante dele (2:20). O agir de Deus com as nações No Antigo Testamento, as ações boas e más de todas as nações são pesadas. Quando o lado com as ações más atinge um determinado limite o julgamento de Deus é acionado. Cada geração contribui com as ações boas e más contrapostas umas às outras e retardamou adiantam a execução do juízo de Deus. O arrependimento era uma forma de se retardar o julgamento, como se as ações boas fossem somadas diminuindo o limite das ações más (Jn. 3:10; 2 Rs. 22:19-20). A nação voltaria a enfrentar o risco de julgamento somente sevoltassea realizar ações más. O texto de Jeremias 18:7-10 exemplifica essetratamento que Deus dava às nações. Além desseaspecto do "peso" das boas e más ações a misericórdia de Deus tem um efeito mais prolongado do que seu castigo, de acordo comDeuteronômio 5:9-10. Outra [19:41, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: característica deDeus em seu agir com as nações é que sua misericórdia, aplicada sobre o lado das boas ações retarda o julgamento pelas más ações, entretanto o peso das más
  • 21. ações não é eliminado até que o castigo seja aplicado. O texto de Êxodo 32:34 mostra como este princípio de aplica. Deus não puniu o povo naquele momento, por terem feito o bezerro de ouro em virtudede sua misericórdia. Contudo, chegaria a hora de serem punidos também por isso futuramente. Ainda mais um princípio pode ser entendido. Os povos quecontavam coma revelação de Deus, tal qual os hebreus, eram punidos commais severidadeem detrimento daqueles que não conheciam acerca de sua revelação indicando que a tolerância de Deus com os pagãos é maior. O Novo Testamento aplica esse princípio em Lc. 12:48. Esseprincípio pode ser aplicado a Judá. Embora os babilônios fossem realmente muito mais cruéis os israelitas deveriam ter sido mais obedientes em virtudeda revelação da Lei e do aviso constante dos profetas sobresua apostasia. Agora o momento da execução do castigo havia chegado. Esseesquema só é atribuído às nações, não a indivíduos e não se trata de salvação. Por isso não há a preocupação de uma salvação baseada em boas obras. A vida de fidelidade Deus mostrara a Habacuqueque, embora o castigo fossesevero, isso não seria o fim de Judá, mas haveria um remanescente preservado. O fundamento da preservação seria a fidelidade. No Novo Testamento, o apóstolo Paulo usa o conceito de Habacuque2:4 para fundamentar a doutrina da justificação pela fé. Paulo cria uma ponte entre 'emûnâ, que significa fidelidade e pistis, fé. Em Habacuquea fidelidade, ou o posicionamento correto diante das circunstâncias adversas foipercebido por Paulo como o elemento universalde salvação, expresso mais claramente por Paulo em Romanos 8 O profeta Habacuqueenfrentou a violência e a injustiça do rei Jeoaquim (609-597 a.C ver Jer 22:13-18), bemcomo o ataque cruel de Babilônia. Curiosamenteo livro que leva seu nome começa com uma descrição estendida da vinda dos caldeus. Isto tem um efeito perturbador sobreHabacuque(1:6-11), levando-o a focar os problemas em torno dele
  • 22. ainda mais. O livro termina com uma revelação da incrível vinda de Deus (3:3-15). Isso faz com que Habacuquese concentrar em Deus, o que resulta em paz alegre (3:17-19). O livro começa com um lamento perguntando “porquê” e “quanto tempo”, mas termina com um cântico de vitória. O triunfo da fé na vida de Habacuquemostra que a nossa maior luta não vêm em nosso relacionamento com outras pessoas, mas em nosso relacionamento com Deus. [13:59, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: Teologia As obras de Deus são incompreensíveis, estupefaciente, e às vezes terríveis (1:5, 3:2, 16). Ele tem o controle soberano sobrea história humana. O aparentemente invencível exército caldeu torna-setotalmente subservienteao Seu desejo (1:6). Seus decretos parecem lento, mas eles são infalíveis e cheios de certeza (2:3). Ele é entronizado no seu santo templo e toda a terra deve manter silêncio diante dEle (2:20). Deus é eterno e imortal (1:12). Eleé santo e incapaz de ver o mal (1:13). Sua sua glória se estende por todas as forças da natureza. O sol e a lua são oprimidos por Seu brilhantismo (3:3, 11). Todos os fenômenos terríveis da tempestade participam de Sua vinda, mas ele é separado de tudo isso. Toda a natureza é uma criação passiva quedeve fazer o Sua vontade. Ele é exaltado no seu templo (2:20), mas Ele é um Deus pessoalque pode ser chamado de “meu Deus” (1:12). Elepossuiestabilidade imutável tal que pode ser chamado de “Rocha” (1:12). Deus não é afetado pela idade. Ele pode atuar hojecom o poder como semprefez. Habacuqueencontra em cima de sua torre de vigia uma teologia suficiente, mesmo para uma nação confrontada como seu desaparecimento. O salmo no capítulo 3 reflete os pensamentos de Habacuquesobreos atos salvadores de Deus do passado (v. 2). Talvez ele regularmente tenha ouvido os cantos sobreos atos redentores de Deus em Moisés (Dt 33:2-5, 26-29), por Débora eBaraque(Juízes 5), e por David (Salmo 18). Seu salmo é quase de citações diretas deles (cf. Salmo 18:33; comHab 3:19). A diferença mais marcante é que as antigas tradições do profeta baseia-seregularmente na força retratar da vinda do Guerreiro Divino no tempo perfeito do verbo hebraico,
  • 23. denotando ação concluída. Habacuque, no entanto, consistentemente usa o pretérito imperfeito para enfatizar a ação progressiva, mostrando claramentequeEle vê esses eventos acontecendo diante de seus olhos em uma visão de fé. Habacuquevê o Deus que vem, não para derrotar o deus do mar como na mitologia cananéia, mas em nome de seu povo oprimido e disperso. Através dos olhos da fé pode ver Habacuqueo incrível poder de Deus que foi desatado em seus dias contra as nações arrogantes que destruiriam os escolhidos de Deus (3:13, 16). [14:00, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: Todas as forças da morte e destruição estão sob o comando de Deus. Todos os tipos de armas invencíveis estão à sua disposição. Carros não pertencem ao faraó, mas a Deus. Seu lanças brilhante e suas espadas deslumbrantes assustamaté mesmo o sol e a lua, em silêncio atordoado (3:11). Ele atropela o mar em sua fúria antiga (3:8, 15). Os objetos mais permanentes e imóveis são sacudidos violentamente na sua vinda (3:6, 10). A geografia em sié radicalmente alterada diante dEle (3:9). Os espectadores ao longo do percurso de sua marcha estão abalados (3:7). O palácio de Baal se desintegra em pó quando o Senhor, o Guerreiro Divino, passa em seu caminho para a batalha em outro lugar. § 2 Antropologia As pessoas tendem a ser violentas, impulsivas, destrutivas einjustas. A natureza humana é tal que se a justiça é tardia, eles são rápidos a fazer o mal. Os seres humanos são propensos a recolher o que não pertence a eles com ganância insaciável (1:5-6, 9; 2:5-8). Eles adoram poder, ou o que eles consideramser necessário para um estilo de vida elegante (1:11, 16). [14:01, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: Mas enquanto as pessoas possam ser ferozes, eles também são frágeis, dependentes e propensas a auto-destruição (1:14-15). Eles podemser tão indefeso como um peixe capturado em uma rede (1:14). Eles podem ser tão erráticos como criaturas rastejando sobrea terra. Apenas um ato direto de Deus pode nos salvar de nós mesmos. A verdadeira vida não é para ser encontrado em uma atitude arrogantee auto-confiante, mas pela fé em Deus (2:4). § 3 Soteriologia Habacuqueprocura febrilmente respostas teóricas, mas ao invés disso, a ele é dada uma forma prática de se relacionar com sua vida. Ele é desafiado para uma vida de fé que vai levá-lo ao longo do período entre profecia e cumprimento: “O justo viverá pela sua fé”
  • 24. (2:4). A fidelidade é um sentimento interno de dependência total, uma atitude interior, bem como a conduta que produz, ao invés de um comportamento exterior. Aqueles de fé vão olhar para trás para os atos salvadores deDeus e serão capazes de enfrentar o futuro desconhecido sem medo. Fé de Habacuque é tão vívida que através dos olhos de sua alma ele já pode ver a salvação de Deus. Fé de Habacuque vempelo ouvir a palavra. Ele enche seu coração com as palavras de Deus. Tornam-setão real para ele que ele é capaz de falar abertamente delas, para adicionar o seu próprio testamento à fé como uma das maiores afirmações de confiança em toda a Bíblia. Ele sente que em sua vida, ele pode ver privações e fome, mas também sua fé, baseada nas tradições recebidas, permanece viva em seu coração no presente, o que lhe dá alegria (3:18). Sua fé proporciona alívio e êxtase. Ele é tão livre quanto um cervo nas montanhas (3:17-19). A pessoa quevive pela fé é contrastada com a pessoa arrogante, soberbar cuja alma não é correta com Deus. O escritor do livro de Hebreus segue a Septuaginta, que verte a primeira parte do verso como “se ele recuar, não estarei satisfeito com ele” (Hb 10:38), edepois continua a dizer que “nós não somos daqueles que recuame são destruídos, mas dos que creem e são salvos”. [14:01, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: §4 Ética A ganância insaciávelleva apenas à frustração (2:5). Tais pessoas setornam vítimas de picantes provérbios (2:6). A propriedadepessoalé inviolável aos olhos de Deus (1:6). Aqueles que vivem apenas para as coisas e tentam escravizar ou usar o seu próximo em seu benefício vão ter o mesmo destino (2:6-7). Deus éespecialmente sensívelao sofrimento dos mais fracos e indefesos, pronunciando um ai sobreaqueles que se aproveitam deles (2:10-12). O edifício não é errado em si, mas fazê-lo à custa dos outros faz mesmo as vigas gritar (2:11-12). Deus está igualmente preocupado com a exploração dos recursos naturais, como cedros do Líbano usados no programa de construção de Nabucodonosor eos animais que ele implacavelmente caçava (2:17). Pessoas queestão arrogantemente tentar estabelecer seu ninho nos céus à custa dos outros estão realmente pecando contra simesmo (2:9-10). Não está claro sea desgraça pronunciada contra a bebida é literal ou figurada, mas o cálice acabará por passar devolta para o primeiro que ofereceu (2:15-16). A idolatria carrega seu próprio julgamento, deixando o adorador semesperança (2:18-19). Os problemas diversos pronunciados por Deus indicam que ele vêtudo, certamente mais do que o profeta vê. Em seu próprio tempo
  • 25. bom Ele vai agir. Mas Ele não será impulsionado pelas emoções, não vai agir até que a plenitude dos tempos venham. [14:01, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: §5 Escatologia Haverá um dia em que a Terra estará cheia do conhecimento da glória de Deus como as águas cobrem o mar (2:14). Esteé o objetivo final de toda obra de Deus. A história não é cíclica, a repetição interminável de uma coisa ruim depois da outra. É linear, movendo em direção à meta do reino de Deus. O profeta sabeque não há poder no mundo da natureza ou de qualquer governantehumano que possa subverter o plano de Deus para o mundo. Deus ainda está trabalhando na arena da história humana. Ele ainda não abandonou o profética para o apocalípse. Precisamos do senso vivo da fé de Habacuque. O que está acontecendo em nosso mundo é a obra de Deus, embora nem sempreentendamos essa obra. Paul Ferguson [14:04, 16/8/2017] +55 91 8061-6902:  Introdução ao Livro de Habacuque– A lógica teológica! Não nos é revelado nada no texto sobreo profeta Habacuque. Seu livro, ao invés de guardar seus oráculos, servecomo um diário de suas crises teológicas e existenciais. Seu livro é distinto dos demais escritos proféticos por assumir um tom mais filosófico e de diálogo com Deus. O tema deste diálogo filosófico se concentra em torno da justiça divina. O vácuo de informações a respeito de Habacuquegerou uma grandegama de especulações sobrea data de seus escritos e a própria pessoa do profeta. O consenso geralé que Habacuquetenha pertencido à época do rei Jeoaquim (609 – 598 a.C.). Em virtudedisso, seus questionamentos teológicos podem ser datados entre a ascensão de Jeoaquim ao trono de Judá e a Batalha de Carquêmis em 605 a.C. Este período é escolhido em razão de:
  • 26. O caos ético e social que o texto de 1:2-4 apresenta combina com a decadência moral com os dias de reinado de Jeoaquim, conformeJeremias denunciou. A proximidade da realização dos eventos descritos em 1:6-11, conformea expressão “nos dias de vocês” no verso 5. Javéhavia prometido a Josias que seu reinado não terminara com a invasão e cativeiro (2 Rs. 22:18-20). Talvez os oráculos deHabacuquese refiram aos últimos 20 anos de independência de Judá. A ascensão da Babilônia como superpotência mundial no século VII a.C. aconteceno período previsto em Habacuque, embora isso não sirva como prova irrefutável. [14:05, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: O verso 5 ainda nos ajuda a definir esseperíodo, pois, tendo o Egito como aliado, Judá dificilmente acreditaria que seriam vencidos pela Babilônia; o que de fato aconteceu quando Nabucodonosor derrotou o faraó Neco em Carquêmis (Jeremias 46:2,6,10; II Reis 24:7). Alguns argumentamque as denúncias de injustiça de Habacuquenão se encaixam no período de governo do rei Josias (pai de Jeoaquim), uma vez que este recebe uma avaliação tão boa. Entretanto, a reforma que o rei Josias fez, abrangeu apenas a parte litúrgica da sociedade hebraica, sem atingir a parte social. Por isso a reclamação de Habacuqueacerca da injustiça não se choca comos relatos do governo de Josias, embora tenha tido uma boa apreciação. Além disso, os efeitos negativos dos cinquenta anos do reinado catastrófico de Manassés (avô de Josias) demorariam a desaparecer. Habacuquebaseou seus questionamentos em sua experiência com os eventos históricos de seu tempo. Tal qual Jeremias (Jr. 22:13-23), Habacuquetambém se indignou com a situação de injustiça, violência e opressão gritantes em Judá; por isso reclama para Deus pedindo o castigo para os maus e a defesa dos justos. A criseteológica de Habacuque começa justamente como atraso do julgamento dos líderes injustos. Habacuquefica espantado e confuso diante da revelação de Deus sobrea vinda dos babilônios como instrumento de Deus para o julgamento de Judá, ao invés de um discurso
  • 27. sobrea salvação ou livramento. O questionamento de Habacuquefoi: poderia um Deus justo e bom usar meios perversos para executar sua justiça? (Hc. 1:12-17). [14:05, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: Estrutura deHabacuque O livro de Habacuquepode ser dividido em diálogos da seguinte maneira: Diálogo 1 – Habacuquequestiona a justiça divina – 1:1-11 Diálogo 2 – Habacuquequestiona a coerência divina – 1:12 – 2:20 Diálogo 3 – Habacuquelouva a Deus por suas intervenções na história – 3:1-19 O diálogo 1 começa com a reclamação de Habacuque a Deus sobreas injustiças que estavamà sua volta, e porqueos perversos não eram julgados. Judá ainda não havia sido julgada por sua impiedade, e o primeiro alvo da queixa de Habacuquenão é o povo, mas Deus (1:2-4). Deus então respondea Habacuque(1:5-11) dizendo queessa situação de opressão e injustiça não duraria muito tempo mais, pois, ainda nessa geração, os ímpios seriamcastigados. Deus usaria a nação da Babilônia para aplicar o seu julgamento. Até este momento, as nações vizinhas eramalvo do castigo divino, e a surpresa deHabacuque reside no fato de Deus escolher uma das nações mais agressivas daqueletempo para executar seu julgamento contra Judá. Em vez de anunciar o livramento e restauração em forma de promessa, o livramento e a salvação viriam por meio do ataque de uma nação inimiga. Aqui, Deus não respondeapenas ao profeta, mas a toda nação, conforme percebemos pelo emprego do plural. [14:06, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: plural. O segundo diálogo propõeum problema lógico. Além de não resolver o problema da injustiça, as pessoas corretas seriamprejudicadas; e, ademais, um inimigo impiedoso seria vitorioso a despeito de ser castigado. Habacuqueafirma a Deus que essa medida de julgamento não se ajusta com o caráter santo de Deus (1:12). Habacuque, embora soubesse das injustiças de Judá, achava que a perversidade dos babilônios era muito pior. Por isso se horroriza ao imaginar a destruição que os babilônios fariam em Judá. Habacuque os
  • 28. compara com um pescador inescrupuloso quepesca pelo simples prazer de matar os peixes. Outro problema de lógica levantado por Habacuqueé em relação à soberania de Deus, que não interviria para proteger o seu povo. Habacuquenão faz essa declaração de maneira leviana ou desrespeitosa, entretanto buscava sinceramenteuma resposta. Deus respondeque o julgamento se cumpriria e não procura defender sua justiça, mas afirma que o justo seria preservado (2:4). No NTPaulo usa este versículo para ressaltar a fé do cristão, contudo, no contexto de Habacuque, indica a integridade na vida do servo de Deus, mesmo que não consiga entender todo o processo. Deus prossegueem sua resposta apontando para a sua justiça, na qual o perverso é castigado. Habacuqueabre o terceiro diálogo expondo sua confiança em Deus, que a seu tempo castigaria o ímpio; e apelou à sua misericórdia na execução do julgamento de Judá. A consciência do verdadeiro relacionamento comDeus produziu o salmo de louvor registrado em 3:3-15, quedescreveos feitos poderosos de Deus, não somente para julgar, mas também para livrar (3:13). Habacuquerecorreà história de Israelcomprovando sua obra redentora contra os inimigos do seu povo, fazendo um contraponto literário com a ameaça babilônica no capítulo 1. O livro termina com a confiança de Habacuquena justiça de Deus. Mesmo comtantas desgraças queviriam acontecer, a fé inabalável de Habacuquepermitiu- lhe ter a alegria que não dependia mais das circunstâncias externas, mas do seu relacionamento verdadeiro com Deus. [14:07, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: comDeus. Propósito e conteúdo Habacuquetrata sobreos seguintes temas principais: A justiça de Deus ao lidar com as nações A confiança em Deus a despeito das circunstâncias históricas O castigo de Judá por meio dos babilônios e o castigo da Babilônia
  • 29. O império Assírio estava no domínio do Antigo Oriente Médio há mais de um século. Entretanto, começou a entrar em declínio, e Judá ainda não havia sido punida pela quebra de Aliança, conformeanúncio dos profetas. Esta foi a razão da queixa inicial de Habacuque. A resposta de Deus revelou que os babilônios seriam o instrumento do julgamento de Deus. O problema, para Habacuque, estava na teodiceia, isto é, a justificação dos atos de Deus quando a humanidade sofre. Em nenhum momento Habacuquequestiona o merecimento da punição de Judá; mas, se preocupa com a vitória dos babilônios em detrimento da ruína de Judá. De certa forma pareceria que Deus estava aprovando os métodos genocidas da Babilônia. Como Deus, sendo justo, poderia permitir que uma nação perversa prosperasse? O problema em Habacuquegira basicamente em torno do mesmo tema de Jó. No final do livro que narra seu drama, Deus aparece para mostrar quea finitude humana não consegue dar respostas para todas as questões da vida; mas, Deus está presente em todos os momentos de dúvidas e aflição pelos quais a humanidade passa. Em Habacuque, a teofania do capítulo três tem a mesma função. Muito embora Habacuquenão tivesse todas as respostas, a presença de Deus era suficiente para dar toda a confiança que o profeta precisava para aquele momento. Contudo, em Habacuque, Deus revelou algumas respostas queserviram como eixo do livro. A primeira delas está em 2:4-5 e trata sobrea responsabilidadeindividual que não é descartada mesmo em caso de tempos sombrios. Nessas circunstânciasa confiança em Deus torna-semais difícil e a fidelidade do justo adquiredestaque. A segunda resposta, encontrada em 2:6-20, Deus anuncia quecastigaria os babilônios em virtude dos seus crimes contra a humanidade, mas ainda não havia chegado o momento. O fato dos babilônios seremo instrumento de Deus para o julgamento de Judá não significava que Deus aprovasseseus métodos. A certeza que Habacuqueteve é que eles também seriamjulgados, tanto por seus crimes de guerra, quanto pela impotência de seus deuses. O Habacuqueentendeu naquele momento é que Deus governava o mundo e sua história a partir do templo; por isso, em virtudede sua soberania, todos deveriam calar-se diante dele (2:20). [14:07, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: O agir de Deus com as nações
  • 30. No Antigo Testamento, as ações boas e más de todas as nações são pesadas. Quando o lado com as ações más atinge um determinado limite o julgamento de Deus é acionado. Cada geração contribui com as ações boas e más contrapostas umas às outras e retardam ou adiantam a execução do juízo de Deus. O arrependimento era uma forma de se retardar o julgamento, como se as ações boas fossem somadas diminuindo o limite das ações más (Jn. 3:10; 2 Rs. 22:19-20). A nação voltaria a enfrentar o risco de julgamento somente se voltassea realizar ações más. O texto de Jeremias 18:7-10 exemplifica essetratamento que Deus dava às nações. Além desseaspecto do “peso” das boas e más ações a misericórdia de Deus tem um efeito mais prolongado do que seu castigo, de acordo com Deuteronômio 5:9-10. Outra característica de Deus em seu agir com as nações é que sua misericórdia, aplicada sobreo lado das boas ações retarda o julgamento pelas más ações, entretanto o peso das más ações não é eliminado até que o castigo seja aplicado. O texto de Êxodo 32:34 mostra como este princípio de aplica. Deus não puniu o povo naquele momento, por terem feito o bezerro de ouro em virtudede sua misericórdia. Contudo, chegaria a hora de serem punidos também por isso futuramente. Ainda mais um princípio pode ser entendido. Os povos quecontavam coma revelação de Deus, tal qual os hebreus, eram punidos commais severidadeem detrimento daqueles que não conheciam acerca de sua revelação indicando que a tolerância de Deus comos pagãos é maior. O Novo Testamento aplica esseprincípio em Lc. 12:48. Esseprincípio pode ser aplicado a Judá. Embora os babilônios fossem realmente muito mais cruéis os israelitas deveriam ter sido mais obedientes em virtude da revelação da Lei e do aviso constante dos profetas sobresua apostasia. Agora o momento da execução do castigo havia chegado. Esseesquema só é atribuído às nações, não a indivíduos e não se trata de salvação. Por isso não há a preocupação de uma salvação baseada em boas obras. [14:07, 16/8/2017] +55 91 8061-6902: A vida de fidelidade
  • 31. Deus mostrara a Habacuqueque, embora o castigo fossesevero, isso não seria o fim de Judá, mas haveria um remanescente preservado. O fundamento da preservação seria a fidelidade. No Novo Testamento, o apóstolo Paulo usa o conceito de Habacuque2:4 para fundamentar a doutrina da justificação pela fé. Paulo cria uma ponte entre ‘emûnâ, que significa fidelidade e pistis, fé. Em Habacuquea fidelidade, ou o posicionamento correto diante das circunstâncias adversas foipercebido por Paulo como o elemento universalde salvação, expresso mais claramente por Paulo em Romanos 8.